ADRIANA CHIARI MAGAZINE N. 16
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
“Diversidade é chamar para<br />
o baile. Inclusão é convidar<br />
para dançar”.<br />
Uma tarefa revolucionária, já que somos constantemente<br />
treinados para nos comportar de forma<br />
padronizada. Uniformizados, robotizados, homogeneizados.<br />
Forçados a caber em fórmulas, tamanhos precisos,<br />
avaliações lineares. Isso me lembra uma música de<br />
Raul Seixas: “Eu calço é 37 / Meu pai me dá 36 / Dói,<br />
mas no dia seguinte / Aperto meu pé outra vez”.<br />
Repetimos comportamentos, muitas vezes sem nos<br />
questionar a validade deles.<br />
Incluir a comunidade trans é aceitar que cada<br />
ser humano tem o direito de ser quem é. É<br />
abandonar a ideia de tolerância e abraçar uma<br />
atitude de respeito. Tolerar é apenas conter a<br />
violência, respeitar é estar aberto para aprender<br />
com o outro e entendê-lo na sua integridade.<br />
Sobra pouco espaço para a humanidade, que é imprecisa<br />
por natureza. Basta olhar em volta para perceber<br />
como a diversidade é onipresente. Não existe<br />
ninguém igual a ninguém, nem mesmo gêmeos<br />
univitelinos.<br />
Cada ser humano é único<br />
e singular. É aí que está<br />
muito mais interessante<br />
quando a gente<br />
percebe o valor da<br />
diversidade. Não é<br />
preciso perseguir<br />
um padrão, caber<br />
num vestido, viver<br />
dentro de uma<br />
caixinha pré-fabricada.<br />
E não adianta<br />
apenas concordar<br />
com isso e declarar<br />
neutralidade. Não<br />
basta ser não transfóbico.<br />
É preciso<br />
ser antitransfóbico.<br />
Enquanto a inclusão da<br />
diversidade for apenas<br />
uma formalidade, ela não<br />
existe.<br />
41 www.adrianachiarimagazine.net