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cesar

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06<br />

O Boom das startups: um<br />

diálogo com a minha mãe<br />

Vivemos atualmente um verdadeiro<br />

boom global na criação de startups,<br />

principalmente no segmento de<br />

Tecnologia da Informação e<br />

Comunicação. Jornais e revistas<br />

destacam empreendedores e suas<br />

startups, taxistas quebram carros de<br />

motoristas de Uber, restaurantes<br />

locais começam a receber<br />

pagamento em Bit Coins e minha<br />

mãe, uma professora aposentada de<br />

70 anos, me chama para conversar<br />

sobre o assunto.<br />

Filipe, o que é esse negócio de<br />

startups de que tanto estão<br />

falando? É uma empresa pequena?<br />

Não, mãe. Startups não são<br />

empresas pequenas. São<br />

organizações de pessoas que estão<br />

buscando encontrar um modelo de<br />

negócio para produtos ou serviços<br />

novos. Ou seja, é uma forma em que<br />

as pessoas se organizam para criar e<br />

vender um produto ou serviço novo,<br />

que os clientes paguem e que gere<br />

dinheiro suficiente para que a startup<br />

cresça, se desenvolva e vire uma<br />

empresa. Como estão trabalhando<br />

em algo novo, e há muito risco<br />

envolvido, na maioria das vezes as<br />

startups falham e nunca chegam a<br />

virar uma empresa propriamente.<br />

Meu filho, mas por que tem startups<br />

em todos os cantos agora?<br />

Os custos de montar startups no<br />

setor de TIC caíram cerca de 100<br />

vezes nos últimos 15 anos, ficou<br />

muito barato dar os primeiros passos<br />

para construir software e usar<br />

infraestrutura para suportá-lo. Além<br />

disso, empreendedorismo foi<br />

sistematizado como disciplina e<br />

existem metodologias, como Lean<br />

Startups (método de gestão em que<br />

produtos e serviços são<br />

desenvolvidos no menor tempo e ao<br />

menor custo possível) e Customer<br />

Development (metodologia que<br />

considera que tudo definido como<br />

problema do cliente e na solução<br />

proposta pelas startups são apenas<br />

hipóteses que precisam ser testadas,<br />

validadas e renovadas), que ajudam<br />

os empreendedores a criar suas<br />

startups.<br />

Outra coisa importante, os<br />

Millennials, nascidos no início dos<br />

anos de 1980 entraram em idade<br />

produtiva nos últimos anos e eles<br />

gostam de tecnologia e querem<br />

empreender.<br />

E por que dizem que as startups são<br />

tão importantes?<br />

Diversos estudos realizados por<br />

instituições como Banco Mundial e<br />

OCDE apontam para as startups<br />

como os principais veículos de<br />

geração de riqueza e introdução de<br />

inovação. As startups também criam<br />

mais e melhores empregos nas<br />

economias nacionais. Em diversos<br />

países, como Finlândia, Israel e<br />

Austrália, o incentivo à criação de<br />

startups faz parte da estratégia de<br />

fortalecimento da economia nacional,<br />

com incentivos financeiros vindos do<br />

governo.<br />

O Easy Taxi é uma startup do Brasil,<br />

não é? Como são as startups aqui<br />

no Brasil?<br />

Sim, o Easy Taxi surgiu aqui sim. No<br />

Brasil, uma pesquisa da revista HSM<br />

mapeou 15.000 startups no ano de<br />

2016 e existem diversas iniciativas,<br />

tanto públicas, como privadas, que<br />

buscam apoiar as startups nacionais.<br />

Como exemplo, temos o SEED em<br />

Minas Gerais e o FINEP Startup. No<br />

primeiro caso, para startups ainda em<br />

fase inicial, com recursos nãoreembolsáveis.<br />

Já no segundo, com<br />

aportes de capital em startups que<br />

apresentem protótipos funcionais e<br />

algumas vendas no mercado.<br />

Apesar deste crescimento do<br />

número de startups no Brasil, alguns<br />

problemas já foram identificados pela<br />

Fundação Dom Cabral. Os principais<br />

são: a falta de uma oportunidade de<br />

negócios concreta para exploração<br />

pelas startups; dificuldade de montar<br />

um bom time; escassez de capital<br />

nos estágios iniciais de<br />

desenvolvimento e falta de<br />

estratégia e método para<br />

desenvolvimento das startups e seus<br />

produtos.<br />

Como é que vocês no CESAR<br />

ajudam as startups a se<br />

desenvolverem?<br />

No CESAR nós aceleramos startups.<br />

Ou seja, aplicamos uma metodologia<br />

estruturada que fornece<br />

acompanhamento, mentorias de<br />

empreendedores experientes, capital,<br />

consultorias especializadas e<br />

conexões com parceiros e clientes. O<br />

objetivo é fornecer as ferramentas<br />

para que as startups consigam, de<br />

maneira rápida, eficiente e barata,<br />

criar um produto ou serviço mínimo<br />

que os clientes queiram adquirir.<br />

E no seu trabalho, com quantas<br />

startups vocês já trabalharam?<br />

Nos últimos três anos, avaliamos<br />

cerca de 300 startups, a maioria<br />

originada em Pernambuco. Destas,<br />

apenas 23 foram levadas ao Comitê<br />

de Investimentos para apresentação<br />

a investidores privados, 15 foram<br />

consideradas aptas a receber<br />

investimentos, oito foram<br />

efetivamente investidas e aceleradas,<br />

e três puderam ser consideradas<br />

casos de sucesso.<br />

Por que tão poucas recebem esse<br />

incentivo, meu filho?<br />

Na nossa experiência, existe ainda<br />

um distanciamento dos<br />

empreendedores de potenciais

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