Edição 36 - Hotel Boutique

Especial
Martinho Lutero
O restaurador da verdade eterna...
O dia 31 de outubro assinala a passagem
do Dia da Reforma por que foi nesse dia do ano
de 1517 que Martinho Lutero afixou, na porta do
Castelo de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses
que abalariam os alicerces da Igreja Católica
Apostólica Romana, que exercia larga influência
espiritual e política no mundo daquela época.
Martinho Lutero era oriundo de família
modesta, e na sua infância costumava cantar
nas ruas para se sustentar. E foi em uma destas
ocasiões, cantando em frente à casa de uma senhora
– Ursula Cota – que ele recebeu o convite
para morar com aquela família, que era grande
apreciadora da arte musical. Foi assim que Lutero
passou a dedicar-se à música, na qual mais
tarde dedicaria grande parte de seus estudos,
inclusive com a criação de muitos hinos hoje
cantados no mundo inteiro, dentre os quais o
mais famoso é o que recomenda que “Castelo
forte é o nosso Deus...”.
Naquela época, ainda mais que hoje, era
bastante conceituada a carreira de advogado, e
seu pai pretendia que o filho cursasse a Universidade
das Leis, aproveitando seus dotes de orador.
Mas uma vez ingressando em tal universidade a
pedido do pai, Lutero teve a oportunidade de ver
uma Bíblia pela primeira vez na biblioteca. E logo
desistiria das demais matérias para se dedicar inteiramente
ao estudo da religião.
Aprofundando-se cada vez mais em tal
leitura bíblica, não tardou a concluir quanto ao
verdadeiro contraste que havia entre a conduta
dominante da Igreja Católica e o preceito bíblico
inserido em Romanos 1:17: “... o justo viverá pela fé...”.
Com tais indagações e já convertido pela
leitura bíblica, resolveu ingressar no Convento
dos Agostinianos, onde assumiria uma posição
de franca rebeldia aos postulados então vigentes,
proclamando que “a salvação é um dom gra-
tuito de Deus, e não fruto de nossas boas obras, nem
muito menos da dimensão de nossas ofertas...”.
Mais tarde em seus estudos Lutero também
se posicionou contrário ao livro de Tiago
constante na Bíblia, mediante o argumento de
que a mensagem nele contida hipertrofia as
boas obras e atrofia a boa fé.
Totalmente convencido de tais princípios,
e já ordenado sacerdote em Teologia, começou
a discordar dos rumos que a Igreja Católica vinha
adotando. E seu protesto aumentaria após
a visita que fez até Roma, onde esperava encontrar
uma cidade santa e viu uma Roma dissoluta,
pecaminosa, entre os próprios sacerdotes católicos.
Naquela época a Igreja começou a vender
indulgências, que era o recibo da compra do perdão
dos pecados. Segundo a conduta adotada
pela Igreja então dominante, o dinheiro comprava
o perdão para o passado e para os pecados
futuros, “ex nunc et ex tunc”.
Essa negociação em torno do perdão dos
pecados de forma tão ampla, causou profunda
reação entre muitos membros da Congregação
de Lutero, os quais compraram as indulgências e
perderam o interesse do arrependimento e da fé
em Jesus Cristo, por que se achavam albergados
sob o palio protetor de um título que perdoava
tudo, no passado, no presente e no futuro.
Foi então que Lutero assumiu ostensivamente
sua posição de rebeldia em relação à
Igreja Católica. Pregando na porta do Castelo de
Wittenberg as 95 teses que mudaram a face do
mundo e que serviram de base ao movimento
histórico que ficou como a Reforma Protestante.
O termo Protestante nasceu do protesto de
Lutero contra a Igreja Católica vigente. Mas generalizou-se
também por outras denominações
que nasceram em outros lugares, na esteira da
pregação Luterana, dentre as quais merece des-
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