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ED #189 dez

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Dezembro 2021 (Mensal) – 2,95€ (Cont.)<br />

II SÉRIE<br />

Nº 189<br />

executivedigest.pt<br />

ENTREVISTA<br />

CEO da SIBS<br />

«Queremos estar no top<br />

europeu de pagamentos»<br />

GESTÃO<br />

Tendência<br />

Por que é que a moda rápida<br />

tem de abrandar<br />

ESTUDO<br />

Accenture<br />

Liderança climática:<br />

Urgente?<br />

XXI CONFERÊNCIA<br />

12<br />

PRESIDENTES,<br />

CEO E GESTORES<br />

APONTAM<br />

CAMINHOS PARA<br />

O FUTURO<br />

GONÇALO LOBO XAVIER • HENRIQUE FONSECA<br />

JOÃO DUQUE • JORGE REBELO DE ALMEIDA<br />

JOSÉ GONÇALVES • JOSÉ MIGUEL LEONARDO<br />

MARCELO NICO • MARIA JOÃO CARIOCA<br />

NELSON PIRES • P<strong>ED</strong>RO SIZA VIEIRA<br />

SÉRGIO CARVALHO<br />

TERESA ABECASIS<br />

CADERNO Empresas com História | Scoring Top 5% PME’21<br />

INCLUI CONTEÚDOS DA REVISTA:<br />

O que as missões<br />

espaciais nos ensinam<br />

Quando não possuimos o que<br />

usamos, continuamos a amar?<br />

COM O APOIO:


CONSELHO <strong>ED</strong>ITORIAL<br />

Alexandre Fonseca · Álvaro Nascimento · António Casanova · António Ramalho<br />

Carlos Álvares · Cátia Martins · Clara Raposo · Dulce Mota · Fernando Esmeraldo<br />

Fernando Neves de Almeida · Gustavo Guimarães · Isabel Ucha · Isabel Vaz<br />

João Duque · Jorge Magalhães Correia · Jorge Marrão · Jorge Rebelo de Almeida<br />

José F. Gonçalves · José Félix Morgado · José Galamba de Oliveira · José Gomes<br />

José Miguel Leonardo · Luís Filipe Reis · Luís Paulo Salvado · Luísa Pestana<br />

Manuel Lopes da Costa · Nelson Pires · Paulo Carmona · Paulo Macedo · Paulo Ramada<br />

Pedro Castro e Almeida · Rogério Campos Henriques · Rui Paiva · Sílvia Barata · Sofia Tenreiro<br />

DIRECTOR<br />

Ricardo Florêncio (ricardo.florencio@executivedigest.pt)<br />

DIRECTORA DE R<strong>ED</strong>ACÇÃO<br />

Maria João Vieira Pinto (maria.joao@marketeer.pt)<br />

R<strong>ED</strong>ACÇÃO E ONLINE<br />

Ana Sofia Ribeiro (sofia.ribeiro@multipublicacoes.pt)<br />

Andreia Coelho (andreia.coelho@multipublicacoes.pt)<br />

André Manuel Mendes (andre.mendes@multipublicacoes.pt)<br />

António Sarmento (antonio.sarmento@multipublicacoes.pt)<br />

Beatriz Caetano (beatriz.caetano@multipublicacoes.pt)<br />

Daniel Almeida (daniel.almeida@multipublicacoes.pt)<br />

Filipa Almeida (filipa.almeida@multipublicacoes.pt)<br />

Francisco Laranjeira (francisco.laranjeira@multipublicacoes.pt)<br />

Inês Amado (ines.amado@multipublicacoes.pt)<br />

Maria João Lima (mariajoao.lima@marketeer.pt)<br />

Margarida Lopes (noticiasonline@multipublicacoes.pt)<br />

Rita Paz (rita.paz@multipublicacoes.pt)<br />

Sandra M. Pinto (sandra.pinto@multipublicacoes.pt)<br />

Simone Silva (simone.silva@multipublicacoes.pt)<br />

Ana Alves (tradução)<br />

ACORDOS INTERNACIONAIS E EXCLUSIVOS<br />

Fast Company · MIT Sloan Management Review<br />

strategy+business · Foreign Policy · Outlook · Accenture<br />

ARTE<br />

Editor de Arte Joana Carvalho<br />

Projecto Gráfico DesignGlow<br />

FOTOGRAFIA<br />

PAF! Paulo Alexandrino Fotografia<br />

NC Produções<br />

Getty Image<br />

IMPRESSÃO E ACABAMENTO<br />

Lidergraf – Sustainable Printing<br />

Rua do Galhano, n.º 15 | 4480-089 Vila do Conde<br />

DISTRIBUIÇÃO<br />

VASP – Distribuidora de Publicações Lda. MLP – Media Logistics Park,<br />

Quinta do Grajal – Venda Seca | 2739-511 Agualva Cacém<br />

ASSINATURAS<br />

assinaturas@multipublicacoes.pt<br />

Tel. 210 123 400 · Fax. 210 123 444<br />

1 Ano · 31,80 Euros / 2 Anos · 56,60 Euros<br />

Europa · 75 Euros (1 ano)<br />

Nº Registo ERC 118529 · Depósito Legal 81 367/94 · ISSN 0874-0526<br />

Tiragem média 17.000 exemplares · Periodicidade Mensal<br />

ESTATUTO <strong>ED</strong>ITORIAL<br />

https://executivedigest.sapo.pt/estatuto-editorial-executive-digest/<br />

MORADA DA S<strong>ED</strong>E, <strong>ED</strong>ITOR E R<strong>ED</strong>ACÇÃO<br />

Rua Cidade de Rabat, n.º 41 B | 1500-159 Lisboa<br />

Tel. 210 123 400 · Fax. 210 123 444<br />

geral@multipublicacoes.pt<br />

NIPC: 506 012 905 | CRCL: 11061<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Ricardo Florêncio – CEO<br />

ASSISTENTE DE DIRECÇÃO E COMERCIAL<br />

Eugénia Pires<br />

comercial@multipublicacoes.pt · Tel: 210 123 400<br />

COMERCIAL E PUBLICIDADE<br />

Tel. 210 123 413 · Fax. 210 123 444<br />

publicidade@multipublicacoes.pt<br />

Margarida Sousa (Directora de Publicidade)<br />

margarida.sousa@multipublicacoes.pt · Tel. 210 123 413<br />

GESTORES DE CONTAS<br />

Joana Correia de Barros · joana.barros@multipublicacoes.pt · Tel. 210 123 424<br />

Mário Serra · mario.serra@multipublicacoes.pt · Tel. 210 123 450<br />

Tânia Rodrigues · tania.rodrigues@multipublicacoes.pt · Tel. 210 123 411<br />

MARKETING E COMUNICAÇÃO<br />

marketing@multipublicacoes.pt · Tel. 210 123 441<br />

Filipa Pereira (Communications Manager)<br />

filipa.pereira@multipublicacoes.pt · Tel: 210 123 412<br />

Paula Rodrigues (Events Manager)<br />

paula.rodrigues@multipublicacoes.pt · Tel: 210 123 441<br />

Sónia Almeida (Marketing Assistant)<br />

sonia.almeida@multipublicacoes.pt · Tel: 210 123 418<br />

Joana Lagarto (Marketing Assistant)<br />

joana.lagarto@multipublicacoes.pt · Tel: 210 123 432<br />

FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA<br />

Teresa Vultos (Manager) · teresa.vultos@multipublicacoes.pt<br />

PESSOAS E ORGANIZAÇÃO<br />

Ana Florêncio (Manager)<br />

ana.florencio@multipublicacoes.pt · Tel: 210 123 440<br />

PROPRIETÁRIOS COM MAIS DE 5% DO CAPITAL SOCIAL<br />

AMLC, SA · Gonçalo Dias · Manuel Lopes da Costa · Ricardo Florêncio<br />

Visite-nos em<br />

www.executivedigest.pt<br />

NOTAS<br />

Dos Planos<br />

à Acção!<br />

Sempre que temos um processo de eleições, e atendendo às<br />

altas taxas de abstenção que se registam, refere-se que os<br />

portugueses estão cansados e afastados da política. Pois<br />

não concordo! Os portugueses estão cansados e afastados,<br />

isso sim, é deste tipo de política que vivemos em Portugal.<br />

Desta política de tricas e trocas de galhardetes, de ataques,<br />

acusações e guerrilhas, que servem para entreter a audiência,<br />

mas pouco, ou mesmo nada, trazem de positivo ao País. E<br />

também me recuso a acreditar que os portugueses gostem<br />

de viver nas condições actuais e que não queiram progredir. Que não desejem<br />

melhores condições de vida, mais poder de compra, que gostem deste estado<br />

de quase estagnação em que nos encontramos há duas décadas. Por isso, só há<br />

um caminho a trilhar. O de procurarmos soluções para crescermos, para dar<br />

mais e melhores condições às empresas e à economia, para que se tornem mais<br />

competitivas e produtivas. Deste modo, e estando a pouco mais de um mês de<br />

novas eleições legislativas, é altura dos diversos partidos políticos e dos seus<br />

responsáveis apresentarem as suas ideias, os seus planos, as acções concretas<br />

que desejam implementar para que possam ser analisadas, discutidas, de um<br />

modo sério, e que depois sejam realmente implementadas. Porque é disso que o<br />

País, os portugueses, a economia, as empresas, necessitam, para que possamos<br />

crescer, desenvolvermo-nos, criar e distribuir mais riqueza para o País e para<br />

os portugueses. Esse sim, um desígnio que deve ser de todos.<br />

Estatuto Editorial<br />

A Executive Digest é uma marca com presença diária em diversas plataformas<br />

digitais, publicando notícias, entrevistas, reportagens, testemunhos e análises,<br />

quer no site (www.executivedigest.pt) como nas redes sociais. A informação é<br />

actualizada em permanência e ao minuto, apresentando também uma newsletter<br />

diária. Cobre um leque muito variado de temas, como a actualidade, gestão,<br />

finanças, economia, empresas, mobilidade, energia e eficiência energética,<br />

ambiente, saúde, tecnologia, big data, ensino e universidades, inovação,<br />

empreendedorismo, políticas, exemplos da presença de empresas portuguesas<br />

no mundo e exportação, entre outras, para um público muito alargado. Apresenta<br />

POR :<br />

Ricardo Florêncio<br />

ricardo.florencio@multipublicacoes.pt<br />

uma edição em papel, com periocidade mensal, que abrange igualmente todos<br />

estes temas, com um tratamento e análise mais profundo e detalhado. Desenvolve<br />

ainda ao longo do ano, um conjunto de iniciativas, como fóruns, surveys, com<br />

especial destaque para as duas conferências anuais, que junta centenas de pessoas.<br />

1. Cumprimento rigoroso das normas éticas e deontológicas do jornalismo; 2.<br />

Identificação com os valores da democracia; 3. Independência face a quaisquer<br />

grupos de pressão, poderes políticos ou económicos; 4. Salvaguarda do espaço<br />

privado dos cidadãos; 5. Defesa do pluralismo de opinião; 6. Comprometimento<br />

em respeitar a boa fé dos leitores.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 3


DEZEMBRO 2021 Nº189 · II SÉRIE<br />

ECONOMIA<br />

PÓS COVID<br />

35<br />

TEMA DE CAPA<br />

12 presidentes,<br />

ceo e gestores<br />

apontam caminhos<br />

para o futuro<br />

6 CONSELHO <strong>ED</strong>ITORIAL<br />

Ideias para Portugal<br />

8 COLUNA DO CONSELHEIRO<br />

Clara Raposo, ISEG<br />

Por onde vão os nossos filhos?<br />

20 BARÓMETRO<br />

Olhar para o próximo ano<br />

com prudência<br />

28 ENTREVISTA<br />

Madalena Cascais Tomé, SIBS<br />

«Queremos estar no top dos players<br />

europeus de pagamentos»<br />

70 GESTÃO<br />

Por que é que a moda rápida<br />

tem de abrandar<br />

78 Esta família fundou a Timberland<br />

em 1952. A sua bota nova e<br />

sustentável é um desvio radical<br />

82 Como podem as grandes e velhas<br />

empresas agir rapidamente<br />

86 Soluções na área da Saúde – Altice<br />

Tecnologia é o melhor remédio<br />

90 Nuno Brás, LEO Pharma<br />

«A pandemia revelou-se um motor<br />

poderoso do progresso científico»<br />

94 Millennium bcp<br />

«Vamos dar um novo salto para<br />

outro patamar»<br />

98 «Indústria dos insectos<br />

terá um papel na retoma<br />

da economia portuguesa»<br />

104 Primavera<br />

Digitalização oferece mais tempo<br />

às empresas<br />

106 Inovação – Altice<br />

Altice premeia jovens<br />

empreendedores<br />

110 Larfa Properties<br />

Convento do Beato volta a abrir portas<br />

115 ACCENTURE DIGITAL<br />

BUSINESS<br />

Liderança climática urgente?<br />

129 RANDSTAD INSIGHT<br />

• O fim está próximo<br />

• Transformação da força<br />

de trabalho através da<br />

“Grande Iluminação”<br />

178 OPINIÃO<br />

Filipe Santos<br />

Dean da Católica-Lisbon<br />

e professor de Inovação Social<br />

61 O que as missões espaciais nos<br />

ensinam sobre trabalho remoto<br />

66 Quando não possuimos as coisas que<br />

usamos, continuamos a amá-las?<br />

COM O APOIO:<br />

165<br />

CADERNO<br />

Empresas<br />

com História<br />

4 DEZEMBRO 2021


há 14 anos a<br />

mudar hoje o amanhã<br />

Mais do que uma celebração, é uma constatação.<br />

De que estamos na direção certa há 14 anos.<br />

De que a sustentabilidade é uma forma de ser e de<br />

estar com a qual queremos mudar, já hoje, o<br />

amanhã.<br />

De que abraçamos os desafios e procuramos fazer<br />

acontecer, ano após ano.<br />

A <strong>ED</strong>P é, novamente, número 1 no<br />

mundo nas utilities elétricas.<br />

Changing<br />

Tomorrow<br />

Now<br />

edp.com


CONSELHO <strong>ED</strong>ITORIAL<br />

COM A PRESENÇA DE:<br />

António Casanova · António Ramalho · Fernando Esmeraldo · Fernando Neves de Almeida<br />

Isabel Ucha · João Duque · Jorge Rebelo de Almeida · José Galamba de Oliveira · José Miguel Leonardo<br />

Luís Paulo Salvado · Luísa Pestana · Manuel Lopes da Costa · Nelson Pires · Paulo Ramada · Sofia Tenreiro<br />

IDEIAS PARA PORTUGAL<br />

A 21.ª CONFERÊNCIA EXECUTIVE DIGEST E A EVOLUÇÃO DA ECONOMIA FORAM<br />

OS PRINCIPAIS TEMAS EM CIMA DA MESA PARA DISCUSSÃO<br />

Neste encontro do Conselho Editorial da Executive Digest<br />

debateram-se os desafios e as oportunidades apresentadas<br />

durante a 21.ª Conferência da Executive Digest, realizada no<br />

dia 9 de Novembro, assim como as alternativas que se colocam<br />

a Portugal para apresentar um crescimento mais acentuado<br />

nos próximos anos. Foi também discutida a evolução da economia<br />

e das empresas, e as perspectivas dos diversos sectores<br />

até ao fim do ano.<br />

O encontro mensal do Conselho Editorial da Executive<br />

Digest, realizou-se no Hotel Vila Galé Ópera.<br />

6 DEZEMBRO 2021


LOCAL: HOTEL VILA GALÉ ÓPERA<br />

>> António Casanova<br />

>> António Ramalho<br />

>> Fernando Esmeraldo<br />

>> Fernando Neves de Almeida<br />

>> Isabel Ucha<br />

>> João Duque<br />

>> Jorge Rebelo de Almeida<br />

>> José Galamba de Oliveira<br />

>> José Miguel Leonardo<br />

>> Luís Paulo Salvado<br />

>> Luísa Pestana<br />

>> Manuel Lopes da Costa<br />

>> Nelson Pires<br />

>> Paulo Ramada<br />

>> Sofia Tenreiro<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 7


CONSELHEIRA<br />

POR :<br />

Clara Raposo<br />

DEAN DO ISEG LISBON SCHOOL OF ECONOMICS & MANAGEMENT<br />

Por onde<br />

vão<br />

filhos<br />

os nossos<br />

filhos<br />

?<br />

OS MAIS VELHOS E OS MAIS CULTOS RECORDAR-SE-ÃO DE UM MARCANTE LIVRO<br />

DE 1969, DO DESTACADO ECONOMISTA FRANCISCO PEREIRA DE MOURA, COM O<br />

SUGESTIVO TÍTULO “POR ONDE VAI A ECONOMIA PORTUGUESA?”, UMA PUBLICAÇÃO<br />

DOM QUIXOTE, O PRIMEIRO NÚMERO DA COLECÇÃO ESTUDOS PORTUGUESES<br />

Este ex-aluno e professor catedrático dá<br />

hoje o seu nome à biblioteca do ISEG,<br />

que recorda assim uma abordagem<br />

modernizadora do ensino da economia<br />

em Portugal. Curiosamente, não deixa<br />

de ser uma obra com actualidade. A<br />

vida mudou muito desde então, mas,<br />

na essência, talvez não tanto assim.<br />

Mantêm-se desafios no que diz respeito<br />

à competitividade de Portugal.<br />

Juntando-se os da competitividade da<br />

Europa num mundo mais globalizado.<br />

Estas linhas resultam de uma reflexão,<br />

ou até preocupação, pessoal<br />

acerca dos destinos das minhas filhas, dos meus alunos, dos<br />

filhos dos executivos e executivas que lêem este texto. Talvez,<br />

por ser o mês do Natal, esteja um pouco mais sentimental;<br />

mas quando vejo os vossos filhos de partida, pergunto-me se<br />

não é esse o caminho por onde vai aquela parte da “economia”<br />

portuguesa de que gostamos a sério, se não estamos a deixar<br />

escapar-nos aquilo que mais nos interessa?<br />

Foi a propósito do título que dei a esta coluna do(a) conselheiro(a),<br />

que me lembrei deste livro do Pereira de Moura, mais antig∂o<br />

do que eu. Por onde? Uma coisa é quererem dar umas voltas<br />

pelo mundo, ganhar alguma experiência internacional, mas<br />

outra é quererem ir viver para outro sítio sem perspectiva ou<br />

objectivo de regresso, ponto final... O recente estudo da FFMS<br />

sobre “Os jovens em Portugal, hoje” revela que quase um terço<br />

da população entre os 15 e os 34 anos diz que quer emigrar<br />

e muitos mais ainda parecem estar disponíveis para o fazer.<br />

Acho que nos devemos perguntar porquê. Como este não é<br />

um artigo científico, vou ser mais especulativa do que me é<br />

habitual. Mas começo por reconhecer todos os argumentos<br />

do costume: a economia cheia de PME que não recrutam em<br />

grande quantidade “jovens qualificados de elevado potencial”,<br />

a repetida “falta de ambição dos portugueses em Portugal”, os<br />

baixos salários por comparação com outros países, a fiscalidade<br />

sobre os rendimentos do trabalho que assusta os jovens (e, talvez<br />

mais ainda, os seus progenitores). Lá está, o costume. O fado.<br />

Faz sentido, portanto, encontrarmos mais argumentos que<br />

nos ajudem a ver todos os lados da realidade. Eu, pelo menos,<br />

tento encontrar argumentos para convencer alguns a ficarem...<br />

Existem dados que nos vão indicando quais as empresas que<br />

mais exportam, são mais produtivas e pagam maiores salários.<br />

Um estudo liderado pelo meu colega Luís Catão indica que as<br />

empresas para quem as exportações têm peso acima de 10%<br />

da facturação tendem a ser maiores (mais de cinco vezes), são<br />

significativamente mais produtivas e pagam remunerações-<br />

-hora quase 50% acima das outras. Ganhar dimensão parece<br />

ser um factor determinante para afirmação de negócios mais<br />

inovadores e competitivos à escala mundial. Algumas existem<br />

– convém dizê-lo aos nossos filhos.<br />

8 DEZEMBRO 2021


Também, nesta última década, o surgimento de umas tantas<br />

ideias em Portugal que se tornaram unicórnios é evidência<br />

de que é possível ser empreendedor e trabalhar em negócios<br />

inovadores. Convém dizê-lo aos nossos filhos. Se, depois,<br />

crescer e financiar estas empresas noutra escala implicou<br />

saída para outros mercados, é um assunto em que temos de<br />

pensar a seguir. E com boas cabeças para nos ajudarem –<br />

como as dos nossos filhos. Sem estas pessoas, qualificadas<br />

num sistema de ensino com bons padrões internacionais, vai<br />

ser mais difícil melhorarmos.<br />

No contexto europeu, quando olhamos para os dados do<br />

DESI (The Digital Economy Society Index – Link: https://<br />

digital-strategy.ec.europa.eu/en/policies/desi) em 2021 vemos<br />

que Portugal está a par da média da União Europeia, talvez<br />

surpreendentemente com um bom índice de digitalização dos<br />

serviços públicos e com espaço para melhorar, especialmente<br />

no que diz respeito a integração de tecnologia digital e a<br />

capital humano. Os números estão longe de ser desastrosos<br />

em termos comparativos – e comparamo-nos com a União<br />

Europeia, o espaço económico onde melhor se vive no mundo,<br />

o que não deixa de ser ambicioso (mesmo que estejamos<br />

sempre com medo que acabe, há que contrariar isso). Temos<br />

de continuar a tentar.<br />

Pensando mais globalmente, quando analisamos o Global<br />

Innovation Index de 2021 (https://www.wipo.int/edocs/<br />

pubdocs/en/wipo_pub_gii_2021.pdf) que cobre cerca de<br />

130 economias, encontramos Portugal classificado na posição<br />

31. Um grande 31! Claro que gostaríamos que fosse na<br />

primeira posição. Mas, por outro lado, há que salientar aos<br />

nossos filhos que estamos na invejável categoria de país de<br />

Rendimento Alto e que o nosso Produto per capita (PPP) de<br />

cerca de 33 mil dólares é modesto no contexto europeu, mas<br />

quase o dobro do da China. Observando a decomposição do<br />

índice, verificamos que Portugal fica melhor classificado nas<br />

vertentes Instituições, Capital Humano e Investigação (em<br />

particular, Educação), Conhecimento, Outputs com Criatividade<br />

e Infra-estruturas. Curiosamente, onde os nossos<br />

números ficam aquém é nas áreas de Sofisticação dos Negócios<br />

(“Business”) e dos Mercados, salientando em particular<br />

a baixa percentagem de capitalização bolsista face ao PIB.<br />

Há espaço para melhorar e duvido que o consigamos sem<br />

ser com gente mais nova que seja mais protagonista e menos<br />

espectadora – os nossos filhos?<br />

Caríssimos leitores, o que vou escrever agora pode doer<br />

um bocadinho. Para vos ser sincera, acho que a forma (e mea<br />

culpa faço) de nos expressarmos acerca das nossas vidas, do<br />

nosso trabalho e do nosso país, faz com que os nossos filhos<br />

não queiram ser como nós e não queiram viver perto de nós. A<br />

nossa geração tem muitos pais “chatos” e pessimistas, talvez.<br />

Como dizia o outro, em tom de libertação, “deslarga-me!” (ou<br />

“deslargue-me!”, consoante o estilo).<br />

Portanto, a abordagem que proponho é outra, mais equilibrada<br />

– sem mentiras, mas também com verdades boas. Eles<br />

conhecem os defeitos todos do país, de tanto os apregoarmos.<br />

Eles já sabem que o clima é bom, que a segurança tem sido<br />

um ponto forte e sabem que a vacinação tem batido recordes.<br />

Mas precisam de saber mais coisas. Dei pequenos exemplos<br />

lá em cima. E se os nossos filhos têm excelente educação,<br />

são a geração mais qualificada e tudo isso, que isso não seja<br />

razão para os tratarmos como se fossem crianças eternas, “os<br />

miúdos” adultos. Creio que teria detestado ter sido tratada<br />

assim pelos meus pais, infantilizada em idade adulta. Tal<br />

como nós próprios, os nossos filhos têm de estar preparados<br />

para arregaçarem as mangas e se lançarem à vida com uma<br />

boa atitude – com os seus sonhos, claro, mas com o espírito<br />

de sacrifício que trabalhar (e viver) implica. Nota: não me<br />

refiro a voluntariados e afins, neste caso, refiro-me mesmo<br />

a trabalho, a business.<br />

Para que isso não possa acontecer apenas longe de Portugal,<br />

sem nós estarmos a vê-los, temos de mudar mais do que as<br />

reformas estruturais. Temos de saber sair do caminho quando<br />

chegamos a uma certa idade, abrir espaço e oportunidades. Os<br />

nossos filhos são capazes. Temos de saber pagar mais a quem<br />

vai ser mais produtivo. E, claro, temos de ser exigentes com eles.<br />

Por isso, meus caros, por onde vão os nossos filhos? Eles<br />

vão por onde quiserem, por onde, livremente, quiserem. E<br />

desejo que sejam muito felizes e realizados. Mas espero que<br />

não vão para longe só para não nos ouvirem ou por acharem<br />

que não os ouvimos a eles de igual para igual...<br />

E, como é Natal, se estiverem com os vossos filhos, abracem-<br />

-nos bem e que isso não signifique só saudade.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 9


FACTOS &<br />

NÚMEROS<br />

138<br />

MILHÕES<br />

O passivo exigível dos municípios<br />

baixou globalmente 138 milhões de<br />

euros em 2020, ano em que, apesar<br />

da pandemia de COVID-19, 218<br />

reduziram as suas dívidas em pagamento,<br />

segundo o Anuário Financeiro dos<br />

Municípios Portugueses.<br />

4477<br />

MILHÕES DE EUROS<br />

As exportações portuguesas de têxteis<br />

e vestuário acumulam até Outubro um<br />

crescimento de 15,2% face ao mesmo<br />

período de 2020 e de 1,5% face a 2019,<br />

somando 4477 milhões de euros,<br />

informou a associação sectorial.<br />

8,5<br />

MILHÕES<br />

A empresa portuguesa de comunicações<br />

de defesa revelou que ganhou um<br />

contrato do Exército Português no<br />

valor de 8,5 milhões de euros para<br />

fornecimento de um sistema de última<br />

geração destinado às forças de infantaria.<br />

62%<br />

Um estudo recente da European<br />

Consumer Payment Report 2021<br />

revelou que 62% dos portugueses está<br />

pior financeiramente do que antes da<br />

pandemia, um valor superior à média<br />

europeia que se situa nos 52%.<br />

VAI P<strong>ED</strong>IR UM<br />

AUMENTO? EVITE<br />

ESTAS CINCO FRASES<br />

Pedir um aumento de ordenado<br />

pode tornar-se um desafio...<br />

Como em qualquer desafio,<br />

devem ser estudadas as<br />

melhores estratégias para<br />

abordar a situação.<br />

Fotini Iconomopoulos,<br />

especialista em negociações<br />

salariais, elencou à CNBC Make It cinco<br />

frases que deve evitar dizer quando pedir<br />

um aumento.<br />

1 “Eu quero mais dinheiro”<br />

O que deve dizer? Um valor concreto<br />

Quem vai negociar não pode não ir<br />

preparado. Pesquise o que as pessoas da<br />

sua equipa ou noutra empresa ganham<br />

com as mesmas funções e apresente um<br />

número sustentado.<br />

2 “Acho que mereço isso porque...”<br />

Deve só dizer: “Eu mereço isso porque...”<br />

Ao negociar, você não pode “achar”, tem<br />

que ter a certeza do valor que acrescenta<br />

à empresa.<br />

Quantifique sempre que possível quanto<br />

vale na mesa de negociações, com resultados<br />

de aumentos de receita ou projectos<br />

bem sucedidos.<br />

3 “Eu estava à espera de...”<br />

Diga antes: “Com base como a minha experiência<br />

é avaliada, eu esperaria...”<br />

Ao dizer que “espera”, está automaticamente<br />

a demonstrar que a sua expectativa pode<br />

não se concretizada, ou seja, o valor que<br />

pretende aumentar no salário. Enquadre<br />

e sustente os valores que pretende apresentar<br />

e proponha um número razoável.<br />

4 “Vou ter que ir para a concorrência...”<br />

Neste caso, deve apenas dizer: “Recebi<br />

outras ofertas, mas estou mais interessado<br />

em tornar esta posição sustentável”<br />

Apresentar uma ameaça é perigoso pois<br />

corre o risco de, em vez do aumento, ser<br />

convidado a sair. Pode falar sobre propostas<br />

da concorrência, podem servir como<br />

alavanca, mas com outro contexto. Fale<br />

que recebeu propostas e contactos e que<br />

valorizaram o seu trabalho, mas que está<br />

mais interessado em manter a sua posição.<br />

5 “Obrigado mesmo assim...”<br />

Ao invés disso diga: “Quando podemos<br />

retomar esta conversa?”<br />

Provavelmente a negociação não ficará<br />

encerrada na ocasião, pelo que devemos<br />

manter a porta do diálogo sempre aberta.<br />

Procure um marco temporal para voltar<br />

a negociar e use a confiança a seu favor.<br />

10 DEZEMBRO 2021


“JOGO DE GUERRA”: 10 PAÍSES SIMULAM CIBERATAQUE<br />

Foram 10 os países que, liderados por Israel, fizeram uma simulação de<br />

um ataque cibernético ao sistema financeiro global, com o objectivo de<br />

aumentar a cooperação que poderia ajudar a minimizar qualquer dano<br />

potencial aos mercados financeiros e bancos. A “Força Colectiva” era<br />

composta por Israel, EUA, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Áustria,<br />

Suíça, Alemanha, Itália, Holanda e Tailândia, e representantes do FMI, Banco<br />

Mundial e Banco de Compensações Internacionais, explicou a Reuters.<br />

(( O QUE SE DIZ ))<br />

SPIN OFF DE “SEXO<br />

E A CIDADE” FAZ<br />

PELOTON PERDER<br />

1,7 MIL MILHÕES DE<br />

EUROS EM BOLSA<br />

A Peloton, empresa americana de equipamentos para exercício físico e<br />

cotada em Wall Street, sofreu um forte revés ao ver as acções caírem a<br />

pique depois de um dos seus produtos aparecer na estreia de “And Just<br />

Like That”, o spin off de “Sexo e a Cidade”. O aparecimento de uma das<br />

suas bicicletas estáticas na série fez com que a empresa caísse 11,35% em<br />

bolsa, perdendo cerca de 1,7 mil milhões de euros. E porquê? Porque no<br />

final do primeiro episódio, um dos protagonistas morre após andar numa<br />

das bicicletas da Peloton. Após a estreia, muitos investidores apontaram<br />

críticas à empresa e o desconforto levou à venda das acções que detinham.<br />

A empresa defendeu-se ao dizer que trabalhava em conjunto com a<br />

plataforma de streaming e que forneceu a bicicleta para as gravações.<br />

ELON MUSK ELEITO<br />

PERSONALIDADE<br />

DO ANO PELA<br />

REVISTA TIME<br />

O EMPRESÁRIO SUL-AFRICANO CEO DA<br />

TESLA E FUNDADOR DA SPACEX, DE 50 ANOS,<br />

FOI RECONHECIDO PELA REVISTA NORTE-<br />

AMERICANA PELOS SEUS INVESTIMENTOS EM<br />

VIAGENS ESPACIAIS E NOVAS TECNOLOGIAS<br />

«A “Personalidade do Ano” reconhece a<br />

influência, e poucas pessoas foram mais<br />

influentes que Elon Musk na vida na<br />

Terra, e potencialmente fora dela<br />

também», afirmou o editor-chefe da<br />

publicação, Edward Felsenthal. Em<br />

2021, Elon Musk superou Jeff Bezos,<br />

líder da Amazon, e tornou-se a pessoa<br />

mais rica do mundo graças a uma subida<br />

das acções da empresa em bolsa. No perfil<br />

da revista Time sobre Elon Musk pode ler-se:<br />

«Este é o homem que aspira salvar o nosso<br />

planeta e dar-nos um outro para habitarmos:<br />

palhaço, génio, rei da provocação, visionário,<br />

industrial, exibicionista, malandro; um híbrido<br />

louco de Thomas Edison, P.T. Barnum, Andrew<br />

Carnegie e o doutor Guardião de Manhattan,<br />

o inquietante homem-deus de pele azul que<br />

inventa carros eléctricos e se muda para Marte.»<br />

HENRIQUE GOUVEIA E MELO<br />

Vice-almirante, afirmou que a vacinação contra a<br />

COVID-19 é um meio de protecção comunitária e<br />

não individual, vincando que este critério deve também<br />

nortear as decisões sobre a inoculação de crianças.<br />

«O vírus vinga-se de nós. Faz efeito bumerangue.<br />

Vai aproveitar regiões não vacinadas para se replicar<br />

em formas diferentes para nos voltar a atacar.»<br />

LULA DA SILVA<br />

Ex-presidente do Brasil, antecipou, durante a sua<br />

visita à Argentina, que, caso volte à presidência<br />

do Brasil, pretende unir a América do Sul com<br />

a União Europeia para enfrentar a guerra fria<br />

entre os EUA e a China.<br />

«Vamos trabalhar a ideia de criar<br />

um bloco económico, político e<br />

cultural para que possamos, juntos com a União<br />

Europeia, enfrentarmos a guerra fria que os<br />

EUA estão a tentar estabelecer com a China.»<br />

JOÃO COTRIM<br />

DE FIGUEIR<strong>ED</strong>O<br />

Presidente recandidato da<br />

IL, avisou que não viabilizará<br />

um bloco central depois das<br />

eleições legislativas, convicto<br />

que o partido será um dia poder<br />

em Portugal, um objectivo sem<br />

pressas e não a qualquer custo.<br />

P<strong>ED</strong>RO SIZA VIEIRA<br />

Ministro da Economia e da Transição Digital,<br />

no dia em que foi divulgado o relatório da OCDE,<br />

destaca as projecções económicas para Portugal.<br />

«Portugal é o país da OCDE que mais vai crescer<br />

nos próximos anos.»<br />

«Não viabilizaremos<br />

uma solução de tipo<br />

bloco central.»<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 11


PLANO<br />

POR :<br />

Manuel Falcão<br />

WWW.SFM<strong>ED</strong>IA.ORG<br />

A MINHA EMPRESA ESTARÁ<br />

A FAZER BEM PUBLICIDADE?<br />

NUMA CONVERSA RECENTE COM<br />

UM AMIGO SURGIU UM TEMA INTE-<br />

RESSANTE: com a profusão de meios<br />

e formatos que existem hoje para fazer<br />

publicidade, sobretudo no digital, como<br />

podemos avaliar a eficácia relativa de cada<br />

um deles? E, em relação a formas cada<br />

vez mais utilizadas, como os conteúdos<br />

patrocinados, como podemos saber o<br />

resultado que efectivamente obtiveram?<br />

Um dos pioneiros dos grandes armazéns<br />

de vendas no século XIX, o norte-<br />

-americano John Wanamaker, já tinha<br />

essa dúvida, bem resumida nesta frase<br />

que lhe é atribuída: «Metade do que gasto<br />

em publicidade é desperdício; o problema<br />

é que não sei qual das metades é inútil.»<br />

Antes do digital explodir, como aconteceu<br />

nos últimos anos, existia um<br />

padrão de análise, discutível mas aceite<br />

por anunciantes e pela mídia, que era o<br />

GRP – Gross Rating Point, um parâmetro<br />

de medição das audiências que podia<br />

ser aplicado a vários meios. No digital,<br />

apesar dos muitos esforços já feitos, não<br />

há nada de equivalente e os indicadores<br />

são diversos, não têm critério uniforme<br />

e podem ser interpretados de várias<br />

maneiras. Posso saber quantas pessoas<br />

viram determinada mensagem online,<br />

posso saber quantas clicaram no anúncio<br />

para ter mais informações, posso até<br />

saber quantas concretizaram uma compra<br />

e posso ter uma ideia aproximada<br />

da localização e perfil da pessoa que<br />

foi impactada – pelo menos enquanto<br />

os bloqueios de recolha de informação<br />

e defesa de privacidade ainda não estão<br />

mais instalados. O universo de informação<br />

recolhido através dos cookies é o<br />

combustível que alimenta a publicidade<br />

digital – a big data que depois é usada para<br />

customizar a publicidade, adaptando-<br />

-a aos perfil sócio-demográfico dos<br />

utilizadores e aos seus hábitos de consumo.<br />

Mas para que tudo isto funcione<br />

é preciso que do lado do cliente e dos<br />

mídia exista know-how suficiente para<br />

analisar dados e resultados. Num artigo<br />

recente da revista dinamarquesa Scenario<br />

escrevia-se que o mundo está a sofrer de<br />

má interpretação e de incompreensão<br />

de todos os dados disponíveis, além de<br />

que existe uma ileteracia estatística generalizada.<br />

Não basta ter muitos dados,<br />

é preciso saber interpretá-los de forma<br />

correcta – o que implica conhecer o que<br />

queremos fazer com eles.<br />

Basta pensar que os objectivos de<br />

cobertura de audiência de uma marca<br />

de luxo e de um produto de grande<br />

consumo não são os mesmos; ou que os<br />

interessados na compra de um automóvel<br />

tecnologicamente avançado não coincidem<br />

com os que pretendem um sofá. As<br />

marcas têm tendência a querer atingir<br />

o maior número possível de pessoas, na<br />

expectativa que possam ganhar mais<br />

clientes. Mas continuam a conhecer<br />

pouco sobre esses clientes. Peter Fader,<br />

um professor de marketing na universidade<br />

norte-americana de Wharton,<br />

desenvolveu um sistema de análise a que<br />

deu o nome de Customer Lifetime Value<br />

(CLV) que segundo ele é mais relevante<br />

que fazer marketing massificado. A sua<br />

conclusão é que só uma pequena parte<br />

dos clientes e potenciais de uma marca é<br />

responsável pela maior parte das vendas<br />

e dos lucros que elas geram. Por isso,<br />

defende que os esforços do marketing<br />

se devem centrar na identificação e<br />

contacto com essas pessoas. Peter Fader<br />

explica a potencialidade do CLV: «Se<br />

conseguirmos projectar quantos clientes<br />

vamos conseguir conquistar, durante<br />

quanto tempo vão continuar connosco,<br />

quantas compras vão efectuar e o valor<br />

das compras que nos fizerem, poderemos<br />

obter melhores resultados do que com<br />

o método habitual de fazer estimativas.<br />

Não só podemos determinar quanto<br />

é que a nossa empresa vale como um<br />

todo, como podemos dar aos executivos<br />

de marketing e operações orientações<br />

concretas sobre o que podem fazer para<br />

melhorar o seu trabalho.» Há uns anos,<br />

Peter Fader criou a Zodiac, uma empresa<br />

dedicada à consultoria em CLV e em<br />

análise de dados. Poucos anos depois,<br />

a companhia foi comprada pela Nike,<br />

que era um dos seus grandes clientes<br />

e que tinha um ambicioso programa<br />

digital. Deixou a Nike de patrocinar<br />

eventos desportivos, equipas ou fazer<br />

publicidade de televisão? A resposta é<br />

não. Mas melhorou o seu conhecimento<br />

dos clientes e conseguiu estabelecer com<br />

eles uma relação directa de compra,<br />

ultrapassando os retalhistas tradicionais.<br />

Aqui está um caso bem curioso.<br />

Hoje, a publicidade continua a servir<br />

para impulsionar vendas, mas pode ser<br />

uma ferramenta para conhecer melhor<br />

os clientes e para construir circuitos de<br />

venda próprios. Boas Festas!<br />

12 DEZEMBRO 2021


«EU SOU O QUE ME CERCA.<br />

SE NÃO PRESERVAR O QUE ME CERCA, NÃO ME PRESERVO.»<br />

Jose Ortega y Gasset<br />

PLANO<br />

ANDRES ORTOLÁ<br />

A Microsoft anunciou-o como novo director-geral da Microsoft<br />

Portugal. O gestor substitui Paula Panarra a partir do próximo<br />

dia 1 de Janeiro de 2022, com a responsável a assumir<br />

agora a posição de directora-global de Vendas de Business<br />

Applications no segmento de Retalho e Bens de Consumo. No<br />

novo cargo vai liderar a Microsoft em Portugal, numa altura em<br />

que a organização tem já mais de 1400 profissionais no país.<br />

JUAN ALONSO<br />

DE LOMAS<br />

ANAIS RAYNAUD<br />

O BNP Paribas Personal Finance tem<br />

nova CEO em Portugal. Anais Raynaud<br />

integrou o Grupo BNP Paribas em<br />

2006 no BNP Paribas Personal Finance<br />

México. Durante 10 anos, adquiriu<br />

neste país uma vasta e diversificada<br />

experiência: liderou as equipas de<br />

Risk Management, foi responsável de<br />

Controlo de Gestão e Chief Operating<br />

Officer. Em 2016 chegou a Portugal para<br />

integrar a Comissão Executiva e assumir<br />

a responsabilidade das operações<br />

no cargo de Chief Operating Officer,<br />

com mais de 300 colaboradores sob a<br />

sua liderança. No decurso de 2021, foi<br />

nomeada CEO Deputy e agora assume<br />

o cargo de Chief Executive Officer.<br />

Vai ser o novo CEO do novo<br />

cluster L’Oréal Portugal<br />

e L’Oréal Espanha<br />

Sucede a Cátia Martins na liderança da<br />

L’Oréal Portugal que, após três anos,<br />

assumiu o cargo de general manager da<br />

Divisão de Produtos Profissionais para<br />

toda a Europa. A partir de 1 de Janeiro<br />

de 2022, a L’Oréal Portugal e a L’Oréal<br />

Espanha irão criar um cluster «ambicioso, ágil e eficiente para melhor servir ambos<br />

os países». De acordo com o futuro CEO: «Esta nova abordagem permitirá à L’Oréal<br />

melhorar a eficiência e agilidade no ambiente altamente competitivo em que opera.<br />

Juntos seremos mais fortes para antecipar e liderar as mudanças no mercado<br />

de ambos os países para reforçarmos a nossa quota de mercado. Promoveremos<br />

também para os nossos colaboradores uma experiência intercultural mais rica,<br />

percursos de carreira mais apelativos e oportunidades de desenvolvimento para<br />

as equipas, bem como maiores responsabilidades em muitas das funções».<br />

ANA RITA BESSA<br />

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO GRUPO LEYA informou que Ana Rita Bessa foi eleita<br />

Administradora da LeYa SA (Portugal) e que assumirá as funções de CEO. Isaías Gomes Teixeira,<br />

que até agora detinha essa função, bem como Tiago Morais Sarmento e Pedro Marques Guedes,<br />

até agora, respectivamente, COO e CFO da LeYa SA, passam a administradores não-executivos<br />

da empresa, mantendo-se Isaías Gomes Teixeira como presidente do Conselho de Administração.<br />

Além da operação em Portugal, o Grupo LeYa tem também operações em países africanos de<br />

expressão portuguesa e uma operação no Brasil, de ensino universitário à distância, na qual é<br />

líder no segmento de pós-graduação.<br />

14 DEZEMBRO 2021


«NÃO EXISTEM LIVROS MORAIS OU IMORAIS.<br />

OS LIVROS SÃO BEM OU MAL ESCRITOS.»<br />

Oscar Wilde<br />

PLANO<br />

FUTURO<br />

A CRISE DE 2008 INFLAMOU<br />

A DISCUSSÃO EM TORNO<br />

DO DESEMPREGO, DA<br />

DESIGUALDADE, DA ASSISTÊNCIA<br />

NA DOENÇA, DOS CUSTOS DA<br />

<strong>ED</strong>UCAÇÃO E DA REFORMA<br />

Seguindo-se a várias décadas de salários<br />

baixos, a grande recessão minou a<br />

esperança num futuro melhor não só na<br />

América, mas em muitas das economias e<br />

sociedades ocidentais mais desenvolvidas.<br />

E hoje ainda vivemos no seu rescaldo.<br />

Joseph Stiglitz, Prémio Nobel e famoso<br />

dissidente da programática neoliberal,<br />

propõe um conjunto de medidas para<br />

inverter a situação, apresentando-nos o<br />

que lhe parece essencial para reescrever<br />

as regras da economia, de modo que<br />

esta funcione melhor – não apenas<br />

para os mais ricos, mas para todos.<br />

A ECONOMIA MAIS FORTE DO MUNDO<br />

Autor: Joseph E. Stiglitz<br />

AMEAÇAS<br />

DESDE TEMPOS IMEMORIAIS, UMA<br />

PODEROSA FORÇA NEGRA TEM<br />

IMP<strong>ED</strong>IDO O CRESCIMENTO DO BEM-<br />

ESTAR E DA FELICIDADE HUMANA<br />

É mais poderosa do que a Máfia ou a<br />

Milícia. Tem efeitos catastróficos globais<br />

e pode ser encontrada em qualquer<br />

lugar. Esta é a força imensamente<br />

poderosa da estupi<strong>dez</strong> humana. Carlo<br />

M. Cipolla, notável professor de<br />

história económica, criou um modelo<br />

de vital importância que nos permite<br />

detetar, conhecer e neutralizar esta<br />

ameaça: As Leis Fundamentais da<br />

Estupi<strong>dez</strong> Humana. Simultaneamente<br />

hilariante e mortalmente sério, este<br />

livro irá prepará-lo para realidades<br />

políticas desconcertantes, colegas<br />

irracionais ou a desgraça desenfreada<br />

de jantar com os sogros.<br />

AS LEIS FUNDAMENTAIS DA<br />

ESTUPIDEZ HUMANA<br />

Autor: Carlo M. Cipolla<br />

MUNDO<br />

POR QUE RAZÃO NUNS MOMENTOS<br />

A ECONOMIA CRESCE E<br />

NOUTROS ENTRA EM CRISE?<br />

Por que é que alguns países são<br />

ricos e outros são pobres?<br />

O que determina a inflação? Como se<br />

desenvolve uma economia e porque se<br />

afunda é um livro repleto de ilustrações<br />

e humor inteligente que explica o<br />

funcionamento da economia real.<br />

Conheça Able, Baker e Charlie, três<br />

indivíduos que viviam numa ilha que<br />

estava longe de ser um paraíso tropical,<br />

porque lá não havia poupança, crédito e<br />

investimento. Eles vão ajudá-lo a entender<br />

os conceitos económicos mais complexos<br />

de modo muito simples. Depois de ler<br />

este livro entenderá todas as questões,<br />

conceitos e cenários discutidos no<br />

mundo económico actual – para si a<br />

economia deixará de ter segredos.<br />

COMO SE DESENVOLVE UMA<br />

ECONOMIA E PORQUE SE AFUNDA<br />

Autores: Peter D. Schiff<br />

e Andrew J. Schiff<br />

16 DEZEMBRO 2021


Abastecer<br />

na bp<br />

compensa<br />

Vá mais longe enquanto poupa, graças à<br />

qualidade superior dos combustíveis bp Ultimate<br />

com tecnologia ACTIVE, que lhe dão até 56km<br />

extra por depósito. *<br />

E quando sair de casa, não se esqueça<br />

do seu cartão Poupa Mais e usufrua<br />

de um desconto até 20 cêntimos por litro.<br />

É por estas e outras razões<br />

que abastecer na bp compensa.<br />

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O melhor, todos os dias.<br />

*Válido para Gasóleo bp Ultimate com tecnologia ACTIVE. Testado em comparação com combustíveis em conformidade com as especificações<br />

definidas pela legislação em vigor. Os benefícios anunciados verificam-se em utilizações continuadas e podem variar de acordo com o estado<br />

do veículo, estilo de condução ou outros factores. Saiba mais em bp.pt.


ESTA STARTUP TRANSFORMA<br />

OS RESÍDUOS ALIMENTARES<br />

EM BIOPLÁSTICOS QUE SE<br />

DECOMPÕEM NO OCEANO<br />

A FULL CYCLE BIOPLASTICS PRODUZ PHA, UM COMPONENTE ESSENCIAL DE PLÁSTICOS<br />

QUE SE DECOMPÕEM TOTALMENTE NUMA CAIXA DE COMPOSTAGEM OU ATÉ NO<br />

OCEANO, SEM NECESSIDADE DE UMA INFRA-ESTRUTURA DE COMPOSTAGEM INDUSTRIAL<br />

NPOR :<br />

Adele Peters, Fast Company<br />

umas instalações de I&D<br />

em Silicon Valley, uma<br />

placa de néon na parede<br />

diz “transformação”. Não<br />

é uma metáfora: dentro<br />

de grandes tanques no<br />

interior da estrutura,<br />

resíduos alimentares<br />

estão a transformar-se em componentes<br />

essenciais de plástico compostável.<br />

«Estamos a usar um enorme problema<br />

– as emissões de carbono dos resíduos<br />

alimentares – para resolver outro, que<br />

é o problema global dos plásticos, e os<br />

plásticos de petróleo como um todo»,<br />

afirma Dane Anderson, co-fundador<br />

e co-CEO da Full Cycle Bioplastics, a<br />

empresa de San Jose, com sede na Califórnia,<br />

que gere as instalaçõ es.<br />

A empresa é uma das poucas a trabalhar<br />

o PHA, ou polihidroxialcanoato, um<br />

biopolímero constituído por bactérias.<br />

Como o material surge naturalmente,<br />

também pode decompor-se facilmente.<br />

«As bactérias que são capazes de o<br />

produzir também têm as enzimas para<br />

o decompor», explica Dane Anderson.<br />

Isto contrasta com o PLA, um plástico<br />

comum “compostável” que é quimicamente<br />

sintetizado e se decompõe<br />

apenas em instalações de compostagem<br />

industrial; não tem a capacidade de se<br />

decompor num compostor de quintal<br />

ou na natureza.<br />

18 DEZEMBRO 2021


Se o PHA acaba no oceano, pode<br />

decompor-se em certas condições – se<br />

estiver perto da superfície em água<br />

quente, pode biodegradar-se em tão<br />

pouco tempo como sete semanas. Se<br />

afundar até ao fundo, pode levar anos<br />

a decompor-se. Mas ao contrário do<br />

plástico normal, o PHA não faz nenhum<br />

mal. Não é tóxico, e se uma tartaruga ou<br />

outro animal o comer, as bactérias no<br />

estômago do animal irão consumi-la. «Na<br />

verdade, comi alguns dos nossos PHA»,<br />

confessa Dane Anderson. «É uma fonte<br />

de carbono, tal como qualquer hidrato<br />

de carbono.»<br />

Com o PHA, a Full Cycle consegue<br />

criar diferentes tipos de bioplásticos que<br />

podem ser usados para qualquer coisa,<br />

de embalagens a vestuário. A empresa<br />

decompõe os resíduos orgânicos em<br />

ácidos gordos voláteis que alimenta as<br />

bactérias naturais, usando um processo<br />

patenteado para criar o PHA, colhê-lo, e<br />

depois processá-lo em resinas que podem<br />

ser utilizadas para fazer polietileno, polipropileno<br />

e poliestireno, normalmente<br />

utilizados para fazer produtos como<br />

sacos de compras, tampas de garrafas<br />

e esferovite, respectivamente.<br />

As empresas tentam fazer PHA há anos,<br />

mas têm encontrado desafios técnicos<br />

pelo caminho, e, sem dúvida, o mercado<br />

também não estava preparado para isso<br />

no passado. Uma empresa chamada<br />

Metabolix construiu uma fábrica de<br />

PHA com a Archer Daniels Midland em<br />

2010, mas fechou dois anos mais tarde<br />

devido à falta de vendas. A situação é<br />

agora diferente porque os consumidores<br />

estão bem conscientes do problema dos<br />

resíduos plásticos, especialmente das<br />

embalagens. A maioria das embalagens<br />

de plástico é deitada fora em vez<br />

de reciclada, e uma parte significativa<br />

escapa à natureza; existem agora mais<br />

de 150 milhões de toneladas métricas<br />

de plástico no oceano. Grandes marcas,<br />

impulsionadas pela pressão dos consumidores,<br />

estão a assumir compromissos<br />

para eliminar progressivamente o plástico<br />

virgem nas embalagens.<br />

«Estamos nisto há nove anos, e tem<br />

sido uma mudança enorme ao longo desse<br />

tempo», afirma Dane Anderson. «Penso<br />

que as marcas estão absolutamente<br />

prontas, e a investir no que prometem,<br />

tentando criar oportunidades para<br />

melhores materiais.»<br />

O ciclo completo é único na medida em<br />

que cria PHA a partir do desperdício de<br />

alimentos. (Outra empresa que faz PHA,<br />

a Bainbridge, da Danimer Scientific,<br />

sediada na Geórgia, usa canola e soja em<br />

vez disso.) A Full Cycle também produz<br />

bioplástico de qualidade virgem a partir<br />

do seu próprio material, pelo que, como<br />

o nome sugere, pode realmente operar<br />

num sistema completamente circular;<br />

se a empresa receber de volta um monte<br />

das suas próprias embalagens PHA, por<br />

exemplo, pode voltar a colocar esse material<br />

no seu processo. Como os resíduos<br />

alimentares são uma matéria-prima de<br />

baixo custo, este plástico pode competir<br />

com os plásticos de base fóssil, revela a<br />

empresa. E como os resíduos alimentares<br />

num aterro sanitário emitem metano,<br />

um potente gás com efeito de estufa, o<br />

processo pode ajudar a eliminar essas<br />

emissões e a reduzir a pegada de carbono<br />

do produto final.<br />

A empresa planeia co-localizar a sua<br />

tecnologia em instalações de compostagem,<br />

criando um novo fluxo de receitas<br />

para as empresas de compostagem.<br />

Após anos de I&D, incluindo uma estada<br />

num laboratório de “bioprodutos”<br />

do Departamento de Agricultura dos<br />

EUA, a empresa prepara-se agora para<br />

construir as suas primeiras instalações<br />

à escala comercial, começando por uma<br />

sediada na Nova Zelândia.<br />

«Estamos a conseguir ganhar escala<br />

rapidamente, e a comercializar rapidamente,<br />

porque o plástico é um mercado<br />

tão grande», diz Dane Anderson. «Há<br />

tanta procura para isto que, para causar<br />

o impacto que pretendemos ter, temos<br />

de avançar depressa.»<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 19


XXI BARÓMETRO<br />

EXECUTIVE DIGEST<br />

APOIO:<br />

Olhar para o próximo ano<br />

com prudência<br />

DE ACORDO COM OS INQUIRIDOS, OS TEMPOS QUE SE AVIZINHAM EXIGEM<br />

UMA ATENÇÃO PERMANENTE A FACTORES RELACIONADOS COM A<br />

COMPETITIVIDADE NÃO SÓ DAS EMPRESAS, MAS TAMBÉM DO PAÍS<br />

20 DEZEMBRO 2021


Qual a projecção de crescimento para<br />

o volume de negócios da sua empresa<br />

neste exercício fiscal de 2021?<br />

<br />

Desde o primeiro confinamento<br />

geral, em Março de 2020, qual a<br />

percentagem de volume de negócios<br />

que estima já ter recuperado?<br />

2%<br />

7%<br />

7%<br />

5%<br />

11%<br />

34%<br />

50%<br />

A MAIORIA<br />

DOS GESTORES<br />

APOSTA EM CRIAR<br />

UMA ESTRATÉGIA<br />

DE INOVAÇÃO E<br />

DIGITALIZAÇÃO A<br />

LONGO PRAZO<br />

32%<br />

22%<br />

5%<br />

18%<br />

7%<br />

De +2,5% a 10%<br />

Cresce 10% ou mais<br />

Diminui mais de 10%<br />

De -10% a -2,5%<br />

Mantém (0%)<br />

Não sabe/não responde<br />

Até 20%<br />

Entre 20% a 40%<br />

Entre 40% a 60%<br />

Entre 60% a 80%<br />

Entre 80% a 100%<br />

Não existiu<br />

qualquer diminuição<br />

Não recuperei<br />

Não sabe/<br />

não responde<br />

JOÃO PAULO VELEZ<br />

40% dos empresários portugueses afirmam já ter níveis muito significativos na recuperação<br />

do seu volume de negócios desde o confinamento enquanto 32% declaram<br />

ainda não ter sentido qualquer aproximação aos antigos níveis. Já a projecção do<br />

crescimento do volume de negócios para 2021 merece mais consenso: quase todos<br />

admitem subidas – metade dos inquiridos apontam para valores entre os 2,5% e os<br />

10% e um terço indicam subidas iguais ou superiores a 10%. Com o aproximar do<br />

final do ano é já possível aos empresários indicarem as perspectivas de investimento<br />

verificadas em 2021: 33% falam em valores entre 2,5% e 10% e outros 29% em 10% ou<br />

mais. Nesta caracterização 28% revelam ter assumido a expansão como estratégia de<br />

negócio, 20% terem dado primazia à reestruturação e 18% à diversificação. Quanto ao<br />

futuro, uma enorme maioria (70%) diz estar a pensar criar uma estratégia de inovação<br />

e digitalização para tornar o negócio competitivo ao mesmo tempo que metade dos<br />

empresários pretender as suas práticas na formação e retenção de talento. Já no<br />

que respeita ao enquadramento político e económico, uma maior flexibilização da<br />

lei laboral é apontada como maior desafio do Portugal pós-pandemia pela maioria<br />

dos empresários (52%) enquanto a criação de incentivos fiscais para os empresários investirem nas suas empresas vem em<br />

segundo lugar (43%). A principal ameaça à economia nos próximos tempos é o aumento significativo da dívida pública (34%)<br />

seguida da evolução da pandemia (para 20%). Finalmente uma nota de alguma confiança dos empresários para 2022 quando<br />

39% acreditam num crescimento do PIB ainda inferior a 3% e 34% entre 3% e 4%, não muito distante das previsões oficiais.<br />

DIRECTOR DE COMUNICAÇÃO E MARKETING CORPORATIVO<br />

SANTANDER PORTUGAL<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 21


XXI BARÓMETRO<br />

EXECUTIVE DIGEST<br />

MANUEL LOPES DA COSTA<br />

Uma projecção de crescimento modesta, muito<br />

conservadora mesmo, mas com perspectivas de<br />

investimento bastantes ousadas e estratégias de<br />

negócio que passaram maioritariamente pela expansão,<br />

reestruturação e diversificação caracterizam<br />

as respostas a este barómetro. Não deixa de ser<br />

igualmente interessante verificar que as principais<br />

medidas que os empresários irão tomar são as que<br />

visam a criação de uma estratégia de inovação bem<br />

como a retenção de talento, aspectos claramente<br />

fundamentais de uma boa gestão. Relevante é o<br />

sentimento comum que é cada vez mais necessário a flexibilização da lei laboral<br />

em vigor, de forma a tornar o mercado de trabalho mais líquido, mais produtivo<br />

e mais meritocrático. Outra preocupação que sobressalta é o aumento significativo<br />

da dívida pública, que na realidade tem vindo a atingir valores que seriam<br />

absolutamente impensáveis há uns cinco anos. Talvez por isso ainda reina algum<br />

cepticismo quanto ao crescimento da economia para 2022. Temos de ter coragem,<br />

esperança e sobretudo a consciência de que este vírus veio para ficar e que em<br />

conjunto teremos que aprender a viver um novo normal com ele. Resiliência e<br />

determinação impõem-se nestes momentos de desafio. Força Portugal.<br />

COUNTRY MANAGING PARTNER<br />

BEARING POINT<br />

<br />

Qual a perspectiva de evolução do<br />

investimento da sua empresa em 2021?<br />

29%<br />

2%<br />

2%<br />

33%<br />

Mantém (0%)<br />

De 0% a 2,5%<br />

De +2,5% a 10%<br />

Cresce 10% ou mais<br />

Diminui mais de 10%<br />

De -10% a -2,5%<br />

Não sabe/não responde<br />

16%<br />

18%<br />

RUI LOPES FERREIRA<br />

Retoma e recuperação são duas das palavras que mais temos ouvido ao longo deste ano e serão<br />

também, talvez, os termos mais adequados para caracterizar o contexto em que se encontra a<br />

grande maioria das empresas e sectores de actividade. De forma cautelosa, os empresários estão<br />

esperançosos, mas conscientes de que este é um caminho longo que terá de ser percorrido até se<br />

atingir novamente os volumes de negócio pré-pandémicos, tal como revelam os inquiridos. Este não<br />

foi, portanto, um ano de normalidade tal como a conhecíamos, algo que já prevíamos no final de 2020<br />

e que manteve pressão na economia nacional, embora com algum optimismo associado a um verão<br />

de fronteiras abertas, turismo activo e diminuição de restrições como resultado de um processo<br />

de vacinação exaustivo. Este optimismo está patente na dinâmica de investimento empresarial já<br />

revelada em 2021. Mas o certo é que a ameaça pandémica persiste, assim como os seus impactos.<br />

Um deles, a incerteza quanto ao surgimento de novas variantes – e com elas novas restrições. Não<br />

obstante é curioso verificar que este barómetro identifica a evolução da dívida pública como a mais significativa ameaça à<br />

economia portuguesa, ou seja, o mundo empresarial vai fazendo o seu caminho para superar o contexto do último ano e meio,<br />

esperando que ao nível do Estado haja capacidade de manter a disciplina e o controlo necessários para não deitar tudo a perder.<br />

CEO<br />

SUPER BOCK GROUP<br />

22 DEZEMBRO 2021


Como classificaria a estratégia<br />

de negócio assumida na sua<br />

empresa em 2021?<br />

DANIEL TRAÇA<br />

16%<br />

9%<br />

18%<br />

9%<br />

Expansão<br />

Reestruturação<br />

Mudança estratégica<br />

Fusão ou aquisição<br />

Diversificação<br />

Internacionalização<br />

Manutenção<br />

Não sabe/não responde<br />

28%<br />

20%<br />

O barómetro de Dezembro capta uma situação paradoxal<br />

da economia portuguesa e dos seus actores<br />

empresariais. Por um lado, uma recuperação forte no<br />

ano corrente com crescimento de volumes de negócio<br />

superiores a 10% para um terço dos participantes e<br />

mais de metade não tendo sido afectado ou tendo<br />

recuperado mais do 80% relativamente ao período<br />

antes da pandemia. Por outro lado, algum pessimismo<br />

para 2022. Quase 90% dos participantes considera<br />

que a economia crescerá em 2022 abaixo dos 5%,<br />

em contraponto às mais recentes estimativas do<br />

Banco de Portugal de 5,6%, apontando como principais preocupações não só<br />

a evolução da pandemia e as perturbações nas cadeias de abastecimento e nos<br />

custos da energia, mas sobretudo ao aumento significativo da dívida pública.<br />

Num contexto de aumento da inflação e da possibilidade de alteração da política<br />

acomodatícia do BCE, a tensão parece assim aumentar. Para responder a<br />

estes desafios e repor a competitividade, as principais alavancas a nível micro<br />

continuam a ser a aposta na digitalização, a inovação e a atracção e retenção<br />

da talento, e a nível macro, a flexibilidade laboral e a fiscalidade. O diagnóstico<br />

sobre ao desafios da competitividade do país e as alavancas de solução parece<br />

claro. Passemos à acção.<br />

DEAN<br />

NOVA SBE<br />

ANTÓNIO LAGARTIXO<br />

Passados praticamente dois anos do início do contexto pandémico, e ainda num ambiente de<br />

incerteza sob o fantasma de novas vagas, riscos associados ao aparecimento de novas variantes<br />

e potenciais confinamentos, é com agrado que constato o tom positivo e confiante que pauta os<br />

resultados deste barómetro. Num ano em que o FMI prevê que a economia portuguesa registe<br />

um crescimento na ordem dos 4,4%, é positivo verificar que mais de um terço das empresas<br />

inquiridas espera registar um crescimento superior a 10% e que a esmagadora maioria (84%)<br />

assume que irá crescer, em 2021, pelo menos 2,5%. A par dos resultados esperados para este<br />

ano julgo que é fundamental olhar para o horizonte e compreender as estratégias e expectativas<br />

futuras. Como em muitos outros momentos conturbados da história, considero que também<br />

este se poderá assumir como um momento de reinvenção, onde sejam lançadas as bases para o<br />

fortalecimento e crescimento sustentado da economia e tecido empresarial português. Como<br />

sinal desta possibilidade destaco o facto de 80% das empresas assumir um crescimento no investimento em 2021, assumindo<br />

55% que a estratégia passou pela expansão, diversificação ou internacionalização dos seus negócios. Por último, gostaria<br />

ainda de evidenciar os caminhos identificados para o futuro dos negócios e da economia portuguesa. Foram destacadas de<br />

forma clara as dimensões inovação e digitalização e igualmente a aposta na gestão de talento e retenção. Num mundo cada<br />

vez mais global e concorrencial, acredito que estes são os dois pilares em que as empresas devem alicerçar a construção dos<br />

seus factores de diferenciação, assegurando a competitividade dentro e fora de portas.<br />

CEO E MANAGING PARTNER<br />

DELOITTE<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 23


XXI BARÓMETRO<br />

EXECUTIVE DIGEST<br />

NELSON PIRES<br />

Neste momento já todos os empresários<br />

e gestores prepararam<br />

os seus planos de negócio com<br />

cenários macro e microeconómicos<br />

que certamente são reflectidos no<br />

barómetro. Em consequência, as<br />

suas expectativas e decisões de<br />

gestão. Uma primeira conclusão,<br />

que aparentemente é positiva,<br />

reflecte maioritariamente uma<br />

expectativa de crescimento em<br />

2021 vs 2020 (de 2,5% a 10%).<br />

Mas é um crescimento muito moderado<br />

e certamente abaixo dos<br />

valores de 2019, quando não havia<br />

COVID-19 nem pandemia. Ou<br />

seja não iremos conseguir ainda<br />

recuperar em 2022 tudo o que<br />

perdemos nestes dois anos. Mas<br />

pior ainda é que há cerca de um<br />

terço dos participantes (32%) que<br />

refere que não recuperou nada<br />

neste ano. Aliás confirmado pela<br />

opinião de todos, que o PIB não<br />

crescerá mais de 6% em 2022. Outro ponto importante e quase transversal é a<br />

aposta na digitalização, embora julgo que a maioria de nós ainda não sabe como<br />

criar um modelo de negócio assente nesta estratégia e daí retirar resultados<br />

positivos que “reconstruam” as empresas. Detecto também neste barómetro<br />

um grande paradoxo: o que os participantes pretendem maioritariamente é a<br />

flexibilização da lei laboral, num momento em que os decisores políticos parecem<br />

autistas, pois pretendem tornar ainda mais rígidas e esclerosadas as leis laborais.<br />

Em suma, devemos olhar para o próximo ano com prudência e como um ano de<br />

risco, com instabilidade política, risco de uma nova vaga da pandemia, aumento<br />

da dívida pública, aumento da inflação, risco de aumento da taxa de juros, altos<br />

custos energéticos, leis laborais mais rígidas, fiscalidade elevada, necessidade de<br />

elevado investimento na tecnologia digital, dificuldade de retenção do talento,<br />

um aumento ilusório do poder de compra com o um aumento do salário mínimo,<br />

crédito mal parado com o final das moratórias e provavelmente um aumento do<br />

desemprego com o fim do lay-off. Portanto julgo que as expectativas reflectem<br />

bem que o próximo ano serão um “Question Mark”!<br />

GENERAL MANAGER<br />

JABA RECORDATI<br />

<br />

Durante a 21.ª Conferência Executive<br />

Digest, com o tema “Desafios e<br />

Oportunidades – na Economia pós-<br />

-COVID”, traçaram-se possíveis<br />

caminhos para o futuro dos negócios<br />

e da economia em Portugal. O que<br />

está a pensar fazer para tornar o<br />

seu negócio mais competitivo?<br />

2%<br />

7%<br />

9%<br />

14%<br />

20%<br />

50%<br />

Criar uma certificação de qualidade para<br />

destacar a Liderança e promover as boas<br />

práticas na organização<br />

Estimular a formação dentro e fora<br />

da empresa com ligação à Academia<br />

Reforçar da literacia tecnológica<br />

Criar uma estratégia de inovação<br />

e digitalização a longo prazo sem<br />

comprometer as metas actuais<br />

Melhorar as práticas na formação<br />

e retenção de talento<br />

Definir uma agenda para um crescimento<br />

resiliente face às alterações climáticas<br />

Não sabe/não responde<br />

70%<br />

ESTE<br />

BARÓMETRO<br />

IDENTIFICA A<br />

EVOLUÇÃO DA<br />

DÍVIDA PÚBLICA<br />

COMO A MAIS<br />

SIGNIFICATIVA<br />

AMEAÇA À<br />

ECONOMIA<br />

PORTUGUESA<br />

24 DEZEMBRO 2021


E quais os principais desafios de<br />

Portugal no período pós-pandemia?<br />

5%<br />

7%<br />

11%<br />

16%<br />

22%<br />

20%<br />

18%<br />

43%<br />

52%<br />

Criação de incentivos fiscais para<br />

empresários que invistam nas suas empresas<br />

Para progredir enquanto nação é preciso<br />

encontrar a solução para os baixos salários<br />

Promover uma maior estabilidade fiscal<br />

Maior flexibilidade na lei laboral<br />

Fazer um trabalho de fundo para<br />

vender Portugal enquanto destino<br />

ideal para trabalhar<br />

Criação de um observatório para analisar<br />

as necessidades do mercado de trabalho<br />

nos próximos 10 anos<br />

Aumentar a percentagem de portugueses<br />

com literacia digital<br />

A Sustentabilidade económico-financeira<br />

dos principais serviços públicos<br />

Lidar melhor e mais rápido com os desafios<br />

de imigração, alterações climáticas<br />

e envelhecimento da população<br />

Não sabe/não responde<br />

VASCO ANTUNES PEREIRA<br />

Expansão, reestruturação, inovação e digitalização,<br />

de um lado do barómetro. Incentivos<br />

fiscais, leis laborais e dívida pública, do outro.<br />

Por diferentes motivos, estes são os temas<br />

que estão na primeira linha da estratégia e das<br />

preocupações dos gestores que integram o<br />

painel do XXI Barómetro. Quando questionados<br />

sobre os possíveis caminhos para aumentar a<br />

competitividade do negócio, a esmagadora<br />

maioria dos gestores aposta em criar uma<br />

estratégia de inovação e digitalização a longo<br />

prazo sem comprometer as metas actuais e em<br />

melhorar as práticas na formação e retenção<br />

de talento. É o reconhecimento da tecnologia e dos recursos humanos como<br />

drivers do sucesso das organizações na actual conjuntura. A iniciativa privada<br />

não é, no entanto, alheia ao enquadramento económico, social e político. Não é<br />

por isso de estranhar que a criação de incentivos fiscais para empresários que<br />

invistam nas suas empresas, a maior flexibilidade na lei laboral e a estabilidade<br />

fiscal sejam os principais desafios no período pós-pandemia. Para os inquiridos,<br />

a evolução da pandemia é uma das principais ameaças à economia portuguesa.<br />

Além disso, persistem riscos económicos que podem potenciar ainda mais algumas<br />

das debilidades estruturais do País, nomeadamente o aumento significativo<br />

da dívida pública, as perturbações nas cadeias de abastecimento e a subida dos<br />

custos da energia. O painel reconhece, assim, que os tempos que se avizinham<br />

exigem uma atenção permanente a factores relacionados com a competitividade<br />

não só das empresas, mas também do País num cenário geoestratégico cada<br />

vez mais complexo a nível global.<br />

CEO<br />

GRUPO LUSÍADAS SAÚDE<br />

LUÍS PAIS ANTUNES<br />

Num contexto que permanece incerto (a evolução da pandemia continua a ser uma incógnita; o país está<br />

sem orçamento e à beira de eleições antecipadas, num quadro em que a inflação começa a dar sinais de<br />

querer regressar e a pressão dos custos da energia e o risco de ruptura das cadeias de abastecimento<br />

são um factor de preocupação crescente), a maioria dos inquiridos parece manter um relativo optimismo<br />

sobre o futuro próximo. Esse “optimismo relativo” está, contudo, mais virado para dentro (empresas) do<br />

que para fora (país). O grau de confiança nas empresas e organizações que dirigem não encontra paralelo<br />

naquilo que vêem para o país: as expectativas de crescimento da economia são limitadas (quase 90% não<br />

antecipa uma evolução em linha com o projectado pelo governo e instituições internacionais e 40% estima<br />

que o crescimento será inferior a 3%) e o aumento significativo da dívida pública aparece “à cabeça” das<br />

principais ameaças à economia portuguesa nos próximos tempos (mais de um terço elege essa como a maior preocupação, acima<br />

da evolução da pandemia, da perturbação nas cadeias de abastecimento ou do aumento dos custos da energia). As medidas nos<br />

domínios da fiscalidade (incentivos e estabilidade) e da legislação laboral (flexibilidade) permanecem identificadas como os principais<br />

passos a dar para estimular a economia e inverter a sucessiva degradação da competitividade de Portugal face aos parceiros da EU.<br />

MANAGING PARTNER<br />

PLMJ<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 25


XXI BARÓMETRO<br />

EXECUTIVE DIGEST<br />

<br />

Os últimos dois anos de pandemia abriram novas oportunidades<br />

de crescimento e desenvolvimento. No entanto, o Governo admite<br />

que persistem riscos económicos, que partilhamos com outros países.<br />

Nesse sentido, qual poderá ser a principal ameaça à economia<br />

portuguesa nos próximos tempos.<br />

<br />

À luz das previsões já apontadas para<br />

Portugal, que cenário considera mais<br />

provável ao nível do crescimento<br />

do PIB em 2022?<br />

16%<br />

11%<br />

39%<br />

18%<br />

20%<br />

34%<br />

3%<br />

18%<br />

7%<br />

A evolução da pandemia de COVID-19<br />

A crise nos transportes de mercadorias<br />

Inferior a 3%<br />

Maior abrandamento do consumo privado<br />

Entre 3% e 4%<br />

O aumento significativo da dívida pública<br />

Entre 4% e 5%<br />

34%<br />

Perturbações nas cadeias de abastecimento<br />

Entre 5% e 6%<br />

Aumento dos custos da energia<br />

Superior a 6%<br />

Não sabe/não responde<br />

Não sabe/não responde<br />

PAINEL<br />

Adrian Bridge, Taylor’s Port<br />

Afonso Carvalho, EGOR<br />

Alberto Ramos, Bankinter<br />

Alberto Rui, Initiative<br />

Alexandre Fonseca, Altice<br />

Álvaro Covões, Everything Is New<br />

Álvaro Nascimento, Católica Porto<br />

Amândio da Fonseca, EGOR<br />

Ana García Cebrian, Sanofi<br />

Ana Salomé Martins, Nors<br />

André Freire de Andrade, Carat<br />

Ângelo Ramalho, Efacec<br />

António Bico, Zurich<br />

António Casanova, Unilever<br />

António Castanho, CA Seguros<br />

António Chaves Costa, Tecnifar<br />

António Correia, PwC<br />

António Cunha Vaz, Cunha Vaz & Associados<br />

António Donato, Tecnimede<br />

António Henriques, CH Consulting<br />

António Lagartixo, Deloitte<br />

António Loureiro, Travelport<br />

António Portela, BIAL<br />

António Ramalho, Novo Banco<br />

António Saraiva, CIP<br />

António Valério, Multipessoal<br />

Arlindo Oliveira, IST<br />

Beatriz Caeiro, Perrigo<br />

Bernardo Correia, Google<br />

Bernardo Rodo, OMD<br />

Carlos Alvares, BNU<br />

Carlos Gomes da Silva, Galp Energia<br />

Carlos Lacerda, SAP<br />

Carlos Leite, HP Enterprise<br />

Carlos Nogueira, Europartners<br />

Carlos Oliveira, Mirol<br />

Carlos Ribas, Bosch<br />

Cátia Martins, L’Oréal<br />

Clara Raposo, ISEG<br />

Cristina Campos, Novartis<br />

Cristina Rodrigues, Capgemini<br />

Cristina Simões, Noreva<br />

Cristina Siza Vieira, AHP<br />

Daniel Bessa, Porto Business School<br />

Daniel Traça, Nova SBE<br />

David Antunes, Makro<br />

David Arie, Perfumes & Companhia<br />

Diogo Alarcão<br />

Duarte Guedes, Hertz<br />

Duarte Pinto, SUMOL+COMPAL<br />

Dulce Mota, Montepio<br />

Eduardo Cabrita, MSC Cruzeiros<br />

Erik Lassche, Fullsix<br />

Eunice Silva, Vale da Rosa<br />

Fernanda Marantes, Havas<br />

Fernando Esmeraldo, ECS Capital<br />

Fernando Neves de Almeida, Boyden<br />

Fernando Oliveira, Mundicenter<br />

Filipe Santos, Católica Lisbon<br />

Francisco Pedro Balsemão, Impresa<br />

Francisco Teixeira, Royal Caribbean<br />

Gilda Parreira, Pierre-Fabre<br />

Gonçalo Barral, Essilor<br />

Gustavo M. Guimarães<br />

Helena Martins, Intermarché<br />

Inês Lima, McDonald’s<br />

Isabel Reis, Dell<br />

Isabel Ucha, Euronext<br />

Isabel Vaz, Luz Saúde<br />

João Almeida Lopes, Medinfar<br />

João Alves, EY<br />

João Bento, CTT<br />

João Duque, ISEG<br />

João Mello Franco, Banco CTT<br />

João Paulo Velez, Santander<br />

João Pedro Machado, Fidelidade<br />

João Vieira Lopes, CCP<br />

Jorge Batista, Primavera<br />

Jorge Magalhães Correia, Fidelidade<br />

Jorge Marrão, Deloitte<br />

Jorge Pisco, CPPME<br />

Jorge Rebelo de Almeida, Vila Galé Hotéis<br />

José Correia, HP Enterprise<br />

José Crespo de Carvalho, ISCTE/INDEG<br />

José F. Gonçalves, Accenture<br />

José Félix Morgado<br />

José Galamba de Oliveira, APS<br />

José Gomes, Ageas<br />

José Leal de Araújo, Trivalor<br />

José Luís Pinto Basto, The Edge Group<br />

José Manuel Oliveira, Marktest<br />

José Miguel Leonardo, Randstad<br />

José Pedro Dias Pinheiro, Grupo M<br />

José Ramos, Salvador Caetano<br />

José Theotónio, Pestana Hotels & Resorts<br />

Leonardo Cataldo, Diageo<br />

Licínio Pina, Crédito Agrícola<br />

Luís Alves Costa, SDG<br />

Luís Anula, Mapfre<br />

Luís Araújo, Turismo de Portugal<br />

Luís Filipe Reis, Sonae SGPS<br />

Luís Mergulhão, Omnicom Media Group<br />

Luís Pais Antunes, PLMJ<br />

Luís Paulo Salvado, Novabase<br />

Luís Sítima, Odgers Berndtson<br />

Manuel Pina, UBER<br />

Manuel Lopes da Costa, Bearing Point<br />

Manuela Tavares de Sousa, Imperial<br />

Madalena Gusmão, Caudalie<br />

Maria da Gloria Ribeiro, AMROP<br />

Maria João Oliveira, Wavemaker<br />

Maria Sales Luís, Multicare<br />

Mário Vaz, Vodafone<br />

Massimo Senatore, BMW<br />

Miguel Almeida, NOS<br />

Miguel Frasquilho, TAP Air Portugal<br />

Miguel Salema Garção, CTT<br />

Miguel Setas, <strong>ED</strong>P<br />

Miguel Stilwell de Andrade, <strong>ED</strong>P<br />

Moez Sacoor, Sacoor Brothers Group<br />

Nelson Machado, Ocidental<br />

Nelson Pires, Jaba Rrcordati<br />

Nicolau Santos, RTP<br />

Niels Kowollik, Mercedes<br />

Nuno André Figueiredo, Altice<br />

Nuno Fernandes, IESE<br />

Nuno Ferreira Pires, Sport TV<br />

Nuno Oliveira, VIA Outlets<br />

Paula Panarra, Microsoft<br />

Paulo Campos Costa, <strong>ED</strong>P<br />

Paulo Carmona<br />

Paulo Dias Pereira, Bankinter<br />

Paulo Macedo, CGD<br />

Paulo Morgado, Twin Pikes<br />

Paulo Pereira da Silva, Renova<br />

Paulo Ramada, AP Hotels & Resorts<br />

Paulo Simões, Egon Zhender<br />

Paulo Teixeira, Pfizer<br />

Pedro Afonso, VINCI Energies Portugal<br />

Pedro Carvalho, Tranquilidade<br />

Pedro Castro e Almeida, Santander<br />

Pedro Costa Ferreira, APAVT<br />

Pedro Gonzalez, VMLY&R<br />

Pedro Lacerda, Kelly Services<br />

Pedro Morais Leitão, Prio Energy<br />

Pedro Pires de Miranda, Siemens<br />

Pedro Rebelo de Sousa, SRS Advogados<br />

Pedro Ribeiro, Dom Pedro Hotéis<br />

Pedro Teixeira, Continental Pneus<br />

Ramon O’Callaghan, Porto Business School<br />

Ricardo Lopes, Renault<br />

Rita Nabeiro, Adega Mayor<br />

Rogério Campos Henriques, Fidelidade<br />

Rogério Carapuça, APDC<br />

Rui Borges, GrandVision<br />

Rui Coutinho, Porto Business School<br />

Rui Fiolhais, Instituto da Segurança Social<br />

Rui Lopes Ferreira, Super Bock Group<br />

Rui Miguel Nabeiro, Delta Cafés<br />

Rui Paiva, We Do<br />

Rui Pedro Almeida, Moneris<br />

Rui Santos, Almirall<br />

Rui Sousa, Católica Porto Business School<br />

Ruth Breitenfeld, Cepsa<br />

Ruy Conde, LG Electronics<br />

Salomão Kolinski, Tempus<br />

Salvador da Cunha, Lift<br />

Sílvia Barata, BP<br />

Sofia Salgado Pinto, Católica Porto Business School<br />

Sofia Tenreiro, Galp Energia<br />

Steven Braekeveldt, Ageas<br />

Teresa Brantuas, Allianz<br />

Tiago Oom, Unicre<br />

Tiago Vidal, Llorente & Cuenca<br />

Timóteo Gonçalves, B the travel brand<br />

Tomas Gonzalez-Quijano, Mindshare<br />

Tomas Jervell, Nors<br />

Vasco Antunes Pereira, Lusíadas Saúde<br />

Vasco Falcão, Konica Minolta<br />

Vera Pinto Pereira, <strong>ED</strong>P<br />

Vítor Virginia, MSD<br />

26 DEZEMBRO 2021


Uma App que<br />

me dá boa imagem?<br />

Esta é nova!<br />

Nova App Santander<br />

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28 DEZEMBRO 2021


ENTREVISTA<br />

POR :<br />

António Sarmento<br />

FOTOS :<br />

Paulo Alexandrino<br />

SAIBA COMO A EMPRESA PORTUGUESA ESTÁ A CONTRIBUIR PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO E DIGITALIZAÇÃO NOS DOIS MAIORES MERCADOS DA<br />

EUROPA CENTRAL E DE LESTE, A POLÓNIA E A ROMÉNIA, E TAMBÉM EM ÁFRICA<br />

MADALENA CASCAIS TOMÉ<br />

CEO DA SIBS<br />

«QUEREMOS<br />

ESTAR NO TOP DOS<br />

PLAYERS EUROPEUS<br />

DE PAGAMENTOS»<br />

C<br />

Foi recentemente reconduzida para um<br />

novo mandato. Quais são os principais<br />

objectivos para os próximos três anos?<br />

A SIBS é uma empresa tecnológica e é<br />

um dos principais operadores e procesom<br />

mais de 30 anos de existência no mercado português,<br />

a SIBS representa o principal serviço de pagamentos<br />

electrónicos. No ano passado, a SIBS deu mais um passo<br />

na consolidação da sua estratégia de internacionalização<br />

com a aquisição de empresa líder no processamento de<br />

operações com cartões na Roménia – a empresa Romcard/Supercard<br />

(ex-Wirecard Romania). Com esta operação,<br />

que sucede à aquisição da Paytel, na Polónia, em<br />

2018, consolida uma posição relevante nos dois maiores<br />

mercados da Europa Central e de Leste, contribuindo<br />

com tecnologia portuguesa para o desenvolvimento e<br />

digitalização destes mercados.<br />

Em entrevista à Executive Digest, a<br />

CEO da empresa, Madalena Cascais<br />

Tomé, explica os principais desafios para<br />

o futuro e como a pandemia mudou os<br />

hábitos de pagamentos dos consumidores<br />

portugueses.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 29


ENTREVISTA<br />

MADALENA CASCAIS TOMÉ<br />

CEO DA SIBS<br />

sadores de pagamentos europeus. Temos<br />

estado a crescer substancialmente e servimos<br />

mais de 300 milhões de pessoas.<br />

E também quase um milhão de empresas.<br />

A nossa visão e o nosso desígnio é<br />

o de contribuir de forma muito activa<br />

para a digitalização, electronização dos<br />

pagamentos e, também por essa via,<br />

melhorar o dia-a-dia das pessoas e a<br />

produtividade e eficiência das empresas<br />

que servimos com as nossas soluções.<br />

E qual vai ser a estratégia?<br />

A nossa estratégia para os próximos três<br />

anos tem três grandes pilares: inovação<br />

(somos uma das empresas mais inovadoras<br />

e isso está presente nos sistemas<br />

de pagamentos e nas soluções que temos<br />

entregue em vários mercados); o<br />

segundo eixo é de crescimento (temos<br />

contribuído para a própria digitalização<br />

dos pagamentos e em novas áreas<br />

como cibersegurança e autenticação<br />

de processos); o terceiro eixo é o crescimento<br />

internacional, porque sendo<br />

uma empresa tecnológica a escala é<br />

fundamental. Queremos estar no top<br />

10 dos players europeus de pagamentos<br />

em 2024.<br />

EM PORTUGAL<br />

TEMOS UM DOS<br />

SISTEMAS DE<br />

PAGAMENTOS MAIS<br />

DESENVOLVIDOS<br />

DA EUROPA,<br />

COM SOLUÇÕES<br />

AVANÇADAS, POR<br />

EXEMPLO NA R<strong>ED</strong>E<br />

ATM MULTIBANCO<br />

Que produtos e serviços da SIBS gostaria<br />

de destacar?<br />

A inovação tem sido de facto o core do<br />

nosso ADN e, se olharmos desde 2015<br />

até à data, vou dar-lhe alguns exemplos:<br />

os pagamentos instantâneos, o MB Way,<br />

que porventura é a nossa solução mais<br />

conhecida dos pagamentos digitais<br />

e que é actualmente a wallet digital<br />

preferida dos portugueses e uma das<br />

mais completas e avançadas na Europa,<br />

lançámos formas de pagar inovadoras,<br />

como o QR Code e, mais recentemene,<br />

o QR Code Express. E também toda a<br />

evolução que foi feita na área da paywatch,<br />

com a machine learning, ou o<br />

ATM Express.<br />

Estão à procura de novos parceiros no<br />

continente Europeu?<br />

Continuamos pró-activamente a procurar<br />

novas oportunidades de crescimento.<br />

A nossa estratégia passa em primeiro<br />

lugar por desenvolver os serviços, as<br />

soluções e as digitalizações nestes mercados.<br />

Como referi, um projecto muito<br />

importante é um projecto orgânico que<br />

é o de levar a rede Multibanco para a<br />

Roménia, mas também continuamos<br />

activamente à procura de oportunidades<br />

de crescimento inorgânicas até porque<br />

o mercado dos pagamentos e o mercado<br />

tecnológico está em acelerada consolida-<br />

30 DEZEMBRO 2021


PRESENÇA<br />

COM MAIS DE TRÊS DÉCADAS DE EXISTÊNCIA, A SIBS<br />

DISPONIBILIZA A MAIS DE 300 MILHÕES DE UTILIZADORES<br />

EM VÁRIAS GEOGRAFIAS OS MAIS MODERNOS SERVIÇOS<br />

FINANCEIROS, NA ÁREA DOS PAGAMENTOS ELECTRÓNICOS<br />

ção não só a nível europeu, mas a nível<br />

global. Portanto, para a SIBS continuar a<br />

crescer e manter-se um player relevante<br />

no contexto europeu e global tem de<br />

estar atenta a essas oportunidades e a<br />

seguir essa tendência.<br />

A SIBS adquiriu recentemente a tranche<br />

final do capital da polaca PayTel e ganhou<br />

a corrida pela compra da tecnológica<br />

Romcard/Supercard. O que representa<br />

este mercado de Leste para a empresa?<br />

A Polónia tem 40 milhões de habitantes<br />

e a Roménia 19 milhões. Estamos a<br />

falar dos dois principais mercados da<br />

Europa Central e de Leste e também a<br />

nossa capacidade de acrescentar valor<br />

e de contribuir para essa digitalização.<br />

Em Portugal temos um dos sistemas<br />

de pagamentos mais desenvolvidos da<br />

Europa, já com um nível de electronização<br />

muito significativo e com soluções<br />

bastante avançadas, por exemplo na<br />

rede ATM Multibanco. Na Roménia,<br />

por exemplo, só 20% das transacções<br />

é que são transacções electrónicas.<br />

Na Polónia há uma iniciativa, que se<br />

chama iniciativa cashless, em que a<br />

lógica é dinamizar os pagamentos<br />

electrónicos porque era uma realidade<br />

menos presente. É exactamente nessa<br />

lógica que vemos estes mercados como<br />

prioritários: não só pela sua dimensão,<br />

mas também pelo potencial, impacto<br />

e levar a tecnologia portuguesa para<br />

servir estes mercados.<br />

Qual é exactamente a estratégia de internacionalização<br />

da SIBS?<br />

Estamos igualmente presentes em<br />

África e na Ásia. Em África estamos<br />

presentes em três dos cinco principais<br />

mercados. Em alguns casos a servir o<br />

sistema de pagamentos nacional, mais<br />

do que clientes, instituições financeiras<br />

PAIXÃO PELA<br />

MATEMÁTICA<br />

Madalena Cascais Tomé é<br />

CEO e membro do Conselho<br />

de Administração do Grupo<br />

SIBS, um dos principais<br />

processadores de pagamentos<br />

digitais da Europa, e<br />

Chairwoman da SIBS Roménia<br />

e da Paytel. É também<br />

membro do comité executivo<br />

digital da European Banking<br />

Federation e do conselho<br />

estratégico do ISEG – Instituto<br />

Superior de Economia e<br />

Gestão da Universidade<br />

Técnica de Lisboa. É licenciada<br />

em matemática aplicada pelo<br />

ISEG, Universidade Técnica<br />

de Lisboa, e pós-graduada em<br />

Market Research and CRM<br />

pela Universidade Nova de<br />

Lisboa. É ainda certificada<br />

em Gestão Corporativa<br />

pelo Insead International<br />

Directors Program.<br />

ou grandes comerciantes. Estamos a<br />

servir o país, como é o caso de Angola,<br />

ou mais recentemente de São Tomé<br />

e Princípe. É também de facto uma<br />

aposta importante, mais uma vez pelo<br />

impacto e nível de desenvolvimento<br />

com os quais conseguimos contribuir<br />

nestes países. São mercados que têm<br />

tido um crescimento de quase 50% ao<br />

ano, onde temos quase mil milhões de<br />

transacções e quase cerca de 500 mil<br />

terminais activos com tecnologia portuguesa.<br />

Na Ásia a nossa posição é mais<br />

cirúrgica. Temos alguma actividade em<br />

Timor Leste e também servimos outros<br />

países. Não diria que é o foco, mas estamos<br />

atentos a outras oportunidades.<br />

Quais os principais desafios que enfrentam<br />

em todos estes mercados?<br />

O sector dos pagamentos e o sector tecnológico<br />

exigem desde logo uma grande<br />

capacidade de investimento e de inovação.<br />

É um sector completamente global<br />

e estamos a concorrer com empresas<br />

globais, com uma dimensão muito significativa<br />

em todos esses mercados. Esse é,<br />

de facto, o nosso principal desafio, o de<br />

sermos capazes de ser mais inovadores,<br />

ágeis, presentes e também com um nível<br />

de customização que nos permita fazer a<br />

diferença nestes mercados, onde a concorrência<br />

quer em Portugal, na Polónia<br />

ou na Roménia é absolutamente global.<br />

Dentro desse contexto de muita concorrência<br />

e competitividade, há o desafio<br />

de garantir que temos a capacidade de<br />

concorrer segundo as mesmas regras,<br />

fiscalidade e regulação.<br />

De que forma é que as soluções cashless<br />

da SIBS têm vindo a ajudar as empresas<br />

a reeinventar-se?<br />

Têm sido absolutamente fundamentais,<br />

mais ainda nos últimos dois anos de<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 31


ENTREVISTA<br />

MADALENA CASCAIS TOMÉ<br />

CEO DA SIBS<br />

pandemia. O facto de conseguirmos<br />

ter soluções de pagamento digitais foi<br />

aquilo que permitiu muito rapidamente<br />

às empresas conseguirem transformar<br />

o seu modelo de negócio ou a sua actividade<br />

para, por exemplo, estarem a servir<br />

clientes remotamente. Ou para estarem<br />

a aceitar pagamentos sem contacto,<br />

quer seja com cartão, telemóvel ou,<br />

por exemplo, poderem estar a vender<br />

remoto e aceitarem os pagamentos remotamente<br />

– aquilo a que chamamos a<br />

nossa plataforma de e-commerce que é<br />

a SIBS Payment Gateway . E, por outro<br />

lado, também tentámos trazer outras<br />

soluções complementares que fossem<br />

importantes para ajudar esta transição<br />

e que ajudassem as empresas num<br />

momento absolutamente crítico que<br />

foi este contexto de pandemia. Outro<br />

exemplo é o SIBS Analytics, um serviço<br />

de informação em que também por<br />

essa via, as empresas puderam estar a<br />

acompanhar de forma mais imediata<br />

aquilo que era a evolução do mercado<br />

e da sua actividade, optimizando o<br />

planeamento também numa altura de<br />

enorme imprivisibilidade.<br />

A SIBS cresceu bastante nestes últimos<br />

dois anos?<br />

A nossa actividade está muito indexada<br />

à actividade económica. O facto<br />

de termos passado por períodos de<br />

confinamento em que a actividade<br />

económica esteve praticamente parada<br />

ou verificou-se uma redução de<br />

frequência, isso obviamente também<br />

nos impactou, em particular em Portugal.<br />

Na Roménia não foi tanto o caso<br />

porque o e-commerce tem um maior<br />

peso. Agora, mais recentemente, vemos<br />

a retoma dessa actividade e estamos a<br />

ter um efeito positivo para a economia<br />

e também para a SIBS. As transacções<br />

QUAIS OS<br />

PRINCIPAIS<br />

DESAFIOS QUE<br />

ENFRENTAM EM<br />

TODOS ESTES<br />

MERCADOS?<br />

O SECTOR DOS<br />

PAGAMENTOS E O SECTOR<br />

TECNOLÓGICO EXIGEM<br />

UMA GRANDE CAPACIDADE<br />

DE INVESTIMENTO E DE<br />

INOVAÇÃO. É UM SECTOR<br />

GLOBAL E ESTAMOS<br />

A CONCORRER COM<br />

EMPRESAS GLOBAIS,<br />

COM UMA DIMENSÃO<br />

SIGNIFICATIVA EM TODOS<br />

ESSES MERCADOS. ESSE<br />

É O NOSSO PRINCIPAL<br />

DESAFIO, O DE SERMOS<br />

CAPAZES DE SER MAIS<br />

INOVADORES, ÁGEIS,<br />

PRESENTES E COM UM<br />

NÍVEL DE CUSTOMIZAÇÃO<br />

QUE NOS PERMITA FAZER<br />

A DIFERENÇA NESTES<br />

MERCADOS, ONDE A<br />

CONCORRÊNCIA QUER EM<br />

PORTUGAL, NA POLÓNIA<br />

OU NA ROMÉNIA É GLOBAL.<br />

DENTRO DESSE CONTEXTO,<br />

HÁ QUE GARANTIR QUE<br />

TEMOS A CAPACIDADE DE<br />

CONCORRER SEGUNDO<br />

AS MESMAS REGRAS,<br />

FISCALIDADE<br />

E REGULAÇÃO.<br />

electrónicas cresceram três vezes mais<br />

do que as transacções em numerário<br />

e, dentro disso, o e-commerce cresceu<br />

cerca de quatro vezes. Por exemplo, o<br />

MB Way cresceu quatro ou cinco vezes,<br />

revelando aqui uma adopção cada vez<br />

maior daquilo que são os métodos de<br />

pagamento digitais.<br />

O MB Way alterou os hábitos de consumo<br />

dos portugueses?<br />

Sem dúvida. Hoje, o MB Way não só<br />

alterou os hábitos dos portugueses como<br />

conseguiu ter um efeito muito positivo<br />

que contribuiu para a digitalização<br />

dos portugueses de uma forma mais<br />

alargada. Temos cerca de 3,5 milhões<br />

de utilizadores do MB Way (quando foi<br />

lançado em 2015 existia um milhão de<br />

utilizadores de mobile banking) e teve<br />

um papel muito importante para a<br />

digitalização dos portugueses.<br />

Como é que a pandemia mudou os hábitos<br />

de pagamento dos consumidores<br />

portugueses e europeus?<br />

Houve um crescimento das transacções<br />

em e-commerce. Portanto, antes da<br />

pandemia, o e-commerce representava<br />

cerca de 9% das transacções electrónicas.<br />

Hoje, representa cerca de 14%. Acho<br />

que tem tido um efeito muito notório<br />

em Portugal, mas também na Polónia<br />

e na Roménia. É uma tendência que se<br />

verifica em todo o mercado europeu.<br />

Há muitas caixas Multibanco em Portugal,<br />

visto que somos um dos países com<br />

maior número de caixas ATM?<br />

A resposta tem dois lados. Do ponto de<br />

vista númerico sim, somos um dos países<br />

com maior número de caixas ATM por<br />

habitante. Ainda assim, outro indicador<br />

que destacaria é o facto de a nossa rede<br />

Multibanco ser bastante distinta e ter<br />

32 DEZEMBRO 2021


MARCO<br />

EM 2020, A ESTRATÉGIA DE INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

DA SIBS ALCANÇA UM NOVO MARCO COM A<br />

AQUISIÇÃO DA ROMCARD/SUPERCARD, EMPRESA<br />

COM MAIS DE 25 ANOS DE EXPERIÊNCIA NO SECTOR<br />

um papel muito importante, que até<br />

se acentuou durante a pandemia: o de<br />

levar serviços digitais às pessoas menos<br />

digitalizadas. Basta ver que temos mais<br />

de 60 serviços digitais ou serviços não<br />

presenciais na rede Multibanco e mais<br />

de 50% das operações que são feitas num<br />

ATM Multibanco não são levantamentos,<br />

não são em cash – são pagamentos<br />

ao Estado, pagamentos de serviços, pagamentos<br />

de transporte, carregamentos<br />

de telemóvel, entre outros. Desempenha<br />

um papel muito importante e que resulta<br />

na necessidade de haver esta cobertura<br />

e presença tão próxima das populações.<br />

Adicionalmente, também há espaço para<br />

crescer em alguns segmentos, como é<br />

o caso concreto do segmento turístico.<br />

Antes da pandemia lançámos o ATM<br />

Express, exactamente com uma lógica<br />

de estarmos mais presentes e termos<br />

uma localização mais próxima do segmento<br />

turístico.<br />

Na sua opinião, há mais espaço para o<br />

crescimento internacional?<br />

O melhor exemplo disso é estarmos<br />

agora a levar a rede Multibanco para a<br />

Roménia, um país com 19 milhões de<br />

habitantes e que tem cerca de metade<br />

das nossas caixas automáticas. E só<br />

não tem este nível de capilaridade<br />

como também não tem estes serviços,<br />

que actualmente disponibilizamos.<br />

Portanto, também do ponto de vista<br />

internacional, há espaço para crescer<br />

a rede Multibanco.<br />

Com a crescente digitalização, será possível<br />

vivermos uma vida essencialmente<br />

cashless em Portugal?<br />

Em Portugal sem dúvida. A nossa ambição<br />

é também tornar isso possível na<br />

Roménia, na Polónia e em outros países<br />

onde estamos presentes. As compras,<br />

as transferências entre pessoas, as<br />

compras em e-commerce, tudo isso está<br />

actualmente disponível no telemóvel,<br />

no cartão, no homebanking.<br />

Em quanto tempo?<br />

O facto de ser possível não significa que<br />

aconteça. O dinheiro é algo bastante<br />

resiliente até porque como se vê muitas<br />

vezes as pessoas preferem ter várias<br />

alternativas. Basta ver que temos um<br />

processo bastante eficiente e inovador do<br />

ponto de vista do tratamento de cheques,<br />

que é um instrumento em desuso. Mas<br />

ainda assim existem cerca de 13 milhões<br />

de cheques a circular em Portugal todos<br />

os anos. Os hábitos demoram muito tempo<br />

a alterar-se. Estamos a assistir a essa<br />

redução e à aceleração dos pagamentos<br />

digitais. O nosso papel como SIBS é<br />

garantir que temos a experiência o mais<br />

conveniente possível permitindo a utilização<br />

das várias formas de pagamento,<br />

deixando essa escolha para o utilizador<br />

e para a empresa.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 33


We transform<br />

businesses<br />

www.bearingpoint.com


XXI CONFERÊNCIA<br />

POR :<br />

António Sarmento<br />

FOTOS :<br />

Nuno Carrancho / NC Produções<br />

XXI CONFERÊNCIA<br />

12<br />

PRESIDENTES,<br />

CEO E GESTORES<br />

APONTAM<br />

CAMINHOS PARA<br />

O FUTURO<br />

GONÇALO LOBO XAVIER • HENRIQUE FONSECA<br />

JOÃO DUQUE • JORGE REBELO DE ALMEIDA<br />

JOSÉ GONÇALVES • JOSÉ MIGUEL LEONARDO<br />

MARCELO NICO • MARIA JOÃO CARIOCA<br />

NELSON PIRES • P<strong>ED</strong>RO SIZA VIEIRA<br />

SÉRGIO CARVALHO<br />

TERESA ABECASIS<br />

Um conjunto de presidentes, CEO e gestores apontaram possíveis<br />

caminhos para o futuro dos negócios e da economia em Portugal<br />

PATROCINADORES<br />

APOIOS<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 35


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

Na XXI Conferência<br />

da Executive Digest,<br />

subordinada<br />

ao tema “Desafios<br />

e Oportunidades –<br />

na Economia Pós-<br />

-COVID”, foram<br />

várias as personalidades<br />

do mundo<br />

empresarial que<br />

subiram ao palco<br />

do Museu do Oriente, em Lisboa, para<br />

traçar possíveis caminhos para o futuro<br />

dos negócios e da economia em Portugal.<br />

Cada convidado apresentou três<br />

ideias durante 15 minutos e respondeu<br />

a uma pergunta lançada pelos leitores<br />

da Executive Digest. O objectivo foi o de<br />

conhecer as tendências e as propostas<br />

que vão marcar os próximos passos das<br />

empresas, debater alternativas, perceber<br />

o que já mudou e aquilo que ainda terá<br />

de ser alterado em prol de uma economia<br />

mais produtiva e dinâmica.<br />

José Gonçalves, presidente da consultora<br />

Accenture, foi o primeiro interveniente<br />

da XXI Conferência da Executive<br />

Digest, debruçando-se sobre três ideias<br />

para Portugal. Ideias essas que devem<br />

passar à acção e que estão centradas<br />

em três vectores: pessoas, empresas e<br />

Administração Pública. «Não vai ser<br />

possível termos sucesso nesta economia<br />

sem pessoas devidamente qualificadas<br />

e capacitadas para actuar neste mundo<br />

digital. Não é só uma questão de sobrevivência,<br />

é também aquilo que deve ser<br />

um desígnio nacional. Acelerar a qualificação<br />

do talento para a economia digital,<br />

potenciando a criação de negócios de<br />

maior valor acrescentado e que viabilizam<br />

melhores salários», explica José<br />

Gonçalves. O responsável refere os caminhos<br />

que vão neste sentido: aumentar<br />

a oferta e atrair as novas gerações para<br />

ACELERAR O<br />

RESKILLING É<br />

FUNDAMENTAL.<br />

SÓ O TALENTO<br />

QUE VAI SAIR DAS<br />

UNIVERSIDADES<br />

NÃO VAI SER<br />

SUFICIENTE PARA<br />

AQUILO QUE<br />

PRECISAMOS<br />

formação superior e técnica em digital,<br />

TI e ciência de dados. «Cada vez mais<br />

Portugal precisa de uma sociedade civil<br />

interventiva, que faça parte da solução<br />

e que não fique à espera de soluções que<br />

venham do Estado.»<br />

Acelerar o reskilling é fundamental. O<br />

talento é limitado e ninguém pode ficar<br />

para trás. «Só o talento que vai sair das<br />

universidades não vai ser suficiente para<br />

aquilo que precisamos.» Depois, é necessário<br />

atrair e reter talento estrangeiro<br />

qualificado, potenciando o ecossistema<br />

e qualidade de vida. «Há muitos miúdos<br />

que vêm para Portugal, criam startups<br />

e o desafio é retê-los aqui. E coisas tão<br />

simples como que nas empresas se fale<br />

inglês e que seja fácil para o talento estrangeiro<br />

ficar a trabalhar em Portugal<br />

são medidas, entre outras, que devíamos<br />

adicionar», continua José Gonçalves.<br />

36 DEZEMBRO 2021


PESSOAS<br />

PARA GERAR RIQUEZA PARA AS PESSOAS DEVE-SE<br />

ACELERAR A QUALIFICAÇÃO DE TALENTOS, POTENCIAR<br />

O CRESCIMENTO DA ECONOMIA EMPRESARIAL E O<br />

AUMENTO DOS SALÁRIOS DOS TRABALHADORES<br />

REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA<br />

HENRIQUE FONSECA<br />

A digitalização é hoje uma aposta estratégica para o futuro da Europa<br />

e do nosso País, tornando-se uma questão de sobrevivência e<br />

não apenas uma oportunidade de crescimento para as empresas<br />

O presidente da Accenture sublinhou<br />

ainda durante a sua intervenção que<br />

«Portugal tem que criar e distribuir mais<br />

riqueza pelos cidadãos» e, como tal, devemos<br />

começar pelas pessoas. Portugal<br />

tem de ter pessoas que sejam um foco<br />

prioritário de actuação. O executivo<br />

destacou que, para gerar riqueza para<br />

as pessoas, devemos acelerar a qualificação<br />

de talentos por forma a potenciar<br />

a criação de negócios com mais valor<br />

acrescentado, potenciar o crescimento<br />

da economia empresarial e o aumento<br />

dos salários dos trabalhadores.<br />

No segundo eixo, as empresas, José<br />

Gonçalves salientou que «devemos ter<br />

uma agenda de obsessão para evoluir<br />

PME para grandes empresas», porque<br />

ser uma PME não é o fim, mas sim<br />

uma alavanca para a construção de uma<br />

grande empresa. Para que as pessoas<br />

Dados do Future Ready Report – inquérito da<br />

Vodafone Business levado a cabo com o objectivo<br />

de traçar o perfil das empresas “prontas para o<br />

futuro” pós-COVID – revelou que, globalmente,<br />

apenas uma em cada cinco organizações (20%)<br />

estão preparadas para os próximos desafios.<br />

Neste contexto, ao serviço de todos cidadãos<br />

e do tecido empresarial português, a Vodafone<br />

tem sido e continuará a ser um actor relevante<br />

neste processo, contribuindo para um País e uma<br />

Europa mais digitais, ao disponibilizar uma gama<br />

completa de produtos e serviços orientados para<br />

a promoção da digitalização dos negócios, mas<br />

também para soluções de gestão da segurança e<br />

cibersegurança. Com a pandemia reforçámos ainda mais as soluções para conectar<br />

pessoas, organizações e equipamentos e felizmente teremos agora ao nosso dispor<br />

a quinta geração móvel, que promete uma revolução tecnológica com impactos<br />

significativos na vida das pessoas e das empresas. Mais do que uma inevitabilidade<br />

tecnológica, o 5G é estratégico para o País e terá um papel essencial na modernização<br />

dos negócios. Na Vodafone estamos prontos para o 5G. 15 países onde o Grupo Vodafone<br />

está presente já implementaram a rede de quinta geração. Somos a empresa<br />

com mais how-know da tecnologia e queremos colocar esse conhecimento aos serviço<br />

das empresas portuguesas.<br />

VODAFONE<br />

ADMINISTRADOR<br />

tenham melhor qualidade de vida, mais<br />

riqueza, não há outra solução que não ter<br />

empresas fortes. As empresas são o motor<br />

de crescimento da sociedade e, portanto,<br />

«queremos sempre focar algumas ideias<br />

que podemos acelerar sobre as empresas».<br />

O presidente da Accenture sublinhou<br />

ainda alguns pontos fundamentais para<br />

promover o desenvolvimento do tecido<br />

empresarial, como apoiar as PME na<br />

transformação digital, incentivar fusões<br />

e aquisições por forma a que as empresas<br />

sejam competitivas à escala internacional,<br />

e atrair capital estrangeiro.<br />

No que respeita ao terceiro e último<br />

eixo, a Administração Pública, José Gon-<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 37


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

çalves sublinhou que devemos acelerar<br />

mais a transformação digital e aumentar<br />

a disponibilização de serviços digitais,<br />

pois, se este sector funcionar bem, a<br />

produtividade do país aumenta. Acelerar<br />

a transformação digital da Administração<br />

reduzindo custos no Orçamento de<br />

Estado e contribuindo para o aumento<br />

da produtividade é prioritário. Nesse<br />

sentido, deve acelerar-se mais a transformação<br />

digital com dois objectivos:<br />

aumentar a disponibilização de serviços<br />

digitais para os cidadãos e empresas<br />

com uma experiência de excelência, que<br />

assegure a sua efectiva utilização. Como<br />

visão de referência, não deveria haver<br />

nenhum serviço público que não pudesse<br />

ser realizado online; desburocratizar,<br />

optimizar, digitalizar, e desmaterializar<br />

processos internos libertando recursos<br />

para outras actividades, com redução<br />

relevante de custos.<br />

«Em síntese, Portugal é um país fantástico<br />

e tem um desafio enorme de crescimento.<br />

O crescimento e o aumento de<br />

qualidade de vida das pessoas passa por<br />

negócios de maior valor acrescentado,<br />

que permitem pagar melhores salários<br />

mas que requerem mais competências.<br />

Temos de ter uma agenda de obsessão de<br />

evoluir PME para grandes empresas, e<br />

uma administração pública que permita<br />

reduzir o esforço orçamental naquilo que<br />

é o País e promover a produtividade. Nós<br />

na Accenture cá estaremos para o que<br />

for necessário», conclui José Gonçalves.<br />

Questionado pelos leitores da Executive<br />

Digest se a pandemia foi uma oportunidade<br />

para acelerar a digitalização<br />

das empresas com novas tecnologias<br />

ou se esse caminho foi apenas seguido<br />

por aquelas que já tinham iniciado<br />

esse percurso, respondeu: «Acho que<br />

a pandemia foi um contributo importante<br />

para que se perceba que hoje é<br />

possível trabalhar a partir de qualquer<br />

lado e forçou o desenvolvimento de<br />

algumas competências que as pessoas<br />

não tinham. Este paradigma de que<br />

trabalho em qualquer lado é possível e<br />

desenvolver competências é fundamental.<br />

Mas atenção. Isto não é transformação<br />

digital, isto é a ponta do iceberg.<br />

Transformação digital é eu ser capaz de<br />

aumentar vendas, reduzir custos e criar<br />

novos negócios rentáveis.»<br />

João Duque, professor de Gestão do<br />

Instituto Superior de Economia e Gestão<br />

(ISEG) defendeu que «o Estado deve<br />

ser mais parecido com a realidade das<br />

empresas». Ao Estado compete a responsabilidade<br />

de definir a estratégia, as<br />

políticas públicas e os seus resultados<br />

a curto, médio e longo prazo, identificando<br />

os respectivos indicadores da<br />

38 DEZEMBRO 2021


ESTADO<br />

NO PAPEL DO ESTADO CABE A DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS,<br />

ACOMPANHAR, AUDITAR A SUA EXECUÇÃO, AVALIAR OS<br />

SEUS RESULTADOS REFORÇANDO O PAPEL REGULADOR,<br />

MAS QUE TAMBÉM SANCIONE DE FORMA INDEPENDENTE<br />

medida de efectividade. Poderá ainda<br />

em certos casos residuais operar como<br />

produtor, mas numa óptica de modelo<br />

de serviço (excelência).<br />

No papel do Estado cabe a definição<br />

de políticas, acompanhar, auditar a sua<br />

execução, avaliar os seus resultados/<br />

impactos reforçando o papel regulador,<br />

mas que também sancione de forma independente.<br />

Logo, crescente participação<br />

de entidades não governamentais ou redes<br />

institucionais que passam a assumir<br />

um papel central na implementação das<br />

políticas públicas e na produção de bens<br />

e serviços públicos.<br />

Assim neste quadro, o Estado presta<br />

serviços apenas quando tem de ser modelo.<br />

O professor dá como exemplo o canal<br />

público. «Para mim não há problema<br />

nenhum em termos uma RTP, se é uma<br />

RTP que quer fazer um modelo de comportamento.<br />

Nem que seja um modelo<br />

distintivo porque os outros não querem<br />

segui-lo. Muito bem. Mas o Estado tem<br />

um canal e dá um modelo daquilo que<br />

acha que deve ser um serviço de qualidade<br />

elevada na transmissão de serviço<br />

de televisão. Portanto, é um Estado<br />

mais preocupado com políticas, mais<br />

preocupado em acompanhar aqueles que<br />

fazem, mais preocupado na auditoria dos<br />

serviços. De um modo geral, um Estado<br />

que deixa de fazer, pedindo aos outros<br />

para fazerem aquilo que ele não tem de<br />

fazer, mas é um Estado mais preocupado<br />

com o princípio da governação da coisa»,<br />

acrescenta João Duque.<br />

A segunda ideia do professor é a de<br />

limitar, a de pormos um cap, um limite<br />

superior à despesa corrente primária a<br />

35% do PIB. A terceira é avançar com<br />

prémios e penalizações na Administração<br />

Pública de forma global, desde o nível<br />

pessoal ao institucional ou organizacional.<br />

O professor João Duque lembra<br />

ainda a necessidade de ter avaliações<br />

sérias de funcionários e organizações.<br />

«Temos hoje exercícios de avaliação<br />

pessoal, anual, que não servem para<br />

nada. As pessoas passam o tempo todo<br />

a avaliar-se e aquilo fica guardado em<br />

dossiês, arquivos, etc., mas não tem<br />

consequências. Não tem consequências<br />

em termos de prémios para as pessoas,<br />

efectivo ou com uma remuneração<br />

adicional. Nem tem consequências de<br />

exclusão porque ninguém se vai embora<br />

da Administração Pública pelo facto<br />

de ser mau funcionário público.» E<br />

deu outro exemplo concreto. «Quando<br />

tomei posse como presidente do ISEG,<br />

perguntaram-me senão devíamos mudar<br />

a classificação de um sujeito que<br />

era a pior classificação das pessoas da<br />

instituição. Disse, mas porquê? Esta<br />

pessoa é a pior. É que se lhe dermos uma<br />

boa classificação esta pessoa depois vai<br />

OS ESTÍMULOS<br />

PÚBLICOS<br />

NECESSÁRIOS<br />

PARA<br />

RECUPERAR<br />

A ECONOMIA<br />

PÓS-COVID,<br />

DEVEM SER<br />

DIRIGIDOS AO<br />

INVESTIMENTO<br />

REPRODUTIVO<br />

concorrer para outro organismo público<br />

e assim vai-se embora.»<br />

Questionado pelos leitores da Executive<br />

Digest sobre quais os estímulos<br />

públicos necessários para recuperar a<br />

economia pós-COVID, se forem públicos<br />

devem ser dirigidos ao investimento<br />

reprodutivo, que nos faz falta e que pode<br />

depois garantir “frutos”.<br />

LIDERANÇA<br />

Nelson Pires, director-geral da Jaba<br />

Recordati Portugal, UK e Irlanda foi a<br />

terceira personalidade a subir ao palco,<br />

onde questionou o tipo de Estado e de<br />

país que queremos: mais interventivo ou<br />

menos interventivo? «Acho que claramente<br />

temos um problema. Temos falta<br />

de médicos, mas não abrimos vagas para<br />

a Faculdade de Medicina. Temos falta<br />

de engenheiros, mas não abrimos mais<br />

vagas. Ou seja, temos um mercado de<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 39


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

TEMOS UM<br />

MERCADO DE<br />

TRABALHO<br />

QUE PRECISA<br />

DE MÃO-DE-<br />

OBRA E TEMOS<br />

UM ENSINO<br />

UNIVERSITÁRIO<br />

QUE NÃO PRODUZ<br />

MÃO-DE-OBRA<br />

trabalho que precisa de mão-de-obra e<br />

temos um ensino universitário que não<br />

produz mão-de-obra. O meu primeiro<br />

ponto é claramente para a educação.»<br />

É fundamental que as universidades se<br />

adaptem e respondam às necessidades<br />

do mercado. Para tal, o director-geral<br />

da Jaba Recordati sublinhou a importância<br />

da criação de um observatório<br />

para analisar as necessidades do mercado<br />

nos próximos 10 anos. Estabelecer<br />

um observatório do sistema educativo<br />

e a redefinição dos CV e sistemas de<br />

avaliação para um horizonte mínimo<br />

de 10 anos, valorizando e integrando,<br />

desde os primeiros anos de escolaridade,<br />

competências digitais, comportamentais<br />

e sociais que permitam uma capacidade<br />

de ajustamento permanente.<br />

Assumir parcerias entre o Ministério<br />

da Educação e as associações empresa-<br />

40 DEZEMBRO 2021


COMPETÊNCIAS<br />

PORTUGAL PRECISA DE INCREMENTAR A FORMAÇÃO<br />

INICIAL EM ÁREAS CIENTÍFICAS E DE ENGENHARIA<br />

RELACIONADAS COM NOVAS TECNOLOGIAS EMERGENTES<br />

E PROMOVER FORMATOS ALTERNATIVOS DE ENSINO<br />

TRANSFORMAR E REINVENTAR<br />

JOSÉ GONÇALVES<br />

Foi um enorme gosto participar na XXI Conferência da Executive<br />

Digest, desta vez com um formato bastante inovador e dinâmico, tendo<br />

desafiado alguns executivos do panorama empresarial português a<br />

apresentar três ideias para o país, neste novo contexto pós-pandémico<br />

riais, com o objectivo de promover cursos,<br />

nomeadamente tecno-industriais,<br />

adequados às necessidades das empresas.<br />

«A experiência prática é fundamental<br />

quando um dia tiverem de ir ganhar um<br />

salário.» Incrementar a formação inicial<br />

em áreas científicas e de engenharia relacionadas<br />

com novas tecnologias emergentes,<br />

promover formatos alternativos<br />

de ensino, que aproximem as escolas<br />

das empresas e promover inteligência<br />

adaptativa em lugar do QI foram outras<br />

medidas elencadas.<br />

Além disso, Nelson Pires destacou<br />

a importância de todos os cursos superiores<br />

terem uma área prática mais<br />

definida, por forma a preparar os estudantes<br />

para o mercado do trabalho. O<br />

director-geral da Jaba Recordati Portugal,<br />

UK e Irlanda sublinhou ainda que<br />

«é impossível uma empresa em Portugal<br />

Especialmente interessante foi ver a sintonia entre<br />

a maioria das acções apresentadas pelos meus<br />

colegas de painel para que Portugal seja mais<br />

competitivo e consiga superar esta crise mundial<br />

sem precedentes de forma a gerar mais riqueza<br />

para o país e cidadãos. Na minha intervenção<br />

procurei centrar um plano de acção em três eixos<br />

principais: pessoas, empresas e Administração<br />

Pública. Começando exactamente pelas pessoas,<br />

acredito que é crucial acelerar a sua qualificação,<br />

promovendo o upskilling e o reskilling para a economia<br />

digital, potenciando a criação de negócios<br />

de maior valor acrescentado e que viabilizam<br />

melhores salários. Na vertente das empresas, e<br />

tendo em conta o tecido empresarial português constituído na sua maioria por PME,<br />

penso que deveremos incentivar a criação de mais “grandes empresas”, cujo impacto<br />

na economia se traduz na criação de emprego qualificado, centros de competências e<br />

investimento em inovação e tecnologia. Por último, e essencial para esta mudança de<br />

paradigma, temos o papel da Administração Pública, que deverá promover a aceleração<br />

da sua transformação digital, reduzindo custos e contribuindo para o aumento da<br />

produtividade. Em suma, as organizações, o Estado e as próprias pessoas precisam<br />

de se transformar e reinventar. Esta nova realidade é caracterizada pela mudança,<br />

pela incerteza e volatilidade. Os actuais modelos de negócio já não garantem o êxito<br />

no futuro, por isso há que transformá-los, e preparar o país para um novo futuro.<br />

ser competitiva» devido à política fiscal.<br />

Para tal, sugere um compromisso por<br />

parte do Estado para a redução da taxa<br />

de IRC, fixando-a no máximo de 17% até<br />

2026. E também estimular fiscalmente<br />

ACCENTURE PORTUGAL<br />

PRESIDENTE<br />

o investimento e, em especial, a capacidade<br />

de autofinanciamento do mesmo.<br />

Além disso, o regime de dedução de<br />

lucros retidos e reinvestidos que, pelas<br />

suas limitações em termos de taxas,<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 41


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

limites e outras restrições, está ainda<br />

muito aquém do seu potencial.<br />

«O problema da falta de produtividade<br />

é simples, é a liderança», destacou o<br />

director-geral da Jaba Recordati, acrescentando<br />

que falta competências aos<br />

líderes portugueses. Para dar resposta<br />

a esta realidade, Nelson Pires sugere<br />

que deve ser criada uma certificação de<br />

qualidade para destacar a “Liderança”<br />

nas empresas e promover também as<br />

boas práticas nas organizações. Devemos<br />

«estimular a formação dentro<br />

e fora das organizações com ligação à<br />

academia», acrescentou.<br />

Questionado pelos leitores da Executive<br />

sobre se a indústria farmacêutica<br />

pode ser um dos motores da retoma económica<br />

respondeu: «Acho que é, porque<br />

sem vacinas ninguém estava aqui. Mas<br />

em Portugal ainda se perdem inúmeras<br />

oportunidades: os estudos clínicos são<br />

um mercado de 200 milhões de euros,<br />

em Portugal dá 10; investigação em<br />

Portugal devia ser um mercado; há<br />

uma economia de cinco ou seis biliões<br />

de euros que se perde. E porquê? Porque<br />

somos burocratas, temos interesses<br />

paralelos, que não são os interesses<br />

típicos. Temos tudo bom, mas não temos<br />

organização, não temos objectivos<br />

definidos, não temos projectos, e temos<br />

má liderança», concluiu Nelson Pires.<br />

Teresa Abecasis, administradora da<br />

Galp, recordou durante a sua intervenção<br />

que «vimos de um processo que obrigou<br />

a sociedade a reagir de uma forma<br />

como se fosse uma guerra. Tivemos este<br />

COVID-19 que obrigou a sociedade a<br />

adaptar-se mas a resposta da sociedade<br />

foi no mínimo inspiradora. Na Galp,<br />

como devem imaginar, tivemos de ter<br />

pessoas que estiveram de ficar na linha<br />

da frente e que continuaram a assegurar<br />

as necessidades energéticas do país, seja<br />

nas estações de abastecimento, seja nas<br />

refinarias, que continuavam a ser fornecidas.<br />

Houve também as pessoas que<br />

ficaram em teletrabalho e continuaram<br />

a manter todo um nível de produtividade<br />

que era preciso para fazer a economia<br />

funcionar. Foi uma resposta forte que<br />

mais uma vez nos dá optimismo de que a<br />

humanidade é capaz de resolver os seus<br />

desafios», sendo as alterações climáticas<br />

o desafio a seguir à pandemia.<br />

Vivemos um contexto de transição<br />

energética. Temos, provavelmente, o<br />

desafio de uma geração: ninguém tem<br />

dúvidas de que as temperaturas estão<br />

mais altas e o nível das águas do mar<br />

>> Vivemos um contexto de transição<br />

energética. Temos, provavelmente, o desafio<br />

de uma geração: ninguém tem dúvidas de<br />

que as temperaturas estão mais altas e<br />

o nível das águas do mar está mais alto<br />

está mais alto. Porém, sozinhos, vai<br />

ser difícil fazer esta mudança. «Temos<br />

este optimismo e, portanto, a primeira<br />

ideia para a nova economia é investir<br />

em conhecimento e em inovação. Vamos<br />

montar um centro de investigação e<br />

inovação para a transição energética. A<br />

Galp já começou a posicionar-se nesta<br />

área», refere a responsável.<br />

A Agência Internacional de Energia<br />

diz que 40% das soluções de que preci-<br />

42 DEZEMBRO 2021


altice-empresas.pt<br />

Este Natal<br />

volte a inovar<br />

É Natal e vem aí mais um novo ano. É tempo de fazer uma retrospetiva e começar<br />

a pensar no futuro. Sempre que o ano muda devemos criar novos objetivos, pensar<br />

em mudanças e em renovação, por isso é a altura certa para oferecer mais inovação<br />

à sua empresa. A Altice Empresas estará sempre ao seu lado, para juntos<br />

continuarmos a inovar e a criar as melhores soluções para o futuro.<br />

Este é o desejo da Altice Empresas. Boas Festas e Bons Negócios.<br />

Empresas que mudam Portugal


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

A AGÊNCIA<br />

INTERNACIONAL<br />

DE ENERGIA DIZ<br />

QUE 40% DAS<br />

SOLUÇÕES DE<br />

QUE PRECISAMOS<br />

PARA A<br />

TRANSIÇÃO<br />

ENERGÉTICA<br />

AINDA NÃO<br />

FORAM<br />

INVENTADAS<br />

samos para a transição energética ainda<br />

não foram inventadas. Sobre os restantes<br />

60%, que já existem, a Galp pretende<br />

melhorá-los para que sejam soluções não<br />

só do mundo desenvolvido, mas também<br />

do mundo que tem mais dificuldade em<br />

aceder a estas tecnologias.<br />

A segunda ideia que Teresa Abecasis<br />

deixou relacionou-se com as cidades<br />

e a mobilidade. «Todos conhecemos a<br />

Mobi.E, mas o que queríamos propor<br />

é um City-E. A Mobi.E permite que<br />

qualquer cartão funcione em qualquer<br />

infra-estrutura, e porque não fazer o<br />

mesmo ao nível de toda a mobilidade<br />

que existe dentro numa cidade? Táxis,<br />

transportes públicos, a micromobilidade,<br />

os próprios carregadores eléctricos ou<br />

soluções de parqueamento.»<br />

As pessoas estão focadas na sustentabilidade,<br />

no aproveitamento do seu<br />

tempo, no aproveitamento do melhor<br />

que uma cidade tem para dar. A Galp<br />

aposta na mobilidade eléctrica. «Vamos<br />

terminar o ano com 1000 pontos<br />

de carregamentos em Portugal, mas<br />

o nosso objectivo é ter 10 mil pontos<br />

de carregamento até 2025», anuncia<br />

Teresa Abecasis.<br />

A última ideia é o regresso da economia<br />

e reindustrialização de Portugal.<br />

«Como país podemos fazer muito<br />

mais e à boleia da transição energética<br />

reinventar a nossa presença industrial.<br />

Existe um PRR que prevê projectos nesta<br />

área e que deve ser utilizado em alguns<br />

projectos de reindustrialização», frisa a<br />

executiva, que aproveitou o momento<br />

para lembrar que «investir em electricidade<br />

através de energias renováveis<br />

não resolve o problema da transição<br />

energética, já que a electricidade representa<br />

apenas 15% da energia que é<br />

utilizada a nível mundial. Precisamos<br />

de soluções para o resto da energia, é<br />

preciso soluções para ampliar a electricidade<br />

para a mobilidade mas depois<br />

precisamos de soluções de outros tipos<br />

de combustíveis, muitos deles líquidos»,<br />

remata Teresa Abecasis.<br />

«Queremos apostar na refinaria de<br />

lítio, produção de hidrogénio verde,<br />

primeiro ligados à nossa refinaria e<br />

depois com unidades descentralizadas<br />

de produção de hidrogénio», diz a administradora<br />

da Galp.<br />

No momento em que mais se discute<br />

o futuro do planeta e em que o COP26<br />

foi um dos assuntos mais discutidos e<br />

debatidos, a responsável da Galp foi<br />

questionada pelos leitores da Executive<br />

Digest sobre como é que a empresa<br />

participa nestas iniciativas globais de<br />

44 DEZEMBRO 2021


FOCO<br />

A MAIORIA DOS EMPRESÁRIOS ESTÃO FOCADOS<br />

NA CRIAÇÃO DE RIQUEZA, DEVENDO APROVEITAR<br />

O SALTO QUALITATIVO GRAÇAS A UMA NOVA<br />

GERAÇÃO DE JOVENS QUALIFICADOS E DINÂMICOS<br />

resposta às alterações climáticas. «Sozinhos<br />

não vamos fazer nada. Vamos<br />

fazer em conjunto com a sociedade,<br />

em conjunto com a capacidade que<br />

tenhamos para inovar, para construir<br />

novas soluções e para avançar. A Galp<br />

tem muito claro de que o caminho é o da<br />

descarbonização e incluiu isso nas suas<br />

próprias metas. Temos neste momento<br />

um objectivo de neutralidade carbónica<br />

para 2050 e é público.»<br />

NOVA GERAÇÃO<br />

Jorge Rebelo de Almeida, presidente do<br />

Grupo Vila Galé, tomou a palavra na<br />

conferência para falar sobre a situação<br />

actual do país e, mais especificamente,<br />

do sector do turismo em Portugal. Na<br />

sua intervenção, começou por analisar<br />

a situação do país, em primeiro lugar<br />

sublinhando que devemos estar preparados<br />

para conviver com a pandemia,<br />

depois o impacto da crise dos combustíveis<br />

e, mais importante, sublinha<br />

que a «crise política vem revelar que<br />

os cidadãos e as empresas estão em<br />

segundo plano».<br />

Apesar das contrariedades, Jorge<br />

Rebelo de Almeida sublinhou que a<br />

maioria dos empresários estão focados<br />

na criação de riqueza, devendo aproveitar<br />

o salto qualitativo graças a uma<br />

nova geração de jovens qualificados e<br />

dinâmicos. A reestruturação da Administração<br />

Pública, a reorganização<br />

administrativa do País e o Turismo<br />

foram as principais ideias apresentadas.<br />

«Houve muita gente que antecipava que<br />

o Turismo ia acabar.»<br />

Além da sua função económica, o<br />

Turismo tem também vindo a dar um<br />

contributo muito importante para a<br />

reabilitação física, mental e reanimação<br />

das pessoas. «Temos de continuar a<br />

apostar não de uma forma desbragada<br />

de crescer a todo o custo, mas continuar<br />

a apostar na diversidade, na autenticidade,<br />

na inovação, na diferenciação e


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

sobretudo na sustentabilidade da nossa<br />

oferta turística.»<br />

O presidente do Grupo destacou ainda<br />

que, no sector da hotelaria, «não tratamos<br />

as pessoas como elas mereceriam»,<br />

sublinhando que o sector deve aproveitar<br />

para potenciar as carreiras, tornando-as<br />

mais atractivas e melhor remuneradas.<br />

«Há muitos anos criámos a Academia<br />

Vila Galé, formação em contínuo.»<br />

Jorge Rebelo de Almeida explicou que<br />

o sector do Turismo foi durante a última<br />

crise, o grande pilar do desenvolvimento<br />

económico do país. «Estamos com um<br />

clima mais agradável porque voltou a<br />

haver vida nos hotéis a partir de Agosto.»<br />

Sobre como é que os hotéis Vila Galé se<br />

estão a adaptar ao turista do futuro,<br />

eventualmente com um perfil mais sus-<br />

O TURISMO<br />

TEM TAMBÉM<br />

VINDO A DAR<br />

UM CONTRIBUTO<br />

IMPORTANTE<br />

PARA A<br />

REABILITAÇÃO<br />

FÍSICA, MENTAL<br />

E REANIMAÇÃO<br />

DAS PESSOAS<br />

tentável e preocupado com o ambiente,<br />

Jorge Rebelo de Almeida respondeu:<br />

«Temos a noção clara de que se há uns<br />

anos a sustentabilidade ambiental era um<br />

bom tema para fazer marketing hoje não<br />

tenho dúvidas de que os nossos jovens, as<br />

nossas crianças, não vão pôr os pés num<br />

hotel que não seja sustentável. Temos de<br />

levar isto muito a sério.»<br />

Já Sérgio Carvalho, director de Marketing<br />

da Fidelidade, manifestou a preocupação<br />

da seguradora com o estado da<br />

saúde mental das pessoas, nestes tempos<br />

depois da pandemia. «Sentimos que a<br />

saúde mental está mais frágil, temos esta<br />

informação, esta preocupação, queremos<br />

fazer alguma coisa por isso e temos um<br />

conjunto de ideias.»<br />

Durante a sua intervenção, o responsável<br />

sublinhou que a saúde mental «não é<br />

um tema que conhecemos, mas sim que<br />

todos sabemos, são dados claros». Sendo<br />

assim, «um problema muito forte». Sérgio<br />

Carvalho frisou igualmente a necessidade<br />

de tanto as empresas como o Estado<br />

terem de desempenhar o seu papel.<br />

«Começarmos pela saúde física é<br />

uma preocupação que temos vindo a ter<br />

desde sempre. Temos recentemente um<br />

programa que lançámos, o Multicare Vitality,<br />

que se foca na prática do exercício<br />

físico e no diagnóstico. Queremos que as<br />

nossoas pessoas se preocupem com o seu<br />

bem-estar. Não queremos fazer parte da<br />

doença, queremos fazer parte da saúde.»<br />

No caso das seguradoras, a Fidelidade<br />

lidera o movimento da cobertura de<br />

tratamentos e da prevenção da saúde<br />

mental, lembrando que «há muito pouco<br />

tempo, este era um problema que não<br />

era abrangido pelas apólices».<br />

«Sabemos que hoje nas nossas empresas,<br />

na nossa sociedade, cada vez<br />

mais é razão de absentismo. Os jovens<br />

começam desde muito cedo a ter este<br />

46 DEZEMBRO 2021


SEGURADORAS<br />

AS SEGURADORAS TÊM DESEMPENHADO UM PAPEL MUITO<br />

IMPORTANTE NA ÁREA DA SAÚDE EM PORTUGAL, COM<br />

SEGUROS DE SAÚDE E UMA SÉRIE DE INICIATIVAS QUE TÊM<br />

LEVADO A CABO NA DEFESA DA PRÓPRIA SAÚDE DAS PESSOAS<br />

HÁ OUTROS<br />

GRANDES<br />

DESAFIOS COMO<br />

A INOVAÇÃO –<br />

ONDE O RISCO<br />

CIBERNÉTICO<br />

É UMA<br />

AMEAÇA – E A<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

tipo de dificuldades e compete-nos olhar<br />

para isto com uma grande preocupação,<br />

caso contrário não conseguimos cumprir<br />

muitos dos desígnios que foram aqui<br />

apresentados», sublinha o responsável.<br />

De facto, as seguradoras têm desempenhado<br />

um papel muito importante<br />

na área da saúde em Portugal, não só<br />

com seguros de saúde, mas também com<br />

uma série de iniciativas que têm levado<br />

a cabo na defesa da própria saúde das<br />

pessoas. Questionado pelos leitores da<br />

Executive Digest sobre o que podemos<br />

esperar mais das seguradoras lembrou<br />

que o papel do sector «é transversal,<br />

tendo sido bastante visível durante estes<br />

dois anos de pandemia».<br />

Há outros grandes desafios como a<br />

inovação – onde o risco cibernético é<br />

uma ameaça – e a sustentabilidade.<br />

«Em Portugal temos assistido nos últimos<br />

anos a acidentes com este tipo<br />

de eventos. As empresas podem parar,<br />

assim como o Estado, pelo que o papel<br />

das seguradoras é que nenhuma destas<br />

organizações pare», explica.<br />

GLOBALIZAÇÃO<br />

Henrique Fonseca, administrador da<br />

Vodafone, foi outro dos oradores da<br />

XXI Conferência Executive Digest. «O<br />

primeiro tema que vos queria falar é o<br />

tema da digitalização.» Recorrendo a<br />

um estudo da Digitalização do Tecido<br />

Empresarial Português, a primeira<br />

conclusão é que apesar da altura em que<br />

vivíamos (e estamos a falar de Janeiro<br />

de 2021) dois terços das empresas estavam<br />

optimistas quanto ao futuro do<br />

negócio. E quando lhes foi perguntado<br />

quais as principais preocupações que<br />

têm, as respostas seriam provavelmente<br />

as mesmas de há dois ou três anos:<br />

rentabilidade da empresa e captação<br />

de novos clientes.<br />

Já sobre os benefícios da digitalização<br />

o administrador da Vodafone realça a<br />

redução de custos, o aumento da produtividade,<br />

ou a eficiência dos processos.<br />

«E quando as empresas se mostram<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 47


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

DAS IDEIAS À PRÁTICA<br />

JOSÉ MIGUEL LEONARDO<br />

Não vale dizer que é preciso mudar, que se tem de fazer mais, é preciso<br />

passar à prática<br />

Portugal precisa de ambição e de execução. Temos<br />

as pessoas, as melhores pessoas e temos de exigir<br />

o máximo, acreditando que começa em cada um<br />

de nós fazer a diferença, para que o mundo pós-<br />

-pandemia seja não apenas “novo”, mas melhor,<br />

onde todos somos melhores. Mas para sermos<br />

melhores temos de recusar a mediocridade, deixar<br />

de fechar os olhos ao incumprimento e aceitar<br />

em silêncio a corrupção. Temos de ser exigentes<br />

connosco e com quem nos rodeia, equilibrando o<br />

trabalho com a vida pessoal. É nesta conciliação<br />

que se encontra o verdadeiro equilíbrio, é aqui<br />

que reside a felicidade e se vive num desconforto<br />

confortável, de quem se mantém curioso e relevante<br />

para participar na mudança. Mudança que não é mais do que a vida que se vive todos<br />

os dias e se quer sempre melhor para o próprio e para um propósito comum. E se tudo<br />

o que escrevi até agora corre o risco de ser muito teórico, as propostas são na verdade<br />

bem concretas: o aumento dos salários, remunerando a produtividade e reduzindo a<br />

carga fiscal; parar de legislar em continuidade e fazer cumprir a lei penalizando quem<br />

não a cumpre, acabando de vez com a diabolização da flexibilidade; desenvolver uma<br />

estratégia de competências que responda às efectivas necessidades das empresas e<br />

que garanta a atractividade. A prática está aqui. Pequenos passos num caminho que<br />

não termina, em que mudar está em cada um de nós, garantindo que não desistimos<br />

até passarmos das ideias à prática.<br />

RANDSTAD<br />

CEO<br />

preocupadas sobre a captação de novos<br />

clientes olham para a digitalização como<br />

a capacidade de poder dar mais visibilidade<br />

à sua empresa, de poder chegar a<br />

novos clientes e a novos públicos-alvo.<br />

Hoje há soluções em que por menos de<br />

10 euros por mês, uma empresa passa<br />

a ter um site e uma loja electrónica»,<br />

destaca Henrique Fonseca.<br />

O executivo sublinhou ainda o impacto<br />

das novas tecnologias no mundo empresarial,<br />

nomeadamente a preponderância<br />

da tecnologia 5G. «A 5G vai ser uma<br />

grande oportunidade para todas as<br />

empresas portuguesas», disse Henrique<br />

Fonseca, destacando as potencialidades<br />

desta nova tecnologia que considera não<br />

só como uma evolução, mas também uma<br />

revolução que terá um grande impacto<br />

socioeconómico no mundo empresarial.<br />

O 5G introduzirá novas oportunidades<br />

de aceleração socioeconómica através<br />

de novas capacidades para melhorar os<br />

serviços de comunicações, mas também<br />

suportar a inovação e crescimento económico<br />

porque o 5G tem capacidades<br />

48 DEZEMBRO 2021


5G<br />

INTRODUZIRÁ NOVAS OPORTUNIDADES DE<br />

ACELERAÇÃO SOCIOECONÓMICA ATRAVÉS DA<br />

INTRODUÇÃO DE NOVAS CAPACIDADES PARA<br />

MELHORAR OS SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES<br />

A SENSORIZAÇÃO<br />

DAS CIDADES<br />

VAI PERMITIR<br />

MELHORAR A<br />

QUALIDADE<br />

DE VIDA E<br />

SEGURANÇA<br />

DOS CIDADÃOS<br />

que se diferenciam das outras gerações:<br />

latência, capacidade, resiliência,<br />

velocidade, mobilidade e autonomia.<br />

Todos os sectores socioeconómicos vão<br />

beneficiar desta tecnologia – saúde,<br />

indústria, energia&utilities, automotive,<br />

sector financeiro, transportes, retalho,<br />

agricultura, media&entretenimento.<br />

«Na Vodafone podemos ajudar a<br />

acelerar esta oportunidade», disse o<br />

administrador, acrescentando que mais<br />

do que uma barreira, há um desconhecimento<br />

por parte das empresas no que<br />

respeita à digitalização.<br />

Para dar resposta a este desafio, a<br />

Vodafone lançou a plataforma V-Hub<br />

durante a pandemia que pretende dotar<br />

as PME de know-how para a transformação<br />

digital. Isto trata-se de uma<br />

plataforma que pretende ser um centro<br />

de conhecimento, assim como uma fonte<br />

de aconselhamento “one to one” para as<br />

empresas portuguesas.<br />

Há muitas designações para uma<br />

coisa que se vai chamar Internet of<br />

Everything e o 5G vai acelerar isso<br />

devido à sua capacidade de ligar tantos<br />

sensores. «Isso já acontece hoje e vai<br />

acontecer ainda mais. A sensorização<br />

das infra-estruturas, a sensorização da<br />

medicina, em que vamos ter capacidade<br />

de poder ter medicina mais preventiva<br />

e assim reduzir as taxas de mortalidade.<br />

A sensorização das cidades vai<br />

permitir não só melhorar a qualidade<br />

de vida e segurança dos cidadãos, mas<br />

vai também permitir aos municípios<br />

que apostem nisto como uma forma de<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 49


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

atrair e reter talento para habitar nas<br />

cidades que gerem.»<br />

Em resposta aos leitores da Executive<br />

Digest, que perguntaram se digitalização<br />

das PME é a chave para um Portugal<br />

mais resiliente, produtivo e competitivo,<br />

Henrique Fonseca respondeu: «A<br />

resposta é sim, claramente que é uma<br />

das soluções. E no estudo que aqui apresentámos<br />

vimos exactamente isso. Ou<br />

seja, quando perguntámos às empresas<br />

quais são as suas maiores preocupações,<br />

falaram-nos em rentabilidade e em novos<br />

clientes. E quando lhes perguntámos os<br />

benefícios dos desafios da digitalização<br />

falaram-nos em redução de custos,<br />

melhor eficácia de processos, mais<br />

rentabilidade, chegar a novos clientes<br />

e ter mais visibilidade.»<br />

José Miguel Leonardo, CEO da Randstad,<br />

lembrou que com a pandemia<br />

da COVID-19, a globalização tornou<br />

o mundo mais pequeno. «Em virtude<br />

desta pandemia o mundo ficou mais<br />

pequeno. E ficou mais pequeno porque<br />

a globalização deu um salto enorme no<br />

seu percurso que já vem de há muito<br />

tempo mas que à mercê da tecnologia<br />

e das capacidades que a digitalização<br />

também trouxe às nossas vidas permitiu<br />

tornar o mundo mais pequeno e permitiu<br />

que esta globalização se tornasse ainda<br />

mais eficaz do que vinha sendo e a um<br />

ritmo maior.»<br />

Isto cria desafios enormes à liderança<br />

que também ela tem de ser feita<br />

de maneira diferente daquela que era<br />

tradicionalmente feita, e tudo isto tem<br />

vindo a acontecer a um ritmo frenético.<br />

«E ainda que ainda estejamos neste<br />

momento com o pêndulo num dos extremos<br />

– porque a questão pandémica<br />

ainda não acabou – ainda não podemos<br />

voltar a uma normalidade. Mas mesmo<br />

depois, quando tal for possível, as<br />

formas de trabalhar serão diferentes<br />

das que eram. Podemos capitalizar na<br />

aprendizagem já feita e praticar hoje o<br />

que queremos fazer no futuro enquanto<br />

organizações. Não capitalizar é parvo,<br />

é desperdiçar todos os sacrifícios feitos,<br />

é preciso fazê-lo em prol da humanização<br />

das organizações», sublinha José<br />

Miguel Leonardo.<br />

Para o executivo, o primeiro desafio<br />

de Portugal são os salários baixos. «Não<br />

são baixos porque o patronato o queira,<br />

mas porque há uma certa inércia. Seria<br />

diferente se houvesse maiores índices de<br />

confiança e se a premiação do trabalho<br />

pudesse ser mais audaz.»<br />

Nesse sentido, José Miguel Leonardo,<br />

CEO da Randstad explica que o índice<br />

de aumento do salário mínimo tem<br />

sido bastante gradual, a questão, no<br />

entanto, é se esta subida é proporcional<br />

ao crescimento.<br />

«A evolução do salário mínimo cria<br />

efeitos colaterais perversos. Se no início<br />

do ano 2000, entre 5% e 6% da franja<br />

tinha esta remuneração, hoje esta<br />

percentagem está cima dos 20%. Mais<br />

de um em cada cinco trabalhadores<br />

em Portugal aufere neste momento o<br />

salário mínimo. Isto não pode ser bom<br />

porque quando nos alinhamos pelos<br />

mínimos não estamos a fazer o que de<br />

melhor podemos fazer, portanto com os<br />

salários replica a mesma coisa», adverte<br />

o executivo.<br />

Além disso, o CEO lembra que a remuneração<br />

média mensal em Portugal<br />

tem vindo a crescer a um ritmo significativamente<br />

inferior ao ritmo que<br />

cresce o salário mínimo, provocando um<br />

50 DEZEMBRO 2021


SALÁRIOS<br />

A EVOLUÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO CRIA EFEITOS<br />

COLATERAIS PERVERSOS. SE NO INÍCIO DO ANO 2000,<br />

ENTRE 5% E 6% DA FRANJA TINHA ESTA REMUNERAÇÃO,<br />

HOJE ESTA PERCENTAGEM ESTÁ CIMA DOS 20%<br />

PORTUGAL TEM<br />

UM CAMINHO<br />

A PERCORRER<br />

NO QUE DIZ<br />

RESPEITO À<br />

LITERACIA<br />

DIGITAL, O FACTO<br />

DE SERMOS UM<br />

PAÍS MAIS VELHO<br />

NÃO SERVE<br />

DE ESCUSA<br />

achatamento dos salários em Portugal.<br />

A estimativa é que neste período de 10<br />

anos, a remuneração base cresça 10%,<br />

já o salário mínimo irá crescer nesta<br />

projecção cerca de 40%. «Isto não é bom,<br />

isto tem de ser mudado, isto tem de ser<br />

revisto e tem de haver também incentivos<br />

para que isso assim seja.»<br />

José Miguel Leonardo mostrou através<br />

de um simulador vários exemplos de<br />

trabalhadores com salários variáveis<br />

acrescidos de uma premiação. Entre<br />

vários exemplos destacamos o de um<br />

trabalhador de um quadro superior que<br />

ganha cinco mil euros de ordenado, com<br />

uma premiação de mil euros: ao empregador<br />

esta remuneração custa 1237<br />

euros, já o trabalhador recebe 377 euros<br />

desses mil euros teóricos que a empresa<br />

lhe dava e o Estado arrecada mais 860<br />

APOSTAMOS NA CIÊNCIA PARA INOVAR<br />

MARCELO NICO<br />

Devido ao aumento demográfico, a nível mundial, a OMS estima que,<br />

em 2025, existirão cerca de 1000 milhões de fumadores, ou seja,<br />

uma em cada sete pessoas<br />

É para estas pessoas que apostamos na ciência<br />

para investigar e desenvolver produtos tecnologicamente<br />

inovadores e cientificamente comprovados,<br />

e que anunciámos, em 2016, a nossa ambição de<br />

construir um futuro melhor que assenta na substituição<br />

dos cigarros convencionais por melhores<br />

alternativas, que permitam àqueles que decidem<br />

continuar a fumar aceder a soluções que reduzem<br />

a nocividade e, dessa forma, proteger e promover<br />

a Saúde Pública. Em Neuchâtel, na Suíça, onde<br />

se localiza a sede da Philip Morris International,<br />

de que a Tabaqueira é subsidiária, construímos<br />

um avançado centro de investimento, no qual já<br />

investimos 6,9 mil milhões de euros e onde temos<br />

uma equipa de mais de 400 investigadores e cientistas que, todos os dias, trabalham<br />

para desenvolver produtos tecnologicamente inovadores, sem combustão e fumo e<br />

substanciados por evidência científica. Foi com essa ambição no horizonte que nos<br />

reorientámos e somos hoje uma empresa inovadora, focada na ciência, que desenvolve<br />

soluções que vão muito para além do tabaco e da nicotina, e que procura, através do<br />

diálogo, promover decisões com base em evidência científica para ir ao encontro das<br />

expectativas dos consumidores dos nossos produtos, reguladores e sociedade em<br />

geral. Enquanto organização desempenhamos um papel fundamental na promoção<br />

de mudanças de hábitos que beneficiem a Saúde Pública: na forma como estamos a<br />

acelerar a inovação e o desenvolvimento de soluções menos nocivas e na forma como<br />

estamos a produzir e a disponibilizar evidência científica, para que governos e entidades<br />

públicas possam tomar decisões fiáveis e fundamentadas em ciência.<br />

TABAQUEIRA<br />

DIRECTOR-GERAL<br />

euros, sem que nada tivesse contribuído<br />

para a produtividade da empresa.<br />

«Isto acaba por ser tantas vezes um<br />

incentivo à hipercriatividade manhosa,<br />

criando situações de remuneração que<br />

não deveriam ser, e quando não é assim,<br />

as empresas que o não fazem saem prejudicadas<br />

porque há uma concorrência<br />

desleal e depois não serve nem ao trabalhador,<br />

nem ao Estado.»<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 51


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

VISÃO DE FUTURO DA BANCA<br />

MARIA JOÃO CARIOCA<br />

A 21.ª Conferência da Executive Digest foi um daqueles momentos que<br />

confirmam a importância do retomar das oportunidades de discutir<br />

presencialmente os temas que nos convocam enquanto sociedade<br />

Uma manhã passada no Museu do Oriente em<br />

Lisboa, com o sol e a vista para o Rio Tejo a iluminarem<br />

uma discussão sobre a sociedade pós-COVID<br />

conduzida com os contributos de responsáveis<br />

por empresas estratégicas a operar em Portugal.<br />

Algo que começou no outro lado do mundo, tem<br />

agora lugar de destaque na forma como vivemos<br />

a vida no dia-a-dia e na forma como gerimos as<br />

nossas empresas. Foi uma discussão rica dos<br />

vários aspectos em que, nesta nova realidade,<br />

se exige agora que a actividade empresarial vá<br />

além da gestão corrente do substracto. Como<br />

faremos caminho com os nossos colaboradores?<br />

Qual a visão de futuro colectivo que reflectimos<br />

na nossa actividade? Na Banca falámos de como ainda nos ocupa o apoio de que<br />

famílias e empresas precisam para lidar com os impactos directos e as exigências de<br />

transformação acelerada deste novo contexto. Falámos também de como por novas<br />

tecnologias ao serviço das necessidades desta nova realidade. E falámos dos cada vez<br />

mais imperativos critérios ESG (Environmental, Social and Governance) no modelo<br />

de relacionamento e financiamento aos nossos clientes. As empresas de energia têm<br />

preocupações com as alterações climáticas e a transformação energética em curso,<br />

outras terão a transformação digital, como multiplicador da velocidade de mudança.<br />

Mas todas têm em comum um factor, que esteve em evidência: a importância das<br />

pessoas. Estar uma manhã a ouvir 12 personalidades de empresas com um enorme<br />

impacto social, a partilhar a sua visão de como a pandemia alterou as expectativas<br />

das pessoas, foi sem dúvida uma manhã proveitosa.<br />

CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS<br />

ADMINISTRADORA<br />

feitos em Portugal. Estou a falar de<br />

trabalho temporário efectuado por<br />

empresas de trabalho temporário. Não<br />

se confunda com os contratos a termo.<br />

Por isso mesmo (1,1%), não pode ser este<br />

o demónio.»<br />

Por fim é preciso, para o CEO, sublinhar<br />

a questão das competências.<br />

«Portugal tem um caminho a percorrer<br />

no que diz respeito à literacia digital,<br />

o facto de sermos um país mais velho<br />

não serve de escusa. Existem trabalhos<br />

que com a digitalização vão desaparecer<br />

em 2025; é preciso reconverter<br />

as pessoas. As empresas têm de saber<br />

também procurar os seus colaboradores.<br />

As pessoas são o primeiro e principal<br />

asset das empresas, não devem nunca<br />

ser vistas ou tratadas como um fardo a<br />

carregar», frisa.<br />

Questionado pelos leitores da Executive<br />

Digest se já sente em Portugal<br />

a tendência de “great resignation”, isto<br />

é, a saída voluntária das pessoas das<br />

empresas, José Miguel Leonardo afirma<br />

que «não temos evidências de que isso<br />

já chegou, pela própria amostragem e<br />

pela dificuldade de recrutamento que<br />

hoje temos».<br />

«Este ano, no segundo e terceiro trimestre<br />

houve mais de 20 milhões de<br />

demissões nos EUA – um terço sem ter<br />

outro trabalho já garantido – praticamente<br />

o dobro do que era verificado antes da<br />

pandemia, e isto é um problema, tendo<br />

em conta as dificuldades de recrutamento»,<br />

alerta.<br />

Para José Miguel Leonardo, o Estado<br />

deveria rever as premiações. «Se não<br />

podemos mexer nos salários base, que<br />

pelo menos se mexa nas premiações, que<br />

seja menos ávido nos contributos fis-<br />

cais extraordinários.» O executivo sublinha<br />

ainda que o trabalho temporário<br />

tem vindo a ser diabolizado. «Em<br />

Portugal, o trabalho temporário representa<br />

apenas 1,1% do total de contratos<br />

DIGITALIZAÇÃO<br />

Maria João Carioca, administradora da<br />

Caixa Geral de Depósitos (CGD), subiu<br />

a palco para falar sobre os desafios e as<br />

oportunidades da banca para os seus<br />

clientes. Foi nesse sentido que falou de<br />

três assuntos que no contexto actual<br />

52 DEZEMBRO 2021


DESAFIOS<br />

UM DOS DESAFIOS DA BANCA É A ATRACÇÃO<br />

E RETENÇÃO DE TALENTO, SOBRETUDO EM<br />

NOVAS ÁREAS DE COMPETÊNCIAS DIGITAL,<br />

TECNOLOGIA, CIÊNCIAS DOS DADOS<br />

A DIGITALIZAÇÃO<br />

AUMENTA A<br />

PRODUTIVIDADE<br />

E A RIQUEZA<br />

DAS FAMÍLIAS<br />

E EMPRESAS<br />

são desafiantes: apoio à economia, ESG<br />

e o digital.<br />

Relativamente ao apoio à economia,<br />

Maria João Carioca destaca a manutenção<br />

da capacidade produtiva do tecido<br />

empresarial, do relançamento do investimento,<br />

da capitalização de empresas<br />

e ainda no apoio à saída das moratórias<br />

das empresas sem receitas. «No que<br />

diz respeito ao apoio à economia não<br />

é indiferente a forma como o fazemos,<br />

queremos ser capazes de ajudar a orientar<br />

esse apoio ao aumento de produtividade<br />

na economia portuguesa.»<br />

No que respeita aos desafios ESG, em<br />

como ser ambientalmente, socialmente<br />

e corporativamente sustentável, a administradora<br />

sublinhou que a CGD tem<br />

orgulho em ter sido a primeira a fazer<br />

uma emissão de dívida ESG, emitindo<br />

500 milhões em dívida “verde” – ela é<br />

mais do que “verde” apenas no sentido<br />

ambiental, ela é “verde” porque é orientada<br />

à sustentabilidade social e é “verde”<br />

porque obrigou a prestar contas sobre<br />

um conjunto de princípios de governo<br />

corporativo. «Isto implica que sejamos<br />

capazes de nos organizar, de ter a informação<br />

disponível a quem nos vai pedir<br />

por ela, para que possamos comprovar<br />

que, efectivamente, merecemos essas<br />

condições especiais. Acreditamos que<br />

para uma economia como a portuguesa,<br />

isto vai ser importante», referiu.<br />

De sublinhar também a apresentação<br />

de resultados sobre a importância da<br />

digitalização para o banco. Maria João<br />

Carioca mostrou que a CGD tem 1,2<br />

milhões de clientes por dia nos canais<br />

digitais, representando 21% de crescimento<br />

nas operações nos canais digitais.<br />

«Mas queremos mais. Queremos uma<br />

intensidade que tenha valor para as<br />

famílias. Queremos com isto aumentar<br />

a produtividade e a riqueza das famílias<br />

e empresas», sublinhou a executiva.<br />

O negócio digital aumentou bastante,<br />

sendo o crédito pessoal o mais representativo,<br />

e possuem o «primeiro assistente<br />

digital inteligente» que serviu mais de<br />

700 mil clientes até hoje.<br />

Um dos desafios da banca é a atracção<br />

e retenção de talento, sobretudo em<br />

novas áreas de competências digital,<br />

tecnologia, ciências dos dados. Questionada<br />

pelos leitores da Executive<br />

Digest se a mobilização do talento é<br />

um pilar fundamental neste processo<br />

de transformação, Maria João Carioca<br />

não tem dúvidas e esclarece que este é<br />

um grande desafio para a banca. «A<br />

banca continua a ser sexy e tem interesse<br />

para atrair novos talentos», refere<br />

a administradora, que salienta ainda<br />

«o peso do apetite ao risco, das nossa<br />

características enquanto instituições,<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 53


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

A AP<strong>ED</strong><br />

TEM UMA VISÃO<br />

ESTRATÉGICA<br />

PARA O FUTURO<br />

QUE PASSA<br />

PELAS PESSOAS,<br />

ECONOMIA<br />

DO FUTURO,<br />

COMPETITIVIDADE,<br />

ÉTICA E<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

da dimensão das nossas organizações,<br />

tem que ser muito trabalhado. Atrair<br />

talento para a banca é indispensável,<br />

mas não é pêra doce».<br />

Gonçalo Lobo Xavier, director-geral<br />

da Associação Portuguesa de Empresas<br />

de Distribuição (AP<strong>ED</strong>), sublinhou que<br />

há três caminhos importantes para<br />

Portugal: recursos humanos, sustentabilidade<br />

e digitalização e estabilidade<br />

fiscal. «Representamos muito emprego,<br />

mais de 130 mil trabalhadores, 11% do<br />

PIB, mais de 4300 lojas em todo o país,<br />

sendo que 90 mil destes trabalhadores<br />

trabalham para o retalho alimentar,<br />

os tais que também estiveram na linha<br />

da frente. Temos uma visão estratégica<br />

para o futuro que passa pelas pessoas,<br />

economia do futuro, competitividade e<br />

ética e sustentabilidade.»<br />

Relativamente aos recursos humanos,<br />

«flexibilidade é uma palavra muito difícil<br />

de usar à mesa de uma negociação<br />

sindical. Voltar a investir em formação<br />

no próximo PRR, é um imperativo e é<br />

um crime não o fazer nem consultar as<br />

empresas sobre isso».<br />

No que toca à sustentabilidade e à<br />

digitalização, o responsável recorda<br />

que ainda não há soluções credíveis no<br />

mercado para transportar mercadorias,<br />

grandes quantidades de bens sem usar<br />

os camiões, alimentados a combustíveis<br />

fósseis. Para isso é preciso tempo<br />

e investigação. É preciso olhar para o<br />

verde como algo que seja sustentável<br />

e equilibrado. «Estamos na linha da<br />

frente no que diz respeito ao combate<br />

ao desperdício, seja na utilização pouco<br />

racional do plástico, seja no desperdício<br />

54 DEZEMBRO 2021


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

IDEIAS DISRUPTIVAS<br />

NELSON PIRES<br />

A 21.ª Conferência da Executive Digest, voltou a confirmar a<br />

oportunidade de ter um meio de comunicação sério a sugerir<br />

ideias para Portugal, pelas empresas e academia<br />

Com as conclusões da conferência, conseguia-se<br />

elaborar um “roadmap” para o País, com ideias<br />

disruptivas mas adaptadas às nossas necessidades<br />

futuras para construir um Portugal de sucesso.<br />

Talvez esta devesse ser a fonte de preparação<br />

de um plano de gestão do país em várias áreas,<br />

da educação, à economia, à transição digital, à<br />

retenção de talento, à sustentabilidade, à fiscalidade,<br />

às finanças públicas, à administração e à<br />

função pública... Foi também uma honra poder<br />

participar junto a personalidades tão distintas<br />

e dar as minhas três sugestões em temas que<br />

entendo serem cruciais para o futuro do nosso<br />

país: a educação, a fiscalidade e a liderança empresarial.<br />

Mas foi uma intervenção entre muitas que<br />

julgo acrescentaram valor para um país que queremos que saia do fundo dos vários<br />

indicadores da Europa. Esperamos agora pela 22.ª conferência, que pelo exemplo<br />

desta, será certamente muito melhor!<br />

JABA RECORDATI<br />

GENERAL MANAGER<br />

alimentar que é de facto algo que diz<br />

muito ao sector do retalho alimentar<br />

em Portugal.»<br />

O director-geral da Associação Portuguesa<br />

de Empresas de Distribuição<br />

afirma ainda que se fala de digitalização,<br />

mas não do que se fará das pessoas que<br />

vão perder empregos. «É preciso ajustamento<br />

nos recursos humanos, é preciso<br />

que se invista em empresas. É necessário<br />

também investimento financeiro, mas<br />

seguramente com mais investimento<br />

em educação e com mais alteração de<br />

paradigmas e mentalidades.»<br />

Quanto à estabilidade fiscal, frisou<br />

o peso das obrigações desta natureza<br />

que carregam o sector. «Em média,<br />

nas nossas empresas, por ano, temos<br />

109 obrigações fiscais de pagamento,<br />

73 relativas a impostos, 36 a taxas e<br />

tarifas. As empresas estão vinculadas a<br />

entregar 59 declarações referentes aos<br />

diferentes impostos. Isto implica, em<br />

termos de recursos humanos, que uma<br />

pessoa ocupa cinco semanas do ano a<br />

tratar desta matéria.»<br />

«Isto não é razoável, nem nos leva a<br />

um crescimento dinâmico», adverte o<br />

director-geral da AP<strong>ED</strong>. Questionado<br />

pelos leitores da Executive Digest sobre<br />

o papel do sector da distribuição na diminuição<br />

da pegada carbónica, lembra<br />

que «não temos nenhum camião que<br />

entre nos nossos entrepostos e que não<br />

venha completamente carregado. Assim<br />

como, não sai nenhum que vá vazio,<br />

para mitigar ao máximo essa questão<br />

das emissões. Estamos a premiar os<br />

motoristas que gastam menos gasóleo<br />

aos 100 km».<br />

«No entanto, não nos podemos esquecer<br />

que cabe a todos nós reduzir a<br />

pegada. Somos nós cidadãos os maiores<br />

responsáveis pelo desperdício alimentar.<br />

O que queremos é canalizar os produtos<br />

que estão em condições de ser consumidos<br />

e canalizá-los para mais de mil<br />

IPSS de todo o país», alertou Gonçalo<br />

Lobo Xavier.<br />

INOVAÇÃO<br />

Marcelo Nico, director-geral da Tabaqueira<br />

falou sobre as principais inovações<br />

no sector, onde tiveram um<br />

papel fundamental para a mudança de<br />

paradigma na procura de um futuro<br />

sem fumo. A Tabaqueira, subsidiária da<br />

Philip Morris International (PMI) em<br />

Portugal, é a maior empresa de tabaco<br />

a nível nacional, e uma das maiores<br />

empresas do país. A fábrica é um dos<br />

maiores centros de produção da PMI<br />

na União Europeia e também uma das<br />

10 principais empresas exportadoras<br />

nacionais, produzindo para mais de<br />

25 países.<br />

«Apostamos na ciência para inovar e<br />

transformar os nossos produtos rumo a<br />

um futuro melhor», referiu o director-<br />

56 DEZEMBRO 2021


INOVAÇÃO<br />

A TABAQUEIRA TEM INVESTIDO NO DESENVOLVIMENTO DE<br />

ALTERNATIVAS AO CIGARRO E TEM NA SUÍÇA UM CENTRO DE<br />

INVESTIGAÇÃO, ONDE DESENVOLVEM OUTRAS OPÇÕES AOS<br />

CIGARROS TRADICIONAIS, COM PRODUTOS MENOS NOCIVOS<br />

-geral da Tabaqueira, sublinhando que<br />

o objectivo é querer um mundo sem<br />

fumo, com alternativas baseadas em<br />

desenvolvimentos científicos e inovações<br />

da empresa que possam substituir os<br />

cigarros tradicionais.»<br />

Para tal, a Tabaqueira tem investido<br />

nos últimos 15 anos sete mil milhões<br />

de euros no desenvolvimento de alternativas<br />

ao cigarro e tem na Suíça um<br />

centro de investigação, onde trabalham<br />

400 cientistas no desenvolvimento de<br />

alternativas aos cigarros tradicionais,<br />

com produtos menos nocivos.<br />

A confirmação de que a organização<br />

estava no caminho certo deu-se no ano<br />

passado. A Agência Americana para a<br />

Segurança Alimentar e para o Medicamento,<br />

a Food and Drug Administration<br />

(FDA), autorizou a comercialização<br />

do IQOS, que se trata de um sistema de<br />

aquecimento de tabaco da PMI, como um<br />

produto de tabaco de risco modificado<br />

MESMO UMA<br />

INDÚSTRIA COMO<br />

A DO TABACO TEM<br />

OPORTUNIDADE<br />

DE UTILIZAR<br />

A CIÊNCIA E<br />

APOSTAR NA<br />

SUSTENTABILIDADE.<br />

É POSSÍVEL CRIAR<br />

UM MUNDO<br />

SEM FUMO<br />

(Modified Risk Tobacco Product). Ao<br />

fazê-lo, a FDA considerou que a autorização<br />

de comercialização do IQOS com<br />

a informação de modificação de exposição,<br />

é apropriada para a promoção da<br />

saúde pública.<br />

«Isto é muito importante para a nossa<br />

indústria e que pode demonstrar que as<br />

alternativas são possíveis e podem ter um<br />

impacto muito positivo. Neste contexto<br />

também queria mencionar que o nosso<br />

objectivo vai muito além do tabaco e da<br />

nicotina. O outro ponto fundamental é<br />

que neste desenvolvimento dos produtos<br />

não mudámos só a nossa organização,<br />

mas estamos a mudar a indústria inteira,<br />

como líderes no sector.»<br />

Sobre o enquadramento regulamentar,<br />

este tem de seguir a transformação<br />

como foi o caso da FDA nos EUA e os<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 57


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

DESAFIOS PARA A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA<br />

TESESA ABECASIS<br />

Excelente reflexão conjunta a que a 21.ª Conferência da Executive<br />

Digest permitiu<br />

No meu pitch tive a oportunidade de reflectir<br />

sobre a resposta da humanidade a alguns dos<br />

desafios estruturantes para a transição energética.<br />

Partilhei três ideias para Portugal nas<br />

dimensões pessoas, cidades e economia. No<br />

âmbito das pessoas destaquei a necessidade de<br />

desenvolver um verdadeiro centro de inovação<br />

em Portugal para acelerar as tecnologias que vão<br />

permitir esta transição. Um movimento que permita<br />

rasgar horizontes e colocar o país na vanguarda<br />

do conhecimento. Em cidades, sabemos que a<br />

pandemia deixou evidente a necessidade de<br />

repensar a gestão das mesmas e particularmente<br />

da mobilidade. Sabemos que a electrificação está<br />

a acontecer, uma revolução urbana que obriga à<br />

criação de condições para um ecossistema de mobilidade eléctrica emergente. Essa<br />

gestão pode passar por um programa “Citi-e” que traga soluções integradas para a<br />

mobilidade urbana. A Galp vai fechar 2021 com mais de 1000 pontos de carregamento<br />

sendo que em 2025 ambicionamos chegar aos 10 mil na península ibérica. Em<br />

complemento, inaugurámos o primeiro edifício – o Duque 70, em Lisboa – com 250<br />

lugares para carregamentos eléctricos, um primeiro passo para pensar a mobilidade<br />

nos edifícios de raiz. Relativamente à economia, existe uma oportunidade única para<br />

avançar com reindustrialização do país. Estamos a posicionar-nos na cadeia de valor<br />

das baterias para veículos eléctricos e a avançar para transformar a refinaria de Sines<br />

num Parque de Energia Verde, focado em novas energias mais sustentáveis, como<br />

o hidrogénio verde.<br />

GALP<br />

ADMINISTRADORA<br />

decisores políticos podem igualmente<br />

colocar a ciência ao serviço das decisões<br />

políticas, que hoje está disponível.<br />

«Em termos de sustentabilidade, sabemos<br />

que não há um planeta B. Devemos<br />

dar um sinal forte e significativo de que<br />

estamos dispostos a fazer as mudanças<br />

que são necessárias para termos um<br />

planeta mais sustentável», referindo-<br />

-se ao facto de a fábrica de Sintra ter<br />

atingido o certificado de neutralidade<br />

carbónica. No que respeita à responsabilidade<br />

ambiental da empresa, Marcelo<br />

Nico destacou que atingiram este ano o<br />

certificado de neutralidade carbónica na<br />

sua primeira fábrica, em Sintra, graças a<br />

uma diminuição de 48% no desperdício<br />

de água, de 40% em energia e de 71%<br />

em emissões de carbono.<br />

A sustentabilidade tem de ser trabalhada<br />

também através das pessoas. O<br />

reconhecimento da diversidade é um<br />

factor fundamental dentro da empresa.<br />

A Philip Morris International (PMI)<br />

tornou-se na primeira empresa multinacional<br />

globalmente certificada em<br />

termos de igualdade salarial pela entidade<br />

independente EQUAL-SALARY<br />

Foundation. Esta certificação reconhece<br />

o compromisso assumido pela PMI<br />

para com a igualdade e a criação de<br />

um local de trabalho inclusivo e uma<br />

representação equilibrada de homens e<br />

mulheres. A PMI seleccionou a inclusão e<br />

a diversidade entre os factores essenciais<br />

da sua transformação de uma empresa<br />

fabricante de cigarros tradicional para<br />

uma empresa voltada para a ciência e<br />

para a tecnologia, com um portefólio<br />

inovador de produtos sem fumo.<br />

Já em relação à Saúde e ao consumo<br />

do tabaco, qual o papel que a Tabaqueira<br />

deve desempenhar neste binómio?<br />

Questionado pelos leitores da Executive<br />

Digest, Marcelo Nico sublinhou que é<br />

importante o diálogo com os reguladores<br />

e a sociedade porque existem alternativas<br />

que estão a ser desenvolvidas pela<br />

ciência neste sector. «Mesmo uma indústria<br />

como a nossa tem oportunidade<br />

de utilizar a ciência e apostar na susten-<br />

58 DEZEMBRO 2021


OPORTUNIDADES<br />

A PANDEMIA DA COVID-19 OBRIGOU A AVALIAR<br />

A RESILIÊNCIA DAS EMPRESAS E DA SOCI<strong>ED</strong>ADE,<br />

MAS TAMBÉM ABRIU NOVAS OPORTUNIDADES<br />

DE CRESCIMENTO E DE DESENVOLVIMENTO<br />

tabilidade. É possível criar um mundo<br />

sem fumo», destacou o director-geral<br />

da Tabaqueira.<br />

PORTUGAL<br />

Pedro Siza Vieira, ministro de Estado,<br />

da Economia e da Transição Digital,<br />

encerrou a XXI Conferência Executive<br />

Digest. Num testemunho gravado em vídeo,<br />

o governante sublinhou que «quando<br />

falamos de desafios e oportunidades<br />

para a economia portuguesa podíamos<br />

estar a falar dos últimos dois anos. Nunca<br />

tivemos tão grande desafio, mas ao<br />

mesmo tempo nunca se nos abriram tão<br />

grandes oportunidades. A pandemia da<br />

COVID-19 foi de facto muito violenta na<br />

forma como nos obrigou a avaliar a resiliência<br />

das nossas empresas e da sociedade,<br />

mas também na forma como abriu<br />

novas oportunidades de crescimento e de<br />

desenvolvimento. É bom que possamos<br />

sair desta pandemia numa circunstância<br />

que nos permita consolidar tendências<br />

positivas, que vinham detrás e acelerar<br />

também a transformação estrutural da<br />

nossa economia».<br />

«Durante este ano, aquilo a que assistimos<br />

foi a uma verificação da forma<br />

como o sector industrial, agroalimentar e<br />

exportações de bens manifestaram estar<br />

sólidas. Continuamos a mostrar-nos um<br />

destino atractivo para o Investimento<br />

Directo Estrangeiro (IDE) e conseguimos<br />

já este ano bater o recorde de<br />

captação de investimento estrangeiro<br />

relativamente aos últimos anos», afirma<br />

Pedro Siza Vieira.<br />

«Sobretudo aquilo que conseguimos<br />

verificar é que se olharmos para trás<br />

podemos constar que o percurso que<br />

vínhamos fazendo, desde a última crise<br />

financeira, era um percurso positivo.<br />

Continuamos seguramente debaixo do<br />

peso de um endividamento excessivo da<br />

A NOSSA<br />

ECONOMIA<br />

ESTÁ MAIS<br />

EXPORTADORA,<br />

ENTRE 2015 E 2019<br />

AS EXPORTAÇÕES<br />

TOTAIS<br />

CRESCERAM<br />

40% EM VALOR<br />

nossa economia e do nosso Estado. Mas<br />

ao mesmo tempo conseguimos consolidar<br />

tendências muito interessantes. A<br />

nossa economia está mais exportadora,<br />

entre 2015 e 2019 as exportações totais<br />

cresceram 40% em valor. Há hoje mais<br />

empresas a exportar mais produtos<br />

para mais mercados. Conseguimos<br />

consolidar-nos como um destino muito<br />

atractivo para o IDE. O peso do stock<br />

de IDE em proporção do nosso PIB está<br />

em 87%, bastante acima daquilo que<br />

acontece na média da União Europeia»,<br />

lembra o governante.<br />

Pedro Siza Vieira adverte, no entanto,<br />

que persistem riscos económicos, que<br />

partilhamos com outros países: o aumento<br />

dos custos das matérias-primas,<br />

a escassez de acesso a componentes<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 59


XXI CONFERÊNCIA<br />

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – ECONOMIA PÓS-COVID<br />

RUMO À COMPETITIVIDADE<br />

TIAGO SIMÕES<br />

Pessoas<br />

As pessoas são o activo mais importante das empresas<br />

e a competitividade nacional depende do<br />

capital humano. Na Sonae MC, os colaboradores<br />

estão no centro da nossa actividade e a sua motivação<br />

e bem-estar são determinantes para o<br />

nosso sucesso. É por isso que temos apostado<br />

numa política de recursos humanos que promove<br />

o desenvolvimento profissional e pessoal, a<br />

valorização contínua das pessoas, a retenção de<br />

talento e a busca pela igualdade de oportunidades<br />

dentro da organização, mas também na formação<br />

de líderes mais ágeis, mais próximos, mais humanos.<br />

A gestão de talento e a formação são importantes<br />

ferramentas para o desenvolvimento de todos os<br />

profissionais e para responder eficazmente aos desafios actuais e futuros do negócio.<br />

Inovação e Adaptabilidade<br />

Num mundo em constante mudança e imprevisibilidade, a inovação e o investimento<br />

das empresas são factores indispensáveis à competitividade. Torna-se fulcral o investimento<br />

em inovação (i.e., produtos, serviços, modelos de trabalho, etc.) e o espírito<br />

de flexibilidade para fazer face a um mundo em constante mudança. Num exemplo<br />

muito concreto, o Continente, como líder de mercado e pioneiro na transformação<br />

digital, lançou em Maio deste ano a primeira loja do mundo 100% cashierless de uma<br />

marca europeia, o Continente Labs.<br />

Responsabilidade Social<br />

Cada vez mais os consumidores reconhecem e preferem marcas que demonstram<br />

preocupações e agem nesta vertente, além dos seus resultados financeiros. O<br />

Continente tem trabalhado muito esta vertente da Missão Continente no apoio<br />

às comunidades, mas o nosso dever é também encontrar e implementar medidas<br />

que procurem minimizar o impacto da nossa actividade e maximizar os benefícios<br />

para a sociedade, sensibilizando também fornecedores, parceiros, colaboradores e<br />

clientes para a importância do seu contributo. Simultaneamente, porque a sustentabilidade<br />

significa muito mais que a protecção do meio ambiente e biodiversidade,<br />

vamos continuar a trabalhar noutros territórios fundamentais como a promoção de<br />

uma alimentação equilibrada e a promoção de políticas de igualdade de género e<br />

diversidade dentro da empresa.<br />

SONAE MC<br />

DIRECTOR DE MARKETING<br />

críticos, as perturbações no sistema de<br />

transporte de mercadorias internacionais,<br />

os custos de energia, aquilo que é<br />

por outro lado o aumento significativo<br />

da nossa divida pública, ou também o<br />

recrudescimento da pandemia em alguns<br />

países europeus.<br />

«E é aí que as políticas públicas devem<br />

sobretudo intervir, ainda que tenhamos<br />

margem de manobra estreita, tendo em<br />

conta por um lado aquilo que é a necessidade<br />

de mantermos uma trajectória de<br />

consolidação das finanças públicas e de<br />

redução do nosso nível de dívida pública<br />

e, por outro lado, também a necessidade<br />

de continuarmos a apoiar o crescimento<br />

da nossa economia», alerta o ministro,<br />

para quem os recursos europeus que<br />

temos à nossa disposição, como o PRR<br />

ou o PT 20/30 devem continuar a apoiar<br />

a economia, com empresas a crescer<br />

em produtividade e descarbonização e<br />

digitalização», conclui o governante.<br />

60 DEZEMBRO 2021


ESPECIAL CONTEÚDOS DA REVISTA<br />

O QUE AS MISSÕES<br />

ESPACIAIS NOS<br />

ENSINAM SOBRE<br />

TRABALHO REMOTO<br />

UMA ADAPTAÇÃO<br />

BEM-SUC<strong>ED</strong>IDA PARA<br />

O TRABALHO A PARTIR<br />

DE CASA EXIGE O<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

DE NOVAS ROTINAS<br />

– SEMELHANTES ÀS<br />

APERFEIÇOADAS<br />

PELOS ASTRONAUTAS<br />

APOIOS:


POR :<br />

Tanusree Jain<br />

Professora assistente de<br />

Negócios na Trinity Business<br />

School do Trinity College da<br />

Universidade de Dublin.<br />

Louis Brennan<br />

Professor na Trinity Business<br />

School, membro do Trinity College<br />

e co-autor de “Above and Beyond:<br />

Exploring the Business of Space”.<br />

A<br />

pós quase dois anos de<br />

trabalho a partir de casa,<br />

algo se tornou evidente<br />

na gestão do escritório:<br />

o trabalho remoto em<br />

alguma permutação está<br />

aqui para ficar.<br />

Mas o ambiente de trabalho<br />

em casa continua<br />

a estar cheio de desafios.<br />

Apresenta períodos prolongados de trabalho em<br />

espaços muitas vezes confinados, uma estreita<br />

integração de tempo pessoal e profissional sobrepostos,<br />

e interacções sociais físicas limitadas com<br />

os colegas. Muitas pessoas relataram ter perdido<br />

o sentido de quando os dias começam e acabam:<br />

num inquérito no Reino Unido, mais de 80% dos<br />

inquiridos afirmaram ter sofrido alterações na<br />

sua percepção do tempo durante a pandemia do<br />

coronavírus. A ausência de uma transição clara<br />

dos dias de semana no escritório para os fins-<br />

-de-semana em casa tem sido desorientadora.<br />

Na nossa investigação sobre o negócio do espaço,<br />

do teletrabalho, e da relação entre tecnologia e<br />

isolamento – e conversas com 10 equipas de gestão<br />

intermédia em empresas tecnológicas, incluindo<br />

Google, Oracle, Xilinx, Microsoft, Salesforce,<br />

Indeed e Facebook – identificámos um modelo<br />

para gerir um ambiente de trabalho híbrido típico:<br />

a organização do trabalho durante missões<br />

espaciais. Há sugestões surpreendentemente úteis<br />

que os gestores podem aproveitar da forma como<br />

os astronautas estruturam o seu tempo e as suas<br />

rotinas que levam a um melhor planeamento e<br />

execução do trabalho num ambiente compacto.<br />

Sugerimos a adopção de algumas das práticas<br />

dos astronautas para ajudar os colaboradores a<br />

adaptarem-se com sucesso ao futuro do trabalho.<br />

TRÊS ROTINAS DAS MISSÕES ESPACIAIS<br />

Embora as dimensões e níveis de hibri<strong>dez</strong> dentro<br />

das diferentes unidades funcionais de uma empresa<br />

possam variar, existem três estratégias com<br />

as quais todas as equipas poderiam beneficiar.<br />

Fabricar “zeitgebers” para criar novos<br />

ritmos. Os zeitgebers são sinais ambientais<br />

externos que os humanos usam<br />

para regular os seus ritmos biológicos<br />

internos. Incluem luz solar, escuridão<br />

e mudanças de temperatura, bem como<br />

exercício, alimentação e envolvimento<br />

em interacções sociais - coisas que afectam os<br />

níveis de energia e enviam sinais fisiológicos ao<br />

corpo para que este esteja alerta. O dicionário<br />

Merriam-Webster observa que a palavra deriva<br />

do “Zeit” alemão, que significa “tempo”, e “Geber”,<br />

que significa “doador”. Os zeitgebers marcam o<br />

ritmo dos nossos dias.<br />

Quando estes sinais ambientais mudam significativamente,<br />

os ritmos circadianos das pessoas<br />

são afectados. Isto perturba emoções, humores e,<br />

eventualmente, os resultados do seu desempenho.<br />

As missões espaciais envolvem longos períodos<br />

de tempo num ambiente físico confinado. Embora<br />

os astronautas tenham horários de trabalho<br />

agitados que os mantêm ocupados, têm de se<br />

ajustar a alterações nos seus zeitgebers naturais<br />

– interacções sociais físicas restritas, ritmos de<br />

trabalho que incluem impulsos de actividade<br />

intensos, alterações nos padrões alimentares, e<br />

uma redução na gama de emoções que sentem<br />

diariamente. Também vêem múltiplos amanheceres<br />

e pores-do-sol por único dia – até 16 amanheceres<br />

em cada 24 horas na Estação Espacial<br />

Internacional à medida que esta orbita a Terra.<br />

Para lidar com estes zeitgebers alterados, os<br />

astronautas em missões espaciais marcam a passagem<br />

do tempo jantando juntos, participando<br />

APÓS DOIS ANOS DE TRABALHO A PARTIR DE<br />

CASA, ALGO SE TORNOU EVIDENTE NA GESTÃO<br />

DO ESCRITÓRIO: O TRABALHO REMOTO EM<br />

ALGUMA PERMUTAÇÃO ESTÁ PARA FICAR<br />

62 DEZEMBRO 2021


APOIOS:<br />

ROTINAS<br />

DAS MISSÕES<br />

ESPACIAIS<br />

PLANEAR TANTO PARA<br />

ESTRUTURA COMO<br />

PARA FLEXIBILIDADE<br />

Ao estabelecerem<br />

acordos de trabalho<br />

híbridos, os gestores<br />

devem encorajar<br />

os trabalhadores a<br />

determinarem limites e<br />

definirem um equilíbrio<br />

entre estrutura e<br />

flexibilidade para<br />

assegurar que o trabalho<br />

não se espalha a todos<br />

os aspectos da vida<br />

quotidiana.<br />

FABRICAR<br />

“ZEITGEBERS” PARA<br />

CRIAR NOVOS RITMOS<br />

À medida que as<br />

organizações se movem<br />

para estabelecer opções<br />

mais permanentes de<br />

trabalho híbrido, torna-<br />

-se imperativo que os<br />

gestores estejam atentos<br />

aos zeitgebers perdidos<br />

e criem outros novos.<br />

DAR PRIORIDADE<br />

À COMUNICAÇÃO<br />

INTERNA<br />

Os gestores devem<br />

compreender que os<br />

sinais de comunicação<br />

de pessoa para pessoa<br />

– tanto verbais como<br />

físicos – são fundamentais.<br />

Ajudam os colaboradores<br />

a criar redes e laços<br />

dentro do escritório.<br />

em actividades recreativas de grupo, celebrando<br />

férias e interagindo com as suas famílias através<br />

de áudio ou vídeo. Os gestores das missões<br />

estruturam expedições de longa duração com<br />

objectivos intermédios, celebrando cada marco<br />

de forma a destacar o progresso que está a ser<br />

feito em direcção ao objectivo global da missão.<br />

À medida que as organizações se movem para<br />

estabelecer opções mais permanentes de trabalho<br />

híbrido, torna-se imperativo que os gestores<br />

estejam atentos aos zeitgebers perdidos e criem<br />

outros novos. A equipa da Salesforce que entrevistámos<br />

disse-nos que «são encorajados a ter<br />

uma rotina para que ninguém trabalhe muito<br />

fora das 8h30 às 17h30». A Contractbook, uma<br />

plataforma dinamarquesa de gestão de contratos,<br />

introduziu uma variedade de zeitgebers para a<br />

sua força de trabalho virtual, incluindo reuniões<br />

quinzenais, reuniões informais, dias de selfies<br />

e um gongo virtual para celebrar a assinatura<br />

de contratos. (A Oracle também usa um gongo<br />

virtual no Slack cada vez que uma nova venda é<br />

concretizada.) Rotinas como estas permitem aos<br />

membros do pessoal celebrar pequenas vitórias e<br />

replicar interacções casuais com colegas – mesmo<br />

aqueles que nunca conheceram pessoalmente.<br />

Planear tanto para estrutura como<br />

para flexibilidade. A estrutura do<br />

local de trabalho refere-se à forma<br />

como departamentos individuais,<br />

gestores e equipas estão organizados<br />

e colaboram uns com os outros. A<br />

disposição do escritório pode incluir<br />

espaços abertos para permitir flui<strong>dez</strong> nas interacções<br />

entre as várias equipas. Diferentes formas<br />

de produtividade podem ser apoiadas por opções<br />

de secretárias rotativas para tipos de trabalho<br />

que necessitam de privacidade, estando salas de<br />

conferência disponíveis para reuniões rápidas e<br />

interacções de grupo maiores. O trabalho à<br />

distância resultou numa completa disrupção<br />

deste conceito de escritório aberto. Em vez de<br />

ter um ambiente ágil com interacção física e<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 63


A SABER<br />

As organizações podem ser bem-<br />

-sucedidas quando os colaboradores<br />

nas cápsulas terrestres a que chamam<br />

casa têm os benefícios da estrutura<br />

social activa e um espaço aberto<br />

abundante, o ambiente remoto é<br />

exemplificado por longos períodos de<br />

rigi<strong>dez</strong>, no sentido físico e social.<br />

Esta rigi<strong>dez</strong> é característica das<br />

missões espaciais. Os astronautas<br />

respondem a esta condição observando<br />

um horário e rotinas definidas nos<br />

dias de semana, com maior flexibilidade<br />

nos fins-de-semana. O tempo é<br />

reservado para o desempenho de tarefas<br />

domésticas. O objectivo é criar organização<br />

e consistência dentro dos limites de um<br />

ambiente rígido. Ao estabelecerem acordos de<br />

trabalho híbridos, os gestores devem encorajar os<br />

trabalhadores a determinarem limites e definirem<br />

um equilíbrio entre estrutura e flexibilidade<br />

para assegurar que o trabalho não se espalha a<br />

todos os aspectos da vida quotidiana. A Xilinx<br />

adoptou uma política durante a COVID-19 de<br />

dar às pessoas a terceira sexta-feira do mês de<br />

folga, «para os trabalhadores descomprimirem<br />

das tensões do trabalho e criar uma fronteira<br />

saudável entre o trabalho e todo o nosso ser».<br />

Esta política introduz um novo tipo de zeitgeber<br />

para redefinir os ciclos de trabalho.<br />

As missões espaciais modelam o modo como<br />

um certo rigor e coerência nos procedimentos<br />

ajuda a regular os comportamentos e facilita<br />

o desempenho individual e as interacções de<br />

grupo. Enquanto empresas como o Facebook,<br />

estão a permitir aos colaboradores a escolha de<br />

trabalhar de forma remota, sugerimos criar uma<br />

estrutura ampla que permita alguns dias em casa<br />

e alguns dias no escritório para que a colaboração<br />

da equipa possa continuar no escritório.<br />

As missões<br />

espaciais modelam<br />

o modo como um<br />

certo grau de rigor<br />

e coerência nos<br />

procedimentos<br />

ajuda a regular os<br />

comportamentos<br />

e facilita o<br />

desempenho<br />

individual e as<br />

interacções<br />

de grupo<br />

Dar prioridade à comunicação interna.<br />

A comunicação interna da empresa<br />

é uma parte vital das organizações<br />

modernas. A desconexão<br />

física prolongada pode criar desafios<br />

para a comunicação, resultando em<br />

pressões que são diferentes e individualmente<br />

sentidas pelos colaboradores.<br />

Embora o fenómeno das<br />

relações tensas entre trabalhadores<br />

à distância e a sede seja comum<br />

há muito, tornou-se particularmente<br />

desafiante para o onboading remoto. Por exemplo,<br />

embora um atraso na recepção de informações<br />

e materiais necessários no primeiro dia de<br />

trabalho possa ser considerado uma falha trivial<br />

por aqueles que foram acolhidos fisicamente, é<br />

particularmente frustrante e alienante para os<br />

novos colaboradores remotos.<br />

Em missões espaciais, o pessoal localizado à<br />

distância sentiu-se abandonado e ignorado e notou<br />

uma falta de empatia por parte do Controlo de<br />

Missões em termos de compreensão dos constrangimentos<br />

e tensões do trabalho à distância.<br />

De facto, é normal que o pessoal remoto esteja<br />

hipersensível, e uma resposta humana normal<br />

é previsivelmente exagerada pelas condições de<br />

isolamento e confinamento. A NASA aprendeu<br />

64 DEZEMBRO 2021


APOIOS:<br />

com estes incidentes e criou horários que contribuem<br />

para uma comunicação regular e check-<br />

-ins entre equipas, permitindo flexibilidade no<br />

envolvimento e interacção.<br />

Os gestores devem compreender que os sinais<br />

de comunicação de pessoa para pessoa são fundamentais.<br />

Ajudam os colaboradores a criar<br />

redes e laços dentro do escritório, inculcam<br />

valores organizacionais e transmitem sistemas<br />

e fluxos de trabalho. A Salesforce tem feito esforços<br />

concertados para fazer da colaboração<br />

e do desenvolvimento da cultura as principais<br />

prioridades durante a pandemia: um processo<br />

propositado para o onboarding remoto enfatiza o<br />

desenvolvimento da confiança e o fortalecimento<br />

de relações, usando diversas actividades sociais<br />

divertidas, incluindo a partilha de listas de reprodução<br />

do Spotify e a realização de encontros<br />

virtuais de café todas as manhãs e um happy<br />

hour às quintas-feiras aofinal do dia. «O meu<br />

chefe liga-me duas vezes por semana - não para<br />

dizer, “Como está o projecto x, y, z?” ou “Porque<br />

não fizeste nada?”, mas para perguntar como<br />

me sinto», disse-nos uma contratação remota.<br />

A Salesforce também toca música no Zoom<br />

enquanto os membros da equipa estão à espera<br />

do início de uma reunião.<br />

O que aprendemos com o espaço sobre o trabalho<br />

à distância é instrutivo: as organizações podem<br />

ser bem-sucedidas quando os colaboradores que<br />

estão nas cápsulas terrestres a que chamam casa<br />

têm os benefícios da estrutura e da comunicação<br />

frequente com os seus pares e gestores.<br />

O PODER DA ROTINA<br />

Durante uma crise, as rotinas sofrem mudanças e evoluem<br />

Desde o início da pandemia da COVID-19, muitas<br />

pessoas deram por si a trabalhar de pijama<br />

em casa, a tomar o pequeno-almoço enquanto<br />

ligavam o Zoom, e a trabalhar para além<br />

do horário de trabalho. Estas rotinas não<br />

são saudáveis nem sustentáveis.<br />

As rotinas têm um grande valor. Definidas<br />

por Martha Feldman e Brian Pentland como<br />

«padrões repetitivos e reconhecíveis de acções<br />

interdependentes levadas a cabo por diversos actores», as rotinas<br />

permitem que o trabalho organizacional se mantenha no bom<br />

caminho através de comportamentos de formação de hábitos. A<br />

sua institucionalização ao longo do tempo cria alertas que desencadeiam<br />

respostas específicas.<br />

Para os indivíduos, as suas observações e experiências dentro<br />

das organizações sociais esclarecem a sua compreensão das<br />

rotinas diárias, que por sua vez afectam os fluxos de trabalho. Quer<br />

se trate de verificar emails no início de cada dia, de ter encontros<br />

espontâneos com colegas ao pé da máquina de café, ou de suspirar<br />

pelas bebidas pós-trabalho de sexta-feira à noite, a repetição de<br />

rotinas no local de trabalho cria uma sensação de estabilidade,<br />

previsibilidade e segurança.<br />

Responder aos desafios inerentes ao trabalho híbrido, em que os<br />

colegas têm de colaborar a partir de diferentes locais e encontram-<br />

-se frequentemente nos seus espaços de vida pessoais, exige o<br />

desenvolvimento de novas rotinas que apoiem estes ambientes.<br />

Retirámos lições de uma típica missão espacial, que é<br />

representativa de uma estrutura de trabalho fisicamente<br />

desconectada entre o controlo da missão - também conhecida<br />

como a sede do escritório - e equipas distantes<br />

e concentradas para as tarefas. Essas missões são<br />

características de um ambiente de trabalho isolado<br />

dentro e entre equipas, e de um ambiente onde<br />

uma forte ética de trabalho em equipa facilitada<br />

por uma comunicação estreita sustenta a<br />

conclusão bem-sucedida de uma missão.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 65


POR :<br />

Carey K. Morewedge<br />

Professora de Marketing<br />

e bolseira na Questrom<br />

School of Business da<br />

Universidade de Boston.<br />

QUANDO NÃO<br />

POSSUIMOS<br />

AS COISAS<br />

QUE USAMOS,<br />

CONTINUAMOS<br />

A AMÁ-LAS?<br />

OS NOVOS PADRÕES DE<br />

CONSUMO VÃO MUDAR<br />

AS RELAÇÕES COM OS<br />

CLIENTES DAS MARCAS<br />

As empresas estão a mudar<br />

para uma nova proposta<br />

de valor, oferecendo direitos<br />

de acesso temporário<br />

a bens experimentais – e<br />

é inevitável que esta tendência<br />

tenha implicações<br />

na relação das marcas<br />

com os seus clientes. Esta<br />

evolução no consumo, de<br />

uma sociedade de “proprietários” para uma de<br />

“utilizadores”, dá-nos mais acesso a uma maior<br />

variedade de bens a preços mais baratos e reduz<br />

as nossas pegadas de carbono. O custo é a diminuição<br />

do sentimento de posse psicológica de bens<br />

individuais – a sensação de que uma coisa é minha<br />

– mas este declínio pode ser compensado por<br />

mudanças na forma como, e para quê, sentimos<br />

a propriedade. À medida que as nossas relações<br />

duradouras com objectos concretos diminuem,<br />

o nosso sentimento de posse por conceitos abstractos<br />

como ideias, grupos e marcas com que<br />

nos identificamos deve também abrandar. Eis o<br />

que as empresas devem compreender sobre esta<br />

evolução e suas consequências futuras.<br />

O VALOR CRESCENTE DA “EXPERIÊNCIA”<br />

Alimentado pelo aumento da digitalização e<br />

dos mercados de plataformas mediadas pela<br />

tecnologia, o nosso consumo de bens e serviços<br />

está a evoluir ao longo de duas dimensões. Pri-<br />

66 DEZEMBRO 2021


APOIOS:<br />

ESTAMOS A RENUNCIAR AO PACOTE DE<br />

DIREITOS INERENTE À POSSE PRIVADA DE<br />

BENS FÍSICOS A FAVOR DE DIREITOS DE<br />

ACESSO TEMPORÁRIO A BENS EXPERIMENTAIS<br />

meiro, estamos a substituir a posse privada de<br />

bens por direitos de acesso temporário,<br />

e segundo, estamos a trocar bens<br />

materiais pelos seus substitutos<br />

experimentais. Por exemplo, a<br />

posse a longo prazo de um automóvel<br />

pode ser substituída<br />

pela utilização a pedido de<br />

plataformas de partilha de<br />

automóveis e veículos, como<br />

a Zipcar e a Uber. Estamos a<br />

abandonar as bibliotecas de<br />

suportes físicos – livros, CD,<br />

DVD – a favor de plataformas de<br />

subscrição digitais. Até os nossos<br />

dados estão a migrar de registos<br />

em papel e discos rígidos físicos para<br />

plataformas empresariais baseadas<br />

na cloud. Nesta troca, renunciamos ao pacote<br />

de direitos inerente à posse privada de bens físicos<br />

a favor de direitos de acesso temporário a<br />

bens experimentais.<br />

O consumo baseado no acesso não é novidade:<br />

é como tradicionalmente temos beneficiado de<br />

parques de diversões e clubes de campo, bibliotecas<br />

e hotéis, transportes públicos e táxis. Os mercados<br />

de plataformas mediados pela tecnologia,<br />

contudo, estão a acelerar e a expandir a difusão<br />

de bens baseados no acesso. Os condutores da<br />

Uber fizeram mais de mil milhões de viagens em<br />

2020, no meio de uma pandemia, e o streaming<br />

é agora a forma mais habitual de ouvir música.<br />

Os modelos de consumo por acesso e por serviço<br />

oferecem muitos benefícios reais. Podemos<br />

consumir temporariamente bens que de outra<br />

forma não poderíamos ou não quereríamos ter<br />

permanentemente. Podemos alugar uma piscina<br />

no quintal para uma festa, pedir um carro preto<br />

para um encontro, e usar vestuário digno do tapete<br />

vermelho em galas e casamentos. Podemos fazer<br />

o download do livro, canção, ou filme perfeito a<br />

partir do sofá em casa ou de uma praia. O consumo<br />

experimental baseado no acesso reduz o impacto<br />

ambiental do nosso estilo de vida moderno.<br />

Mas o abandono da posse privada tem um<br />

custo: um declínio na posse psicológica.<br />

Podemos sentir posse psicológica por<br />

bens materiais concretos como um<br />

carro e por noções abstractas<br />

como uma ideia, um bairro, ou<br />

um direito. A posse psicológica<br />

pode ser estabelecida conscientemente<br />

quando assumimos<br />

explicitamente a posse de<br />

uma coisa (como a assinatura<br />

da aquisição de uma casa, por<br />

exemplo), ou inconscientemente,<br />

quando desenvolvemos associações<br />

psicológicas entre uma coisa e nós<br />

próprios. Estas associações ocorrem<br />

quando sentimos que controlamos uma<br />

coisa, investimos recursos na mesma, ou a<br />

conhecemos bem, ou quando reflectem facetas<br />

cruciais da nossa identidade. É por isso que se<br />

pode sentir posse psicológica por um projecto<br />

no trabalho, um escritório, um lugar na sala de<br />

conferências, ou uma empresa – mesmo que estes<br />

sejam legalmente propriedade de outra pessoa.<br />

A POSSE PSICOLÓGICA AUMENTA O VALOR<br />

Percebemos que as coisas que possuímos fazem<br />

parte de nós, e estendemos a nossa auto-percepção<br />

positiva às coisas que possuímos. Gostamos<br />

mais das coisas que possuímos e valorizamo-<br />

-las mais do que as coisas que não possuímos:<br />

por exemplo, exigimos mais quando tentamos<br />

vender um determinado bem do que estaríamos<br />

dispostos a pagar para o adquirir nós próprios.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 67


MATÉRIA OU EXPERIÊNCIA<br />

Os bens materiais tendem a ser pensados<br />

a um baixo nível de abstracção, enquanto<br />

os experimentais correspondentes são<br />

pensados mais em abstracto<br />

Para as empresas, esses efeitos de valorização<br />

da propriedade são dignos de ser preservados:<br />

reduzem a sensibilidade ao preço de bens, serviços<br />

e marcas, ao mesmo tempo que aumentam a<br />

opinião positiva, a satisfação e a lealdade. Como<br />

a posse psicológica que sentimos pelas coisas que<br />

utilizamos diminuiu, também deveria haver um<br />

declínio correspondente na forma como vemos o<br />

valor das coisas que usamos. De facto, os consumidores<br />

estão dispostos a pagar menos por bens<br />

digitais do que por bens físicos comparáveis.<br />

Estas tendências sugerem que a posse psicológica<br />

está numa trajectória descendente, mas<br />

também pode ser transformada e preservada se<br />

as pessoas desenvolverem relações mais fortes<br />

com as plataformas, marcas, comunidades e<br />

dispositivos que dão acesso aos bens, em vez<br />

de com os bens materiais individuais e serviços<br />

particulares que consomem.<br />

Uma razão é que os bens materiais tendem a<br />

ser pensados a um baixo nível de abstracção, enquanto<br />

os bens experimentais correspondentes são<br />

pensados mais em abstracto. Quando pensamos<br />

num automóvel, por exemplo, concentramo-nos<br />

nas suas características físicas; quando pensamos<br />

numa viagem de carro, pensamos na sua finalidade<br />

e significado, e com quem estamos a viajar.<br />

O carro que usamos para fazer a<br />

viagem torna-se incidental.<br />

Isto é susceptível de aumentar<br />

o sentimento de posse<br />

pelas plataformas através<br />

das quais adquirimos bens<br />

experimentais baseados no<br />

acesso. De facto, os consumidores<br />

que sentem uma<br />

maior posse psicológica<br />

na partilha de carros e<br />

!<br />

EXEMPLO<br />

A NOSSA FORTE<br />

LIGAÇÃO E<br />

IDENTIFICAÇÃO<br />

COM OS NOSSOS<br />

TELEMÓVEIS,<br />

POR EXEMPLO,<br />

PODE REFLECTIR<br />

O SEU PAPEL<br />

COMO PORTAL<br />

PELO QUAL<br />

AC<strong>ED</strong>EMOS AOS<br />

NOSSOS MEIOS DE<br />

COMUNICAÇÃO<br />

DIGITAIS E ÀS<br />

NOSSAS VIDAS<br />

SOCIAIS ONLINE<br />

serviços de música usam esses serviços com mais<br />

frequência e vêem-nos como melhores substitutos<br />

para a posse privada de carros e música.<br />

Podemos desenvolver relações mais estreitas<br />

com plataformas ou serviços do que tínhamos<br />

com bens físicos privados porque as nossas relações<br />

com bens materiais baseados no acesso são<br />

temporárias, mas o que esperamos suportar é a<br />

nossa relação com os serviços e dispositivos que<br />

usamos para aceder a eles.<br />

DESENVOLVER UM NOVO SENTIDO DE POSSE<br />

Como devem as empresas responder à natureza<br />

mutável da posse? A um nível alargado, terão<br />

de tomar medidas para evitar a comoditização.<br />

As marcas com quota de mercado, valor de<br />

marca ou capital significativos podem beneficiar<br />

de vendas directas aos consumidores para manter<br />

o controlo sobre as relações com os consumidores<br />

e manter a identidade de marca distinta. Por<br />

exemplo, a Disney retirou o conteúdo baseado em<br />

assinaturas de outras plataformas, onde estava<br />

misturado com outros conteúdos para a família,<br />

e tornou-o exclusivo na plataforma Disney+. A<br />

estratégia deveria preservar o valor da marca<br />

Disney e o seu posicionamento único aos olhos dos<br />

consumidores. Fabricantes de automóveis<br />

como é a Volvo estão a oferecer<br />

os seus automóveis com base<br />

numa assinatura mensal<br />

para se defenderem dessa<br />

comoditização. Quando<br />

os consumidores exigem<br />

uma mistura de<br />

bens ou serviços que<br />

são difíceis de fornecer<br />

para uma marca,<br />

as empresas podem<br />

manter o controlo sobre<br />

a sua relação com<br />

os consumidores, criando<br />

dispositivos ou plataformas<br />

intermediárias pelas quais<br />

é consumida uma variedade de<br />

68 DEZEMBRO 2021


APOIOS:<br />

A POSSE PSICOLÓGICA ESTÁ NUMA<br />

TRAJECTÓRIA DESCENDENTE, MAS TAMBÉM<br />

PODE SER TRANSFORMADA E PRESERVADA SE<br />

AS PESSOAS DESENVOLVEREM RELAÇÕES MAIS<br />

FORTES COM AS PLATAFORMAS E MARCAS<br />

bens e serviços experimentais. O Kindle é um<br />

desses dispositivo, e a Amazon fornece tanto o<br />

dispositivo como uma plataforma. No entanto,<br />

isto é mais fácil na teoria do que na prática: são<br />

poucas as plataformas que têm sucesso, e criar<br />

uma ligação a um dispositivo ou plataforma<br />

exige que os consumidores sintam uma sensação<br />

de controlo, invistam, e vejam a marca como<br />

expressão da sua identidade.<br />

As marcas que continuam a trabalhar com intermediários<br />

terão de gerir cuidadosamente a sua<br />

exclusividade, curando o acesso às suas ofertas.<br />

As marcas de automóveis que negoceiam com<br />

plataformas de partilha de automóveis como a<br />

Uber e a Zipcar poderiam evitar a comoditização<br />

negociando a utilização exclusiva da sua marca<br />

numa plataforma, tornando essencialmente a<br />

plataforma numa extensão da marca da fabricante<br />

de automóveis. As marcas poderiam também<br />

desenvolver produtos específicos da plataforma<br />

ou encorajar a utilização de um produto existente,<br />

como a General Motors está a tentar fazer com<br />

descontos para o condutor no seu Bolt EV. Se<br />

nenhuma das duas opções for viável, as marcas<br />

devem evitar plataformas.<br />

As empresas podem aumentar a posse psicológica<br />

de bens experimentais, garantindo um<br />

acesso alargado, tal como a oferta de contratos<br />

a longo prazo para conteúdos populares. As que<br />

“vendem” bens digitais podem precisar de ser<br />

ainda mais estratégicas na forma como gerem os<br />

direitos a longo prazo. Por exemplo, muitas pessoas<br />

acreditam erroneamente que estão a comprar<br />

os direitos de propriedade da cópia de um livro<br />

digital, quando na realidade estão a comprar os<br />

direitos de utilização. Este mal-entendido pode<br />

criar uma reacção negativa quando as plataformas<br />

terminam esses direitos, mesmo que reembolsem<br />

os consumidores, como quando todos os<br />

utilizadores de livros electrónicos da Microsoft<br />

perderam o acesso às suas bibliotecas digitais<br />

quando a fechou abruptamente a plataforma.<br />

DESENVOLVER UM ESTADO DE POSSE<br />

Sentimo-nos proprietários de uma série de coisas<br />

que não possuímos legalmente, e existem pistas<br />

bem identificadas que fomentam este sentimento<br />

implícito ou intuitivo de posse de uma experiência,<br />

como uma maior escolha ou controlo. Este último<br />

pode ser melhorado através de interfaces de utilizador<br />

com controlos de ecrã táctil e permitindo<br />

aos consumidores determinar quando, onde e<br />

com que rapi<strong>dez</strong> consomem bens. Recordar aos<br />

utilizadores o tempo e o esforço que investiram<br />

em plataformas, marcas e comunidades através<br />

de gamificação, níveis de estado e lembretes pode<br />

potenciar esse auto-investimento de uma forma<br />

que aprofunda o seu sentido de posse psicológica.<br />

Por exemplo, a aprendizagem de línguas<br />

da Duolingo envia aos utilizadores notificações<br />

frequentes recordando-lhes a prática das competências<br />

adquiridas e mantendo-os envolvidos<br />

através de quadros de liderança e recompensas.<br />

Por fim, os marketeers devem ter em mente<br />

estratégias de desenvolvimento de relações<br />

experimentadas e verdadeiras, como educar os<br />

consumidores sobre a história e produtos únicos<br />

de uma marca e encorajar a utilização da marca<br />

para auto-expressão ou sinalizar a adesão a um<br />

grupo social. A nossa evolução de uma sociedade<br />

de proprietários para utilizadores é uma mudança<br />

emocionante que confere muitos benefícios e<br />

uma mudança necessária para o futuro do nosso<br />

planeta. Uma abordagem atenta aos seus custos<br />

psicológicos pode ajudar os consumidores e as<br />

empresas a verem valor nas suas novas relações<br />

com as coisas que as pessoas consomem.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 69


GESTÃO<br />

POR :<br />

Tima Bansal e Gareth Gransaull<br />

Colaboradores do MIT Sloan Management Review<br />

POR QUE É QUE A<br />

MODA RÁPIDA TEM<br />

DE ABRANDAR<br />

GRANDE PARTE DA INDÚSTRIA DA<br />

MODA COMERCIALIZA O DESIGN<br />

RÁPIDO PARA VENDA E UMA CULTURA<br />

DE DESCARTABILIDADE. EMBORA ESTE<br />

MODELO DE NEGÓCIO SEJA S<strong>ED</strong>UTOR<br />

E LUCRATIVO, NÃO É SUSTENTÁVEL<br />

Amarca de vestuário<br />

espanhola<br />

Zara é famosa<br />

no mundo da<br />

moda por ter<br />

iniciado uma revolução<br />

na produção<br />

de vestuário.<br />

Quando<br />

a maioria dos<br />

retalhistas levava<br />

nove meses a levar um artigo de<br />

vestuário da mesa de design à loja, a<br />

Zara estava a descobrir como diminuir<br />

esse tempo para uns meros 15 dias. A<br />

empresa fazia roupas tão rapidamente<br />

que em 2005, os fãs de Madonna apareceram<br />

num concerto com imitações<br />

das roupas que a intérprete tinha usado<br />

apenas algumas semanas antes. Tinha<br />

nascido a moda rápida.<br />

A velocidade foi uma grande parte da<br />

revolução, mas também o foi o baixo cus-<br />

70 DEZEMBRO 2021


EM 2021, O SECTOR DA MODA RÁPIDA DEVERÁ<br />

GERAR 28 MIL MILHÕES DE EUROS A NÍVEL<br />

MUNDIAL, O QUE SE TRADUZ NUM AUMENTO<br />

DE 22% EM COMPARAÇÃO COM 2020<br />

to e a dispensabilidade. Os fashionistas<br />

adquiriam novos estilos com a mesma<br />

rapi<strong>dez</strong> – alimentados em parte pela<br />

produção da Zara de uma nova colecção<br />

todas as semanas, ou 20 mil novos designs<br />

todos os anos – com que estavam a<br />

deitar fora os antigos. Para quê cuidar da<br />

roupa quando é tão barato substituí-la?<br />

Em média, os clientes da moda rápida<br />

descartavam vestidos, camisas e calças<br />

baratas depois de as usarem apenas sete<br />

vezes. Um prazo de validade limitado<br />

fazia parte do fascínio.<br />

Mas um número crescente de compradores<br />

está a mudar de ideias. Estão a levantar<br />

questões sobre a sustentabilidade<br />

do modelo da moda rápida à medida que<br />

cresce a consciência do impacto negativo<br />

de uma cultura descartável. E começaram<br />

a agir sobre os seus valores ambientais,<br />

bem como sobre os seus estilos pessoais.<br />

Impulsionadas pelas tecnologias digitais,<br />

estas opções incluem sofisticados<br />

pontos de venda online para revenda,<br />

aluguer e reparação de vestuário. Estes<br />

modelos de negócio reflectem um<br />

repensar fundamental da forma como<br />

compramos roupa – celebrando a roupa<br />

reciclada e criando uma contra-tendência<br />

para a moda rápida no processo.<br />

COMO OS TÊXTEIS SE<br />

TORNARAM PERECÍVEIS<br />

A abordagem de décadas da Zara para<br />

a moda, tornada possível por uma integração<br />

vertical e por uma logística supercarregada,<br />

tem permeado a indústria<br />

do vestuário. Outras marcas de vestuário<br />

copiaram o seu modelo e viram um<br />

sucesso semelhante, incluindo a H&M,<br />

sediada na Suécia, a Boohoo, sediada no<br />

Reino Unido, e a Benetton, sediada em<br />

Itália. A empresa chinesa de moda rápida<br />

Shein é tão popular que a sua aplicação<br />

ultrapassou a da Amazon como a aplicação<br />

de compras mais descarregada nos<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 71


GESTÃO<br />

POR QUE É QUE A MODA RÁPIDA TEM DE ABRANDAR<br />

A ZARA INICIOU<br />

UMA REVOLUÇÃO<br />

NA PRODUÇÃO DE<br />

VESTUÁRIO. QUANDO<br />

A MAIORIA DOS<br />

RETALHISTAS LEVAVA<br />

NOVE MESES A<br />

LEVAR UM ARTIGO DE<br />

VESTUÁRIO DA MESA DE<br />

DESIGN À LOJA, A ZARA<br />

ESTAVA A DESCOBRIR<br />

COMO DIMINUIR<br />

ESSE TEMPO PARA<br />

UNS MEROS 15 DIAS<br />

EUA em 2021. A Shein utiliza tecnologias<br />

digitais para controlar a sua cadeia de<br />

produção, extraindo continuamente<br />

dados dos utilizadores para ver o que<br />

os clientes estão a ver e do que estão a<br />

gostar, e oferecendo iterações para venda.<br />

O sucesso da moda rápida ajudou a<br />

duplicar a dimensão da indústria da<br />

moda entre 2000 e 2014. Em 2021, o<br />

sector da moda rápida deverá gerar 28<br />

mil milhões de euros a nível mundial,<br />

um aumento de 22% em comparação<br />

com 2020 – o que representa mais do<br />

que uma recuperação total das perdas<br />

relacionadas com a COVID-19 – de<br />

acordo com a Research and Markets.<br />

A juventude está a impulsionar grande<br />

parte deste crescimento. Impulsionados<br />

pelo YouTube, Instagram, TikTok e outras<br />

plataformas de redes sociais, querem<br />

roupas que estejam simultaneamente<br />

na moda e a preços acessíveis. 61% da<br />

geração Z (abaixo dos 24 anos) e 53%<br />

dos millenials (25-40 anos) seguem<br />

marcas nas redes sociais, e um grande<br />

número (49% e 38%, respectivamente)<br />

revela ter feito uma compra de vestuário<br />

com base numa recomendação de um<br />

influenciador das redes sociais, segundo<br />

um inquérito de 2021.<br />

O ciclo rápido do processo do design<br />

até à venda é fundamental para o sucesso<br />

de todas as empresas de vestuário que<br />

empregam o modelo da moda rápida.<br />

Tal como os produtos perecíveis numa<br />

mercearia, o vestuário “velho” é rapidamente<br />

deslocado para dar lugar ao<br />

novo, com mercadoria com descontos<br />

elevados ou descartada. O ciclo curto<br />

de venda alimenta uma mentalidade<br />

intensa de “comprar imediatemente”,<br />

porque os produtos não estão disponíveis<br />

por muito tempo.<br />

O TIRAR, FAZER E DESPERDIÇAR<br />

DA MODA RÁPIDA<br />

Como seria de esperar, o modelo da moda<br />

rápida tem um custo elevado para o<br />

planeta e os seus habitantes. A indústria<br />

têxtil é responsável por 20% de toda a<br />

poluição industrial da água e por 10%<br />

das emissões de carbono. A extracção<br />

dos recursos necessários tem um custo<br />

tremendo. A produção de um quilo de<br />

algodão utiliza, em média, 4500 litros de<br />

água e até 10 500 litros em países menos<br />

eficientes, como a Índia (um grande<br />

exportador de algodão). A cultura do<br />

algodão é também responsável por 16%<br />

dos insecticidas usados a nível mundial.<br />

Entretanto, os materiais sintéticos como<br />

o poliéster são feitos a partir de produtos<br />

petrolíferos, pelo que a sua produção<br />

liberta carbono e prejudica o ambiente.<br />

Depois há o custo da produção e manutenção<br />

do vestuário. Só o tingimento<br />

dos têxteis é responsável por 20% de<br />

toda a poluição industrial da água,<br />

atrás apenas da agricultura. Os mais<br />

de 3600 corantes utilizados na moda<br />

são venenosos, prejudicando a saúde<br />

humana, animal e vegetal. Entretanto,<br />

72 DEZEMBRO 2021


EM MUDANÇA<br />

REVENDA, ALUGUER E REPARAÇÃO FAZEM<br />

TODOS PARTE DA ECONOMIA CIRCULAR, QUE<br />

PROCURA ALARGAR A UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS<br />

MATERIAIS PARA ALÉM DO QUE É HABITUAL<br />

>> A Shein utiliza tecnologias digitais para<br />

controlar a sua cadeia de produção, extraindo<br />

continuamente dados dos utilizadores para ver<br />

o que os clientes estão a ver e do que estão<br />

a gostar, oferecendo iterações para venda<br />

TRÊS MODELOS PARA ABRANDAR<br />

A MODA<br />

À medida que o mundo desperta para<br />

as consequências de práticas insuscerca<br />

de 35% dos microplásticos nos<br />

oceanos provêm de pessoas que lavam<br />

as suas roupas sintéticas.<br />

E o que acontece aos têxteis depois de<br />

todos esses recursos serem utilizados<br />

para os criar e dos contaminantes serem<br />

libertados no ambiente? Cerca de 87%<br />

da entrada total de fibras usadas para<br />

vestuário é colocada num aterro sanitário<br />

ou incinerada no espaço de um ano.<br />

Outra questão é que as más condições<br />

laborais dos trabalhadores de fábricas<br />

com salários baixos violam os direitos<br />

humanos. O Evening Standard reportou<br />

em Novembro de 2017 que trabalhadores<br />

de fábricas da Zara na Turquia coseram<br />

secretamente notas em peças de roupa<br />

para que os clientes soubessem que não<br />

tinham sido pagos. O desmoronamento<br />

em 2013 da fábrica de vestuário Rana<br />

Plaza no distrito de Dhaka, Bangladesh,<br />

matou 1134 pessoas e atraiu a atenção<br />

mundial para práticas de segurança<br />

desoladoras. Quando os trabalhadores<br />

se queixaram das enormes fissuras<br />

que surgiram nas paredes dias antes<br />

de o edifício ceder, foram ameaçados<br />

de perder um mês de salário se não se<br />

apresentassem para os seus turnos.<br />

Após a catástrofe do Rana Plaza, a<br />

atenção do mundo centrou-se na necessidade<br />

de melhores padrões de segurança<br />

e de um salário digno para os<br />

trabalhadores da indústria têxtil. Mas de<br />

acordo com um estudo da Universidade<br />

de Sheffield, «embora as empresas de<br />

vestuário tenham assumido compromissos<br />

ambiciosos no sentido de pagarem<br />

salários dignos nas suas cadeias globais<br />

de abastecimento, estão a ficar aquém<br />

das expectativas quando se trata de<br />

acções significativas para implementar<br />

estes compromissos».<br />

tentáveis, novas variações nos antigos<br />

modelos empresariais estão a gerar mais<br />

rendimentos ao manterem os têxteis na<br />

economia e fora dos aterros sanitários<br />

por mais tempo do que sob o modelo<br />

da moda rápida. Revenda, aluguer e<br />

reparação fazem todos parte da economia<br />

circular, que procura alargar a<br />

utilização de produtos materiais para<br />

além do que é habitual.<br />

É claro que as práticas de revenda, aluguer<br />

e reparação existem desde sempre.<br />

Mas as três estão agora a florescer devido<br />

a aplicações inteligentes da tecnologia<br />

digital, estratégias de envolvimento do<br />

cliente e modelos de plataforma.<br />

o modelo de revenda<br />

Há muito que as pessoas vendem vestuário<br />

usado através de mercados de<br />

produtos usados, ou pontos de venda<br />

sem fins lucrativos. As roupas podem<br />

estar ligeiramente desgastadas, mas são<br />

oferecidas a preços mais acessíveis do<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 73


GESTÃO<br />

POR QUE É QUE A MODA RÁPIDA TEM DE ABRANDAR<br />

ThredUp<br />

que artigos novinhos em folha. As opções<br />

online de revenda abriram o mercado:<br />

um relatório da indústria descobriu que<br />

o sector cresceu 25 vezes mais depressa<br />

do que o retalho tradicional em 2019.<br />

A este ritmo, o mercado dos artigos em<br />

segunda mão poderá ofuscar a indústria<br />

da moda rápida até 2030. Esta abordagem<br />

mais lenta à moda rápida não é<br />

claramente apenas uma moda.<br />

O Poshmark, mercado de comércio social<br />

online que permite aos utilizadores<br />

comprar e vender vestuário novo e usado,<br />

atingiu os 50 milhões de utilizadores.<br />

Tornou-se público no Nasdaq no início<br />

de 2021, com uma valorização inicial<br />

de mais de 2,7 mil milhões de euros. A<br />

Depop, outra aplicação de marketing<br />

social peer-to-peer para venda e compra,<br />

destina-se a uma população mais jovem,<br />

com 90% dos seus utilizadores abaixo<br />

dos 26 anos. Foi adquirida pela Etsy por<br />

1,4 mil milhões de euros em meados de<br />

2021. Já a loja online ThredUp tem uma<br />

abordagem diferente. Em vez de facilitar<br />

as vendas, a empresa com sede em São<br />

Francisco toma posse de roupas e gere<br />

todas as transacções. Envia Kits de<br />

Limpeza aos interessados em revender<br />

que incluem sacos para encher com o<br />

seu vestuário usado e uma etiqueta de<br />

envio para levar as encomendas para<br />

um centro de processamento. Os artigos<br />

são inspeccionados quanto à qualidade,<br />

fotografados e colocados na loja online.<br />

Quando um artigo é vendido, o proprietário<br />

pode optar por receber um pagamento<br />

ou um crédito da loja ThredUp.<br />

Os clientes são atraídos pelo apelativo<br />

portal online da ThredUp, cuja<br />

fotografia e design de alta qualidade<br />

imitam os dos retalhistas tradicionais.<br />

O seu volume é de 15 mil novos artigos<br />

publicados todos os dias. Beneficiou do<br />

movimento de organização estimulado<br />

por influenciadores como Marie Kondo,<br />

autora de “Arrume a sua casa, arrume a<br />

sua vida”, que criou uma geração de consumidores<br />

que acreditam genuinamente<br />

que menos é mais e que estão ansiosos<br />

por tirarem os bens das suas casas.<br />

Uma nova oferta, chamada Resale-as-a-<br />

-Service, permitiu à ThredUp capitalizar<br />

esta tendência através de parcerias com<br />

grandes retalhistas, como Walmart,<br />

Gap e Macy’s, que distribuem os kits de<br />

limpeza ThredUp nas suas lojas físicas.<br />

o modelo de aluguer<br />

Várias gerações de frequentadores de<br />

bailes de finalistas alugavam smokings<br />

para as suas grandes noites, e uma grande<br />

quantidade de lojas independentes<br />

há muito que oferecem alugueres de<br />

vestidos de noiva. Tudo isto foi levado ao<br />

nível seguinte com a Rent the Runway,<br />

uma empresa de comércio electrónico<br />

fundada em 2009. Aluga vestuário e<br />

acessórios (oito a 16 artigos por mês)<br />

através de um serviço de assinatura<br />

mensal online e orgulha-se de ter no<br />

seu conselho de administração a actriz-<br />

-empresária Gwyneth Paltrow.<br />

Declarando que «queremos que compre<br />

menos coisas», a Rent the Runway<br />

dá aos clientes um «armário na cloud».<br />

Aproximadamente nove milhões de as-<br />

74 DEZEMBRO 2021


GESTÃO<br />

POR QUE É QUE A MODA RÁPIDA TEM DE ABRANDAR<br />

sinantes podem aceder a uma colecção<br />

de mais de 15 mil estilos. O serviço tem<br />

crescido mais de 150% anualmente, e há<br />

especulações de que a empresa irá lançar<br />

em breve uma oferta pública inicial.<br />

O sucesso do modelo de aluguer da<br />

Rent the Runway levou os retalhistas<br />

de lojas físicas a experimentar. A Urban<br />

Outfitters lançou um serviço de aluguer<br />

de 78 euros por mês chamado Nuuly<br />

Rent<br />

the Runway<br />

Rent, que oferece artigos da sua família<br />

de marcas. Hoje, tem também o mercado<br />

de revenda Nuuly Thrift.<br />

o modelo de reparação<br />

O modelo de reparação leva de volta as<br />

roupas para as reparar antes de serem<br />

devolvidas ao proprietário ou revendidas.<br />

A Patagonia tem um dos modelos de<br />

reparação mais progressivos. Há muito<br />

que luta contra o consumo excessivo e a<br />

mentalidade de crescimento da maioria<br />

das empresas, como demonstrado na sua<br />

famosa campanha “Não comprem este<br />

casaco” de 2011. Em 2015, a então CEO<br />

Rose Marcario escreveu um manifesto<br />

a defender a longevidade do produto,<br />

intitulado “A reparação é um acto radical”,<br />

declarando que «a melhor coisa que<br />

podemos fazer pelo planeta é manter as<br />

nossas coisas em uso por mais tempo».<br />

A Patagonia publica guias de reparação<br />

gratuitos para todos os produtos,<br />

e para além dos seus 72 centros de<br />

reparação a nível mundial, oferece estações<br />

móveis em mais de 135 locais que<br />

reparam artigos de qualquer marca de<br />

vestuário. Desde 2013, tem o programa<br />

Worn Wear, que oferece aos clientes uma<br />

oportunidade de trocar o seu vestuário<br />

usado da Patagonia por crédito de loja<br />

e depois reparar e revender os artigos<br />

de vestuário usados. No prazo de seis<br />

meses após a abertura, o programa tinha<br />

gerado um milhão de euros em vendas.<br />

Os objectivos da empresa vão para<br />

lá de manter os artigos em circulação<br />

durante mais tempo. Os seus designers<br />

usam o programa para conhecer e corrigir<br />

as falhas de vestuário, de modo a que<br />

os produtos exijam menos reparações no<br />

futuro. A Patagonia procura criar produtos<br />

que durem uma vida – a própria<br />

antítese da moda rápida.<br />

Esta tendência é omnipresente na<br />

indústria do vestuário de exterior, cujos<br />

clientes tendem a preocupar-se com o<br />

ambiente. A North Face lançou a sua<br />

linha de reparações em 2018, a The North<br />

Face Renewed, enquanto a REI criou um<br />

programa semelhante, chamado Good &<br />

Used. Uma grande quantidade de marcas<br />

de topo de gama também oferece serviços<br />

de reparação, como o programa Renew<br />

da Eileen Fisher, lançado em 2009.<br />

Um grande número de jovens pode<br />

estar a acordar para os custos ambientais<br />

e sociais do vestuário novo e a procurar<br />

combinar os seus estilos com valores,<br />

mas rentabilizar esta tendência não<br />

é para os fracos de coração. A moda<br />

lenta é dispendiosa, e as margens são<br />

mínimas. O vestuário usado precisa de<br />

ser recolhido, reparado, limpo e depois<br />

redistribuído. Não é de admirar que<br />

muitas empresas que seguem este modelo<br />

de negócio visem o segmento alto,<br />

como faz a Patagonia, ou visem empresas<br />

de revenda de baixa gama, onde os


Patagonia<br />

volumes são grandes, como a ThredUp.<br />

O panorama está repleto de empresas<br />

que não rentabilizaram estas visões<br />

orientadas para a sustentabilidade. A<br />

Armarium, de aluguer de vestuário de<br />

luxo em Vancouver, descobriu não só que<br />

as operações de transporte e limpeza a<br />

seco do modelo são extremamente caras,<br />

mas que poucas pessoas estão dispostas a<br />

pagar 300 a 500 dólares para emprestar<br />

moda contemporânea de alta gama. A<br />

empresa durou quatro anos, apesar de<br />

uma entrada de capital de 4,5 milhões<br />

de euros de investidores que incluíam<br />

a Tommy Hilfiger.<br />

O impacto ambiental destes modelos<br />

também pode ser elevado.<br />

Um estudo recente mostra que as<br />

emissões de gases com efeito de estufa<br />

inerentes à limpeza e entrega contínua<br />

de roupa no modelo alugado podem ser<br />

tão elevadas como as da moda rápida,<br />

dependendo de quantas vezes os consumidores<br />

utilizam os artigos.<br />

Apesar destes obstáculos, muitas empresas<br />

descobriram não só como reduzir o<br />

impacto ambiental dos têxteis, mas também<br />

como ganhar dinheiro fazendo-o.<br />

Isto exige que os retalhistas considerem<br />

os custos ambientais e as implicações so-<br />

ciais no cálculo económico e repensem<br />

o modelo de negócio da moda rápida.<br />

A MODA RÁPIDA PODE SER<br />

SUSTENTÁVEL? NÃO.<br />

A Zara parece ter reconhecido o lado<br />

negativo da moda rápida e está a tentar<br />

seguir a moda da sustentabilidade: Em<br />

2019, anunciou que até 2025, 100% dos<br />

seus tecidos seriam orgânicos, sustentáveis,<br />

ou reciclados. Embora admirável,<br />

mesmo que os têxteis da Zara sejam<br />

fabricados a partir de fontes “sustentáveis”,<br />

a empresa está a abastecer um<br />

mercado insaciável. As fontes de abastecimento<br />

não são o problema. São os<br />

resíduos criados na extracção, produção<br />

e eliminação de materiais.<br />

À medida que a Terra aquece, o apetite<br />

pela moda rápida tem arrefecido.<br />

Pesquisas recentes do Pew Research<br />

Center mostram que os millenialls e os<br />

da geração Z efstão mais empenhados na<br />

acção das alterações climáticas do que as<br />

gerações mais antigas. Alguns estilistas<br />

de alta moda, incluindo a Gucci, estão<br />

a oferecer roupas explicitamente “sem<br />

estação” para que os estilos demorem<br />

mais tempo a sair de moda.<br />

Se as empresas de moda rápida como a<br />

Zara estão empenhadas em combater as<br />

suas pegadas ambientais, têm de encontrar<br />

uma forma de reduzir o desperdício<br />

ao longo das cadeias de abastecimento, e<br />

no final da vida de uma peça. Se querem<br />

manter o seu apelo para um número<br />

crescente de consumidores social e<br />

ambientalmente conscientes, terão de<br />

lutar contra algo totalmente alheio ao seu<br />

ADN: abrandar um modelo de negócio<br />

baseado na velocidade. Até lá, perderão<br />

um segmento crescente de consumidores<br />

de mente ecológica atraídos por formas<br />

mais limpas e sustentáveis de expressar<br />

a criatividade da moda.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 77


GESTÃO<br />

POR :<br />

Elizabeth Segran<br />

Colaboradora da Fast Company<br />

ESTA FAMÍLIA FUNDOU<br />

A TIMBERLAND EM<br />

1952. A SUA BOTA<br />

NOVA E SUSTENTÁVEL<br />

É UM DESVIO RADICAL<br />

78 DEZEMBRO 2021


A EREM, UMA NOVA MARCA<br />

DE CALÇADO, É UMA<br />

EXPERIÊNCIA FASCINANTE<br />

QUE MOSTRA COMO CRIAR<br />

UM PRODUTO SUSTENTÁVEL<br />

DESDE O INÍCIO<br />

Àsuperfície, a<br />

recém-lançada<br />

bota para caminhadas<br />

da Erem<br />

tem um aspecto<br />

semelhante à<br />

icónica bota da<br />

Timberland. E<br />

quaisquer semelhanças<br />

entre as<br />

duas faz sentido,<br />

porque ambas as empresas foram fundadas<br />

pela família Swartz, que está no<br />

negócio há quatro gerações.<br />

Mas olhando mais de perto vemos<br />

que cada componente da bota de Erem<br />

é diferente, cuidadosamente escolhida<br />

para se biodegradar quando a bota chega<br />

ao seu fim de vida.<br />

Nathan Swartz fundou a Timberland<br />

em 1952 e ajudou a conceber a bota resistente<br />

da marca, que se tornou popular<br />

tanto entre os caminhantes como entre<br />

os trabalhadores da construção civil.<br />

Eventualmente, o neto de Nathan, Jeff,<br />

tornou-se CEO da Timberland e, em<br />

2011, vendeu a empresa à VF Corp.<br />

Há umas semanas, Jeff e o seu filho<br />

Noah lançaram a sua nova empresa, a<br />

Erem. Enquanto a maioria do calçado<br />

no mercado contém solas de plástico e<br />

espuma que não se decompõe, as duas<br />

botas de estreia da Erem são produzidas<br />

usando borracha reciclada, espuma<br />

biodegradável feita de milho e algodão<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 79


GESTÃO<br />

ESTA FAMÍLIA FUNDOU A TIMBERLAND EM 1952. A SUA<br />

BOTA NOVA E SUSTENTÁVEL É UM DESVIO RADICAL<br />

>> Criar uma bota prática a partir de materiais<br />

biodegradáveis é uma proposta complexa.<br />

A Erem teve de criar a sua cadeia de<br />

fornecimento a partir do zero<br />

orgânico. No final da vida útil da bota,<br />

os clientes podem devolvê-la à Erem,<br />

que irá desmontar todos os componentes<br />

para os reutilizar e reciclar.<br />

Enquanto muitas empresas de calçado<br />

estabelecidas, da Nike e Timberland à<br />

Jimmy Choo, estão a tentar redesenhar<br />

os seus sapatos e sistemas de produção<br />

para serem mais sustentáveis, a Erem é<br />

uma experiência interessante na criação<br />

de um sapato amigo do ambiente a<br />

partir do solo.<br />

Foi Noah, de 28 anos, quem teve a ideia<br />

da Erem pela primeira vez. Tal como o pai<br />

e o avô, Noah passou a infância imerso no<br />

negócio do calçado, visitando fábricas e<br />

tendo conversas à mesa de jantar com a<br />

sua família sobre pormenores do design<br />

de botas. Mas o seu pai vendeu o negócio<br />

da família enquanto Noah frequentava a<br />

Universidade de Columbia, o que o deixou<br />

a pensar no que queria fazer profissionalmente.<br />

«Noah era uma quarta geração<br />

à espreita nos bastidores», afirma Jeff.<br />

«As empresas familiares geracionais são<br />

criaturas estranhas e raras, e Noah estava<br />

profundamentem zangado comigo.<br />

Tinha a ideia na sua cabeça de assumir<br />

o negócio, mas quando vendi a empresa,<br />

essa ideia desapareceu.»<br />

Depois da faculdade, Noah trabalhou<br />

para várias marcas focadas na sustentabilidade,<br />

como Beyond Meat, Modern<br />

Meadow e Superpedestrian. Frequentou<br />

a Harvard Business School e começou a<br />

traçar o seu próximo passo. Enquanto<br />

lá esteve, tornou-se claro para ele que<br />

queria regressar às suas raízes como<br />

fabricante de botas, mas desta vez com<br />

um foco amigo do ambiente. Foi então<br />

80 DEZEMBRO 2021


RECOLHER E RECICLAR<br />

A EREM CONVIDA OS CLIENTES A ENVIAR BOTAS PARA<br />

REPARAÇÃO E A SOLICITAR UMA ETIQUETA DE DEVOLUÇÃO<br />

GRATUITA PARA ENVIAR AS BOTAS VELHAS EM VEZ DE AS DEITAR<br />

FORA. O PLANO É RECOLHÊ-LOS E RASGÁ-LOS PARA RECICLAR<br />

que deixou o seu programa de MBA para<br />

lançar a Erem.<br />

Juntos, Jeff e Noah decidiram criar<br />

uma bota para caminhadas no deserto.<br />

Parece uma bota Timberland, com a<br />

sua sola rugosa e o exterior em camurça<br />

castanha clara – mas Jeff minimiza as semelhanças.<br />

«Qualquer semelhança com<br />

uma silhueta Timberland é coincidência<br />

e é impulsionada pela sua influência de<br />

elementos da herança militar e de botas<br />

de trabalho», explica.<br />

O objectivo era usar a tecnologia mais<br />

sustentável do mercado, criando sapatos<br />

feitos de materiais ecológicos que<br />

são também biodegradáveis. Embora<br />

o plástico reciclado seja muito popular<br />

na indústria da moda, a equipa da Erem<br />

decidiu não o usar. «Sendo tudo igual,<br />

o poliéster reciclado é melhor do que o<br />

poliéster virgem [ou novo]», revela Noah.<br />

«Mas como a maioria dos consumidores<br />

não recicla, este plástico acabará num<br />

aterro sanitário. A nossa crença era de<br />

que a nossa responsabilidade deveria<br />

estender-se para além do ponto de venda<br />

até ao que acontece no seu fim de vida.»<br />

Mas criar uma bota prática a partir<br />

de materiais biodegradáveis é uma proposta<br />

complexa. A Erem teve de criar a<br />

sua cadeia de fornecimento a partir do<br />

zero, em vez de se abastecer junto dos<br />

principais fornecedores que prestam serviços<br />

a marcas de calçado. Trabalharam<br />

com um fabricante para criar uma sola<br />

exterior de borracha embutida com um<br />

intensificador de biodegradabilidade<br />

que lhe permitirá decompor-se em sete<br />

a 14 anos, dependendo das condições<br />

ambientais, em vez dos 400 anos típicos<br />

das solas de borracha tradicionais. «Se<br />

queremos fios ou borracha que sejam<br />

[biodegradáveis], não os encontramos no<br />

portefólio habitual destes fornecedores»,<br />

explica Jeff. «Estes fornecedores estão<br />

concentrados em saber se há procura para<br />

este material. E, por enquanto, não há.»<br />

Enquanto a maioria do calçado é<br />

constituída por camadas laminadas<br />

juntamente com adesivos de plástico<br />

quente, as botas da Erem são largamente<br />

constituídas por camadas cosidas em<br />

conjunto utilizando fio de linho, em vez<br />

de fio de poliéster, uma abordagem que<br />

facilita a desmontagem da bota para<br />

reparações e reciclagem. No entanto, diz<br />

Noah, levou muito tempo até a fábrica de<br />

costura aprender a utilizar o linho. «As<br />

definições de tensão nas máquinas da<br />

fábrica estão definidas para o poliéster»,<br />

afirma. «A linha é apenas 0,03% da nossa<br />

bota, por volume. Mas era importante<br />

para nós que utilizássemos linho.»<br />

Com esta primeira colecção, a Erem fez<br />

uma parceria com fabricantes europeus<br />

que são auditados para garantir que<br />

as suas fábricas são o mais ecológicas<br />

possível. Para a I&D, a Erem trabalhou<br />

com uma fábrica portuguesa movida a<br />

energia solar que por acaso também está<br />

geograficamente próxima dos fornecedores<br />

de sola exterior, palmilha interior<br />

e embalagens, reduzindo as emissões<br />

de carbono da expedição. O curtume<br />

italiano da Erem usa curtimento vegetal,<br />

em vez de curtimento cromado, que é<br />

mais amplamente utilizado mas mais<br />

intensivo em químicos.<br />

A Erem convida os clientes a enviar<br />

botas para reparação e, em última análise,<br />

a solicitar uma etiqueta de devolução<br />

gratuita para enviar as botas velhas em<br />

vez de as deitar fora. O plano é recolher<br />

estes sapatos velhos e rasgá-los nos seus<br />

materiais componentes para reciclar a<br />

borracha, os metais e muito mais. Mas<br />

a marca não espera que todos os clientes<br />

façam esse esforço. Caso os sapatos acabarem<br />

por ir parar ao lixo, os materiais<br />

acabarão por se decompor.<br />

Jeff afirma que tem sido fascinante<br />

criar a Erem após ter passado toda a sua<br />

vida dentro da Timberland. Ele viu o seu<br />

avô estabelecer a cadeia de fornecimento<br />

da Timberland nos anos 60 e 70, e depois<br />

observou como a empresa cresceu até<br />

se tornar uma empresa multinacional.<br />

Como CEO da Timberland, trabalhou na<br />

tentativa de tornar o negócio tão sustentável<br />

quanto possível, mas confessa que é<br />

muito mais difícil alterar uma cadeia de<br />

fornecimento existente do que construir<br />

uma nova a partir do zero. «Fomos a<br />

estas fábricas e queríamos fazer tudo de<br />

forma diferente», declara. «Não há uma<br />

única peça desta bota que não fosse nova<br />

na nossa cadeia de abastecimento. Não<br />

há aqui nada transcendente, mas para<br />

uma indústria que está feita para poupar<br />

custos, parecia radical.»<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 81


GESTÃO<br />

POR :<br />

Pia Lauritzen<br />

Colaboradora da strategy+business<br />

COMO PODEM AS GRANDES<br />

E VELHAS EMPRESAS AGIR<br />

RAPIDAMENTE<br />

CINCO MUDANÇAS<br />

ALTERARAM A FORMA<br />

COMO AS MULTINACIONAIS<br />

ANTIGAS BEM-SUC<strong>ED</strong>IDAS<br />

EXECUTAM ESTRATÉGIA<br />

82 DEZEMBRO 2021


MUDANÇA<br />

EM VEZ DE ESTRATÉGIAS TRAÇADAS EM SALAS DE<br />

REUNIÃO FECHADAS, SÃO PRECISAS ESTRATÉGIAS<br />

DINÂMICAS PARA RECEBER FE<strong>ED</strong>BACK DO<br />

MERCADO E FLEXÍVEIS PARA EVOLUIR<br />

Tal como outros<br />

CEO, Cees ‘t Hart<br />

sabia que a pandemia<br />

lhe exigia que<br />

gerisse a dinamarquesa<br />

Carlsberg de<br />

forma diferente.<br />

«A crise levantou<br />

muitas questões»,<br />

afirmou ao jornal<br />

de negócios dinamarquês<br />

Børsen em Maio de 2020. Em<br />

vez de centralizar a resposta da Carlsberg<br />

a essas questões, viu a oportunidade para<br />

explorar uma estrutura de gestão global<br />

mais autónoma e encontrar uma nova<br />

estratégia. As decisões tiveram de ser<br />

tomadas no terreno, rapidamente, de<br />

modo que os líderes regionais receberam<br />

o poder de agir, um facto assinalado no<br />

relatório anual da Carlsberg de 2020.<br />

Os resultados financeiros, esses estão<br />

de volta aos níveis de 2019.<br />

A Carlsberg é aquilo a que chamo uma<br />

empresa antiga: com mais de 50 anos,<br />

com marcas e posições de mercado bem<br />

estabelecidas, empregam mais de cinco<br />

mil pessoas e estão espalhadas por todo<br />

o mundo. O seu legado consiste em décadas<br />

de experiência e conhecimentos<br />

acumulados. Passaram por inúmeras<br />

transformações e adaptaram-se a múltiplas<br />

reorganizações.<br />

Como é que essas organizações seguiram<br />

estratégias diferentes como<br />

resultado da pandemia? Reviraram as<br />

suas hierarquias e aprenderam a ouvir<br />

de outra forma. Antes da propagação<br />

da COVID-19, os executivos seniores<br />

diriam que as suas organizações eram<br />

demasiado complexas para que todos<br />

estivessem envolvidos em discussões e<br />

decisões estratégicas. Isso mudou. O que<br />

conta é o alinhamento na mesma prioridade<br />

estratégica aliado à autonomia<br />

de acção. Vi cinco mudanças de atitude<br />

que mostraram como a crise afectou a<br />

maneira como estes tipos de empresas<br />

executam estratégia.<br />

MUDANÇA DE MENTALIDADE<br />

DA IMPLEMENTAÇÃO<br />

À INTEGRAÇÃO<br />

Muitas empresas consideram o desenvolvimento<br />

e a execução da estratégia como<br />

coisas distintas. Antes da pandemia, a<br />

gestão de topo era vista como responsável<br />

pelo desenvolvimento das estratégias,<br />

enquanto os gestores intermédios e<br />

os colaboradores eram responsáveis<br />

pela execução. Quando algo não corria<br />

como planeado, os gestores falavam das<br />

lacunas na execução mas nunca relacionaram<br />

as dificuldades da organização<br />

em implementar as estratégias com a<br />

forma como tinham sido desenvolvidas.<br />

Com o advento da pandemia, os executivos<br />

perceberam que tinham de mudar<br />

de rumo. Em vez de estratégias bem<br />

concebidas e traçadas em salas de reunião<br />

fechadas, precisavam de estratégias<br />

suficientemente dinâmicas para receber<br />

feedback do mercado e suficientemente<br />

flexíveis para evoluir. Isso exigia uma<br />

distância muito menor entre a decisão<br />

e a acção, e vice-versa.<br />

Antes da pandemia, uma empresa<br />

de entretenimento familiar era boa no<br />

desenvolvimento de uma marca consistente<br />

que é conhecida por pessoas<br />

de todos os estratos sociais. Também<br />

investiu no desenvolvimento de agilidade<br />

organizacional e em tornar-se uma<br />

empresa de consumo digital. Mas, tal<br />

como outras, fez uma distinção entre<br />

desenvolvimento e implementação das<br />

estratégias, e não teve uma abordagem<br />

sistemática e estruturada para alinhar<br />

as pessoas.<br />

Durante a pandemia, a equipa que<br />

foi responsável pelo desenvolvimento<br />

da agilidade organizacional passou por<br />

uma mudança de mentalidade. Em vez<br />

de perguntarem como implementar<br />

as decisões estratégicas, perguntaram<br />

como integrar a estratégia nas acções de<br />

cada colaborador. Descobriram que os<br />

colaboradores estavam sobrecarregados<br />

com directivas que paralisavam a acção,<br />

por isso, despoletaram novas iniciativas.<br />

Isto levou a uma mudança significativa<br />

na forma como as decisões eram tomadas<br />

e reduziu o tempo de acção, porque<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 83


GESTÃO<br />

COMO PODEM AS GRANDES E VELHAS<br />

EMPRESAS AGIR RAPIDAMENTE<br />

trouxe um enfoque<br />

mais claro.<br />

MUDANÇA DE<br />

FOCO<br />

DA COMUNICAÇÃO<br />

À CONVERSA<br />

Isolados nos seus escritórios domésticos,<br />

a maioria dos executivos<br />

voltou-se para uma das<br />

mais antigas e mais desgastadas<br />

suposições dentro da gestão:<br />

que as organizações precisam<br />

da máxima comunicação possível<br />

por parte da gestão de topo,<br />

especialmente em tempos de crise.<br />

Mas as empresas que fizeram a mudança<br />

de mentalidade da implementação<br />

para a integração não responderam ao<br />

bloqueio com mais reuniões online,<br />

sessões “pergunte-me qualquer coisa”,<br />

e actualizações escritas. Concentraram-<br />

-se em envolver os colaboradores em<br />

conversas entre pares sobre iniciativas<br />

estratégicas. Compreenderam que<br />

quanto mais complexa for a situação,<br />

mais pessoas devem ser envolvidas na<br />

identificação e resolução dos problemas.<br />

Por exemplo, uma grande empresa<br />

global de tecnologia da água percebeu<br />

que precisaria de requalificar os seus<br />

colaboradores para se adaptar à situação.<br />

Mas em vez de conceber um programa<br />

de aprendizagem detalhado e de o incluir<br />

em cascata na organização, a equipa de<br />

aprendizagem e desenvolvimento convidou<br />

os principais stakeholders em toda a<br />

organização a ajudar a definir as bases<br />

da nova estrutura de aprendizagem. O<br />

director de Recursos Humanos queria<br />

que as pessoas praticassem a aprendizagem<br />

para que a empresa tivesse êxito<br />

na sua prioridade estratégica de se tornar<br />

uma organização de aprendizagem<br />

QUANTO MAIS<br />

COMPLEXA FOR<br />

A SITUAÇÃO, MAIS<br />

PESSOAS DEVEM<br />

SER ENVOLVIDAS<br />

NA IDENTIFICAÇÃO<br />

E RESOLUÇÃO DOS<br />

PROBLEMAS<br />

de classe mundial. A equipa de I&D<br />

apoiou essa ambição ao proporcionar<br />

espaços de conversação onde pessoas<br />

de diferentes partes da organização<br />

pudessem participar em conversas com<br />

pares sobre os tópicos que considerava1m<br />

mais importantes para ajudar a empresa<br />

a ter sucesso. A mudança de foco, de<br />

muitas comunicações para conversas<br />

entre pares, mobilizou as pessoas em<br />

torno da nova iniciativa de aprendizagem<br />

e ajudou a direcção a aprender com os<br />

colaboradores onde concentrar os seus<br />

esforços para o maior impacto.<br />

MUDANÇA DE TECNOLOGIA<br />

DE DADOS DE RESPOSTAS<br />

A DADOS DE PERGUNTAS<br />

O desejo de proporcionar espaços de<br />

conversação numa altura em que muitas<br />

pessoas estão a trabalhar<br />

a partir de casa e incapazes<br />

de viajar obrigou as<br />

empresas a procurar novos<br />

tipos de tecnologia. O Microsoft<br />

Teams, o Zoom e outras<br />

plataformas mantiveram<br />

as pessoas a colaborar e a<br />

comunicar, deixando-as virtualmente<br />

simular debates,<br />

reuniões e diálogos. Mas<br />

nenhuma delas foi concebida<br />

para apoiar discussões e<br />

decisões estratégicas.<br />

Nas empresas antigas que<br />

estavam a mudar de uma abordagem<br />

de cima para baixo para<br />

um estilo de gestão mais integrado, os<br />

líderes precisavam de novas formas de<br />

recolher informações, discutir tópicos<br />

com os colaboradores, e captar perspectivas<br />

e necessidades fundamentais dos<br />

colaboradores que trabalham perto de<br />

muitos clientes em muitos mercados. Um<br />

executivo declarou: «Não sei todas as<br />

respostas, pelo que devemos ajudar-nos<br />

mutuamente a fazer as perguntas mais<br />

importantes.» Os executivos estavam<br />

habituados a usar questionários para<br />

medir a satisfação dos colaboradores e o<br />

desempenho da liderança, mas esta abordagem<br />

apenas recolhe respostas individuais<br />

com respostas pré-determinadas.<br />

MUDANÇA DE LIDERANÇA<br />

DE ACTIVIDADES FORMAIS<br />

PARA ACÇÕES INFORMAIS<br />

Comum às três multinacionais europeias:<br />

em vez de pensarem na liderança<br />

como prosseguindo actividades formais<br />

iniciadas pelos líderes, começaram a<br />

prestar mais atenção às acções informais<br />

de que a organização necessitava, tanto<br />

dos líderes como dos colaboradores.<br />

84 DEZEMBRO 2021


TRANSPARÊNCIA<br />

A ESTRATÉGIA NUNCA SERÁ INTEGRADA<br />

NAS ACÇÕES QUOTIDIANAS DOS<br />

COLABORADORES SE ESTES NÃO TIVEREM<br />

ACESSO ÀS DIFERENTES EXPERIÊNCIAS<br />

Isto envolveu mudanças de mentalidade,<br />

foco e tecnologia, e fez com que os<br />

executivos reconsiderassem o seu papel<br />

para tornar as organizações aptas para o<br />

futuro. Os novos tipos de questionários<br />

abertos, que permitem aos colaboradores<br />

falarem uns com os outros, permitem<br />

aos gestores obter uma visão do que os<br />

colaboradores sabem, do que não sabem,<br />

e a quem se dirigem para obterem<br />

informações. Os executivos utilizaram<br />

esta percepção para fazer uma avaliação<br />

de quais os colaboradores a envolver<br />

em que tipos de discussão estratégica<br />

e decidir quem poderia assumir mais<br />

responsabilidade em termos de condução<br />

das próprias prioridades estratégicas.<br />

A isto chama-se uma avaliação da maturidade<br />

das capacidades, tanto dos líderes<br />

como das suas equipas. Dependendo<br />

do resultado, as empresas escolheram<br />

diferentes abordagens de liderança. A<br />

empresa que fez da aprendizagem um<br />

factor estratégico acabou por ter uma<br />

pontuação de maturidade muito elevada.<br />

Outra empresa antiga com que trabalhei<br />

estava a passar por várias transformações<br />

digitais, organizacionais e estratégicas.<br />

Antes da pandemia, um dos<br />

líderes executivos desta empresa concentrou-se<br />

em ideias inovadoras e oportunidades<br />

inexploradas no mercado e lançou<br />

uma série de novas estratégias baseadas<br />

na visão de um mercado em mudança.<br />

Quando a empresa se mudou para um<br />

modelo mais integrado e começou a recolher<br />

dados conversacionais, tornou-se<br />

evidente que os colaboradores estavam<br />

sobrecarregados. O executivo sénior percebeu<br />

que as muitas iniciativas estratégicas<br />

estavam na realidade a impedir<br />

os colaboradores de aprender e adoptar<br />

novas formas de trabalho. Em vez de<br />

manterem a empresa à frente dos seus<br />

concorrentes, estavam a atrasar a empresa.<br />

Fez então uma pausa de três meses<br />

para repensar tudo.<br />

MUDANÇA DE CULTURA<br />

DO FE<strong>ED</strong>BACK À TRANSPARÊNCIA<br />

A última mudança diz respeito à forma<br />

como os colaboradores respondem às<br />

iniciativas estratégicas. A estratégia<br />

nunca será integrada nas acções quotidianas<br />

dos colaboradores se estes não<br />

tiverem acesso às diferentes experiências.<br />

Precisam de transparência. Assim, os<br />

executivos tentaram encorajar uma cultura<br />

de conversas estratégicas nos dois<br />

sentidos em vez de tomarem decisões e<br />

só depois procurarem feedback.<br />

Em vez de recolherem respostas a<br />

perguntas genéricas, inverteram a lógica<br />

e usaram tecnologia que recolhe e analisa<br />

as perguntas que os colaboradores<br />

fazem uns aos outros sobre tópicos<br />

estratégicos. Ao convidarem os colaboradores<br />

a fazer as suas perguntas e a<br />

ajudarem-se mutuamente a encontrar<br />

respostas, sinalizaram que, num mundo<br />

pós-pandémico, a estratégia é um<br />

assunto de todos. «Pensávamos que as<br />

pessoas precisavam de nós para fornecer<br />

um apoio central mais directo», disse-<br />

-me um líder de programa. «Mas, os<br />

dados das perguntas mostraram<br />

que as pessoas estavam à vontade<br />

com o que precisavam de fazer,<br />

só precisavam de apoio na<br />

criação de oportunidades<br />

e partilha das melhores<br />

práticas.» Esta percepção<br />

permitiu aos gestores moldar<br />

a abordagem e o tipo<br />

de apoio que ofereciam.<br />

No passado, o feedback<br />

mais comum que<br />

os líderes recebiam<br />

era sobre o impacto<br />

negativo das estratégias que os colaboradores<br />

sentiam que lhes eram impostas.<br />

Mas depois de as empresas terem começado<br />

a fornecer espaços de conversação<br />

digital e a utilizar dados de perguntas<br />

para avaliarem o que era necessário a<br />

fim de concretizarem as prioridades<br />

estratégicas, assistiram a uma mudança<br />

radical. «As perguntas que fiz e às<br />

quais respondi conduziram a algumas<br />

discussões agradáveis com pessoas da<br />

empresa que nunca tinha encontrado<br />

antes», revelou-me um colaborador.<br />

Estas mudanças não foram temporárias<br />

nas empresas com que trabalhei,<br />

e surgiram apesar da dimensão das<br />

mesmas e da sua dispersão geográfica.<br />

Em cada caso, os líderes acreditavam<br />

que a mudança lhes dava vantagem<br />

competitiva, porque dava poder a todos<br />

para pensar e agir estrategicamente. Os<br />

líderes fizeram da auscultação dos colaboradores<br />

uma prioridade e agiram com<br />

base nos conhecimentos que adquiriram<br />

com as novas formas. E é isso que faz<br />

uma empresa lenta agir rapidamente.<br />

AJA<br />

EM VEZ DE PENSAR NA<br />

LIDERANÇA COMO<br />

PROSSEGUINDO<br />

ACTIVIDADES FORMAIS<br />

INICIADAS PELOS<br />

LÍDERES, PRESTE MAIS<br />

ATENÇÃO ÀS ACÇÕES<br />

INFORMAIS<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 85


ESPECIAL<br />

SOLUÇÕES NA ÁREA DA SAÚDE<br />

ALTICE<br />

TECNOLOGIA<br />

É O MELHOR<br />

REMÉDIO<br />

O SECTOR DA SAÚDE DEPENDE CADA<br />

VEZ MAIS DA TECNOLOGIA PARA<br />

AJUDAR A SALVAR VIDAS E A MELHORAR<br />

O CONFORTO DOS PACIENTES.<br />

CONHEÇA AS TECNOLOGIAS DO<br />

FUTURO QUE JÁ DÃO UMA RESPOSTA<br />

ÀS NECESSIDADES DE HOJE<br />

Asaúde é um dos sectores que<br />

mais tem beneficiado da inovação<br />

tecnológica, melhorando<br />

procedimentos e beneficiando<br />

tanto os profissionais, como os<br />

pacientes. A transformação<br />

digital permite às empresas<br />

alcançar novas formas<br />

de prestação de cuidados de<br />

saúde, com recurso a equipamentos<br />

de diagnóstico cada vez mais sofisticados,<br />

que permitem uma actuação mais precisa e célere<br />

nos tratamentos. Esta é, no entanto, uma relação em<br />

que também os pacientes saem a ganhar, com uma<br />

maior facilidade no acesso a informação de saúde,<br />

consultas à distância de um clique e a exames mais<br />

rápidos e eficazes.<br />

Recorrendo à tecnologia, o sector da saúde ganha<br />

rapi<strong>dez</strong>, eficiência e acessibilidade com soluções que<br />

colocam serviços à distância de uma simples ligação,<br />

de forma mais económica, tanto para as empresas e<br />

instituições que prestam o serviço,<br />

como para o cidadão que precisa<br />

dele. Mas como pode a tecnologia<br />

ajudar a responder às exigências<br />

crescentes neste sector? Da Inteligência<br />

Artificial à impressão 3D,<br />

passando pelo 5G, o futuro é hoje.<br />

Através de tecnologias inovadoras,<br />

que permitam acompanhar e monitorizar<br />

pacientes com situações<br />

clínicas específicas – por exemplo,<br />

doentes crónicos, doentes em<br />

hospitalização domiciliária, em<br />

convalescença, em pós operatório<br />

– fora dos estabelecimentos<br />

clínicos, reduzindo-se, assim,<br />

custos operacionais, conferindo<br />

autonomia aos pacientes e melhorando<br />

a experiência e qualidade<br />

de vida dos mesmos.<br />

Inteligência Artificial, Big Data,<br />

Realidade Aumentada, Machine<br />

Learning, dispositivos wearable,<br />

Internet of Things e impressão 3D<br />

são alguns exemplos de tecnologias<br />

que estão, e vão continuar, a revolucionar<br />

a prestação de cuidados de<br />

saúde, tornando-os mais acessíveis,<br />

rápidos e eficazes. O 5G, com as<br />

suas capacidades ultrarrápidas de<br />

ligação, estará também no conjunto<br />

de tecnologias que irão ajudar a<br />

mudar fortemente o cenário na<br />

área da saúde. Com uma latência<br />

86 DEZEMBRO 2021


APOSTA NO DIGITAL<br />

IA, BIG DATA, 5G E MACHINE LEARNING SÃO ALGUNS<br />

EXEMPLOS DE TECNOLOGIAS QUE ESTÃO A<br />

REVOLUCIONAR A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE,<br />

TORNANDO-OS MAIS ACESSÍVEIS, RÁPIDOS E EFICAZES<br />

«OS UTENTES SENTEM-SE<br />

MAIS ACOMPANHADOS E<br />

PROTEGIDOS, ATENUANDO O<br />

SENTIMENTO DE INSEGURANÇA<br />

E M<strong>ED</strong>O, MITIGANDO A SOLIDÃO<br />

E ANSI<strong>ED</strong>ADE», ASSEGURA<br />

A ALTICE EMPRESAS<br />

da saúde, nomeadamente na área<br />

do bem-estar e da telemonitorização,<br />

disponibilizando soluções<br />

inovadoras que aproximam ainda<br />

mais pacientes e médicos. Com a<br />

tecnologia que permite garantir<br />

um maior foco no atendimento e<br />

uma maior proximidade, aumentar<br />

a eficiência em processos, diminuir<br />

os riscos de falhas humanas<br />

e armazenar dados associados.<br />

E como é que isto se faz? Com<br />

algumas das melhores soluções<br />

a nível nacional.<br />

Como profissional de saúde, já<br />

pode acompanhar os seus casos<br />

clínicos, onde quer que se enconquase<br />

inexistente, espera-se que a<br />

mais recente geração de comunicações<br />

móveis contribua para que<br />

os profissionais de saúde avaliem,<br />

diagnostiquem e tratem, à distância,<br />

pacientes, recorrendo a uma<br />

observação remota “instantânea”,<br />

ao possibilitar a transmissão de<br />

imagem e dados biométricos em<br />

tempo real, para que os especialistas<br />

possam analisar ou partilhar<br />

com os seus pares determinado<br />

quadro clínico.<br />

AO SERVIÇO DA SAÚDE<br />

A Altice Empresas tem vindo a<br />

investir em tecnologia ao serviço<br />

>> A Altice<br />

Portugal tem em<br />

curso um inédito<br />

projecto piloto de<br />

telemonitorização<br />

dedicado a<br />

doentes com<br />

sequelas da<br />

COVID-19<br />

tre, através da telemedicina e do<br />

telediagnóstico. A Altice Empresas<br />

disponibiliza a solução Medigraf,<br />

desenvolvida pela Altice Labs,<br />

o centro de inovação do Grupo<br />

Altice em Portugal, que consiste<br />

numa plataforma integrada de<br />

colaboração entre profissionais<br />

de saúde, que permite a realização<br />

de vídeochamadas entre eles, em<br />

diferentes geografias, para partilha<br />

de conhecimentos, transferência e<br />

gestão de exames médicos, partilha<br />

de dados clínicos e realização de<br />

diagnósticos remotos.<br />

«Esta solução foi criada essencialmente<br />

para dar resposta à<br />

escassez de médicos especialistas<br />

em determinadas zonas do País,<br />

funcionando hoje em rede com<br />

todos os hospitais e maternidades<br />

da região Centro e alguns<br />

na região Norte», explica fonte<br />

oficial da empresa, adiantando<br />

que, a nível internacional, a plataforma<br />

funciona também entre<br />

o Hospital de Coimbra e Angola<br />

e entre o Instituto Marquês Vale<br />

Flôr e São Tomé e Príncipe. Hoje,<br />

a plataforma Medigraf torna-se<br />

igualmente útil na actual situação<br />

de pandemia, pois permite a liga-<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 87


ESPECIAL<br />

SOLUÇÕES NA ÁREA DA SAÚDE<br />

ALTICE<br />

ção remota entre profissionais de<br />

saúde, para troca de experiência<br />

e informação, assim como, mais<br />

recentemente, teleconsultas entre<br />

profissionais de saúde e utentes.<br />

Igualmente no portefólio de soluções<br />

de saúde da Altice Empresas<br />

encontra-se a solução de telemonitorização<br />

SmartAL – Smart<br />

Assisted Living, uma plataforma<br />

para prestação de cuidados de saúde<br />

de forma remota, que permite<br />

acompanhar, em tempo real, os<br />

doentes crónicos ou seniores, assim<br />

como situações de convalescença<br />

ou follow-up pós-hospitalar, através<br />

da telemonitorização de sinais<br />

vitais e do suporte a actividades<br />

do dia-a-dia relacionadas com a<br />

saúde, o bem-estar e a segurança.<br />

Esta solução permite criar planos<br />

de acompanhamento e efectuar<br />

agendamentos para o utente ser<br />

alertado para a toma de medicação,<br />

?<br />

SABIA QUE...<br />

500<br />

MIL MILHÕES<br />

DE DÓLARES​<br />

É O VALOR QUE<br />

SE ESTIMA PARA<br />

O AUMENTO<br />

DO VALOR DO<br />

MERCADO<br />

GLOBAL DE<br />

SAÚDE DIGITAL​​<br />

ATÉ 2025?<br />

19.º<br />

É O LUGAR<br />

QUE OCUPA<br />

PORTUGAL<br />

NO RANKING<br />

DA UNIÃO<br />

EUROPEIA,<br />

RESPEITANTE<br />

AO NÍVEL DE<br />

DIGITALIZAÇÃO<br />

DA​ ​SAÚDE?<br />

realização de exercícios, datas de<br />

realização de consultas, entre outras<br />

actividades. Para além disso,<br />

permite também a integração de<br />

diferentes dispositivos biométricos<br />

e sensores existentes no mercado,<br />

de acordo com as necessidades de<br />

monitorização dos pacientes, o<br />

que possibilita que as medições<br />

efectuadas nestes aparelhos possam<br />

automaticamente aparecer<br />

na plataforma, sem necessidade<br />

de inserção manual – embora a<br />

opção manual também esteja sempre<br />

disponível. «Assim é possível<br />

automatizar a monitorização do<br />

utente, garantindo a recepção de<br />

alertas e o registo de histórico dos<br />

dados na ficha clínica, permitindo<br />

antecipar alterações no estado de<br />

saúde e actuar preventivamente»,<br />

destaca fonte oficial da empresa.<br />

O SmartAL disponibiliza ainda<br />

um sistema de comunicação à<br />

distância que inclui inquéritos e<br />

conteúdos educativos para o utente,<br />

acompanhamento profissional<br />

contínuo, à distância e em tempo<br />

real, através de vídeoconsulta,<br />

chat, lembretes e notificações, o<br />

que se torna especialmente útil no<br />

actual contexto de pandemia. Além<br />

disso, a rede funcional de apoio –<br />

família, cuidadores profissionais,<br />

acção social ou outras instituições<br />

e entidades – tem também acesso a<br />

todas as funcionalidades através da<br />

utilização de perfis com permissões<br />

distintas. «Desta forma, os utentes<br />

sentem-se mais acompanhados<br />

e protegidos, atenuando o sentimento<br />

de insegurança e medo,<br />

que se instalou com a pandemia.<br />

Também a questão do contacto<br />

fica assegurada, podendo fazê-lo<br />

através de vídeochamada para<br />

a sua rede funcional de apoio, o<br />

que ajuda a mitigar a sensação<br />

de solidão e ansiedade», sublinha<br />

a empresa.<br />

A oferta da Altice Empresas<br />

permite também reduzir a ansiedade<br />

dos utentes enquanto esperam<br />

presencialmente para serem<br />

atendidos num consultório, com<br />

uma solução de gestão integrada<br />

de atendimento – Filas de Espera.<br />

Os clientes podem, assim, à chegada,<br />

inserir os seus dados num<br />

quiosque digital táctil, assistir<br />

aos conteúdos de uma corporate<br />

TV, fazer conteúdos através do seu<br />

tablet ou smartphone, consultar<br />

o estado das senhas em tempo<br />

real ou até mesmo retirar uma<br />

senha virtual em qualquer lugar.<br />

Soluções que simplificam a vida<br />

dos utentes e dos profissionais<br />

de saúde.<br />

88 DEZEMBRO 2021


GESTÃO<br />

POR :<br />

António Sarmento<br />

«A pandemia revelou-se<br />

um motor poderoso do<br />

progresso científico»<br />

A LEO PHARMA, COM MAIS DE 100 ANOS DE HISTÓRIA, TEM A SUA S<strong>ED</strong>E NA DINAMARCA<br />

E CONTA COM PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM MAIS DE 130 PAÍSES<br />

Oobjectivo da crescimento<br />

LEO Pharma<br />

é fazer parte<br />

do top cinco<br />

de empresas<br />

líderes mundiais<br />

em Dermatologia.<br />

Em Portugal,<br />

alcançou uma<br />

facturação de<br />

20 milhões em 2020, o que significa<br />

um crescimento de mais 10% face ao<br />

ano anterior. Em entrevista à Executive<br />

Digest, Nuno Brás, director-geral<br />

da LEO Pharma Portugal e Espanha,<br />

explica a estratégia da empresa para os<br />

próximos anos.<br />

Qual a sua principal missão como novo<br />

director-geral?<br />

Assumi o cargo de director-geral da<br />

LEO Pharma Ibéria, no início de 2020,<br />

consciente da importância e potencial<br />

deste mercado para o Grupo e para a<br />

região Europa+, que engloba a Europa,<br />

Canadá, Austrália e Nova Zelândia, e<br />

com o propósito de consolidar a história<br />

de sucesso de Portugal e Espanha e dar<br />

início à Estratégia 2030. Baseada em<br />

e inovação, a Estratégia<br />

2030 passa por ajudar a transformar a<br />

LEO Pharma numa empresa farmacêutica<br />

líder em medicamentos inovadores<br />

que ajudem as pessoas com doenças de<br />

pele. Pretendo contribuir com a minha<br />

experiência e conhecimento, desenvolver<br />

este plano estratégico, manter<br />

a colaboração e cooperação ibéricas e<br />

potenciar a I&D, o que se reflecte numa<br />

maior proximidade com o doente, com<br />

os médicos e as sociedades científicas.<br />

A RAPIDEZ COM QUE<br />

SE DESENVOLVEU E<br />

PRODUZIU SOLUÇÕES<br />

PARA O COMBATE<br />

À PANDEMIA, A PAR<br />

DE SOLUÇÕES PARA<br />

OUTRAS PATOLOGIAS,<br />

SÓ FOI POSSÍVEL DADA<br />

A FORTE COOPERAÇÃO<br />

ENTRE A COMUNIDADE<br />

CIENTÍFICA<br />

E em relação ao plano estratégico da<br />

empresa para os próximos anos?<br />

A nossa Estratégia 2030 é uma estratégia<br />

de crescimento, baseado num sólido pipeline<br />

e simultaneamente em crescimento<br />

inorgânico, através da aquisição de outros<br />

activos que complementem as nossas<br />

soluções. Vai permitir-nos disponibilizar<br />

tratamentos cada vez melhores e mais<br />

relevantes para os doentes, cobrindo todo<br />

o espectro de gravidade em Dermatologia<br />

e doenças raras da pele e consolidar o<br />

nosso negócio na área da Trombose. O<br />

objectivo da LEO Pharma é fazer parte<br />

do top 5 de empresas líderes mundiais em<br />

Dermatologia. Para isso, será necessário<br />

um crescimento superior ao do mercado<br />

nos próximos oito anos, sempre na casa<br />

dos dois dígitos, e continuar a investir em<br />

inovação para lançar um novo produto<br />

de referência a cada dois ou três anos e<br />

aumentar a nossa presença em mercados-<br />

-chave. Para a Estratégia 2030 serão<br />

essenciais o investimento em inovação<br />

e a colaboração com terceiros.<br />

O dinamismo do sector é o principal desafio<br />

para a concretização desse plano?<br />

O maior desafio serão sempre os doentes<br />

e as suas necessidades diárias às quais<br />

90 DEZEMBRO 2021


precisamos de dar resposta urgente com<br />

soluções inovadoras que melhorem a qualidade<br />

de vida. Por outro lado, a constante<br />

dinâmica do próprio sector farmacêutico<br />

e a recuperação pós-pandemia, já que o<br />

impacto económico e social terá reflexos<br />

no negócio. Contudo, temos o plano traçado<br />

e mantemos o forte compromisso<br />

com a I&D de novos medicamentos e<br />

terapêuticas e com a garantia de que<br />

estes chegam a quem deles mais precisa.<br />

A competitividade é o grande obstáculo?<br />

A LEO Pharma, com mais de 100 anos de<br />

história e tendo a sua sede na Dinamarca,<br />

é uma empresa bem consolidada a nível<br />

europeu. Actualmente, está presente<br />

em mais de 60 países e conta com produtos<br />

comercializados em mais de 130<br />

países. Neste momento, e como parte<br />

da Estratégia 2030, pretende alargar a<br />

sua presença noutros mercados-chave,<br />

como é o caso dos EUA, o maior mercado<br />

farmacêutico do mundo. Estamos<br />

conscientes da competitividade deste<br />

mercado, mas também confiantes de que,<br />

para já, com o medicamento biológico<br />

inovador para o tratamento de adultos<br />

com dermatite atópica de moderada a<br />

grave iremos conseguir fazer crescer a<br />

presença da LEO Pharma neste e noutros<br />

mercados de relevo.<br />

Como analisa a actividade da empresa<br />

em Portugal?<br />

A LEO Pharma iniciou a sua actividade<br />

em Portugal há quase 25 anos e com a<br />

missão de nos colocarmos na pele das<br />

pessoas que vivem com doenças de pele.<br />

Ao longo deste percurso em Portugal,<br />

experienciámos uma profunda transformação<br />

do sector farmacêutico e da<br />

investigação em Dermatologia médica,<br />

da qual a LEO Pharma tem feito activamente<br />

parte. Desde a nossa entrada<br />

>> Nuno Brás, director-geral da LEO Pharma Portugal e Espanha<br />

em Portugal que procurámos potenciar<br />

o trabalho em equipa, reconhecer o talento<br />

e promover a criação de soluções<br />

inovadoras. Em Portugal, a LEO Pharma<br />

tem tido um percurso muito interessante<br />

no que diz respeito ao apoio e criação<br />

de sinergias com sociedades científicas,<br />

associações de doentes e instituições do<br />

sector da Saúde e outros. Tudo isto nos<br />

tem permitido manter um crescimento<br />

sólido e alcançar uma facturação de 20<br />

milhões em 2020, o que significa um<br />

crescimento de mais 10% face ao ano<br />

anterior. Estes resultados motivam-nos<br />

a olhar para o futuro com consciência,<br />

determinação e confiança de que o que<br />

fazemos permite melhorar a qualidade<br />

de vida dos doentes em Portugal.<br />

A pandemia atribuiu uma importância<br />

acrescida à investigação?<br />

A pandemia veio acelerar o progresso<br />

científico e comprovar a importância<br />

da cooperação a este nível, assim como<br />

a necessidade de um investimento crescente<br />

nesta área. É fundamental integrar<br />

a I&D, investindo em soluções para<br />

sistemas de saúde resilientes, eficientes<br />

e inclusivos. Na LEO Pharma, as nossas<br />

unidades de negócio focaram-se,<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 91


GESTÃO<br />

«A PANDEMIA REVELOU-SE UM MOTOR PODEROSO<br />

DO PROGRESSO CIENTÍFICO»<br />

desde o primeiro instante, em colocar<br />

o nosso compromisso, o conhecimento<br />

e a informação ao serviço da sociedade,<br />

mantendo intacta a nossa aposta na I&D<br />

e na procura de soluções para melhorar<br />

a qualidade de vida das pessoas com<br />

doenças de pele, ao mesmo tempo que<br />

continuámos a apoiar sociedades científicas<br />

e grupos de investigação. Neste<br />

âmbito, a LEO Pharma contribuiu com<br />

o desenvolvimento de dois estudos sobre<br />

Trombose e COVID-19. Em 2020, a LEO<br />

Pharma Portugal investiu meio milhão<br />

de euros em I&D e a LEO Pharma<br />

Ibéria cerca de 2,5 milhões de euros.<br />

Em termos globais, 21% da facturação<br />

actual da LEO Pharma é dedicada a I&D<br />

de novas terapêuticas que melhoram<br />

a qualidade de vida dos doentes com<br />

problemas dermatológicos.<br />

No meio desta crise é possível encontrar<br />

algumas oportunidades? Quais?<br />

A pandemia revelou-se um motor muito<br />

poderoso do progresso científico. A rapi<strong>dez</strong><br />

com que se desenvolveu, produziu e<br />

colocaram no mercado soluções para o<br />

combate à pandemia, a par de soluções<br />

para outras patologias cuja investigação<br />

não parou, só foi possível dada a<br />

forte cooperação entre a comunidade<br />

científica, a indústria farmacêutica e os<br />

diferentes actores, o que se revela a chave<br />

do sucesso para o futuro. A necessidade<br />

urgente do recurso à tecnologia em<br />

Saúde e à recolha e utilização segura de<br />

dados abrem igualmente muitas novas<br />

oportunidades por explorar.<br />

A LEO Pharma fechou o ano passado<br />

com vendas líquidas de cerca de 1358<br />

milhões de euros. Quais as perspectivas<br />

para 2021 e 2022?<br />

A LEO Pharma encontra-se num momento<br />

crucial do seu percurso estratégico.<br />

Baseados na nossa Estratégia 2030,<br />

pretendemos manter a aposta da LEO<br />

Pharma em I&D+i como um pilar estratégico<br />

e dar continuidade à tendência<br />

ascendente de crescimento da empresa.<br />

O objectivo é reforçar ainda mais o nosso<br />

posicionamento em Dermatologia médica,<br />

tornando-nos líderes mundiais nesta<br />

área e cobrir todo o espectro de gravidade<br />

de doenças como a psoríase e a dermatite<br />

atópica, além de consolidar o negócio da<br />

trombose. Tudo isto com o lançamento<br />

periódico de produtos de referência a<br />

cada dois ou três anos e com o desafio<br />

de ajudar 125 milhões de doentes em<br />

todo o mundo. O próximo lançamento<br />

da LEO Pharma será o do tratamento<br />

biológico inovador para doentes adultos<br />

com dermatite atópica moderada a<br />

grave, uma nova opção terapêutica para<br />

esta que é a doença inflamatória da pele<br />

mais comum e que se estima que afecte<br />

cerca de 4,4% da população europeia e<br />

milhões de pessoas em todo o mundo.<br />

Para Portugal, continuaremos a trabalhar<br />

no sentido de captar mais investigação<br />

clínica, através de ensaios clínicos, e reforçar<br />

o posicionamento do país como um<br />

decisor de relevo no seio da companhia.<br />

O objectivo da LEO Pharma para 2021 é<br />

aumentar a facturação em 15%, ou seja,<br />

cerca de 23 milhões de euros.<br />

Quais os produtos que mais cresceram<br />

e diminuíram? E porquê?<br />

O ano de 2020 foi um ano muito desafiante<br />

e com muitas alterações no<br />

mercado, pelo que os resultados finais<br />

foram muito condicionados principalmente<br />

por três factores: o impacto dos<br />

bloqueios causados pela pandemia, o<br />

mercado de genéricos na Europa e o<br />

aumento da pressão sobre os preços nos<br />

EUA. Apesar do impacto da COVID-19,<br />

conseguimos recuperar as nossas vendas<br />

líquidas e crescer com determinados<br />

produtos estratégicos, onde ganhámos<br />

quota de mercado. Todas as áreas te-<br />

92 DEZEMBRO 2021


ESTRATÉGIA<br />

A ESTRATÉGIA 2030 DA LEO PHARMA É UMA<br />

ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO, BASEADO<br />

NUM SÓLIDO PIPELINE E SIMULTANEAMENTE<br />

EM CRESCIMENTO INORGÂNICO<br />

A PANDEMIA ABALOU<br />

PROFUNDAMENTE A<br />

EUROPA E O MUNDO,<br />

PONDO À PROVA OS<br />

SISTEMAS DE SAÚDE E<br />

ECONÓMICO, A FORMA<br />

COMO A SOCI<strong>ED</strong>ADE SE<br />

ORGANIZA, BEM COMO<br />

O MODO DE VIDA E DE<br />

TRABALHO CONJUNTO<br />

rapêuticas permaneceram estáveis e,<br />

no caso de tratamentos para eczema e<br />

infecções cutâneas, cresceram 1% face<br />

ao ano anterior.<br />

De acordo com informações divulgadas<br />

pela farmacêutica em 2020 mais de 90<br />

milhões de pessoas em todo o mundo<br />

beneficiaram dos vossos tratamentos. A<br />

que atribui a obtenção destes resultados?<br />

Estimamos que, em 2020, mais de 92<br />

milhões de pessoas em todo o mundo<br />

beneficiaram dos tratamentos da LEO<br />

Pharma e o nosso objectivo é alcançar os<br />

125 milhões de doentes dentro de cinco<br />

anos. A LEO Pharma é a única empresa<br />

que cobre todo o espectro de gravidade<br />

de doenças de pele. Desde doenças de<br />

elevada prevalência a doenças raras, de<br />

moderadas a graves, de medicamentos<br />

a aplicações, passando por outros tipos<br />

de inovação e soluções. É este nosso selo<br />

diferencial que faz com que façamos a<br />

verdadeira diferença na vida das pessoas<br />

com doenças de pele. Actualmente, somos<br />

uma referência para os dermatologistas<br />

e, por essa razão, temos conseguido<br />

chegar a tantos doentes.<br />

Como será o futuro da sua indústria?<br />

Caminhamos para um mundo de cidadãos<br />

mais informados, com acesso a<br />

novas tecnologias e que exigirão, cada vez<br />

mais, mais e melhor acesso a cuidados de<br />

saúde. Considero que a Indústria Farmacêutica<br />

está consciente destes desafios e<br />

da necessidade de investir em inovação<br />

que verdadeiramente aporte valor para<br />

o doente, que continuará a assegurar o<br />

fornecimento de medicamentos e produtos<br />

de saúde, protegendo os cidadãos, e<br />

fortemente motivada em contribuir para<br />

a competitividade do País. Além disso,<br />

as empresas da Indústria Farmacêutica<br />

estão cada vez mais comprometidas<br />

económica, social e ambientalmente e<br />

as relações de parceria e colaboração<br />

serão essenciais para a criação de valor.<br />

No que diz respeito à LEO Pharma,<br />

continuaremos a trabalhar com o maior<br />

foco nos doentes, a privilegiar a I&D e<br />

soluções cada vez mais inovadoras para<br />

dar resposta a necessidades ainda não<br />

atendidas e cada vez mais comprometida<br />

económica, social e ambientalmente.<br />

Considera que a saúde terá um papel<br />

crucial na edificação de uma nova Europa?<br />

A Saúde, o bem-estar e a qualidade de<br />

vida têm uma relação directa com o bom<br />

funcionamento de todos os sectores da<br />

sociedade. A pandemia abalou profundamente<br />

a Europa e o mundo, pondo à<br />

prova os sistemas de saúde e económico,<br />

a forma como a nossa sociedade se organiza,<br />

bem como o nosso modo de vida e<br />

de trabalho conjunto. A pandemia veio<br />

reforçar a importância de um ecossistema<br />

de I&D que funcione bem e como<br />

a Indústria Farmacêutica é essencial e<br />

um sector estratégico para promover esta<br />

recuperação, impulsionando o progresso<br />

médico e científico através da inovação e<br />

da I&D de novos medicamentos e terapêuticas<br />

para garantir que estes chegam<br />

a quem deles mais precisa.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 93


ESPECIAL<br />

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL<br />

MILLENNIUM BCP<br />

«VAMOS DAR<br />

UM NOVO<br />

SALTO PARA<br />

OUTRO<br />

PATAMAR»<br />

OS NÚMEROS COMPROVAM A<br />

TENDÊNCIA DOS CONSUMIDORES<br />

PROCURAREM CADA VEZ<br />

MAIS AS SOLUÇÕES DIGITAIS<br />

DO MILLENNIUM BCP<br />

Ofoco no cliente e nas suas<br />

necessidades é um factor determinante<br />

para o sucesso de<br />

uma transformação digital,<br />

pois são as mudanças comportamentais<br />

do cliente que<br />

determinam a urgência e a<br />

profundidade da simplificação<br />

dos produtos, serviços e<br />

processos de qualquer empresa.<br />

Em entrevista à Executive Digest, Rosa Santa<br />

Bárbara, responsável da direcção de Banca Directa<br />

do Millennium bcp, explica os principais desafios<br />

da instituição no processo de transformação digital.<br />

Em que consiste o plano de transformação digital do<br />

Millennium bcp?<br />

O plano de transformação digital do Millennium bcp<br />

desenvolveu-se nos últimos anos em torno de três<br />

vectores fundamentais. Em primeiro lugar, procurámos<br />

definir um novo standard de experiência digital<br />

centrado no mobile, não apenas<br />

na usabilidade e imagem, mas<br />

também digitalizando processos<br />

e operativas com uma obcessão<br />

pela qualidade e garantindo bases<br />

para uma cada vez maior personalização.<br />

Em segundo lugar,<br />

apostámos na transformação das<br />

formas de trabalho e do modelo<br />

operativo da organização, com<br />

mobilização do talento para as<br />

competências digitais e com uma<br />

maior flexibilização do trabalho,<br />

promovendo modelos que se focam<br />

na agilidade e na utilização de<br />

ferramentas colaborativas, sem<br />

esquecer o investimento necessário<br />

em cibersegurança e em<br />

tecnologia de gestão de identidade,<br />

fundamental quando o perímetro<br />

da organização se reconfigura<br />

dentro do actual contexto. Em<br />

terceiro lugar, capitalizámos a<br />

transformação da área de operações<br />

para escalar a nossa capacidade<br />

operativa, com automatização de<br />

processos, diminuição de utilização<br />

do papel e transformação do<br />

modelo de serviço, nomeamente<br />

no apoio às sucursais alavancando<br />

na inovação tecnológica.<br />

Mas esse não é o patamar onde<br />

queremos ficar. Foi um primeiro<br />

salto. Agora vamos dar um novo<br />

salto para outro patamar onde o<br />

foco é inovação e diferenciação<br />

face ao sector, com criação de<br />

produtos e serviços de grande<br />

valor acrescentado para o cliente,<br />

apostando cada vez mais na inteligência<br />

artificial para novos níveis<br />

de eficiência e personalização.<br />

94 DEZEMBRO 2021


APP<br />

COM A NOVA APP, MAIS DO QUE RENOVAR A<br />

IMAGEM, O BANCO PROCUROU R<strong>ED</strong>ESENHAR A<br />

JORNADA DIGITAL DOS CLIENTES, TRANSFORMANDO<br />

A SUA EXPERIÊNCIA DE INTERACÇÃO COM O BANCO<br />

Quais os principais factores que<br />

determinam o sucesso de uma<br />

transformação digital?<br />

O foco no cliente e nas suas necessidades<br />

é um factor determinante<br />

para o sucesso de uma transformação<br />

digital, pois são as mudanças<br />

comportamentais do cliente que<br />

determinam a urgência e a profundidade<br />

da simplificação dos<br />

produtos, serviços e processos de<br />

qualquer empresa. Isso é fundamental<br />

para se manterem relevantes<br />

num mercado tão desafiante e<br />

cada vez mais concorrencial. Os<br />

recursos tecnológicos facilitam<br />

a evolução para processos mais<br />

digitais e possibilitam novos casos<br />

de uso, mas mais que ferramentas<br />

são as competências das equipas e<br />

os modelos mais colaborativos que<br />

>> A App<br />

Millennium<br />

proporciona aos<br />

clientes uma<br />

experiência<br />

de utilização<br />

inovadora, para<br />

uma gestão do<br />

dia-a-dia mais<br />

simplificada. Sem<br />

terem de ir a uma<br />

sucursal para<br />

abrir conta<br />

num processo<br />

100% digital<br />

fazem a diferença, com o propósito<br />

de assegurar uma maior agilidade<br />

na resposta e no desenvolvimento<br />

de soluções que vão ao encontro<br />

da expectativa do cliente.<br />

A criação de equipas com competências<br />

novas na banca, como<br />

psicólogos, sociólogos, designers,<br />

especialistas em negócio digital e<br />

pessoas com um conhecimento profundo<br />

da banca é fundamental?<br />

Para o processo de transformação<br />

digital acontecer de forma célere<br />

e na direcção correcta, foi muito<br />

importante a adopção de um modelo<br />

Agile para a gestão de projectos,<br />

com a criação de labs, mini startups<br />

internas, especializadas por áreas<br />

de produto ou serviços, compostas<br />

por pessoas com competências diversificadas.<br />

É fundamental reunir<br />

nestas equipas não só as pessoas<br />

com um profundo conhecimento<br />

do negócio bancário, como também<br />

psicólogos e sociólogos com competências<br />

de research para analisar<br />

o comportamento do cliente e estruturar<br />

iteracções com os clientes<br />

que participam cada vez mais na<br />

definição dos aspectos críticos a<br />

desenvolver nas jornadas digitais,<br />

e ainda designers e programadores<br />

com fortes capacidades de UX<br />

(user experience) que rapidamente<br />

criam protótipos e soluções que<br />

estão em permanente evolução.<br />

Foi também muito importante<br />

para o Millennium bcp criar uma<br />

equipa de Marketing Digital com<br />

criatividade e know-how para criar<br />

campanhas apelativas em meios<br />

digitais, assegurando cada vez mais<br />

a personalização na comunicação<br />

com os clientes nos diversos canais.<br />

A capacidade de pensamento crítico<br />

e capacidade de transformação de<br />

processos é essencial num processo<br />

de transformação digital?<br />

É fundamental uma atitude de<br />

continuamente desafiar o que<br />

fazemos e como fazemos, com<br />

o pensamento crítico e criativo<br />

para que nos leve a alterar processos<br />

antes sedimentados. Mas<br />

as alterações devem ser devidamente<br />

fundamentadas em dados<br />

e informação que os clientes nos<br />

fornecem, seja através das suas<br />

transacções bancárias ou através<br />

dos testes que fazemos em cada<br />

desenvolvimento. A medição e<br />

a avaliação com base nos dados<br />

dos diversos pontos de fricção das<br />

jornadas digitais permitem-nos<br />

melhorar continuamente os processos<br />

desenvolvidos e promover a<br />

descoberta de novas oportunidades.<br />

A nova app foi lançada no segundo<br />

trimestre de 2019 com uma imagem<br />

totalmente renovada e que veio<br />

revolucionar a experiência de<br />

utilização. Qual o feedback por<br />

parte dos clientes?<br />

Com a nova app, mais do que<br />

renovar a imagem, procurámos<br />

redesenhar a jornada digital dos<br />

clientes, transformando a sua<br />

experiência de interacção com o<br />

banco. E desde o seu lançamento,<br />

em cada nova versão, não nos limitamos<br />

apenas a adaptar a este<br />

canal digital os produtos e serviços<br />

financeiros já existentes. Criamos<br />

soluções pensadas para os clientes<br />

e também com os clientes, através<br />

de inúmeros testes e feedback que<br />

recolhemos. E o que muito nos<br />

orgulha, é sentir que existe um<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 95


ESPECIAL<br />

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL<br />

MILLENNIUM BCP<br />

elevado grau de recomendação<br />

espontânea por parte dos nossos<br />

clientes, assim como uma cada<br />

vez maior expectativa e vontade<br />

de sugerir melhorias e novas funcionalidades,<br />

que atentamente<br />

analisamos. Nas stores, os nossos<br />

clientes colocam-nos em patamares<br />

de excelência (4,8 App Store e Google<br />

Play) e continuamos a liderar os<br />

principais indicadores de mercado<br />

de satisfação e recomendação. Isto<br />

responsabiliza-nos e motiva-nos a<br />

fazer cada vez mais e melhor.<br />

Que ferramentas/aplicações têm<br />

ao dispor dos clientes mais tecnológicos?<br />

O que gostariam de destacar<br />

(e desenvolver)?<br />

A App Millennium proporciona<br />

aos nossos clientes uma experiência<br />

de utilização inovadora, para uma<br />

gestão do dia-a-dia cada vez mais<br />

simplificada. Além de poderem abrir<br />

conta sem ter de ir a uma sucursal,<br />

damos a possibilidade aos clientes<br />

de actualizarem os seus dados no<br />

Banco num processo 100% digital. É<br />

também possível fazer as principais<br />

consultas e transacções do dia-a-<br />

-dia, com informação categorizada<br />

e detalhada, tendo ainda acesso ao<br />

MBWAY com adesão automática<br />

de todos os seus cartões e com<br />

todas as funcionalidades como<br />

“pedir dinheiro” e “dividir conta”<br />

com outras pessoas, através de uma<br />

experiência simples e conveniente. Os<br />

clientes podem ainda gerir débitos<br />

directos e gerir os seus cartões, com<br />

os utilizadores de iOS a poderem<br />

utilizar o serviço de pagamentos<br />

Apple Pay, GooglePay, Fitbit, Garmin,<br />

Swatchpay também são hoje<br />

opções inovadoras integradas com<br />

a app como meios de pagamento.<br />

No processo de autenticação de<br />

pagamentos de compras online,<br />

garantimos que a App Millennium<br />

oferece a melhor experiência e<br />

segurança através da verificação<br />

3D Secure. Além disso, temos cada<br />

vez mais produtos disponíveis para<br />

subscrição na app. Além do crédito<br />

pessoal e crédito auto usados online,<br />

os nossos clientes podem pedir um<br />

cartão de crédito ou aumentar o<br />

seu limite com decisão automática.<br />

Podem também iniciar o seu pedido<br />

de crédito de habitação no digital,<br />

podendo ainda simular quanto<br />

necessitam pedir para fazer face<br />

a custos e encargos dos processos<br />

de compra de casa. Reforçámos<br />

também a oferta de seguros: temos<br />

um Seguro de Viagem On/Off,<br />

exclusivo do canal app, passível de<br />

activação e desactivação em função<br />

da necessidade de utilização do<br />

cliente, mas também disponibilizámos<br />

a subscrição dos Seguros<br />

de Saúde Médis e Médis Dental<br />

e ainda o Seguro de Vida YOLO!<br />

com jornadas simples e intuitivas.<br />

!<br />

É<br />

FUNDAMENTAL<br />

UMA ATITUDE<br />

DE DESAFIAR O<br />

QUE FAZEMOS<br />

E COMO<br />

FAZEMOS, COM<br />

O PENSAMENTO<br />

CRÍTICO E<br />

CRIATIVO PARA<br />

QUE NOS LEVE<br />

A ALTERAR<br />

PROCESSOS<br />

ANTES<br />

S<strong>ED</strong>IMENTADOS<br />

Aproveitando a oportunidade<br />

do open banking, fomos um dos<br />

primeiros bancos a possibilitar<br />

aos clientes a agregação de contas<br />

que detenham noutros bancos<br />

e a realização de transferências<br />

a partir dessas mesmas contas<br />

sem sair da App Millennium. Nos<br />

investimentos, temos na App Millennium<br />

uma área dedicada, com a<br />

possibilidade de subscrever Fundos<br />

de Investimentos e Certificados<br />

de Bolsa do Millennium bcp. Para<br />

uma maior integração dos diversos<br />

canais de interacção entre o<br />

cliente e o banco, desenvolvemos<br />

uma área que centraliza todas as<br />

comunicações e documentos, com<br />

uma área dedicada a todas as notificações<br />

da app e oferecendo ainda<br />

a possibilidade ao cliente de aceitar<br />

operações iniciadas na sucursal,<br />

através de operações pendentes.<br />

Para os clientes que necessitem<br />

de ir à sucursal e queiram fazer<br />

uma melhor gestão do seu tempo,<br />

disponibilizámos um serviço de<br />

senhas virtuais.<br />

Quais os principais desafios que a<br />

economia digital coloca à banca?<br />

A banca tem desafios conjunturais<br />

como o contexto de taxas de juro<br />

baixas, aliado a um contexto de<br />

forte desintermediação financeira<br />

promovido por grandes challengers<br />

tecnológicos e fintechs, que podem<br />

alavancar as suas plataformas para<br />

prestar serviços financeiros com<br />

o mesmo nível de confiança que<br />

até há bem pouco tempo era um<br />

exclusivo da banca.<br />

Adicionalmente temos o desafio<br />

da eficiência e produtividade, onde<br />

o digital e o físico têm de encon-<br />

96 DEZEMBRO 2021


DIFERENCIAÇÃO<br />

O MILLENNIUM BCP PRETENDE DAR UM NOVO SALTO PARA<br />

OUTRO PATAMAR ONDE O FOCO É INOVAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO<br />

FACE AO SECTOR, COM CRIAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS<br />

DE GRANDE VALOR ACRESCENTADO PARA O CLIENTE<br />

trar um novo modelo de actuação<br />

articulado e focado na exploração<br />

das vantagens operativas, mas não<br />

sem alguns custos de contexto e<br />

adaptação, nomeadamente ao nível<br />

da gestão de pessoas e do talento.<br />

Um outro desafio mais prático<br />

é a necessidade de criação de<br />

soluções que ajudem à inclusão e<br />

não à segregação. Temos de oferecer<br />

serviços mais simples, para<br />

não incorrer no risco de juntar a<br />

iliteracia tecnológica à iliteracia<br />

financeira. Isso só é possível desenhando<br />

cada vez mais produtos<br />

e serviços digitais de fora para<br />

dentro, ou seja, ouvindo cada vez<br />

mais os clientes para partir das<br />

suas expectativas, entendimentos<br />

e dúvidas, trazendo-os para<br />

a construção das soluções numa<br />

óptica de co-criação.<br />

Contudo, de futuro não bastará<br />

aos bancos ter jornadas convenientes,<br />

simples e apelativas. O<br />

que será de facto relevante será a<br />

capacidade de personalizar ou até<br />

hiperpersonalizar as soluções que<br />

apresentamos aos nossos clientes,<br />

ou seja, entender o comportamento<br />

passado do cliente e o seu contexto<br />

actual, estender este modelo a todos<br />

os canais de interacção e assegurar<br />

que as soluções se adaptam não só<br />

aos clientes nativos digitais mas<br />

também aqueles que precisam de<br />

mais apoio ao utilizar os canais<br />

digitais, integrando ainda com a<br />

nossa rede de sucursais.<br />

A pandemia veio gerar uma necessidade<br />

de criar mais serviços digitais?<br />

Como foi na vossa instituição?<br />

A pandemia trouxe uma aceleração<br />

do desenvolvimento e adopção<br />

de soluções digitais, embora no<br />

caso do Millennium bcp, quando<br />

a COVID-19 surgiu, já tínhamos<br />

iniciado o processo de transformação<br />

digital há algum tempo.<br />

A pandemia permitiu ao digital<br />

ocupar um papel ainda mais central<br />

na relação com os clientes e<br />

tornarmo-nos mais relevantes e<br />

mais próximos. Em 2020, a adopção<br />

do digital e em particular da App<br />

Millennium continuou a crescer de<br />

forma acelerada (+32%), vimos uma<br />

migração significativa dos nossos<br />

clientes em termos transaccionais<br />

para o mobile por diminuição da<br />

utilização da rede multibanco e<br />

as vendas digitais representaram<br />

32% das vendas totais do banco.<br />

Estas tendências de crescimento<br />

continuaram em 2021. Os números<br />

comprovam a tendência dos<br />

consumidores procurarem cada<br />

vez mais as soluções digitais do<br />

Millennium bcp para gerirem as<br />

suas contas ou realizarem operações<br />

>> Rosa Santa<br />

Bárbara,<br />

responsável<br />

da direcção de<br />

Banca Directa do<br />

Millennium bcp<br />

financeiras e já ultrapassámos a<br />

barreira de um milhão de clientes<br />

na app.<br />

O apoio de fintechs e regtechs asseguram<br />

uma transição rápida que<br />

permite aos bancos responder em<br />

tempo útil aos desafios impostos<br />

pelo mercado. Este apoio é fundamental<br />

para o Millennium bcp?<br />

Consideramos que este é um momento<br />

de transformação no mercado<br />

e, como tal, um momento de<br />

grandes oportunidades. Sabemos<br />

que estes players podem assumir<br />

abordagens de mercado diferentes<br />

e o Banco pretende adoptar uma<br />

estratégia de competição, ou seja,<br />

temos de saber concorrer e, simultaneamente,<br />

cooperar nas frentes<br />

em que faça sentido, sem ceder no<br />

nosso posicionamento de Banco<br />

de relação com os nossos clientes<br />

e apostando na diferenciação de<br />

serviço e de produto. Procuramos,<br />

por isso, liderar a relação com fintechs<br />

que acelerem a optimização<br />

e a inovação de processos e que<br />

garantam agilidade e serviço aos<br />

nossos clientes. A exemplo desta<br />

estratégia, hoje na App Millennium<br />

já é possível associar contas que<br />

os nossos clientes possam ter na<br />

Revolut, na Transferwise e noutros<br />

bancos, inclusivamente, bancos<br />

franceses, permitindo consultas e<br />

transferências para essas contas sem<br />

sair da app. O nosso foco está no<br />

fortalecer a relação com os nossos<br />

clientes, tendo também por base a<br />

experiência digital diferenciadora<br />

que proporcionamos, podendo<br />

inclusivamente integrar parceiros<br />

que vão para além dos tradicionais<br />

produtos e serviços financeiros.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 97


GESTÃO<br />

POR :<br />

António Sarmento<br />

«INDÚSTRIA DOS<br />

INSECTOS TERÁ UM<br />

PAPEL NA RETOMA<br />

DA ECONOMIA<br />

PORTUGUESA»<br />

DESENVOLVER A INVESTIGAÇÃO<br />

E A PRODUÇÃO DE INSECTOS É<br />

O OBJECTIVO DO CONSÓRCIO<br />

FORMADO POR 38 ENTIDADES<br />

NACIONAIS, QUE PRETENDE<br />

INVESTIR MAIS DE 50 MILHÕES<br />

DE EUROS EM QUATRO ANOS<br />

A<br />

té 2030 estima-se<br />

uma<br />

esta<br />

produção de<br />

260 mil toneladas<br />

de produtos<br />

à base<br />

de insectos na<br />

Europa, entre<br />

os quais insectos<br />

inteiros, ingredientes<br />

de<br />

insectos e produtos incorporados com<br />

insectos comestíveis. Em entrevista à<br />

Executive Digest, Daniel Murta, porta-<br />

-voz da Agenda InsectERA e CEO da<br />

Ingredient Odissey, explica como é que<br />

indústria pode ter um papel importante<br />

na retoma da economia nacional.<br />

O que é a Agenda InsectEra?<br />

A Agenda Mobilizadora InsectERA é<br />

um consórcio formado por 38 entidades<br />

(17 empresas, 13 centros de I&D,<br />

4 CoLabs, três associações sectoriais e<br />

uma entidade governamental) e que visa<br />

colocar Portugal na vanguarda do sector<br />

produtivo dos insectos a nível internacional,<br />

sendo um consórcio completo,<br />

representado toda a cadeia de valor.<br />

A Agenda InsectERA apresenta<br />

um conjunto de projectos e iniciativas<br />

empresariais que visam fomentar<br />

a economia circular e alavancar o<br />

desenvolvimento de novos produtos,<br />

serviços e soluções (com base em I&D<br />

e inovação), com elevado valor acrescentado<br />

e incorporação de conhecimento<br />

e tecnologia, permitindo responder ao<br />

desafio da transição verde em direcção<br />

à sustentabilidade ambiental. A Agenda<br />

abrange todo o ciclo de inovação, desde<br />

a I&D até ao fabrico e comercialização<br />

dos produtos no mercado, apoiada na<br />

produção tecnologicamente avançada.<br />

Quais são os principais objectivos?<br />

A Agenda Mobilizadora InsectERA<br />

tem como principal objectivo despo-<br />

98 DEZEMBRO 2021


letar o nascimento de um novo sector<br />

produtivo de valor acrescentado em<br />

Portugal, reunindo para tal os sectores<br />

a montante e jusante do processo<br />

produtivo de insectos, e criando uma<br />

verdadeira e completa cadeia de valor<br />

dentro da Agenda.<br />

A Agenda Mobilizadora InsectERA<br />

objectiva a criação de quatro novas<br />

biorrefinarias de insectos, dois centros<br />

de I&D (um em Biorremediação e um<br />

em One Health) e um centro logístico<br />

inteiramente dedicada à operação de<br />

produtos de insecto, favorecendo a exportação.<br />

É ainda objectivo da agenda<br />

gerar 43 novos produtos, processos e<br />

SÓ EM PORTUGAL<br />

SÃO DESPERDIÇADAS<br />

MAIS DE UM MILHÃO<br />

DE TONELADAS DE<br />

ALIMENTOS, SENDO<br />

QUE O DESTINO NEM<br />

SEMPRE É AQUELE<br />

QUE PERMITA A<br />

RECUPERAÇÃO DO<br />

VALOR NUTRICIONAL<br />

serviços inovadores e criar 140 postos<br />

de trabalho directos. Na Agenda Mobilizadora<br />

InsectERA serão geradas novas<br />

cadeias de valor circular.<br />

E em relação ao plano de financiamento<br />

e valores envolvidos?<br />

O investimento, a um horizonte de<br />

quatro anos, prevê alocar 25,6 milhões<br />

de euros a I&D e 29,5 milhões de euros<br />

em investimento produtivo, contemplando<br />

ainda montantes relevantes<br />

para recursos humanos, qualificação e<br />

internacionalização das organizações<br />

envolvidas, assim como para promoção<br />

dos resultados. O plano de investimento<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 99


GESTÃO<br />

«INDÚSTRIA DOS INSECTOS TERÁ UM PAPEL<br />

NA RETOMA DA ECONOMIA PORTUGUESA»<br />

preconiza um financiamento próprio<br />

das organizações do consórcio de 19,3<br />

milhões de euros.<br />

Considera que os insectos são uma solução<br />

que vem reforçar a sustentabilidade<br />

ambiental no sector agroalimentar?<br />

Os insectos devem ser encarados como<br />

uma ferramenta, melhor um conjunto<br />

de ferramentas, pois são a chave para<br />

encerrar ciclos de valor que actualmente<br />

não são 100% eficientes na<br />

utilização de recursos naturais. Deve<br />

ser recordado que cerca de 25% dos<br />

produtos alimentares gerados a nível<br />

mundial são desperdiçados, sendo que<br />

tal apenas acontece ao longo de toda a<br />

cadeia de valor, do campo ao prato. Só<br />

em Portugal são desperdiçadas mais de<br />

um milhão de toneladas de alimentos,<br />

sendo que o seu destino nem sempre é<br />

aquele que permita a recuperação do<br />

valor nutricional, e económico, presente<br />

nesses produtos.<br />

Os insectos, devendo ser considerado<br />

que há várias espécies com interesse<br />

para fim industrial, são uma ferramenta<br />

que pode contribuir de forma inegável<br />

para aumentar a eficiência das cadeias<br />

de valor agroalimentar, aumentando<br />

o respeito pelos recursos naturais e<br />

contribuindo para gerar valor local e<br />

reduzir a necessidade de importação de<br />

produtos de outros continentes.<br />

Havendo várias espécies diferentes<br />

com capacidade para serem usadas para<br />

fins industriais, um dos objectivos do<br />

InsectERA é seleccionar aquelas que<br />

mais se adequam a diferentes objectivos,<br />

sendo preconizado que as espécies<br />

usadas para fins nutricionais não sejam<br />

exactamente as mesmas que são usadas<br />

para outros fins. Basicamente acabamos<br />

de abrir uma nova caixa de ferramentas<br />

pronta a explorar.<br />

A PROMOÇÃO<br />

DA CRIAÇÃO DE<br />

CONSÓRCIOS COM<br />

IDEIAS ESTRUTURADAS<br />

E ORGANIZADAS É<br />

ESTRATÉGICO PARA A<br />

ECONOMIA NACIONAL,<br />

POIS JUNTA CENTROS<br />

DE INVESTIGAÇÃO<br />

E EMPRESAS<br />

O que significa a submissão do projecto<br />

no quadro do PRR (Plano de Recuperação<br />

e Resiliência)?<br />

A Agenda Mobilizadora InsectERA é<br />

um marco no desenvolvimento do sector<br />

produtivo dos insectos em Portugal. Este<br />

sector já obteve mais de mil milhões<br />

de euros de investimento na Europa,<br />

sendo que em Portugal ainda só foram<br />

investidos pouco mais de <strong>dez</strong> milhões de<br />

euros. Ou seja, embora Portugal esteja a<br />

dar os seus primeiros passos, os outros<br />

países europeus estão a começar a crescer<br />

de forma mais acelerada, e assim,<br />

uma Agenda que permita promover o<br />

desenvolvimento, mas essencialmente<br />

assentar esse desenvolvimento em<br />

ciência e tecnologia, é um instrumento<br />

que permitirá não somente acelerar o<br />

crescimento de um sector que pode ser<br />

estratégico, como colocá-lo na crista da<br />

onda do desenvolvimento tecnológico a<br />

nível internacional.<br />

Porém, além de apoiar com ferramentas<br />

de financiamento, a Agenda tem<br />

essencialmente um efeito agregador, e<br />

no que diz respeito a esse efeito agregador<br />

a Agenda Mobilizadora InsectERA<br />

já ganhou.<br />

A promoção da criação de consórcios<br />

com ideias bem estruturadas e bem<br />

organizadas (o InsectERA vem a ser<br />

planeado há mais de dois anos) é estratégico<br />

para a economia nacional, pois<br />

permite juntar em torno de objectivos<br />

comuns centros de investigação e empresas<br />

que muitas vezes estão de costas<br />

voltadas ou com planos paralelos. Deve<br />

ser considerado que, assumindo que<br />

o nosso país é pequeno, mas que está<br />

cheio de valências, e que só agregando<br />

estas valências e potencialidades é que<br />

será possível competir no palco internacional<br />

e gerar tecnologias de ponta e<br />

extremamente competitivas.<br />

O trabalho, definido com base nas necessidades<br />

identificadas no mercado, está<br />

estruturado em quatro eixos principais<br />

de actuação. Quais são?<br />

O consórcio visa, através desta Agenda<br />

Mobilizadora, dar resposta às novas<br />

necessidades do sector, nomeadamente<br />

as decorrentes do aumento da população<br />

mundial, das alterações climáticas e do<br />

desperdício alimentar, objectivando um<br />

sector mais sustentável e baseado numa<br />

economia circular.<br />

Desta forma, a Agenda Mobilizadora<br />

InsectERA assenta em quatro eixos<br />

principais baseados em necessidades<br />

do mercado:<br />

InFood: utilização de insectos como<br />

fonte nutricional alternativa saudável<br />

e sustentável em produtos alimentares<br />

inovadores (eixo liderado pela empresa<br />

Thunder Foods);<br />

InFeed: utilização de insectos como<br />

fonte nutricional numa alimentação animal<br />

mais sustentável e de origem local<br />

(eixo liderado pelo CoLab FeedInov);<br />

100 DEZEMBRO 2021


Daniel Murta, porta-voz da Agenda<br />

InsectERA e CEO da Ingredient Odissey<br />

InIndustry: utilização de produtos<br />

derivados de insectos como novas matérias-primas<br />

para a indústria, como<br />

a da cosmética ou do bioplástico (eixo<br />

liderado pelo Instituto Superior Técnico);<br />

InBiorremediation: utilização de insectos<br />

como ferramenta de biorremediação<br />

e solução para desafios ambientais, como<br />

a eliminação de efluentes pecuários e resíduos<br />

orgânicos urbanos (eixo liderado<br />

pelo Instituto Nacional de Investigação<br />

Agrária e Veterinária).<br />

Importa ainda mencionar que é objectivo<br />

deste consórcio desenvolver e<br />

produzir um outro produto – InFrass<br />

– dedicado à utilização de fertilizantes<br />

orgânicos gerados a partir dos dejectos<br />

dos insectos. Assim, este material produzido<br />

pelos insectos nos eixos InFood,<br />

InFeed e InBiorremediation, será utilizado<br />

em trabalhos de desenvolvimento<br />

e fabrico no eixo InFrass (liderado pelo<br />

CoLab InPP), gerando assim novas<br />

linhas de produtos.<br />

Porém, estes eixos são suportados por<br />

pilares transversais a montante e jusante<br />

que avaliam desde as matérias-primas, os<br />

processo produtivos e a industrialização,<br />

a montantes, e que avaliam os desafios<br />

legais, e os impactos no âmbito da Uma<br />

Só Saúde (integração da saúde humana,<br />

animal e ambiental), a jusante.<br />

A agenda integra ainda um plano<br />

ambicioso de comunicação, apoio à internacionalização,<br />

formação (criação da<br />

Insect Training Network) e suporte ao<br />

empreendedorismo, criando Insectpreneur<br />

Centers e InsectBootCamps. Sendo<br />

um consórcio de grandes dimensões<br />

terá ainda uma estrutura governativa<br />

própria com vários corpos governativos<br />

bem estruturados e com objectivos<br />

específicos, promovendo uma coordenação<br />

adequada do consórcio e uma boa<br />

ligação entre as partes. Numa proposta<br />

que se espera que gere elevado valor<br />

tecnológico, a propriedade industrial e<br />

intelectual foi uma das grandes preocupações<br />

na criação desta estrutura,<br />

porém questões éticas, de segurança<br />

alimentar e de bem-estar animal, não<br />

foram negligenciadas.<br />

A indústria dos insectos pode ajudar na<br />

retoma da economia portuguesa? De<br />

que forma?<br />

A industria dos insectos terá certamente<br />

um papel na retoma da economia portuguesa<br />

e esse papel assenta em cinco<br />

eixos principais: a criação de produtos<br />

de valor acrescentado (criação de valor),<br />

aumento da eficiência das cadeias de valor<br />

(aumento da eficiência dos recursos),<br />

redução das importações e aumento das<br />

exportações (contributo para a balança<br />

económica), geração de um novo sector<br />

e tecido empresarial (diversificação da<br />

economia), criação de emprego em zonas<br />

desfavorecidas no interior do país<br />

(combate à desertificação).<br />

Foi em 2014 que fundou a EntoGreen,<br />

empresa dedicada à produção de Mosca<br />

Soldado Negro (Hermetia illucens) para a<br />

alimentação animal. Como é que evoluiu<br />

o negócio?<br />

O projecto EntoGreen iniciou-se em<br />

2011 sendo que durante os seus pri-<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 101


GESTÃO<br />

«INDÚSTRIA DOS INSECTOS TERÁ UM PAPEL<br />

NA RETOMA DA ECONOMIA PORTUGUESA»<br />

meiros anos os principais desafios se<br />

prenderam com a aceitação da ideia<br />

do negócio por parte de potenciais<br />

parceiros, investidores e centros de<br />

incubação, sendo que os primeiros desenvolvimentos<br />

foram difíceis.<br />

Porém, após alguns anos de trabalhos<br />

junto de autoridades oficiais e de<br />

diversas entidades se pode finalmente<br />

começar a dar os primeiros passos e em<br />

2014 foi criada a empresa oficialmente,<br />

sendo que logo nesse ano se começou o<br />

trabalho de angariação de apoio à I&D<br />

do processo.<br />

Esse apoio foi apenas conseguido em<br />

2016 com a aprovação de um projecto<br />

PT2020 em co-promoção, liderado pela<br />

Ingredient Odyssey (EntoGreen) mas<br />

que envolvia outras quatro entidades,<br />

Consulai, Agromais, Rações Zêzere e<br />

INIAV, o projecto EntoValor.<br />

Nessa fase a empresa vivia apenas<br />

para o desenvolvimento e teste das suas<br />

tecnologias e para validar o potencial do<br />

sector produtivo dos insectos em Portugal,<br />

tendo sido o projecto EntoValor<br />

essencialmente uma prova de conceito.<br />

Quais foram os principais desafios com<br />

que se deparam no desenvolvimento do<br />

projecto EntoValor?<br />

Os principais desafios do projecto EntoValor<br />

foram essencialmente técnicos,<br />

nomeadamente no que diz respeito<br />

ao desenvolvimento das técnicas produtivas<br />

de insectos mas também ao<br />

nível do processamento e até mesmo<br />

da legislação.<br />

Ou seja, o projecto EntoValor teve<br />

que desbravar caminho numa área<br />

onde à data não havia muito em que<br />

nos pudéssemos basear para os nossos<br />

progressos, tendo inclusivamente permitido<br />

contribuir para a clarificação<br />

legal no que diz respeito à produção de<br />

O INVESTIMENTO, A<br />

UM HORIZONTE DE<br />

QUATRO ANOS, PREVÊ<br />

ALOCAR 25,6 MILHÕES<br />

DE EUROS A I&D E 29,5<br />

MILHÕES DE EUROS<br />

EM INVESTIMENTO<br />

PRODUTIVO<br />

insectos em Portugal, papel no qual a<br />

DGAV foi chave e nos permitiu contribuir<br />

para a criação de um Manual de Boas<br />

Práticas na Produção, Processamento e<br />

Utilização de Insectos em Alimentação<br />

Animal, documento desenvolvido no<br />

âmbito do EntoValor.<br />

O EntoValor foi assim a chave que<br />

nos permitiu dar os primeiros passos<br />

tecnológicos, de comunicação e esclarecimento,<br />

e nos deu acesso ao reconhecimento<br />

inicial. Porém, foi também<br />

a chave essencial para que após o seu<br />

termino fosse possível obter a aprovação<br />

de um projecto Inovação produtiva no<br />

âmbito do PT2020 para a construção<br />

da primeira unidade produtiva em larga<br />

escala no nosso país, actualmente em<br />

construção em Santarém.<br />

A Agenda Mobilizadora InsectERA<br />

pretende repetir esta história múltiplas<br />

vezes, uma história que nos últimos anos<br />

já demonstrou contribuir verdadeiramente<br />

para a criação de valor.<br />

102 DEZEMBRO 2021


ESPECIAL<br />

SOLUÇÕES DE GESTÃO EMPRESARIAL<br />

PRIMAVERA<br />

DIGITALIZAÇÃO OFERECE<br />

MAIS TEMPO ÀS EMPRESAS<br />

A BEL PORTUGAL APOSTOU NO<br />

SOFTWARE PRIMAVERA PARA TORNAR<br />

OS SEUS PROCESSOS MAIS SIMPLES,<br />

RÁPIDOS E PAPERLESS. DO MANUAL<br />

AO DIGITAL, A EMPRESA ANULOU<br />

DESPERDÍCIOS E TEMPOS PERDIDOS<br />

Agestão documental é um dos<br />

pontos críticos das organizações.<br />

Além de grandes volumes<br />

de informação, e muitas vezes<br />

dispersa, os documentos passam<br />

muitas vezes por diversos<br />

interlocutores e por vários níveis<br />

de aprovação, o que potencia<br />

a perda de dados, dificulta o<br />

acesso e o controlo dos fluxos<br />

de informação. A Bel Portugal quis, por isso, pôr fim a<br />

esse “pesadelo” e optou por digitalizar os processos de<br />

gestão de recursos humanos, ganhando mais tempo<br />

útil para se dedicar inteiramente às pessoas e equipas.<br />

«Preciso que a minha equipa esteja focada no<br />

desenvolvimento das pessoas e da organização, que<br />

esteja no terreno, tenha tempo para se dedicar aos<br />

temas do bem-estar, da comunicação, disponível<br />

para dar apoio aos colaboradores. Queremos gerir<br />

pelo exemplo e estar presente é fundamental», referiu<br />

Emília Roseiro, directora de Recursos Humanos da<br />

Bel Portugal, detentora de marcas tão reconhecidas<br />

no mercado como a Terra Nostra, Limiano, A Vaca<br />

que Ri, Babybel, Boursin e GoGo Squezz.<br />

Com uma estrutura de mais de 600 pessoas, e com<br />

o software Primavera já implementado – Business<br />

Analitics e de Gestão de Recursos Humanos – a<br />

empresa conseguiu, assim, reduzir o tempo gasto no<br />

processamento salarial, integrar os vários sistemas<br />

de forma automática, optimizar<br />

processos administrativos com<br />

workflows, aceder a dados actualizados<br />

em tempo real nos vários<br />

sistemas, tudo isto a par de um<br />

sonho já antigo, de ter recibos digitais,<br />

gerando outros documentos<br />

que lhes são inerentes, como a<br />

declaração anual de rendimentos.<br />

«Libertou-nos tempo para a equipa<br />

de Recursos Humanos estar mais<br />

focada nas pessoas, que é aquilo<br />

que mais nos importa», avançou.<br />

A informação é agora mais fiável,<br />

integrada e automática, não só<br />

no que diz respeito ao trabalho<br />

administrativo, mas também do<br />

ponto de vista legal e fiscal, com<br />

actualizações constantes. «As<br />

ferramentas e os processos já existiam,<br />

mas a pandemia veio trazer<br />

o reconhecimento da necessidade<br />

de optimizar e de passar a utilizar<br />

muito mais esses processos, quer<br />

do ponto de vista da integração<br />

da informação, para dar resposta<br />

àquilo que são as necessidades<br />

do dia-a-dia, quer também para<br />

facilitar todo o conjunto de processos<br />

de alterações a que as organizações<br />

estão sujeitas e a que<br />

têm de responder de forma muito<br />

célere», advertiu Hernâni Andrés,<br />

manager da Primavera Business<br />

Software Solutions (BSS). «Sem<br />

informação, não conseguimos<br />

premiar, acompanhar e antecipar<br />

cenários dentro das organizações,<br />

facilitando as decisões de gestão»,<br />

concluiu, sublinhando que esta<br />

«é a forma de também trabalhar<br />

para que as pessoas estejam felizes<br />

dentro das organizações e se<br />

sintam reconhecidas».<br />

104 DEZEMBRO 2021


ESPECIAL<br />

INOVAÇÃO<br />

ALTICE<br />

ALTICE PREMEIA JOVENS<br />

EMPREEND<strong>ED</strong>ORES<br />

É CONSIDERADO O MAIOR<br />

PRÉMIO MONETÁRIO<br />

ATRIBUÍDO EM PORTUGAL<br />

NA ÁREA DA INOVAÇÃO<br />

TECNOLÓGICA. FOMOS<br />

CONHECER OS JOVENS,<br />

QUE LEVARAM PARA CASA<br />

75 MIL EUROS, E QUE<br />

ESTÃO PRONTOS PARA<br />

MUDAR O MUNDO<br />

COM AS SUAS IDEIAS<br />

Oque têm em comum uma<br />

luva e um drone? À primeira<br />

vista nada, mas a verdade é<br />

que ambos podem mudar o<br />

mundo com o mais recente<br />

investimento da Altice Portugal.<br />

São, ao todo, 75 mil<br />

euros atribuídos a dois projectos<br />

portugueses, naquele<br />

que é já considerado o maior<br />

prémio monetário atribuído no nosso País na área<br />

da inovação tecnológica. Entre as 80 candidaturas,<br />

apenas seis finalistas tiveram a oportunidade de<br />

apresentar o seu projecto a um<br />

júri, composto por referenciados<br />

nomes dos sectores da economia<br />

e da tecnologia a nível nacional,<br />

entre os quais Helena Pereira,<br />

presidente da Fundação para a<br />

Ciência e a Tecnologia; Joana<br />

Mendonça, presidente da ANI;<br />

Joaquim Cunha, director executivo<br />

do Health Cluster Portugal;<br />

Licínio Pina, CEO do Crédito<br />

Agrícola; e Alexandre Fonseca,<br />

presidente executivo da Altice<br />

106 DEZEMBRO 2021


FÁBRICA DE UNICÓRNIOS<br />

CARLOS MO<strong>ED</strong>AS REAFIRMOU QUE VAI AVANÇAR COM A<br />

INSTALAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE UNICÓRNIOS EM LISBOA,<br />

APOIANDO JOVENS TALENTOS EM TODO O PROCESSO CRIATIVO:<br />

«LISBOA TEM TUDO PARA SER A CAPITAL DA INOVAÇÃO NO MUNDO».<br />

Portugal e presidente do Júri. O<br />

objectivo do concurso era claro, nas<br />

palavras de Alexandre Fonseca: a<br />

empresa queria premiar aqueles<br />

que trouxessem soluções inovadoras,<br />

com base em tecnologia,<br />

para contribuir para o País.<br />

Entre os seis projectos finalistas<br />

– três da categoria Academia<br />

e três da categoria Startups – do<br />

Altice International Innovation<br />

Award, que já vai este ano na sua<br />

5.ª edição, estavam inovadoras<br />

plataformas de compra e venda de<br />

lixo, modelos 3D para investigação<br />

médica, Inteligência Artificial para<br />

combater o desperdício têxtil e<br />

dispositivos inteligentes que viriam<br />

a tornar as análises clínicas e o<br />

controlo de parâmetros de saúde<br />

mais acessível. Apesar de promissores,<br />

e de poderem revolucionar<br />

o mundo como o conhecemos, só<br />

dois prevaleceram e venceram,<br />

tendo agora a capacidade de fazer a<br />

diferença na saúde e no transporte<br />

aéreo de amanhã.<br />

Na categoria de Academia, o<br />

vencedor foi o projecto “Collision<br />

Avoidance on Unmanned Aerial<br />

Vehicles using Deep Neural Networks”,<br />

um framework conceptual<br />

focado em veículos aéreos não<br />

tripulados, para prevenção da<br />

colisão com objectos de reduzida<br />

dimensão, da autoria de Dário<br />

Pedro, que arrecadou, assim, um<br />

prémio monetário no valor de 25<br />

mil euros. Já do lado das Startups,<br />

foi o projecto “SenseGlove” que<br />

conquistou um distinto primeiro<br />

lugar, tendo vencido na respectiva<br />

categoria com um dispositivo<br />

médico de rastreio doméstico<br />

e portátil, que complementa o<br />

convencional auto-exame mamário<br />

e que está ligado a uma<br />

aplicação móvel, proposto pela<br />

startup Glooma.<br />

«Os prémios são importantes,<br />

porque vão buscar aqueles que<br />

são diferentes, que pensam de<br />

maneira diferente, os que vêem<br />

o que os outros não são capazes»,<br />

destacou Carlos Moedas, presidente<br />

da Câmara Municipal de Lisboa,<br />

presente na cerimónia de entrega<br />

dos prémios, reconhecendo uma<br />

«clara ligação entre a necessidade e<br />

a inovação». «Enquanto comissário<br />

europeu, assisti àqueles que, pela<br />

necessidade, inovam, àqueles que,<br />

fruto da sua experiência pessoal,<br />

conseguem inovar. E esta nova<br />

geração realmente acredita que<br />

só podemos inovar se tivermos<br />

um sentido para mudar o mundo<br />

para melhor», reforçou o autarca,<br />

enquanto se dirigia a uma plateia<br />

cheia de empreendedores, jovens<br />

e não só.<br />

Para Alcino Lavrador, director<br />

geral da Altice Labs, esta iniciativa<br />

«mostra o compromisso que a Altice<br />

tem com a inovação, primeiro por<br />

escolher Portugal para a sede do<br />

seu centro de desenvolvimento e<br />

de inovação para todo o grupo, e<br />

depois porque, com estes prémios,<br />

pretende desenvolver a própria<br />

atitude empreendedora e criativa<br />

dos portugueses e desta nova geração<br />

que tanto promete».<br />

INOVAR PARA MUDAR<br />

Francisco Nogueira, que lidera<br />

um dos projectos vencedores,<br />

ficou chocado quando a prima<br />

descobriu que tinha cancro da<br />

mama. Com a Glooma pôs mãos<br />

à obra e está a desenvolver um<br />

dispositivo doméstico de rastreio<br />

médico, uma luva – SenseGlove –,<br />

que utiliza sensores piezoeléctricos,<br />

através dos quais é possível<br />

detectar anomalias, benignas ou<br />

malignas, no tecido mamário, e<br />

>> Alexandre<br />

Fonseca,<br />

presidente<br />

executivo da<br />

Altice Portugal<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 107


ESPECIAL<br />

INOVAÇÃO<br />

ALTICE<br />

>> A edição deste<br />

ano do Altice<br />

International<br />

Innovation Award<br />

contou ainda com<br />

uma novidade:<br />

a atribuição do<br />

prémio “Inclusive<br />

by Fundação<br />

Altice”, no valor<br />

15 mil euros<br />

controlar o seu tamanho e textura.<br />

Ligado a uma aplicação móvel,<br />

o utilizador receberá ainda um<br />

lembrete mensal para fazer este<br />

auto-exame.<br />

Hoje esta startup venceu o prémio<br />

da Altice, amanhã pode mudar o<br />

mundo. Francisco reconhece, em<br />

conversa com a Executive Digest,<br />

que «há milhares de mulheres que<br />

não têm confiança nelas próprias<br />

para fazer um auto-exame, não sabem<br />

como o fazer ou simplesmente<br />

esquecem-se». «Quisemos levar<br />

para casa das pessoas o conforto,<br />

a confiança e a segurança do auto-<br />

-rastreio, tirando-lhes todo o peso<br />

e stress que isso implica», reforçou<br />

o jovem empresário, que, ainda<br />

assim, destaca que o objectivo<br />

nunca é substituir o exame clínico,<br />

mas alertar atempadamente<br />

para o controlo. Já com o apoio de<br />

hospitais públicos e privados, de<br />

médicos e associações de cancro,<br />

a Glooma passará agora, com este<br />

prémio de 50 mil euros, com a<br />

duração mínima de nove meses,<br />

permitindo-lhe alargar a equipa,<br />

concluir o pedido de patente e<br />

completar a validação clínica.<br />

Dário Pedro é outro dos exemplos<br />

do que a inovação pode melhorar<br />

o dia-a-dia das pessoas, desta vez<br />

com base nos drones. Destacou-se,<br />

no Altice International Innovation<br />

Award, com o seu projecto<br />

de transporte aéreo autónomo,<br />

que, através do uso de redes neurais<br />

profundas, pretende evitar<br />

a colisão de veículos aéreos não<br />

tripulados com objectos estáticos<br />

e em movimento, através da utilização<br />

de inteligência artificial.<br />

A médio/longo prazo, o ainda<br />

estudante, mas já colaborador na<br />

empresa Beyond Vision, pretende<br />

«simplificar a vida de todos os<br />

cidadãos de grandes cidades,<br />

optimizando centenas de horas<br />

perdidas», com um transporte<br />

de pessoas «muito mais simples,<br />

cómodo, rápido e seguro», uma<br />

realidade que perspectiva ver em<br />

10 ou 15 anos.<br />

A par de ambos os prémios, a<br />

edição deste ano do Altice International<br />

Innovation Award<br />

contou ainda com uma novidade:<br />

a atribuição do prémio “Inclusive<br />

by Fundação Altice”, no valor<br />

15 mil euros. O galardão, que<br />

pretende premiar trabalhos que<br />

visem disponibilizar tecnologias<br />

de informação e comunicação para<br />

a inclusão digital, foi atribuído ao<br />

projecto “Incluudo”, uma plataforma<br />

inclusiva, baseada em inteligência<br />

artificial, que possibilita a<br />

legendagem de meios, tradução,<br />

transcrição, descrição áudio e<br />

áudio inclusivo. Para Ana Estelita,<br />

directora da Fundação Altice, este<br />

é um projecto que «pode ajudar<br />

na empregabilidade, na educação<br />

das pessoas com deficiência e na<br />

comunicação entre familiares e<br />

amigos », acrescentando que a<br />

108 DEZEMBRO 2021


MAIOR PRÉMIO DE INOVAÇÃO<br />

O GALARÃO DISTINGUE EMPREEND<strong>ED</strong>ORES E<br />

STARTUPS EM FASE DE INCUBAÇÃO E COM FILIAL EM<br />

PORTUGAL OU FRANÇA, BEM COMO ESTUDANTES<br />

DE INSTITUIÇÕES ACADÉMICAS PORTUGUESAS<br />

Fundação pretende continuar a<br />

investir neste tipo de tecnologia,<br />

que está «ao serviço das pessoas»<br />

e que «pode marcar a diferença»,<br />

já que é uma área em que, assegura,<br />

mais nenhuma fundação<br />

corporativa trabalha.<br />

Adicionalmente, a Agência Nacional<br />

de Inovação (ANI) atribuiu<br />

também, pelo 4.º ano consecutivo,<br />

o BfK Award, desta vez à<br />

startup Smartex.ai, com uma<br />

solução baseada em inteligência<br />

artificial e computer vision para<br />

uma inspecção em tempo real da<br />

produção de têxteis, com o objectivo<br />

de reduzir o desperdício. Esta<br />

foi considerada, aliás, entre os<br />

finalistas desta edição, o melhor<br />

exemplo de inovação colaborativa<br />

resultante de atividades de Investigação<br />

e Desenvolvimento (I&D).<br />

PREMIAR A OUSADIA<br />

Desde 2016, o Altice International<br />

Innovation Award já recebeu cerca<br />

de 400 candidaturas, representando<br />

um prémio total superior a 365 mil<br />

euros. Ao todo, cinco edições que<br />

consolidam e reforçam a aposta<br />

na inovação como prioridade<br />

estratégica da Altice Portugal,<br />

não só para o desenvolvimento<br />

de um ecossistema de parcerias<br />

fundamentais, mas também para<br />

o do próprio País. «Sem dinheiro<br />

não se consegue fazer inovação»,<br />

garante Alexandre Fonseca, reforçando<br />

que, para o efeito, a empresa<br />

investe todos os anos 80 milhões<br />

de euros em inovação.<br />

Ao todo, são três mil milhões<br />

de euros, aplicados nos últimos<br />

seis anos, por parte da Altice na<br />

economia nacional, «um investimento<br />

privado, sem financiamentos<br />

ou subsídios», como sublinha o<br />

executivo, por parte «de uma<br />

empresa privada que acredita no<br />

nosso País e que quer construir<br />

um futuro melhor, mais digital».<br />

«Porque queremos construir uma<br />

!<br />

«SEM DINHEIRO<br />

NÃO SE<br />

CONSEGUE<br />

FAZER<br />

INOVAÇÃO»,<br />

GARANTE<br />

ALEXANDRE<br />

FONSECA,<br />

REFORÇANDO<br />

QUE, PARA<br />

O EFEITO,<br />

A EMPRESA<br />

INVESTE TODOS<br />

OS ANOS 80<br />

MILHÕES DE<br />

EUROS EM<br />

INOVAÇÃO<br />

sociedade moderna, mas, acima<br />

de tudo, mais justa e mais igual,<br />

onde o acesso às comunicações é<br />

essencial para reduzir distâncias<br />

e assimetrias digitais que o nosso<br />

País ainda sofre», reconhece.<br />

Partilhando da opinião de Alexandre<br />

Fonseca, de que «tão importante<br />

como os prémios financeiros, é a<br />

mentoria para que os projectos<br />

possam crescer», também Carlos<br />

Moedas reafirmou, na mesma cerimónia,<br />

a sua intenção de trazer<br />

para Lisboa uma primeira fábrica<br />

de unicórnios, com o objectivo de<br />

apoiar os jovens empreendedores.<br />

«O objectivo é criar um local onde<br />

a parte mais difícil esteja lá, onde<br />

tenham à disposição especialistas<br />

que vos podem ajudar no vosso<br />

caminho», avançou o presidente<br />

da Câmara de Lisboa, enquanto<br />

se dirigia aos jovens empreendedores.<br />

«Ter a ideia é a parte mais<br />

fácil, mas encontrar um investidor,<br />

saber como fazer o marketing,<br />

saber quem faz o quê, onde se<br />

compra, onde estão os melhores<br />

do mundo... Esse é o processo e é<br />

aquilo que Lisboa vai ter, para vos<br />

ajudar no mais difícil», destacou<br />

Carlos Moedas, reconhecendo que<br />

acredita poder «sonhar mais alto»<br />

e fazer de Lisboa uma capital da<br />

inovação no mundo. «É esta nova<br />

geração que vai trazer a ambição<br />

a Lisboa, a Portugal», reforçou, a<br />

prova «de que nós não somos menos<br />

do que os outros, de que podemos<br />

fazer empresas grandes». «A única<br />

coisa que precisamos é do processo,<br />

de sacrifício, de detalhe», concluiu<br />

o autarca, prometendo agora que<br />

o País terá finalmente condições<br />

para o fazer.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 109


ESPECIAL<br />

INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO<br />

LARFA PROPERTIES<br />

CONVENTO DO<br />

BEATO VOLTA A<br />

ABRIR PORTAS<br />

É UM DOS GRANDES PROJECTOS DA<br />

LARFA PROPERTIES EM PORTUGAL<br />

E ESTÁ DE VOLTA PARA AGITAR OS<br />

EVENTOS DE LISBOA. A PAR DO BEATO,<br />

O GRUPO IMOBILIÁRIO SUÍÇO QUER<br />

CONTINUAR A INVESTIR EM TERRITÓRIO<br />

NACIONAL, COM NOVOS PROJECTOS<br />

DE NORTE A SUL DO PAÍS<br />

Palco de inúmeros eventos nacionais<br />

e internacionais e considerada a<br />

melhor sala de eventos do País,<br />

pela Portugal Trade Awards, a par<br />

de muitos prémios atribuídos ao<br />

longo dos anos, o Convento do Beato<br />

está de volta à cidade de Lisboa, a<br />

partir deste mês de Dezembro, e<br />

traz consigo o mesmo glamour, a<br />

mesma arquitectura imponente<br />

e monumental, a par de melhores condições, de um<br />

espaço que sempre foi único e exclusivo.<br />

Adquirido há já três anos ao grupo Cerealis, o renovado<br />

Convento do Beato reabre agora pelas mãos<br />

do grupo suíço Larfa Properties, que se propôs a dar<br />

continuidade à reconhecida actividade do edifício<br />

lisboeta, implementando um projecto urbanístico da<br />

autoria do gabinete de arquitectura Risco. Apesar da<br />

complexidade do projecto, é para o grupo um “orgulho”<br />

devolver à cidade um espaço “incrível” como este. «Este<br />

lugar já não permitia dar resposta às exigências de<br />

segurança e protecção contra incêndios, além de que<br />

era uma fonte de ruído para as habitações circundantes.<br />

Optámos, por isso, pela renovação total deste local, que<br />

deverá reabrir antes do final do ano,<br />

pronto para encontrar o seu lugar a<br />

nível internacional», adiantou em<br />

entrevista à Executive Digest o CEO<br />

do grupo, Stéphane Delplancq.<br />

Referindo-se a um «activo muito<br />

complexo» para investidores, por<br />

ser composto por um centro de<br />

eventos, mas também por uma<br />

parte residencial, e que já estava há<br />

muito tempo no mercado, o CEO<br />

da Larfa reconhece ter enfrentado<br />

«alguns desafios», nomeadamente<br />

a aprovação de licenças e das alterações<br />

ao projecto, entretanto<br />

solucionadas, mas o resultado é<br />

inequívoco: um projecto arquitectónico<br />

ímpar, que tinha como<br />

principal objectivo dar continuidade<br />

à manutenção da actividade e do<br />

património histórico do Convento,<br />

melhorando-o enquanto um dos<br />

ex-libris da cidade para a realização<br />

dos mais variados tipos de eventos.<br />

DO CONVENTO ÀS VILLAS<br />

Desde congressos e seminários a<br />

exposições, espectáculos, casamentos<br />

e outros eventos sociais, o<br />

Convento do Beato recebeu sempre<br />

110 DEZEMBRO 2021


NOVOS INVESTIMENTOS<br />

A LARFA PROPERTIES, QUE CONTA COM VÁRIOS<br />

PROJECTOS EM LISBOA E NO PORTO, DESVENDA<br />

QUE O PRÓXIMO EMPREENDIMENTO SERÁ EM<br />

MELIDES, LEVANDO O GRUPO MAIS A SUL DO PAÍS<br />

“eventos que fazem história”. Começou<br />

por ser abrigo de frades e<br />

também um hospital real militar,<br />

passando depois a uma utilização<br />

industrial, pelas mãos da Nacional,<br />

que ali se dedicava aos produtos<br />

derivados da moagem. Já no<br />

século XX, pela sua magnífica<br />

construção, foi classificado como<br />

“Património de Interesse Público”<br />

e, foi a partir de 1989, após as primeiras<br />

obras de recuperação, que<br />

se tornou naquilo que conhecíamos<br />

até ter fechado, em 2020: o palco<br />

de inúmeros eventos memoráveis,<br />

com os admiráveis arcos do Claustro,<br />

complementados com um toque<br />

contemporâneo.<br />

Mas o projecto do grupo Larfa<br />

Properties vai muito para além do<br />

edifício do Convento em si, abrangendo<br />

também a parte residencial<br />

adjacente, com a reabilitação de seis<br />

edifícios, todos eles com entradas<br />

próprias. Localizada na frente ribeirinha<br />

de Lisboa, a poucos minutos<br />

do centro histórico e do Parque das<br />

>> O condomínio<br />

Beato Villas,<br />

composto por 55<br />

apartamentos,<br />

ginásio e zonas<br />

verdes, deverá<br />

estar pronto<br />

para entrega<br />

em menos de<br />

um ano. Para os<br />

interessados,<br />

as vendas<br />

começarão ainda<br />

antes do final<br />

deste ano<br />

Nações, a Beato Villas dá agora<br />

origem a um novo condomínio,<br />

com uma extensa área privativa,<br />

ginásio e zonas verdes, num total<br />

de 1200 m 2 , que se dividem em 55<br />

apartamentos de variadas tipologias.<br />

«É um projecto fascinante de<br />

desenvolver, cada edifício tem a sua<br />

história e desenho. O condomínio<br />

será um centro vivo e verde de um<br />

novo Beato», descreveu Stéphane<br />

Delplancq, desvendando que o<br />

primeiro apartamento deverá ser<br />

entregue em menos de um ano e<br />

que as vendas começarão ainda<br />

antes do final do ano.<br />

Mais um grande e moderno<br />

empreendimento, que nasce numa<br />

das zonas da capital que mais tem<br />

despertado o interesse de investidores<br />

portugueses e estrangeiros,<br />

e onde, aliás, estão a nascer vários<br />

negócios, numa forte dinâmica<br />

imobiliária e de construção.<br />

PANDEMIA NÃO DERRUBOU<br />

De pedras no caminho se constrói<br />

um castelo, disse Fernando Pessoa,<br />

e o marco da Larfa em Portugal<br />

não teria crescido durante uma<br />

crise, como a da COVID-19, sem<br />

estratégia, adaptação e, acima de<br />

tudo, resiliência.<br />

A par do centro de eventos do<br />

Convento do Beato, que esteve<br />

encerrado durante todo o período<br />

de renovação, e que coincidiu<br />

também com o período de pandemia,<br />

também dois dos hotéis do<br />

grupo – o Caju Le Petit Hotel, no<br />

Funchal, e o PortoBay Flores, no<br />

Porto – estiveram fechados ou com<br />

taxas de ocupação muito baixas.<br />

Para os apoiar, explicou o CEO da<br />

Larfa Properties, o grupo imple-<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 111


ESPECIAL<br />

INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO<br />

LARFA PROPERTIES<br />

mentou medidas de apoio aos seus<br />

operadores durante o período em<br />

que estiveram de portas fechadas.<br />

Com hotéis na Suíça, no sudeste<br />

asiático e em Portugal, é particularmente<br />

no nosso País que o<br />

grupo foca alguns dos seus maiores<br />

investimentos na área do turismo,<br />

com a Madeira a ocupar um lugar<br />

de destaque no portefólio da Larfa.<br />

Apesar da sazonalidade, o pequeno<br />

boutique hotel no Funchal está<br />

a apresentar, segundo garante<br />

Stéphane Delplancq, uma taxa<br />

de ocupação «espantosa» durante<br />

todo o ano, deixando antever uma<br />

margem para futuros novos investimentos<br />

em território nacional.<br />

PORTUGAL NO TOP<br />

Apesar de notar que, hoje, há uma<br />

«maior concorrência», o CEO do<br />

grupo Larfa avança que o mercado<br />

português está também «mais<br />

organizado», contando com o<br />

«forte apoio estatal», tanto no desenvolvimento<br />

da hotelaria, como<br />

também na vertente industrial.<br />

Exemplo disso mesmo, adianta, é<br />

uma importante fábrica de janelas<br />

que o grupo está a desenvolver no<br />

norte do País, com o grupo Atrya,<br />

e que conta com um importante<br />

apoio do Estado português. O que<br />

faz de Portugal «um bom centro de<br />

investimento», reconhece o CEO.<br />

Já sobre os investimentos imobiliários<br />

em si, a conversa é outra.<br />

«Do lado imobiliário, o principal<br />

problema para os investidores<br />

actuais, em grandes cidades como<br />

Lisboa, é o facto de o sistema de<br />

decisão da parte urbanística não<br />

ter tido tempo para acompanhar,<br />

em celeridade, o crescimento do<br />

mercado, o que trouxe uma dupla<br />

consequência: menor desenvolvimento<br />

real e a saída de investidores<br />

do mercado», ressalva Stéphane<br />

Delplancq, sublinhando que, em<br />

relação aos construtores, quanto<br />

melhores parceiros e empreiteiros<br />

tiver do seu lado, maior probabilidade<br />

haverá de o projecto correr bem.<br />

Tendo consigo alguns dos melhores,<br />

o grupo imobiliário suíço<br />

garante, assim, querer continuar<br />

a investir em território nacional,<br />

já com novos projectos em carteira.<br />

O CEO fala mesmo em «dois<br />

anos desafiadores pela frente»,<br />

com a reabertura do Convento<br />

do Beato, a parte residencial do<br />

empreendimento a entregar nos<br />

próximos 18 meses, a entrega final<br />

de um edifício de escritórios em<br />

renovação total na Avenida Casal<br />

Ribeiro, em Lisboa... Tudo a par de<br />

um novo projecto que, desvenda,<br />

será em Melides, levando o grupo<br />

mais a sul do País.<br />

SEGR<strong>ED</strong>O PARA INVESTIR<br />

O grupo começou a investir em<br />

Portugal em 2014, «sentindo, nessa<br />

>> Stéphane<br />

Delplancq,<br />

CEO da Larfa<br />

Properties<br />

altura, que a capacidade de desenvolvimento<br />

do País era considerável»,<br />

nas palavras de Stéphane Delplancq.<br />

Enquanto grupo privado de investimento,<br />

a Larfa Properties tem,<br />

neste domínio, uma estratégia de<br />

investimento patrimonial “prudente<br />

de longo prazo”, especializando-se<br />

no desenvolvimento e promoção de<br />

projectos imobiliários nas áreas de<br />

residencial, turismo e de escritórios<br />

serviços em algumas das melhores<br />

localizações.<br />

Mas qual será a chave do sucesso?<br />

Não se sentir pressionado a investir.<br />

«Enquanto grupo familiar, temos a<br />

vantagem de não sermos obrigados<br />

a investir, não temos pressão para<br />

entregar investimentos de grande<br />

volume todos anos», explica o CEO,<br />

sublinhando também a possibilidade<br />

de estarem aptos a «reagir<br />

muito rapidamente», graças a um<br />

processo de decisão «simples» e a<br />

uma «forte capacidade patrimonial,<br />

que nos ajuda a aproveitar<br />

oportunidades», como aconteceu<br />

com o Convento do Beato. «Acima<br />

de tudo, gostamos de investir em<br />

projectos de que gostamos e nos<br />

orgulhamos», reforça o responsável.<br />

Com a sustentabilidade no centro<br />

da sua estratégia, o grupo<br />

Larfa Properties destaca que as<br />

condições ambientais do planeta<br />

são «uma preocupação diária»<br />

na acção e poder de decisão da<br />

empresa, perspectivando, assim,<br />

projectos progressivamente mais<br />

“verdes” e amigos do ambiente, de<br />

que são já exemplo o edifício de<br />

escritórios Casal Ribeiro 16, com<br />

o grau de excelência BREEAM na<br />

certificação ambiental, e o próprio<br />

Convento do Beato.<br />

112 DEZEMBRO 2021


Celebramos com o mundo<br />

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Liderança climática<br />

urgente?<br />

ESTUDO CEO ON SUSTAINABILITY –<br />

ACCENTURE – UN GLOBAL COMPACT 2021<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 115


LIDERANÇA CLIMÁTICA URGENTE?<br />

À medida que nos<br />

aproximamos de<br />

2030 com cerca de<br />

dois mil dias úteis para atingir<br />

os Objectivos Globais,<br />

encontramo-nos à beira da<br />

catástrofe. O CEO Study de<br />

2019 concluiu que os líderes<br />

empresariais estavam<br />

muito longe de alcançar os<br />

seus objectivos climáticos.<br />

Hoje, o quadro é ainda mais<br />

desanimador. Os líderes empresariais<br />

enfrentam um<br />

cenário complexo, já que as<br />

catástrofes relacionadas com<br />

o clima ocorrem com uma<br />

frequência e intensidade assustadoramente<br />

elevadas. A<br />

pressão para agir em relação<br />

à sustentabilidade por parte<br />

de todos os stakeholders<br />

é maior do que nunca. As<br />

cadeias de abastecimento<br />

globais estão a fracturar-se,<br />

e as desigualdades continuam<br />

a aumentar. Juntando<br />

a isto as consequências da<br />

pandemia da COVID-19,<br />

muitas empresas estão mal<br />

preparadas para a realidade<br />

que se avizinha.<br />

Na maior e mais profunda<br />

auto-avaliação global alguma<br />

vez expressa pelos CEO sobre<br />

sustentabilidade, o estudo<br />

deste ano conclui que os CEO<br />

acreditam que as empresas<br />

não estão preparadas para<br />

enfrentar os desafios das alterações<br />

climáticas. Estes mesmos<br />

CEO lançam um apelo<br />

igualmente forte à acção<br />

para que as suas indústrias<br />

se alinhem com o Acordo<br />

OS EVENTOS<br />

CLIMÁTICOS<br />

EXTREMOS<br />

ESTÃO A CAUSAR<br />

PREJUÍZOS NA<br />

ECONOMIA<br />

GLOBAL, E OS CEO<br />

ESTÃO A SENTIR<br />

A PRESSÃO PARA<br />

AGIR NO IM<strong>ED</strong>IATO<br />

de Paris, e respondam com<br />

acções decisivas para evitar<br />

uma catástrofe global. Neste<br />

relatório, partilhamos o feedback<br />

dos CEO sobre a sua<br />

avaliação do desafio, mas<br />

também as sugestões sobre<br />

o que deve ser feito a todos<br />

os níveis para cumprir os<br />

objectivos do Acordo de Paris.<br />

O CEO Study segue duas<br />

vertentes principais de investigação.<br />

Primeiro, realizou-se<br />

uma avaliação quantitativa<br />

de 1122 CEO através de um<br />

inquérito online traduzido em<br />

nove línguas. Em segundo lugar,<br />

foram realizadas mais de<br />

110 entrevistas individuais a<br />

CEO, chairmen e presidentes<br />

de empresas que fazem parte<br />

do UN Global Compact em<br />

todo o mundo para compreender<br />

o contexto estratégico<br />

mais amplo – dos desafios<br />

e oportunidades da pandemia<br />

da COVID-19 às acções<br />

de adaptação e resiliência e<br />

prioridades de financiamento<br />

climático - para o negócio.<br />

A esperança mantém-se<br />

com alguns dos principais<br />

CEO a mostrar o caminho<br />

a seguir e a fazer progressos<br />

reais. Estes estão a desenvolver<br />

modelos de negócio<br />

inovadores possibilitados<br />

pela tecnologia, alinhando<br />

os seus objectivos climáticos<br />

com estratégias baseadas na<br />

ciência, e fazendo parcerias<br />

com as suas comunidades,<br />

parceiros da cadeia de valor e<br />

o sector público. No entanto,<br />

isto não é suficiente.<br />

PONTO DE RUPTURA<br />

as alterações climáticas<br />

estão a acontecer aqui<br />

e agora<br />

Os CEO afirmam que as alterações<br />

climáticas são uma<br />

crise actual, e não uma crise<br />

futura em 2030 ou 2050<br />

Os eventos climáticos extremos<br />

estão a causar prejuízos na economia<br />

global, e os CEO estão<br />

a sentir a pressão para agir no<br />

imediato. Quase metade dos<br />

CEO a nível mundial (49%)<br />

afirmaram que estão a lidar<br />

116 DEZEMBRO 2021


INOVAÇÃO<br />

ALGUNS DOS PRINCIPAIS CEO ESTÃO A DESENVOLVER<br />

MODELOS DE NEGÓCIO INOVADORES POSSIBILITADOS<br />

PELA TECNOLOGIA, ALINHANDO OS SEUS OBJECTIVOS<br />

CLIMÁTICOS COM ESTRATÉGIAS BASEADAS NA CIÊNCIA<br />

FIGURA 1: AS INTERRUPÇÕES NA CADEIA DE ABASTECIMENTO<br />

CAUSADAS POR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS REPRESENTAM<br />

UM MAIOR RISCO FÍSICO DEVIDO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS.<br />

Quais dos seguintes vêem como principais riscos para o vosso negócio<br />

ou sector devido ao impacto físico das alterações climáticas?<br />

TOP 3 RISCOS POR REGIÃO<br />

CHAVE<br />

com interrupções na cadeia<br />

de abastecimento devido a<br />

eventos climáticos extremos.<br />

Como Thomas Buberl, director<br />

executivo do Grupo AXA, observa,<br />

«grandes eventos como<br />

o Katrina ainda ocorrem com<br />

uma frequência relativamente<br />

uniforme, mas o que temos<br />

visto é que eventos de menor<br />

dimensão, como incêndios e<br />

tempestades, têm aumentado<br />

muito de frequência. Isto<br />

tornou-se uma realidade, e<br />

todos podem sentir as alterações<br />

climáticas na sua vida<br />

quotidiana actualmente.»<br />

A alteração nos padrões<br />

climáticos está a interferir nas<br />

operações comerciais centrais.<br />

É de notar que, metade dos<br />

CEO da indústria alimentar e<br />

de bebidas (50%) estão preocupados<br />

com a sua capacidade<br />

de aceder a recursos naturais<br />

para operações comerciais<br />

devido a condições meteorológicas<br />

extremas, salientando<br />

a ameaça de um clima em<br />

mudança no fornecimento<br />

global de alimentos.<br />

A frequência e distribuição<br />

global destas disrupções<br />

continuam a aumentar, e os<br />

CEO afirmam que não estão<br />

preparados para proteger a<br />

estabilidade das suas operações<br />

com os actuais níveis de<br />

investimento. A nível global,<br />

apenas um em cada quatro<br />

CEO (25%) tem sistemas de<br />

aviso prévio intermédios/<br />

avançados para se preparar<br />

para eventos de risco climático;<br />

28% dos CEO realizam análises<br />

de cenário intermédias/<br />

avançadas para identificar<br />

riscos físicos e de transição<br />

das alterações climáticas nos<br />

seus negócios e indústria; e<br />

apenas 29% dos CEO têm<br />

níveis de seguro intermédios/<br />

avançados para riscos relacionados<br />

com o clima.<br />

Os CEO de pequenas e médias<br />

empresas, especialmente<br />

na Ásia, correm um risco<br />

particularmente elevado.<br />

Por exemplo, apenas 16%<br />

das empresas dessa região<br />

têm sistemas de alerta prévio<br />

intermédios/avançados;<br />

13% realizam análises de<br />

cenários; e 19% têm seguros<br />

para riscos relacionados com<br />

o clima. As perdas resultantes<br />

de catástrofes naturais em<br />

2020 totalizaram 190 mil<br />

milhões de euros. No entanto,<br />

na Ásia, foram registados<br />

60 mil milhões de euros de<br />

A alteração nos padrões<br />

climáticos está a começar<br />

a interferir nas operações<br />

comerciais centrais<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 117


LIDERANÇA CLIMÁTICA URGENTE?<br />

perdas, dos quais apenas 2,7<br />

mil milhões de euros estavam<br />

cobertos por seguros.<br />

A pandemia de COVID-19 sublinhou<br />

a importância da sustentabilidade,<br />

mas aumentou a<br />

complexidade de uma resposta<br />

climática conjunta, afirmam<br />

os CEO<br />

Quase três em cada quatro<br />

CEO a nível mundial (72%)<br />

concordam que a sustentabilidade<br />

continua a ser uma prioridade<br />

imediata, uma vez que<br />

lidam com as consequências<br />

da pandemia da COVID-19.<br />

Além disso, quase quatro em<br />

cada cinco CEO (79%) afirmam<br />

que a pandemia reforçou a<br />

necessidade de transição para<br />

modelos empresariais mais<br />

sustentáveis. George Oliver,<br />

presidente & CEO da Johnson<br />

Controls, observa: «Eu teria<br />

previsto que uma crise como a<br />

COVID-19 teria travado tudo<br />

o que não fosse o pensamento<br />

convencional – e o facto de<br />

ter acontecido exactamente<br />

o contrário é extraordinário.<br />

Acelerou a trajectória<br />

da sustentabilidade.»<br />

Além disso, a pandemia<br />

reforçou a importância das<br />

parcerias multissectoriais,<br />

de I&D rápidas e da implementação<br />

coordenada de<br />

soluções fundamentais para<br />

enfrentar os desafios globais.<br />

Kim Fausing, CEO da Danfoss,<br />

afirma que «através do<br />

desenvolvimento de vacinas<br />

COVID-19, vimos como podemos<br />

trabalhar rapidamente<br />

PARA METADE DOS CEO A NÍVEL<br />

MUNDIAL, A PANDEMIA AUMENTOU<br />

A DEPENDÊNCIA DE PARCERIAS<br />

ESTRATÉGICAS E MULTISSECTORIAIS<br />

FIGURA 2: A INSTABILIDADE GLOBAL ESTÁ A IMP<strong>ED</strong>IR A SUSTENTABILIDADE<br />

Até que ponto concordam que as seguintes questões são obstáculos à sustentabilidade na vossa indústria?<br />

GUERRAS COMERCIAIS NACIONAIS E SUBSEQUENTE INCERTEZA EMPRESARIAL<br />

quando necessário. Podemos<br />

usar isso como inspiração para<br />

a acção climática.»<br />

Para metade dos CEO a nível<br />

mundial (50%), a pandemia<br />

da COVID-19 aumentou a<br />

sua dependência de parcerias<br />

estratégicas e multissectoriais<br />

– uma mudança observada<br />

sobretudo entre CEO de<br />

empresas com mais de 225<br />

milhões de euros em receitas<br />

anuais (58%). Nas palavras de<br />

Francesco Starace, director-<br />

-executivo e director-geral<br />

do Grupo Enel, «a pandemia<br />

da COVID-19 reforçou que<br />

a mudança é possível quando<br />

a gestão é coordenada<br />

e reforçada a nível global.<br />

O multilateralismo forte é<br />

essencial durante uma crise<br />

global, e estas lições devem ser<br />

aplicadas na acção climática.»<br />

Com os níveis sem precedentes<br />

dos gastos para a<br />

recuperação económica, a<br />

oportunidade para uma maior<br />

colaboração e alocação de<br />

investimento nunca foi tão<br />

grande. Em 2020, os governos<br />

e os bancos centrais utilizaram<br />

políticas fiscais e monetárias<br />

para fornecer mais de 17 biliões<br />

de euros de financiamento.<br />

Para recuperar melhor da<br />

pandemia, os CEO estão a<br />

apelar aos governos para<br />

acelerarem a distribuição<br />

de dinheiro que permita ao<br />

118 DEZEMBRO 2021


PARCERIAS<br />

A PANDEMIA REFORÇOU A IMPORTÂNCIA DAS<br />

PARCERIAS MULTISSECTORIAIS, DE I&D RÁPIDAS E<br />

DA IMPLEMENTAÇÃO COORDENADA DE SOLUÇÕES<br />

FUNDAMENTAIS PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS GLOBAIS<br />

sector privado investir na<br />

recuperação e na resiliência<br />

para uma transformação<br />

socioeconómica sistémica e<br />

um escalar de transição justa<br />

alinhada com uma trajectória<br />

de aquecimento de 1,5 °C.<br />

A estabilidade da cooperação<br />

internacional será fundamental<br />

para gerir o escalar da crise climática,<br />

afirmam os CEO<br />

Quase metade dos CEO a<br />

nível mundial (46%) enfrentam<br />

incerteza na sua indústria<br />

resultante de guerras<br />

comerciais nacionais; 37%<br />

enfrentam incerteza devido<br />

a um número crescente de<br />

movimentos populistas; e<br />

40% dizem que enfrentam<br />

incerteza devido às ameaças<br />

à globalização e à circulação<br />

de bens e serviços.<br />

Os CEO das economias em<br />

desenvolvimento são os que<br />

mais sentem instabilidade<br />

geopolítica. Quase metade<br />

dos CEO da América Latina<br />

(47%) estão particularmente<br />

preocupados com o número<br />

crescente de movimentos<br />

populistas entre países, enquanto<br />

48% dos CEO em<br />

África e 49% dos CEO na Ásia<br />

citam as ameaças à globalização<br />

como uma barreira à<br />

sustentabilidade para as suas<br />

indústrias. Margaret Michaels,<br />

fundadora da Ezra Joel Group<br />

Corporation, explica: «Desbloquear<br />

o desenvolvimento<br />

sustentável em África exige a<br />

colaboração entre os sectores<br />

público e privados para enfrentar<br />

a instabilidade e insegurança<br />

regionais.»<br />

Os CEO estão preocupados<br />

com o estado de preparação<br />

de uma resposta climática<br />

verdadeiramente global, que<br />

mesmo nesta fase de urgência<br />

permanece desarticulada, e<br />

por vezes contraditória, entre<br />

indústrias e sectores. Nas palavras<br />

de Carlos Torres Vila,<br />

presidente do BBVA, «a acção<br />

colectiva global precisa de melhorar.<br />

A resposta à pandemia<br />

do coronavírus enfraqueceu a<br />

confiança no estado da cooperação<br />

internacional.»<br />

recendo empréstimos ligados,<br />

por exemplo, ao desempenho<br />

ambiental, social e de governação<br />

(ESG). Roy Bagattini, CEO<br />

do Grupo Woolworths Holdings<br />

Limited, comenta «ligar os<br />

objectivos de sustentabilidade<br />

aos acordos de financiamento<br />

tornou-nos mais competitivos<br />

nos mercados de capitais.»<br />

O aumento da influência dos<br />

investidores é mais acentuado<br />

entre as indústrias que mais<br />

emitem: 46% dos CEO na<br />

indústria do petróleo e gás e<br />

42% na indústria dos recursos<br />

básicos referem os investidores<br />

como uma influência crítica na<br />

gestão da sustentabilidade. A<br />

elevada pressão dos investidores<br />

para darem prioridade à sustentabilidade<br />

é fundamental nestas<br />

indústrias, que constituem<br />

a maioria das 100 empresas<br />

CAMPANHA<br />

RACE TO ZERO<br />

A Race to Zero é uma<br />

campanha global para<br />

reunir a liderança e apoio<br />

de negócios, cidades,<br />

regiões e investidores para<br />

uma recuperação saudável,<br />

resiliente e com zero<br />

emissões de carbono que<br />

impede futuras ameaças,<br />

cria empregos dignos e<br />

permite um crescimento<br />

inclusivo e sustentável.<br />

Globalmente, 39% dos<br />

CEO afirmam que estão<br />

empenhados na Race To<br />

Zero ou que começarão<br />

a empenhar-se a partir<br />

da COP26. Além disso,<br />

48% dos CEO das maiores<br />

empresas afirmaram<br />

este compromisso.<br />

O sector privado está a postos<br />

à medida que os investidores e<br />

os mercados de capitais se alinham<br />

para uma acção climática<br />

Impulsionados por um maior<br />

reconhecimento do risco sistémico<br />

das alterações climáticas,<br />

os investidores quase<br />

duplicaram a sua importância<br />

enquanto stakeholders fundamentais<br />

na promoção da sustentabilidade<br />

nas prioridades<br />

dos CEO. Actualmente, quase<br />

um em cada três CEO (31%)<br />

refere os investidores como<br />

estando entre os stakeholders<br />

mais influentes para gerir<br />

futuros esforços de sustentabilidade.<br />

Em 2016, este número<br />

era de um em cada cinco CEO<br />

(18%), o que significa que os<br />

investidores passaram de<br />

oitavo para terceiro lugar na<br />

lista de stakeholders.<br />

Os investidores também estão<br />

a incentivar e a impulsionar<br />

acções de sustentabilidade, oferesponsáveis<br />

por quase 70%<br />

das emissões de gases com<br />

efeito de estufa (GEE).<br />

A disrupção climática está a<br />

acelerar a transição para modelos<br />

empresariais mais sustentáveis<br />

para CEO em todas as indústrias<br />

e regiões<br />

Os CEO revelam que se sentem<br />

motivados para transformar<br />

os seus negócios em resposta<br />

a eventos cada vez mais<br />

severos relacionados com o<br />

clima. «Se podemos mudar<br />

os modelos operacionais da<br />

noite para o dia, porque não<br />

podemos fazer o mesmo pela<br />

sustentabilidade? A verdade é<br />

que podemos, só precisamos<br />

de maior urgência», revela<br />

Gimena Peña Malcampo, CEO<br />

da Pier2 Marketing.<br />

A nível mundial, 81% dos<br />

CEO já estão a desenvolver<br />

novos produtos e serviços<br />

alavancando a electrificação,<br />

os materiais sustentáveis e o<br />

design circular. Um em cada<br />

quatro CEO a nível mundial<br />

(24%) está a dar prioridade a<br />

investimentos a curto prazo<br />

no desenvolvimento de novos<br />

produtos sustentáveis. Além<br />

disso, 69% dos CEO a nível<br />

mundial estão a investir em<br />

produção e concepção resistentes<br />

e sustentáveis.<br />

Notavelmente, 86% dos<br />

CEO da indústria automóvel<br />

e de peças – uma das maiores<br />

indústrias transformadoras a<br />

nível mundial – estão a investir<br />

no fabrico sustentável. Os CEO<br />

estão a abraçar ciclos de vida<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 119


LIDERANÇA CLIMÁTICA URGENTE?<br />

de produtos circulares para<br />

guiar os seus modelos de negócio<br />

para uma economia de<br />

zero emissões líquidas. A nível<br />

mundial, quase três em cada<br />

quatro CEO (74%) começaram<br />

a implementar novos modelos<br />

de negócio circulares.<br />

COP26<br />

uma chamada de<br />

atenção para a acção<br />

climática global<br />

As metas climáticas das empresas<br />

continuam desalinhadas<br />

com o nível de ambição delineado<br />

pelo acordo de Paris<br />

Apesar de um número crescente<br />

de metas climáticas<br />

públicas, a grande maioria<br />

dos CEO não está a alinhar<br />

os seus compromissos com a<br />

ciência climática. Segundo<br />

a nossa investigação, 57%<br />

dos CEO acreditam estar a<br />

fazer esforços suficientes para<br />

limitar o aumento global da<br />

temperatura até 1,5 °C acima<br />

dos níveis pré-industriais. No<br />

entanto, apenas 2% destes CEO<br />

validaram os seus objectivos<br />

com a iniciativa “Objectivos<br />

Baseados na Ciência” (SBTi)<br />

em linha com uma trajectória<br />

de aquecimento de 1,5 °C.<br />

Os executivos que estabelecem<br />

metas baseadas na ciência<br />

estão, por sua vez, a ajudar as<br />

suas empresas a atingir objectivos<br />

significativos de redução<br />

de emissões: entre 2015 e<br />

2019, as empresas com a SBTi<br />

reduziram colectivamente as<br />

suas emissões anuais em 25%.<br />

Estes fortes resultados estão<br />

a provocar um crescimento<br />

sem precedentes do número<br />

de membros. Entre Novembro<br />

de 2019 e Outubro de 2021,<br />

529 novas organizações validaram<br />

as suas metas com a<br />

SBTi. Este valor corresponde<br />

a mais do triplo da taxa média<br />

entre 2015 e 2019. Sigve<br />

Brekke, presidente e CEO do<br />

Grupo Telenor, cujas metas<br />

da empresa foram aprovadas<br />

pela SBTi em Maio de 2021,<br />

explica que «compromissos<br />

e metas claras são essenciais<br />

para um maior progresso na<br />

área climática. Com estes,<br />

todos podem ser avaliados<br />

não só por autocomparação,<br />

mas também comparando-se<br />

com os outros.»<br />

Os CEO sentem que as indústrias<br />

estão a negligenciar os ris-<br />

!<br />

APESAR DE<br />

UM NÚMERO<br />

CRESCENTE DE<br />

METAS CLIMÁTICAS<br />

PÚBLICAS, A<br />

GRANDE MAIORIA<br />

DOS CEO NÃO ESTÁ<br />

A ALINHAR OS SEUS<br />

COMPROMISSOS<br />

COM A CIÊNCIA<br />

cos da biodiversidade, prejudicando<br />

as próprias ambições climáticas<br />

e ameaçando um colapso<br />

cataclísmico do ecossistema<br />

Os ecossistemas biológicos<br />

da Terra, acções vitais no<br />

ciclo global do carbono e nos<br />

sistemas meteorológicos,<br />

fornecem um valor estimado<br />

de 30 biliões de euros em<br />

bens e serviços por ano, o<br />

que equivale ao PIB combinado<br />

dos EUA e da China. Os<br />

principais executivos estão<br />

profundamente conscientes do<br />

potencial impacto da perda de<br />

biodiversidade nos negócios.<br />

A preservação de ecossistemas<br />

é uma componente crítica da<br />

mitigação do clima e da protecção<br />

das empresas. Contudo, a<br />

nível global, os CEO ignoraram<br />

largamente a potencial disrupção<br />

da perda da biodiversidade<br />

nos seus negócios. A nível<br />

mundial, apenas um em cada<br />

cinco CEO (21%) vê a perda<br />

de biodiversidade e serviços<br />

de ecossistemas relacionados<br />

como um risco para os seus<br />

negócios. Além disso, apenas<br />

26% dos CEO da América<br />

Latina e das Caraíbas – uma<br />

região que sofreu uma perda de<br />

biodiversidade de 94% desde<br />

1970 – classificam a perda de<br />

120 DEZEMBRO 2021


RESPONSABILIDADE<br />

A NÍVEL MUNDIAL, 81% DOS CEO JÁ ESTÃO A<br />

DESENVOLVER NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS<br />

ALAVANCANDO A ELECTRIFICAÇÃO, OS<br />

MATERIAIS SUSTENTÁVEIS E O DESIGN CIRCULAR<br />

FIGURA 3: MAIS LÍDERES EMPRESARIAIS PRECISAM DE GARANTIR QUE OS SEUS OBJECTIVOS<br />

CLIMÁTICOS NÃO EXC<strong>ED</strong>EM A TRAJECTÓRIA DE AQUECIMENTO DE 1,5 ºC<br />

Até que ponto, enquanto CEO, concordam com as seguintes declarações sobre a acção climática?<br />

interno para as emissões de<br />

GEE, a fim de descarbonizar<br />

adequadamente os seus modelos<br />

de negócio.<br />

biodiversidade como um risco<br />

máximo para os seus negócios.<br />

Os CEO que pensam no futuro<br />

consideram a importância<br />

da protecção da biodiversidade<br />

como um componente<br />

fundamental da agenda climática<br />

antes da COP26. «A<br />

biodiversidade está no topo<br />

da nossa agenda e estamos<br />

continuamente a tentar reduzir<br />

a pegada da nossa actividade<br />

mineira. Devemos colaborar<br />

como indústria para garantir<br />

que continuamos a abordar<br />

a biodiversidade de forma<br />

responsável», declara Hilde<br />

Merete Aasheim, presidente<br />

& CEO da Norsk Hydro ASA.<br />

Os líderes empresariais de<br />

sectores altamente emissores<br />

precisam de agir de forma mais<br />

arrojada e mais rápida para enfrentar<br />

os impactos das alterações<br />

climáticas<br />

A acção climática não pode<br />

ser bem-sucedida sem o apoio<br />

de líderes empresariais de<br />

indústrias altamente emissoras<br />

– como a construção<br />

e os materiais, bem como os<br />

recursos básicos. Os líderes<br />

destas indústrias não estão<br />

a aproveitar a importância<br />

que têm.<br />

Os líderes empresariais de<br />

sectores altamente emissores<br />

não estão a fazer avançar a<br />

sua acção climática com a<br />

rapi<strong>dez</strong> necessária. Até à data,<br />

apenas 38% dos CEO dos sectores<br />

com maiores emissões<br />

dizem já ter estabelecido,<br />

ou planear estabelecer, um<br />

objectivo de zero emissões<br />

líquidas validado pela SBTi<br />

dentro do próximo ano.<br />

Para além da fixação de<br />

objectivos, as empresas com<br />

elevadas emissões não estão<br />

suficientemente preparadas<br />

para avançar significativamente<br />

nos esforços de mitigação.<br />

Globalmente, apenas<br />

11% destes CEO afirmam es-<br />

OS CEO QUE<br />

PENSAM<br />

NO FUTURO<br />

CONSIDERAM A<br />

IMPORTÂNCIA DA<br />

PROTECÇÃO DA<br />

BIODIVERSIDADE<br />

COMO UM<br />

COMPONENTE<br />

FUNDAMENTAL<br />

DA AGENDA<br />

tar num estado avançado na<br />

transição para o afastamento<br />

de bens e operações de carbono<br />

intensivo.<br />

Apenas 12% estão numa fase<br />

avançada de abrandamento dos<br />

investimentos em combustíveis<br />

fósseis; e apenas 7% dos<br />

CEO de indústrias altamente<br />

emissoras fixaram um preço<br />

Os CEO afirmam que o nível de<br />

colaboração entre concorrentes<br />

ao nível da acção climática não<br />

é suficiente, mas estão abertos<br />

a trabalhar em conjunto<br />

O desafio climático é demasiado<br />

complexo para que<br />

qualquer empresa o possa<br />

resolver sozinha. Qualquer<br />

resposta significativa exige<br />

parcerias fortes dentro e<br />

através de cadeias de valor<br />

para soluções de escala. Como<br />

Peter Zaffino, presidente e<br />

director-executivo do American<br />

International Group,<br />

observa, «as parcerias são<br />

fundamentais para uma acção<br />

de sustentabilidade à escala.<br />

Precisamos que as empresas<br />

partilhem entre si as melhores<br />

práticas para impulsionar a<br />

necessária acção global.»<br />

Enquanto que as empresas<br />

individuais devem assumir as<br />

suas transformações, as indústrias<br />

e cadeias de valor devem<br />

trabalhar em colaboração<br />

para permitir tanto a transformação<br />

a nível da empresa<br />

como a nível da indústria. A<br />

nível global, menos de metade<br />

dos CEO (49%) dizem estar<br />

envolvidos em consórcios ou<br />

iniciativas intersectoriais<br />

sobre redução de GEE. No<br />

entanto, notavelmente, 77%<br />

dos CEO reportam níveis mais<br />

elevados de participação em<br />

iniciativas transsectoriais de<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 121


LIDERANÇA CLIMÁTICA URGENTE?<br />

redução de GEE na indústria<br />

das utilities.<br />

PLANO DE NEGÓCIOS<br />

acelerar a mitigação, a<br />

adaptação e a resiliência<br />

do clima<br />

A crise climática está a ultrapassar<br />

a velocidade a que<br />

os líderes empresariais estão<br />

a transitar para modelos de<br />

zero emissões líquidas<br />

A mensagem dos principais<br />

executivos é clara. Os CEO<br />

que não estão a mudar para<br />

modelos de negócio de zero<br />

emissões líquidas estão a<br />

colocar as suas empresas em<br />

risco. Enquanto 65% dos CEO<br />

a nível mundial afirmam que<br />

já começaram a avançar com<br />

modelos de negócio e soluções<br />

zero emissões líquidas, quase<br />

metade destes CEO (45%) descrevem<br />

os seus esforços nesta<br />

área como apenas “básicos”.<br />

As empresas com receitas<br />

anuais superiores a mil milhões<br />

de euros estão mais adiantadas<br />

no seu percurso. Ou seja,<br />

78% dos CEO das maiores<br />

empresas do mundo dizem<br />

ter começado a avançar com<br />

modelos de negócio e soluções<br />

de zero emissões líquidas, em<br />

comparação com 61% dos CEO<br />

das empresas mais pequenas<br />

(menos de 22 milhões de euros<br />

em receitas anuais).<br />

A mudança para modelos<br />

de negócio de zero emissões<br />

líquidas continua também a<br />

estar num nível básico para<br />

as empresas dos sectores com<br />

maiores emissões. Ou seja,<br />

73% destes CEO declaram<br />

estar a avançar com modelos<br />

de negócios e soluções de zero<br />

emissões líquidas, no entanto<br />

OS CEO ESTÃO A DIVERSIFICAR A<br />

PEGADA DOS SEUS PRODUTOS E<br />

MÃO-DE-OBRA PARA MELHORAR A<br />

RESILIÊNCIA E MINIMIZAR O RISCO<br />

46% destas empresas estão<br />

num nível básico de preparação.<br />

Miguel Stilwell d’Andrade,<br />

CEO da <strong>ED</strong>P e da <strong>ED</strong>P Renováveis,<br />

sublinha a importância<br />

de garantir que todos os CEO<br />

definam um target de zero<br />

emissões líquidas nos seus<br />

negócios. «Quando falamos<br />

de zero emissões líquidas, é<br />

zero emissões líquidas globais.<br />

Todas as diferentes regiões<br />

e países do mundo precisam<br />

de passar para zero emissões<br />

líquidas em conjunto.»<br />

Os CEO lutam para gerir as<br />

emissões de GEE scope 3 devido<br />

a cadeias de valor com falta<br />

de transparência e desafios<br />

na monitorização<br />

Globalmente, os CEO estão a<br />

lutar para gerir as emissões de<br />

GEE de scope 3: enquanto que<br />

55% começaram a avaliar e a<br />

comunicar as suas emissões<br />

de GEE de scope 3, apenas<br />

16% de todos os CEO o fazem<br />

a um nível avançado. Debbie<br />

Crosbie, CEO do TSB Bank,<br />

explica que «o nosso maior<br />

desafio na transição para uma<br />

economia de carbono zero é que<br />

a maioria das nossas emissões<br />

de scope 3 provém de casas<br />

para as quais autorizámos<br />

créditos à habitação».<br />

Os CEO dizem que os dados<br />

limitados de ESG ao longo da<br />

cadeia de valor são um grande<br />

obstáculo ao progresso na<br />

gestão das emissões. Mais<br />

de metade dos CEO a nível<br />

mundial (63%) afirmam que a<br />

dificuldade em medir os dados<br />

de ESG ao longo da cadeia de<br />

valor é um obstáculo à sustentabilidade<br />

na sua indústria.<br />

Este desafio é mais pronunciado<br />

para os CEO de empresas<br />

122 DEZEMBRO 2021


CAMINHO<br />

POUCAS EMPRESAS LÍDERES ESTÃO A<br />

MAXIMIZAR O POTENCIAL DA PROTECÇÃO DA<br />

BIODIVERSIDADE PARA FAZER AVANÇAR MODELOS<br />

DE NEGÓCIOS DE ZERO EMISSÕES LÍQUIDAS<br />

com receitas anuais superiores<br />

a mil milhões de euros: 48%<br />

deles afirmam que o alargamento<br />

da sua estratégia de<br />

sustentabilidade ao longo<br />

da cadeia de abastecimento<br />

é um grande obstáculo, em<br />

comparação com apenas 33%<br />

dos CEO de empresas com<br />

receitas anuais inferiores a<br />

22 milhões de euros.<br />

Os CEO estão a reformular as<br />

suas operações e a sua força de<br />

trabalho para criar resiliência<br />

contra eventos relacionados<br />

com o clima<br />

Os CEO estão a diversificar<br />

a pegada dos seus produtos e<br />

mão-de-obra para melhorar<br />

a resiliência e minimizar o<br />

risco de eventos relacionados<br />

com o clima. 64% dos CEO a<br />

nível mundial estão a diversificar<br />

o input de materiais em<br />

produtos e operações e 63%<br />

já começaram a diversificar<br />

geograficamente a sua mão-<br />

-de-obra e operações. Contudo,<br />

as empresas têm mais espaço<br />

para se desenvolverem, uma<br />

vez que apenas 12% e 22%<br />

atingiram níveis avançados<br />

de preparação em ambas as<br />

frentes, respectivamente. A<br />

diversificação geográfica, em<br />

muitos casos, significa uma<br />

mudança para modelos mais<br />

locais de produção e consumo.<br />

Os CEO estão também a<br />

abraçar o desenvolvimento<br />

de produtos circulares para<br />

diversificar ainda mais a sua<br />

produção de materiais e aumentar<br />

a sua resiliência. A<br />

Royal KPN N.V., por exemplo,<br />

descobriu que o seu programa<br />

de circularidade desenvolveu<br />

a sua agenda de sustentabilidade<br />

e permitiu à empresa<br />

proteger o seu negócio de<br />

choques no fornecimento. Joost<br />

FIGURA 4: A MAIORIA DOS LÍDERES EMPRESARIAIS TEM<br />

UM NÍVEL DE PREPARAÇÃO BÁSICO NA TRANSIÇÃO PARA<br />

MODELOS DE NEGÓCIOS COM ZERO EMISSÕES LÍQUIDAS<br />

Quão preparada está a sua empresa para desenvolver modelos de negócios<br />

e soluções de zero emissões líquidas?<br />

!<br />

A MUDANÇA PARA<br />

MODELOS DE<br />

NEGÓCIO DE ZERO<br />

EMISSÕES LÍQUIDAS<br />

CONTINUA TAMBÉM<br />

A ESTAR NUM NÍVEL<br />

BÁSICO PARA AS<br />

EMPRESAS DOS<br />

SECTORES<br />

COM MAIORES<br />

EMISSÕES<br />

Farwerck, CEO & presidente<br />

do Conselho de Administração,<br />

afirma: «O nosso programa de<br />

circularidade é parcialmente<br />

uma salvaguarda contra a<br />

escassez de material e riscos<br />

geopolíticos na nossa cadeia<br />

de fornecimento. Ao recolher<br />

equipamentos antigos dos nossos<br />

clientes, podemos reduzir<br />

a dependência de matérias-<br />

-primas estrangeiras.»<br />

Os CEO sentem que só agora<br />

começaram a avançar com soluções<br />

baseadas na natureza para<br />

criar empresas mais resilientes<br />

O Programa das Nações Unidas<br />

para o Ambiente (UNEP)<br />

revela que as soluções baseadas<br />

na natureza são opções de<br />

baixo custo que reduzem os<br />

riscos climáticos, restauram<br />

e protegem a biodiversidade,<br />

e trazem benefícios para as<br />

comunidades e economias.<br />

Enquanto 46% dos CEO a<br />

nível mundial começaram a<br />

explorar soluções baseadas na<br />

natureza, apenas 7% estão a<br />

utilizá-las a um nível avançado.<br />

O duplo impacto das soluções<br />

baseadas na natureza como<br />

táctica de mitigação e como<br />

alavanca para criar resiliência<br />

contra as alterações climáticas<br />

representa uma oportunidade<br />

de investimento inestimável,<br />

revelam os CEO.<br />

Poucas empresas líderes<br />

estão a maximizar o potencial<br />

da protecção da biodiversidade<br />

para fazer avançar modelos<br />

de negócios de zero emissões<br />

líquidas. Por exemplo, a empresa<br />

brasileira de cosméticos<br />

Natura – uma das quatro<br />

marcas do grupo de beleza<br />

global Natura &Co – opera<br />

uma gama “Ekos” com fórmulas<br />

feitas com compostos<br />

bioactivos puros da floresta<br />

tropical amazónica. O modelo<br />

preserva actualmente<br />

dois milhões de hectares de<br />

terra na Amazónia, uma área<br />

equivalente a metade dos<br />

Países Baixos, e tem como<br />

objectivo preservar três milhões<br />

de hectares até 2030.<br />

A empresa pretende expandir<br />

o seu alcance de 33 para 40<br />

comunidades fornecedoras<br />

e aumentar os fluxos de receitas<br />

com a utilização de 55<br />

bioingredientes, a partir dos<br />

38 actuais.<br />

Os CEO revelam que ainda<br />

não implementaram medidas<br />

para mitigar a disrupção na força<br />

de trabalho e assegurar uma<br />

transição justa<br />

Embora os principais CEO<br />

tenham noção da inevitável<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 123


LIDERANÇA CLIMÁTICA URGENTE?<br />

transformação da força de<br />

trabalho, muitos não estão<br />

tão concentrados nos riscos.<br />

Menos de um em cada cinco<br />

CEO a nível mundial considera<br />

o aumento das desigualdades<br />

sociais entre a força de trabalho<br />

(19%) como um risco máximo,<br />

devido aos impactos físicos<br />

das alterações climáticas.<br />

Apenas 16% consideram as<br />

oportunidades reduzidas para<br />

trabalhadores, sindicatos e<br />

comunidades locais como<br />

um risco de topo.<br />

A transição para uma economia<br />

de zero emissões líquidas<br />

pode levar à alienação<br />

e deslocamento de pessoas<br />

dependentes de indústrias<br />

altamente emissoras. Segundo<br />

a Organização Internacional<br />

do Trabalho (OIT),<br />

as alterações climáticas e a<br />

degradação ambiental podem<br />

pôr em risco quase 1,2 mil<br />

milhões de empregos, o que<br />

constitui 40% da força de<br />

trabalho global.<br />

Os CEO não estão a responder<br />

a este risco iminente com<br />

urgência. Apenas metade dos<br />

CEO a nível mundial (50%)<br />

implementaram redes de segurança<br />

social para proteger<br />

a sua força de trabalho de<br />

riscos significativos relacionados<br />

com o clima. Além<br />

disso, menos de metade dos<br />

CEO a nível mundial (47%)<br />

estão a investir em empregos<br />

verdes para cumprir a<br />

Agenda 2030 e o Acordo de<br />

Paris. Os principais CEO<br />

reconhecem a importância<br />

A TRANSIÇÃO PARA<br />

UMA ECONOMIA<br />

DE ZERO EMISSÕES<br />

LÍQUIDAS PODE<br />

LEVAR À ALIENAÇÃO<br />

E DESLOCAMENTO<br />

DE PESSOAS<br />

DEPENDENTES<br />

DE INDÚSTRIAS<br />

ALTAMENTE<br />

EMISSORAS<br />

destes investimentos, como<br />

observa Anna Borg, presidente<br />

e CEO da Vattenfall: «Não<br />

podemos impedir o mundo<br />

de progredir na transição<br />

da sustentabilidade. Temos<br />

de garantir que nos requalificamos<br />

para os empregos<br />

do futuro.»<br />

Mais importante ainda<br />

tendo em conta o seu nível de<br />

transformação, 51% das empresas<br />

em indústrias altamente<br />

emissoras estão a investir em<br />

empregos verdes. As empresas<br />

devem apoiar uma transição<br />

justa, e construir uma protecção<br />

social, investindo em<br />

empregos verdes e dignos e<br />

reciclando e requalificando<br />

os trabalhadores e as comunidades<br />

mais afectadas pela<br />

mudança para uma economia<br />

de baixo carbono. Os CEO não<br />

são os únicos responsáveis<br />

pela estabilidade da força de<br />

trabalho, mas reconhecem o<br />

seu papel na preservação de<br />

uma transição justa. Enquanto<br />

que os líderes empresariais<br />

trabalham para requalificar a<br />

sua força de trabalho, os CEO<br />

afirmam que os governos<br />

devem criar um ambiente<br />

para a adaptação dos colaboradores.<br />

Ao mesmo tempo,<br />

os trabalhadores devem agir<br />

face a estas oportunidades.<br />

TECNOLOGIA<br />

irá definir a<br />

próxima fronteira<br />

da acção climática<br />

Os CEO acreditam que a tecnologia<br />

é o principal impulsionador<br />

de novos modelos de negócio<br />

e irá desbloquear o futuro<br />

da descarbonização da indústria<br />

A tecnologia está fundamentalmente<br />

a transformar<br />

124 DEZEMBRO 2021


ADAPTAÇÃO<br />

ENQUANTO QUE OS LÍDERES EMPRESARIAIS TRABALHAM<br />

PARA REQUALIFICAR A SUA FORÇA DE TRABALHO, OS<br />

CEO OBSERVAM QUE OS GOVERNOS DEVEM CRIAR UM<br />

AMBIENTE PARA A ADAPTAÇÃO DOS COLABORADORES<br />

44% dos CEO dizem que a<br />

tecnologia de twin digital<br />

terá um impacto significativo<br />

na sustentabilidade da sua<br />

indústria nos próximos cinco<br />

anos; é de notar que, 65% dos<br />

CEO do sector imobiliário<br />

concordam com essa avaliação.<br />

David Briggs, CEO do Grupo<br />

VELUX, observa como os<br />

twins digitais já estão a apoiar<br />

a sustentabilidade na sua inmodelos<br />

de negócio e está<br />

também a introduzir indústrias<br />

inteiramente novas nos<br />

esforços para acelerar a descarbonização<br />

global. Como<br />

explica Christian Klein, CEO<br />

e membro do Conselho Executivo<br />

da SAP SE, «a tecnologia<br />

pode ajudar a enfrentar<br />

alguns dos mais profundos<br />

desafios ambientais, económicos<br />

e sociais do nosso<br />

tempo à escala. Permite-nos<br />

converter os maiores desafios<br />

nas maiores oportunidades<br />

e tornar a sustentabilidade<br />

rentável e a rentabilidade<br />

sustentável.» Os avanços nas<br />

tecnologias desde a inteligência<br />

artificial (IA) e a Internet<br />

of Things (IoT) até à gestão da<br />

cloud estão a forçar os CEO<br />

a subir a fasquia das ambições<br />

climáticas.<br />

Os líderes reconhecem<br />

que, embora a tecnologia<br />

não seja uma solução mágica<br />

isoladamente, é um poderoso<br />

potenciador de uma acção<br />

climática reforçada. Manon<br />

van Beek, CEO da TenneT TSO<br />

B.V., explica que «a inovação<br />

é mais do que apenas desenvolver<br />

tecnologia; trata-se<br />

de combinar as tecnologias<br />

certas, no momento certo,<br />

no lugar certo».<br />

FIGURA 5: A TECNOLOGIA PROMETE ACELERAR SIGNIFICATIVAMENTE O FUTURO DAS CADEIAS<br />

DE ABASTECIMENTO SUSTENTÁVEIS NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS<br />

Quais as soluções tecnológicas que terão impacto significativo na sustentabilidade do vosso sector nos próximos cinco anos?<br />

A investigação inovadora e as<br />

iniciativas de desenvolvimento<br />

prometem um progresso considerável<br />

da sustentabilidade<br />

seguinte, revelam os CEO<br />

Actualmente, mais de três<br />

quartos dos CEO a nível mundial<br />

(77%) estão a promover<br />

investigação e desenvolvimento<br />

centrados na sustentabilidade<br />

– da concepção do produto à<br />

selecção dos materiais. «O<br />

futuro promete condução<br />

autónoma, casas inteligentes<br />

e cidades inteligentes. Para<br />

tornar este futuro possível,<br />

vamos continuar a investir<br />

pró-activamente na inovação e<br />

na infra-estrutura tecnológica<br />

subjacente», declara Toshiki<br />

Kawai, director representativo,<br />

presidente & CEO da Tokyo<br />

Electron Limited.<br />

As empresas líderes também<br />

representam virtualmente<br />

activos que utilizam a tecnologia<br />

de twin digital para<br />

reimaginar oportunidades de<br />

incorporação da sustentabilidade<br />

no início da concepção<br />

de produtos. A nível mundial,<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 125


LIDERANÇA CLIMÁTICA URGENTE?<br />

dústria. «A digitalização está<br />

aqui, agora é uma questão de<br />

adopção. Cada edifício deve<br />

ter um twin digital para nos<br />

ajudar a compreender como<br />

substituímos, reutilizamos e<br />

reciclamos componentes ao<br />

longo de todo o ciclo de vida<br />

de um edifício.»<br />

Para conseguirem cumprir a<br />

promessa da tecnologia, os CEO<br />

dizem que devem ultrapassar<br />

as limitações de acessibilidade<br />

e conhecimento<br />

Aproveitar todo o potencial<br />

da tecnologia para resolver<br />

o desafio climático exige a<br />

redução de custos. Mais de metade<br />

dos CEO a nível mundial<br />

(54%) citam a acessibilidade<br />

das tecnologias disponíveis<br />

como um importante obstáculo<br />

aos seus esforços de<br />

sustentabilidade no seu sector.<br />

Como observa a Anish Shah,<br />

directora-geral e CEO da<br />

Mahindra & Mahindra Ltd.,<br />

«duas áreas irão definir o<br />

progresso da sustentabilidade<br />

global para as pessoas,<br />

as empresas e o planeta: o<br />

fluxo de tecnologia e o fluxo<br />

de capital».<br />

Além disso, a falta de conhecimentos<br />

de tecnologia impede<br />

os CEO de obter ganhos de<br />

sustentabilidade. Mais de<br />

metade dos CEO a nível mundial<br />

(53%) afirmam que têm<br />

dificuldade em compreender<br />

quais as tecnologias que podem<br />

melhorar o seu desempenho<br />

em matéria de sustentabilidade.<br />

Os CEO de empresas<br />

mais pequenas são travados<br />

desproporcionadamente por<br />

limitações nos conhecimento:<br />

58% dos CEO de empresas<br />

com menos de 22 milhões de<br />

euros em receitas anuais têm<br />

dificuldade em compreender<br />

quais as tecnologias a utilizar<br />

para melhorar os seus esforços<br />

de sustentabilidade – em<br />

comparação com 43% dos<br />

CEO de empresas com mais<br />

de mil milhões de euros em<br />

receitas anuais.<br />

O CAMINHO PARA 2030<br />

o que é que as empresas<br />

precisam por parte dos<br />

decisores políticos<br />

Alinhar contributos determinados<br />

nacionalmente (CDN)<br />

para a trajectória de aquecimento<br />

de 1,5 °C<br />

Globalmente, os CEO esperam<br />

que os governos e decisores<br />

políticos alinhem os seus<br />

CND com uma trajectória de<br />

aquecimento de 1,5 °C para<br />

melhor compreenderem as<br />

ambições climáticas nas suas<br />

próprias empresas. 62% dos<br />

CEO – e 66% dos CEO das<br />

maiores empresas mundiais<br />

– afirmam apoiar a redução<br />

do aquecimento global de<br />

um aumento de 2 °C para<br />

um aumento de 1,5 °C acima<br />

dos níveis pré-industriais, de<br />

acordo com as recomendações<br />

do Painel Intergovernamental<br />

sobre Alterações Climáticas<br />

da ONU.<br />

Os CEO procuram aproveitar<br />

“loops de ambição”, um ciclo<br />

36% DOS CEO E 47% DOS CEO DAS<br />

MAIORES EMPRESAS P<strong>ED</strong>EM AOS<br />

RESPONSÁVEIS POLÍTICOS QUE<br />

RATIFIQUEM O ARTIGO 6 DO ACORDO<br />

DE PARIS NAS NEGOCIAÇÕES DA COP26<br />

de feedback positivo em que<br />

a acção do sector privado e<br />

as políticas governamentais<br />

se reforçam mutuamente.<br />

Por exemplo, a recente Ordem<br />

Executiva sobre Risco<br />

Financeiro Relacionado com<br />

o Clima do Governo dos EUA<br />

introduziu uma obrigação para<br />

os principais fornecedores<br />

federais estabeleceram um<br />

objectivo baseado na ciência.<br />

À medida que o mundo continua<br />

a combater a pandemia<br />

126 DEZEMBRO 2021


APOIO<br />

APENAS 18% DOS CEO SENTEM HOJE QUE OS<br />

GOVERNOS E DECISORES POLÍTICOS LHES<br />

DERAM A CLAREZA NECESSÁRIA PARA MELHOR<br />

RECUPERAREM DA PANDEMIA DE COVID-19<br />

do coronavírus enquanto a<br />

realidade climática se intensifica,<br />

os CND mais fortes<br />

podem ajudar as empresas a<br />

alinhar os seus próprios modelos<br />

de negócio – que estão<br />

actualmente sob mudanças<br />

dramáticas – para se alinharem<br />

com uma trajectória de 1,5<br />

°C. No entanto, apenas 18%<br />

dos CEO sentem hoje que os<br />

governos e decisores políticos<br />

lhes deram a clareza necessária<br />

para melhor recuperarem da<br />

pandemia de COVID-19 em<br />

linha com uma trajectória de<br />

aquecimento de 1,5 °C. Segundo<br />

o último relatório síntese<br />

dos CDN da United Nations<br />

Framework Convention on<br />

Climate Change (UNFCCC),<br />

os planos actuais levarão a um<br />

aquecimento de 2,7 °C acima<br />

dos níveis pré-industriais.<br />

Reforçar a cooperação global<br />

em mecanismos de fixação de<br />

preços de carbono alinhados<br />

com o acordo de Paris<br />

Globalmente, 36% dos CEO<br />

– e 47% dos CEO das maiores<br />

empresas – pedem aos responsáveis<br />

políticos que ratifiquem<br />

o Artigo 6 do Acordo de Paris<br />

nas negociações da COP26; o<br />

artigo relativo à cooperação<br />

internacional, mercados de<br />

carbono e mecanismos de<br />

crédito de carbono para ajudar<br />

as indústrias a transitarem<br />

para zero emissões líquidas.<br />

Além disso, 39% dos CEO dos<br />

sectores com maiores emissões<br />

a nível mundial apelam aos<br />

decisores políticos para que<br />

ratifiquem o Artigo 6.<br />

Para os CEO, o alinhamento<br />

dos instrumentos de fixação<br />

de preços de carbono criará<br />

um ambiente mais estável<br />

e previsível para incentivar<br />

soluções de redução de emissões.<br />

Ao mesmo tempo, os<br />

líderes empresariais apelam<br />

a um mercado justo e global<br />

para o carbono, a fim de assegurar<br />

a responsabilização.<br />

A finalização das regras dos<br />

mecanismos do mercado<br />

internacional ao abrigo do<br />

Artigo 6 do Acordo de Paris<br />

proporcionará o apoio necessário<br />

para que se consiga<br />

minimizar a fuga de carbono,<br />

em paralelo com a criação de<br />

condições mais equitativas<br />

em todas as indústrias.<br />

Estabelecer normas comuns<br />

para a protecção da biodiversidade<br />

e vias para soluções baseadas<br />

na natureza<br />

Os líderes empresariais estão<br />

também a apelar a quadros<br />

abrangentes e normas de relatórios<br />

sobre biodiversidade<br />

para melhor avaliar o impacto<br />

das suas operações. A nível<br />

mundial, menos de um em cada<br />

cinco CEO (21%) reconhece<br />

a perda de biodiversidade e<br />

de serviços de ecossistemas<br />

relacionados – como a acidificação<br />

oceânica, o colapso da<br />

polinização e a redistribuição<br />

de espécies marinhas – como<br />

um risco para o seu negócio<br />

ou indústria.<br />

Em comparação com quadros<br />

de redução de emissões<br />

e normas de desempenho, a<br />

avaliação do impacto sobre a<br />

biodiversidade continua a ser<br />

incipiente. Contudo, mais de<br />

40 biliões de euros de valor<br />

económico – mais de metade<br />

do PIB global – está moderada<br />

ou altamente dependente da<br />

natureza, reforçando a gravidade<br />

do desafio.<br />

Os investimentos em soluções<br />

baseadas na natureza<br />

não são viáveis apenas para<br />

o sector privado.<br />

Os governos devem encorajar<br />

mecanismos inovadores para<br />

incentivar as empresas a aumentar<br />

a escala das soluções<br />

baseadas na natureza à medida<br />

que os bancos multilaterais de<br />

desenvolvimento e os países<br />

aumentam o financiamento<br />

da adaptação.<br />

Aumentar o envolvimento<br />

empresarial na formação de<br />

políticas climáticas para uma<br />

acção climática colaborativa<br />

Tanto os governos como os<br />

decisores políticos precisam<br />

de envolver o sector privado<br />

mais pró-activamente em<br />

soluções climáticas, desde os<br />

ganhos a curto prazo até aos<br />

compromissos a longo prazo.<br />

Apenas 30% dos CEO a nível<br />

mundial dizem acreditar que<br />

os governos têm uma boa<br />

noção da opinião empresarial<br />

sobre políticas climáticas. A<br />

colaboração entre o Governo<br />

e as empresas em áreas como<br />

sistemas de aquisição, planeamento<br />

e desenvolvimento de<br />

infra-estruturas ecológicas<br />

pode proporcionar inovação<br />

e transição aceleradas. Por<br />

exemplo, na Europa, os governos<br />

e uma parceria empresarial<br />

no Mar do Norte poderiam<br />

desenvolver capacidades de<br />

partilha de energias renováveis<br />

em múltiplos países pela<br />

primeira vez.<br />

Os CEO querem partilhar os<br />

seus conhecimentos, inovações<br />

e soluções climáticas à escala,<br />

através de políticas que reduzam<br />

as emissões para metade<br />

até 2030 e alcancem um nível<br />

de zero emissões líquidas até<br />

2050, em conformidade com<br />

o Acordo de Paris.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 127


SIGA AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS<br />

INTERNACIONAIS DE GESTÃO<br />

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O fim está próximo<br />

O FIM. QUEM DISSE QUE O FIM<br />

ERA SEMPRE TRISTE, ESQUECEU<br />

O FIM DE TODAS AS DORES<br />

POR :<br />

José Miguel Leonardo<br />

CEO<br />

Randstad Portugal<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 129


O FIM ESTÁ PRÓXIMO<br />

O fim da pandemia<br />

seria por exemplo um<br />

bom fim, mas o fim<br />

de uma relação, seja ela qual<br />

for, é sempre um mau final.<br />

O fim pode ser o pior ou o<br />

melhor dos nossos dias.<br />

2021 está perto do fim e<br />

podemos olhar para ele, agora<br />

que está prestes a terminar,<br />

com bons olhos ou depositando<br />

em 2022 tudo o que ficou por<br />

fazer. Não deixa de ser uma<br />

injustiça para os meses que se<br />

seguem. A responsabilidade de<br />

atingirem tudo o que ficou por<br />

alcançar, como se partissem<br />

já atrasados, quando estão<br />

a tempo, ou melhor, no seu<br />

tempo. Se querem que vos<br />

diga, esta coisa de culpar os<br />

anos parece-me tudo desculpas,<br />

2021 não tem culpa<br />

e 2022 também não vem já<br />

rotulado como um mau ou um<br />

bom ano, é mais um livro em<br />

branco. A culpa do que vai ser<br />

é sempre nossa, partilhada ou<br />

isolada, será com certeza uma<br />

mistura de sorte e azar, assim<br />

como justiças e injustiças.<br />

Mas nestes últimos 365 dias<br />

tenho a certeza que existiram<br />

sorrisos, algumas gargalhadas,<br />

surpresas e até momentos em<br />

que os olhos brilharam. E<br />

não interessa a quantidade,<br />

interessa sim garantir que<br />

estes são os que ficam, que o<br />

ESTE PODER, OU MELHOR, ESTE<br />

SUPER PODER DEVE SER AQUELE<br />

QUE NÃO ABDICAMOS, ACR<strong>ED</strong>ITANDO<br />

SEMPRE QUE SOMOS MUITO MAIS<br />

DO QUE APENAS CRONOLOGIA<br />

nosso álbum de recordações<br />

guarda todas estas fotografias<br />

sem filtro, com uma nota de<br />

rodapé para as aprendizagens<br />

adquiridas. Porque quando o<br />

coração encolheu, as lágrimas<br />

correram ou o mundo pareceu<br />

pesar nas nossas costas,<br />

soubemos reagir, soubemos<br />

andar para a frente e ganhar<br />

coragem para que o fim deste<br />

ano seja não mais do que um<br />

dia que se deixa acabar, para<br />

que outro comece.<br />

As empresas são bons exemplos<br />

destes ciclos. Começam o<br />

ano com objectivos traçados<br />

e depois navegam, podendo<br />

deixar-se levar pelo vento ou<br />

tomar conta do seu destino,<br />

ajustando planos, remando<br />

contra as tempestades mas<br />

sempre com a visão de um<br />

destino. Um destino que pode<br />

até chegar antes do fim, mas<br />

que não termina com a viagem,<br />

onde já se consegue sonhar<br />

com a próxima paragem,<br />

mantendo sempre a vontade<br />

de navegar.<br />

Se o princípio do ano nos<br />

motiva, o fim não nos deve<br />

desmoronar. Deve ser uma<br />

celebração, uma aprendizagem<br />

quando não há espaço<br />

para o sucesso, um legado<br />

que não nos retira os olhos<br />

do futuro, mas que não se<br />

esquece no presente. Chegar<br />

ao fim é também ganhar um<br />

momento de balanço, em que<br />

não só paramos para planear<br />

e desenhar novas estratégias,<br />

como paramos. Paramos e<br />

respiramos. Respiramos não<br />

no meio da loucura do dia-a-<br />

-dia, mas parados a inspirar<br />

e expirar. Precisamos de o<br />

fazer. Fechar os olhos e curar<br />

as feridas, retocar algumas<br />

imprecisões e dar energia a<br />

todos os que estão ao nosso<br />

lado. Reconhecer o que fizemos<br />

e brindar connosco próprios,<br />

reconhecer o que fizemos bem<br />

e acreditar.<br />

Amanhã começa um novo<br />

ano. O príncipio a seguir ao<br />

dia do fim. Começa o novo,<br />

o que é ao mesmo tempo refrescante,<br />

revigorante e cheio<br />

de promessas e sonhos para<br />

cumprir muitos deles ainda<br />

desenhados no que terminou,<br />

mas agora que estamos no<br />

princípio parece mais fácil<br />

de conseguir. Começar ou<br />

recomeçar precisa de um<br />

propósito, um plano para que<br />

sejam mais os dias que não<br />

queremos que cheguem ao fim<br />

do que os que insistimos em<br />

terminar mais cedo.<br />

Se querem que vos diga, acho<br />

que valorizamos demasiado<br />

o princípio e o fim. Vivemos<br />

intensamente a angústia e a<br />

alegria do calendário como<br />

se dominassem o tempo, mas<br />

não dominamos. O que está<br />

no nosso poder é a capacidade<br />

de decidir o princípio e<br />

o fim, o nosso propósito e o<br />

que nos faz feliz. Este poder,<br />

ou melhor, este super poder<br />

deve ser aquele que não abdicamos,<br />

acreditando sempre<br />

que somos muito mais do que<br />

apenas cronologia.<br />

130 DEZEMBRO 2021


Transformação<br />

da força de<br />

trabalho através<br />

da “Grande<br />

Iluminação”<br />

ENCORAJADOS E<br />

MOTIVADOS, OS<br />

TRABALHADORES<br />

PROCURAM NOVAS<br />

CONDIÇÕES<br />

Não há dúvida de<br />

que a pandemia levou<br />

a uma abundância<br />

de dinâmicas inesperadas.<br />

Despedimentos em massa a<br />

nível mundial, seguidos de<br />

um aumento nas contratações<br />

em muitos mercados, levaram<br />

as pessoas a uma montanha-<br />

-russa económica nos últimos<br />

dois anos. Ao mesmo tempo,<br />

porém, os desafios da CO-<br />

VID-19 revelaram a resiliência<br />

dos trabalhadores em todo o<br />

lado, apesar das dificuldades<br />

e desafios que enfrentaram e<br />

continuam a enfrentar durante<br />

este tempo.<br />

Ao longo deste período, a<br />

nossa pesquisa Workmonitor<br />

revelou uma variedade<br />

de sentimentos dignos de<br />

nota entre a força de trabalho<br />

global. Por exemplo,<br />

no início da pandemia, os<br />

inquiridos disseram-nos que<br />

se sentiram apoiados pelos<br />

seus empregadores mesmo<br />

quando os locais de trabalho<br />

foram encerrados e os despedimentos<br />

aumentaram em<br />

muitos mercados de trabalho.<br />

Mais tarde, um forte desejo<br />

de regressar à normalidade<br />

foi acompanhado por um<br />

sentimento de optimismo.<br />

Na nossa última pesquisa,<br />

outra tendência surpreendente<br />

surgiu na sequência<br />

da “Grande Demissão”: a<br />

“Grande Iluminação”.<br />

Descobrimos que apesar da<br />

perturbação e incerteza sem<br />

precedentes provocadas pela<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 131


TRANSFORMAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO<br />

ATRAVÉS DA “GRANDE ILUMINAÇÃO”<br />

pandemia, os trabalhadores<br />

de todo o mundo parecem<br />

mais seguros do que querem<br />

nas suas vidas e carreiras. As<br />

preocupações e inconvenientes<br />

por eles sofridos alteraram<br />

profundamente as suas perspectivas<br />

e desejos. Ser dono<br />

do seu destino, quer no local<br />

de trabalho quer em casa,<br />

tornou-se a característica<br />

que define a mão-de-obra<br />

pós-pandémica.<br />

Independentemente do<br />

sexo, habilitações, ou idade,<br />

os inquiridos dizem que estão<br />

mais esclarecidos e motivados<br />

em resultado do que aconteceu<br />

à sua volta. Encorajados por<br />

esses sentimentos, procuram<br />

novas condições nos empregadores.<br />

Entre as exigências que<br />

os trabalhadores procuram:<br />

mais flexibilidade no emprego,<br />

melhor compensação e melhor<br />

qualificação para os ajudar<br />

a permanecerem relevantes<br />

num mercado de trabalho em<br />

rápida evolução.<br />

Durante este período de extrema<br />

disrupção da economia<br />

global, a mudança de sentimentos<br />

dos trabalhadores tem<br />

implicações de grande alcance<br />

para todos os stakeholders,<br />

de empregadores a decisores<br />

políticos e organizações<br />

laborais. Como relatámos no<br />

levaram à Grande Demissão<br />

e às consequências resultantes<br />

da mesma. Após terem<br />

sobrevivido à COVID-19 e<br />

sofrido quarentenas em casa e<br />

isolamento do mundo exterior<br />

durante meses, as pessoas<br />

estão hoje mais seguras sobre<br />

o que querem.<br />

Estes acontecimentos marcantes<br />

podem ser a razão por<br />

que tantos fazem agora parte<br />

da Grande Iluminação. Pré-<br />

-COVID-19, os trabalhadores<br />

estavam concentrados nas<br />

suas tarefas diárias no local<br />

de trabalho. Mas com as reinício<br />

deste ano, após emergirem<br />

de uma longa e difícil<br />

jornada durante a pandemia,<br />

a maioria dos trabalhadores<br />

deseja a normalidade de que<br />

desfrutava antes da crise.<br />

Agora, contudo, o seu desejo<br />

de fazer mudanças nas suas<br />

vidas pessoais e profissionais<br />

pode fazer com que os velhos<br />

métodos nunca mais voltem.<br />

VONTADE DE MUDAR<br />

A mão-de-obra global<br />

acordou e está pronta<br />

para a mudança<br />

Para muitos em todo o mundo,<br />

a pandemia alterou a sua<br />

visão e noção de comunidade<br />

e local de trabalho. O distanciamento<br />

social, os confinamentos<br />

e outras directrizes<br />

de saúde pública mudaram<br />

a forma como as interacções<br />

pessoais se processam entre<br />

famílias, amigos e colegas<br />

de trabalho. A forma como<br />

conduzem as suas vidas, os<br />

protocolos que adoptaram<br />

no trabalho e os sacrifícios<br />

que suportaram, todos eles<br />

remodelaram percepções e<br />

expectativas. Em apenas dois<br />

anos, os hábitos das pessoas<br />

mudaram permanentemente,<br />

e um regresso a formas pré-<br />

-pandémicas provavelmente<br />

não acontecerá durante<br />

algum tempo, podendo até<br />

não acontecer de todo.<br />

Um artigo técnico recente<br />

que examina as consequências<br />

da pandemia de gripe<br />

espanhola de 1919, que matou<br />

100 milhões de pessoas, pode<br />

fornecer pistas sobre como<br />

uma crise global pode afectar<br />

comportamentos após a<br />

pandemia. Os nossos dados<br />

revelaram que as pessoas<br />

estão mais introspectivas e<br />

orientadas para os objectivos<br />

das suas escolhas profissionais,<br />

da sua capacidade de<br />

fazer mudanças e, acima de<br />

tudo, da sua vida pessoal e<br />

profissional. Estes desenvolvimentos<br />

fundamentais<br />

COM A PANDEMIA,<br />

MUITOS PUDERAM<br />

PARAR E REAVALIAR<br />

AS SUAS VIDAS E<br />

CARREIRAS – SOBRE<br />

A ORGANIZAÇÃO<br />

PARA A QUAL<br />

TRABALHAM E SE<br />

ESTA OFERECE AO<br />

TRABALHADOR<br />

A PROPOSTA DE<br />

VALOR QUE DESEJA<br />

49%<br />

dos inquiridos dizem estar mais stressados desde a pandemia<br />

e que terão de fazer mudanças na sua vida profissional<br />

132 DEZEMBRO 2021


EQUILÍBRIO<br />

DOIS TERÇOS DOS INQUIRIDOS AFIRMAM<br />

SENTIR QUE A PANDEMIA OS MOTIVOU A<br />

FAZER MUDANÇAS NO SEU EQUILÍBRIO<br />

ENTRE A VIDA PROFISSIONAL E A FAMILIAR<br />

trabalho remoto mostraram<br />

que os trabalhadores estavam<br />

a trabalhar mais horas, bem<br />

como a prolongar o seu dia<br />

a responder a e-mails ou a<br />

realizar outras tarefas relacionadas<br />

com a empresa. Dados<br />

mais recentes indicavam que,<br />

embora a mão-de-obra global<br />

tenha reduzido as horas, ainda<br />

estão a gastar mais tempo no<br />

local de trabalho do que antes<br />

da pandemia.<br />

Isto levou a mais stress para<br />

os trabalhadores em algumas<br />

regiões do mundo. A nível<br />

global, 49% dos inquiridos<br />

pela Randstad relataram<br />

sentir-se mais stressados<br />

do que antes da pandemia<br />

flexões que acompanharam<br />

a pandemia, muitos puderam<br />

parar e reavaliar as suas vidas<br />

e carreiras – principalmente<br />

sobre a organização para a qual<br />

trabalham e se esta oferece<br />

ao trabalhador a proposta<br />

de valor que deseja. E esta<br />

será uma das questões mais<br />

importantes enfrentadas<br />

pelos empregadores: se eles<br />

satisfazem essas necessidades.<br />

Do mesmo modo, dois terços<br />

dos inquiridos afirmaram<br />

que sentem que a pandemia<br />

os motivou a fazer mudanças<br />

no seu equilíbrio entre a vida<br />

profissional e a vida familiar,<br />

sendo que os da América Latina<br />

se sentem mais motivados<br />

e os trabalhadores do noroeste<br />

da Europa menos motivados.<br />

Como recentemente explicado<br />

por Anthony Klotz, psicólogo<br />

e professor na Texas A&M,<br />

que cunhou o termo “Grande<br />

Despedimento”, as pessoas<br />

durante o auge da pandemia<br />

foram afastadas da sua rotina<br />

de trabalho-vida e tiveram a<br />

oportunidade de reconsiderar<br />

os seus objectivos. A pandemia<br />

fez com que muitos fizessem<br />

perguntas existenciais, tais<br />

como o que os faz felizes e<br />

qual é o objectivo das suas<br />

vidas. «Assim, em muitos<br />

casos, estas reflexões levam a<br />

mudanças de vida», afirmou<br />

numa entrevista recente.<br />

É certo que o stress laboral<br />

desempenha um papel<br />

importante nas escolhas que<br />

os trabalhadores estão a fazer<br />

sobre as suas carreiras.<br />

Ao longo dos últimos dois<br />

anos, o isolamento social, o<br />

esbatimento do trabalho e<br />

da vida em quarentena em<br />

casa e a flexibilidade dos<br />

dias de trabalho levaram<br />

alguns a trabalhar mais horas.<br />

Pesquisas iniciais sobre<br />

e planeiam fazer alterações<br />

no seu equilíbrio entre vida<br />

profissional e familiar. O<br />

problema foi relatado como<br />

mais agudizado na região<br />

Ásia-Pacífico, com 63% a<br />

sentirem-se desta forma.<br />

Os inquiridos no noroeste<br />

da Europa relataram ser os<br />

que estão menos stressados,<br />

com apenas 39% a sentirem-se<br />

excessivamente stressados.<br />

Um dos resultados mais<br />

notáveis desta edição do<br />

Workmonitor é a semelhan-<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 133


TRANSFORMAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO<br />

ATRAVÉS DA “GRANDE ILUMINAÇÃO”<br />

75%<br />

dos trabalhadores com idades compreendidas entre os<br />

25 e os 34 anos dizem estar mais esclarecidos sobre os<br />

seus objectivos profissionais desde o início da pandemia,<br />

a percentagem mais elevada de qualquer faixa etária<br />

ça entre os sentimentos das<br />

mulheres e dos homens. De<br />

facto, a percentagem dos que<br />

se sentem mais motivados e<br />

esclarecidos sobre as suas<br />

vidas é a mesma para ambos<br />

os sexos. Isto é surpreendente,<br />

uma vez que a pandemia tem<br />

tido mais consequências para<br />

as mulheres trabalhadoras<br />

do que para os homens. As<br />

trabalhadoras perderam mais<br />

empregos, rendimentos e tempo<br />

livre durante este período,<br />

uma vez que assumiram mais<br />

responsabilidades em casa.<br />

Ao mesmo tempo, morreram<br />

mais homens do que mulheres<br />

devido à doença, pelo que estas<br />

diferentes dificuldades podem<br />

explicar como cada grupo de<br />

género está a reexaminar a<br />

carreira e as escolhas de vida.<br />

PREPARAR O FUTURO<br />

Uma necessidade urgente de<br />

qualificação para enfrentar<br />

o futuro do trabalho<br />

Um dos desenvolvimentos<br />

mais significativos decorrentes<br />

da pandemia é a aceleração<br />

da transformação digital.<br />

Segundo um inquérito aos<br />

executivos realizado pela<br />

McKinsey no ano passado,<br />

os produtos digitais destas<br />

empresas foram acelerados em<br />

sete anos como resultado da<br />

pandemia. Embora isto tenha<br />

levado a enormes oportunidades<br />

de negócio, a crise também<br />

deixou muitas organizações<br />

vulneráveis a uma crescente<br />

falta de competências. É uma<br />

visão partilhada tanto por<br />

parte de empregadores como<br />

por trabalhadores.<br />

As rápidas mudanças que<br />

têm ocorrido na economia<br />

global e no mercado de trabalho<br />

preocupam muitas<br />

pessoas em relação à sua<br />

empregabilidade no futuro.<br />

Esta é uma das razões pelas<br />

quais a requalificação e o upskilling<br />

têm atraído a atenção<br />

dos líderes organizacionais<br />

de todo o mundo. De acordo<br />

com o analista do sector de<br />

Recursos Humanos Josh Bersin,<br />

a aprendizagem e o desenvolvimento<br />

tornaram-se<br />

parte integrante da estratégia<br />

de aquisição de talentos de<br />

uma empresa durante estes<br />

tempos de escassez de talentos.<br />

Embora a maioria das pessoas<br />

sinta que se sente escla-<br />

recida em relação aos seus<br />

objectivos de carreira, o mesmo<br />

não se pode dizer dos seus<br />

objectivos de qualificação. A<br />

maioria dos nossos inquiridos<br />

diz que a mudança está a<br />

ocorrer tão rapidamente que<br />

têm dificuldade em discernir<br />

que competências adquirir,<br />

com 66% dos que têm entre<br />

18 e 24 anos a sentirem isso.<br />

No outro extremo do espectro,<br />

apenas 44% dos 55 a 67 anos<br />

têm opiniões semelhantes.<br />

Um relatório sobre as competências<br />

mais procuradas<br />

da Randstad Sourceright<br />

em Outubro mostrou que<br />

os trabalhos relacionados<br />

com a tecnologia são os mais<br />

procurados em todo o mundo.<br />

Cloud computing e desenvolvimento<br />

e análise de IA são<br />

alguns dos que estão no topo<br />

da lista, mas os empregadores<br />

também querem competências<br />

transversais como comunicação,<br />

liderança e trabalho de<br />

equipa, segundo a CNBC. Vicki<br />

Salemi, perita em carreiras<br />

na Monster, revelou: «Estas<br />

competências são intemporais<br />

e sempre procuradas pelos<br />

líderes que contratam.»<br />

Então, como irão os trabalhadores<br />

determinar quais as<br />

competências de que necessitam<br />

agora e no futuro? Um<br />

dos maiores desafios durante<br />

134 DEZEMBRO 2021


DESEMPREGO<br />

SEGUNDO A OCDE, NO FINAL DE<br />

2020, 60% MAIS PESSOAS ESTAVAM<br />

DESEMPREGADAS HÁ PELO MENOS<br />

SEIS MESES DO QUE ANTES DA CRISE<br />

MESMO QUE NÃO<br />

TENHAM PERDIDO<br />

O EMPREGO, UMA<br />

PARTE DA FORÇA<br />

DE TRABALHO<br />

AFIRMOU QUE<br />

A CAPACIDADE<br />

DE OBTER<br />

RENDIMENTOS<br />

DIMINUIU DURANTE<br />

ANO PASSADO<br />

a pandemia é prever quais os<br />

sectores que precisarão de<br />

trabalhadores, e o refluxo e<br />

fluxo da procura em certos<br />

sectores tornaram difícil para<br />

os trabalhadores determinar<br />

para onde as suas carreiras os<br />

levarão. Por exemplo, quando<br />

as viagens pararam no início<br />

da pandemia, muitos trabalhadores<br />

das companhias<br />

preparação dos trabalhadores<br />

que perderam permanentemente<br />

os seus empregos<br />

devido à COVID-19 é uma<br />

tarefa gigantesca, e os dados<br />

mostram que o desemprego<br />

de longa duração está a aumentar.<br />

De facto, segundo<br />

a OCDE, no final de 2020,<br />

60% mais pessoas estavam<br />

desempregadas há pelo meaéreas<br />

transitaram para outros<br />

sectores, como os cuidados de<br />

saúde e o serviço ao cliente.<br />

Agora, porém, as empresas<br />

aéreas enfrentam uma escassez<br />

de trabalhadores à medida<br />

que a procura regressa.<br />

A questão da empregabilidade<br />

tem captado cada vez<br />

mais a atenção da indústria<br />

e dos decisores políticos. A<br />

nos seis meses do que antes<br />

da crise.<br />

Os nossos dados mostram<br />

que um dos dilemas que o talento<br />

enfrenta é compreender a<br />

sua empregabilidade e a forma<br />

de a melhorar para um futuro<br />

melhor. Como muitas vezes<br />

não conseguem determinar<br />

se as suas competências são<br />

suficientes para o mercado<br />

de trabalho em mudança,<br />

uma maioria (dois terços)<br />

dos inquiridos afirma que os<br />

empregadores e as agências<br />

governamentais deveriam fornecer<br />

testes de avaliação para<br />

os ajudar a planear o futuro.<br />

Notavelmente, os sentimentos<br />

eram maioritariamente os<br />

mesmos em todos os níveis<br />

de ensino, embora os inquiridos<br />

com um baixo nível de<br />

escolaridade estejam mais em<br />

risco durante estes períodos<br />

de transição (66% querem o<br />

envolvimento do governo e do<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 135


TRANSFORMAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO<br />

ATRAVÉS DA “GRANDE ILUMINAÇÃO”<br />

empregador). As pessoas com<br />

níveis de educação elevados<br />

eram mais propensas (68%)<br />

a querer apoio na avaliação,<br />

enquanto as pessoas com<br />

níveis de educação médios<br />

ficaram no meio (63%).<br />

Mesmo que não tenham<br />

perdido o emprego, uma parte<br />

da força de trabalho global<br />

afirmou que a sua capacidade<br />

de obter rendimentos diminuiu<br />

durante o ano passado. Isto<br />

foi particularmente verdade<br />

para as pessoas com baixos<br />

níveis de educação, revelaram<br />

os nossos dados. Foi<br />

observado um fosso maior<br />

entre os diferentes grupos<br />

etários, com os trabalhadores<br />

mais jovens a relatarem uma<br />

queda na sua capacidade de<br />

ganhar dinheiro.<br />

A qualificação irá provavelmente<br />

persistir como um<br />

desafio para a economia global<br />

muito depois de a pandemia<br />

ter desaparecido. Antes da<br />

chegada da COVID-19, o fosso<br />

de competências já estava<br />

a aumentar à medida que<br />

numerosos trabalhadores<br />

perdiam os seus empregos<br />

devido à automatização e ao<br />

crescimento da economia de<br />

self-service. Com a transformação<br />

digital bem encaminhada,<br />

espera-se que mais pessoas,<br />

especialmente os segmentos<br />

mais vulneráveis da força de<br />

trabalho, venham a precisar<br />

de ajuda na aquisição de competências<br />

comercializáveis.<br />

TALENTO EM MOVIMENTO<br />

Após a estagnação, a<br />

força de trabalho está<br />

em movimento<br />

A mobilidade, sob todas as<br />

formas, tem sido severamente<br />

restringida nos últimos dois<br />

anos. Seja para lazer ou trabalho,<br />

a circulação de pessoas<br />

é fundamental para o bom<br />

funcionamento da economia<br />

e do mercado de trabalho.<br />

Assim, quando a pandemia<br />

inicialmente fechou as fronteiras,<br />

congelou as pessoas<br />

nos seus empregos e<br />

parou o intercâmbio<br />

internacional de talentos,<br />

criando um<br />

desejo reprimido na<br />

força de trabalho. A<br />

recessão global que<br />

se seguiu ao bloqueio<br />

inicial foi grave, mas de<br />

curta duração – nos EUA,<br />

foi a mais curta de que há<br />

registo quando terminou, em<br />

Abril de 2020. Desde então,<br />

as grandes economias têm<br />

estado numa onda de contratações,<br />

e os trabalhadores<br />

estão novamente a desfrutar<br />

de mobilidade na sua carreira<br />

à medida que mudam de<br />

emprego, empregadores e até<br />

sectores em busca de uma<br />

carreira melhor.<br />

Os nossos dados mostram<br />

que tem sido uma viagem<br />

dinâmica para o talento, e<br />

eles estão prontos para a mudança.<br />

Além disso, à medida<br />

que os trabalhadores consideram<br />

uma mudança de<br />

carreira, estão a ter em conta<br />

factores ligados às questões<br />

existenciais que têm vindo a<br />

colocar – considerações como<br />

ter um trabalho significativo<br />

e flexível, horários remotos,<br />

stress laboral mínimo e um<br />

ambiente de trabalho seguro.<br />

É claro que a compensação<br />

continua a ser o desejo mais<br />

importante, mas factores não<br />

financeiros podem ser o que<br />

diferencia os empregadores<br />

na sua estratégia de atracção.<br />

Todas estas tendências estão<br />

a resultar num novo normal<br />

no mercado de trabalho, de<br />

acordo com a opinião de alguns<br />

líderes empresariais.<br />

Os sentimentos predominantes<br />

que os nossos dados<br />

revelaram são que uma pluralidade<br />

de pessoas (39%) está<br />

satisfeita com a sua situação<br />

actual, mas aberta a novas<br />

oportunidades. Outros 19%<br />

estão à procura de novas funções,<br />

tencionam reformar-se<br />

OS SENTIMENTOS PR<strong>ED</strong>OMINANTES<br />

QUE OS NOSSOS DADOS REVELARAM<br />

SÃO QUE UMA PLURALIDADE DE<br />

PESSOAS (39%) ESTÁ SATISFEITA<br />

COM A SUA SITUAÇÃO ACTUAL, MAS<br />

ABERTA A NOVAS OPORTUNIDADES<br />

136 DEZEMBRO 2021


EUROPA<br />

O AUMENTO DOS SALÁRIOS DEIXOU OS<br />

EMPREGADORES DOS ESTADOS-MEMBROS DA UE<br />

A COMPETIR FEROZMENTE POR TRABALHADORES<br />

COM TODOS OS NÍVEIS DE COMPETÊNCIAS<br />

em breve, mudaram recentemente<br />

de emprego, mudaram<br />

para um sector diferente ou<br />

estão a permanecer voluntariamente<br />

fora do mercado.<br />

Apenas um pouco mais de<br />

um terço (39%) afirmam estar<br />

contentes com o seu emprego<br />

e não querem mudar.<br />

Com tantos ansiosos por<br />

mudar as suas vidas, não é<br />

surpreendente que um número<br />

recorde de 4,3 milhões<br />

de norte-americanos tenham<br />

deixado os seus empregos em<br />

Agosto. Em busca de salários<br />

mais elevados, melhores<br />

condições de trabalho e<br />

maior flexibilidade laboral,<br />

muitos trabalhadores estão<br />

a demonstrar que estão a<br />

levar a sério as mudanças.<br />

Do mesmo modo, em toda a<br />

Europa, o aumento dos salários<br />

deixou os empregadores<br />

dos Estados-membros da UE<br />

a competir ferozmente por<br />

trabalhadores com todos os<br />

níveis de competências.<br />

Para alguns, a percepção de<br />

salários justos é o que está a<br />

impulsionar a sua decisão de<br />

fazer mudanças profissionais.<br />

E as organizações estão a<br />

aceitar as exigências de mais<br />

dinheiro. Um inquérito aos<br />

CFO realizado pela Gartner<br />

mostrou que uma maioria<br />

(60%) afirmou que as suas<br />

organizações registaram uma<br />

inflação salarial no segundo<br />

trimestre deste ano. E a<br />

Oxford Economics relata que<br />

os salários dos ricos estão a<br />

crescer muito acima da sua<br />

média pré-pandémica. É talvez<br />

devido a dados como este, e ao<br />

facto de muitos trabalhadores<br />

se sentirem inspirados pelas<br />

acções de amigos e colegas de<br />

trabalho, que as pessoas estão<br />

a abandonar os seus empregos<br />

por melhores salários.<br />

A maioria dos inquiridos<br />

pela Randstad (54%) demonstraram<br />

sentir-se mal compensados<br />

pelas suas competências<br />

e estão à procura de outro<br />

emprego. Isto foi mais verdade<br />

para os homens do que para<br />

as mulheres, e especialmente<br />

entre os trabalhadores mais<br />

jovens. O grupo que mais se<br />

sente subcompensado é o<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 137


TRANSFORMAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO<br />

ATRAVÉS DA “GRANDE ILUMINAÇÃO”<br />

que tem entre 25 e 34 anos<br />

(citado por 62%), enquanto<br />

o grupo mais velho (55 a 67)<br />

tinha menos probabilidades<br />

de se sentir desta forma (39%).<br />

A compensação, contudo, é<br />

apenas um de vários factores<br />

que está a levar os trabalhadores<br />

a mudar de emprego ou<br />

de carreira. Tendo passado<br />

os últimos dois anos como<br />

trabalhadores à distância,<br />

alguns deles habituaram-se<br />

a dias de trabalho flexíveis<br />

que acomodam os seus horários<br />

e objectivos pessoais.<br />

Assim, quando os empregadores<br />

começaram a exigir<br />

a presença física no local<br />

para os seus trabalhadores,<br />

alguns deles simplesmente<br />

recusaram e abandonaram os<br />

seus empregos. Um inquérito<br />

revelou que 40% afirmam que<br />

deixariam o seu emprego se<br />

fossem forçados a regressar<br />

ao escritório a tempo inteiro.<br />

Os nossos dados mostraram<br />

que cerca de um quarto dos<br />

inquiridos afirmou que ter<br />

opções de trabalho à distância<br />

é a consideração mais<br />

importante nas suas escolhas<br />

profissionais (isto era menos<br />

importante para o grupo de<br />

trabalhadores mais jovem).<br />

Em geral, um maior número<br />

(39%) quer flexibilidade no<br />

emprego, enquanto 35% dizem<br />

que um emprego com um nível<br />

de stress controlável é o mais<br />

importante. Após uma boa<br />

compensação e benefícios, o<br />

trabalho significativo (42%)<br />

é o factor mais importante.<br />

À medida que a escassez de<br />

talentos aumenta, os empregadores<br />

terão de considerar<br />

as prioridades diferentes dos<br />

seus trabalhadores e dos que<br />

procuram emprego. Assegurar<br />

que podem oferecer um local<br />

de trabalho que satisfaça as<br />

necessidades dos seus trabalhadores<br />

será fundamental<br />

para adquirir e reter o talento<br />

necessário para os ajudar a<br />

crescer durante o período de<br />

recuperação que se avizinha.<br />

É NECESSÁRIO AGIR<br />

Com as expectativas<br />

na mudança, é tempo<br />

de agir<br />

Os nossos dados mostram<br />

que após um evento marcante<br />

como a pandemia, as expectativas<br />

em torno de objectivos<br />

pessoais e profissionais foram<br />

permanentemente alteradas.<br />

À medida que as pessoas<br />

COM<br />

TRABALHADORES<br />

A SENTIR QUE<br />

NÃO SÃO<br />

COMPENSADOS<br />

DE FORMA JUSTA<br />

PELAS SUAS<br />

COMPETÊNCIAS,<br />

ISTO PODE<br />

REPRESENTAR<br />

DESAFIOS<br />

vêem com mais clareza os<br />

seus desejos e necessidades,<br />

estão prontas e desejosas de<br />

fazer mudanças que levarão<br />

estes aspectos da sua vida a<br />

um alinhamento. Os contratos<br />

sociais que existiam já não<br />

se aplicam, o que significa<br />

que devem ser estabelecidos<br />

novos acordos para todas as<br />

partes envolvidas.<br />

O que significa isto para<br />

empregadores de todo o mundo?<br />

Uma das formas mais<br />

importantes de as organizações<br />

ganharem a lealdade dos talentos<br />

é demonstrando empatia.<br />

Não é uma tarefa fácil, mas o<br />

nosso inquérito Workmonitor<br />

de há um ano descobriu que<br />

a maioria das empresas são<br />

suficientemente competentes<br />

nesta matéria. Uma maioria<br />

dos trabalhadores inquiridos<br />

na altura disse que se sentia<br />

emocionalmente apoiada<br />

pelo seu empregador. Esses<br />

sentimentos podem ainda<br />

existir, mas um ano depois,<br />

as expectativas alteraram-se.<br />

Com a maioria dos trabalhadores<br />

a sentir que não são<br />

compensados de forma justa<br />

pelas suas competências, isto<br />

pode representar desafios<br />

significativos de retenção<br />

para muitas empresas.<br />

Com tantas pessoas a deixar<br />

os seus empregos durante este<br />

tempo, oferecer um salário<br />

competitivo é uma aposta<br />

mínima. As empresas devem<br />

continuar a apresentar a proposta<br />

de valor do trabalhador<br />

que mais importa ao seu talento,<br />

quer se trate de uma<br />

política eficaz de trabalho à<br />

distância, horários de trabalho<br />

flexíveis, apoio à qualificação,<br />

oportunidades de crescimento<br />

na carreira ou outra coisa<br />

qualquer. Isto exige inquéritos<br />

regulares à força de trabalho,<br />

138 DEZEMBRO 2021


MUDANÇA<br />

CONTINUA A HAVER UM ELEVADO NÍVEL DE<br />

INTERESSE NAS MUDANÇAS DE CARREIRA, EMBORA<br />

QUASE TRÊS QUARTOS DOS INQUIRIDOS AFIRMEM<br />

ESTAR SATISFEITOS COM OS SEUS EMPREGOS<br />

compromisso por parte dos<br />

líderes de topo para responder<br />

às necessidades manifestadas<br />

pelos seus trabalhadores e<br />

feedback sobre os resultados<br />

de qualquer iniciativa.<br />

Durante este período de<br />

excepcional flui<strong>dez</strong> da mão-<br />

-de-obra, a consideração mais<br />

importante é ouvir o que os<br />

trabalhadores desejam.<br />

MUDANÇA DE EMPREGO<br />

Elevado nível de mudança<br />

de emprego na segunda<br />

metade de 2021<br />

No início deste ano, a nossa<br />

investigação mostrou que<br />

os trabalhadores estavam<br />

ansiosos por mudanças. Uma<br />

grande percentagem fez recentemente<br />

mudanças nas<br />

suas carreiras, ou estavam a<br />

procurar activamente mudar<br />

de emprego. Estes dados<br />

avaliaram a satisfação dos<br />

inquiridos em relação aos seus<br />

empregos, a sua vontade de<br />

mudar de emprego e quantos<br />

o fizeram efectivamente nos<br />

últimos seis meses.<br />

Os nossos últimos dados<br />

mostram que continua a<br />

haver um elevado nível de<br />

interesse nas mudanças de<br />

carreira, embora quase três<br />

quartos dos inquiridos afirmem<br />

estar satisfeitos com<br />

os seus empregos. Na região<br />

da Ásia-Pacífico, quase 40%<br />

afirmam estar à procura de<br />

um novo emprego, enquanto<br />

apenas um quarto o fazem<br />

no noroeste da Europa. Os<br />

trabalhadores na região Ásia-<br />

-Pacífico também mudaram<br />

de emprego a um ritmo mais<br />

elevado do que em qualquer<br />

outra região. Os do noroeste<br />

e leste da Europa, do mesmo<br />

modo, mostraram o menor<br />

movimento na segunda metade<br />

de 2021.<br />

A nossa investigação mostrou<br />

que os sentimentos de<br />

mudança e procura de emprego<br />

reflectiam muito os<br />

expressos em 2019.<br />

Após um 2020<br />

tumultuoso, a<br />

recuperação<br />

económica<br />

global parece<br />

indicar que o<br />

comportamento<br />

de mudança de<br />

emprego voltou aos<br />

níveis pré-pandémicos.<br />

Os nossos dados mostram<br />

que nos últimos quatro<br />

inquéritos aos trabalhadores,<br />

o nível de satisfação mudou<br />

pouco. No quarto trimestre<br />

de 2018 e 2019, a taxa atingiu<br />

o seu nível mais baixo, mas<br />

deu um salto em 2020. No<br />

nosso último inquérito, a taxa<br />

diminuiu apenas ligeiramente.<br />

o mesmo modo, a percentagem<br />

dos que procuram trabalho<br />

aumentou 1%, igualando<br />

o mesmo nível de 2019. Na<br />

Ásia-Pacífico, foi observado<br />

um aumento significativo.<br />

O número daqueles que realmente<br />

mudaram de emprego<br />

aumentou ligeiramente, mas<br />

na Ásia-Pacífico esse número<br />

aumentou consideravelmente<br />

e ultrapassou o nível registado<br />

em 2019. Todas as outras<br />

regiões apresentaram uma<br />

actividade de mudança estática<br />

ou de pequena dimensão.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 139


Big Fish<br />

Sandro Resende,<br />

Fundador do Manicómio<br />

Distribuição / Retalho<br />

Electrónica de Consumo<br />

Bebidas<br />

Universidades e Estab. de Ensino<br />

Turismo<br />

Produtos Farmacêuticos<br />

Companhias Aéreas<br />

Banca<br />

Energia<br />

Grande Consumo Não Alimentar<br />

Jogos da Sorte<br />

Grande Consumo Alimentar<br />

Responsabilidade Social e Ambiental<br />

Grandes Espaços Comerciais<br />

Eventos<br />

(Música e Entretenimento)<br />

Saúde e Bem-Estar<br />

Automóvel


Seguros<br />

Arte e Cultura<br />

Agências de Comunicação<br />

Corporate Brands<br />

Projectos de Restauração<br />

Agências de Meios<br />

Telecomunicações<br />

TV - Media<br />

Agências de Branding e Publicidade<br />

Turismo Destino<br />

Rádio - Media<br />

Marketeer do Ano<br />

João Epifânio,<br />

Administrador da Altice Portugal<br />

Moda e Beleza<br />

Grande Distribuição<br />

Imprensa - Media<br />

Digital - Media<br />

Parabéns<br />

aos<br />

vencedores!


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

LISTA DAS PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

Já sabe se a sua empresa é TOP 5%?<br />

Joana Cruz, Marketing Manager<br />

Faço-lhe o convite para nos contactar e ficar a saber, sem qualquer custo ou compromisso,<br />

se a sua empresa é elegível. Basta preencher o formulário em scoring.pt/top5 e<br />

a nossa equipa enviar-lhe-á todas as informações e ficará disponível para os esclarecimentos<br />

necessários.<br />

Caso adira, não necessitamos de mais nenhuma informação (já dispomos dos dados<br />

financeiros pela IES). Até 3 dias úteis recebe o certificado, o selo e os outros recursos<br />

de comunicação para fazer a divulgação, sem limite temporal de utilização.<br />

Aguardamos o seu contacto.<br />

142 DEZEMBRO 2021


Carlos Gouveia, CEO<br />

A nossa proposta de valor com a Certificação Financeira<br />

“Top 5% Melhores PME de Portugal” é muito clara:<br />

num mercado em que cada vez mais a conquista e manutenção<br />

de clientes está assente em pequenos detalhes<br />

diferenciadores, a afirmação da idoneidade e o reforço<br />

da reputação que esta certificação representa, gera confiança<br />

nos clientes, colaboradores e mercado em geral,<br />

com potencial para impactar positivamente as vendas e<br />

os resultados da empresa.<br />

GARANTIAS<br />

• Dados oficiais (IES)<br />

• Parecer científico (Professores doutorados<br />

em Gestão)<br />

• Auditoria externa (BUREAU VERITAS)<br />

• Registo na ASSOFT<br />

BENEFÍCIOS<br />

• Selo personalizado com NIF e nome da empresa<br />

• Digital Card para partilha nas redes sociais,<br />

assinatura e-mail, etc.<br />

• Certificado e Relatório financeiro<br />

• Página na plataforma toppme.pt<br />

• Publicação na EXECUTIVE DIGEST (que apoia o projeto)<br />

Consulte nas páginas seguintes a lista<br />

das primeiras empresas certificadas<br />

na edição 2021<br />

As empresas estão organizadas por distrito<br />

e por ordem crescente do NIF<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 143


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

AÇORES (R. A.)<br />

TELEAGAS - TELEFONES, ELECTRICIDADE, ÁGUA E<br />

GÁS, LDA<br />

Serviços nas áreas de rede de gás, aquecimento Vagos<br />

central, climatização e energias alternativas<br />

DISTRIROTA - DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR, LDA<br />

Distribuição de produtos alimentares<br />

Horta<br />

LIMPAVEIRO - PRESTAÇÃO ESPECIALIZADA DE<br />

LIMPEZAS, LDA<br />

Serviços de limpeza<br />

Aveiro<br />

CONSTRUÇÕES BENEVIDES, LDA<br />

Construção civil e urbanizações<br />

Santa Cruz<br />

das Flores<br />

BH FITNESS PORTUGAL, LDA.<br />

Equipamento de fitness e bem estar<br />

Aveiro<br />

ACORESPRO, LDA<br />

Web design, marketing digital, design<br />

gráfico, redes sociais e outras soluções web<br />

Ponta Delgada<br />

MACODIAS - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, LDA<br />

Comercialização de materiais de<br />

construção<br />

Águeda<br />

FRPCUNHA, UNIPESSOAL, LDA<br />

ALBERTO BRAGA, LDA<br />

Comercialização de ferramentas,<br />

eletrodomésticos e material elétrico<br />

Santa Cruz<br />

da Graciosa<br />

Comércio de produtos alimentares,<br />

higiene e limpeza<br />

Oliveira do<br />

Bairro<br />

SEROZA, LDA<br />

Comércio automóvel<br />

Angra do<br />

Heroísmo<br />

AMC - BRILHO LIMPEZAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Limpezas industriais e comércio de<br />

produtos e equipamentos de higiene<br />

Ovar<br />

ILHA 10 - PUBLICIDADE E SERVIÇOS, UNIP., LDA<br />

Marketing, publicidade exterior<br />

e impressões<br />

Ponta Delgada<br />

SOLUNEXT - CONSULTORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO,<br />

UNIPESSOAL, LDA<br />

Santa Maria<br />

Soluções informáticas<br />

da Feira<br />

L 2 AUTO, LDA<br />

Comércio automóvel<br />

Horta<br />

VZ MOBILIÁRIO E DECORAÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Comércio de mobiliário, artigos de<br />

decoração e iluminação<br />

Angra do<br />

Heroísmo<br />

510..74: MANITU - TRANSPORTES E TERRAPLANAGENS, LDA<br />

512..90: AGRODEL - PRODUTOS PARA AGRICULTURA E PECUÁRIA, LDA<br />

512..20: ELSIF - INFORMÁTICA E SERVIÇOS, LDA<br />

512..17: CLÍNICA MÉDICA DA PRAIA DA VITÓRIA, LDA<br />

512..29: FRIMÁRIO - PRODUTOS ALIMENTARES, LDA<br />

513..12: BRUNO REGO - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..40: ANDRÉ OLIVEIRA - SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

514..30: M<strong>ED</strong>EIROS MULTISERVIÇOS AÇORES, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..10: LIGHT EVERYWHERE - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..00: SABERPROJETO, LDA<br />

AVEIRO<br />

LUSOWOOD, LDA<br />

Fornecimento de madeiras para a<br />

Indústria de Mobiliário e Construção<br />

F. FONSECA, S.A.<br />

Comercialização de componentes e<br />

equipamentos elétricos e eletrónicos<br />

Castelo de Paiva<br />

Aveiro<br />

Transformamos<br />

o ADN do seu<br />

negócio<br />

Soluções digitais inteligentes que<br />

criam valor para a sua empresa.<br />

FERNANDO GOMES CELESTINO, LDA<br />

Comércio de peles e couro para a indústria<br />

de calçado<br />

D’ANDRADE TEIXEIRA (IRMÃOS), LDA<br />

Desenvolvimento de software de gestão<br />

Santa Maria<br />

da Feira<br />

São João<br />

da Madeira<br />

231 516 719<br />

www.madigital.eu<br />

144 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

FARMÁCIA CASTRO & PINHO, LDA<br />

Farmácia<br />

Aveiro<br />

ALIDOOR - COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE FERRAGENS,<br />

LDA<br />

Comércio de ferragens e produção de Águeda<br />

artigos para empresas de móveis WC<br />

CASSIANO OSÓRIO & FILHOS, LDA<br />

Comercialização de artigos de joalharia, ourivesaria<br />

e relojoaria, e serviços relacionados<br />

Espinho<br />

IDEALSOLES, UNIPESSOAL, LDA<br />

Design, desenvolvimento e produção de artigos<br />

de decoração, utilidades domésticas e de<br />

componentes para calçado<br />

Oliveira de<br />

Azeméis<br />

ROGONFER - SERVIÇOS METALOMECÂNICOS, LDA<br />

Metalomecânica<br />

Sever do Vouga<br />

LA NARDI - EQUIPAMENTOS E CONSUMÍVEIS INDUSTRIAIS,<br />

UNIPESSOAL, LDA<br />

Comercialização e implementação de<br />

Albergaria-asoluções<br />

para a indústria<br />

-Velha<br />

MÓVEIS DE BANHO - ALMEIDA & MOREIRA, LDA<br />

CASQUEIRA & CUNHA - SOLUÇÕES ELÉCTRICAS, LDA<br />

Comércio, instalação e reparação/<br />

manutenção de equipamentos elétricos<br />

M<strong>ED</strong>IANJOS - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNIP., LDA<br />

Venda e arrendamento de imóveis<br />

Ílhavo<br />

Águeda<br />

REAL EXPORT - ESPUMANTES CORTE REAL, LDA<br />

Comercialização de mobiliário de banho<br />

Águeda<br />

Produção de vinhos espumantes<br />

Águeda<br />

HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA<br />

WOOD FIRST, UNIPESSOAL, LDA<br />

Equipamentos para a primeira<br />

transformação da madeira<br />

AVEIDRAÚLICA, LDA<br />

Comércio e reparação de máquinas e<br />

equipamentos<br />

IBEROAIR, LDA<br />

Sistemas de ar comprimido<br />

SPRAYTECH, LDA<br />

Comércio, instalação e manutenção de<br />

equipamentos de pintura<br />

TRANSPORTES JOSÉ VALENTE, UNIPESSOAL, LDA<br />

Soluções de transporte<br />

MJESTIMA, UNIPESSOAL, LDA<br />

Indústria e comércio de ferragens<br />

A.HENRIQUES II, S.A.<br />

Fabrico de peças técnicas e<br />

componentes de automóvel em borracha<br />

MYTZCOMPANY, UNIPESSOAL, LDA<br />

Cortiça e marketing<br />

Vagos<br />

Ílhavo<br />

Águeda<br />

Águeda<br />

Oliveira de<br />

Azeméis<br />

Oliveira do Bairro<br />

São João da<br />

Madeira<br />

Santa Maria<br />

da Feira<br />

500..56: MARGORE - COMÉRCIO E INDÚSTRIA, LDA<br />

500..29: ORNEL - OLIVEIRA, RODRIGUES E NEVES, LDA<br />

501..76: AUTOMATIZADORA - TRANSFORMAÇÃO DE METAIS, S.A.<br />

501..88: A.HERNANI, LDA<br />

502..62: FERSILVA - COMÉRCIO DE MÁQUINAS E FERRAMENTAS, LDA<br />

502..95: CAFÉ SNACK-BAR TOCA DO GRILO, LDA<br />

502..86: TULEA - CONSULTADORIA E INVESTIMENTOS, S.A.<br />

503..22: AJAP - AUTOMÓVEIS, LDA<br />

503..13: ESTOFOS MARQUES, LDA<br />

503..09: FERNANDO COUTO - CORTIÇAS, S.A.<br />

503..73: R<strong>ED</strong>ERIA - INNOVATION, S.A.<br />

503..20: SANIVOUGA - EQUIPAMENTOS PARA CANALIZAÇÕES, LDA<br />

504..97: S.P.S. - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

504..20: FRANCISCO FALCÃO - SISTEMAS DE CONTROLO PARA MÁQUINAS INDUSTRIAIS,...<br />

504..90: NICRODUR - ACESSÓRIOS E EQUIPAMENTOS DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL, L...<br />

504..19: ESTRELA DO VENTO - SOCI<strong>ED</strong>ADE IMOBILIÁRIA, S.A.<br />

504..20: ISAURO NEVES FERREIRA, LDA<br />

505..16: TELEMIRAN - ELECTRODOMÉSTICOS E EQUIPAMENTOS, LDA<br />

505..99: CONSTRUÇÕES - JOSÉ TEIXEIRA & FILHOS, LDA<br />

506..77: ALTERNATIVECAR - REPARAÇÃO DE VEICULOS AUTOMÓVEIS, LDA<br />

506..90: RITTAL - SISTEMAS ELÉCTRICOS E ELECTRÓNICOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

506..61: VIAGENS MIGUEL & CORREIA, LDA<br />

506..62: LUZ E RISCOS - COMÉRCIO DE MATERIAL ELÉCTRICO, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..94: LEMOS CARVALHO & FERREIRA, LDA<br />

507..70: HUMUS - SOCI<strong>ED</strong>ADE IMOBILIÁRIA, LDA<br />

507..48: MADE IN HERE - PROMOÇÃO IMOBILIARIA, LDA<br />

507..58: OPTIENG - OPTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS, LDA<br />

508..45: PREGAFÁCIL - CONFECÇÃO E ESTAMPARIA DE TÊXTEIS, LDA<br />

509..97: ARDUA, LDA<br />

509..77: DENTAL FRIENDS, LDA<br />

509..52: DR.MIGUEL AFONSO - GASTROENTEROLOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA, LDA<br />

510..30: VALUE OPTIMIZ<strong>ED</strong> - COMERCIALIZAÇÃO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, LDA<br />

510..96: AGICORE - ENGENHARIA, LDA<br />

510..90: RESDEVM<strong>ED</strong>, LDA<br />

510..91: CARDOSO & MANATA, LDA<br />

513..80: AROUNDGLAMOUR, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..85: MC CUNHA - PEÇAS USADAS, LDA<br />

513..55: MELOS GLOBAL METAIS - VALORIZAÇÃO DE METAIS, LDA<br />

514..01: INOVAÇÃO E ROBÓTICA EM ENGENHARIA DE MÁQUINAS - IEM4.0, LDA<br />

BEJA<br />

CORTIÇAS ROSA FREITAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Transformação de cortiça<br />

FURET - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA E ADMINISTRAÇÃO<br />

DE CONDOMÍNIOS, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Santa Maria<br />

da Feira<br />

Aveiro<br />

507..14: BENTO SENA GORJÃO - UNIPESSOAL, LDA<br />

507..58: FARMÁCIA GARVANENSE, LDA<br />

509..92: HORTO PALMEIRAS SOC.AGRÍCOLA LDA<br />

510..88: VIGIPAX, LDA<br />

BRAGA<br />

STEELSKILLS - STAINLESS STEEL SOLUTIONS, LDA<br />

Soluções e equipamentos em aço<br />

inoxidável<br />

Vale de Cambra<br />

TEATRO CIRCO DE BRAGA, EM, S.A.<br />

Eventos culturais<br />

Braga<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 145


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

COSTEIRA - ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, S.A.<br />

Engenharia, Construção e Reabilitação Braga<br />

de Edifícios<br />

SEGUITEX - CORRETORES DE SEGUROS, LDA<br />

Corretora de seguros<br />

IMPORVELAS, S.A.<br />

Comercialização de velas religiosas e de<br />

outros tipos, esponjas e acessórios florais<br />

Braga<br />

Braga<br />

ANSIROL - ESTUDO E CONSTRUÇÃO DE EQUIPAMENTOS<br />

INDUSTRIAIS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Serviços em maquinação, construções, Vila Nova de<br />

serralharia e estampagem<br />

Famalicão<br />

RONINFORMATIS - CONSULTORIA EM SISTEMAS E<br />

INFORMÁTICA, LDA<br />

Consultoria na área dos sistemas de informação Braga<br />

e desenvolvimento de soluções de tecnologia<br />

PONTOMAIS - CONSULTORES DE GESTÃO, LDA<br />

Consultoria de gestão<br />

OLÁ BÉBÉ - COMÉRCIO DE VESTUÁRIO E ARTIGOS DE<br />

PUERICULTURA, UNIPESSOAL, LDA<br />

Comercialização de artigos de<br />

Vila Verde<br />

vestuário e puericultura<br />

IMÓVEL X - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Vila Nova de<br />

Famalicão<br />

Fafe<br />

GRAÇA & MENDES, LDA<br />

Produtos e sistemas para proteção<br />

exterior e interior do sol/chuva<br />

ALUMÍNIOS NELUGO, LDA<br />

Fabrico e montagem de caixilharias<br />

em alumínio, PVC e aço inox<br />

Braga<br />

Guimarães<br />

TS - TECHNICAL SERVICES, UNIPESSOAL, LDA<br />

Contabilidade, auditoria, consultoria<br />

financeira e fiscal<br />

M<strong>ED</strong>ICOBRA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

Mediação de seguros<br />

Vila Nova de<br />

Famalicão<br />

Cabeceiras de<br />

Basto<br />

PADARIA CAMPOS, LDA<br />

Panificação. Produção e comércio a retalho de<br />

pão, produtos de pastelaria e de confeitaria<br />

Barcelos<br />

LEEMANTRADE, LDA<br />

Comercialização de produtos de cosmética<br />

Braga<br />

CEBRAMA - CONTABILISTAS, LDA<br />

Soluções de apoio à gestão<br />

Braga<br />

PLASTIFA - PLÁSTICOS TÉCNICOS, LDA<br />

Fabrico de componentes para a indústria<br />

de eletrodomésticos e elétrica<br />

Vila Nova de<br />

Famalicão<br />

MOTORLINE ELECTROCELOS, S.A.<br />

Desenvolvimento e produção de<br />

sistemas de automatização<br />

AQUECINOX, LDA<br />

Barcelos<br />

Apoiamos no presente,<br />

construindo o futuro<br />

Equipamentos de aquecimento e<br />

armazenamento de água sob pressão<br />

Barcelos<br />

SÓ BARROSO, LDA<br />

Comércio de veículos automóveis<br />

Braga<br />

TERRANTAS - TERRAPLANAGENS DE ANTAS, LDA<br />

Movimentação de terras, redes de drenagem,<br />

ripagens, obras públicas, transportes<br />

NOVA OPINIÃO - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁ-<br />

RIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

A.S.CARVALHO & IRMÃOS, LDA<br />

Compra, venda e reparação de<br />

automóveis, venda de peças e rent-a-car<br />

Vila Nova de<br />

Famalicão<br />

Braga<br />

Amares<br />

Esperança e Coragem<br />

Juntos ultrapassaremos as<br />

dificuldades!<br />

Solidários com os colegas<br />

contabilistas, trabalhamos para<br />

ajudar a reerguer as empresas.<br />

Obrigada<br />

a quem sempre confiou em nós!<br />

ISMAEL MARINHO & FILHOS, LDA<br />

Serviços de transporte de passageiros<br />

Celorico de<br />

Basto<br />

Avenida D. João IV, Edifício Módulo, n.º 466, 3º andar, Salas 5 e 6 - 4810-533 Guimarães<br />

Tel. 253 438 536/7 Fax 253 438 538 | geral@capitalges.pt | www.capitalges.pt<br />

146 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

MAQUIMINHO - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

SEQUEIRA - ARQUITECTOS ASSOCIADOS, LDA<br />

Atelier e projetos de arquitetura<br />

ANTÓNIO ALBERTO NEVES DE FREITAS, UNIP., LDA<br />

Comercialização de máquinas de<br />

floresta e jardim<br />

ANAMBCONSUL - CONSULTORIA E ANÁLISES<br />

AMBIENTAIS, LDA<br />

Vila Nova de<br />

Consultoria e análises ambientais<br />

Famalicão<br />

SÁBIOS - COMÉRCIO DE GADO, LDA<br />

Comércio a retalho de carne e produtos<br />

à base de carne<br />

CLF TÊXTEIS, LDA<br />

Confecção e comércio de artigos de<br />

vestuário<br />

Braga<br />

Braga<br />

Guimarães<br />

Vila Nova de<br />

Famalicão<br />

Barcelos<br />

508..03: TRUE WAY, LDA<br />

508..73: HARMONIA A METRO, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..90: BRAÇO D’ÁGUA, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..54: FACTORSTATUS - AUTOMÓVEIS, LDA<br />

508..55: SUCESSO GARANTIDO, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..58: BORN TO ORGANIZE, LDA<br />

509..21: JOEL FERREIRA, LDA<br />

510..34: INOVSTEEL - PRODUTOS METÁLICOS E CONSTRUÇÃO, LDA<br />

510..41: DISCURSO VIRTUAL, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..31: IBERIM<strong>ED</strong> - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS E CRÉDITOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..93: DIVISIONCARE, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..60: PROFIT CONNECT, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..05: AXFILIA, LDA<br />

513..00: SORRISO COM ARTE DE DR. P<strong>ED</strong>RO M. OLIVEIRA, LDA<br />

513..09: J. M. CASANOVA, LDA<br />

513..59: ATN M<strong>ED</strong>ICAL, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..92: ENVOLVENTESFERA, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..62: KIDDYTEX, SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

513..20: MAGIKBEE, LDA<br />

513..92: ANTÓNIO MOURA TEIXEIRA, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..64: HRP - TÊXTIL AGENCY, LDA<br />

514..51: ALB - COMÉRCIO AUTO, LDA<br />

514..30: SUBLIME CÁLCULO, LDA<br />

514..60: TERMOTUBO, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..48: DARKSTYLE, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..38: REGIURBAN - COMÉRCIO DE MATERIAIS PARA PARQUES URBANOS, UNIP., LDA<br />

515..10: XPESO - SOLUÇÕES DE PESAGEM, UNIPESSOAL, LDA<br />

BRAGANÇA<br />

KWALIT - BUSINESS SOFTWARE SOLUTIONS, LDA<br />

Implementação de soluções ERP<br />

Braga<br />

<strong>ED</strong>UARDO A.GONÇALVES, LDA<br />

Posto abastecimento Gaspe-Galp e<br />

restaurante<br />

Mirandela<br />

ABMN.PT - BUSINESS SOLUTIONS, S.A.<br />

Desenvolvimento de soluções para<br />

gestão empresarial<br />

GEOLUX, UNIPESSOAL, LDA<br />

Gestão, manutenção, instalação e construção<br />

de sistemas de energias renováveis<br />

PAPEL MAIS, LDA<br />

Comércio de produtos hotelaria, higiene,<br />

limpeza e embalagem<br />

Amares<br />

Braga<br />

Guimarães<br />

DISBAT - DISTRIBUIÇÃO DE BATERIAS, LDA<br />

Comércio de peças e acessórios para<br />

veículos automóveis<br />

ALEXANDRA BRANCO, M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA,<br />

UNIPESSOAL, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

BRICOFEL - MÁQUINAS INDUSTRAIS, UNIP., LDA<br />

Materiais e equipamentos para a<br />

construção<br />

Mirandela<br />

Bragança<br />

Bragança<br />

RECICLYBRAGA CATALISADORES, UNIPESSOAL, LDA<br />

Recolha, tratamento e eliminação de<br />

resíduos perigosos e não perigosos<br />

Braga<br />

509..07: PATRÍCIO AFONSO, LDA<br />

510..80: CUNHA & FERNANDES, CONSTRUÇÕES , LDA<br />

513..75: NUTRIP<strong>ED</strong>, LDA<br />

515..51: JOÃO BAPTISTA ATALÃO AFONSO, UNIPESSOAL, LDA<br />

BESTTRIP (FABIO PIMENTA, LDA)<br />

Agência de viagens<br />

Braga<br />

CASTELO BRANCO<br />

501..13: MIL - MARTINS & IRMÃO, LDA<br />

501..67: AUTOFIX - COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS, LDA<br />

501..55: FILASA - FIAÇÃO ARMANDO DA SILVA ANTUNES, S.A.<br />

501..08: SERRALHARIA CUNHA, S.A.<br />

503..62: R.P. INDUSTRIES, S.A.<br />

503..44: MÁRIO MENDES & CUNHA, LDA<br />

504..62: GUIMADENT - CLÍNICA MÉDICA, LDA<br />

504..84: SCHAUBTEC - TECNOLOGIA, COMÉRCIO DE MÁQUINAS E ACESSÓRIOS ÓPTICO...<br />

504..50: INELCIS - INFORMÁTICA E ELECTRÓNICA, CIRCUITOS E SISTEMAS, LDA<br />

504..54: CORTEGERAL - COMÉRCIO DE MATERIAL ELÉCTRICO, DE SEGURANÇA E DE INC...<br />

505..30: DJLOG - TRANSPORTES, LDA<br />

505..22: PORSTEELVA - COMÉRCIO DE PRODUTOS SIDERÚRGICOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

506..60: MVF - COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE, LDA<br />

507..30: TAIPICOSTURA - COMÉRCIO DE MÁQUINAS COSTURA, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..99: VIDRARIA TAIPAS, LDA<br />

507..13: PRO-C, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..21: OFFICE AUTO - ADRIANO SILVA, LDA<br />

507..27: JORGE FERNANDES - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

508..99: NSOFT - SOLUÇÕES E INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS, LDA<br />

508..90: CORRENTE ROSA, LDA<br />

SISTRAL - SISTEMAS DE ESTRUTURAS DE ALUMÍNIO,<br />

LDA<br />

Fabrico de estruturas em alumínio<br />

Oleiros<br />

CLÍNICA DENTÁRIA CARIENSE, LDA<br />

Clínica de medicina dentária<br />

NUMERSPIRAL-HBG - SOLUÇÕES INFORMÁTICAS,<br />

UNIP., LDA<br />

Consultoria, auditoria e soluções<br />

Covilhã<br />

informáticas<br />

LUZ À VISTA - INSTALAÇÕES TÉCNICAS, UNIP., LDA<br />

Projectos de electricidade BT, IT<strong>ED</strong>,<br />

segurança e AVAC<br />

Belmonte<br />

Oleiros<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 147


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

504..20: IDEAL PROTESE, LDA<br />

508..43: CNV - CONSTRUÇÕES NUNO VICENTE, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..90: FORTUNEPARCEL, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..87: BA BA BA, GLOBAL SERVICES, LDA<br />

515..72: POTENTIALMARATHON, LDA<br />

COIMBRA<br />

RUBI PORTUGAL - MÁQUINAS PARA APLICAÇÃO DE<br />

MATERIAIS CERÂMICOS, UNIPESSOAL LDA<br />

Comercialização de máquinas e<br />

Coimbra<br />

ferramentas<br />

RICÓPIA - SOLUÇÕES DE IMPRESSÃO, LDA<br />

Venda e aluguer de equipamentos, sistemas<br />

de impressão e prestação de serviços<br />

Coimbra<br />

na área<br />

3 L M - PUBLICIDADE E IMAGEM, UNIPESSOAL, LDA<br />

Soluções em publicidade e imagem<br />

Coimbra<br />

DELIBERISA - COMÉRCIO E REPARAÇÃO DE MATERIAL<br />

DE ESCRITÓRIO, LDA<br />

Comercialização de equipamentos de<br />

Coimbra<br />

impressão e assistência técnica<br />

AVEIROFAST - TRANSPORTES URGENTES, LDA<br />

Transporte de mercadorias e<br />

soluções de logística<br />

Coimbra<br />

CANITÁBUA - ELECTRICIDADE E CANALIZAÇÕES, LDA<br />

Serviços de eletricidade e canalização<br />

Tábua<br />

APLAUDIR SEMPRE, UNIPESSOAL, LDA<br />

Eventos e produções, aluguer de<br />

equipamentos e sistemas de informação<br />

HWK CONSULTING, LDA<br />

Contabilidade, consultoria, gestão de recursos<br />

humanos, planos de negócio e outros serviços<br />

para empresas<br />

OH PERFIL - SERRALHARIA, LDA<br />

Fabrico e montagem de produtos<br />

em alumínio<br />

XWS - EXPRESS WEB SOLUTIONS, LDA<br />

Soluções informáticas<br />

Lousã<br />

Oliveira do<br />

Hospital<br />

Oliveira do<br />

Hospital<br />

Coimbra<br />

500..53: MIDOCONTA - ORGANIZAÇÕES CONTABILÍSTICAS, LDA<br />

500..90: VINÍCOLA ARGUS, LDA<br />

501..36: PLASTUBO - TÉCNICA E COMÉRCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, LDA<br />

501..58: PERFUME-ARTE - COMERCIO DE ARTIGOS COSMETICOS DO CENTRO, LDA<br />

502..30: RUI PRATA RIBEIRO, LDA<br />

504..98: CARDIOFOZ - CLÍNICA DE CARDIOLOGIA, LDA<br />

505..52: GOIS COR - PUBLICIDADE, SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

505..87: MADEIRA DA SILVA - ENGENHARIA, LDA<br />

506..90: CLÍNICA MAIS, MULTI-SERVIÇOS DA SAÚDE, LDA<br />

507..78: CARVALHO & MARTINS, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..62: HIGIPOIARES, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..07: FORMA Z - ENGENHARIA, LDA<br />

509..86: SFERA ULTIMATE, LDA<br />

509..30: ANTÓNIO RICARDO DA SILVA CORREIA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, UNIP., LDA<br />

513..29: LIVINGL<strong>ED</strong>S, LDA<br />

514..30: LUÍS ARCHER, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..24: BRUNO JOSÉ TRINDADE, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..81: SPE<strong>ED</strong>YFLEET, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..82: MARQUES & FERNANDES - CASA DE REPOUSO, LDA<br />

TRANSFMV - MUDANÇAS E TRANSPORTES, LDA<br />

Serviço de mudanças e transportes<br />

nacionais e internacionais<br />

Coimbra<br />

ÉVORA<br />

CRITICALFLOW, UNIPESSOAL, LDA<br />

Fabrico de máquinas de lavar industriais<br />

PROXIMOCAPÍTULO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Software, acessórios, sistemas de vídeo<br />

vigilância, alarmes, automatismos e<br />

domótica<br />

Tábua<br />

Arganil<br />

INFOR-MAR - INFORMÁTICA E SERVIÇOS, LDA<br />

Desenvolvimentos de Software Aplicacional,<br />

consultoria e outros serviços IT<br />

Évora<br />

PROALEN - CONSULTADORIA, ESTUDOS E PROJECTOS,<br />

LDA<br />

Consultadoria para os negócios e<br />

Évora<br />

a gestão<br />

GLOBUREM - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

Mediação de seguros<br />

Mira<br />

CONTAMÉTRICA - CONTABILIDADE, FISCALIDADE E<br />

AUDITORIA, LDA<br />

Contabilidade, fiscalidade e auditoria<br />

Évora<br />

148 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

NÍVEL VERDE - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO<br />

IMOBILIÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

Mediação Imobiliária<br />

Évora<br />

ÉPOCA OBRIGATÓRIA - SERVIÇOS DE GESTÃO, LDA<br />

Contabilidade, fiscalidade, e gestão de Loulé<br />

recursos humanos<br />

500..80: UNIÃO METALÚRGICA DE MONTEMOR, LDA<br />

502..52: VIDIGAL SILVA & CARLOS SILVA - CONTABILIDADE E CONSULTORIA FISCAL, LDA<br />

503..86: GOOD TRAVEL VIAGENS E TURÍSMO, LDA<br />

503..71: CIBERÉVORA - TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, LDA<br />

507..99: ONLYWAY, SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..69: PÉ-LEVE DA SILVA - INSTALAÇÕES TÉCNICAS, LDA<br />

510..76: EQUIPÉVORA - EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO E HOTELEIROS, UNIP., LDA<br />

513..14: T O T - COMERCIALIZAÇÃO DE CONSUMÍVEIS, LDA<br />

514..69: PARDAL & COSTA, LDA<br />

514..67: RUBEN LEITAO, UNIPESSOAL, LDA<br />

FARO<br />

SISGARBE - SOLUÇÕES DE INFORMÁTICA, LDA<br />

L37, UNIPESSOAL, LDA<br />

Reabilitação, construção civil e<br />

obras públicas<br />

Portimão<br />

PRESTIGEPAGE - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

ANY WHERE - INTERNATIONAL PROPERTY INVEST-<br />

MENTS, LDA<br />

Investimentos imobiliários<br />

HARMONIZAMATRIZ, UNIPESSOAL, LDA<br />

Lagos<br />

Loulé<br />

Soluções de software de gestão<br />

Faro<br />

Mediação imobiliária<br />

Faro<br />

TECNICONTROL - ELECTRÓNICA, SEGURANÇA E<br />

COMUNICAÇÕES, LDA<br />

Consultoria, instalação e assistência técnica Olhão<br />

para comunicações, segurança e electrónica<br />

PONTUALCONTA - CONTABILIDADES, LDA<br />

Contabilidade, auditoria e<br />

consultoria fiscal<br />

SOFTSOLUTIONS - COMERCIALIZAÇÃO E<br />

DESENVOLVIMENTO DE SOLUÇÕES INFORMÁTICAS, LDA<br />

Comercialização e desenvolvimento de<br />

Loulé<br />

soluções informáticas<br />

CAMELO FERREIRA, LDA<br />

Medicina dentária e odontologia<br />

CARS AND CARS - COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS,<br />

UNIPESSOAL, LDA<br />

Comércio automóvel<br />

Faro<br />

SAMICOFRA - EQUIPAMENTOS PARA CONSTRUÇÃO<br />

CIVIL, LDA<br />

Comercialização de produtos e equipamentos<br />

para a<br />

Faro<br />

construção<br />

ARVIPLAR - AR CONDICIONADO E ELECTRODOMÉSTI-<br />

COS, LDA<br />

Venda, instalação e assistência técnica de Olhão<br />

sistemas solares e de climatização<br />

DIÁLOGOS REAIS - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNIP., LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Vila Real de<br />

Santo António<br />

Silves<br />

Lagoa (Algarve)<br />

504..25: AMADOS - CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL, LDA<br />

505..90: BEN<strong>ED</strong>ITO COZINHAS, LDA<br />

506..60: FARMÁCIA ILDA, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..21: LAGOAVET SERVIÇOS VETERINÁRIOS, LDA<br />

509..26: FELIPE PROMETTI LOPES, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..13: PROJETO M, LDA<br />

510..96: INIOVINVEST - ENGENHARIA E IMOBILIÁRIA, LDA<br />

510..51: PERFILRADICAL, LDA<br />

510..51: <strong>ED</strong>GAR PISCO - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS UNIPESSOAL, LDA<br />

513..11: JRCO - ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, LDA<br />

513..54: SOLID & ESSENTIAL, LDA<br />

513..34: D.M.E. REAL STATE - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

513..20: OBRIP<strong>ED</strong>RA, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..03: RECLALGARVE - PUBLICIDADE E DESIGN, LDA<br />

515..10: MMSCARIAS - COMERCIO DE AUTOMÓVEIS, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..22: TABELA CRISTALINA, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..94: REPUTAÇÃO & GABARITO - CONSTRUÇÕES, UNIPESSOAL, LDA<br />

GUARDA<br />

ABOVE SEGMENT, UNIPESSOAL, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

COMUNILOG - CONSULTING, LDA<br />

Formação profissional e consultoria para<br />

os negócios e a gestão<br />

BAGO CRISTALINO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Comércio de vinhos<br />

MASTERPROD, UNIPESSOAL, LDA<br />

Produtos e serviços de<br />

manutenção e higiene<br />

Aljezur<br />

Guarda<br />

Almeida<br />

Guarda<br />

ENERGIA MAIS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Prestação de serviços e implementação de<br />

sistemas de energias renováveis<br />

Albufeira<br />

TRAÇOINOX - EQUIPAMENTOS E CLIMATIZAÇÃO, LDA<br />

Comercialização de produtos hoteleiros,<br />

mobiliário e climatização<br />

Guarda<br />

PRISMANIMADO, LDA<br />

Cuidados de saúde ocular, diagnóstico<br />

e correcção visual<br />

Faro<br />

SARAIVATECH, UNIPESSOAL, LDA<br />

Serviços nas áreas de eletricidade, telecomunicações,<br />

segurança e informática<br />

Manteigas<br />

RLIFT - MONTAGEM E MANUTENÇÃO DE ELEVADORES,<br />

UNIPESSOAL, LDA<br />

Montagem e manutenção de elevadores Olhão<br />

e automatismos<br />

502..60: JÚLIO BALTAZAR & FILHOS, TRANSPORTES, LDA<br />

513..93: IMPACTO CONVERGENTE SUPERMERCADOS, LDA<br />

513..01: PISSARRA DIAMANTES - FERRAMENTAS DIAMANTADAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..73: DARKPURPLE, LDA<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 149


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

LEIRIA<br />

N.BELCHIOR, LDA<br />

Comercialização de componentes e sistemas<br />

de automação para diversas áreas<br />

TINTURARIA ROSÁRIOS QUATRO, LDA<br />

Produção de fios para tricot, crochet,<br />

Arraiolos e outros têxteis<br />

Marinha Grande<br />

Porto de Mós<br />

BOTANÁGUA - EMPRESA DE TRATAMENTO DE ÁGUAS,<br />

LDA<br />

Produtos químicos e equipamentos para Alcobaça<br />

tratamento de águas<br />

PAIXÃO - CORRETORES DE SEGUROS, LDA<br />

Mediação de seguros<br />

Bombarral<br />

CR<strong>ED</strong>IMÉDIA - CORRETORES DE SEGUROS, LDA<br />

Gestão de riscos patrimoniais e sociais<br />

Figueira da Foz<br />

CASEMA - CASAS ESPECIAIS DE MADEIRA, IMPORTA-<br />

ÇÃO E EXPORTAÇÃO, LDA<br />

Edifícios pré-fabricados em madeira<br />

Porto de Mós<br />

GORDALINA - SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

Soluções de embalagens<br />

Leiria<br />

PROJECAR - SERVIÇOS TÉCNICOS E PROJETOS DE<br />

ENGENHARIA, LDA<br />

Serviços técnicos e projetos de engenharia<br />

Leiria<br />

GUILHERME JESUS - CONSTRUTORA CIVIL, LDA<br />

Construção de edifícios<br />

Marinha Grande<br />

MARGARIDO & FILHOS - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE ESTUDOS E<br />

MONTAGENS ELÉCTRICAS, LDA<br />

Estudos, projectos e instalações eléctricas<br />

Leiria<br />

J.VALERIO - PLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE JAR-<br />

DINS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Projeto, construção e manutenção de<br />

Alcobaça<br />

espaços verdes<br />

JOSÉ ELÍSIO DA SILVA BRONZE, LDA<br />

Comércio de ferramentas e equipamentos<br />

para construção civil, proteção e segurança,<br />

canalização e eletricidade<br />

Pombal<br />

DIAMANTINO PERPÉTUA & FILHOS, LDA<br />

Comércio de peças novas, usadas e<br />

Leiria<br />

recondicionadas para camiões<br />

Maquinação de todo o tipo de peças<br />

Fabrico de todo o tipo de engrenagens,<br />

Corte a jato de água, plasma e oxicorte<br />

SOFTKOM, LDA<br />

Soluções informáticas<br />

INNOVATION MAKERS - SERVIÇOS DE CONSULTORIA<br />

EM INOVAÇÃO, LDA<br />

Soluções de software para empresas<br />

Leiria<br />

Óbidos<br />

Travessa do Casalinho, nº 182<br />

Zona Industrial dos Pousos – 2410-478 Leiria<br />

geral@engrenagensdocentro.pt<br />

www.engrenagensdocentro.pt<br />

244 734 766<br />

20 20<br />

150 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

MAURISCAVA - MUROS E TERRAPLANAGENS, UNIP., LDA<br />

Terraplanagens, muros em pedra,<br />

Alcobaça<br />

construção civil e obras públicas<br />

LUIS PINHEIRO - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

Mediação de seguros<br />

Leiria<br />

VENDIPEÇAS - PEÇAS E ACESSÓRIOS, LDA<br />

Distribuidor oficial de peças auto<br />

Mafra<br />

originais e aftermarket<br />

TCAGEST.COM - CONSULTORIA, CONTABILIDADE E<br />

GESTÃO ONLINE, LDA<br />

Serviços de contabilidade, fiscalidade, gestão Lisboa<br />

de pessoal, consultoria e apoio à gestão<br />

RERAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Fabrico, instalação e comércio de<br />

automatismos, portas, portões e vedações<br />

Caldas da<br />

Rainha<br />

TRIFOLIO - ESTUDOS E PROJECTOS AMBIENTAIS E<br />

PAISAGÍSTICOS, LDA<br />

Consultoria ambiental<br />

Lisboa<br />

SHAPETEK - TECNOLOGIAS DE MAQUINAÇÃO, LDA<br />

Produção de componentes técnicos<br />

mecânicos de precisão de alta complexidade<br />

Pombal<br />

DENTOPRAXIS - CLÍNICA MÉDICO DENTÁRIA, LDA<br />

Clínica de medicina dentária<br />

Lisboa<br />

PROMANSERV, LDA<br />

Alojamento mobilado para turistas<br />

Peniche<br />

LOJA DO CAMPO - PRODUTOS AGRICULTURA E JARDI-<br />

NAGEM, UNIPESSOAL, LDA<br />

Projecto, construção, recuperação e<br />

Mafra<br />

outros serviços para jardins<br />

VALORFIN - SOLUÇÕES FINANCEIRAS E DE GESTÃO E<br />

M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária e apoio financeiro<br />

Leiria<br />

B.TIME DECISÃO - CONTABILIDADE E GESTÃO, LDA<br />

Contabilidade, assessoria fiscal, recursos<br />

humanos e consultoria de gestão<br />

Lisboa<br />

SOLARSHOP, UNIPESSOAL, LDA<br />

Distribuição de material solar<br />

fotovoltaico<br />

Ansião<br />

PLACAUTO - CHAPAS DE MATRÍCULA E ACESSÓRIOS<br />

PARA AUTOMÓVEIS, S.A.<br />

Chapas de Matrícula para veículos<br />

motorizados<br />

Sintra<br />

500..20: CARNES AVENIDA - PREPARAÇÃO E COMÉRCIO DE CARNES, LDA<br />

501..65: INAUTOM - AUTOMAÇÃO, LDA<br />

501..10: REALFRIO, LDA<br />

501..97: MARQUESMATER - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E PINTURAS, LDA<br />

503..98: INFASTEC - REPARAÇÃO E MONTAGEM DE EQUIPAMENTO ELECTRÓNICO E INF...<br />

503..98: PINTACULIS - COMÉRCIO E APLICAÇÃO DE PAVIMENTOS, EM MADEIRA E TINTA...<br />

504..20: FRUTAS COUTINHO, LDA<br />

505..70: INFORDIO - UNIPESSOAL, LDA<br />

505..90: EMÍDIO C.BRANCO, LDA<br />

508..91: MANUEL GODINHO HENRIQUES, LDA<br />

509..81: CAIS DA PRAIA, LDA<br />

509..00: PADARIA SÉRGIO HENRIQUES & FILHOS, LDA<br />

509..22: DIRECTVISION - SOLUÇÕES DE INTEGRAÇÃO, LDA<br />

510..95: ARTICOLD PROJECT, LDA<br />

510..51: SMARTIDIOM, LDA<br />

513..28: WWS - CONSULTORIA INFORMÁTICA, LDA<br />

513..70: VIVEIROS CULTIFLOR, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..75: A+C AMBIENTE E CERTIFICAÇÃO, LDA<br />

513..80: DECOTRUST, LDA<br />

514..75: NGJR, LDA<br />

514..92: MARCO SANTOS DIAS - CLIMATIZAÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..54: ANGARIAX, LDA<br />

515..59: CR<strong>ED</strong>ILOGO - INTERM<strong>ED</strong>IAÇÃO DE CRÉDITO, LDA<br />

LISBOA<br />

HCONSULT - CONSULTORES DE GESTÃO, LDA<br />

Contabilidade, auditoria, e<br />

consultoria fiscal<br />

TETRAFARMA - PRODUTOS FARMACÊUTICOS, LDA<br />

Comercialização de produtos farmacêuticos<br />

IMORÁPIDA - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA,<br />

LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

MAFRATINTAS - ISOLANTES, TINTAS E COLAS, LDA<br />

Fabricação de tintas, vernizes, mastiques<br />

e produtos similares<br />

EXS - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

Mediação de seguros<br />

Lisboa<br />

Odivelas<br />

Oeiras<br />

Sobral de<br />

Monte Agraço<br />

Lisboa<br />

NIPOLANDIA - AR CONDICIONADO, VENTILAÇÃO, LDA<br />

Soluções de climatização e ventilação<br />

Lisboa<br />

NV - TECNOLOGIAS E SISTEMAS DE IMPRESSÃO, LDA<br />

Soluções integradas de impressão e<br />

gestão documental<br />

Vila Franca<br />

de Xira<br />

J.QUELHAS, LDA<br />

Comercialização de artigos e consumíveis<br />

para escritório<br />

Sintra<br />

GUIATÉCNICA, CLIMATIZAÇÃO E REFRIGERAÇÃO, LDA<br />

Refrigeração industrial e comercial, ar<br />

condicionado, ventilação<br />

Arruda dos<br />

Vinhos<br />

NAUTICUS - SEGUROS, M<strong>ED</strong>IADORES ASSOCIADOS,<br />

LDA<br />

Mediação de seguros<br />

Lisboa<br />

ZECAFIL - PROTECÇÃO AMBIENTAL, LDA<br />

Serviços na área do controlo de pragas,<br />

Healthcare e HACCP<br />

Sintra<br />

ODIVEL-LAR, S.A.<br />

Construção de edifícios<br />

(residenciais e não residenciais)<br />

Odivelas<br />

ESCALA TRÊS - PUBLICIDADE E ARTES GRÁFICAS, LDA<br />

Publicidade e artes gráficas<br />

Sintra<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 151


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

IBERBATERIAS - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE REPRESENTAÇÕES,<br />

LDA<br />

Comércio e assistência a baterias e<br />

Azambuja<br />

carregadores industriais<br />

LOCATIS - SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO E TELEMÁTICA,<br />

LDA<br />

Fabrico e comércio de acessórios para receptores<br />

GPS e outros equipamentos de<br />

Mafra<br />

comunicações<br />

CARLOS DUARTE P<strong>ED</strong>RO, LDA<br />

Construção civil<br />

Sintra<br />

AUTOMIMO - COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS, LDA<br />

Comércio automóvel<br />

Amadora<br />

MADIFROTA - TRANSPORTES RODOVIÁRIOS E EXPLO-<br />

RAÇÃO FLORESTAL, LDA<br />

Serviços na área da silvicultura<br />

Torres Vedras<br />

FERNANDO DOS SANTOS MARQUES & FILHOS, LDA<br />

Especialistas em canalizações<br />

Loures<br />

PEIXOTO & CARMO, LDA<br />

Comercialização de lubrificantes, equipamentos<br />

e acessórios para a manutenção<br />

industrial<br />

Sintra<br />

P.S.F. - PINTURAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL, UNIP., LDA<br />

Reabilitação urbana, pintura de imóveis<br />

e andaimes<br />

Oeiras<br />

OFFICE POINT - IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO, UNIP.,<br />

LDA<br />

Comercialização de artigos para escritório, Lisboa<br />

material escolar e papelaria<br />

MOTREC - MOTORPORTUGAL, LDA<br />

Reconstrução e venda de componentes<br />

para o automóvel<br />

Loures<br />

G3P - CONSULTORES DE GESTÃO, PROCESSO E QUALI-<br />

DADE PARA A PRODUTIVIDADE, LDA<br />

Consultoria de lean asset management<br />

Lisboa<br />

especializada na melhoria da produtividade<br />

PERCENTIL - CONSULTORIA, PROJECTOS E FORMAÇÃO<br />

EM AMBIENTE E SEGURANÇA NO TRABALHO, LDA<br />

Serviços na área do Ambiente, Segurança e Oeiras<br />

Saúde no Trabalho e Ergonomia<br />

J. S. PEREIRA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

Mediação de Seguros<br />

Amadora<br />

PLENO SORRISO, UNIPESSOAL LDA<br />

Clínica médica e dentária<br />

Odivelas<br />

SPECPT - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE EQUIPAMENTOS DE CONTRO-<br />

LO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Fabricação e comercialização de Sistemas de Lisboa<br />

Controlo Horário e Acessos<br />

CONCEPTAIR, UNIPESSOAL, LDA<br />

Comércio e instalação de ar condicionado, equipamentos<br />

e material de climatização e ventilação<br />

Lisboa<br />

152 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

RISCO DE LÁPIS, LDA<br />

Comércio de material de escritório,<br />

escolar, informático e de embalagem<br />

Amadora<br />

PR<strong>ED</strong>IPEREIRA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA &<br />

CONSTRUÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Odivelas<br />

VERTICALTECTOS, LDA<br />

Construção civil<br />

HAPPEN’IN - CREATIVE SOLUTIONS, LDA<br />

Agência de publicidade e organização de<br />

eventos<br />

DATALAB - TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, LDA<br />

Soluções em Data Quality, Data Privacy<br />

e Master Data Management<br />

ISOL.TONELO - ISOLAMENTOS TÉRMICOS, SOCI<strong>ED</strong>ADE<br />

UNIPESSOAL, LDA<br />

Fornecimento e montagem de<br />

isolamentos térmicos e acústicos<br />

Amadora<br />

Sintra<br />

Odivelas<br />

Vila Franca<br />

de Xira<br />

DOMUS PLAZA - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁ-<br />

RIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

Vila Franca<br />

Mediação imobiliária<br />

de Xira<br />

MOMENTIDEAL, LDA<br />

Agência de eventos<br />

Sintra<br />

TODAS AS<br />

SOLUÇÕES DE<br />

COMUNICAÇÃO<br />

E MARKETING<br />

NUM SÓ LUGAR<br />

COMMUNICATION AND MARKETING CONSULTING<br />

DIGITAL MARKETING | BRANDING AND ADVERTISING<br />

STRATEGIC COMMUNICATION AND MONITORING<br />

BOOKS AND CUSTOM PUBLISHING | VIDEO SOLUTIONS<br />

HEALTH COMMUNICATION DIVISION<br />

PUBLIC RELATIONS AND EVENTS<br />

Lisboa Oeiras Porto<br />

creative-minds.pt<br />

ESCOLHA MÚLTIPLA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNI-<br />

PESSOAL, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Mafra<br />

ZR, UNIPESSOAL, LDA<br />

Agência criativa de comunicação<br />

e design<br />

Vila Franca<br />

de Xira<br />

PRINCÍPIO DA SAB<strong>ED</strong>ORIA, LDA<br />

Centro de apoio psicopedagógico<br />

Lisboa<br />

7LOG - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, LDA<br />

Soluções de software de gestão<br />

Lisboa<br />

VALIDSTAGE - ENGENHARIA, LDA<br />

Gestão de empreendimentos e<br />

fiscalização de obras<br />

Oeiras<br />

SAFE SPOT - SOLUÇÕES GLOBAIS DE SEGURANÇA, LDA<br />

Soluções de segurança<br />

Vila Franca de<br />

Xira<br />

R<strong>ED</strong>SHIFT CONSULTING, LDA<br />

Oferta e consultadoria de soluções<br />

de software<br />

Lisboa<br />

A AUTHENTIKASA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Amadora<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 153<br />

anuncio_scoring.indd 5 29/11/2021 13:08


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

COPY IT, UNIPESSOAL, LDA<br />

Impressão e Publicidade<br />

Odivelas<br />

<strong>ED</strong>UINTELIGENTE, UNIPESSOAL, LDA<br />

Experiências educativas no estrangeiro<br />

Lisboa<br />

RUI MENDES & FILIPE MENDES - INSTALAÇÕES ELÉC-<br />

TRICAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Instalações elétricas; eletricidade;<br />

Sintra<br />

Telecomunicações<br />

ROMARIA DE BACO, LDA<br />

Restaurante e wine bar<br />

Sintra<br />

KEMSOLD, LDA<br />

Comercialização de produtos químicos<br />

Loures<br />

PASTA DIGITAL - SISTEMAS TECNOLÓGICOS, LDA<br />

Desenvolvimento de soluções informáticas<br />

Lourinhã<br />

CABLECHOICE - IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, LDA<br />

Distribuição de material elétrico<br />

Sintra<br />

PAULA CONSULTING - CONTABILIDADE E GESTÃO, LDA<br />

Contabilidade, fiscalidade e, apoio à gestão<br />

de micro e pequenas empresas<br />

SENSORPOINT - SOLUÇÕES DE SEGURANÇA, LDA<br />

Soluções de segurança eletrónica e<br />

tecnologias para edifícios inteligentes<br />

Odivelas<br />

Loures<br />

NIMBLE PORTAL - SERVIÇOS E CONSULTORIA DE<br />

GESTÃO, LDA<br />

Serviços de gestão de sistemas de<br />

Lisboa<br />

informação<br />

SILFARMAPLUS - PRODUTOS FARMACÊUTICOS E<br />

NUTRACÊUTICOS, LDA<br />

Comercialização de suplementos alimentares,<br />

dispositivos médicos e<br />

Odivelas<br />

cosméticos<br />

OCTA<strong>ED</strong>RO, LDA<br />

Consultoria em engenharia civil,<br />

mobilidade e transportes, arquitetura<br />

Sintra<br />

BEST ACCOUNT - CONTABILIDADE E GESTÃO, S.A.<br />

Serviços de contabilidade e gestão<br />

de empresas<br />

Lisboa<br />

FIVE STARS CONSULTING PORTUGAL, LDA<br />

Consultoria a empresas<br />

Lisboa<br />

BIOCRUMB, LDA<br />

Alimentação biológica (marca Miolo)<br />

Oeiras<br />

PHARMAONE - PHARMA INTERNATIONAL M<strong>ED</strong>ICAL,<br />

LDA<br />

Colocação de produtos de saúde no<br />

Sintra<br />

mercado nacional<br />

154 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

VITALMOBILE, LDA<br />

Serviços de telemonitorização clínica<br />

Lisboa<br />

BERRIESEVOLUTION, LDA<br />

Produção e comercialização de<br />

framboesas<br />

Lisboa<br />

HIGH SKILLS - FORMAÇÃO E CONSULTORIA, LDA<br />

Serviços de consultoria e formação<br />

Lisboa<br />

de recursos humanos<br />

IMBS - INTEGRAT<strong>ED</strong> MANAGEMENT BUSINESS<br />

SOLUTIONS, LDA<br />

Consultoria a empresas<br />

Lisboa<br />

CRITICAL PATH MANAGERS, LDA<br />

Consultoria na construção, coordenação,<br />

fiscalização e administração de obras<br />

Oeiras<br />

ACS ADVANC<strong>ED</strong> COOLING SOLUTIONS, UNIP., LDA<br />

Comercialização e assistência técnica na área Oeiras<br />

de climatização, refrigeração e indústria<br />

MLF - BRINDES & PROMOÇÕES, UNIPESSOAL, LDA<br />

Produção de artigos promocionais e<br />

Oeiras<br />

personalizados<br />

RHP, LDA<br />

Consultoria especializada em saúde<br />

Lisboa<br />

WESTBIKE, LDA<br />

Comércio de bicicletas e acessórios<br />

Torres Vedras<br />

BIOCALIXTO - LOJA DE PRODUTOS NATURAIS, LDA<br />

Comércio de suplementos alimentares,<br />

chás, e alimentação dietética<br />

Torres Vedras<br />

Em nossa casa<br />

HMAJ CONTAINERS, LDA<br />

estão as nossas<br />

memórias.<br />

Reparação de contentores<br />

Sintra<br />

FINDIGNO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Intermediação de crédito, consultoria<br />

financeira e mediação de seguros<br />

Lisboa<br />

LIGHTOTAL, LDA<br />

Comércio de mobiliário e artigos de iluminação<br />

em estabelecimentos especializados<br />

Cascais<br />

NIPAMADU REMODELAÇÕES, UNIPESSOAL, LDA<br />

Construção e remodelações<br />

ELEVIBER - EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, UNIP., LDA<br />

Comércio e reparação de<br />

equipamentos industriais<br />

DOLAT CAPITAL - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE CONSULTORIA PARA<br />

INVESTIMENTO, LDA<br />

Gestão de investimentos<br />

Sintra<br />

Mafra<br />

Lisboa<br />

Cuidado Maior<br />

Apoio domiciliário<br />

geral@cuidadomaior.pt<br />

351 214 074 661<br />

www.cuidadomaior.pt<br />

Eleita TOP 5%<br />

Melhores PME Portugal<br />

2020 / 2021<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 155


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

ESPALHAPRIMAVERA, LDA<br />

Serviço de cremação de animais<br />

Sintra<br />

WOLFPOWERING - COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS, LDA<br />

Comércio automóvel<br />

A.V. C&S - CONSULTING SERVICES, LDA<br />

Consultoria informática<br />

CONVERTNOW, LDA<br />

Agência de marketing de performance<br />

CUBO SOLAR - CONSTRUÇÃO E RENOVÁVEIS, LDA<br />

Soluções direcionadas para as energias<br />

renováveis, construção, climatização e<br />

reabilitação de edifícios<br />

MOREIRA & MIRÓ RODRIGUES - M<strong>ED</strong>IAÇÃO<br />

IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

PORENVEL, UNIPESSOAL, LDA<br />

Serviços de personalização, impressão,<br />

envelopagem, embalagem, e produção<br />

de correio<br />

CITYGROUND CONSULTING, LDA<br />

Serviços imobiliários<br />

Cascais<br />

Odivelas<br />

Lisboa<br />

Loures<br />

Lisboa<br />

Amadora<br />

Lisboa<br />

500..65: PROCLÍNICA - EQUIPAMENTOS E PRODUTOS CLÍNICOS, LDA<br />

500..19: SANO-TÉCNICA, UNIPESSOAL, LDA<br />

500..78: ENGITEC, LUBRIFICANTES INDUSTRIAIS, LDA<br />

501..22: MARQUES, LDA<br />

501..91: BABCOCK & WILCOX - PORTUGAL, S.A.<br />

501..39: PROSPECTIVA - PROJECTOS, SERVIÇOS, ESTUDOS, S.A.<br />

502..79: LUZIBÉRICA - EQUIPAMENTOS ELECTROTÉCNICOS E SERVIÇOS, SOC. UNIP., LDA<br />

502..00: DUNCAN MACGREGOR ACCOUNTING, LDA<br />

502..46: CONSILCAR - COMÉRCIO AUTOMÓVEIS, LDA<br />

503..60: PAULOSEGUROS - SOCI<strong>ED</strong>ADE M<strong>ED</strong>IADORA, LDA<br />

503..68: MCBS - COMUNICAÇÃO GLOBAL, LDA<br />

503..60: TOU AQUI TOU AI - SERVIÇOS DE INFORMÁTICA, LDA<br />

503..47: LIMPOGERME - PRODUTOS HIGIENE E LIMPEZA, LDA<br />

504..91: SHIFT THINKERS, LDA<br />

504..81: MÁRIO MOURA - CONTABILIDADE, LDA<br />

504..12: HABISALE - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

504..26: PVA NORTE - PRODUÇÃO DE VALOR ACRESCENTADO EM TECNOLOGIAS DE INF...<br />

504..54: CASCAIS COLOR - PINTURA DE CONSTRUÇÃO CIVIL, LDA<br />

504..33: ASANFER - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE TRANSPORTES, LDA<br />

504..28: IBERV<strong>ED</strong>A - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE CONSTRUÇÃO E DELIMITAÇÃO DE ESPAÇOS, LDA<br />

504..79: MANUTAN, UNIPESSOAL, LDA<br />

504..86: PALMA - CONSULTADORIA AMBIENTAL, LDA<br />

504..27: PR<strong>ED</strong>IAL MOUTINHO CEREJO, LDA<br />

505..97: LUSOSEM - PRODUTOS PARA AGRICULTURA, S.A.<br />

505..50: H2N - CONSULTORIA DE ANIMAÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

505..39: HELPCAR 24 TRANSPORTES, LDA<br />

505..39: DEXCARTE - COMÉRCIO DE FERRO E CONSTRUÇÕES, LDA<br />

505..13: RADITRON - COMÉRCIO MATERIAL ELECTRÓNICO E TELECOMUNICAÇÕES, UNI...<br />

506..30: JOÃO P<strong>ED</strong>RO SEQUEIRA, LDA<br />

506..04: MANZONI & VASCONCELOS - REPRESENTAÇÕES, LDA<br />

506..02: FRANCOFÁSICA - INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..88: PROFILE - CONSULTORIA DE RECURSOS HUMANOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..16: ACTIVE4 - CONSULTORIA INFORMÁTICA, EQUIPAMENTOS E FORMAÇÃO UNIP...<br />

507..77: PET-BLINK - DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTARES E ACESSÓRIOS PARA...<br />

507..60: JARDINS DE ADÓNIS, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..29: FINEGLUV - SISTEMAS DE HIGIENIZAÇÃO, LDA<br />

507..20: PRIMELINE - GESTÃO, PROMOÇÃO E M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

507..97: PATRUÇA, LDA<br />

507..52: PRO-CARE - SERVIÇOS ESPECIAIS DE LIMPEZA, LDA<br />

507..50: ORANGEBLENDING - MARKETING COMMUNICATIONS, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..66: KETA FOODS, LDA<br />

507..14: CGSENGENHARIA - CONSTRUÇÕES E GESTÃO DE SERVIÇOS, LDA<br />

507..15: HEXAPLANO - ARQUITECTURA, CONSTRUÇÃO E DESIGN, LDA<br />

507..83: ITAMACUS, LDA<br />

508..37: CISTERDATA - CONSULTING, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..54: BOLA DE PELO, LDA<br />

508..90: ENIGMOBRA - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE CONSTRUÇÕES, LDA<br />

508..37: PRÉMIO MERECIDO, LDA<br />

508..39: PICTOCUBO - CONSTRUÇÃO CIVIL, LDA<br />

508..35: NEWSQUARE - REMODELAÇÕES DE INTERIORES E EXTERIORES, LDA<br />

508..65: JUST MÉDIA, LDA<br />

508..55: RIGOR COLECTIVO, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..72: P.Q.B. - PRODUTOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..90: IPIU - INSTITUTO DA PRÓSTATA E INCONTINÊNCIA URINÁRIA, LDA<br />

508..20: KOSMOKAUSA - PRODUTOS FARMACÊUTICOS E COSMÉTICOS, LDA<br />

508..96: SPACE KÁKÁ LIVRARIA PAPELARIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..68: AMAZING GLAMPING, LDA<br />

509..83: ATCONST, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..97: SARA MARTINS - LABORATÓRIO DE PRÓTESE DENTÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..58: CGIOR - ARQUITECTURA DE INTERIORES E DECORAÇÃO, LDA<br />

509..45: ARFÉNIX - CONTABILIDADE, FISCALIDADE E GESTÃO, LDA<br />

509..34: M<strong>ED</strong>IAUTO - LOJA DO AUTOMÓVEL, LDA<br />

509..77: JOAQUIM MIRANDA & ANA MIRANDA, LDA<br />

509..87: SENHOR OBRAS - SERVIÇOS DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE OBRAS E CONSULTORIA, UNIP...<br />

509..49: INÊS FRANCO, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..60: PESSOAS D’ÊXITO - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

509..51: BESTURBAN - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE PATRIMÓNIOS IMOBILIÁRIOS, LDA<br />

509..39: GROUNDSPE<strong>ED</strong>, LDA<br />

510..05: NEW NUMBER - CONTABILIDADE, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..23: GIANT UNDERWRITING, LDA<br />

510..44: DOMINGOS ANTÓNIO SOARES - CONSTRUÇÃO CIVIL, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..90: LANDIGLAM - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

510..90: STATUSGALAXY, S.A.<br />

510..57: BRING GLOBAL SERVICES, S.A.<br />

510..34: CRAFT<strong>ED</strong> LANTERNS, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..49: JORGE CARDOSO MARTINS - CARPINTARIAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..23: REASONGARDEN, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..09: RUMOFIXO, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..79: EXTRAICONCEITOS - SERVIÇOS ÓPTICOS, LDA<br />

510..78: COMNOLOGY, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..90: MEIO TERMO, LDA<br />

510..52: M<strong>ED</strong>IMERCADO - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..47: CULTO DE BI - CONSULTORES DE GESTÃO, LDA<br />

513..00: ZAYINIMP, UNIPESSOAL LDA<br />

513..01: FERNANDES & MARIZ, LDA<br />

513..94: GESCIFIN LISBOA - CONTABILIDADE E CONSULTORIA, LDA<br />

513..53: ZYRGON PORTUGAL, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..14: JOÃO CORREIA MONTEIRO - ARQUITETOS, LDA<br />

513..86: DFRONT, LDA<br />

513..78: CESAR LEÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..60: ARRUDARQ, LDA<br />

513..86: COMUNHÃO D’IDEIAS - CRIAÇÃO, INVESTIGAÇÃO E COMUNICAÇÃO, LDA<br />

513..57: DIMENSÃO PROTÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..36: PPFC, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..67: SELECÇÃO ALTERNATIVA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..90: CV PLÁS - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS E DERIVADOS, LDA<br />

514..63: COLDWEEN, LDA<br />

514..38: EVONIC - EVOLUTION AND INNOVATION CONSULTING, LDA<br />

514..46: TURN - TÉCNICAS DE ENGENHARIA, LDA<br />

514..78: MIND THE TRASH CONSULTING, LDA<br />

514..86: LUÍS CARLOS NEVES, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..83: UATHOME - SOCI<strong>ED</strong>ADE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

514..33: JM RIBEIRO DA CUNHA & ASSOCIADOS, SROC, LDA<br />

514..95: TOPLIFT, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..42: REVIVER HABITAÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..12: QUINTA O PROFETA - GESTÃO DE EVENTOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..69: TIME TO BRAND, LDA<br />

515..80: BAZZO ENGENHARIA, LDA<br />

515..68: PROJETO CLIMA REFRIGERAÇÃO ENERGIA E SERVIÇOS DE C.A.F.INÁCIO, UNIP., L...<br />

515..33: JASNIVIR - ISOLAMENTOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..60: DESAFIOKONFIANTE, LDA<br />

MADEIRA (R. A.)<br />

SODINÂMICA - COMÉRCIO DE ALUMÍNIOS, LDA<br />

Comércio por grosso de alumínios<br />

Funchal<br />

e serviços de lacagem<br />

H & LP - CONSULTORIA, AVALIAÇÕES E PERICIAS, LDA<br />

Avaliações e consultoria imobiliária, certificações<br />

energéticas, engenharia civil e gestão e<br />

Funchal<br />

fiscalização de obras<br />

DUPLICONTA - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE CONTABILIDADE,<br />

CONSULTADORIA E GESTÃO, LDA<br />

Contabilidade, consultadoria e gestão Funchal<br />

156 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

509..58: INOXLOBOS - CONSTRUÇÕES METÁLICAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..30: TECLAVANGUARDA - UNIPESSOAL, LDA<br />

511..32: REBOQUES AVELINO, LDA<br />

511..77: MANUEL CANADA - CONSTRUÇÕES, LDA<br />

511..95: MADM<strong>ED</strong> - SERVIÇOS MÉDICOS E DENTÁRIOS, LDA<br />

514..35: GENIALIS, LDA<br />

PORTALEGRE<br />

PROINCONTA - PROJECTOS DE INVESTIMENTO E<br />

CONTABILIDADE, LDA<br />

Execução de contabilidades e processamento<br />

de<br />

Matosinhos<br />

salários<br />

FISCO 2000 - CONTABILIDADE E SERVIÇOS, LDA<br />

Serviços de contabilidade, consultoria<br />

fiscal e seguros<br />

Amarante<br />

HUGO RIJO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Construção e serviços de<br />

construção civil<br />

CONSTRUSERV, UNIPESSOAL, LDA<br />

Construção, engenharia e projetos<br />

Avis<br />

Elvas<br />

PINTO & LOURENÇO - REABILITAÇÃO, LDA<br />

Serviços de carpintaria e marcenaria<br />

Vila Nova<br />

de Gaia<br />

PAULO SOUSA - CONTABILIDADE E CONSULTORIA<br />

FISCAL, LDA<br />

Atividades de contabilidade, auditoria e Trofa<br />

consultoria fiscal<br />

MJBP - CONSTRUÇÕES, UNIPESSOAL, LDA<br />

JOSÉ CARLOS SILVA SOUSA - TERRAPLANAGENS, S.A.<br />

Construção civil e obras públicas<br />

Portalegre<br />

Vias transporte e redes saneamento<br />

Póvoa de Varzim<br />

505..33: CONSTRUÇÕES JOÃO MADEIRA - UNIPESSOAL, LDA<br />

509..01: UMOMBRO AMIGO, SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

514..80: PROJETOMAIOR - PROJETOS E CONSTRUÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..44: TECNIFEX REP, UNIPESSOAL, LDA<br />

MATRIZ PLUS - SOLUÇÕES DE CODIFICAÇÃO, UNIP., LDA<br />

Marcação direta dos produtos e das<br />

embalagens<br />

Vila Nova<br />

de Gaia<br />

PORTO<br />

V<strong>ED</strong>IGONÇALVES - V<strong>ED</strong>AÇÕES, LDA<br />

Comércio, construção e montagem<br />

de vedações<br />

Felgueiras<br />

IRMÃOS PEREIRA PACHECO, S.A.<br />

Fabrico de mobiliário de luxo<br />

Paços de<br />

Ferreira<br />

AOM CONTAS - CONTABILIDADE, LDA<br />

Serviços de contabilidade<br />

Porto<br />

ANTÓNIO M. C. FERREIRA, LDA<br />

Fabrico de trinchas, pincéis e rolos<br />

de pintura para construção civil<br />

Vila Nova<br />

de Gaia<br />

HERNÂNI GONÇALVES DA CUNHA, LDA<br />

SOLUÇÕES PARA EMPRESAS<br />

SOLUÇÕES PARA PARTICULARES<br />

Projetos de Arquitetura e Engenharia<br />

CASA DE PASTO MOINHO DE VENTO, UNIP., LDA<br />

Restaurante de comida tradicional<br />

portuguesa<br />

CARPINTARIA FRANCEMAR, LDA<br />

Carpintarias e madeiras (construção e<br />

restauro)<br />

SYSTEMAIR, S.A.<br />

Trofa<br />

Porto<br />

Vila Nova<br />

de Gaia<br />

CYBER RISKS<br />

VIDA CRÉDITO HABITAÇÃO<br />

BENS EM LEASING<br />

VIDA<br />

MERCADORIAS TRANSPORTADAS<br />

ACIDENTES PESSOAIS<br />

ACIDENTES DE TRABALHO<br />

VIAGEM<br />

ACIDENTES PESSOAIS<br />

MULTIRRISCOS HABITAÇÃO<br />

SAÚDE EMPRESAS<br />

SAÚDE<br />

VIDA<br />

RESPONSABILIDADE CÍVIL<br />

AUTOMÓVEIS | FROTAS<br />

POUPANÇA | INVESTIMENTO<br />

MULTIRRISCOS<br />

AUTOMÓVEL<br />

Comércio | indústria<br />

RESPOSABILIDADE CÍVIL<br />

Produtos | Profissional | Ambiental | Exploração<br />

Directors & Officers<br />

Soluções de ventilação<br />

Maia<br />

CERMA - SERVIÇOS MÉDICOS E DE REABILITAÇÃO, LDA<br />

Cuidados de Medicina Física e de<br />

Reabilitação<br />

BIOGERM, S.A.<br />

Análises microbiológicas e químicas<br />

Santo Tirso<br />

Maia<br />

geral@gese.pt gese.pt<br />

252 612 815 | 252 638 981 | 252 638 982<br />

917 543 915 | 935 168 230 | 937 543 916<br />

Gese Mediação de Seguros Lda, com sede na Av. Vasco da Gama 132, 4490-410 Póvoa de Varzim, com autorização para exercer atividade de distribuição<br />

de seguros nos Ramos Vida e Não Vida inscrito na ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, com a categoria de Agente de<br />

Seguros, sob o nº 407250466, inscrito em 27-01-2007 verificável em www.asf.com.pt - NIF: 504020595, Capital Social: 25,000€. De uma forma geral<br />

autorizada a celebrar seguros em nome e por conta de empresas de seguros, mas nunca assume em seu próprio nome a cobertura de riscos, competência<br />

exclusiva das empresas de seguros nos termos da legislação aplicável.A contratação de seguros não dispensa a consulta a informação pré-contratual e<br />

contratual legalmente exigida.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 157


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

J.A.S.MOREIRA, LDA<br />

Serviços de pichelaria e gás<br />

Vila Nova<br />

de Gaia<br />

DIAMANTINO M<strong>ED</strong>IAÇÃO SEGUROS, LDA<br />

Mediação de seguros<br />

AMPLITUDE NET - IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DE<br />

SOLUÇÕES PARA A INTERNET, LDA<br />

Soluções de TV Corporativa e Sinalética Maia<br />

Digital<br />

KNOWIT - CONSULTORIA, FORMAÇÃO E TECNOLOGIA,<br />

S.A.<br />

Serviços de consultoria, formação<br />

Porto<br />

e tecnologia<br />

PURMAQ - COMÉRCIO DE SISTEMAS DE POLIURETANO,<br />

LDA<br />

Sistemas e equipamentos para a<br />

Maia<br />

indústria de poliuretanos<br />

JOAQUIM COSTA BARROSO - INSTALAÇÕES<br />

ELÉCTRICAS, LDA<br />

Comercialização e montagens de<br />

Matosinhos<br />

material elétrico<br />

SALESLAND PORTUGAL, UNIPESSOAL, LDA<br />

Marco de<br />

Canaveses<br />

Serviço comercial integral<br />

Porto<br />

ABC ATELIER, CONCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO,<br />

SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

Construção civil<br />

Maia<br />

CORREIA DE LACERDA - PROJECTOS DE ENGENHARIA,<br />

LDA<br />

Serviços de engenharia e arquitetura<br />

Porto<br />

J.MOREIRA DE SÁ, UNIPESSOAL, LDA<br />

Woodworking machinery<br />

Trofa<br />

RICARDO BARROS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Importação e exportação de componentes de<br />

manutenção para máquinas de construção e<br />

de terraplanagem<br />

Maia<br />

DELICATEPLAN - CONSULTORIA E ENGENHARIA, UNIP.,<br />

LDA<br />

Serviços no âmbito do Planeamento,<br />

Lousada<br />

Imobiliário e Jurídico<br />

QUAD SYSTEMS - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO QSSI, LDA<br />

IT Project Management, Oracle Expertise,<br />

Web Expertise<br />

Porto<br />

NORLIFT - ELEVADORES E ESCADAS ROLANTES, LDA<br />

Serviços na área de equipamentos<br />

Maia<br />

de elevação<br />

SUSANA DUARTE MACHADO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Formação profissional e<br />

desenvolvimento pessoal<br />

Vila Nova<br />

de Gaia<br />

SAFEZONE - SEGURANÇA PRIVADA, LDA<br />

Serviços de segurança privada<br />

Matosinhos<br />

158 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

SITEMASTER, LDA<br />

Comercialização de equipamentos de<br />

suporte à actividade de radiodifusão e<br />

serviços técnicos conexos<br />

Gondomar<br />

ACTIONCOACH PORTO - CONSULTORIA, TREINO E<br />

FORMAÇÃO, S.A.<br />

Consultoria e formação empresarial<br />

Porto<br />

ACESSETRONIC INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS, LDA<br />

Instalações eléctricas e de canalizações<br />

Valongo<br />

RIGOR IMOBILIÁRIA (MAPA DE RIGOR - M<strong>ED</strong>IAÇÃO<br />

IMOBILIÁRIA, UNIP., LDA)<br />

Mediação imobiliária<br />

Maia<br />

PINKLUNA CONSTRUÇÕES, LDA<br />

Construção civil e obras públicas<br />

Baião<br />

URBANMINT DESIGN, UNIPESSOAL, LDA<br />

Importação, exportação e comercialização de<br />

produtos de design de mobiliário e iluminação<br />

Maia<br />

BRUMÁTICA - SERVIÇOS DE INFORMÁTICA, LDA<br />

Soluções integradas de software de<br />

Felgueiras<br />

gestão comercial e administrativa<br />

QUCAAN BUSINESS, LDA<br />

EPI, vestuário e sinalização<br />

Matosinhos<br />

EQUIPA FORTROFA, LDA<br />

Fabrico, comercialização e aluguer de<br />

equipamentos para construção civil<br />

Trofa<br />

COLECÇÃO COMPLETA UNIPESSOAL, LDA<br />

Comércio de têxteis, vestuário e<br />

acessórios<br />

Trofa<br />

M.I.L.I.N.A.N.D.A, UNIPESSOAL, LDA<br />

Comercialização e fabrico de<br />

fardamentos, medalhas, emblemas, e<br />

outros produtos<br />

Porto<br />

FLORADATA - BIODIVERSIDADE, AMBIENTE E<br />

RECURSOS NATURAIS, LDA<br />

Consultoria em biodiversidade, ambiente Porto<br />

e recursos naturais<br />

<strong>ED</strong>UARDO BARBOSA CONSULTORES, LDA<br />

Prestação de Serviços de Apoio à<br />

Gestão Empresarial<br />

Paredes<br />

HA+ARCHITECTS, LDA<br />

Arquitetura, Engenharia e Consultadoria<br />

Porto<br />

SÓLUZIL<strong>ED</strong> CREATOR UNIPESSOAL, LDA<br />

Desenvolvimento, produção e comercialização<br />

de soluções de iluminação<br />

Valongo<br />

BIKOELECTRONICS, LDA<br />

Soluções de engenharia, consultoria e<br />

comercialização de equipamentos para a<br />

indústria Oil & Gas<br />

Santo Tirso<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 159


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

OURSEAL, LDA<br />

Serviços de Engenharia na área das<br />

energias renováveis<br />

Matosinhos<br />

UNLOCK THOUGHTS, LDA<br />

Hotel management company especializada<br />

em hotéis de pequena e média dimensão<br />

Porto<br />

ABGT, UNIPESSOAL, LDA<br />

Representação e comercialização de<br />

equipamentos e produtos para Radioterapia,<br />

Medicina Nuclear e Radiologia<br />

Gondomar<br />

CD - ENGENHARIA E SERVIÇOS, LDA<br />

Serviços de construção e engenharia<br />

Maia<br />

DIETICARE - ALIMENTAÇÃO ESPECIAL, LDA<br />

Comercialização e distribuição de alimentos<br />

Porto<br />

para fins medicinais específicos e<br />

dispositivos médicos<br />

QUADRANTELÉGUAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Compra e venda de automóveis<br />

PURPLEADVANTAGE - UNIPESSOAL, LDA<br />

Exames de ADN<br />

PETALAMEL, UNIPESSOAL, LDA<br />

Produção e comercialização de<br />

sobremesas ultracongeladas<br />

NUNOSIL - SISTEMAS DE SEGURANÇA, UNIP., LDA<br />

Soluções de segurança eletrónica<br />

PAULO SILVA COUTO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Produção audiovisual<br />

Gondomar<br />

Porto<br />

Marco de<br />

Canaveses<br />

Matosinhos<br />

Vila Nova<br />

de Gaia<br />

CARPINTARIA AVELEIRAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Carpintaria, mobiliário, construção civil<br />

e remodelações<br />

Paredes<br />

500..25: E.C.BONFIM, LDA<br />

501..03: FÁBRICA DE TINTAS 2000, S.A.<br />

501..63: OLIVEIRA & MONTEIRO, LDA<br />

501..54: NOVA CLASSE - PRODUTOS ALIMENTARES, LDA<br />

501..50: ALFR<strong>ED</strong>O DA SILVA BARBOSA, LDA<br />

502..28: M<strong>ED</strong>IASIS - SOLUÇÕES DE INFORMÁTICA, LDA<br />

503..50: FORNOVA - COMÉRCIO E ASSISTÊNCIA DE VEÍCULOS, LDA<br />

503..76: PENTÁGONO XXI, INVESTIMENTOS, S.A.<br />

503..36: M.E.C.R. - REPRESENTAÇÕES E COMÉRCIO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, U...<br />

503..56: JACINTO & ALICE, LDA<br />

504..63: PR<strong>ED</strong>IPALMA - EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

504..60: PERIPLUS, LDA<br />

504..72: AIR SEA LOPES - TRANSITÁRIOS, LDA<br />

504..40: TAISTEL - EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES, LDA<br />

504..71: PLATEA - COMÉRCIO A RETALHO DE MOBILIÁRIO E ARTIGOS DE DECORAÇÃO, L...<br />

504..93: F.RIBEIRO, LDA<br />

505..49: ORTOM<strong>ED</strong>IFAR - IMPORTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ARTIGOS MÉDICOS E ORTOPÉD...<br />

505..72: MAGALHÃES & VINHA, LDA<br />

505..90: SKYROS II - CONGRESSOS, LDA<br />

505..77: SADINTEGRA - SISTEMAS DE SEGURANÇA, LDA<br />

505..90: CLIMIRANDA, UNIPESSOAL, LDA<br />

505..38: MANUEL ANTÓNIO AMORIM MOREIRA - ELECTRICIDADE E PICHELARIA, LDA<br />

505..46: JOSÉ DA SILVEIRA RIBEIRO & FILHOS, LDA<br />

506..38: ACTIONELECTRIC, LDA<br />

506..43: HELICORTE - ARTES GRÁFICAS E INFORMÁTICA, LDA<br />

PRINTANYWAY TECHNOLOGIES,LDA<br />

Soluções de software para empresas<br />

Matosinhos<br />

BE OPORTO, LDA<br />

Investimentos imobiliários<br />

Porto<br />

Q CLIMA, UNIPESSOAL, LDA<br />

Implantação de equipamento para<br />

sistemas de climatização<br />

Gondomar<br />

RUIVO & TAVARES - CONTABILIDADE E GESTÃO, LDA<br />

Contabilidade, assessoria fiscal, recursos<br />

humanos e consultoria financeira<br />

Valongo<br />

ADAPTAVANGUARDA - CONSTRUÇÕES, LDA<br />

Arquitectura, construção e remodelação,<br />

e decoração de interiores<br />

INCR<strong>ED</strong>IBLE LUCK, SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

Serviços na área têxtil, fardamentos e<br />

brindes publicitários<br />

Maia<br />

Matosinhos<br />

LINK & GROW, LDA<br />

Agência de marketing digital<br />

Vila do Conde<br />

NAU21 - SOFTWARE FOR THE FUTURE, LDA<br />

Consultoria e engenharia de software<br />

Porto<br />

160 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

506..40: SANDRA LOPES - CONSULTORIA, LDA<br />

506..56: VERTICO, UNIPESSOAL, LDA<br />

506..03: PENTÁGONO SAÚDE, UNIPESSOAL, LD.<br />

506..70: LONGUSCAR AUTOCENTER, LDA<br />

506..86: BEATRIZ - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

506..88: JOSÉ FERNANDO RAMOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..30: EUROBARON - COMÉRCIO DE PRODUTOS PARA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO, LDA<br />

507..96: LIFE - LICÍNIO & FERREIRA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

507..13: BYSIDE - LEAD ACTIVATION, S.A.<br />

508..55: BKAM - BIOKIMICA, LDA<br />

508..70: VIGONORTE, LDA<br />

508..78: EUROCOLD - ELECTROMECÂNICA E SERVIÇOS, S.A.<br />

508..42: RUI MANUEL TEIXEIRA DA COSTA - AUTOMATISMOS, SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIP., LDA<br />

508..49: TAMIVIA - CONSTRUÇÕES E OBRAS PUBLICAS, S.A.<br />

508..39: ELECTRO LIDADOR - MONTAGENS ELÉCTRICAS, LDA<br />

508..33: PROHOME - PRODUTOS TÊXTEIS, LDA<br />

508..53: LECIBAR - MANUTENÇÃO E ACABAMENTOS, SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

508..69: PARFRONTAL ENERGIAS, LDA<br />

509..39: PRINFOR - INFORMÁTICA E ELETRODOMÉSTICOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..07: REVICALÇADAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..03: VIRMABRAN, LDA<br />

509..45: GUIDETARGET, LDA<br />

509..95: CONTRASTE DIRECTO, LDA<br />

509..86: SILVA & CRUZ - ELECTRICIDADE & TELECOMUNICAÇÕES, LDA<br />

509..22: INFORSILVA - SOLUÇÕES INFORMÁTICAS, LDA<br />

509..66: VERAE, LDA<br />

509..87: P<strong>ED</strong>RO COSTA MONTEIRO - SERVIÇOS MÉDICOS, LDA<br />

510..00: SDO CONSTRUTORA E GRANITOS, LDA<br />

510..47: BOA ENERGIA, LDA<br />

510..12: VALOR TRIPLO, LDA<br />

510..04: OWL`S FACTORY, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..73: VOLPER II - SYSTEM, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..67: ANTÓNIO JORGE MAGALHÃES DA MOTA, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..57: NATMAR2M, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..84: MC CASTRO - CONSTRUÇÕES, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..40: URBANSINGULAR - CONSTRUÇÕES, LDA<br />

513..09: THINKWHAT.EU - SOLUÇÕES E SERVIÇOS DE ENGENHARIA, SAÚDE E AMBIENTE...<br />

513..85: ARISTOSUMMER, LDA<br />

513..60: BCOTECH - BUSINESS COMMUNICATIONS TECHNOLOGIES, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..83: REALISMO LUSITANO - SERVIÇOS IMOBILIÁRIOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..59: BARRAL CONSULTORES, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..73: LABM<strong>ED</strong> ORALDENT - CLÍNICAS MÉDICAS, LDA<br />

514..52: IMPORBORRACHA, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..29: J&C ROCHA - CONSTRUÇÕES E REABILITAÇÃO, LDA<br />

514..37: INTERPLATES - COMPONENTES AUTO, LDA<br />

514..77: WE<strong>ED</strong>S WEST EQUIPMENTS, LDA<br />

514..16: QUERER SONHAR, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..51: QUADRÍCULAS E REMATES, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..60: CARDINAL ELEMENTAR, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..24: RASCUNHO FIDALGO, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..38: CONFIANÇASSÍDUA CONSTRUÇÕES, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..88: RARA - METAIS ESPECIAIS, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..13: PAP 20 25, LDA<br />

515..91: ONNE - CONSULTORIA E COMUNICAÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..53: DILIGENTVERSION, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..56: R.LOUREIRO - ENGENHARIA & CONSTRUÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..32: MARTA BRAZIELA, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..74: RUI JORGE NOGUEIRA - PLANTAS ORNAMENTAIS, UNIPESSOAL, LDA<br />

515..78: WARRIORPLANET, S.A.<br />

COMÉRCIO DE<br />

CONSUMÍVEIS DE HIGIENE E LIMPEZA<br />

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Sistema de Gestão da Qualidade ( SGQ )<br />

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PRODYALCA - COMÉRCIO DE PRODUTOS QUÍMICOS, LDA<br />

Fabrico e comercialização de produtos<br />

Alcanena<br />

químicos para diversas indústrias e setores<br />

RECIFOROS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Compra e venda de sucatas e<br />

abate de veículos em fim de vida<br />

Salvaterra<br />

de Magos<br />

SANTARÉM<br />

STATUS - CERÂMICAS E SANITÁRIOS, LDA<br />

Comercialização de produtos para a<br />

decoração de casa de banho<br />

Entroncamento<br />

CARMOVEL, S.A.<br />

JORGE VERÍSSIMO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Atividades imobiliárias<br />

Santarém<br />

Comércio automóvel<br />

Santarém<br />

PLASTIAGRO - MARIA NOÉMIA MAURÍCIO, COMÉRCIO DE<br />

ARTIGOS PLÁSTICOS, LDA<br />

Comercialização de plásticos e redes<br />

Almeirim<br />

para a agricultura<br />

CONSTRUÇÕES ARLINDO & FILHOS, LDA<br />

Construção civil e obras públicas<br />

SANILEITE - TECNOLOGIA DO LEITE, LDA<br />

Comércio e tecnologia para a indústria<br />

láctea<br />

Abrantes<br />

Salvaterra<br />

de Magos<br />

500..90: SUSANO & ROSA, LDA<br />

502..90: ÁLVARO ELECTRODOMÉSTICOS, LDA<br />

504..64: MAQUESONDA - MÁQUINAS, ACESSÓRIOS E FERRAMENTAS DIAMANTADAS, LDA<br />

505..28: S.T.E.Z. - SOCI<strong>ED</strong>ADE TÉCNICA DE ELECTRICIDADE DO ZÊZERE, LDA<br />

505..38: ALMEIDA & MATEUS - COMÉRCIO DE ACESSÓRIOS PARA ELECTRODOMÉSTICOS...<br />

505..45: HIPERCÁLCULO II - TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

506..36: MASTERSEGUROS - SOCI<strong>ED</strong>ADE M<strong>ED</strong>IADORA DE SEGUROS, LDA<br />

506..44: TICASGEST - SERVIÇOS E CONSULTADORIA INFORMÁTICA, UNIPESSOAL, LDA<br />

506..42: SÉRGIO & JORGE GOMES, LDA<br />

506..42: CONTRA PRAGAS - PROTECÇÃO AMBIENTAL, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..99: CARVALHO LUCAS - FARMÁCIA DE OFICINA, LDA<br />

508..58: MGD - ARQUITECTOS, LDA<br />

508..78: BOM PREÇO, LDA<br />

509..59: SERVIPAL, LDA<br />

509..92: CONSTRUÇÕES FRANCISCO RELVÃO, LDA<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 161


SCORING TOP 5%<br />

MELHORES PME PORTUGAL<br />

513..10: CÉSAR P<strong>ED</strong>RO DE OLIVEIRA MARQUES, LDA<br />

514..12: LUÍS M.P. GIL - DISTRIBUIÇÃO, LDA<br />

514..64: PMHF INVESTMENTS, LDA<br />

515..10: MAGIS QUALIS, LDA<br />

515..27: TRAÇOS FORTES - MADEIRAS E CONSTRUÇÃO, LDA<br />

SETÚBAL<br />

ATRIUM 7 - SAFC, UNIPESSOAL, LDA<br />

Pré-escolar, ATL e Centros de Estudo<br />

GREEN WORLD, LDA<br />

Energia, Georreferenciação e<br />

Telecomunicações<br />

Almada<br />

Santiago<br />

do Cacém<br />

TECNILIGA - ELEMENTOS DE LIGAÇÃO E FIXAÇÃO, LDA<br />

Comercialização de máquinas,<br />

ferramentas e acessórios industriais<br />

Palmela<br />

JOPEFA CONSTRUÇÕES E ENGENHARIA, UNIP., LDA<br />

Construção de edifícios<br />

Palmela<br />

RETROMARQUES - CONSTRUÇÕES, LDA<br />

Extração e comércio de areias;<br />

construção e obras públicas<br />

Sesimbra<br />

DOMOTRON 2 INOVATION, UNIPESSOAL, LDA<br />

Instalações sonoras e de aquecimento,<br />

reabilitação de igrejas<br />

Montijo<br />

OS VIOLINOS BEIRÕES DA CONSTRUÇÃO, LDA<br />

Execução de cofragem<br />

Palmela<br />

ROCWORK - SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS, UNIP., LDA<br />

Construção de edíficios e atividades<br />

de engenharia<br />

Montijo<br />

LUÍS PLÁCIDO - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, UNIP., LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Sines<br />

FALCON - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Seixal<br />

NBASCENSORES, LDA<br />

Manutenção, conservação e reparação<br />

de ascensores<br />

CATREFINING, UNIPESSOAL, LDA<br />

Reciclagem e desmantelamento de equip.<br />

elétricos e eletrónicos; comercialização<br />

de metais<br />

Seixal<br />

Seixal<br />

FONALARME, UNIPESSOAL, LDA<br />

Serviços na área da segurança electrónica<br />

Seixal<br />

PAMELA COSTA - TOLDOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

Fabricação e montagem de toldos, chapéus<br />

para esplanada e estores para interior<br />

Seixal<br />

FERNANDO & SILVA MATOS, LDA<br />

Comercialização de material elétrico<br />

Barreiro<br />

CONCEIÇÃO ARAÚJO & LESSA - NEGÓCIOS<br />

IMOBILIÁRIOS, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Setúbal<br />

JOAQUIM CAVACO - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO<br />

IMOBILIÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

ENCONTRO CONSTRUTIVO, LDA<br />

Construção civil e obras públicas<br />

GONÇALTEAM - COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS E<br />

ACESSÓRIOS AUTO E REPRESENTAÇÕES, LDA<br />

Comércio de equipamentos e<br />

Seixal<br />

acessórios auto<br />

AES - ARQUITECTURA, ENGENHARIA E SERVIÇOS, LDA<br />

Consultadoria e projectos de Planeamento,<br />

Urbanismo, Arquitetura e Engenharia<br />

SIGNIFICADO LÓGICO - SOLUÇÕES EM INFORMÁTICA,<br />

AUTOMAÇÃO E CONTABILIDADE, LDA<br />

Serviços de informática e contabilidade<br />

Setúbal<br />

Barreiro<br />

Seixal<br />

Seixal<br />

500..50: IMPERALUM - SOCI<strong>ED</strong>ADE COMERCIAL DE REVESTIMENTOS E IMPERMEABILIZA...<br />

500..10: LUIMAR - SOCI<strong>ED</strong>ADE DO ENSINO PARTICULAR, S.A.<br />

501..32: JOSÉ JOAQUIM MAYER DE OLIVEIRA, LDA<br />

501..18: NOGUEIRA & SILVA, LDA<br />

503..54: MEIO CORTE - SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO, S.A.<br />

504..83: PETIT PI<strong>ED</strong> - COMÉRCIO DE CALÇADO, VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS, LDA<br />

505..14: FORMAST - GESTÃO TÉCNICA E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAI...<br />

505..40: VITAL CENTRO - CLÍNICA MÉDICA E DENTÁRIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..75: MIRIAM S.ISABEL - MÁRMORES E GRANITOS, LDA<br />

507..49: CHEIO DE ALMA - INSTALAÇÃO E ASSISTÊNCIA DE CANALIZAÇÃO E CLIMATIZAÇ...<br />

507..12: VANDA FERREIRA - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIARIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

509..54: VITISGES - SOCI<strong>ED</strong>ADE DE CONSULTORIA, INVESTIMENTOS E SERVIÇOS AGRÍCO...<br />

509..38: LASTING VALUES - CONSULTORIA EM GESTÃO E AMBIENTE, LDA<br />

509..04: BIOGENOA - SERVIÇOS E GESTÃO DE RESÍDUOS, LDA<br />

509..78: FISIOLAR, LDA<br />

509..87: IT SQUARE, LDA<br />

510..52: CSRP, LDA<br />

510..11: PROPOSTA RENOVAVEL - SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO, UNIPESSOAL, LDA<br />

510..98: NEPTUNOSABER, S.A.<br />

510..25: SIMPLESDESTAQUE, LDA<br />

513..20: PAPELARIA TAGILÚDICA, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..62: CLAY - ARQUEOLOGIA, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..01: INÊS, GASPAR & RIBEIRO - M<strong>ED</strong>IAÇÃO E ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS, LDA<br />

514..72: M<strong>ED</strong>ILIT - SERVIÇOS LITORAL ALENTEJANO, UNIPESSOAL, LDA<br />

514..28: FFW - DIGITAL CONSULTANCY, LDA<br />

514..95: LAGOA DE EXCELÊNCIA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

515..31: REVOLTO OCEANO - PISCINAS E SPAS, UNIPESSOAL, LDA<br />

I.T.V.M., LDA<br />

Construção civil e obras públicas<br />

Sesimbra<br />

VIANA DO CASTELO<br />

ZIMBRASEGUROS M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, UNIP., LDA<br />

Mediação de Seguros<br />

Sesimbra<br />

JOÃO ARAUJO, LDA<br />

Atividades de contabilidade, auditoria<br />

e consultoria fiscal<br />

Vila Nova de<br />

Cerveira<br />

162 DEZEMBRO 2021


PRIMEIRAS EMPRESAS CERTIFICADAS | <strong>ED</strong>IÇÃO 2021<br />

VIANAFOGO, UNIPESSOAL, LDA<br />

Comércio de material contra incêndio,<br />

de protecção individual e sinalização de<br />

segurança<br />

Viana do Castelo<br />

PIRES & PINA, LDA<br />

Comércio de electrodomésticos,<br />

aparelhos de rádio e de televisão<br />

Viseu<br />

ARCOBARCA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

BARCOVEZ - M<strong>ED</strong>IAÇÃO IMOBILIÁRIA, LDA<br />

Arcos de<br />

Valdevez<br />

VICAUTO - PEÇAS PARA VIATURAS PESADAS, LDA<br />

Venda de peças para veículos pesados Viseu<br />

MERITOCIL - PUBLICIDADE TECNOLÓGICA, LDA<br />

Mediação imobiliária<br />

Ponte da Barca<br />

Agência de comunicação e publicidade<br />

Lamego<br />

SIMPLES & SEGURO - RESTAURANTE, LDA<br />

Restaurante Cantinho dos Amigos e<br />

Garrafeira do Isidro<br />

Vila Nova<br />

de Cerveira<br />

CARPINTARIA J.MARQUES FERREIRA, LDA<br />

Carpintarias de interior e exterior para<br />

habitações, e mobiliário de cozinha<br />

Mangualde<br />

MIXPRICE, LDA<br />

Comércio de sobremesas, iogurtes,<br />

gelatinas e outros produtos alimentares<br />

Vila Nova<br />

de Cerveira<br />

SERRALHARIA RUI & VIEIRA, LDA<br />

Pavilhões metálicos, automatismos para<br />

portões, aluguer de geradores, trabalhos<br />

em ferro e aço inoxidável<br />

Cinfães<br />

OLIVEIROS GRUPO, LDA<br />

Arquitetura, engenharia, construção<br />

e imobiliária<br />

Arcos de<br />

Valdevez<br />

VISCIVIL - ENGENHEIROS, LDA<br />

Serviços de engenharia<br />

Viseu<br />

MONTEIRO & GONÇALVES DA SILVA - PRODUTOS<br />

ALIMENTARES, LDA<br />

Comércio de produtos alimentares, higiene Ponte da Barca<br />

e limpeza<br />

ANTÓNIO HENRIQUES ESTEVES, LDA<br />

Serviços de serralharia de ferro,<br />

estruturas metálicas, forja, quinagem<br />

Viseu<br />

505..48: FRIMACIEL - EQUIPAMENTOS HOTELEIROS E FRIO, LDA<br />

506..30: MANUEL A.M.ALMEIDA, LDA<br />

508..13: CASANOVA JARDINS - VIVEIROS E DESIGN DE JARDINS, LDA<br />

509..89: CROSS AGAIN CONTROLE, LDA<br />

510..76: BIOJAQ - COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DE RECUPERADORES DE CALOR , LDA<br />

514..77: JOÃO NORBERTO COSTA & COSTA, LDA<br />

515..26: COURAGELEADER, ALUMÍNIOS, UNIPESSOAL, LDA<br />

DENTAL SAL, SOCI<strong>ED</strong>ADE UNIPESSOAL, LDA<br />

Medicina dentária, ortodontia e outros<br />

cuidados de saúde oral<br />

CURBI, LDA<br />

Projetos de arquitetura e engenharia<br />

Carregal do Sal<br />

Viseu<br />

VILA REAL<br />

LOURENÇO & FIGUEIR<strong>ED</strong>O - OURIVESARIA, LDA<br />

Comércio de compra e venda a retalho<br />

Viseu<br />

PÓLO - PRODUTOS ÓPTICOS, S.A.<br />

Fabricação e comercialização de lentes<br />

oftálmicas<br />

Vila Real<br />

FERNANDO BOTELHO - CONSTRUÇÕES, UNIP., LDA<br />

Construção civil e obras públicas<br />

Cinfães<br />

SELIDOMUS - SOCI<strong>ED</strong>ADE EUROPEIA DE LOCAÇÃO DE MÁ-<br />

QUINAS PARA A CONSTRUÇÃO E ENGENHARIA CIVIL, LDA<br />

Aluguer de máquinas e equipamentos para Vila Real<br />

Construção e Engenharia Civil<br />

ATELIER 3670 - ENGENHARIA E ARQUITETURA, LDA<br />

Engenharia, Arquitetura, Gestão de obras,<br />

Fiscalização, Construção, Consultoria, Avaliação<br />

Imobiliária e Certificação Energética<br />

Vouzela<br />

MP FINANCE - CONSULTADORIA FINANCEIRA, LDA<br />

Consultoria financeira<br />

100HECTARES SOCI<strong>ED</strong>ADE AGRÍCOLA, LDA<br />

Produção vinícola<br />

506..88: ORTOP<strong>ED</strong>IA REAL - ESPECIALIDADES ORTOPÉDICAS, LDA<br />

508..89: MATERBIZZ - ALUGUER DE AUTOMÓVEIS, LDA<br />

513..11: TRANSPONORTE, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..70: DANIEL TEIXEIRA MAGALHÃES, UNIPESSOAL, LDA<br />

Chaves<br />

Peso da Régua<br />

503..89: AUTO REPARADORA DO AREAL, LDA<br />

504..96: LAMIVINHOS - COMÉRCIO DE VINHOS E PRODUTOS ALIMENTARES, LDA<br />

504..16: BRASBIFE - COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENT...<br />

505..72: FACULTATIVA - M<strong>ED</strong>IAÇÃO DE SEGUROS, LDA<br />

506..28: RIPÓRTICO - ENGENHARIA, LDA<br />

507..88: CINCARGO - TRANSPORTES, UNIPESSOAL, LDA<br />

507..95: AMADEU COSTA, UNIPESSOAL, LDA<br />

508..56: RFP - CORPUS DENTAL, LDA<br />

508..42: AQUECIMENTO CENTRAL SEIXO - CLIMATIZAÇÃO, LDA<br />

509..62: SEGMENTO SINGULAR, LDA<br />

509..54: LIGAÇÃO CORRENTE - MATERIAL ELÉCTRICO, LDA<br />

509..67: PETROSÁTÃO - COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES, LDA<br />

510..87: NUTRINOVA - NUTRIÇÃO ANIMAL, S.A.<br />

513..00: CÁLCULOVERDE, UNIPESSOAL, LDA<br />

513..81: LOPES & GERKEN, LDA<br />

513..13: STEELBEST, LDA<br />

515..79: ALTURA PROTAGONISTA, UNIPESSOAL, LDA<br />

VISEU<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 163


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EMPRESAS<br />

COM HISTÓRIA<br />

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ESPECIAL<br />

EMPRESAS COM HISTÓRIA<br />

ENQUADRAMENTO<br />

AUTENTICIDADE<br />

E DISTINÇÃO<br />

UMA EMPRESA COM HISTÓRIA CARACTERIZA-SE POR MANTER,<br />

AO LONGO DOS ANOS, UMA RELAÇÃO DE TRANSPARÊNCIA<br />

E PROXIMIDADE COM TODOS OS STAKEHOLDERS. O<br />

CONTINENTE E A DELTA SÃO DOIS DOS MELHORES EXEMPLOS<br />

EM PORTUGAL, COMO PODE LER NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

No dia 10 de Dezembro de 1985 foi<br />

inaugurado o primeiro hipermercado<br />

em Portugal – o Continente<br />

de Matosinhos. Era conhecido<br />

por Gigantão Baratão e durante<br />

algum tempo recebia excursões de<br />

pessoas de outros pontos do país. A<br />

entrada dos clientes era controlada<br />

por um apito que ordenava o fecho<br />

das portas. O objectivo era que os<br />

portugueses encontrassem no mesmo local, todos os<br />

produtos para o dia-a-dia, com os melhores preços.<br />

E é uma premissa actual nos dias de hoje.<br />

Os portugueses tinham a possibilidade de comprar<br />

os produtos para o dia-a-dia no mesmo espaço, com<br />

cerca de oito mil metros quadrados.<br />

Cerca de 15 mil pessoas<br />

visitavam diariamente a loja,<br />

gastando uma média de 10 contos<br />

(50 euros). Logo no primeiro dia, o<br />

sucesso da loja foi garantido, tendo<br />

sido necessário encerrar portas<br />

por alguns períodos para possibilitar<br />

a reposição dos produtos.<br />

O Continente de Matosinhos, o<br />

primeiro hipermercado em Portugal,<br />

revolucionou o mercado e<br />

os hábitos de consumo de todos os<br />

portugueses. Há vários marcos e<br />

momentos de destaque na história<br />

do Continente, mas há valores<br />

que têm acompanhado a marca<br />

desde sempre, nomeadamente<br />

o foco no cliente – com a melhor<br />

oferta aos preços mais baixo – e<br />

preocupação com o desenvolvimento<br />

sustentável, do negócio,<br />

da marca, das comunidades e da<br />

sociedade em geral.<br />

Também a história da Delta<br />

Cafés deve começar a ser contada<br />

ainda antes da sua fundação.<br />

Isto porque a família Nabeiro já<br />

tinha um histórico anterior na<br />

torrefacção de café, com início nos<br />

anos 1930. Foi esse know-how e<br />

essa experiência, nomeadamente<br />

da parte de um tio, que inspirou<br />

Manuel Rui Azinhais Nabeiro a<br />

fundar a Delta, em Fevereiro de<br />

1961, tendo como primeira morada<br />

um pequeno armazém de 50 m 2<br />

em Campo Maior, terra à qual<br />

continua umbilicalmente ligada.<br />

Sendo à época uma microempresa<br />

com apenas três colaboradores e<br />

capacidade para torrar 30 kg de<br />

café por dia – em nada comparável<br />

ao volume actual –, esse momento<br />

inicial foi determinante para<br />

lançar as bases sólidas da marca<br />

e perceber que havia terreno fértil<br />

para crescer. A expansão internacional<br />

e a inovação são apenas<br />

alguns dos eixos que explicam a<br />

longevidade e o sucesso da Delta<br />

Cafés em Portugal e no mundo. Do<br />

mesmo modo, a manutenção da<br />

estrutura familiar como sistema<br />

de governança tem sido um dos<br />

factores críticos de sucesso para<br />

a marca e para o Grupo Nabeiro,<br />

que confere autenticidade, verdade<br />

e distinção, quer no negócio, quer<br />

no discurso da marca.<br />

166 DEZEMBRO 2021


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CONTINENTE E ILHAS


©<br />

ESPECIAL<br />

EMPRESAS COM HISTÓRIA<br />

CONTINENTE<br />

LEVAR<br />

PORTUGAL<br />

AO RESTO<br />

DO MUNDO<br />

O CONTINENTE ORGULHA-SE DE<br />

SER UMA MARCA NACIONAL, EM<br />

ESTREITA COLABORAÇÃO COM<br />

PRODUTORES E OUTROS PARCEIROS<br />

PORTUGUESES – DESDE ENTIDADES<br />

GOVERNAMENTAIS, PASSANDO POR<br />

OUTRAS EMPRESAS PRIVADAS ATÉ<br />

À ACADEMIA E INVESTIGAÇÃO<br />

No dia 10 de Dezembro de 1985<br />

foi inaugurado o primeiro hipermercado<br />

em Portugal – o<br />

Continente de Matosinhos. Era<br />

conhecido por Gigantão Baratão<br />

e durante algum tempo recebeu<br />

excursões de pessoas de outros<br />

pontos do país. A entrada dos<br />

clientes era controlada por um<br />

apito que ordenava o fecho das<br />

portas. O objectivo era que os portugueses encontrassem<br />

no mesmo local, todos os produtos para o<br />

dia-a-dia, com os melhores preços. E é uma premissa<br />

completamente actual nos dias de hoje.<br />

Os portugueses tinham a possibilidade de comprar<br />

os produtos para o dia-a-dia no mesmo espaço, com<br />

cerca de oito mil metros quadrados. Cerca de 15 mil<br />

pessoas visitavam diariamente a<br />

loja, gastando uma média de 10<br />

contos (50 euros). Logo no primeiro<br />

dia, o sucesso da loja foi garantido,<br />

tendo sido necessário encerrar<br />

portas por alguns períodos para<br />

possibilitar a reposição dos produtos.<br />

«O Continente de Matosinhos, o<br />

primeiro hipermercado em Portugal,<br />

revolucionou o mercado e os<br />

hábitos de consumo de todos os<br />

portugueses. Há vários marcos e<br />

168 DEZEMBRO 2021


MARCA PRÓPRIA<br />

A MARCA PRÓPRIA DO CONTINENTE É UMA PEÇA CENTRAL DA<br />

PROPOSTA DE VALOR E TEM FEITO UM GRANDE INVESTIMENTO<br />

PARA OFERECER PRODUTOS QUE SE DISTINGUEM PELA<br />

INOVAÇÃO E QUALIDADE, SEMPRE AOS PREÇOS MAIS BAIXOS<br />

momentos de destaque na história<br />

do Continente, mas há valores que<br />

têm acompanhado a marca desde<br />

sempre, nomeadamente o foco<br />

no cliente – com a melhor oferta<br />

aos preços mais baixos – e preocupação<br />

com o desenvolvimento<br />

sustentável, do negócio, da marca,<br />

das comunidades e da sociedade<br />

em geral», explica fonte oficial<br />

da Sonae MC à Executive Digest.<br />

Desde a abertura do Continente<br />

de Matosinhos, o primeiro hipermercado<br />

em Portugal, já abriram<br />

vários hipermercados, supermercados<br />

(Continente Modelo) e lojas<br />

de proximidade (Continente Bom<br />

Dia) totalizando, passados 35 anos,<br />

mais de 300 lojas.<br />

HISTÓRIA<br />

Uma empresa com história caracteriza-se<br />

por manter, sempre,<br />

uma relação de transparência, de<br />

comunicação e de proximidade<br />

com os seus clientes, colaboradores,<br />

fornecedores e restantes<br />

parceiros. Tem sido sempre ob-<br />

O CONTINENTE DE<br />

MATOSINHOS, O PRIMEIRO<br />

HIPERMERCADO EM PORTUGAL,<br />

REVOLUCIONOU O MERCADO<br />

E OS HÁBITOS DE CONSUMO<br />

DE TODOS OS PORTUGUESES<br />

jectivo do Continente estar cada<br />

vez mais próximo das famílias<br />

portuguesas e, assim, alcançar a<br />

sua confiança – um atributo que<br />

tem sido a base do relacionamento<br />

que a marca tem estabelecido com<br />

a população portuguesa há mais<br />

de 35 anos. «Mantemos com os<br />

nossos clientes, colaboradores,<br />

fornecedores e restantes parceiros<br />

uma relação de transparência, de<br />

comunicação e de proximidade. É<br />

a base para relações sustentáveis<br />

e com margem para crescer. O<br />

nosso objectivo é estar onde estão<br />

as famílias portuguesas e antecipar<br />

as necessidades dos consumidores,<br />

dando a melhor resposta possível.<br />

Preocupamo-nos em promover<br />

a conveniência, a facilidade e<br />

comodidade de compra junto dos<br />

nossos clientes, disponibilizando<br />

uma gama com milhares de produtos,<br />

que inclui, naturalmente,<br />

os produtos Continente que têm<br />

vindo a conquistar e integrar, com<br />

cada vez maior penetração, os<br />

carrinhos de compras», sublinha<br />

fonte oficial.<br />

O Continente trabalha a relação<br />

com o cliente em vários níveis: antes<br />

da compra, durante, após e até em<br />

momentos que não estão ligados<br />

com a compra – e apostam cada<br />

vez mais nisso. Fazem questão<br />

de aproveitar vários momentos<br />

em que a marca surge de forma<br />

natural e é transparente sobre o que<br />

representa. É aí que conseguem a<br />

verdadeira identificação, porque<br />

os portugueses percebem que a<br />

sua actuação vai muito para lá<br />

do que se vê nas lojas.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 169


©<br />

ESPECIAL<br />

EMPRESAS COM HISTÓRIA<br />

CONTINENTE<br />

O CONTINENTE<br />

DIFERENCIA-SE DA<br />

CONCORRÊNCIA<br />

ATRAVÉS DE VALORES<br />

COMO A INOVAÇÃO,<br />

O COMPROMISSO<br />

E A ORIENTAÇÃO<br />

PARA O CLIENTE<br />

«Como marca portuguesa que<br />

somos, temos privilegiado ao<br />

longo dos anos as relações com os<br />

parceiros nacionais, bem comos os<br />

produtos e sabores do nosso país.<br />

A Marca Própria do Continente<br />

é uma peça central da nossa proposta<br />

de valor e temos feito um<br />

grande investimento para oferecer<br />

produtos que se distinguem pela<br />

inovação e qualidade, sempre aos<br />

preços mais baixos», acrescenta a<br />

mesma fonte oficial.<br />

Enquanto marca própria líder<br />

do retalho alimentar, o Continente<br />

assume a responsabilidade<br />

de oferecer uma gama alargada<br />

de produtos mais saudáveis,<br />

de optimizar continuamente a<br />

composição nutricional dos seus<br />

produtos, e de promover escolhas<br />

alimentares conscientes através<br />

da transparência na rotulagem.<br />

TENDÊNCIAS<br />

O Continente tem muito orgulho<br />

em ser uma marca nacional, em<br />

estreita colaboração com produtores<br />

e outros parceiros portugueses –<br />

desde entidades governamentais,<br />

>> Primeiro<br />

Mega Pic-Nic<br />

Continente<br />

em 2009<br />

passando por outras empresas<br />

privadas até à academia e investigação<br />

–, e de poder levar Portugal<br />

ao resto do mundo, principalmente<br />

através do trabalho que tem feito<br />

em termos de inovação, sendo<br />

reconhecido internacionalmente<br />

em diversas áreas como nas<br />

práticas de e-commerce ou na<br />

mais recente loja inaugurada – o<br />

Continente Labs.<br />

Para acompanhar a evolução<br />

das tendências de consumo e exigências<br />

dos clientes, o Continente<br />

tem investido em diversas áreas<br />

de negócio: produtos inovadores<br />

e de elevada qualidade aos preços<br />

mais baixos, na eco-eficiência e<br />

sustentabilidade ambiental, na<br />

inovação e transformação digital<br />

dos processos e serviços, na produção<br />

nacional através do Clube<br />

de Produtores, na actuação de<br />

responsabilidade social junto das<br />

comunidades através da Missão<br />

Continente e muitos outros.<br />

170 DEZEMBRO 2021


PROXIMIDADE<br />

É OBJECTIVO DO CONTINENTE ESTAR MAIS PRÓXIMO DAS<br />

FAMÍLIAS PORTUGUESAS E ALCANÇAR A SUA CONFIANÇA<br />

– ATRIBUTO QUE É A BASE DO RELACIONAMENTO QUE<br />

TEM ESTABELECIDO COM A POPULAÇÃO PORTUGUESA<br />

MOMENTOS<br />

HISTÓRICOS<br />

«Estamos sempre atentos às<br />

necessidades dos que nos rodeiam<br />

– sejam clientes, colaboradores,<br />

fornecedores e parceiros – de forma<br />

a dar a melhor resposta possível,<br />

mas também comprometidos<br />

com a inovação, em apresentar<br />

soluções e produtos nunca antes<br />

vistos que possam revolucionar<br />

a experiência do consumidor no<br />

retalho alimentar», refere a mesma<br />

fonte oficial.<br />

O Continente diferencia-se da<br />

concorrência através de valores<br />

como a inovação, o compromisso<br />

e a orientação para o cliente.<br />

«Acreditamos que é aquilo que<br />

fazemos, além da simples ida à<br />

loja (física ou online), que tem<br />

solidificado a confiança que existe<br />

entre o Continente e os clientes.<br />

Fazemos questão de aproveitar<br />

vários momentos em que a marca<br />

surge de forma natural e é transparente<br />

sobre o que representa. É<br />

aí que conseguimos a verdadeira<br />

identificação, porque os portugueses<br />

percebem que a nossa actuação<br />

vai muito para lá do que se vê<br />

nas lojas», afirma a mesma fonte.<br />

DESAFIOS<br />

As tecnologias avançam de forma<br />

exponencial e o retalho terá que<br />

ter capacidade para o perceber e<br />

fazer essa transformação progressiva.<br />

O desafio da distribuição<br />

alimentar é fulcral e cada marca<br />

deve ter a capacidade de sentir<br />

qual a próxima necessidade dos<br />

consumidores e dar-lhe respostas<br />

rapidamente. É muito importante<br />

manter a comunicação com o<br />

público e estar presente na vida<br />

dos clientes, onde quer que eles<br />

se encontrem, qualquer que seja<br />

o momento que atravessam e as<br />

necessidades que tenham.<br />

«No Continente queremos continuar<br />

a corresponder e a superar<br />

1985: Abertura do 1.º Continente<br />

de Matosinhos – Gigantão Baratão;<br />

1992: Lançamento dos primeiros produtos<br />

de marca própria;<br />

2001: Lançamento do Continente Online,<br />

2003: Continente eleito pela 1.ª vez Marca<br />

de Confiança; Lançamento da Missão Sorriso;<br />

2007: Lançamento do Cartão Continente;<br />

2009: Campanha “Eu Conto com<br />

o Continente”; Plataforma Chef Online;<br />

1.º Mega Pic-Nic Continente;<br />

2012: Euro 2012 – Parceria Continente<br />

e Federação Portuguesa de Futebol;<br />

2016: 1.º Grande Inquérito sobre<br />

Sustentabilidade em Portugal<br />

da Missão Continente;<br />

2020: Campanha solidária “Todos Por<br />

Todos” – a maior recolha de bens alimentares<br />

de sempre em Portugal;<br />

2021: Abertura da loja Continente Labs.<br />

!<br />

O CONTINENTE<br />

QUER<br />

CONTINUAR A<br />

AGRADECER A<br />

CONFIANÇA<br />

DEPOSITADA<br />

AO LONGO DE<br />

MAIS DE TRÊS<br />

DÉCADAS,<br />

PROMOVENDO<br />

ESTILOS DE<br />

VIDA E HÁBITOS<br />

ALIMENTARES<br />

SAUDÁVEIS<br />

as expectativas dos nossos clientes,<br />

continuar a estar ao lado deles,<br />

apresentando a maior variedade<br />

de produtos, de forma conveniente,<br />

com qualidade, inovação, e sempre<br />

ao melhor preço. Queremos<br />

continuar a agradecer a confiança<br />

depositada ao longo de mais de<br />

três décadas, promovendo estilos<br />

de vida e hábitos alimentares<br />

saudáveis, actuando na redução<br />

do desperdício alimentar e<br />

sensibilizado para o consumo<br />

consciente», conclui fonte oficial<br />

da Sonae MC.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 171


©<br />

ESPECIAL<br />

EMPRESAS COM HISTÓRIA<br />

DELTA CAFÉS<br />

SEIS DÉCADAS DE<br />

D<strong>ED</strong>ICAÇÃO AO CAFÉ<br />

A CELEBRAR 60 ANOS DE ACTIVIDADE, A HISTÓRIA DA<br />

DELTA CAFÉS É INDISSOCIÁVEL DO SEU FUNDADOR,<br />

O COMENDADOR RUI NABEIRO, QUE TRANSFORMOU<br />

UM NEGÓCIO DO ZERO NUM IMPÉRIO DE CAFÉ QUE<br />

HOJE EXPORTA MARCAS E INOVAÇÃO PARA MAIS DE<br />

40 MERCADOS. UM VERDADEIRO PROJECTO DE VIDA<br />

A<br />

história da Delta Cafés deve<br />

começar a ser contada ainda<br />

antes da sua fundação. Isto<br />

porque a família Nabeiro já<br />

tinha um histórico anterior<br />

na torrefacção de café, com<br />

início nos anos 1930. Foi esse<br />

know-how e essa experiência,<br />

nomeadamente da parte de<br />

um tio, que inspirou Manuel<br />

Rui Azinhais Nabeiro a fundar a Delta, em Fevereiro<br />

de 1961, tendo como primeira morada um pequeno<br />

armazém de 50 m 2 em Campo Maior, terra à qual<br />

continua umbilicalmente ligada.<br />

Sendo à época uma microempresa com apenas três<br />

colaboradores e capacidade para torrar 30 kg de café<br />

por dia – em nada comparável ao volume actual –, esse<br />

momento inicial foi determinante para lançar as bases<br />

sólidas da marca e perceber que havia terreno fértil<br />

para crescer. «O mundo dos negócios, de forma geral,<br />

e o segmento dos cafés, em particular, eram muito<br />

diferentes do que são hoje. Era um mercado que estava<br />

a começar a crescer, num país em que a economia<br />

iniciava a sua aposta na industrialização», recorda<br />

Marco Nanita, director de Marketing da Delta Cafés.<br />

Mas a ambição global, essa esteve sempre presente,<br />

desde o início. «Os objectivos dessa época, sendo<br />

semelhantes àqueles que a Delta tem na actualidade,<br />

assentavam já nas premissas da afirmação em<br />

território nacional e a expansão para lá das nossas<br />

fronteiras», sublinha o responsável. Vinte e cinco<br />

anos depois da fundação, em 1986, a Delta inicia o<br />

seu plano de internacionalização e começa a exportar<br />

café para o país vizinho, com a criação do primeiro<br />

departamento comercial em Badajoz, na região da<br />

Extremadura, bem perto de Campo Maior.<br />

172 DEZEMBRO 2021


FUNDAÇÃO<br />

MANUEL RUI AZINHAIS NABEIRO FUNDOU A DELTA, EM<br />

FEVEREIRO DE 1961, TENDO COMO PRIMEIRA MORADA<br />

UM PEQUENO ARMAZÉM DE 50 M 2 EM CAMPO MAIOR,<br />

TERRA À QUAL CONTINUA UMBILICALMENTE LIGADA<br />

A expansão internacional viria<br />

mesmo a revelar-se determinante<br />

para a evolução da Delta Cafés. De<br />

uma forma natural, o crescimento<br />

para mercados externos fez-se com<br />

a multiplicação de departamentos<br />

comerciais em Espanha, abrangendo<br />

toda a geografia do país<br />

vizinho. A partir daí foi também<br />

natural a chegada, com operação<br />

própria, a outros pontos do<br />

continente europeu e do mundo,<br />

com os quais a empresa já tinha<br />

relações comerciais, nomeadamente<br />

França, Luxemburgo, Brasil e<br />

Angola – a que se juntam, mais<br />

tarde, departamentos comerciais<br />

na Suíça, China e Dubai.<br />

Além destas operações directas,<br />

a Delta Cafés conta actualmente<br />

com parceiros de distribuição nos<br />

cinco continentes, com destaque<br />

para 23 países na Europa, seis em<br />

África, três na América do Norte,<br />

outros três na Ásia e Austrália.<br />

Sessenta anos volvidos, os cerca<br />

de 4000 colaboradores, perto de<br />

400 milhões de euros de facturação<br />

(em 2019) e 100 toneladas de café<br />

torrado por dia são outros indicadores<br />

que explicam a dimensão<br />

da Delta Cafés.<br />

DÉCADAS DE CRESCIMENTO<br />

Mas se hoje a Delta Cafés é uma<br />

embaixadora de Portugal no mundo,<br />

este é o resultado de um trabalho<br />

que começou a ser fomentado desde<br />

uma fase prematura na vida da<br />

empresa. Logo em 1962, apenas<br />

no seu segundo ano de actividade,<br />

a Delta lançou no mercado o seu<br />

primeiro lote de café, o Delta Popular,<br />

que era vendido numa lata<br />

pintada com as cores da bandeira<br />

nacional. Um sinal claro de que<br />

a empresa quis, desde o início,<br />

posicionar-se como um símbolo de<br />

Portugal e da portugalidade. «A<br />

Delta Cafés é, efectivamente, uma<br />

das marcas que melhor corporizam<br />

a noção de portugalidade. A lata<br />

do Delta Popular, um dos mais<br />

icónicos objectos na história da<br />

marca, foi apenas o primeiro de<br />

muitos passos na nossa afirmação<br />

como símbolo de Portugal», refere<br />

Marco Nanita.<br />

Retomando o fio à meada, é<br />

sobretudo a partir da segunda<br />

metade da década de 1970 que<br />

a Delta Cafés entra numa fase<br />

de expansão. Para tal, revelou-<br />

-se decisiva a chegada de um<br />

novo ciclo ao nosso País, com a<br />

gradual melhoria das condições<br />

económicas e sociais da população,<br />

em resultado da qual se verificou<br />

um acentuado crescimento nos<br />

negócios em todos os sectores<br />

de actividade.<br />

>> A Delta<br />

Cafés é uma<br />

embaixadora<br />

de Portugal no<br />

mundo, este é<br />

o resultado de<br />

um trabalho<br />

que começou a<br />

ser fomentado<br />

desde uma fase<br />

prematura na<br />

vida da empresa<br />

Os anos 1980 representaram<br />

a consolidação desse crescimento,<br />

potenciado com a adesão de<br />

Portugal à então Comunidade<br />

Económica Europeia, em 1986, que<br />

se revelou um passo determinante<br />

para desbravar o caminho da Delta<br />

na expansão para os mercados<br />

internacionais. Antes, em 1984,<br />

foi criada a Novadelta, em Campo<br />

Maior, afirmando-se como a maior<br />

fábrica ibérica de café.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 173


C<br />

M<br />

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CMY<br />

K<br />

A4_pub_drippCoffee.pdf 1 12/02/19 15:47<br />

©<br />

ESPECIAL<br />

EMPRESAS COM HISTÓRIA<br />

DELTA CAFÉS<br />

DRIP COFFEE<br />

MAIS DO QUE UM CAFÉ<br />

UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA.<br />

100% ARÁBICA . 100% ÚNICO<br />

NOVIDADE<br />

Saiba mais em<br />

As décadas seguintes ficariam<br />

marcadas pela reestruturação do<br />

negócio, culminando em 1998 na<br />

criação do Grupo Nabeiro, como<br />

«consequência lógica e natural da<br />

diversificação» do negócio, ainda<br />

que mantendo o café como core<br />

business. Hoje, o grupo agrega<br />

cerca de 25 empresas de sectores<br />

tão distintos como Alimentação e<br />

Bebidas, Imobiliário, Indústria e<br />

Serviços, Distribuição e Turismo<br />

e Restauração. «Esta segmentação<br />

por empresas e unidades de<br />

negócio revelou-se decisiva para a<br />

modernização da marca, porque<br />

nos permitiu estar cada vez mais<br />

focados no negócio do café e nas<br />

tendências do mercado», lembra<br />

Marco Nanita.<br />

ADN DE INOVAÇÃO<br />

Recuperar a história da Delta é<br />

recordar também seis décadas<br />

de inovação no mercado do café.<br />

«Atrevo-me a dizer que a primeira<br />

HISTÓRIA<br />

DE SUCESSO<br />

Outros momentos marcantes na história<br />

da Delta Cafés são a chegada, em 1994,<br />

à liderança do mercado dos cafés em<br />

Portugal, posição que mantém até hoje;<br />

o reconhecimento dos consumidores,<br />

traduzido na conquista de <strong>dez</strong>enas de<br />

prémios ao longo dos anos; a campanha<br />

de solidariedade “Um Café por Timor”,<br />

em 2003; a criação do conceito Office,<br />

em 2005; e o nascimento da marca de<br />

café em cápsulas Delta Q, em 2007.<br />

grande inovação da Delta terá sido<br />

o seu próprio modelo de negócio,<br />

baseado na proximidade. O facto<br />

de termos dado a importância<br />

substancial que demos e que continuamos<br />

a dar à proximidade da<br />

marca e dos nossos colaboradores,<br />

seja com as comunidades em que<br />

estamos presentes, seja com os<br />

nossos clientes e parceiros, foi algo<br />

verdadeiramente inovador, a meu<br />

ver. A descentralização do negócio,<br />

que materializamos através dos<br />

nossos departamentos comerciais,<br />

era inédita e totalmente inesperada<br />

até à altura, e não temos qualquer<br />

dúvida que foi um factor crítico para<br />

o sucesso, crescimento e confiança<br />

que é hoje inerente à marca Delta<br />

Cafés», refere Marco Nanita.<br />

Outro dado que atesta a importância<br />

da inovação no seio<br />

do Grupo Nabeiro é o facto de a<br />

unidade fabril Novadelta ser, nos<br />

últimos anos, uma das empresas a<br />

nível nacional com maior número<br />

!<br />

A DELTA<br />

CONTINUARÁ<br />

A TER TANTO<br />

DE FAMILIAR,<br />

QUANTO DE<br />

PORTUGUESA.<br />

OU NÃO<br />

TIVESSE O<br />

COMENDADOR<br />

RUI NABEIRO<br />

JÁ PROFERIDO<br />

EM DIVERSAS<br />

OCASIÕES<br />

A CÉLEBRE<br />

FRASE: «A DELTA<br />

É COMO UM<br />

FILHO E OS<br />

FILHOS NÃO<br />

SE VENDEM,<br />

CRIAM-SE.» E<br />

QUE BEM QUE<br />

ELA CRESCEU<br />

de pedidos de registo de patentes.<br />

Além da criação do sistema<br />

de cápsulas Delta Q, em 2007,<br />

destaca-se, mais recentemente,<br />

o sistema proprietário RISE, que<br />

permite a extracção de um expresso<br />

invertido. Estas inovações têm<br />

contado com o contributo decisivo<br />

da Diverge, unidade de inovação<br />

do Grupo Nabeiro.<br />

A expansão internacional e a<br />

inovação são apenas alguns dos<br />

eixos que explicam a longevidade<br />

e o sucesso da Delta Cafés em<br />

Portugal e no mundo. Mas não são<br />

os únicos. «Ambos os factores são<br />

indissociáveis do facto dos nossos<br />

produtos terem ido sempre ao encontro<br />

dos desejos e necessidades<br />

do mercado, revelando igualmente<br />

a capacidade para antecipar tendências»,<br />

afirma Marco Nanita.<br />

Além disso, «a manutenção da<br />

estrutura familiar como sistema<br />

de governança tem sido um dos<br />

factores críticos de sucesso para a<br />

marca e para o Grupo Nabeiro, que<br />

confere autenticidade, verdade e<br />

distinção, quer no negócio, quer no<br />

discurso da marca», frisa o director<br />

de Marketing da Delta Cafés.<br />

De resto, é do domínio público que<br />

já houve tentativas para comprar o<br />

grupo à família Nabeiro, nomeadamente<br />

por parte de multinacionais<br />

do ramo alimentar, mas todas foram<br />

rejeitadas. Pelo que é seguro dizer<br />

que a Delta continuará a ter tanto<br />

de familiar, quanto de portuguesa.<br />

Ou não tivesse o comendador Rui<br />

Nabeiro já proferido em diversas<br />

ocasiões a célebre frase: «A Delta<br />

é como um filho e os filhos não se<br />

vendem, criam-se.» E que bem que<br />

ela cresceu.<br />

174 DEZEMBRO 2021


E se<br />

plantássemos<br />

café onde nunca<br />

foi plantado?<br />

Na Delta andamos há 60 anos a fazer o que nunca foi feito.<br />

Por isso, decidimos apoiar ativamente os cafeicultores em todo<br />

o arquipélago dos Açores.<br />

Juntos vamos criar o primeiro café cultivado em território europeu.<br />

Saiba mais sobre o café dos Açores e outros projetos pioneiros<br />

da Delta em delta60anos.com


©<br />

ESPECIAL<br />

EMPRESAS COM HISTÓRIA<br />

STREAMROAD<br />

ESPECIALIZAÇÃO<br />

E INOVAÇÃO<br />

NAS TIC<br />

DIZ-SE QUE DAS CRISES ECONÓMICAS<br />

NASCEM SEMPRE GRANDES IDEIAS E<br />

EMPRESAS. E FOI O QUE ACONTECEU<br />

COM A STREAMROAD<br />

C<br />

riada por Sérgio Azevedo em<br />

2009, a agência de marketing<br />

especializada no sector das TIC<br />

surgiu para ajudar os fabricantes<br />

a aplicar os seus fundos de<br />

marketing da melhor maneira<br />

possível, respondendo, assim,<br />

a algumas necessidades identificadas<br />

no mercado. E que<br />

necessidades eram essas?<br />

Por um lado, as circunstâncias económicas tinham<br />

levado a uma erosão das margens de comercialização<br />

no canal de distribuição e a maioria dos fabricantes<br />

passou a gerir os seus próprios fundos de marketing.<br />

Por outro lado, os fabricantes e os distribuidores<br />

de TIC começaram a identificar necessidades,<br />

como a melhoria do relacionamento entre si e com<br />

os seus parceiros, saber analisar comportamentos,<br />

estudar a concorrência, monitorizar a sua própria<br />

marca, optimizar a retenção de clientes, identificar<br />

tendências e planear acções de marketing.<br />

Acresce o facto de os grandes fabricantes multinacionais,<br />

por norma, receberem os fundos de marketing<br />

dos seus head quarters e, muitas vezes, por falta de<br />

recursos locais, tempo ou ideias, esses ficavam por<br />

aplicar ou, pior, eram utilizados em acções que não<br />

traziam o valor acrescentado ou<br />

o ROI pretendido.<br />

Foi atenta a estas necessidades,<br />

virtude da experiência de mais de<br />

25 anos de Sérgio Azevedo como<br />

director-geral, comercial e de marketing<br />

em empresas do sector, que<br />

a Streamroad entrou no mercado<br />

com duas áreas de negócio: uma<br />

de marketing puro e duro e outra<br />

com o objectivo de fornecer soluções<br />

comerciais em outsourcing aos fabricantes,<br />

nomeadamente com um<br />

contact center com acções de lead<br />

generation, acções de recrutamento<br />

de canal e programas de canal.<br />

«A Streamroad veio preencher<br />

este espaço e, com a sua visão<br />

360º, converter-se numa one stop<br />

shop de marketing e comunicação<br />

para o canal de distribuição<br />

TIC em Portugal», afirma Sérgio<br />

Azevedo, indicando também que a<br />

agência tem três perfis de cliente:<br />

fabricantes (de hardware e software),<br />

distribuidores e parceiros<br />

integradores de tecnologia.<br />

Estes clientes são tradicionalmente<br />

empresas multinacionais de<br />

maior dimensão na indústria das<br />

TIC, o que tornou a Streamroad,<br />

pouco mais de uma década depois<br />

176 DEZEMBRO 2021


MISSÃO<br />

A STREAMROAD ENTROU NO MERCADO COM DUAS<br />

ÁREAS DE NEGÓCIO: UMA DE MARKETING PURO E DURO<br />

E OUTRA COM O OBJECTIVO DE FORNECER SOLUÇÕES<br />

COMERCIAIS EM OUTSOURCING AOS FABRICANTES<br />

>> A Streamroad<br />

tem uma equipa<br />

composta por<br />

consultores e<br />

colaboradores<br />

com uma<br />

experiência vasta<br />

no sector das<br />

TIC e que estão<br />

em constante<br />

evolução de<br />

competências<br />

através de<br />

um plano de<br />

formação<br />

contínua<br />

>> Sérgio Azevedo, fundador<br />

da Streamroad<br />

da sua fundação, numa referência<br />

do sector.<br />

Desde a sua fundação, a Streamroad<br />

tem realizado vários investimentos<br />

importantes, nomeadamente<br />

no aumento da sua oferta, num<br />

software desenvolvido à medida<br />

para gestão das acções, em novas<br />

instalações para acomodar o seu<br />

crescimento, designadamente no<br />

que se refere ao reforço de toda a<br />

sua equipa, e mais recentemente<br />

na aquisição da agência de comunicação<br />

Adding Value PR Solutions.<br />

EQUIPA ESPECIALIZADA<br />

E D<strong>ED</strong>ICADA<br />

Sérgio Azevedo é perentório quando<br />

afirma que a equipa da Streamroad<br />

é essencial para o sucesso da agência.<br />

Uma equipa composta por<br />

consultores e colaboradores com<br />

uma experiência vasta no sector<br />

das TIC, oriundos de diversos segmentos<br />

de mercado empresarial<br />

(B2B) e de consumo (B2C), e que<br />

estão em constante evolução de<br />

competências através de um plano<br />

de formação contínua.<br />

«Só com recursos altamente<br />

qualificados e valorizados é que é<br />

possível ter uma agência especializada<br />

como a Streamroad», afirma<br />

Sérgio Azevedo, acrescentando<br />

que, desta forma, «garantimos<br />

um profundo conhecimento do<br />

mercado, recursos dedicados e<br />

uma qualidade ímpar nos serviços<br />

que prestamos».<br />

Hoje são mais de 30 os colaboradores<br />

da Streamroad, cujo<br />

know-how é precisamente uma<br />

das principais características<br />

diferenciadoras da agência.<br />

PANDEMIA E A IMPORTÂNCIA<br />

DO DIGITAL PARA O NEGÓCIO<br />

A pandemia foi um desafio superado<br />

na história da Streamroad,<br />

mas que causou algum receio<br />

e chegou a impactar o negócio,<br />

visto os eventos físicos serem uma<br />

parte importante das iniciativas<br />

de marketing da agência.<br />

O espírito empreendedor que<br />

esteve na génese da Streamroad e<br />

uma equipa coesa foram cruciais<br />

neste momento, com a agência a<br />

reagir rapidamente e a adaptar-se<br />

às novas circunstâncias. Nesse âmbito,<br />

foram criadas novas soluções<br />

relacionadas com as competências<br />

da Streamroad em áreas como o<br />

marketing digital e os eventos<br />

virtuais. «E o mercado não podia<br />

ter respondido da melhor forma»,<br />

revela Sérgio Azevedo, indicando<br />

que, inclusive, chegou a reforçar a<br />

equipa nos últimos meses.<br />

No entanto, alerta Sérgio Azevedo,<br />

os eventos presenciais mantêm-se<br />

essenciais ao negócio dos fabricantes<br />

e distribuidores, que começam agora<br />

a retomar esta modalidade. Uma<br />

etapa encarada pela Streamroad<br />

com satisfação, mas precaução.<br />

Aliás, a agência ainda mantém<br />

o regime de teletrabalho para a<br />

maioria dos seus colaboradores.<br />

INOVAR PARA CRESCER<br />

Como não poderia deixar de ser<br />

numa empresa ligada às TIC, a<br />

inovação faz parte do espírito<br />

da Streamroad, algo patente na<br />

modernização dos seus processos<br />

e no investimento em ferramentas<br />

de automatização. É exemplo o<br />

software desenvolvido especialmente<br />

para a agência gerir as<br />

suas acções.<br />

Este permite não só uma aceleração<br />

dos processos inerentes<br />

às iniciativas de marketing da<br />

agência, como tornar a empresa<br />

mais ecológica com a redução do<br />

recurso ao papel – designadamente<br />

no uso da impressora. A pandemia<br />

também permitiu à Streamroad<br />

acelerar este processo, ao forçar o<br />

uso de softwares de chat, reuniões<br />

e iniciativas digitais.<br />

Tornar a agência numa empresa<br />

eco friendly é um dos objectivos<br />

de Sérgio Azevedo para um futuro<br />

breve, a par de uma gestão mais<br />

eficiente e automatizada, algo que<br />

beneficiará em última análise não<br />

só a própria agência, como toda a<br />

equipa e os seus clientes.<br />

«Queremos, também, chegar o<br />

mais acima possível na cadeia de<br />

distribuição, com ligação directa<br />

aos head quarters das multinacionais<br />

com menor representação em<br />

Portugal», conclui o fundador da<br />

Streamroad, sublinhando aquela<br />

que é a linha condutora da estratégia<br />

da agência daqui para a frente.<br />

EXECUTIVE DIGEST.PT 177


PÉ DE ORELHA<br />

POR :<br />

Filipe Santos<br />

DEAN DA CATÓLICA-LISBON<br />

PROFESSOR DE INOVAÇÃO SOCIAL<br />

AS EMPRESAS E OS DESAFIOS<br />

DA SUSTENTABILIDADE<br />

Os desafios da Sustentabilidade,<br />

não só climática mas também<br />

social, estão a entrar no centro<br />

da agenda de todas as empresas,<br />

em particular das maiores<br />

Entender a Sustentabilidade como parte<br />

integrante da estratégia e que impacta<br />

toda a organização (do marketing às<br />

operações, da comunicação aos recursos<br />

humanos) parece ser o único caminho<br />

possível para assegurar o futuro económico<br />

das empresas e da sociedade.<br />

“Se é verdade que sem sustentabilidade<br />

económica, dificilmente haverá preocupações<br />

sociais e ambientais, o que é<br />

também cada vez mais verdade é que<br />

sem essas preocupações sociais e ambientais dificilmente<br />

haverá sustentabilidade económica” – mensagem clara que<br />

vamos reforçando nos vários ambientes corporativos onde<br />

a Católica-Lisbon intervém.<br />

Aquilo que observamos no mundo corporativo português<br />

ao longo dos últimos anos é um discurso que vai já para<br />

além do “será mesmo assim?”, situando-se gradualmente<br />

mais próximo do “que tenho de fazer?”. E que ninguém se<br />

iluda, esta é uma onda que começa nas grandes empresas,<br />

mas que arrastará toda a sua cadeia de abastecimento<br />

constituída por PME. Veja-se o caso recente da IKEA que<br />

decidiu que a distribuição dos seus móveis só poderá ser<br />

feita por veículos eléctricos – quantas PME não serão agora<br />

conduzidas para um espaço mais sustentável?<br />

O mesmo se passa com a nova directiva europeia que<br />

obriga as empresas a reportar os seus resultados não financeiros<br />

(ambientais e sociais). Apesar de ser uma obrigação<br />

para empresas grandes e cotadas, rapidamente se tornará<br />

um must to do para as PME que abastecem as cadeias de<br />

produção destas grandes empresas e a quem estas pedem<br />

prestação de contas. Em breve, novas legislações em matéria<br />

de Direitos Humanos abrirão caminhos semelhantes.<br />

Ignorar o tema da sustentabilidade colocará as empresas<br />

do lado errado da história e levá-las-á a ser míopes perante<br />

o futuro, assumindo riscos desnecessários e podendo perder<br />

a sua legitimidade para operar. Pelo contrário, colocar a<br />

sustentabilidade no centro da agenda empresarial é abraçar<br />

novas oportunidades de negócios. E, normalmente, quanto<br />

mais pioneirismo alinhado com tendências futuras, maior<br />

a oportunidade. Segundo um estudo de 2017 – Better<br />

Business, Better World, os 17 Objectivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável (ODS) das Nações Unidas representam<br />

oportunidades de negócios de 12 triliões de US doláres por<br />

ano até 2030 para as empresas com visão para as agarrar.<br />

Por exemplo, a empresa cotada mais valiosa em Portugal<br />

é a <strong>ED</strong>P Renováveis com mais de 20 mil milhões de euros<br />

de valorização. Esta é uma empresa que tem sido pioneira,<br />

desde a sua criação em 2007, em abraçar as tendências da<br />

sustentabilidade no campo das energias renováveis.<br />

Se já é dificilmente entendível que a gestão das empresas<br />

não se preocupe com o planeta e com as pessoas, mais<br />

difícil se torna entender que essa mesma gestão não se<br />

preocupe com os seus negócios – a ausência de preocupação<br />

com o planeta e as pessoas, actualmente, significa pura e<br />

simplesmente descurar o negócio. Já não há dúvida de que<br />

os investidores, o talento e os consumidores continuarão<br />

a procurar de forma crescente empresas criadoras de real<br />

valor para a sociedade – social, ambiental e económico.<br />

178 DEZEMBRO 2021

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