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VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. - Secretaria do ...

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<strong>VALEC</strong> <strong>–</strong> <strong>Engenharia</strong>, <strong>Construções</strong> e <strong>Ferrovias</strong> S.A.<br />

FERROVIA DE INTEGRAÇÃO OESTE LESTE<br />

PRODUTO 3 <strong>–</strong> RESUMO EXECUTIVO<br />

PARA CONSULTA PÚBLICA<br />

PARQUE ESTADUAL (PE) DAS NASCENTES DO ALMADA E SERRA DO<br />

CORCOVADO; E REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE (RVS) DAS NASCENTES DO<br />

ALMADA<br />

Contrato <strong>VALEC</strong> nº. 047/09 Versão nº. 01<br />

Ordem de Serviço nº. 16 Revisão nº. 00<br />

Elabora<strong>do</strong> por: OIKOS Pesquisa Aplicada Ltda.<br />

Data: Outubro/2012


<strong>VALEC</strong> <strong>–</strong> <strong>Engenharia</strong>, <strong>Construções</strong> e <strong>Ferrovias</strong> S.A.<br />

FERROVIA DE INTEGRAÇÃO OESTE LESTE<br />

PRODUTO 3 <strong>–</strong> RESUMO EXECUTIVO<br />

PARA CONSULTA PÚBLICA<br />

PARQUE ESTADUAL (PE) DAS NASCENTES DO ALMADA E SERRA DO<br />

CORCOVADO; E REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE (RVS) DAS NASCENTES DO<br />

ALMADA<br />

OUTUBRO/2012


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1. Mapa de Localização das áreas com potencial de criação de UC na Bacia<br />

Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada - BA ................................................................................ 04<br />

Figura 2. Desenho esquemático <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> de amostragem utiliza<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong><br />

MARTINI et al. (2007), modifica<strong>do</strong> <strong>do</strong> GENTRY (1982 ............................................... 07<br />

Figura 3a. Méto<strong>do</strong> sen<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> com a linha de 200m estendida e marcada a cada<br />

20m ............................................................................................................................ 07<br />

Figura 3b. Coleta de da<strong>do</strong>s de campo. Medição <strong>do</strong>s indivíduos ................................ 08<br />

Figura 3c. Coleta de da<strong>do</strong>s de campo. Escalada para coleta <strong>do</strong> ramo <strong>do</strong> indivíduo. .. 08<br />

Figura 3d. Coleta de da<strong>do</strong>s de campo. Registro de todas as informações de cada<br />

indivíduo. .................................................................................................................... 08<br />

Figura 4. Imagem da Área 01 modificada para localização das unidades amostrais<br />

(amostra 01 na Serra <strong>do</strong> Sete Paus e amostra 02 na Serra <strong>do</strong> Mato Grosso)............. 08<br />

Figura 5a. Local da Amostra 01. Vista geral da Serra <strong>do</strong> Sete Paus, mostran<strong>do</strong> serras<br />

com áreas de floresta e áreas de pasto (foto acima) e imagens <strong>do</strong>s remanescentes<br />

florestais (fotos abaixo) ............................................................................................... 08<br />

Figura 5b. Local da Amostra 02. Vista geral da Serra <strong>do</strong> Mato Grosso, enfatizan<strong>do</strong> as<br />

serras com remanescentes florestais (foto da esquerda) e imagem da área da floresta<br />

onde foi amostrada (foto da direita) ............................................................................ 09<br />

Figura 6. Imagem da Área 2 modificada para localização da unidade amostral ......... 09<br />

Figura 7a. Vista da Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, imagem geral da Serra com áreas<br />

encobertas por neblina, característica comum de áreas serranas (foto de acima) e<br />

próxima ao local amostra<strong>do</strong> (foto abaixo) ................................................................... 09<br />

Figura 7b. Fotos da mata da Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, com a presença de árvores de<br />

grande porte (foto à esquerda). Destaque também para a espécie de pteridófita<br />

arborescente, conhecida popularmente como samambaiaçu ou xaxim - Cyathea sp.<br />

(foto à direita), típica de floresta Montana. .................................................................. 10<br />

Figura 8. Distribuição agrupada no Nível I das classes de cobertura e uso da terra -<br />

BHRA, APA e Área Estudada ..................................................................................... 14<br />

Figura 9. Distribuição das classes de cobertura e uso da terra para a Área 1. As áreas<br />

de uso foram agrupadas como áreas antrópicas ........................................................ 15<br />

Figura 10. Distribuição das classes de cobertura e uso da terra para a Área 2. As<br />

áreas de uso foram agrupadas como áreas antrópicas. .............................................. 16<br />

Figura 11. Distribuição em percentual da cobertura e uso da terra na Nascente <strong>do</strong> Rio<br />

Almada ....................................................................................................................... 18<br />

Figura 12. Distribuição em percentual da cobertura e uso da terra na Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong> .................................................................................................................. 18<br />

ii


Figura 13. Distribuição da precipitação média mensal ............................................... 19<br />

Figura 14. Detalhe <strong>do</strong> arenito em processo de intemperismo nas nascentes <strong>do</strong> Rio<br />

Almada. Março 2011. Almadina, BA. .......................................................................... 20<br />

Figura 15. Pacote arenoso produto <strong>do</strong> intemperismo <strong>do</strong>s arenitos encontra<strong>do</strong>s nas<br />

serras nas nascentes <strong>do</strong> Rio Almada. Março 2011. Almadina, BA. ............................. 20<br />

Figura 16. Espécies de mamíferos de médio e grande porte ameaçadas de extinção<br />

nas áreas amostradas na BHRA, sul da Bahia. .......................................................... 26<br />

Figura 17. O ouriço-preto (Chaetomys subspinosus), espécie ameaçada de extinção,<br />

registra<strong>do</strong> em todas as áreas amostradas. Foto: Fábio Falcão ................................... 27<br />

Figura 18. Mico-leão-da-cara-<strong>do</strong>urada (Leontopithecus chrysomelas), espécie<br />

ameaçada de extinção registrada nas Áreas 1 e 2, da BHRA. Foto: Carlos Gui<strong>do</strong>rizzi.<br />

................................................................................................................................... 27<br />

Figura 19. Espécies endêmicas da Mata Atlântica da anurofauna registradas nas<br />

áreas amostradas da BHRA. ...................................................................................... 30<br />

Figura 20. Espécies de aves ameaçadas de extinção registradas nas áreas<br />

amostradas da BHRA ................................................................................................. 30<br />

Figura 21. Espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica registradas nas áreas<br />

amostradas da BHRA. ................................................................................................ 31<br />

Figura 22. Espécies de mamíferos ameaça<strong>do</strong>s de extinção registradas nas áreas<br />

amostradas da BHRA ................................................................................................. 31<br />

Figura 23. Espécies da flora ameaçadas de extinção registradas nas áreas<br />

amostradas da BHRA. ................................................................................................ 31<br />

Figura 24. Espécies da flora endêmicas da Bahia e Espírito Santo registradas nas<br />

áreas amostradas da BHRA. ......................................................................................... 32<br />

Figura 25. Estações de tratamento de água e principais pontos de captação de água<br />

pela Embasa na região da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada. ................................... 35<br />

Figura 26. Distribuição <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 1 (%). .......................................... 36<br />

Figura 27. Estratificação <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 1 (%). ....................................... 37<br />

Figura 28. Tamanhos mínimo, médio e máximo <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 1 (ha). .. 37<br />

Figura 29. Dependência econômica e intenção de venda <strong>do</strong>s imóveis verifica<strong>do</strong>s na<br />

Área 1, entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 .................................................... 38<br />

Figura 30. Distribuição <strong>do</strong>s imóveis levanta<strong>do</strong>s por município na Área 2 (%) ............. 39<br />

Figura 31. Estratificação <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 2 (%) ........................................ 39<br />

Figura 32. Tamanhos mínimo, médio e máximo <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 2 (ha) .... 40<br />

Figura 33. Dependência econômica e intenção de venda <strong>do</strong>s imóveis verifica<strong>do</strong>s na<br />

Área 2 ......................................................................................................................... 41<br />

iii


Figura 34. IDH <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s nos anos de 1991 e 2000. ....................... 43<br />

Figura 35. Índice de Gini <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s no ano de 2000. ........................ 43<br />

Figura 36. Sistema cacau-cabruca. ............................................................................ 45<br />

Figura 37. Plantio de cacau sob copas de árvores. .................................................... 45<br />

Figura 38. Usos da terra identifica<strong>do</strong>s na Área 1 (%). ................................................ 46<br />

Figura 39. Usos da terra identifica<strong>do</strong>s na Área 2 (%). ................................................ 46<br />

Figura 40. Dependência econômica exclusiva da propriedade (%).. .......................... 47<br />

Figura 41. Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> em Almadina.Fonte: UESC (2010). ........................... 48<br />

Figura 42. Equipe da UESC analisan<strong>do</strong> as artes sacras. Fonte: UESC (2010) .......... 48<br />

Figura 43. Mapa de Localização <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong> Almada e<br />

Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre Nascentes <strong>do</strong> Almada, Bacia<br />

Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada - BA. ............................................................................... 50<br />

iv


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 - Distribuição das áreas das classes de cobertura e uso da terra, em 2010. 17<br />

Tabela 2 - Índices de fragilidade ambiental da Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada e suas respectivas áreas e percentuais de ocorrência ................................... 21<br />

Tabela 3 <strong>–</strong> Índices de fragilidade ambiental da Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> ........... 22<br />

Tabela 4 - Síntese <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s das quatro áreas estudadas. ................................ 24<br />

Tabela 5 - Da<strong>do</strong>s fitossociológicos de cada unidade amostral (UA) e a respectiva área<br />

................................................................................................................................... 29<br />

Tabela 6 - Da<strong>do</strong>s estruturais (valores médios e desvio padrão) de cada área<br />

amostrada no Sul da Bahia ......................................................................................... 29<br />

Tabela 7 - Número total de espécies de cada área amostrada, com a quantidade de<br />

espécies compartilhadas entre elas e seus respectivos valores <strong>do</strong> índice de<br />

similaridade de Sorensen entre parênteses ................................................................ 29<br />

Tabela 8 - Relação entre as informações sobre terras tituladas levantadas em campo<br />

e o levantamento cartorial realiza<strong>do</strong> nas Comarcas de Ibicaraí e de Coaraci, janeiro a<br />

maio de 2011 - Área 1 ................................................................................................ 38<br />

Tabela 9 <strong>–</strong> Relação entre as informações sobre terras tituladas levantadas em campo<br />

e o levantamento cartorial realiza<strong>do</strong> na Comarca de Coaraci, janeiro a maio de 2011 -<br />

Área 2 ......................................................................................................................... 40<br />

Tabela 10 - PIB a preços correntes <strong>do</strong>s municípios da área de estu<strong>do</strong> (mil reais). ..... 42<br />

Tabela 11 - Trabalha<strong>do</strong>res nas áreas analisadas ....................................................... 44<br />

Tabela 12 - Número de estabelecimentos de ensino no ano de 2009. ....................... 44<br />

Tabela 13 - Casos de algumas <strong>do</strong>enças notifica<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> município, 2009 ......... 45<br />

Tabela 14 - Quantidade de pessoas encontradas nas áreas selecionadas ................ 51<br />

Tabela 15 - Distribuição <strong>do</strong>s requerimentos nas áreas selecionadas ......................... 52<br />

Tabela 16 <strong>–</strong> Estimativas <strong>do</strong>s valores necessários para desapropriação de imóveis nas<br />

áreas analisadas. ........................................................................................................ 53<br />

v


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1<br />

2 MÉTODOS DE TRABALHO E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................... 2<br />

2.1 Aquisição e organização <strong>do</strong> banco de da<strong>do</strong>s geográficos ..................................... 2<br />

2.2 Mapeamento da cobertura e uso da terra ............................................................. 3<br />

2.2.1 Trabalho de campo ............................................................................................ 3<br />

2.2.2 Mapeamento da Cobertura e uso da terra.......................................................... 3<br />

2.3 Diagnóstico socioambiental das áreas selecionadas para a criação de unidades de<br />

proteção integral <strong>–</strong> Meio físico .................................................................................... 5<br />

2.4 Diagnóstico socioambiental das áreas selecionadas para a criação de unidades de<br />

proteção integral <strong>–</strong> Meio biótico .................................................................................. 6<br />

2.4.1 Anfíbios e Répteis .............................................................................................. 6<br />

2.4.2 Aves ................................................................................................................... 6<br />

2.4.3 Mamíferos .......................................................................................................... 7<br />

2.4.4 Flora .................................................................................................................. 7<br />

2.5 Meto<strong>do</strong>logia para a caracterização fundiária das áreas selecionadas ................... 11<br />

2.5.1 Área estudada ................................................................................................... 11<br />

2.5.2 Procedimentos utiliza<strong>do</strong>s para a caracterização de estrutura fundiária .............. 11<br />

2.6 Diagnóstico socioambiental das áreas selecionadas para a criação de unidades de<br />

proteção integral <strong>–</strong> Socioeconomia ............................................................................. 12<br />

2.6.1 Procedimentos utiliza<strong>do</strong>s para a caracterização socioeconômica ...................... 12<br />

3 RESULTADOS ........................................................................................................ 13<br />

3.1 Mapeamento da cobertura e uso da terra ............................................................. 13<br />

3.1.1 Quantificação das classes de cobertura e uso da terra (1ª etapa <strong>do</strong> mapeamento)<br />

................................................................................................................................... 13<br />

3.1.2 Áreas potenciais para unidades de proteção integral (1ª etapa <strong>do</strong> mapeamento)<br />

................................................................................................................................... 15<br />

3.1.3 Quantificação das classes de cobertura e uso da terra (2ª etapa <strong>do</strong> mapeamento)<br />

................................................................................................................................... 16<br />

3.2 Meio físico............................................................................................................. 18<br />

3.2.1 Características climáticas das áreas selecionadas ............................................ 18<br />

vi


3.2.2 Características geoambientais da Área 1 <strong>–</strong> Serra das Nascentes <strong>do</strong> Almada .... 19<br />

3.2.3 Características geoambientais da Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> ....................... 21<br />

3.3 Meio biótico ........................................................................................................... 22<br />

3.3.1 Anfíbios e répteis ............................................................................................... 22<br />

3.3.1.1 Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada ..................................................... 22<br />

3.3.1.2 Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> .......................................................................... 23<br />

3.3.2 Aves ................................................................................................................... 23<br />

3.3.2.1 Espécies de “montanhas” no sul da Bahia ...................................................... 24<br />

3.3.2.2 Espécies endêmicas e ameaçadas da Mata Atlântica ..................................... 25<br />

3.3.2.3 Consideração gerais sobre as áreas e respectivas avifaunas ......................... 25<br />

3.3.2.3.1 Área 1 <strong>–</strong> Serras das nascentes <strong>do</strong> Almada .................................................. 25<br />

3.3.2.3.2 Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> ....................................................................... 26<br />

3.3.3 Mamíferos .......................................................................................................... 26<br />

3.3.4 Flora .................................................................................................................. 28<br />

3.3.4.1 Comparação <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s de flora entre as quatro áreas Flora ...................... 29<br />

3.3.5 Síntese .............................................................................................................. 30<br />

3.3.5.1 Anfíbios ........................................................................................................... 30<br />

3.3.5.2 Aves ................................................................................................................ 30<br />

3.3.5.3 Mamíferos ....................................................................................................... 31<br />

3.3.5.4 Flora ............................................................................................................... 31<br />

3.3.6 Serviços ambientais das áreas .......................................................................... 32<br />

3.3.6.1 Manutenção da biodiversidade ....................................................................... 32<br />

3.3.6.2 Abrigo de poliniza<strong>do</strong>res ................................................................................... 33<br />

3.3.6.3 Proteção <strong>do</strong> solo ............................................................................................. 34<br />

3.3.6.4 Influência na produção de água ...................................................................... 34<br />

3.3.6.5 Sequestro de Carbono .................................................................................... 35<br />

3.4 Caracterização da Estrutura Fundiária .................................................................. 36<br />

3.4.1 Caracterização da estrutura fundiária da Área 1 <strong>–</strong> Serra das Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada ....................................................................................................................... 36<br />

vii


3.4.1 Caracterização da estrutura fundiária da Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> ............. 39<br />

3.5. Caracterização socioeconômica da região sul da Bahia ...................................... 41<br />

3.5.1 Análise das atividades econômicas e indica<strong>do</strong>res de renda, educação,<br />

saneamento, saúde, habitação e trabalho .................................................................. 42<br />

3.5.1.1 Produto interno bruto <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s ............................................ 42<br />

3.5.1.2 Índices de desenvolvimento econômico social humano (IDE, IDS e IDH) e<br />

índice de Gini <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s ................................................................... 42<br />

3.5.1.3 Indica<strong>do</strong>res de trabalho e renda <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s ........................... 43<br />

3.5.1.4 Indica<strong>do</strong>res de educação <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s ...................................... 44<br />

3.5.1.5 Indica<strong>do</strong>res de saúde nos municípios analisa<strong>do</strong>s ........................................... 44<br />

3.5.2 Formas de uso e manejo tradicionais utiliza<strong>do</strong>s pela população local ................ 45<br />

3.5.3 Existência de famílias ou comunidades que usufruem da área na obtenção de<br />

bens e/ou produtos para seu sustento ........................................................................ 47<br />

3.5.5 Análise das oportunidades de uso público ......................................................... 47<br />

3.6 Oficinas técnicas e definição das áreas e categorias de unidades de conservação<br />

de proteção integral .................................................................................................... 48<br />

3.7 Análise <strong>do</strong> impacto econômico potencial de criação <strong>do</strong> Parque Estadual das<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre Nascentes<br />

<strong>do</strong> Almada .................................................................................................................. 51<br />

3.8 Análise <strong>do</strong>s impactos socioambientais sobre os usos alternativos <strong>do</strong> solo............ 52<br />

3.9 Estimativas <strong>do</strong>s valores necessários para desapropriação de imóveis dentro da<br />

área proposta <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> 52<br />

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 53<br />

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 54<br />

viii


1 INTRODUÇÃO<br />

A Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Encantada e Rio Almada [1] ,<br />

localizada no sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia, desempenha importante papel para a conservação<br />

da biodiversidade. Inserida no Corre<strong>do</strong>r Central da Mata Atlântica forma juntamente com a<br />

APA Costa de Itacaré/Serra Grande e o Parque Estadual da Serra <strong>do</strong> Conduru (Pesc) um<br />

conjunto de unidades de conservação estadual de extrema relevância ambiental. O Pesc,<br />

considera<strong>do</strong> como área núcleo <strong>do</strong> Corre<strong>do</strong>r Central da Mata Atlântica, apresenta recorde<br />

mundial de biodiversidade em espécies vegetais, alto endemismo, espécies raras, grande<br />

riqueza de recursos hídricos (cerca de 30 rios e riachos que abastecem a Lagoa<br />

Encantada e bacias hidrográficas importantes na região), dentre outras peculiaridades.<br />

Na APA da Lagoa Encantada e Rio Almada está em andamento a implantação de<br />

projetos de infraestrutura como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL - EF344),<br />

aeroporto de Ilhéus, o porto Sul e o Terminal Portuário de Uso Privativo da Ponta da<br />

Tulha da Bahia Mineração (Projeto Pedra de Ferro). Por este motivo a <strong>Secretaria</strong> <strong>do</strong> Meio<br />

Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia (Sema-BA) considerou relevante identificar áreas na Bacia<br />

Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada (BHRA) e na APA para criação de unidades de conservação<br />

de proteção integral com o intuito de aumentar a extensão das áreas protegidas no sul da<br />

Bahia. Esta consideração resultou na Condicionante 2.4 da LP-349/2010 referente ao<br />

empreendimento da EF344, a qual foi expedida pelo Instituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambiente<br />

e <strong>do</strong>s Recursos Naturais Renováveis (Ibama).<br />

Atenden<strong>do</strong> tal condicionante, em novembro de 2010 foi apresentada a primeira<br />

versão <strong>do</strong> produto denomina<strong>do</strong> - Mapeamento da cobertura e uso da terra da APA da<br />

Lagoa Encantada e Rio Almada com identificação de áreas potenciais para criação de<br />

unidades de conservação de proteção integral. A segunda versão <strong>do</strong> mapeamento foi<br />

apresentada em junho de 2011 e tratou-se de um relatório com enfoque somente no<br />

mapeamento e complementar ao apresenta<strong>do</strong> na versão anterior. Os resulta<strong>do</strong>s<br />

cartográficos deste mapeamento foram apresenta<strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> os perímetros da área<br />

estudada (217.461,4 ha), da Bacia <strong>do</strong> Rio Almada (156.818,6 ha) e da APA da Lagoa<br />

Encantada e Rio Almada (158.175,9 ha).<br />

Com a aplicação <strong>do</strong>s critérios básicos para determinação ou seleção de áreas<br />

prioritárias para conservação e utilização <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mapeamento da cobertura e<br />

uso da terra identificaram-se quatro áreas que se tornaram alvos de levantamentos de<br />

campo. Estas áreas receberam a seguinte denominação: Área 1 - Serras das Nascentes<br />

<strong>do</strong> Almada (9.570 ha); Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> (2.950 ha); Área 3 - Lagoa Encantada<br />

(7.850 ha); e Área 4 - Serra de Inema (1.180 ha).<br />

As quatro áreas identificadas no mapeamento foram caracterizadas e<br />

apresentadas nos produtos denomina<strong>do</strong>s “Caracterização fundiária nas áreas<br />

identificadas como potenciais para a criação de unidades de conservação de proteção<br />

integral” e “Diagnóstico socioambiental das áreas selecionadas para criação de unidades<br />

de proteção integral, consideran<strong>do</strong> os temas <strong>do</strong>s meios físico, biótico e socioeconômico”.<br />

Após a conclusão destes estu<strong>do</strong>s técnicos foram realizadas reuniões e<br />

oficinas técnicas em setembro e outubro de 2012 com o objetivo de definir as propostas<br />

de categorias e limites de unidades de conservação de proteção integral na Bacia <strong>do</strong> Rio<br />

Almada.<br />

[1]<br />

APA criada pelo Decreto Estadual N° 2.217 de 14 de junho de 1993 e ampliada pelo Decreto Estadual N° 8.650 de 22 de<br />

setembro de 2003.


[Digite texto]<br />

Foram definidas as seguintes propostas de unidades de conservação que serão<br />

apresentadas nas consultas públicas em 20 e 21 de novembro de 2012: Parque Estadual<br />

(PE) das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>; e Refúgio de Vida Silvestre (RVS)<br />

das Nascentes <strong>do</strong> Almada; e Refúgio de Vida Silvestre (RVS) da Lagoa Encantada;<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, é apresenta<strong>do</strong> neste <strong>do</strong>cumento uma síntese <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s técnicos<br />

e as propostas de criação <strong>do</strong> Parque Estadual (PE) das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong>.<br />

2 MÉTODOS DE TRABALHO E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS<br />

A área estudada compreende a BHRA e APA da Lagoa Encantada e Rio Almada,<br />

ambas inseridas na macrobacia <strong>do</strong> Atlântico Sul, trecho Leste. Com uma extensão de<br />

2.174,6 km2, a área localiza-se entre as coordenadas 14°26’ e 14°50’ de latitude Sul e<br />

39°03’ e 39º44’ de longitude Oeste, no sul <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia, na microrregião geográfica<br />

Ilhéus-Itabuna. É cortada pelas ro<strong>do</strong>vias BR-101, BA-262 e BA-001, e abrange parte <strong>do</strong>s<br />

municípios de Almadina, Coaraci, Ibicaraí, Lomanto Júnior, Itajuípe, Uruçuca, Floresta<br />

Azul, Itabuna, Itacaré, Itapitanga e Ilhéus.<br />

2.1 Aquisição e organização <strong>do</strong> banco de da<strong>do</strong>s geográficos<br />

A primeira etapa <strong>do</strong> mapeamento consistiu na aquisição e organização <strong>do</strong> banco<br />

de da<strong>do</strong>s geográficos (BDG) da área estudada. Adquiriram-se imagens de satélites,<br />

fotografias aéreas, mapeamentos existentes e a base cartográfica da Superintendência de<br />

Desenvolvimento <strong>do</strong> Nordeste (Sudene) na escala 1:100.000, conforme lista de da<strong>do</strong>s<br />

apresentadas nos relatórios (imagens <strong>do</strong> satélite Landsat 5; imagens <strong>do</strong> satélite CBERS<br />

2B; fotografias aéreas; dentre outros da<strong>do</strong>s).<br />

Após a aquisição <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, o procedimento seguinte foi a organização da base<br />

de da<strong>do</strong>s geográficos, selecionan<strong>do</strong> as informações de maior relevância para o<br />

mapeamento. Os da<strong>do</strong>s da Sudene referentes às cartas Itabuna, Ibicaraí e Ubaitaba<br />

(sistema viário, hidrografia, localidades e altimetria) foram agrupa<strong>do</strong>s no sistema ArcGIS,<br />

na projeção cartográfica Universal Transversa de Mercator datum Córrego Alegre.<br />

Na sequência georreferenciaram-se as imagens Landsat e CBERS com apoio da<br />

ferramenta de registro <strong>do</strong> sistema Erdas e com base nos da<strong>do</strong>s vetoriais e pontos de<br />

campo coleta<strong>do</strong>s com GPS de navegação. Os pontos de controle foram coleta<strong>do</strong>s ao<br />

longo de estradas e cursos d’água, e o registro finaliza<strong>do</strong> com reamostragem por vizinho<br />

mais próximo.<br />

Nas imagens georreferenciadas aplicou-se o realce linear e posteriormente o<br />

mosaico de imagens. As imagens foram recortadas com base em um polígono retangular<br />

que envolvia toda a bacia <strong>do</strong> Rio Almada e a APA da Lagoa Encantada e Rio Almada. Por<br />

fim, as imagens foram importadas para o BDG para a realização <strong>do</strong> mapeamento da<br />

cobertura e uso da terra. Na primeira etapa <strong>do</strong> mapeamento usaram-se imagens Landsat<br />

e Cbers.<br />

Em uma segunda etapa, o mapeamento detalha<strong>do</strong> da cobertura e uso terra<br />

baseou-se nas imagens de alta resolução <strong>do</strong> satélite Rapideye (sensor RapidEye Earth<br />

Imaging System). Foram usadas as imagens multiespectrais com resolução espacial de 5<br />

metros, obtidas nas datas de 22/06/2010 e 01/10/2010. Da área estudada, as imagens<br />

apresentaram apenas 0,38% de recobrimento por nuvens, permitin<strong>do</strong> uma ampla visão<br />

<strong>do</strong>s alvos mapea<strong>do</strong>s.<br />

2


[Digite texto]<br />

Nas imagens ortorretificadas aplicou-se o realce linear de brilho e contraste, e<br />

posteriormente realizaram-se procedimentos para formação <strong>do</strong>s mosaicos de imagens,<br />

separa<strong>do</strong>s por conjunto de datas de obtenção. Em seguida foi delimitada a área de<br />

mapeamento utilizan<strong>do</strong> os limites pré-defini<strong>do</strong>s como de potencial para criação da<br />

unidade de conservação: 1) Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada; 2) Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>; 3)<br />

Lagoa Encantada e; 4) Serras de Inema. Estas quatro áreas foram selecionadas com a<br />

aplicação <strong>do</strong>s critérios cita<strong>do</strong>s na Seção 2.3.4 Seleção das áreas potenciais para<br />

unidades de proteção integral na primeira etapa <strong>do</strong> mapeamento. Através <strong>do</strong>s polígonos<br />

de indicação foi determina<strong>do</strong> um tampão “buffer” de um quilômetro com objetivo de<br />

ampliar a área <strong>do</strong> mapeamento visan<strong>do</strong> possíveis ajustes na definição da unidade de<br />

conservação (Figura 1).<br />

Na sequência as imagens foram recortadas em quatro cenas baseada em<br />

polígonos retangulares que envolvia cada área indicada. Finalmente, incorporaram-se as<br />

imagens ao BDG para a realização <strong>do</strong> mapeamento da cobertura e uso da terra em<br />

escala de detalhe.<br />

2.2 Mapeamento da cobertura e uso da terra<br />

2.2.1 Trabalhos de campo<br />

Para o levantamento da cobertura e uso da terra utilizou-se as informações das<br />

campanhas de campo realizadas nos meses de setembro e novembro de 2010, na<br />

primeira fase <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s. Para a segunda etapa <strong>do</strong> mapeamento, foram realizadas três<br />

novas campanhas nos meses de fevereiro e março de 2011 com objetivo de reconhecer e<br />

registrar com mais detalhes as características das áreas selecionadas.<br />

Nas duas etapas utilizou-se a mesma meto<strong>do</strong>logia, quan<strong>do</strong> se percorreu a área<br />

em veículo equipa<strong>do</strong> com GPS, notebook e software de navegação conten<strong>do</strong> o BDG e<br />

permitin<strong>do</strong> a associação direta em campo entre as feições de cobertura e uso da terra e<br />

as respostas das imagens.<br />

2.2.2 Mapeamento da cobertura e uso da terra<br />

De posse das informações coletadas em campo, análise das imagens de satélite,<br />

mapas pré-existentes, Manual de Classificação da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992) e<br />

Manual Técnico de Uso da Terra (IBGE, 2006) definiram-se a legenda para o<br />

mapeamento.<br />

Na primeira etapa foi iniciada uma elaboração <strong>do</strong> mapa de cobertura e uso da terra<br />

com a aplicação de segmentação e classificação supervisionada.<br />

Entretanto, os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s não foram satisfatórios, devi<strong>do</strong> às<br />

proximidades das respostas espectrais das classes de florestas e de cultura permanente<br />

(cacau - cabruca[2]), induzin<strong>do</strong> a confusão durante a classificação desses alvos. Para<br />

superar esse problema e dar maior segurança no mapeamento optou-se por realizar a<br />

interpretação visual digital das imagens. Usan<strong>do</strong> o ArcGIS, procedeu-se a interpretação<br />

[2] Sistema de cultivo de cacau sombrea<strong>do</strong> por árvores nativas da Mata Atlântica.<br />

3


8400000<br />

14°30'0"S<br />

8380000<br />

8360000<br />

IBICUÍ<br />

SANTA CRUZ<br />

DA VITÓRIA<br />

Situação no Esta<strong>do</strong> da Bahia<br />

-46° W<br />

-12° S<br />

BAHIA<br />

-12° S<br />

-13° S -13° S<br />

-46° W<br />

FLORESTA AZUL<br />

-44° W<br />

-42° W<br />

-40° W<br />

-38° W<br />

-9° S -9° S<br />

-10° S -10° S<br />

-11° S -11° S<br />

-14° S -14° S<br />

-15° S -15° S<br />

-16° S -16° S<br />

-17° S -17° S<br />

-18° S -18° S<br />

-44° W<br />

-42° W<br />

-40° W<br />

-38° W<br />

1<br />

BA-660<br />

Ri o Almada<br />

LOCALIDADES<br />

P CIDADE<br />

R Vila<br />

! Povoa<strong>do</strong><br />

LIMITES<br />

430000<br />

ALMADINA<br />

BA-262<br />

430000<br />

Municipal<br />

ITAPITANGA<br />

P<br />

ELEMENTOS DE HIDROGRAFIA<br />

Itamutinga<br />

R<br />

Curso d'água permanente de margem simples<br />

Curso d'água permanente de margem dupla<br />

Lagoa, lago permanente<br />

Oceano<br />

Ribeirã o Duas Barras<br />

2<br />

BA-262<br />

Ri o Almada<br />

P<br />

! São Roque<br />

Ribeirã o Uzura<br />

! Ruinha <strong>do</strong>s Três Braços<br />

COARACI<br />

IBICARAÍ<br />

BA-658<br />

Ribeirã o <strong>do</strong>s Mac acos<br />

Ribeirã o d a Lagoa<br />

R<br />

Vila Amélia<br />

39°30'0"W<br />

R<br />

Bandeira <strong>do</strong> Almada<br />

Ribeirã o Pedr a Re<strong>do</strong>nda<br />

39°30'0"W<br />

450000<br />

Inema<br />

R<br />

Ribeirã o Folh a P odre<br />

R<br />

União Queimada<br />

Ribeirã o Braç o d o Norte<br />

Ribeirã o Paiaiá<br />

450000<br />

4<br />

Pimenteira<br />

R<br />

BA-657<br />

Ribeirã o Juçara<br />

Ribeirã o C inc o Porcos<br />

BA-120<br />

Ribeirã o Z é B icho<br />

BA-120<br />

Ribeirã o Braç o d o Sul<br />

P<br />

ITAJUÍPE<br />

VIAS DE CIRCULAÇÃO<br />

Escala 1:250.000<br />

2<br />

Estrada pavimentada<br />

5 0 ,5 0 5 1<br />

Estrada sem pavimentação<br />

OUTROS ELEMENTOS<br />

Projeção Cartográfica UTM - Zona 24S<br />

km<br />

APA da Lagoa Encantada e Rio Almada<br />

Datum Horizontal Córrego Alegre<br />

Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada<br />

Área <strong>do</strong> projeto<br />

Áreas indicadas para estu<strong>do</strong><br />

Áreas indicadas para estu<strong>do</strong> 1km<br />

AURELINO LEAL<br />

BARRO PRETO<br />

ITAPÉ<br />

BA-120<br />

Ribeirã o Limoeiro<br />

BA-120<br />

Ri o Jindiba<br />

BA-120<br />

Ri o Are ia<br />

FONTES:<br />

Base cartográfica<br />

Elementos Hidrográficos, ro<strong>do</strong>vias e localidades:<br />

- Cartas topográficas, escala 1:100.000, Sudene 1977, folhas Itabuna SD24-Y-B-VI e Ibicaraí SD24-Y-B-V<br />

- Mapa da Divisão Político-Administrativa - Esta<strong>do</strong> da Bahia, escala 1:1.500.000, CEI, 1994.<br />

- Rede Ro<strong>do</strong>viária, Sistema Ro<strong>do</strong>viário Estadual, Derba, 2006.<br />

Malha Municipal:<br />

- Divisão Político-Administrativa <strong>do</strong> Brasil <strong>–</strong> DPA, escala 1:2.500.000, IBGE, 2001<br />

Tema<br />

- Unidades de Conservação Estaduais, Diretoria de Unidades de Conservação e<br />

Biodiversidade, Instituto <strong>do</strong> Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia - INEMA, 2011.<br />

Ribeirã o Vai Quem Q uer<br />

Ri o Sã o Jos é<br />

BR-101<br />

BR-101<br />

BA-262<br />

ITABUNA<br />

BA-655<br />

Ri o Paraíso<br />

Elabora<strong>do</strong> Por:<br />

Data:<br />

Versão:<br />

R i o Águ a Pret a d o Macam bo<br />

Mutuns<br />

R<br />

Out/2012<br />

470000<br />

URUÇUCA<br />

P<br />

BA-655<br />

Banco <strong>do</strong> Pedro<br />

!<br />

Ri o d o Braço<br />

470000<br />

R i o M oc ambo<br />

R<br />

Rio <strong>do</strong> Braço<br />

Rib eirã o Retiro<br />

São Longuinho<br />

!<br />

Cachoeirinha<br />

!<br />

Castelo Novo<br />

R<br />

Ri o S et e Voltas<br />

ITACARÉ<br />

Almada<br />

!<br />

BA-262<br />

Ri o Co mprid o<br />

!<br />

Ribeira das Pedras<br />

3<br />

Ri o Inhaúpe<br />

Lagoa<br />

Encantada<br />

Laranjeira<br />

!<br />

Campinho<br />

!<br />

Ri o Tiriri<br />

! Parafuso<br />

! Areias<br />

Ri o Timbuíba<br />

Ri o Caldeira<br />

Rio Almada<br />

ILHÉUS<br />

Ri o Pipite<br />

Manguinhos<br />

!<br />

!<br />

Urutuca<br />

490000<br />

Bela Vista<br />

!<br />

R<br />

Sambaituba<br />

Carvão<br />

!<br />

Banco da Vitória<br />

R<br />

BR-415<br />

Retiro<br />

!<br />

Aritaguá<br />

R<br />

490000<br />

Areial<br />

!<br />

São João<br />

!<br />

Sítio Novo<br />

!<br />

!<br />

Ponta da Tulha<br />

BA-001<br />

Juerana<br />

!<br />

FERROVIA DA INTEGRAÇÃO OESTE - LESTE (FIOL)<br />

MAPEAMENTO DA COBERTURA E USO DA TERRA DA APA DA LAGOA ENCANTADA<br />

E RIO ALMADA COM IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS POTENCIAIS PARA CRIAÇÃO DE<br />

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL<br />

39°0'0"W<br />

39°0'0"W<br />

Escala:<br />

1:250.000<br />

Figura / Página:<br />

Mapa de Localização das Áreas com Potencial de Criação de<br />

01<br />

UC na Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada - BA<br />

1 / 4<br />

OCEANO ATLÂNTICO<br />

8400000<br />

14°30'0"S<br />

8380000<br />

8360000<br />

<strong>VALEC</strong>


[Digite texto]<br />

das imagens em composição colorida por meio <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> das chaves, usan<strong>do</strong> as escalas<br />

entre 1:25.000 e 1:50.000. Na sequência, elaborou-se o mapa final de cobertura e uso<br />

Na segunda etapa <strong>do</strong> mapeamento utilizou-se o mesmo software<br />

procedimentos de interpretação de imagens com as escalas entre 1:10.000 e da<br />

terra em escala 1:50.000 utilizan<strong>do</strong> como cores, aquelas recomendadas nos<br />

manuais técnicos <strong>do</strong> IBGE.1:25.000, sen<strong>do</strong> posteriormente elabora<strong>do</strong> o mapa final<br />

de cobertura e uso da terra em escala 1:25.000 basea<strong>do</strong> nas recomendações de<br />

cores <strong>do</strong> IBGE.<br />

2.3. Diagnóstico socioambiental das áreas selecionadas para criação de<br />

unidades de proteção integral <strong>–</strong> Meio físico<br />

Para caracterização das áreas estabelecidas para subsidiar a criação de unidade<br />

de conservação na região da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada, foram utilizadas<br />

informações da base de da<strong>do</strong>s da Superintendência de Estu<strong>do</strong>s Econômicos e Sociais da<br />

Bahia <strong>–</strong> SEI (2003) sobre os aspectos: geologia (1:500.000), geomorfologia (1:500.000),<br />

hidrografia (escala original 1:100.000). Utilizaram-se também as informações pe<strong>do</strong>lógicas<br />

de Silva (1975), Nacif (2000) e Moreau (2003).<br />

As informações <strong>do</strong> relevo (classes de altitude e modelo digital de elevação) foram<br />

obtidas a partir da interpolação de curvas de nível, digitalizadas a partir das cartas <strong>do</strong><br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística <strong>–</strong> IBGE, cujas curvas de nível possuem<br />

eqüidistância de 40 m, numa escala original 1:100.000.<br />

Os mapas de fragilidades ambientais das áreas foram elabora<strong>do</strong>s a partir da<br />

meto<strong>do</strong>logia desenvolvida por Ross (1990, 1994), aprimorada por Kawakubo et al. (2005)<br />

e adaptada por Silva (2010). Na meto<strong>do</strong>logia desenvolvida e adaptada por estes autores,<br />

são atribuí<strong>do</strong>s índices de fragilidades com valores de 1 a 5 que representam as seguintes<br />

fragilidades: 1 (muito baixa), 2 (baixa), 3 (média), 4 (alta) e 5 (muito alta). Na elaboração<br />

<strong>do</strong>s mapas de fragilidades ambientais utilizaram-se três atributos: declividade <strong>do</strong> relevo,<br />

classes de solos e, uso e ocupação das terras e cobertura vegetal.<br />

Num primeiro momento, realizou-se o cruzamento <strong>do</strong> mapa de solos com o mapa<br />

de declividade de cada área, utilizan<strong>do</strong> o ArcGIS 9.3, obedecen<strong>do</strong> as meto<strong>do</strong>logias<br />

preconizadas por ROSS (1994) e Silva (2010), ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong>, um mapa de<br />

Fragilidade Potencial. Segun<strong>do</strong> Silva (2010), o mapa de Fragilidade Potencial é o mapa<br />

resultante da delimitação de unidades espaciais que expressam o equilíbrio dinâmico<br />

natural, sem influência das atividades antrópicas. A fragilidade potencial foi obtida<br />

pela média <strong>do</strong>s índices de fragilidade de declividade e de solos, conti<strong>do</strong>s em cada<br />

mapa. Nos resulta<strong>do</strong>s dessa operação, representa<strong>do</strong>s por uma área cujo índice de<br />

fragilidade não era um número inteiro, admitiu-se o número inteiro da classe subseqüente.<br />

No segun<strong>do</strong> momento, elaborou-se o mapa de Fragilidade Emergente ou<br />

Ambiental, resultante da correlação entre as informações da Fragilidade Potencial e as de<br />

cunho antrópico, representadas pelo mapa de uso e ocupação <strong>do</strong> solo. Para sua<br />

obtenção foi realiza<strong>do</strong> o cruzamento entre o mapa de Fragilidade Potencial e o mapa de<br />

Uso e Ocupação <strong>do</strong> Solo, seguin<strong>do</strong> o mesmo procedimento descrito na etapa anterior,<br />

respeitan<strong>do</strong> as meto<strong>do</strong>logias de Ross (1994) e Silva (2010).<br />

5


[Digite texto]<br />

2.4. Diagnóstico socioambiental das áreas selecionadas para criação de<br />

unidades de proteção integral <strong>–</strong> Meio biótico<br />

2.4.1 Anfíbios e répteis<br />

As atividades de campo foram realizadas no perío<strong>do</strong> entre 11/02/2011 a<br />

22/02/2011. Cada área potencial para implantação da unidade de conservação de<br />

proteção integral foi amostrada durante três noites consecutivas. Os méto<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s<br />

para o levantamento da anurofauna foi a procura ativa visual e acústica (CRUMP; SCOTT<br />

JR., 1994) e a busca em sítios reprodutivos (CRUMP; SCOTT JR., 1994; HEYER et al.,<br />

1994).<br />

Foram utilizadas trilhas encontradas no interior <strong>do</strong>s fragmentos florestais, aonde<br />

foram inspeciona<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os microambientes de potencial ocorrência <strong>do</strong>s anfíbios (e.g.,<br />

serrapilheira, troncos, rochas, bromélia e riachos). Ambientes lênticos e lóticos foram<br />

prioriza<strong>do</strong>s durante a amostragem devi<strong>do</strong> à preferência <strong>do</strong>s anfíbios, por esses locais. As<br />

meto<strong>do</strong>logias usadas foram direcionadas para a amostragem de anfíbios, no entanto, os<br />

répteis encontra<strong>do</strong>s durante as visitas de campo, foram identifica<strong>do</strong>s e serão comenta<strong>do</strong>s<br />

nos resulta<strong>do</strong>s.<br />

Pontos de amostragem na Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada (Serra <strong>do</strong>s<br />

Sete Paus):<br />

1. Entorno da Fazenda Temerosa (FT); Fazenda Vale da Salomeia (VS); Região<br />

<strong>do</strong> Brejão <strong>do</strong> Almada (BA).<br />

Pontos de amostragem na Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>: Ponto 1 (C1); Ponto 2<br />

(C2); Ponto 3 (C3);<br />

2.4.2 Aves<br />

Foram utiliza<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s convencionais de amostragem de avifauna. As<br />

amostragens foram realizadas nos meses de fevereiro e abril de 2011 nos seguintes dias:<br />

• Entre 12 e 15 de fevereiro foi amostrada a Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada;<br />

• Entre 29 e 31 de março foi amostrada a Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>;<br />

A classificação taxonômica e sequência sistemática deste relatório seguiram a<br />

determinação proposta pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2007),<br />

com algumas modificações taxonômicas recentes, conforme deliberações <strong>do</strong> supracita<strong>do</strong><br />

Comitê. O status de conservação das espécies de aves foi apresenta<strong>do</strong> conforme<br />

MACHADO et al. (2008) e BENCKE et al. (2006). Alguns táxons presentes na lista são<br />

classifica<strong>do</strong>s com base na distribuição da categoria taxonômica “subespécie”.<br />

Adicionalmente, foram anota<strong>do</strong>s os táxons presentes na categoria “Quase<br />

Ameaçada” (NT), presentes em apêndices importantes nas respectivas listas que<br />

chamam a atenção para espécies que podem ter suas populações regionais e globais em<br />

risco se os aspectos causa<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s efeitos da perda de habitat e perseguição<br />

continuarem operan<strong>do</strong>.<br />

6


[Digite texto]<br />

2.4.3. Mamíferos<br />

As amostragens de mamíferos foram realizadas juntamente com as pesquisas de<br />

anfíbios e répteis. Para a amostragem de mamíferos nas áreas propostas foram<br />

estabeleci<strong>do</strong>s os seguintes méto<strong>do</strong>s:<br />

2.4.4 Flora<br />

• Entrevistas com mora<strong>do</strong>res locais;<br />

• Registro de mamíferos de médio e grande porte por meio de evidências diretas<br />

e/ou indiretas.<br />

Utilizou-se a meto<strong>do</strong>logia de amostragem rápida de GENTRY (1982). Está é<br />

empregada para inventários rápi<strong>do</strong>s da vegetação e para estu<strong>do</strong>s ecológicos de longa<br />

duração, como proposto por MAGNUSSON et al. (2005). Este méto<strong>do</strong> já foi aplica<strong>do</strong><br />

próximo a área de estu<strong>do</strong>, no Parque Estadual da Serra <strong>do</strong> Conduru no sul da Bahia<br />

(MARTINI et al., 2007).<br />

O méto<strong>do</strong> consiste na amostragem de todas as plantas (a partir de um<br />

determina<strong>do</strong> diâmetro) em dez parcelas de 2 x 50 m. As dez parcelas podem ser<br />

distribuídas de forma uniforme ou aleatória, totalizan<strong>do</strong> uma área de 0,1 ha. Na<br />

amostragem deste estu<strong>do</strong> as dez parcelas foram alocadas uniformemente, orientadas de<br />

mo<strong>do</strong> paralelo e distantes entre si de 20 m (Figuras 2 e 3a, b, c e d), e todas as plantas<br />

com diâmetro à altura <strong>do</strong> peito (DAP) > 5 cm (similar ao méto<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> por<br />

MARTINI et al., 2007).<br />

To<strong>do</strong>s os indivíduos amostra<strong>do</strong>s tiveram a altura estimada, o DAP aferi<strong>do</strong> e um<br />

ramo coleta<strong>do</strong> para futura identificação taxonômica, o material coleta<strong>do</strong> foi deposita<strong>do</strong> no<br />

Herbário da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC . As espécies foram<br />

classificadas em famílias de acor<strong>do</strong> com o sistema APG II (APG, 2003).<br />

Figura 2. Desenho esquemático <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> de<br />

amostragem utiliza<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> MARTINI et al. (2007),<br />

modifica<strong>do</strong> <strong>do</strong> GENTRY (1982).<br />

Figura 3a. Méto<strong>do</strong> sen<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> no campo, com a<br />

linha de 200 m estendida e marcada a cada 20 m<br />

7


[Digite texto]<br />

Figura 3b. Coleta de da<strong>do</strong>s de campo.<br />

Medição <strong>do</strong>s indivíduos.<br />

Figura 3c. Coleta de da<strong>do</strong>s de<br />

campo. Escalada para coleta <strong>do</strong><br />

ramo <strong>do</strong> indivíduo.<br />

Figura 3d. Coleta de da<strong>do</strong>s de<br />

campo. Registro de todas as<br />

informações de cada indivíduo.<br />

Foi feita uma unidade amostral (dez parcelas que totalizam 0,1 ha) a cada<br />

3.000 ha de cobertura vegetal. Sen<strong>do</strong> assim, a Área 1 teve duas unidades amostrais<br />

representadas pelas figuras 4 e 5a, b, e a Área 2 apenas uma unidade amostral<br />

representadas pelas figuras 6 e 7a, b. As unidades amostrais foram alocadas baseadas<br />

nas imagens de satélite das áreas, estas foram distribuídas nos locais mais conserva<strong>do</strong>s<br />

visan<strong>do</strong> abranger as formações florestais mais representativas de cada área. Além da<br />

amostragem sistemática, também foram feitas coletas aleatórias de plantas que estavam<br />

férteis, para se conhecer a flora associada de cada região.<br />

Figura 4. Imagem da Área 01 modificada para<br />

localização das unidades amostrais (amostra 01 na<br />

Serra <strong>do</strong> Sete Paus e amostra 02 na Serra <strong>do</strong> Mato<br />

Grosso).<br />

Figura 5a. Local da Amostra 01. Vista geral da Serra<br />

<strong>do</strong> Sete Paus, mostran<strong>do</strong> serras com áreas de<br />

floresta e áreas de pasto (foto acima) e imagens <strong>do</strong>s<br />

remanescentes florestais (fotos abaixo).<br />

8


[Digite texto]<br />

Figura 5b. Local da Amostra 02. Vista geral da Serra <strong>do</strong> Mato Grosso, enfatizan<strong>do</strong> as serras com<br />

remanescentes florestais (foto da esquerda) e imagem da área da floresta onde foi amostrada (foto da direita).<br />

Na Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada foi feita uma unidade amostral<br />

(amostra 01, indicada na Figura 5a) na Serra <strong>do</strong>s Sete Paus a 350 m de altitude,<br />

localizada na coordenada UTM 24L: 425089 m, 8370868 m, no município de Almadina. A<br />

segunda unidade amostral (amostra 02, indicada na Figura 5b) foi feita no conjunto<br />

conheci<strong>do</strong> como Serra <strong>do</strong> Mato Grosso (UTM 24L: 433520 m, 8364071 m), próximo a<br />

RPPN Estância Manacá localizada no município de Ibicaraí, próxima a divisa <strong>do</strong>s<br />

municípios de Floresta Azul e Almadina. As formações vegetais amostradas foram de<br />

Floresta Ombrófila Montana, com mais de 750 m de altitude.<br />

Figura 6. Imagem da Área 2 modificada para<br />

localização da unidade amostral.<br />

Figura 7a. Vista da Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, imagem<br />

geral da Serra com áreas encobertas por neblina,<br />

característica comum de áreas serranas (foto de<br />

acima) e próxima ao local amostra<strong>do</strong> (foto abaixo).<br />

9


[Digite texto]<br />

Na Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> foi feita apenas uma unidade amostral (amostra<br />

03, indicada na Figura 6), situada a mais de 800 m de altitude, na coordenada UTM 24L:<br />

433520 m, 8364071 m, situada no município de Almadina. A formação vegetal amostrada<br />

foi de Floresta Ombrófila Montana, apresenta muitos afloramentos rochosos e locais com<br />

mais de 1.000 m acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar (Figura 7a).<br />

Figura 7b. Fotos da mata da Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, com a presença de árvores de grande porte (foto à<br />

esquerda). Destaque também para a espécie de pteridófita arborescente, conhecida popularmente como<br />

samambaiaçu ou xaxim - Cyathea sp. (foto à direita), típica de floresta Montana.<br />

Para análise da estrutura de cada área, foram estima<strong>do</strong>s os seguintes parâmetros<br />

fitossociológicos:<br />

• Densidade absoluta - DA (número de indivíduos por hectare) e densidade<br />

relativa - DR (DA/∑DA *100);<br />

• Frequência absoluta - FA (número de parcelas com ocorrência da espécie,<br />

dividi<strong>do</strong> pelo número total de parcelas multiplica<strong>do</strong> por 100) e frequência relativa<br />

- FR (FA/∑FA*100);<br />

• Área basal (m²) - AB (da<strong>do</strong> por: 3,14 x (DAP/2)², sen<strong>do</strong> que DAP é diâmetro a<br />

altura <strong>do</strong> peito, medi<strong>do</strong> à 130cm <strong>do</strong> solo);<br />

• Dominância absoluta (m²/ha) - DoA (∑AB da espécie por ha) e <strong>do</strong>minância<br />

relativa - DoR (a AB da espécie por ha, dividi<strong>do</strong> pela somatória da área basal de<br />

todas as espécies por hectare, multiplica<strong>do</strong> por 100);<br />

• Índice de importância - IVI (somatória da FR, DR e DoR).<br />

Para cada área também foram calcula<strong>do</strong>s os valores da riqueza, diversidade de<br />

Shannon (H’ - nats/ind.); equitabilidade de Pielou (J), segun<strong>do</strong> ZAR (1996). A comparação<br />

da composição florística entre as áreas foi feita pelo índice de similaridade de Sorensen<br />

(duas vezes o número de espécies em comum, dividi<strong>do</strong> pela soma <strong>do</strong> número de<br />

espécies de uma área com o número de espécies da outra). Além disso, foram<br />

elaboradas curvas de rarefação com o intuito de se comparar a riqueza de espécies<br />

observadas em cada uma das áreas (ponderadas pelo número de indivíduos amostra<strong>do</strong>s)<br />

e para fins ilustrativos <strong>do</strong> esforço de coleta implementa<strong>do</strong>. As análises foram feitas com o<br />

auxílio <strong>do</strong>s programas Mata Nativa e Past.<br />

10


[Digite texto]<br />

2.5 Meto<strong>do</strong>logia para a caracterização fundiária das áreas selecionadas<br />

2.5.1 Área estudada<br />

Neste <strong>do</strong>cumento será apresenta<strong>do</strong> um resumo <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da caracterização<br />

da estrutura fundiária nas áreas de estu<strong>do</strong> Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada e<br />

Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>. Em alguns itens serão menciona<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s comparativos<br />

das Áreas 1 e 2 com as Áreas 3 <strong>–</strong> Lagoa Encantada e Área 4 <strong>–</strong> Serras de Inema,<br />

consideran<strong>do</strong> que os estu<strong>do</strong>s aconteceram simultaneamente.<br />

2.5.2 Procedimentos utiliza<strong>do</strong>s para caracterização da estrutura fundiária<br />

A caracterização fundiária baseou-se em pesquisas bibliográficas e consulta aos<br />

órgãos e instituições com atuação local para levantamento e organização preliminar de<br />

da<strong>do</strong>s e informações sobre a população rural na região alvo. Antes das campanhas de<br />

campo foram identificadas as sedes <strong>do</strong>s imóveis por meio da utilização de imagens<br />

geradas pelo programa Google Earth.<br />

Com posse das imagens das sedes <strong>do</strong>s imóveis a serem visita<strong>do</strong>s, geradas pelo<br />

programa Google Earth, iniciou-se em dezembro de 2010 os trabalhos de campo para a<br />

caracterização da estrutura fundiária <strong>do</strong>s imóveis localiza<strong>do</strong>s na Área 1 - Serras das<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada e Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, encerran<strong>do</strong>-os no início <strong>do</strong> mês de<br />

março de 2011. No perío<strong>do</strong> foram constituídas duas equipes de pesquisa<strong>do</strong>res para a<br />

coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s em campo, estes, sen<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong>s por meio de entrevistas com<br />

preenchimento de formulários.<br />

O formulário aplica<strong>do</strong> levantou informações de referência <strong>do</strong> imóvel rural, como<br />

proprietário, nome <strong>do</strong> imóvel, zona <strong>do</strong> município, as coordenadas geográficas, número e<br />

perfil <strong>do</strong>s ocupantes, uso da terra, cobertura vegetal, benfeitorias, distâncias, recursos<br />

hídricos e situação legal.<br />

Os preenchimentos <strong>do</strong>s formulários ocorreram nas sedes das propriedades<br />

durante as entrevistas com os proprietários ou administra<strong>do</strong>res. Em alguns casos, devi<strong>do</strong><br />

à dificuldade de obter informações corretas com os entrevista<strong>do</strong>s, realizou-se até três<br />

visitas à mesma propriedade e efetuou-se a tentativa de localizar os proprietários ou<br />

administra<strong>do</strong>res nas suas residências situadas nos municípios de Almadina, Coaraci,<br />

Floresta Azul, Ibicaraí, Itabuna e Ilhéus. O tempo médio para o preenchimento de cada<br />

formulário foi de 45 minutos, sen<strong>do</strong> que muitos entrevista<strong>do</strong>s demonstraram grande<br />

satisfação no repasse de informações e o diálogo chegou a ser amplia<strong>do</strong> em 1 h e 20 min.<br />

De posse das informações de referência <strong>do</strong>s imóveis rurais obtidas através <strong>do</strong><br />

levantamento de da<strong>do</strong>s nas propriedades, buscou-se levantar as informações cartoriais<br />

<strong>do</strong>s imóveis identifica<strong>do</strong>s, nos cartórios correspondentes, a fim de comparar as<br />

informações levantadas. Para levantamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s em cartório foi utiliza<strong>do</strong><br />

formulários.<br />

11


[Digite texto]<br />

Os levantamentos <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s nos cartórios de Coaraci - Fórum Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Mário Albiani, Ofício <strong>do</strong> Registro de imóveis, que atende os municípios de Almadina e<br />

Coaraci; Ibicaraí - J.A. Mace<strong>do</strong>, Ofício <strong>do</strong> Registro de imóveis, títulos e <strong>do</strong>cumentos e<br />

pessoas jurídicas, que cobre Floresta Azul e Ibicaraí. Os levantamentos foram concluí<strong>do</strong>s<br />

ao final <strong>do</strong> mês de maio de 2011.<br />

2.6. Diagnóstico socioambiental das áreas selecionadas para criação de<br />

unidades de proteção integral <strong>–</strong> Socioeconomia<br />

2.6.1 Procedimentos utiliza<strong>do</strong>s para caracterização socioeconômica<br />

Para identificar e analisar as atividades econômicas, incluin<strong>do</strong> as formas de uso e<br />

manejo tradicionais utilizadas pela população local (atuais e tendências), foi realiza<strong>do</strong> um<br />

levantamento de da<strong>do</strong>s e indica<strong>do</strong>res de renda, educação, saneamento, saúde, habitação<br />

e trabalho para subsidiar a criação da unidade de conservação. Foram também utiliza<strong>do</strong>s<br />

da<strong>do</strong>s secundários <strong>do</strong>s municípios que compõem a APA oriun<strong>do</strong>s de fontes como IBGE<br />

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), SEI (Superintendência de Estu<strong>do</strong>s<br />

Econômicos e Sociais da Bahia), CEPLAC (Comissão Executiva para o Plano da Lavoura<br />

Cacaueira) e BNB (Banco <strong>do</strong> Nordeste <strong>do</strong> Brasil).<br />

O levantamento de campo para a caracterização socioeconômica detalhada foi<br />

realiza<strong>do</strong> em conjunto com o levantamento fundiário, através de entrevistas estruturadas<br />

junto às comunidades situadas nas áreas selecionadas (Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong>), a fim de verificar, o valor de existência e valor de opção das localidades, bem<br />

como, o impacto socioeconômico que a criação de uma unidade de conservação gerará<br />

nos seus respectivos municípios e principalmente nas comunidades abrangidas. Esse<br />

trabalho de campo teve inicio em dezembro de 2010 sen<strong>do</strong> finaliza<strong>do</strong> no mês de março<br />

<strong>do</strong> ano seguinte.<br />

Os preenchimentos <strong>do</strong>s formulários ocorreram durante as entrevistas com os<br />

proprietários, administra<strong>do</strong>res e mora<strong>do</strong>res da área de estu<strong>do</strong>. Em alguns casos, realizouse<br />

até três visitas à mesma localidade e efetuou-se a tentativa de localizar responsáveis.<br />

O tempo médio para o preenchimento <strong>do</strong> formulário foi de 45 minutos, sen<strong>do</strong> que muitos<br />

entrevista<strong>do</strong>s demonstraram grande satisfação no repasse de informações e o diálogo<br />

chegou a ser amplia<strong>do</strong> em 1 h e 20 min.<br />

Para realizar esse trabalho de campo foram constituídas duas equipes de<br />

pesquisa<strong>do</strong>res para realização das entrevistas. Foram respondi<strong>do</strong>s 333 formulários sen<strong>do</strong><br />

227 na Área 1- Serra das Nascentes <strong>do</strong> Almada, e 106 na Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>.<br />

Os difíceis acessos aos imóveis localiza<strong>do</strong>s nas regiões com topografia mais acentuada,<br />

em virtude das chuvas intensas e esta<strong>do</strong> precário das estradas, foram venci<strong>do</strong>s por<br />

diferentes recursos, a exemplo da utilização de equinos.<br />

Através <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s primários e secundários, os levantamentos visaram:<br />

• Verificar se existiam famílias ou comunidades que usufruem da área na<br />

obtenção de bens e/ou produtos para seu sustento;<br />

• Verificar se existiam comunidades indígenas ou quilombolas na região ou nas<br />

áreas de estu<strong>do</strong>;<br />

• Levantar e analisar as oportunidades de uso público (atrativos naturais,<br />

atividades já realizadas e/ou com potencial ecoturístico, etc);<br />

12


[Digite texto]<br />

• Identificar os grupos sociais que poderiam interferir (de forma positiva ou<br />

negativa) no processo de criação da unidade, bem como suas preocupações e<br />

interesses;<br />

• Identificar áreas naturais e culturais relevantes;<br />

• Analisar o impacto econômico potencial da criação de unidades de conservação<br />

sobre a economia local e sobre as comunidades e municípios afeta<strong>do</strong>s<br />

(impactos positivos, negativos, impacto no PIB <strong>do</strong>s municípios, expectativas das<br />

comunidades, etc);<br />

• Analisar os cenários com diferentes extensões e categorias de unidades;<br />

• Analisar os impactos socioambientais sobre os usos alternativos <strong>do</strong> solo<br />

existentes, que estão em planejamento ou em implementação nas áreas<br />

indicadas, tais como: geração de energia, exploração mineral, instalação de<br />

infraestrutura como estradas, barragens, linhas de transmissão, gasodutos,<br />

zoneamentos ecológico-econômicos, planos diretores.<br />

• Identificar o número de óbitos e ocorrência de <strong>do</strong>enças por município;<br />

• Identificar a quantidade e situação de <strong>do</strong>micílios mora<strong>do</strong>res;<br />

No trabalho, o méto<strong>do</strong> de análise utiliza<strong>do</strong> foi o estatístico descritivo, que é<br />

aplica<strong>do</strong> para coletar, apresentar, descrever, analisar e prever os aspectos <strong>do</strong>s<br />

acontecimentos que puderam se tomar de forma mensurável.<br />

3 RESULTADOS<br />

3.1 Mapeamento da cobertura e uso da terra<br />

3.1.1 Quantificação das classes de cobertura e uso da terra (1ª etapa <strong>do</strong><br />

mapeamento)<br />

Os resulta<strong>do</strong>s cartográficos <strong>do</strong> mapeamento são apresenta<strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> os<br />

perímetros da área estudada, da Bacia <strong>do</strong> Rio Almada e da APA da Lagoa Encantada e<br />

Rio Almada e encontram-se no Apêndice A da versão completa em escala 1:50.000.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s quantitativos estão exibi<strong>do</strong>s na Figura 8 para a área estudada, a<br />

Bacia <strong>do</strong> Rio Almada e a APA da Lagoa Encantada e Rio Almada e para os municípios<br />

que contêm terras dentro da área estudada.<br />

Constatou-se a pre<strong>do</strong>minância da classe Lavoura Permanente (Cacau), nas três<br />

poligonais na seguinte ordem decrescente: área estudada (125.458,4 ha), BHRA<br />

(101.575,70 ha) e APA (91.761,90 ha). Esses da<strong>do</strong>s mostram que atualmente, a BHRA<br />

tem 64,77% de sua área ocupada por lavouras de cacau, enquanto que na APA este uso<br />

da terra atinge 58,01% da área total.<br />

Ao agrupar todas as classes de uso como Áreas Antrópicas, a BHRA exibe um<br />

percentual muito alto de antropismo, qual seja, 86,32% de suas terras. As duas principais<br />

classes que contribuem para esta situação - Lavoura Permanente (Cacau) e Pecuária<br />

juntas cobrem 82,44% da área da bacia <strong>do</strong> Rio Almada. Situação semelhante é<br />

observada na APA, onde o nível de antropismo bate os 83,23% da área da unidade de<br />

conservação, com as classes Lavoura Permanente (Cacau) e Pecuária cravan<strong>do</strong> 78,16%<br />

da área da APA.<br />

13


[Digite texto]<br />

Entre a BRHA e a APA (Figura 8), a APA mostra maior cobertura de Formações<br />

Florestais, 12.853,70 ha (8,13% da área da APA), estan<strong>do</strong> as maiores extensões<br />

representadas pelas formações de Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta<br />

Ombrófila Densa Montana. As duas formações têm respectivamente, 6.602,20 ha (4,17%<br />

da área da APA) e 3.842,50 ha (2,43% da área da APA). Tais formações florestais<br />

aparecem em vários fragmentos, sen<strong>do</strong> os maiores e em bons esta<strong>do</strong>s de conservação<br />

localiza<strong>do</strong>s nas áreas serranas. Os fragmentos desempenham importantes papéis, ten<strong>do</strong><br />

funções de habitats para diferentes grupos faunísticos.<br />

Figura 8. Distribuição agrupada no Nível I das classes de cobertura e uso da terra - BHRA, APA e Área<br />

Estudada.<br />

14


[Digite texto]<br />

3.1.2 Áreas potenciais para unidades de proteção integral (1ª etapa <strong>do</strong><br />

mapeamento)<br />

Com a aplicação <strong>do</strong>s critérios cita<strong>do</strong>s na Seção 2.3.4 Seleção das áreas potenciais<br />

para unidades de proteção integral (relatório completo da 1ª etapa <strong>do</strong> mapeamento) e<br />

utilização <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mapeamento da cobertura e uso da terra identificaram-se<br />

quatro áreas que se tornaram alvos de levantamentos de campo. Neste <strong>do</strong>cumento serão<br />

apresentadas as informações acerca das Áreas 1 e 2 que contemplam as propostas de<br />

criação Parque Estadual (PE) das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, e <strong>do</strong><br />

Refúgio de Vida Silvestre (RVS) das Nascentes <strong>do</strong> Almada.<br />

Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada - Com aproximadamente 9.570 ha possui<br />

grande relevância para conservação, uma vez que possui as principais nascentes <strong>do</strong> Rio<br />

Almada ainda cobertas por fragmentos florestais. Conforme MMA (2007), em termos de<br />

áreas prioritárias para conservação estabelecidas pelo Projeto de Conservação e<br />

Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio/MMA) a Área 1 está<br />

situada no perímetro da área Ma434, com importância biológica “Extremamente alta” e<br />

Prioridade de ação Muito Alta.<br />

Sua forma irregular mostra-se alongada na direção oeste-leste e situa-se nos municípios<br />

de Floresta Azul, Almadina e Ibicaraí. Possui cobertura de 48,00% de áreas florestais<br />

originais e de 38% de áreas antropizadas. Consideran<strong>do</strong> as áreas de vegetação<br />

secundária, 14% da extensão da Área 1, somadas as áreas florestais mais conservadas,<br />

chega-se a 52% cobertura vegetal que funciona como habitats faunísticos (Figura 9).<br />

A principal formação florestal é a Floresta Ombrófila Densa Montana, que contém oito<br />

fragmentos. O tipo mais comum de vegetação secundária é a Capoeira/Capoeirão (quatro<br />

fragmentos) em ambientes de Floresta Ombrófila Densa Submontana, muitas vezes<br />

caracteriza<strong>do</strong> como alteração dessa própria floresta. As matas mais conservadas estão<br />

nos topos da Serra <strong>do</strong>s Sete Paus. Em geral, os fragmentos florestais estão em<br />

ambientes serranos circunda<strong>do</strong>s por pastagens e Lavoura Permanente (Cacau) dispostas<br />

em encostas íngremes.<br />

Ds - Floresta Ombrófila Densa Submontana; Dm - Floresta Ombrófila Densa Montana; Vs1 -<br />

Capoeira/Capoeirão (Floresta Ombrófila Densa Submontana Alterada); Vs2 - Capoeira/Capoeirão (Floresta<br />

Ombrófila Densa Montana Alterada)<br />

Figura 9. Distribuição das classes de cobertura e uso da terra para a Área 1. As áreas de uso foram<br />

agrupadas como áreas antrópicas.<br />

15


[Digite texto]<br />

Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> - situa-se nas proximidades da sede <strong>do</strong> município de<br />

Almadina, com disposição na direção norte-sul e forma alongada. Suas terras pertencem<br />

aos municípios de Almadina e Coaraci. Apesar de ter uma extensão de 2.950 ha, contém<br />

uma boa cobertura florestal. No que se refere às áreas prioritárias para conservação<br />

estabelecidas pelo (Probio/MMA) a Área 2 está situada no perímetro da área Ma434, com<br />

importância biológica “Extremamente alta” e Prioridade de ação Muito Alta.<br />

Apresenta duas formações florestais originais - Floresta Ombrófila Densa Submontana e<br />

Floresta Ombrófila Densa Montana cobrin<strong>do</strong>, respectivamente, 28 e 29% da Área 2, o que<br />

resulta em 57% de ambientes florestais (Figura 10).<br />

Em termos de fragmentação, a Floresta Ombrófila Densa Montana apresenta apenas <strong>do</strong>is<br />

fragmentos, enquanto a Floresta Ombrófila Densa Submontana mostra-se em dez<br />

fragmentos. Os fragmentos sempre ocupam os contrafortes da Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e<br />

estão em bom esta<strong>do</strong> de conservação.<br />

A antropização é observada por meio das classes de Lavoura Permanente (Cacau),<br />

Pecuária e Sistema Agrossilvicultural, cujas áreas agregadas alcançam 43% da extensão<br />

total da Área 2. A pecuária sobressai em relação aos demais tipos de uso da terra. Entre<br />

seus atributos, apresenta um afloramento rochoso com grande potencial para visitação<br />

contemplativa.<br />

Ds - Floresta Ombrófila Densa Submontana; Dm - Floresta Ombrófila Densa Montana; Vs2 -<br />

Capoeira/Capoeirão (Floresta Ombrófila Densa Montana Alterada)<br />

Figura 10. Distribuição das classes de cobertura e uso da terra para a Área 2. As áreas de uso foram<br />

agrupadas como áreas antrópicas.<br />

3.1.3 Quantificação das classes de cobertura e uso da terra (2ª etapa <strong>do</strong><br />

mapeamento)<br />

Os resulta<strong>do</strong>s cartográficos <strong>do</strong> mapeamento são apresenta<strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> as<br />

áreas indicadas para estu<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> a distância de um quilometro <strong>do</strong> perímetro para<br />

cada uma delas, com objetivo de ampliar a área <strong>do</strong> mapeamento visan<strong>do</strong> possíveis<br />

ajustes na definição da unidade de conservação. Este procedimento explica o fato que<br />

sen<strong>do</strong> o perímetro da Área 1 com 9.570 ha, a sua área de estu<strong>do</strong> foi ampliada para<br />

18.525 ha. Estes da<strong>do</strong>s encontram-se no Apêndice A <strong>do</strong> relatório completo da 2ª etapa <strong>do</strong><br />

mapeamento em escala 1:25.000.<br />

16


[Digite texto]<br />

Os resulta<strong>do</strong>s quantitativos estão exibi<strong>do</strong>s na Tabela 1 que discrimina em valores<br />

absoluto e relativo a cobertura e usos da terra, por área estuda.<br />

Tabela 1 - Distribuição das áreas das classes de cobertura e uso da terra, em 2010.<br />

Classe<br />

Área 1 Área 2<br />

Serras das Nascentes<br />

<strong>do</strong> Rio Almada<br />

Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

(ha) (%) (ha) (%)<br />

Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas 0,0 0,00 0,0 0,00<br />

Floresta Ombrófila Densa Submontana 605,7 3,27 222,2 3,93<br />

Floresta Ombrófila Densa Montana 2365,0 12,77 285,6 5,05<br />

Comunidade Aluvial Arbustiva 0,0 0,00 0,0 0,00<br />

Comunidade Aluvial Herbácea 1,0 0,01 0,0 0,00<br />

Capoeirão (Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas Alterada) 0,0 0,00 0,0 0,00<br />

Capoeirão (Floresta Ombrófila Densa Submontana Alterada) 1222,9 6,60 404,0 7,15<br />

Capoeirão (Floresta Ombrófila Densa Montana Alterada) 843,4 4,55 555,2 9,82<br />

Capoeira (Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas Alterada) 0,0 0,00 0,0 0,00<br />

Capoeira (Floresta Ombrófila Densa Submontana Alterada) 1438,1 7,76 383,7 6,79<br />

Capoeira (Floresta Ombrófila Densa Montana Alterada) 592,1 3,20 31,5 0,56<br />

Núcleos Urbanos 56,5 0,31 3,8 0,07<br />

Sistema Viário 41,8 0,23 17,8 0,32<br />

Instalações Rurais 40,0 0,22 10,1 0,18<br />

Mineração 7,5 0,04 2,0 0,04<br />

Lavoura Permanente (Cacau) 5771,3 31,15 1726,0 30,54<br />

Lavoura Permanente (Seringa) 0,0 0,00 0,0 0,00<br />

Lavoura Permanente (Pupunha) 0,0 0,00 0,0 0,00<br />

Pecuária 2040,4 11,01 711,0 12,58<br />

Pecuária + Lavoura de Subsistência 3480,5 18,79 1298,4 22,97<br />

Represas, Lagos e Rios 19,3 0,10 0,8 0,01<br />

Sem da<strong>do</strong>s 0,0 0,00 0,0 0,00<br />

TOTAL 18525,5 100,0 5652,0 100,0<br />

Entre as áreas estudadas constatou-se eleva<strong>do</strong> índice de formação florestal em<br />

estádio sucessional avança<strong>do</strong> ou médio de regeneração, sen<strong>do</strong> 7.068 ha (27,2% da Área<br />

1) e 1.882 ha (26% da Área 2). Espacialmente, os fragmentos florestais mais bem<br />

conserva<strong>do</strong>s e de maior extensão localizam-se em áreas de maior altitude (Floresta<br />

Ombrófila Densa Montana).<br />

As atividades econômicas de maior destaque estão ligadas a produção <strong>do</strong> cacau e<br />

atividades pecuárias. Em valores relativos estas atividades recobrem 60,7% (Área 1) e<br />

65,8% (Área 2). Com uma frequência bastante representativa, os espaços utiliza<strong>do</strong>s no<br />

cultivo <strong>do</strong> cacau apresentam-se em blocos maiores e contíguos, distribuí<strong>do</strong>s em maior<br />

expressão nos vales das áreas serranas ou ao longo <strong>do</strong>s rios, aproveitan<strong>do</strong> o recurso<br />

hídrico e a facilidade de acesso.<br />

Em ordem de aptidão para cacaicultura, verifica-se que a Área 1 apresenta 31%<br />

(5.771,3 ha) da sua extensão com esse tipo de cultivo e que a Área 2 tem 30,5%<br />

(1.726 ha).<br />

17


[Digite texto]<br />

Consideran<strong>do</strong> a extensão territorial com produção pecuária (pastagens), soma<strong>do</strong>s<br />

às lavouras de subsistência (mandioca, milho, etc.), observa-se em ordem de grandeza:<br />

Área 1 apresenta 29,8% (5.520 ha) de toda sua cobertura, e a Área 2 com 35,5% (2.009<br />

ha). Nas atividades de campo foi possível observar que mais de 50% das pastagens<br />

encontram-se pouco manejadas e com baixa densidade na criação de animais. As<br />

pastagens de melhor qualidade e com uso mais intenso localizam-se nos municípios de<br />

Almadina e Floresta Azul, na parte mais oeste da Área 1 que fica na transição entre a<br />

região cacaueira de Ilhéus-Itabuna e região de pecuária de Itapetinga (Figuras 11 e 12).<br />

Figura 11. Distribuição em percentual da cobertura e<br />

uso da terra na Nascente <strong>do</strong> Rio Almada.<br />

3.2. Meio físico<br />

3.2.1 Características climáticas das áreas selecionadas<br />

Figura 12. Distribuição em percentual da cobertura<br />

e uso da terra na Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

As condições climáticas são comuns a todas as áreas de estu<strong>do</strong>, que segun<strong>do</strong> a<br />

classificação de Köppen é um clima Aw - clima tropical com estação seca de inverno. De<br />

acor<strong>do</strong> SRH (2001) ocorre uma variação de 1600 mm no Oeste da bacia hidrográfica até<br />

1800 mm ao Leste próximo ao litoral.<br />

Ainda de acor<strong>do</strong> SRH (2001), o regime pluviométrico tem como perío<strong>do</strong> de maior<br />

precipitação, o <strong>do</strong>s meses de março e abril, sen<strong>do</strong> que a lâmina total anual média<br />

precipitada é de 1.782,2 mm. Na Figura 13 são apresentadas as precipitações médias<br />

mensais da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada. Observa-se que o mês de agosto<br />

caracteriza-se por ser o perío<strong>do</strong> mais seco <strong>do</strong> ano, apresentan<strong>do</strong> uma precipitação média<br />

menor em aproximadamente 56% quan<strong>do</strong> comparada com o mês de dezembro, perío<strong>do</strong><br />

de maior precipitação na bacia hidrográfica.<br />

A temperatura anual apresenta média de 22.9°C, com valores mínimos em julho e<br />

agosto. A umidade relativa é máxima nos meses de maio, junho e julho, coincidin<strong>do</strong> com<br />

os perío<strong>do</strong>s de baixas temperaturas e baixo número de horas de insolação, levan<strong>do</strong> aos<br />

menores valores observa<strong>do</strong>s de evaporação.<br />

A velocidade <strong>do</strong> vento apresenta pouca variação durante o ano, registra uma<br />

média anual de 1.67 m/s.<br />

18


[Digite texto]<br />

Figura 13. Distribuição da precipitação média mensal.<br />

3.2.2 Características geoambientais da Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada<br />

A Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada possui uma área de drenagem de<br />

aproximadamente 1.545 km 2 e perímetro de 252 km. Tem como curso principal o Rio<br />

Almada com uma extensão de 138 km, desde sua nascente (na Serra <strong>do</strong> Chuchu, na<br />

região de Sete Paus, município de Almadina) até a sua foz, em barra de Itaípe no norte da<br />

cidade de Ilhéus.<br />

Parte da Área 1 engloba a região das nascentes <strong>do</strong> Rio Almada e também<br />

engloba afluentes <strong>do</strong> Rio Salga<strong>do</strong>, que faz parte <strong>do</strong> complexo das bacias hidrográficas<br />

<strong>do</strong>s rios Cachoeira e Gongogi na região de Itamutinga, ao norte da cidade de Almadina.<br />

Por ser uma área rica em nascentes, ampliar as garantias de conservação favorecerá as<br />

três principais bacias regionais: Almada, Cachoeira e Gongogi.<br />

Segun<strong>do</strong> a classificação de Strahler, observa-se que na Área 1, a maioria <strong>do</strong>s rios<br />

é de ordem 1. Conforme esta classificação, os afluentes que não se ramificam (poden<strong>do</strong><br />

desembocar no rio principal ou em seus ramos) são os de primeira ordem. Os cursos d’<br />

água que somente recebem afluentes que não se subdividem são de segunda ordem. Os<br />

de terceira ordem são forma<strong>do</strong>s pela reunião de <strong>do</strong>is cursos d’ água de segunda ordem, e<br />

assim por diante.<br />

No caso da Área 1, observa-se que a maioria <strong>do</strong>s rios são de primeira ordem,<br />

características das áreas de nascentes como neste caso. Em campo encontrou-se uma<br />

riqueza bem maior de nascentes e pequenos córregos de primeira ordem, consideran<strong>do</strong><br />

os cursos d’água delimita<strong>do</strong>s nas cartas topográficas. Nesta área encontram-se rios com<br />

padrão de drenagem dendrítico e densidade de drenagem de esparsa a média.<br />

As rochas mais antigas na Área 1 foram formadas no Arqueano (perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> tempo<br />

geológico compreendi<strong>do</strong> entre 3.800 e 2.500 milhões de anos atrás) e Proteozóico<br />

inferior(perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre 2,5 bilhões e 542 milhões de anos atrás),<br />

denominadas de Cinturão Itabuna representa<strong>do</strong> pelas seguintes unidades litológicas<br />

(rochas que formaram o solo): Complexo Almadina; Complexo Ibicaraí e Suíte Intrusiva.<br />

De acor<strong>do</strong> com Barbosa et al. (1996), Silva (2010) e Gomes et al. (2010), as<br />

unidades geológicas têm as seguintes características litológicas:<br />

19


[Digite texto]<br />

a) Complexo Almadina (APs) - rochas alumino-magnesianas kinzigíticas com<br />

níveis calcissilicáticos, quartizíticos, carbonáticos e granulitos básicos e áci<strong>do</strong>s.<br />

b) Complexo Ibicaraí (APdt) - tonalitos/dacitos, trondhjemitos/riolitos e gabros,<br />

granulitiza<strong>do</strong>s. São granulitos essencialmente de composição intermediária a ácida,<br />

homogêneos, de cor cinza-esverdea<strong>do</strong> e com textura em geral média. Os granulitos<br />

intermediários (dacitos/tonalitos) e, especialmente, os félsicos (riolitos/trondhjemitos)<br />

distinguem-se <strong>do</strong>s granulitos básicos (basaltos/gabros) devi<strong>do</strong> a mais alta percentagem<br />

de antipertita e quartzo e menor quantidade de piroxênios.<br />

c) Suíte Intrusiva (PSas) - sienitos e nefelinassienitos. São rochas de granulação<br />

grossa, com estrutura isotrópica, poden<strong>do</strong> exibir, nos contatos ou nas proximidades de<br />

falhas, estruturas gnáissica e cataclástica, respectivamente.<br />

Durante os trabalhos de campo, observaram-se mudanças no uso da terra nos<br />

topos das serras no oeste da Área 1, denominada pela população local de Serra Pelada.<br />

Nesses topos encontra-se material rico em quartzo, que intemperiza<strong>do</strong>s formam grandes<br />

pacotes arenosos conforme pode ser observa<strong>do</strong> nas figuras 14 e 15. Esse ambiente<br />

peculiar da Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada vem sofren<strong>do</strong> impactos pela<br />

extração de areias em diferentes cavas na região.<br />

Figura 14. Detalhe <strong>do</strong> arenito em processo de<br />

intemperismo nas nascentes <strong>do</strong> Rio Almada. Março<br />

2011. Almadina, BA.<br />

Figura 15. Pacote arenoso produto <strong>do</strong> intemperismo<br />

<strong>do</strong>s arenitos encontra<strong>do</strong>s nas serras nas nascentes <strong>do</strong><br />

Rio Almada. Março 2011. Almadina, BA.<br />

Os pacotes arenosos ocupam uma parte representativa da Área 1 merecen<strong>do</strong><br />

atenção por se tratar de uma região, de nascentes de três principais bacias hidrográficas<br />

e seus afluentes: Almada, Cachoeira e Gongogi (como menciona<strong>do</strong> anteriormente) que<br />

prestam serviços ambientais para as cidades de Ilhéus e Itabuna. Essas cidades utilizam<br />

o Rio Almada como fonte de abastecimento de água e tantos outros municípios das<br />

bacias <strong>do</strong> Cachoeira e Gongogi.<br />

Na Área 1 identificou-se uma Unidade Geomorfológica, as Serras e Maciços Pré-<br />

Litorâneos (SRH, 2001; GOMES et al., 2010). Essa unidade comporta grande amplitude<br />

altimétrica, uma vez que os trechos mais rebaixa<strong>do</strong>s chegam a menos de 100 m de<br />

altitude, enquanto alguns topos residuais podem atingir 1.100 m. No caso da Área 1,<br />

foram identifica<strong>do</strong>s topos com altitude de 1.000 m.<br />

20


[Digite texto]<br />

Os solos identifica<strong>do</strong>s foram LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos<br />

(23,06%), ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos (59,72%) e<br />

CHERNOSSOLOS ARGILÚVICOS Órticos (17,22%).<br />

Em termos de fragilidade ambiental, nessa área foram encontradas os seguintes<br />

índices: baixo (2), médio (3), alto (4) e muito alto (5). A maior parte da Área 1 (70%)<br />

encontra-se classificada como um índice Médio de fragilidade ambiental, ou seja, 6.703<br />

ha (Tabela 2).<br />

Tabela 2 <strong>–</strong> Índices de fragilidade ambiental da Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada e suas<br />

respectivas áreas e percentuais de ocorrência.<br />

Índice de Fragilidade Área (ha) Área (%)<br />

Baixo (2) 1.975 20,64<br />

Médio (3) 6.703 70,04<br />

Alto (4) 884 9,24<br />

Muito Alto (5) 8 0,08<br />

Total 9.570 100<br />

O atributo determinante para classificação da fragilidade ambiental foram os usos<br />

da terra Lavoura Permanente de Cacau e Vegetação de Floresta em suas diferentes<br />

classes de regeneração, promoven<strong>do</strong> a proteção principalmente <strong>do</strong>s Argissolos e<br />

Chernossolos. Mesmo com uma cobertura vegetal protetora, o índice de fragilidade<br />

ambiental foi classifica<strong>do</strong> como Médio da<strong>do</strong> às características <strong>do</strong> relevo movimenta<strong>do</strong> da<br />

região.<br />

3.2.3 Características geoambientais da Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

A Área 2 localiza-se totalmente dentro <strong>do</strong>s limites da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio<br />

Almada, sen<strong>do</strong> uma importante área de nascentes <strong>do</strong>s afluentes <strong>do</strong> Rio Almada no terço<br />

superior de sua bacia. Os limites municipais entre Coaraci e Almadina dividem a Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong> no meio, sen<strong>do</strong> que a metade NE da serra pertence ao município de Coaraci e<br />

a metade SE ao município de Almadina.<br />

Como caracteriza um divisor de águas, a Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> apresenta<br />

poucos cursos d’água, sen<strong>do</strong> eles segun<strong>do</strong> a classificação de Strahler, to<strong>do</strong>s de primeira<br />

ordem. A Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> apresenta alguns rios de primeira ordem<br />

nascen<strong>do</strong> nas serras de Inema e circunda<strong>do</strong> por rios de segunda e terceira ordem.<br />

Observa-se um padrão de drenagem dendrítico com densidade de drenagem de esparsa.<br />

As rochas mais antigas na Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> foram formadas no<br />

Arqueano (perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> tempo geológico compreendi<strong>do</strong> entre 3.800 e 2.500 milhões de<br />

anos atrás) e Proteozóico inferior (perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre 2,5 bilhões e 542 milhões<br />

de anos atrás), também é o Cinturão Itabuna representa<strong>do</strong> pelas seguintes unidades<br />

litológicas (rochas que formaram o solo): Complexo Almadina e Complexo Itabuna.<br />

Na Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, da mesma forma que na Área 1 - Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada, identificou-se apenas a Unidade Geomorfológica - Serras e Maciços Pré-<br />

Litorâneos. A Unidade comporta grande amplitude altimétrica, com trechos mais<br />

rebaixa<strong>do</strong>s a menos de 100 m de altitude, enquanto alguns topos residuais podem atingir<br />

1.100 m. No caso da Área 2, observaram-se topos, na Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> com altitudes<br />

de 1.040 m.<br />

21


[Digite texto]<br />

Os solos identifica<strong>do</strong>s foram ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos<br />

(99,56%) e CHERNOSSOLOS ARGILÚVICOS Órticos (0,44%). Apesar de não estarem<br />

mapeadas, são encontradas na Área 2 afloramentos de rochas.<br />

Dentro da Área 2 foram encontradas os seguintes índices de fragilidade ambiental:<br />

Baixo (2), Médio (3) e Alto (4), conforme apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 3. Observan<strong>do</strong> a Tabela<br />

3, nota-se que 70,8% (2.089,98 ha da área) possui um índice de fragilidade ambiental<br />

médio. A Área 2, envolve a Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, onde pre<strong>do</strong>minam Argissolos cobertos<br />

pelos usos da terra Floresta em diferentes estádios de regeneração e Lavouras<br />

Permanentes de Cacau, que promovem uma eficiente cobertura <strong>do</strong> solo. Mesmo assim,<br />

pela condição <strong>do</strong> relevo movimenta<strong>do</strong>, o índice de fragilidade ambiental pre<strong>do</strong>minante foi<br />

estabeleci<strong>do</strong> como Médio, alertan<strong>do</strong> para restrições em possíveis alterações no uso da<br />

terra destas áreas.<br />

Tabela 3 <strong>–</strong> Índices de fragilidade ambiental da Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> .<br />

Índice de Fragilidade Área (ha) Área (%)<br />

Baixo (2) 413,19 14,00<br />

Médio (3) 2.089,98 70,80<br />

Alto (4) 448,92 15,20<br />

Total 2.952,09 100<br />

3.3 Meio biótico<br />

3.3.1 Anfíbios e répteis<br />

As quatro áreas investigadas (Área 1- Nascentes <strong>do</strong> Almada; Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong>; Área 3 <strong>–</strong> Lagoa Encantada e Área 4 <strong>–</strong> Serras de Inema) juntas abrigam uma<br />

grande diversidade de anfíbios anuros. Foi registra<strong>do</strong> um total de 58 espécies,<br />

distribuídas em 11 famílias. A família Hylidae foi a que apresentou o maior número de<br />

espécies (38 spp.), resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> para inventários realiza<strong>do</strong>s na região neotropical<br />

(DUELLMAN; TRUEB, 1986).<br />

Das espécies registradas em campo, sete são consideradas endêmicas <strong>do</strong> Sul da<br />

Bahia, cinco endêmicas <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia, quatro endêmicas da Mata Atlântica<br />

Nordestina e 16 são consideradas endêmicas <strong>do</strong> bioma Mata Atlântica. Das 58 espécies<br />

amostradas 48% delas são restritas a ambientes florestais.<br />

Segun<strong>do</strong> a União Internacional para a Conservação da Natureza e <strong>do</strong>s Recursos Naturais,<br />

IUCN (2010), 37 espécies não estão ameaçadas (LC); dez possuem da<strong>do</strong>s deficientes<br />

para avaliação (DD); e três ainda não foram classificadas. Allobates olfersioides é<br />

considerada vulnerável a extinção.<br />

Entre os répteis, foram encontradas 16 espécies, sen<strong>do</strong> dez serpentes e sete<br />

lagartos, números relativamente altos, consideran<strong>do</strong> o esforço amostral emprega<strong>do</strong>. A<br />

maioria das espécies apresenta uma ampla distribuição, sen<strong>do</strong> uma endêmica da Mata<br />

Atlântica (Enyalius catenatus).<br />

3.3.1.1 Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

Foram encontradas 33 espécies de anfíbios anuros divididas em oito famílias, a<br />

menor riqueza registrada entre as quatro áreas amostradas, no entanto, esse resulta<strong>do</strong><br />

pode ser atribuí<strong>do</strong> a falta de chuvas durante o perío<strong>do</strong> de amostragem. Mesmo assim, a<br />

22


[Digite texto]<br />

riqueza pode ser considerada alta quan<strong>do</strong> comparada a outras áreas inventariadas no sul<br />

da Bahia que tiveram esforço amostral similar (SILVANO; PIMENTA, 2003).<br />

A Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada é a maior entre as quatro áreas<br />

selecionadas e abrange grande variedade de habitats propícios para manutenção de<br />

elevada diversidade de anfíbios. No local, podem ser encontra<strong>do</strong>s fragmentos de mata<br />

nas regiões de baixada, matas de altitude úmidas que chegam a quase 800 m de altitude<br />

com grande quantidade de bromélias e serrapilheira densa, além de uma rica rede<br />

hidrográfica com diversas nascentes e corpos d’água que são fundamentais para<br />

reprodução <strong>do</strong>s anfíbios anuros.<br />

Das espécies encontradas em campo, três são consideradas endêmicas <strong>do</strong> Sul da<br />

Bahia, duas endêmicas <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> da Bahia, três endêmicas da Mata Atlântica Nordestina<br />

e outras sete endêmicas <strong>do</strong> bioma Mata Atlântica. Das 33 espécies encontradas<br />

aproximadamente 17 delas são encontradas exclusivamente em ambientes florestais.<br />

A maioria das espécies encontradas em inventários rápi<strong>do</strong>s é de áreas abertas e<br />

de borda de mata. Essas espécies são consideradas oportunistas e apresentam grande<br />

capacidade de colonizar locais antropiza<strong>do</strong>s, possuin<strong>do</strong> geralmente ampla distribuição<br />

geográfica. No entanto, mais de 50% das espécies registradas são restritas a ambientes<br />

florestais.<br />

3.3.1.2 Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

Na Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> foram encontradas 38 espécies de anfíbios anuros<br />

pertencentes a nove famílias taxonômicas, riqueza bem superior a encontrada em outros<br />

locais próximos da área, como a RPPN Serra <strong>do</strong> Teimoso (24 spp.) e a Serra das Lontras<br />

(16 spp.) que tiveram esforço amostral similar (SILVANO; PIMENTA, 2003). Entre os 21<br />

fragmentos analisa<strong>do</strong>s por esses autores no sul da Bahia, a RPPN Estação Veracel foi o<br />

que apresentou o maior número de espécies totalizan<strong>do</strong> (39).<br />

Dessa forma, a Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> apresenta riqueza similar e pode ser<br />

considerada um <strong>do</strong>s locais com a maior riqueza de anfíbios já amostradas no Sul da<br />

Bahia. Apesar <strong>do</strong> pequeno esforço amostral ela possui grande potencial para estu<strong>do</strong>s de<br />

anfíbios.<br />

Esta área apresenta abruptos gradientes altitudinais, com fragmentos bem<br />

preserva<strong>do</strong>s nas áreas altas. A região de baixada é constituída principalmente por pastos<br />

e cabrucas. Os fragmentos amostra<strong>do</strong>s possuem árvores de grande porte, com densa<br />

serrapilheira e grande quantidade de bromélias, locais bastante úmi<strong>do</strong>s com grande<br />

quantidade de riachos e nascentes que possuem potencial para abrigar uma alta<br />

diversidade de anfíbios, como foi constata<strong>do</strong> nos da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s em campo. To<strong>do</strong>s os<br />

pontos de amostragem apresentaram elevada riqueza de anfíbios anuros.<br />

Entre as espécies registradas em campo, cinco são endêmicas <strong>do</strong> sul da Bahia e<br />

duas são endêmicas da Bahia. Outras duas espécies são endêmicas da Mata Atlântica<br />

Nordestina e nove endêmicas <strong>do</strong> Bioma Mata Atlântica. Das 38 espécies registradas, 20<br />

são restritas à ambientes florestais. Outra vez, mais de 50% das espécies amostradas<br />

são típicas <strong>do</strong> interior de florestas.<br />

3.3.2 Aves<br />

Consideran<strong>do</strong>-se as quatro áreas amostradas Área 1- Nascentes <strong>do</strong> Almada; Área<br />

2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>; Área 3 <strong>–</strong> Lagoa Encantada e Área 4 <strong>–</strong> Serras de Inema), foram<br />

23


[Digite texto]<br />

registradas 244 espécies, com pre<strong>do</strong>mínio da família Tyrannidae (38 espécies), seguida<br />

por Thraupidae (17), Furnariidae (15) e Trochilidae (12). A Tabela 4 sintetiza resulta<strong>do</strong>s<br />

comparativos entre as áreas, com a riqueza de espécies em cada área, número de táxons<br />

endêmicos e em várias categorias de ameaçada de extinção (MACHADO et al., 2008).<br />

Verifica-se que, apesar <strong>do</strong> esforço amostral ser suficiente apenas para uma<br />

listagem preliminar, um razoável número de espécies foi registra<strong>do</strong>, apenas com ressalva<br />

para Área 4 - Serras de Inema, com um menor número de espécies, em função também<br />

de condições desfavoráveis de clima. O alto número de espécies exclusivas da Área 3 -<br />

Lagoa Encantada, nas imediações <strong>do</strong> PESC, reflete a distinta natureza desta em relação<br />

às outras três áreas.<br />

Na região <strong>do</strong> PESC e adjacências da Lagoa Encantada, pode-se verificar uma<br />

composição típica de florestas de tabuleiro, com presença de espécies tipicamente<br />

amazônicas, e alto número de espécies ameaçadas de extinção, como Phaethornis<br />

margarettae, Crax blumenbachii (entrevista) e Glaucis <strong>do</strong>hrnii, este último também<br />

presente na Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada.<br />

Em Almadina e áreas adjacentes (Áreas 1- Nascentes <strong>do</strong> Almada e Área 2 Serra<br />

<strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>), verificou-se no alto das serras uma avifauna característica das montanhas<br />

<strong>do</strong> médio sul da Bahia, tipicamente de influência Atlântica, com elementos tais quais:<br />

Synallaxis whitneyi (cinerea) - ameaça<strong>do</strong> de extinção na categoria vulnerável e endêmico<br />

das porções altas <strong>do</strong> centro leste baiano. Cichlopsis leucogenys cujo subspécie C. l.<br />

leucogenys é ameaçada de extinção, é típica das serras <strong>do</strong> sudeste brasileiro. Da mesma<br />

forma, essa coerência biogeográfica ou ecológica, manifesta preferência por florestas em<br />

avança<strong>do</strong> estádio de conservação em altitudes elevadas na região <strong>do</strong> sul da Bahia.<br />

Tabela 4 - Síntese <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s das quatro áreas estudadas.<br />

Total Área 1<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

Área 2<br />

Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong><br />

Área 3<br />

Lagoa Encantada<br />

Área 4<br />

Serras de<br />

Inema<br />

Número de espécies 244 175 141 182 90<br />

Espécies exclusivas - 24 13 32 2<br />

Endêmicas 49 31 33 30 12<br />

Ameaçadas* 24 12 11 16 2<br />

Em perigo 4 3 (Gd, Cl) 1 (Gd) 3 (Cb, Gd, Pm) -<br />

Vulneráveis 11<br />

7 (Pc, Pf, Pl, Sw, Tm,<br />

Pn, St)<br />

5 (Pc, Pf,<br />

Mu,Tm,Cm)<br />

Quase-ameaçadas 6 3 (Aa, Mr, Tb) 4 (Aa, Ds, Tb, Ts)<br />

7 (Pc, Pl, Mu, Hp, Af,<br />

Cm, St)<br />

6 (Aa, Ts, Mr, Dp, Tb,<br />

Tv)<br />

-<br />

2 (Aa, Ts)<br />

* Espécies ameaçadas consideran<strong>do</strong>-se tanto a lista nacional quanto a global de espécies ameaçadas. As demais categorias (em perigo,<br />

vulnerável e quase-ameaçada seguem a lista nacional de fauna ameaçada MACHADO et al. 2008).Legenda: espécies em categorias de<br />

ameaça: Cb - Crax blumenbachii, Gd - Glaucis <strong>do</strong>hrnii, Pm - Phaethornis margarettae, Cl - Cichlopsis leucogenys, Pc - Pyrrhura cruentata, Pl<br />

- Pyrrhura leucotis, Pf - Pyrrhura frontalis, Mu - Myrmotherula urosticta, Hp - Herpsilochmus pileatus, Af - Acrobatornis fonsecai, Cm -<br />

Carpornis melanocephala, St - Schiffornis turdina, Sw - Synallaxis whitneyi (cinerea), Tm - Thripophaga macroura, Pn - Procnias nudicollis, Aa<br />

- Aratinga auricapillus, Ts - Touit surdus, Tm - Touit melanonotus, Mr - Machaeropterus regulus, Dp - Dixiphia pipra, Tb - Tangara brasiliensis,<br />

Tv - Tangara velia cyanomelaena, Ds - Dysithamnus stictothorax.<br />

3.3.2.1 Espécies de “montanhas” no sul da Bahia<br />

Dentre estas espécies citadas como limitadas às áreas altas (Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada, Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e Serras de Inema) e não ocorrentes nas áreas de baixada<br />

(Área 3 - Lagoa Encantada), Pyrrhura frontalis, Hypoedaleus guttatus, Dysithamnus<br />

stictothorax, Drymophila ferruginea, Synallaxis whitneyi (cinérea), Cichlocolaptes<br />

leucophrus, Lepi<strong>do</strong>colaptes squamatus, Hemitriccus diops, Chiroxiphia caudata,<br />

24


[Digite texto]<br />

Oxyruncus cristatus, Turdus flavipes, Tangara cyanocephala e Saltator fuliginosus são<br />

consideradas espécies de montanhas na região de Boa Nova (Serra da Ouricana -<br />

GONZAGA et al., 1995). São elementos tipicamente atlânticos compartilha<strong>do</strong>s por áreas<br />

altas, tais como Serra das Lontras e Javi (SILVEIRA et al., 2005) e que requerem um<br />

cuida<strong>do</strong> especial em termos conservacionista, uma vez que áreas de proteção integral<br />

destas montanhas sul baianas, ainda são bem menos representadas em termos de<br />

superfície <strong>do</strong> que matas de tabuleiro de baixada. Exceções é o Parque Nacional da Serra<br />

das Lontras e complexo de Reservas Particulares Serra Bonita.<br />

3.3.2.2 Espécies endêmicas e ameaçadas da Mata Atlântica<br />

Utilizou-se o conceito de BENCKE et al. (2006) para a consideração de<br />

endemismo - neste caso são consideradas endêmicas da Mata Atlântica, as espécies com<br />

distribuição restrita aos esta<strong>do</strong>s brasileiros com ocorrência de Mata Atlântica. Segun<strong>do</strong><br />

este critério, 49 táxons foram registra<strong>do</strong>s neste estu<strong>do</strong>. De 49 espécies endêmicas<br />

registradas, apenas 9 não o foram nas Áreas 1 e 2 (Almadina e arre<strong>do</strong>res). A grande<br />

maioria das espécies está presente nas áreas de altitude. Por outro la<strong>do</strong>, na área de<br />

tabuleiro ao sul <strong>do</strong> PESC, encontra-se uma série de espécies endêmicas (30) e um ligeiro<br />

maior número de espécies ameaçadas e de alta importância conservacionista. Como<br />

exemplo pode-se citar <strong>do</strong>is beija-flores ameaça<strong>do</strong>s, um deles restrito a esta parte<br />

litorânea (Phaethornis margarettae), que tem distribuição bastante restrita e é considerada<br />

uma das espécies de beija-flor mais ameaçadas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (SILVEIRA, 2008).<br />

Uma espécie endêmica encontrada na área e considerada como “espéciebandeira”<br />

é o mutum Crax blumenbachii, que atualmente é registra<strong>do</strong>s em habitats<br />

restritos, com destaque nas matas de baixadas na região entre Una e Ituberá (obs.<br />

pessoal). Esse espécie é uma das prioridades para a conservação no contexto de<br />

grandes aves de potencial cinegético na costa brasileira.<br />

Outro destaque é o macuquinho baiano Scytalopus psychopompus, criticamente<br />

ameaça<strong>do</strong> em nível mundial (BENCKE et al., 2006) também com distribuição restrita ao<br />

litoral da Bahia, entre Una e Valença (GATTO, relatório não publica<strong>do</strong> para a Save Brasil -<br />

Birdlife International). Outra espécie importante é o acrobata Acrobatornis fonsecai,<br />

gênero monotípico e endêmico da região sul da Bahia descrito por Pacheco et al. (1996).<br />

Neste estu<strong>do</strong> ficou restrito à Área 3 - Lagoa Encantada, e sua distribuição compreende as<br />

Áreas 1, 2 e 4 (Nascentes <strong>do</strong> Almada, Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e Serras de Inema), ten<strong>do</strong><br />

como limite norte, as cabrucas de Ibirataia (obs. pessoal). Sua presença deve ser<br />

constatada com uma pequena ampliação <strong>do</strong> esforço de campo na região.<br />

3.3.2.3 Considerações gerais sobre as áreas e respectivas avifaunas<br />

3.3.2.3.1 Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

Foi considerada como a grande revelação em termos de oportunidade para<br />

conservação. Esta afirmação é justificada pela presença, não esperada, de grandes áreas<br />

de floresta em estádios avança<strong>do</strong>s de regeneração, principalmente nas cristas das<br />

grandes formações montanhosas e também em algumas áreas de encosta, como as<br />

matas encontradas no “Vale <strong>do</strong> Manuelzinho” e no “Vale <strong>do</strong> Sete-Paus”, este último<br />

contíguo ao primeiro.<br />

Algumas afirmações verbais coletadas na Área <strong>do</strong>s Sete-Paus, são realmente<br />

interessantes e dizem respeito à presença de aves já extintas em outras áreas na região,<br />

mas ainda presentes nesta área, como a “capoeira” O<strong>do</strong>ntophorus capueira e o “macuco”<br />

25


[Digite texto]<br />

Tinamus solitarius, muito persegui<strong>do</strong>s por caça predatória. Ciclopsis l. leucogenys,<br />

Procnias nudicollis e Synallaxis whitneyi (cinerea), ameaçadas de extinção e também<br />

Notharchus swainsoni, típica de altitude, foram exclusivamente registradas aqui.<br />

3.3.2.3.2 Área 2- Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

Não possui tanta disponibilidade de mata em avança<strong>do</strong> estádio sucessional quanto<br />

a Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada. Boa parte de sua constituição é de mata<br />

secundária em bom estádio de conservação. Alguns elementos montanos típicos, como<br />

Io<strong>do</strong>pleura pipra e Dysithamnus stictothorax (quase-ameaça<strong>do</strong>s globalmente), Saltator<br />

fuliginosus, Oxyruncus cristatus e Hypoedaleus guttatus foram registra<strong>do</strong>s exclusivamente<br />

aqui e outras importantes aves, como Carpornis melanocephala, vulnerável à extinção,<br />

também foram registradas nas partes mais altas da Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>.<br />

3.3.3 Mamíferos<br />

Ao to<strong>do</strong> foram registradas 31 espécies de mamíferos terrestres de médio e grande<br />

porte. Destas, cinco são da Ordem Rodentia, cinco Primates, uma Didelphimorphia, três<br />

Pilosa, três Cingulata, duas Artiodactyla, 11 Carnivora e uma Lagomorpha.<br />

De forma geral, as quatro áreas amostradas apresentaram números semelhantes<br />

de espécies de mamíferos de médio e grande portes. A Área 4 - Serras de Inema<br />

apresentou o maior número, com 30 espécies, seguida da Área 1 - Serras das Nascentes<br />

<strong>do</strong> Almada com 29, e depois das áreas 3 e 4, com 28 espécies cada.<br />

Dentre as espécies registradas, vale destacar a ocorrência de nove espécies<br />

ameaçadas de extinção, incluídas na Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção<br />

(MACHADO et al., 2008), e destas, seis encontram-se ameaçadas globalmente (IUCN,<br />

2010) (Figura 16).<br />

Núm. espécies ameaçadas<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Area 1 Area 2 Area 3 Area 4<br />

Nacional<br />

Global<br />

Figura 16. Espécies de mamíferos de médio e grande porte ameaçadas de extinção nas áreas amostradas<br />

na BHRA, sul da Bahia.<br />

O ouriço-preto (Chaetomys subspinosus) encontra-se na categoria “Vulnerável”<br />

pela IUCN. Foi encontra<strong>do</strong> em todas as áreas amostradas (Figura 17). Já o mico-leão-dacara-<strong>do</strong>urada<br />

(Leontopithecus chrysomelas) foi registra<strong>do</strong> apenas nas Áreas 1- Serras<br />

das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, e encontra-se na categoria<br />

“Ameaça<strong>do</strong>” pela IUCN (Figura 18).<br />

26


[Digite texto]<br />

Figura 17. O ouriço-preto (Chaetomys subspinosus),<br />

espécie ameaçada de extinção, registra<strong>do</strong> em todas<br />

as áreas amostradas. Foto: Fábio Falcão.<br />

Figura 18. Mico-leão-da-cara-<strong>do</strong>urada<br />

(Leontopithecus chrysomelas), espécie ameaçada de<br />

extinção registrada nas Áreas 1 e 2, da BHRA. Foto:<br />

Carlos Gui<strong>do</strong>rizzi.<br />

Outra espécie que merece atenção é o macaco-prego-<strong>do</strong>-peito-amarelo (Cebus<br />

xanthosternos), outrora considera<strong>do</strong> uma das 25 espécies mais ameaçadas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

enquadrada na categoria “criticamente em perigo” pela IUCN e pela lista nacional. Teve<br />

ocorrência em todas as áreas amostradas. Apesar de sua distribuição ser maior <strong>do</strong> que se<br />

imaginava até alguns anos atrás, as populações remanescentes são extremamente<br />

pequenas e isoladas, além de ainda serem alvo de caça e não existirem fragmentos<br />

grandes o suficiente para suportar uma população viável desta espécie (MITTERMEIER<br />

et al., 2006).<br />

Os felídeos também ameaça<strong>do</strong>s de extinção Leopardus pardalis, L. wiedii e L.<br />

tigrinus foram relata<strong>do</strong>s por entrevista<strong>do</strong>s em todas as áreas. Já a onça-parda Puma<br />

concolor, também ameaçada de extinção, foi citada apenas por entrevista<strong>do</strong>s na Área 4 -<br />

Serras de Inema. Essas espécies, que são topo da cadeia alimentar, merecem especial<br />

atenção, uma vez que possuem uma grande área de vida e, com isso, necessitam de<br />

grandes fragmentos para manterem suas populações em tamanhos viáveis (CURRIER,<br />

1983; MURRAY; GARDNER, 1997; OLIVEIRA, 1998; MICHALSKI et al., 2006).<br />

A preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), espécie considerada “vulnerável” tanto<br />

na lista nacional como na global, foi citada também em todas as áreas. Esta espécie<br />

herbívora foi citada tanto para fragmentos altera<strong>do</strong>s com bem preserva<strong>do</strong>s e parece se<br />

adaptar bem a fragmentos menores. Foi citada como a espécie de mamífero mais<br />

abundante em fragmentos pequenos em um estu<strong>do</strong> no sudeste <strong>do</strong> Brasil (CHIARELLO,<br />

1999).<br />

Ficou evidente durante as pesquisas que existe uma forte pressão de caça sobre<br />

os mamíferos, além <strong>do</strong> desmatamento, em todas as áreas estudadas. Diversos<br />

entrevista<strong>do</strong>s comentavam sobre a presença constante de caça<strong>do</strong>res nas matas, sen<strong>do</strong><br />

que foi possível avistar alguns deles transitan<strong>do</strong> pelas estradas. Alguns tiros também<br />

foram ouvi<strong>do</strong>s, principalmente à noite, durante o acompanhamento das pesquisas de<br />

anfíbios. Estu<strong>do</strong>s apontam o impacto negativo da caça de subsistência sobre a fauna de<br />

vertebra<strong>do</strong>s, especialmente de mamíferos, sen<strong>do</strong> que em muitos casos leva a alterações<br />

na diversidade e na estrutura populacional dessas espécies, poden<strong>do</strong> chegar à extinção<br />

local (ROBINSON et al., 1999; PERES, 2000; PERES, 2001).<br />

27


[Digite texto]<br />

3.3.4 Flora<br />

O levantamento fitossociológico foi realiza<strong>do</strong> em seis parcelas de 0,1 ha. Nessa<br />

amostra de 0,6 ha, engloban<strong>do</strong> as quatro áreas com potencial de criação de Unidade de<br />

Conservação, foram mensura<strong>do</strong>s 1.334 indivíduos, distribuí<strong>do</strong>s em 309 espécies e 57<br />

famílias. O número de espécies entre as parcelas variou de 72 a 120, ambas da Área 4. A<br />

riqueza das áreas apresentou alta variação de 95 a 165 espécies. Já a oscilação<br />

estrutural, relativas a densidade e área basal, foi baixa entre as áreas, com valores<br />

varian<strong>do</strong> de 1940 a 2420 ind.ha -1 e 58 a 68,43 m².ha -1 , respectivamente (Tabela 5). Baixa<br />

variação também foi verificada entre os valores médios de altura e diâmetro (Tabela 6).<br />

Os valores de riqueza, densidade e área basal coincidem com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em<br />

outras áreas de floresta ombrófila atlântica <strong>do</strong> Nordeste e Sudeste (Tabarelli & Mantovani<br />

1999; Moreno et al. 2003; Alves et al. 2010; Kurtz & Araujo 2000; Oliveira, 2002).<br />

As espécies mais importantes, em termos fitossociológicos, no conjunto de<br />

fragmentos florestais estuda<strong>do</strong>s são Helicostylis tomentosa (Poepp. & Endl.) Rusby,<br />

Euterpe edulis Mart., Vochysia riedeliana Stafleu, Guapira opposita (Vell.) Reitz,<br />

Macrolobium latifolium Vogel, Eriotheca macrophylla (K.Schum.) A.Robyns, Sloanea<br />

guianensis (Aubl.) Benth., Tapirira guianensis Aubl., Virola gardineri (A.DC.) Warb.,<br />

Banara brasiliensis (Schott) Benth. Cecropia pachystachya Trécul.<br />

Das espécies citadas ressalta-se a presença de Euterpe edulis (Palmito-Juçara)<br />

que consta na lista oficial de espécies ameaçadas <strong>do</strong> Brasil (MMA 2008), devi<strong>do</strong> sua<br />

importância econômica, além de ser fonte de recurso para a fauna e da população local. A<br />

maioria <strong>do</strong>s indivíduos amostra<strong>do</strong>s desta espécie foram jovens evidencian<strong>do</strong> que a<br />

espécie está se regeneran<strong>do</strong> na região, apesar de ter si<strong>do</strong> registra<strong>do</strong> o corte ilegal de<br />

indivíduos adultos, para a extração <strong>do</strong> palmito. Além dessa foram registradas outras cinco<br />

espécies que estão na lista oficial de espécies ameaçadas <strong>do</strong> Brasil (Couepia bondarii;<br />

Couepia monteclarensis; Hirtella santosii; Myracrodruon urundeuva; Plinia callosa) e<br />

outras duas que apresentam deficiência de informação para indicar seus status. Foram<br />

encontradas quatro espécies consideradas raras no Brasil, conforme Giulietti et al. (2009):<br />

Couepia bondarii, Couepia monteclarensis Prance; Hirtella santosii; Manilkara longifólia.<br />

O registro de duas novas espécies arbóreas, uma pertencente ao gênero<br />

Kuhlmanniodendron da família Salicaceae e a outras da família Rutaceae, denominada<br />

Neoraputia micrantha, evidenciam o potencial das áreas estudadas em abrigar espécies<br />

novas para a ciência e com distribuição geográfica ainda não registrada na região. Foram<br />

também registradas 29 espécies consideradas endêmicas na região sul da Bahia e norte<br />

<strong>do</strong> Espírito Santo (THOMAS et al., 2003). A forte pressão da matriz antrópica onde estão<br />

inseri<strong>do</strong>s os remanescentes estuda<strong>do</strong>s, pode ser nota<strong>do</strong> pela presença de duas espécies<br />

exóticas: Hevea brasiliensis (Will. Ex A. Juss.) (Seringueira) que é nativa da Amazônia e a<br />

Artocarpus heterophyllus Lam (Jaqueira) que é uma espécie frutífera originária da Índia e<br />

bastante utilizada na arborização e paisagismo das cidades brasileiras.<br />

A alta diversidade alfa foi verificada em todas as áreas com valores <strong>do</strong> Índice de<br />

Shannon alternan<strong>do</strong> de 4,2 a 4,7 nats.ind -1 , ou seja, bem próximo <strong>do</strong> valor máximo que<br />

pode atingir (Maguran 1988). A equabilidade, calculada através <strong>do</strong> Índice de Pielou,<br />

variou de 0,90 a 0,94 e indica que a diversidade das quatro áreas é superior a 90% da<br />

máxima possível.<br />

28


[Digite texto]<br />

Tabela 5 - Da<strong>do</strong>s fitossociológicos de cada unidade amostral (UA) e a respectiva área.<br />

Área 1<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

Área 2<br />

Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

Área 3<br />

Lagoa Encantada<br />

UA 01 UA 02 Total UA 03 UA 04 UA 05 Total<br />

Área 4<br />

Serras<br />

de Inema<br />

UA 06<br />

N° indivíduo 198 251 449 194 261 188 449 242 1334<br />

N° espécie 95 101 165 95 120 72 160 98 309<br />

N° família 34 37 45 37 39 36 46 36 57<br />

Dominância (m².ha -1 ) 60,37 63,83 58 68,43 61<br />

Densidade (ind./ha) - - 2245 1940 - - 2245 2420 2223<br />

Shannon (H’) - - 4,7 4,3 - - 4,6 4,2 5,2<br />

Equitabilidade (J) - - 0,92 0,94 - - 0,91 0,90 0,90<br />

Tabela 6 - Da<strong>do</strong>s estruturais (valores médios e desvio padrão) de cada área amostrada no Sul da<br />

Bahia.<br />

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4<br />

Diâmetro médio - DAP (cm) 14,1 (±12,4) 14,5 (±14,5) 13,4 (±11,7) 14,2 (±12,1)<br />

Altura média (m) 13 (±6) 13 (±7) 12 (±6) 14 (±8)<br />

3.3.4.1 Comparação <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s de flora entre as quatro áreas (A1 - Serra<br />

das Nascentes <strong>do</strong> Rio Almada; A2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>; A3 - Lagoa Encantada;<br />

A4 - Serra de Inema)<br />

A similaridade florística entre as áreas amostradas foi baixa, varian<strong>do</strong> de 33 a 45%<br />

(Tabela 7), assim como verifica<strong>do</strong> em outras comparações florísticas realizadas ente<br />

florestas ombrófilas da Mata Atlântica (Tabarelli & Mantovani 1999; Moreno et al. 2003;<br />

Alves et al. 2010; Kurtz & Araujo 2000; Oliveira, 2002). Esse resulta<strong>do</strong> revela a existência<br />

de elevada diversidade beta entre os ambientes florestais na paisagem da região. Poucas<br />

espécies são comuns entre as florestas estudadas e a maior parte delas são exclusivas<br />

de uma das áreas, apesar de tratar-se de uma mesma fitofisionomia disposta em<br />

fragmentos dentro da matriz antrópica. Dessa forma, expõem-se a necessidade de<br />

conservação de todas as áreas propostas para criação de UC, ten<strong>do</strong> em vista as elevadas<br />

variações florísticas detectadas entre as florestas estudadas.<br />

Tabela 7 - Número total de espécies de cada área amostrada, com a quantidade de espécies<br />

compartilhadas entre elas e seus respectivos valores <strong>do</strong> índice de similaridade de Sorensen entre<br />

parênteses.<br />

N° espécies A1 A2 A3<br />

A1 165 - - -<br />

A2 95 54 (0,42) - -<br />

A3 159 63 (0,39) 42 (0,33) -<br />

A4 98 59 (0,45) 35 (0,36) 47 (0,37)<br />

A1 - Serra das Nascentes <strong>do</strong> Rio Almada (Serra <strong>do</strong>s Sete Paus); A2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>; A3 - Lagoa<br />

Encantada; A4 - Serra de Inema<br />

Geral<br />

29


[Digite texto]<br />

3.3.5 SÍNTESE<br />

Para efeito de comparação, foi utiliza<strong>do</strong> o número de espécies endêmicas da Mata<br />

Atlântica para os grupos <strong>do</strong>s anfíbios e de aves e para a flora. As espécies ameaçadas de<br />

extinção, seja ao nível global ou nacional, foram utilizadas para os grupos de aves,<br />

mamíferos e para a flora.<br />

3.3.5.1 Anfíbios<br />

Para o grupo <strong>do</strong>s anfíbios, a Área 3 - Lagoa Encantada apresentou o maior<br />

número de espécies endêmicas da Mata Atlântica, seguida pela Área 4 - Serras de Inema<br />

e Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> (Figura 19). Na Área 3 - Lagoa Encantada também foram<br />

registra<strong>do</strong>s o maior número de espécies que não foram encontradas nas outras áreas (7<br />

espécies), entre elas espécies endêmicas, <strong>do</strong> sul da Bahia e da Mata Atlântica<br />

(Agalychnis aspera, Aplastodiscus sibilatus, Dendropsophus bipunctatus, Hypsiboas<br />

semilineatus, Phyllomedusa rohdei) que contribuíram para esse resulta<strong>do</strong>. No entanto, é<br />

importante ressaltar que consideran<strong>do</strong> uma avaliação ecológica rápida, todas as áreas<br />

apresentaram uma grande diversidade e endemismo de espécies.<br />

Núm. de espécies endêmicas da MA<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Area 1 Area 2 Area 3 Area 4<br />

Figura 19. Espécies endêmicas da Mata Atlântica da anurofauna registradas nas áreas amostradas da<br />

BHRA.<br />

3.3.5.2 Aves<br />

O grupo das aves foi o que apresentou maior diferença entre os números de<br />

espécies endêmicas da Mata Atlântica e ameaçadas de extinção, principalmente com<br />

relação à Área 4 - Serras de Inema (Figuras 20 e 21). Como explica<strong>do</strong> anteriormente no<br />

item <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, esse fato pode estar associa<strong>do</strong> às condições externas <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de<br />

amostragem, o que resultou em um baixo número de registros em geral, que se reflete na<br />

quantificação das espécies endêmicas e ameaçadas.<br />

Núm. de espécies ameaçadas<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Area 1 Area 2 Area 3 Area 4<br />

Figura 20. Espécies de aves ameaçadas de extinção registradas nas áreas amostradas da BHRA.<br />

30


[Digite texto]<br />

Núm. de espécies endêmicas da MA<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Area 1 Area 2 Area 3 Area 4<br />

Figura 21. Espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica registradas nas áreas amostradas da BHRA.<br />

3.3.5.3 Mamíferos<br />

A fauna de mamíferos que se encontra ameaçada de extinção foi bem parecida<br />

dentre as quatro áreas amostradas (Figura 22). Apesar de diferenças na composição de<br />

espécies, o número final de espécies ameaçadas foi inferior apenas na Área 3 - Lagoa<br />

Encantada.<br />

Núm. espécies ameaçadas<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Area 1 Area 2 Area 3 Area 4<br />

Figura 22. Espécies de mamíferos ameaça<strong>do</strong>s de extinção registradas nas áreas amostradas da BHRA.<br />

3.3.5.4 Flora<br />

A Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada foi a que apresentou um maior<br />

número de espécies da flora ameaçadas de extinção, sen<strong>do</strong> que cinco dentre as seis<br />

registradas no estu<strong>do</strong> foram encontradas nessa área, seguida pela Área 4 - Serras de<br />

Inema (Figura 23).<br />

Núm. de espécies ameaçadas<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4<br />

Figura 23. Espécies da flora ameaçadas de extinção registradas nas áreas amostradas da BHRA.<br />

Com relação às espécies endêmicas da Bahia e Espírito Santo (segun<strong>do</strong><br />

THOMAS et al., 2003), a Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada apresentou o maior<br />

número, sen<strong>do</strong> que 17 das 29 espécies endêmicas registradas ocorreram nesta área,<br />

seguida pela Área 4 - Serras de Inema (Figura 24).<br />

31


[Digite texto]<br />

Núm. de espécies endêmicas<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4<br />

Figura 24. Espécies da flora endêmicas da Bahia e Espírito Santo registradas nas áreas amostradas da<br />

BHRA.<br />

3.3.6 Serviços ambientais das áreas<br />

Alguns serviços ambientais podem ser identifica<strong>do</strong>s nas quatro áreas selecionadas<br />

para a criação de unidades de conservação de proteção integral na Bacia Hidrográfica <strong>do</strong><br />

Rio Almada (BHRA), consideran<strong>do</strong> que estas possuem coberturas florestais nativas<br />

representativas que funcionam como habitats faunísticos e estão localizadas em uma<br />

região de fornecimento de água para sedes municipais, distritos e comunidades locais.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, realizou-se uma descrição de alguns <strong>do</strong>s serviços ambientais<br />

identifica<strong>do</strong>s pelas quatro áreas selecionadas: dentre eles: a manutenção da<br />

biodiversidade e das populações vegetais e animais, mediante melhoria nas condições <strong>do</strong><br />

habitat; habitat para poliniza<strong>do</strong>res; proteção <strong>do</strong> solo; e influência das áreas selecionadas<br />

na produção atual de água.<br />

3.3.6.1 Manutenção da biodiversidade<br />

Os estu<strong>do</strong>s de fauna e flora confirmaram o status de áreas prioritárias para a<br />

conservação (MMA, 2007) das quatro áreas selecionadas como potenciais para a criação<br />

de unidades de conservação e manutenção da biodiversidade. Os resulta<strong>do</strong>s a seguir se<br />

referem a estes estu<strong>do</strong>s fazen<strong>do</strong> um comparativo entre as quatro áreas.<br />

As quatro áreas investigadas juntas abrigam uma grande diversidade de anfíbios<br />

anuros. Foi registra<strong>do</strong> um total de 58 espécies, distribuídas em 11 famílias. A Área 3 -<br />

Lagoa Encantada, apresentou o maior número de espécies endêmicas da Mata Atlântica,<br />

seguida pela Área 4 - Serras de Inema e Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>. Na Área 3 - Lagoa<br />

Encantada também foram registra<strong>do</strong>s o maior número de espécies que não foram<br />

encontradas nas outras áreas (7 espécies), entre elas espécies endêmicas, <strong>do</strong> sul da<br />

Bahia e da Mata Atlântica.<br />

Para o grupo das aves se considerarem as quatro áreas amostradas, foram<br />

registradas 244 espécies. Foi o grupo que apresentou maior diferença entre os números<br />

de espécies endêmicas da Mata Atlântica e ameaçadas de extinção, principalmente com<br />

relação à Área 4 - Serras de Inema. Esse fato pode estar associa<strong>do</strong> às condições<br />

externas <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de amostragem, o que resultou em um baixo número de registros em<br />

geral, que se reflete na quantificação das espécies endêmicas e ameaçadas.<br />

Com relação aos mamíferos foram registradas 31 espécies terrestres de médio e<br />

grande porte e de maneira geral as quatro áreas amostradas apresentaram números<br />

semelhantes de espécies de mamíferos de médio e grande portes. A Área 4 - Serras de<br />

Inema apresentou o maior número, com 30 espécies, seguida da Área 1 - Serras das<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada com 29, e depois das áreas 3 e 4, com 28 espécies cada. Dentre<br />

32


[Digite texto]<br />

as espécies registradas, vale destacar a ocorrência de nove espécies ameaçadas de<br />

extinção, incluídas na Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção, e destas, seis<br />

encontram-se ameaçadas globalmente.<br />

Nos estu<strong>do</strong>s florísticos foram mensura<strong>do</strong>s 1.334 indivíduos, distribuí<strong>do</strong>s em 309<br />

espécies e 57 famílias engloban<strong>do</strong> as quatro áreas. A Área 1 teve o total de 449<br />

indivíduos em 0,2 ha, e foram registradas 165 espécies e 46 famílias. Esta se destacou<br />

com relação às outras áreas onde apresentou o maior número de espécies raras e<br />

ameaçadas de extinção com cinco registros. Além disso, a sua proteção garante a<br />

conservação de grande parte da diversidade arbóreo-arbustiva das outras três áreas<br />

estudadas, já que a mesma apresentou a maior similaridade florística (representan<strong>do</strong> de<br />

39 a 45% das espécies das outras áreas).<br />

3.3.6.2 Abrigo para poliniza<strong>do</strong>res<br />

Muitas iniciativas estão sen<strong>do</strong> desenvolvidas sobre biodiversidade agrícola<br />

visan<strong>do</strong> promover a ação mundial coordenada para monitorar o declínio de poliniza<strong>do</strong>res,<br />

sua causa e seu impacto sobre os serviços de polinização; avaliar o valor econômico da<br />

polinização e o impacto econômico <strong>do</strong> declínio <strong>do</strong>s serviços de polinização; e promover a<br />

conservação, a restauração e o uso sustentável da diversidade de poliniza<strong>do</strong>res na<br />

agricultura e ecossistemas relaciona<strong>do</strong>s (MMA, 2007).<br />

Dentro deste contexto, é necessário promover a conservação e a diversidade de<br />

poliniza<strong>do</strong>res nativos, além de conservar e restaurar as áreas naturais necessárias para<br />

aperfeiçoar os serviços <strong>do</strong>s poliniza<strong>do</strong>res em ecossistemas agrícolas e em outros<br />

ecossistemas terrestres. A Ceplac desenvolve pesquisas com Meliponas (abelhas<br />

nativas) da Mata Atlântica que demonstram um valor agrega<strong>do</strong> ao mel cinco vezes<br />

superior ao das abelhas com ferrão. A criação de unidades de conservação nas quatro<br />

áreas selecionadas podem favorecer iniciativas para o desenvolvimento da<br />

Meliponicultura nas propriedades de entorno, consideran<strong>do</strong> a o percentual de cobertura<br />

florestal na nativa. A maior de todas as áreas, a Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

tem cobertura de 48,00%, ou 4.626 hectares. Quan<strong>do</strong> somadas as formações florestais<br />

nativas com as áreas de vegetação secundária, chega-se a 52% de cobertura florestal.<br />

Para o cacau, a principal cultura agrícola encontrada no entorno das quatro áreas<br />

selecionadas, abre-se espaço para reflexões. Embora sejam incipientes as pesquisas<br />

sobre a importância das áreas de florestas como abrigo para poliniza<strong>do</strong>res de cacaueiros,<br />

as especificidades desta cultura nos remete a algumas indagações.<br />

As flores <strong>do</strong> cacaueiro apresentam caracteres estruturais que limitam sua<br />

polinização quase que exclusivamente a insetos, apesar de hermafroditas e homógamas<br />

(flores que amadurecerem ao mesmo tempo, o que possibilita a autofecundação). Os<br />

principais agentes poliniza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> cacaueiro são constituí<strong>do</strong>s por um pequeno grupo de<br />

insetos, da família Ceratopogonidae, gênero Forcipomya. A sincronização entre os<br />

perío<strong>do</strong>s de floração intensa e o perío<strong>do</strong> de maior população de adultos<br />

Forcipomya é que permitirá o maior ou menor sucesso no processo reprodutivo <strong>do</strong><br />

cacaueiro. Um <strong>do</strong>s locais onde estes insetos se reproduzem são as bromeliáceas,<br />

muito encontra<strong>do</strong> em florestas nativas, portanto a criação de unidades de<br />

conservação podem favorecer a polinização <strong>do</strong>s cacaueiros.<br />

33


[Digite texto]<br />

3.3.6.3 Proteção <strong>do</strong> solo<br />

Um aspecto importante observa<strong>do</strong> na Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

são os atuais usos da terra que protegem o solo contra a erosão. Cerca de 70% desta<br />

área foi classificada como um índice Médio de fragilidade ambiental. O atributo<br />

determinante para classificação da fragilidade ambiental nesta área foram os usos da<br />

terra Lavoura Permanente de Cacau e Vegetação de Floresta em suas diferentes classes<br />

de regeneração, promoven<strong>do</strong> a proteção principalmente <strong>do</strong>s Argissolos e Chernossolos.<br />

Mesmo com uma cobertura vegetal protetora, o índice de fragilidade ambiental foi<br />

classifica<strong>do</strong> como Médio da<strong>do</strong> às características <strong>do</strong> relevo movimenta<strong>do</strong> da região.<br />

No que se refere à proteção <strong>do</strong> solo na Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, os índices<br />

de fragilidade ambiental se assemelham a Área 1 - Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada.<br />

Cerca de 70,8% da área possui um índice de fragilidade ambiental médio e pre<strong>do</strong>minam<br />

Argissolos cobertos pelos usos da terra Floresta em diferentes estádios de regeneração e<br />

Lavouras Permanentes de Cacau, que promovem uma eficiente cobertura <strong>do</strong> solo.<br />

Entretanto fica o alerta para restrições em possíveis alterações no uso da terra destas<br />

áreas.<br />

Diferente das demais áreas, a Área 3 <strong>–</strong> Lagoa Encantada possui um relevo suave<br />

ondula<strong>do</strong> associa<strong>do</strong> ao pre<strong>do</strong>mínio da vegetação natural Floresta e Latossolos, o que<br />

possibilita uma menor propensão a erosão e solos mais protegi<strong>do</strong>s. O Índice de<br />

Fragilidade Ambiental é classifica<strong>do</strong> como Baixo, corresponden<strong>do</strong> a 77,5% da área, ou<br />

6.049,53 ha.<br />

Da mesma forma que as Áreas 1 e 2, pre<strong>do</strong>minou na Área 4, o Índice de<br />

Fragilidade Ambiental médio, representan<strong>do</strong> 69,34% da área. A lavoura <strong>do</strong> cacau que<br />

circunda as serras e Florestas em diferentes estádios de desenvolvimento (topo das<br />

serra) promove a proteção <strong>do</strong> solo. Entretanto, por se tratar de uma área com relevo<br />

movimenta<strong>do</strong> e pre<strong>do</strong>mínio de Argissolos, a cobertura <strong>do</strong> solo não possibilitou índices<br />

mais baixos de fragilidade ambiental.<br />

3.3.6.4 Influência na produção de água<br />

Quanto à captação de água na BHRA, existem muitos pontos de captação de água<br />

em propriedades rurais, comunidades, distritos e nas sedes municipais. Na Figura 25 são<br />

apresenta<strong>do</strong>s os principais pontos de captação de água e estações de tratamento de<br />

água, forneci<strong>do</strong>s pela Embasa.<br />

O relevo movimenta<strong>do</strong> da Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada exige atenção<br />

para a sua conservação no que se refere aos recursos hídricos. Trata-se de uma área rica<br />

em nascentes que interfere nas três principais bacias regionais: Almada, Cachoeira e<br />

Gongogi. Parte da Área 1 engloba a região das nascentes <strong>do</strong> Rio Almada e também<br />

engloba afluentes <strong>do</strong> Rio Salga<strong>do</strong>, que faz parte <strong>do</strong> complexo das bacias hidrográficas<br />

<strong>do</strong>s rios Cachoeira e Gongogi na região de Itamutinga, ao norte da cidade de Almadina. A<br />

Área 1 contribui diretamente para a captação de água nos municípios de Almadina e<br />

Coaraci.<br />

A Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> esta área está totalmente localizada dentro <strong>do</strong>s<br />

limites da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada também e se destaca por apresentar<br />

afloramento rochoso. Trata-se de uma importante área de nascentes <strong>do</strong>s afluentes <strong>do</strong> Rio<br />

Almada no terço superior de sua bacia e alimenta a captação de água <strong>do</strong> município de<br />

Coaraci.<br />

34


[Digite texto]<br />

Figura 25. Estações de tratamento de água e principais pontos de captação de água pela Embasa na região<br />

da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada.<br />

3.3.6.5 Sequestro de carbono<br />

O conceito de sequestro de carbono foi consagra<strong>do</strong> pela Conferência de Kyoto,<br />

em 1997, a fim de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera, visan<strong>do</strong> à<br />

diminuição <strong>do</strong> efeito estufa. A conservação de estoques de carbono nos solos, a<br />

preservação de florestas nativas, a implantação de florestas e sistemas agroflorestais e a<br />

recuperação de áreas degradadas são algumas ações que contribuem para a redução da<br />

concentração <strong>do</strong> CO2 na atmosfera.<br />

Dentre as medidas propostas acima para o sequestro e manutenção <strong>do</strong>s estoques<br />

de carbono, o solo tem papel fundamental, pois, ele é a maior reserva de carbono em<br />

sistemas terrestres, conten<strong>do</strong> aproximadamente 2.500 Pentagramas (Pg ou bilhões de<br />

toneladas), menor apenas <strong>do</strong> que os oceanos. Isto pode ser observa<strong>do</strong> nos da<strong>do</strong>s<br />

apresenta<strong>do</strong>s pela EMBRAPA sobre os estoques de carbono em diferentes<br />

compartimentos <strong>do</strong> planeta. Segun<strong>do</strong> essa instituição o estoque de carbono está<br />

distribuí<strong>do</strong> da seguinte forma: atmosfera 760 Pg; vegetação 620 Pg; solos 2.500 Pg e<br />

oceanos 38.000 Pg (EMPRAPA, 2004).<br />

Além disso, de acor<strong>do</strong> com MARKEWICH and BUELL (2007), o solo é o<br />

reservatório terrestre mais estável para estoque de carbono, através <strong>do</strong> qual <strong>do</strong> homem<br />

pode interferir diretamente, diminuin<strong>do</strong> as concentrações <strong>do</strong>s gases de efeito estufa e<br />

mitigan<strong>do</strong> os impactos correlaciona<strong>do</strong>s ao aquecimento global.<br />

35


[Digite texto]<br />

Trabalhos com o de MARKEWICH and BUELL (2007), que elaboraram mapas nas<br />

escalas nacionais, regionais e locais <strong>do</strong>s estoques de carbono nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s; de<br />

BERNOUX et al. (2002) que estimaram e espacializaram o estoque de carbono da<br />

interação solo-vegetação no Brasil, tem contribuí<strong>do</strong> para o conhecimento científico e de<br />

base para novas pesquisas sobre o carbono <strong>do</strong> solo.<br />

Dentre os ambientes brasileiros com solos ricos em estoque de carbono, está a<br />

Região Cacaueira da Bahia conserva<strong>do</strong>ra da parcela mais significativa <strong>do</strong> bioma Mata<br />

Atlântica brasileira, apresentan<strong>do</strong> uma grande riqueza de espécies da fauna e flora, e<br />

considerada por diversos estudiosos como um <strong>do</strong>s principais centros de endemismo da<br />

Mata Atlântica. Somada a essa importância ecológica, a diversidade de classes de solos<br />

ai encontradas onde há um pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> cultivo <strong>do</strong> cacau, cultura conserva<strong>do</strong>ra e<br />

acumula<strong>do</strong>ra de carbono no solo reforça a importância da Região Cacaueira no sequestro<br />

de carbono. Trabalho realiza<strong>do</strong> por COTTA et al. (2010), relata que um consórcio<br />

seringueira-cacau apresentou capacidade para estocagem de carbono, poden<strong>do</strong> trazer<br />

grandes contribuições para a redução <strong>do</strong>s gases de efeito estufa na atmosfera, e isso o<br />

credencia como atividade promissora na geração de projetos candidatos ao recebimento<br />

de créditos de carbono.<br />

3.4 Caracterização da estrutura fundiária<br />

3.4.1 Caracterização da estrutura fundiária da Área 1 - Serras das Nascentes<br />

<strong>do</strong> Almada<br />

Na Área 1, foram identifica<strong>do</strong>s 227 imóveis <strong>do</strong>s quais, 208 cobrem o tamanho da<br />

área. Estima-se que 5% <strong>do</strong>s imóveis não foram identifica<strong>do</strong>s em razão da ausência de<br />

mora<strong>do</strong>res e o desconhecimento por parte <strong>do</strong>s vizinhos, ou por não localizar os<br />

proprietários ou administra<strong>do</strong>res. A Figura 26 demonstra que em Floresta Azul concentrase<br />

o maior número de imóveis (39,42%), entretanto, é em Almadina que há a maior<br />

quantidade de hectares (47,32%).<br />

Figura 26. Distribuição <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 1 (%).<br />

A Figura 27 mostra que a Área 1- Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada caracteriza-se<br />

por possuir imóveis com tamanho entre 20 e 80 ha, apresentan<strong>do</strong> 39,42% <strong>do</strong> total.<br />

36


[Digite texto]<br />

A estratificação <strong>do</strong>s imóveis rurais em minifúndio, pequena, média e grande<br />

propriedades baseia-se nas definições usadas pelo Instituto Nacional de Colonização e<br />

Reforma Agrária (Incra), que estabelece como referência o módulo fiscal. O módulo fiscal<br />

consiste numa unidade de medida, expressa em hectare, fixada para cada município<br />

(Incra, 2002). O minifúndio possui um tamanho de até um módulo fiscal, a pequena<br />

propriedade compreende o tamanho de 1 a 4 módulos fiscais, a média propriedade tem<br />

tamanho de 4 e 15 módulos, e a grande propriedade uma área superior a 15 módulos<br />

fiscais. Nos municípios de abrangência deste estu<strong>do</strong> o módulo fiscal corresponde a 20 ha.<br />

Figura 27. Estratificação <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 1 (%).<br />

Figura 28. Tamanhos mínimo, médio e máximo <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 1 (ha).<br />

Observa-se na Figura 28 que os tamanhos <strong>do</strong>s imóveis identifica<strong>do</strong>s na Área 1,<br />

variam de 1,5 (mínimo) a 560 ha (máximo). Nota-se que o tamanho mínimo identifica<strong>do</strong><br />

nos imóveis rurais, equivale a 7,5% <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> módulo fiscal da região. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, o tamanho máximo encontra<strong>do</strong>, equivale a 28 módulos fiscais.<br />

37


[Digite texto]<br />

Observa-se na Tabela 8 o levantamento cartorário demonstra que das 208<br />

propriedades existentes na Área 1, apenas 48,5%, ou seja, 101 propriedades possuem<br />

registro cartorário nos referi<strong>do</strong>s cartórios pesquisa<strong>do</strong>s. Das 101 propriedades registradas,<br />

76,2% possuem título de posse de propriedade, 14,8% demonstraram ter apenas a<br />

escritura, sem título de posse cedi<strong>do</strong> pelo Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e 4,95% das propriedades<br />

demonstraram possuir título de posse de apenas uma parcela da propriedade<br />

Tabela 8 <strong>–</strong> Relação entre as informações sobre terras tituladas levantadas em campo e o<br />

levantamento cartorial realiza<strong>do</strong> nas Comarcas de Ibicaraí e de Coaraci, janeiro a maio de 2011 -<br />

Área 1.<br />

Área 1 Levantamento<br />

em campo<br />

%(levantamento em<br />

campo)<br />

Levantamento em<br />

cartório<br />

%(levantamento em<br />

cartório)<br />

Terras tituladas 192 92,31 77 76,24<br />

Terras <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> 1 0,48 15 14,85<br />

Terras tituladas e<br />

terras <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

- - 5 4,95<br />

NI 15 7,21 4 3,96<br />

TOTAL 208 100 101 100<br />

A Figura 29 exibe duas informações levantadas na pesquisa: dependência<br />

econômica exclusiva e intenção de venda <strong>do</strong> imóvel. Os da<strong>do</strong>s mostraram que 80,18%<br />

<strong>do</strong>s proprietários não obtêm seus rendimentos exclusivamente das receitas geradas em<br />

seus imóveis, contra 19,82% que afirmaram ter a dependência econômica integral das<br />

receitas geradas em seus imóveis. Quanto à intenção de venda de seus imóveis, 73,13%<br />

<strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s manifestaram uma resposta negativa, contra 26,87% que aventaram a<br />

intenção de venda.<br />

Figura 29. Dependência econômica e intenção de venda <strong>do</strong>s imóveis verifica<strong>do</strong>s na Área 1, entre dezembro<br />

de 2010 e janeiro de 2011.<br />

3.4.2 Caracterização da estrutura fundiária da Área 2 - Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

Dos 106 imóveis visita<strong>do</strong>s na Área 2, seis não apresentaram informações sobre<br />

tamanho da área. Para os 100 imóveis foram identifica<strong>do</strong>s 4.922,48 ha geran<strong>do</strong> um<br />

38


[Digite texto]<br />

tamanho médio de 49,22 ha, caracterizan<strong>do</strong> a área como pre<strong>do</strong>minantemente composta<br />

por pequenas propriedades. Na Figura 30, verifica-se que a maior área em hectares e<br />

quantidade de imóveis localizam-se no município de Coaraci.<br />

Figura 30. Distribuição <strong>do</strong>s imóveis levanta<strong>do</strong>s por município na Área 2 (%).<br />

Consideran<strong>do</strong> a quantidade de imóveis, pode-se afirmar que a Área 2 caracterizase<br />

por ter a pequena propriedade (44%) como a principal estratificação (Figura 31).<br />

Analisan<strong>do</strong> a estratificação por município de acor<strong>do</strong> com a quantidade de hectares,<br />

observa-se que, no município de Almadina, pre<strong>do</strong>mina o minifúndio, a pequena<br />

propriedade e a média propriedade. Em Coaraci pre<strong>do</strong>mina a grande propriedade<br />

representada por <strong>do</strong>is imóveis.<br />

Figura 31. Estratificação <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 2 (%).<br />

A Figura 32 mostra os tamanhos mínimos, médios e máximos <strong>do</strong>s imóveis<br />

identifica<strong>do</strong>s na Área 2. Observa-se que o tamanho <strong>do</strong>s imóveis variam de 3 (mínimo) a<br />

400 ha (máximo), o que leva a afirmativa de que o tamanho mínimo identifica<strong>do</strong> nos<br />

39


[Digite texto]<br />

imóveis rurais, equivale a 15% <strong>do</strong> tamanho de um módulo fiscal da região e o tamanho<br />

máximo encontra<strong>do</strong>, equivale a 20 módulos fiscais.<br />

Figura 32. Tamanhos mínimo, médio e máximo <strong>do</strong>s imóveis rurais na Área 2 (ha).<br />

O levantamento cartorário demonstrou que das 106 propriedades existentes na<br />

Área 2, 47,2% ou seja, 50 propriedades possuem registro cartorário no referi<strong>do</strong> cartório<br />

pesquisa<strong>do</strong>. Das 50 propriedades registradas, 80% possuem título de posse de<br />

propriedade, 8% demonstraram ter apenas a escritura, sem título de posse cedi<strong>do</strong> pelo<br />

Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e 2% das propriedades demonstraram possuir título de posse de<br />

apenas uma parcela da propriedade (Tabela 9).<br />

Tabela 9 <strong>–</strong> Relação entre as informações sobre terras tituladas levantadas em campo e o<br />

levantamento cartorial realiza<strong>do</strong> na Comarca de Coaraci, janeiro a maio de 2011 -<br />

Área 2 .<br />

Área 2 Levantamento<br />

%(levantamento em Levantamento em %(levantamento em<br />

em campo<br />

campo)<br />

cartório<br />

cartório)<br />

Terras tituladas 90 84,91 40 80<br />

Terras <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> 10 9,43 4 8<br />

Terras tituladas e<br />

terras <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

- - 2 4<br />

NI 6 5,66 4 8<br />

TOTAL 106 100 50 100<br />

Os resulta<strong>do</strong>s da Área 2 demonstram uma similaridade com a realidade da<br />

estrutura fundiária <strong>do</strong> sul da Bahia, que apresenta uma maior concentração de imóveis<br />

inferiores a quatro módulos fiscais. Situação diferente para as médias e grandes<br />

propriedades. (Figura 33).<br />

40


[Digite texto]<br />

Figura 33. Dependência econômica e intenção de venda <strong>do</strong>s imóveis verifica<strong>do</strong>s na Área 2.<br />

3.5 Caracterização socioeconômica da região sul da Bahia<br />

As quatro áreas selecionadas estão localizadas em cinco municípios da região Sul<br />

da Bahia: Almadina, Coaraci, Floresta Azul, Ibicaraí e Ilhéus. Sen<strong>do</strong> que destes, Floresta<br />

Azul pertence a Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Cachoeira (BHRC) e os demais à Bacia<br />

Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada (BHRA). De acor<strong>do</strong> com o levantamento <strong>do</strong> meio físico, existe<br />

uma pequena porção da Área 1 que contribui com a Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Gongogi<br />

(BHRG). Os municípios a serem analisa<strong>do</strong>s têm as seguintes características:<br />

• Almadina é um município composto de serras típicas da Mata Atlântica e tem<br />

sua economia baseada na produção de pequenos agricultores e um comércio<br />

mediano, contan<strong>do</strong> também com as movimentações financeiras através <strong>do</strong>s<br />

aposenta<strong>do</strong>s e funcionários <strong>do</strong> município. De acor<strong>do</strong> com o IBGE (2010), sua<br />

população atual é de 6.360 habitantes, equivalente a 0,05% da população da<br />

Bahia.<br />

• Coaraci é um município vizinho de Almadina, tem sua economia centrada na<br />

agricultura e no comércio local, contan<strong>do</strong> também com as movimentações<br />

financeiras através <strong>do</strong>s aposenta<strong>do</strong>s e funcionários <strong>do</strong> município. Sua<br />

população atual é de 20.964 habitantes (IBGE, 2010), equivalente a 0,15% da<br />

população da Bahia.<br />

• Floresta Azul, município vizinho de Almadina tem sua economia baseada no<br />

setor agropecuário e movimentações financeiras através <strong>do</strong>s aposenta<strong>do</strong>s e<br />

funcionários <strong>do</strong> município. Sua população é de 10.660 habitantes (IBGE, 2010),<br />

equivalente a 0,08% da população da Bahia.<br />

• Ibicaraí, município vizinho de Floresta Azul, Almadina e Coaraci, tem sua<br />

economia semelhante aos municípios anteriores, ten<strong>do</strong> maior destaque o setor<br />

de serviços. Sua população é de 24.421 habitantes (IBGE, 2010), equivalente a<br />

0,17% da população da Bahia.<br />

41


[Digite texto]<br />

3.5.1 Análise das atividades econômicas e indica<strong>do</strong>res de renda, educação,<br />

saneamento, saúde, habitação e trabalho<br />

3.5.1.1. Produto Interno Bruto <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s<br />

Dentre os quatro municípios abrangi<strong>do</strong>s pelas áreas selecionadas (Área 1 <strong>–</strong><br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada e Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>), observa-se na Tabela 10 que<br />

to<strong>do</strong>s têm o PIB inferior a 90 milhões de reais. Verifica-se também que os municípios<br />

tiveram variação positiva <strong>do</strong> PIB nos anos de 2006 a 2008, ten<strong>do</strong> 2005, como ano-base<br />

da variação.<br />

Tabela 10 - PIB a preços correntes [3] <strong>do</strong>s municípios da área de estu<strong>do</strong> (mil reais).<br />

Municípios<br />

2005<br />

R$ (mil) %<br />

2006<br />

R$ (mil) %*<br />

2007<br />

2007 %*<br />

2008<br />

R$ (mil) %*<br />

Almadina 16.700 100 19.115 14 21.214 27 23.178 39<br />

Coaraci 71.848 100 67.346 -6 71.217 -1 76.945 7<br />

Floresta Azul 25.961 100 31.289 21 33.838 30 35.509 37<br />

Ibicaraí 65.865 100 73.726 12 78.908 20 81.876 24<br />

Fonte: IBGE, (2010). *Variação com relação ao ano de 2005.<br />

Aprofundan<strong>do</strong> a análise da Tabela 10 associa<strong>do</strong>s a outros da<strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s na<br />

pesquisa, nota-se que apesar <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s possuírem aspectos agrícolas, a<br />

renda gerada por este setor é inferior ao setor de serviços em to<strong>do</strong>s os municípios.<br />

Analisan<strong>do</strong> os municípios de Almadina, Coaraci, Floresta Azul e Ibicaraí, percebe-se que<br />

a renda média gerada no setor agropecuário no perío<strong>do</strong> 2006/2008, gira em torno de 6,5<br />

milhões de reais, enquanto a média <strong>do</strong> setor de serviços foi de 37,36 milhões. No<br />

município de Ilhéus, a renda média <strong>do</strong> setor agropecuário foi de 48,65 milhões<br />

Dentro <strong>do</strong> contexto agropecuário, ao analisar comparar a renda oriunda <strong>do</strong> cacau<br />

e o PIB de cada município no ano de 2008, verifica-se que nos municípios de Almadina e<br />

Floresta Azul, o cacau tem maior participação no PIB local.<br />

Apesar <strong>do</strong> cacau apresentar uma baixa participação nos PIB municipais, persiste<br />

ainda a expectativa de um retorno triunfante <strong>do</strong> produto. É notório que para os pequenos<br />

municípios como é o caso de Almadina, Coaraci, Floresta Azul e Ibicaraí, a economia<br />

baseada na produção <strong>do</strong> cacau é a que se apresentou como mais dinâmica para a região<br />

sul da Bahia.<br />

3.5.1.2 Índices de desenvolvimento econômico, social, humano (IDE, IDS e<br />

IDH) e índice de Gini <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s<br />

Consideran<strong>do</strong> informações levantadas na SEI (2010), observa-se que na<br />

pontuação e o ranking <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s Ilhéus apresentou o melhor IDE - Índice<br />

de Desenvolvimento Econômico (18º dentre os 417 municípios baianos em 2006) e IDS<br />

(23º dentre os 417 municípios baianos em 2006). Por outro la<strong>do</strong>, Almadina apresentava<br />

os piores indica<strong>do</strong>res no ano de 2006.<br />

Foi verifica<strong>do</strong> também o IDH <strong>–</strong> Índice de Desenvolvimento Humano <strong>do</strong>s municípios<br />

analisa<strong>do</strong>s. No caso <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s, verifica-se na Figura 34 que o IDH no ano<br />

de 2000 situou-se na faixa de IDH alto, não destoan<strong>do</strong> muito entre si e perante o Esta<strong>do</strong><br />

[3] PIB calcula<strong>do</strong> no ano em que o produto foi produzi<strong>do</strong> e comercializa<strong>do</strong> sem eliminação <strong>do</strong> efeito da inflação.<br />

42


[Digite texto]<br />

no perío<strong>do</strong> de 1991 e 2000. O município de Ilhéus apresenta IDH superior enquanto que<br />

Almadina apresenta IDH inferior aos demais municípios nos perío<strong>do</strong>s analisa<strong>do</strong>s.<br />

Figura 34. IDH <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s nos anos de 1991 e 2000.<br />

Foi feita também a análise <strong>do</strong> Índice de Gini o qual mensura o grau de<br />

concentração ou desigualdade. Numericamente, varia de "0 a 1", onde o zero<br />

corresponde a completa igualdade de renda e 1 corresponde à completa desigualdade,<br />

isto é, uma só pessoa detém toda riqueza. Nesse senti<strong>do</strong>, observa-se na Figura 35, que<br />

quatro <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s estão mais próximos de zero, enquanto Ilhéus<br />

apresenta um índice situa<strong>do</strong> exatamente na metade (0,5). No to<strong>do</strong>, pode-se afirmar que<br />

os municípios não apresentam grande concentração de renda.<br />

Figura 35. Índice de Gini <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s no ano de 2000.<br />

3.5.1.3 Indica<strong>do</strong>res de trabalho e renda <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s<br />

Os estabelecimentos com empregos formais nos cinco municípios abrangi<strong>do</strong>s<br />

pelos estu<strong>do</strong>s têm o setor comercial como o mais relevante, apresentan<strong>do</strong> 1.449<br />

estabelecimentos, segui<strong>do</strong>s pelo setor de serviços com 1.082, sen<strong>do</strong> a maior quantidade<br />

43


[Digite texto]<br />

desses estabelecimentos situa<strong>do</strong>s no município de Ilhéus. Os números de<br />

estabelecimentos refletem no rendimento médio <strong>do</strong> emprego formal.<br />

Um fato que merece destaque na relação trabalhista observada a partir <strong>do</strong>s<br />

levantamentos de campo nas áreas estudadas é a utilização <strong>do</strong> meeiro, um tipo de<br />

parceiro que paga a sua estadia nas terras com metade <strong>do</strong> que produz. Trata-se de uma<br />

estratégia a<strong>do</strong>tada pelos proprietários para não deixar o imóvel totalmente aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>.<br />

Na maioria das entrevistas essa era a relação trabalhista pre<strong>do</strong>minante. De acor<strong>do</strong> com a<br />

Tabela 11, em torno de 51% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res em todas as áreas analisadas são<br />

meeiros, segui<strong>do</strong>s pelo número de trabalha<strong>do</strong>res com carteira assinada (24,90%) e<br />

empreiteiros (24,12%). Verifica-se também, que a Área 1- Nascentes <strong>do</strong> Almada detém<br />

49,61% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res identifica<strong>do</strong>s em todas as áreas analisadas e a Área 2 <strong>–</strong> Serra<br />

<strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> 33,85%.<br />

Tabela 11 - Trabalha<strong>do</strong>res nas áreas analisadas.<br />

Áreas<br />

Carteira assinada Empreiteiros Meeiros Total<br />

Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %<br />

Área 1 <strong>–</strong> Nascentes <strong>do</strong> Almada 73 57,03 28 22,58 154 58,78 255 49,61<br />

Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> 37 28,91 83 66,94 54 20,61 174 33,85<br />

Área 3 <strong>–</strong> Lagoa Encantada 13 10,16 1 0,81 20 7,63 34 6,61<br />

Área 4 <strong>–</strong>Serras de Inema 5 3,91 12 9,68 34 12,98 51 9,92<br />

TOTAL 128 100 124 100 262 100 514 100<br />

% 24,90 24,12 50,97 100<br />

Fonte: Levantamento de da<strong>do</strong>s<br />

3.5.1.4 Indica<strong>do</strong>res de educação <strong>do</strong>s municípios analisa<strong>do</strong>s<br />

Analisan<strong>do</strong> o nível de educação <strong>do</strong>s cinco municípios, apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 12.<br />

Percebe-se que o município de Coaraci, embora tenha apresenta<strong>do</strong> grande redução no<br />

número de habitantes da zona rural, apresenta a maior quantidade de estabelecimentos<br />

de educação na zona rural.<br />

Tabela 12 - Número de estabelecimentos de ensino no ano de 2009.<br />

Municípios<br />

Rural Urbana<br />

Estadual Municipal Privada Estadual Municipal Privada<br />

Almadina - 8 - 2 7 2<br />

Coaraci - 46 - 4 28 10<br />

Floresta Azul - 24 - 2 17 4<br />

Ibicaraí 2 14 - 8 41 11<br />

Ilhéus 7 40 - 44 62 63<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s elabora<strong>do</strong>s a partir da SEI (2010).<br />

No levantamento de campo foram poucos os estabelecimentos de ensino<br />

identifica<strong>do</strong>s. A maioria não estava em funcionamento em virtude de menor número de<br />

habitantes e também em função da ação municipal que se incumbe de transportar<br />

diariamente os estudantes da zona rural para a urbana.<br />

3.5.1.5 Indica<strong>do</strong>res de saúde nos municípios analisa<strong>do</strong>s<br />

Analisan<strong>do</strong> os aspectos de saúde, verificou-se, que a maioria <strong>do</strong>s cinco municípios<br />

dispõe de leitos hospitalares. A única exceção é o município de Almadina. Verifica-se<br />

também, que o município de Ilhéus dispõe de 2,8 leitos para cada 1.000 habitantes,<br />

44


[Digite texto]<br />

enquanto que Ibicarai dispõe de 1,3 leitos. Porem, não foi encontra<strong>do</strong> nenhum posto de<br />

saúde na zona rural <strong>do</strong>s municípios.<br />

Com relação aos servi<strong>do</strong>res disponíveis na área de saúde, verificou-se com o<br />

levantamento de da<strong>do</strong>s, que os municípios de Coaraci e Ilhéus são os únicos entre os<br />

analisa<strong>do</strong>s que dispõem de atendentes nas zonas rurais, consideran<strong>do</strong> a esfera estadual.<br />

Também se verificou que Almadina e Floresta Azul não dispõem de servi<strong>do</strong>res estaduais<br />

de saúde, caben<strong>do</strong> aos municípios tal responsabilidade.<br />

No que se refere as <strong>do</strong>enças, a de maior destaque no ano de 2009 nos municípios<br />

analisa<strong>do</strong>s foi a dengue, <strong>do</strong>ença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (Tabela 13).<br />

Tabela 13 - Casos de algumas <strong>do</strong>enças notifica<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> município, 2009.<br />

Doenças Almadina Coaraci Floresta Azul Ibicaraí Ilhéus<br />

Aids - - - - 15<br />

Dengue 28 762 810 906 4.331<br />

Esquistossomose 2 33 33 5 -<br />

Hanseníase - 1 - 4 25<br />

Hepatite Viral 1 5 - - 58<br />

Leishmaniose Tegumentar - 9 1 1 64<br />

Meningites - 1 2 - 36<br />

Tuberculose Pulmonar 2 4 3 9 104<br />

Fonte: Levantamento de da<strong>do</strong>s<br />

No levantamento de campo, constatou-se a situação apresentada na tabela<br />

anterior, onde a dengue foi a <strong>do</strong>ença mais comum e com grandes danos nos<br />

entrevista<strong>do</strong>s, pois os impossibilitavam de trabalhar. Quanto à busca de tratamento, a<br />

informação levantada foi que eles procuram o atendimento nos municípios e depois, a<br />

depender da gravidade, eram encaminha<strong>do</strong>s para as cidades de Itabuna e Ilhéus.<br />

3.5.2 Formas de uso e manejo tradicionais utilizads pela população local<br />

A principal forma de manejo <strong>do</strong> solo das áreas analisadas é denominada de<br />

cacau-cabruca que é o sistema de cultivo de cacau sombrea<strong>do</strong> por árvores nativas<br />

da Mata Atlântica. (Figura 36 e 37).<br />

Figura 36. Sistema cacau-cabruca. Figura 37. Plantio de cacau sob copas de árvores.<br />

45


[Digite texto]<br />

Com o levantamento de campo realiza<strong>do</strong> conjuntamente com o levantamento<br />

fundiário, foi possível verificar os tipos de usos da terra específicos em cada área<br />

analisada. Na Área 1 denominada de Serras das Nascentes <strong>do</strong> Rio Almada, situada nos<br />

municípios de Almadina, Floresta Azul e Ibicaraí, os principais usos da terra são: cacau<br />

juntamente com pecuária [4] (25% de 208 imóveis); cacau (22%); e cacau com banana<br />

(12%) como demonstra a Figura 38. Apesar da crise, o cacau continua sen<strong>do</strong> a principal<br />

forma de uso <strong>do</strong> solo seja isoladamente ou em conjunto com outras atividades<br />

econômicas.<br />

Figura 38. Usos da terra identifica<strong>do</strong>s na Área 1 (%).<br />

Na Área 2 denominada de Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, situada nos municípios de<br />

Almadina e Coaraci, os principais usos da terra identifica<strong>do</strong>s foram: cacau juntamente<br />

com pecuária (45% de 100 imóveis); cacau (7%); e pecuária e cacau (12%) como<br />

demonstra a Figura 39.<br />

[4] A primeira que aparece no texto é a mais relevante para o agricultor.<br />

46


[Digite texto]<br />

Figura 39. Usos da terra identifica<strong>do</strong>s na Área 2 (%).<br />

3.5.3 Existência de famílias ou comunidades que usufruem da área na<br />

obtenção de bens e/ou produtos para seu sustento<br />

No levantamento de campo, verificou-se que a maioria entrevistada, tem outras<br />

fontes de renda, não dependen<strong>do</strong> exclusivamente <strong>do</strong> imóvel como demonstra a Figura 40.<br />

Figura 40. Dependência econômica exclusiva da propriedade (%).<br />

Os da<strong>do</strong>s demosntram que existem cerca de 514 famílias distribuídas nas quatro<br />

áreas analisadas que usufruem das áreas para o sustento das famílias. Verifica-se que a<br />

Área 1, detém 49,61% <strong>do</strong> número de trabalha<strong>do</strong>res segui<strong>do</strong> pela Área 2 com 33,85%.<br />

3.5.4 Análise das oportunidades de uso público<br />

Ampliar o grau de proteção por meio da criação de unidade(s) de proteção integral<br />

nas Áreas 1- Nascentes <strong>do</strong> Almada, Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, ou Área 3 <strong>–</strong> Lagoa<br />

Encantada, contribuirá diretamente com a conservação da Lagoa Encantada<br />

consideran<strong>do</strong> a manutenção <strong>do</strong> fluxo de recursos hídricos que abastecem a lagoa.<br />

Na Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, além <strong>do</strong>s atributos florestais, apresenta atrativos<br />

singulares de beleza cênica. Na Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, os paredões rochosos despontam<br />

como oportunidade de visitação pública de contemplação e religiosa. A criação da UC na<br />

Área 2 contribuirá diretamente com a conservação de parte da história regional, pois uma<br />

equipe de alunos <strong>do</strong> Departamento de Letras da Universidade Estadual de Santa Cruz,<br />

sob a liderança <strong>do</strong> professor Guilherme Albagli, encontraram ex-votos [5] em argila crua e<br />

queimada (Figuras 41 e 42) numa fenda rochosa no topo da Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>,<br />

revelan<strong>do</strong> a existência de um antigo santuário natural em meio à vegetação, que remonta<br />

ao perío<strong>do</strong> de desbravamento das terras <strong>do</strong> Sul da Bahia para a implantação da<br />

cacauicultura.<br />

[5] O termo ex-voto origina-se <strong>do</strong> latim ex-voto suscepto, isto é, “por força de uma promessa” ou “o voto realiza<strong>do</strong>”. Os exvotos<br />

podem ser “um quadro, pintura, objeto, escultura em cera ou madeira, muitas vezes representan<strong>do</strong> partes <strong>do</strong> corpo<br />

com cura atribuída ao milagre.<br />

47


[Digite texto]<br />

Figura 41. Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> em Almadina.<br />

Fonte: UESC (2010).<br />

Figura 42. Equipe da UESC analisan<strong>do</strong> as artes<br />

sacras. Fonte: UESC (2010).<br />

3.6. Oficinas técnicas e definição das áreas e categorias de unidades de<br />

conservação de proteção integral<br />

Após a conclusão <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s técnicos que abrangeram as Área 1 <strong>–</strong> Serra das<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada, Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, Área 3 <strong>–</strong> Lagoa Encantada e Área 4 <strong>–</strong><br />

Serras de Inema aconteceram oficinas técnicas em maio e setembro de 2012 para a<br />

apresentação <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s técnicos, definição das áreas selecionadas e categorias de<br />

unidades de conservação de proteção integral.<br />

A síntese <strong>do</strong>s aspectos importantes que contribuíram nas oficinas e reuniões técnicas<br />

para a definição das áreas e categorias de unidades de conservação de proteção integral na<br />

BHRA será elencada nos parágrafos seguintes.<br />

Conforme resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s no Mapeamento da Cobertura e Uso da Terra<br />

das áreas selecionadas para criação de unidade conservação, a Área 3 -Lagoa<br />

Encantada é a que apresenta - em valores absolutos - a maior cobertura florestal. Por sua<br />

vez, as formações florestais encontradas na Área 3 - de Terras Baixas e Submontana - já<br />

estão representadas na maioria das unidades de conservação existentes na região:<br />

Parque Estadual da Serra <strong>do</strong> Conduru, Parque Municipal da Boa Esperança, Reserva<br />

Biológica de Una, Refúgio de Vida Silvestre de Una e em Reservas Particulares <strong>do</strong><br />

Patrimônio Natural - RPPN da região cacaueira.<br />

Especialmente, as Áreas 1 <strong>–</strong> Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada e a Área 2 <strong>–</strong> Serra<br />

<strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> destacam-se entre as outras por apresentar na sua composição florestal o<br />

tipo Ombrófila Densa Montana, classe pouco resguardada em unidades de conservação<br />

regionais. Ressalta-se que a Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e a Área 3 -Lagoa Encantada<br />

apresentam atrativos singulares de beleza cênica. Na Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>, os paredões<br />

rochosos despontam como oportunidade de visitação pública de contemplação e religiosa,<br />

enquanto na Lagoa Encantada, a beleza <strong>do</strong> lago, a vegetação aluvial e cachoeiras que a<br />

circundam <strong>do</strong>tam a área para atividades ecoturísticas.<br />

Dentre os mais varia<strong>do</strong>s serviços ambientais proporciona<strong>do</strong>s destaca-se a<br />

influência das áreas estudadas na produção de água. São muitos os pontos de captação<br />

de água em propriedades rurais, comunidades, distritos de sedes municipais.<br />

48


[Digite texto]<br />

O relevo movimenta<strong>do</strong> da Área 1- Serra das Nascentes <strong>do</strong> Almada exige atenção,<br />

pois trata-se de uma área rica em nascentes que interfere nas três principais bacias<br />

regionais: Almada, Cachoeira e Gongogi. Parte desta área engloba a região das<br />

nascentes <strong>do</strong> Rio Almada e também engloba afluentes <strong>do</strong> Rio Salga<strong>do</strong>, que faz parte <strong>do</strong><br />

complexo das bacias hidrográficas <strong>do</strong>s rios Cachoeira e Gongogi na região de Itamutinga,<br />

ao norte da cidade de Almadina. A Área 1 contribui diretamente para a captação de água<br />

nos municípios de Almadina e Coaraci.<br />

A Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> que está totalmente localizada dentro <strong>do</strong>s limites<br />

da Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada trata-se de uma importante área de nascentes <strong>do</strong>s<br />

afluentes <strong>do</strong> Rio Almada no terço superior de sua bacia e alimenta a captação de água <strong>do</strong><br />

município de Coaraci. A Área 3 <strong>–</strong> Lagoa Encantada está totalmente inserida na Bacia<br />

Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Almada, e abriga as principais nascentes e partes <strong>do</strong>s cursos d’água<br />

que mantém o nível das águas da Lagoa Encantada, um <strong>do</strong>s atrativos turísticos da região.<br />

No que se referem aos estu<strong>do</strong>s da fauna e flora, consideran<strong>do</strong> o esforço amostral<br />

emprega<strong>do</strong>, as quatro áreas estudadas apresentou alta diversidade e riqueza. Em todas<br />

as áreas foram registradas espécies raras e espécies ameaçadas de extinção,<br />

evidencian<strong>do</strong> a importância para a conservação, inclusive podem abrigar espécies ainda<br />

desconhecidas. Por outro la<strong>do</strong> às evidências de ameaça à flora e a fauna, encontradas<br />

nas áreas mostram a necessidade de proteção destas, que podem ter sua biodiversidade<br />

gravemente depauperada, se não houver fiscalização e proteção.<br />

Em termos socioeconômicos e fundiários, dentre as áreas estudadas, a Área 2 -<br />

Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> apresentou as melhores características para criação de uma unidade<br />

de conservação de proteção integral com a desapropriação das propriedades particulares<br />

localizadas no seu interior. Embora a Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> possua uma área de<br />

aproximadamente 2.000 ha a recomendação da criação de um parque estadual justificase<br />

pelo conhecimento da categoria junto a sociedade local, por apresentar formações<br />

florestais originais em 57% da sua área, bem como as formações rochosas de expressiva<br />

beleza cênica. Consideran<strong>do</strong> os expressivos remanescentes localiza<strong>do</strong>s na Área 1 <strong>–</strong><br />

Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada, buscou-se integrar a proposta <strong>do</strong> parque estadual que<br />

também englobasse parte desta área.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, a proposta denominada Parque Estadual das Serras das<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> (Figura 43) totaliza 4.221 hectares e<br />

abrange os municípios de Almadina, Coaraci e Ibicaraí. Destes, 2.065 hectares estão<br />

localiza<strong>do</strong>s na Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> com 20 sedes de propriedades dentro <strong>do</strong> seu<br />

perímetro, e 2.356 hectares na Serra das Nascentes <strong>do</strong> Almada com 4 sedes de<br />

propriedades dentro <strong>do</strong> perímetro. Outras 129 propriedades estão localizadas no entorno<br />

consideran<strong>do</strong> um perímetro de 1 km a partir <strong>do</strong> limite da área proposta.<br />

Para resguardar o restante <strong>do</strong> patrimônio natural localiza<strong>do</strong> na Serra das<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada este <strong>do</strong>cumento propõe a criação <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre das<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada com aproximadamente 13.484 hectares e abrange os municípios<br />

de Almadina, Floresta Azul e Ibicaraí. Estima-se a ocorrência de 149 propriedades<br />

inseridas dentro <strong>do</strong>s limites propostos.<br />

49


8380000<br />

14°40'S<br />

8375000<br />

8370000<br />

14°45'S<br />

8365000<br />

8360000<br />

14°50'S<br />

415000<br />

415000<br />

Situação na APA da Lagoa Encantada<br />

39°40'W<br />

Almadina<br />

39°40'W<br />

39°30'W<br />

Coaraci<br />

39°30'W<br />

IBICUÍ<br />

39°20'W<br />

Itajuípe<br />

39°10'W<br />

39°0'W<br />

14°30'S 14°30'S<br />

14°40'S 14°40'S<br />

Ilhéus<br />

14°50'S 14°50'S<br />

39°20'W<br />

39°10'W<br />

39°0'W<br />

39°45'W<br />

39°45'W<br />

420000<br />

76<br />

77<br />

71<br />

66<br />

420000<br />

LOCALIDADES<br />

Cidade<br />

Vila<br />

Povoa<strong>do</strong><br />

67<br />

68<br />

Propriedade Rural (ha)<br />

0,01 ha - 20 ha<br />

20,01 ha - 80 ha<br />

80,01 ha - 300 ha<br />

LIMITES<br />

>300,01 ha<br />

Municipal<br />

98<br />

104<br />

181<br />

99<br />

106<br />

81<br />

38 63<br />

25<br />

22 72<br />

60<br />

61<br />

23<br />

64<br />

62212<br />

73<br />

215<br />

214<br />

218<br />

160<br />

216<br />

42<br />

217<br />

220<br />

219<br />

FLORESTA AZUL<br />

VIAS DE CIRCULAÇÃO<br />

12<br />

11<br />

27<br />

Estrada pavimentada<br />

Estrada sem pavimentação<br />

ELEMENTOS HIDROGRÁFICOS<br />

196<br />

10<br />

14<br />

425000<br />

13<br />

144<br />

222 221<br />

145<br />

146<br />

135136<br />

147<br />

137<br />

32<br />

34<br />

31<br />

35<br />

69<br />

33<br />

36 37<br />

184 29<br />

15<br />

425000<br />

Curso d'água permanente de margem simples<br />

OUTROS ELEMENTOS<br />

20<br />

17<br />

188<br />

45<br />

44<br />

43 101<br />

140<br />

19<br />

111<br />

39<br />

109<br />

108<br />

1<br />

28<br />

18<br />

26<br />

24<br />

30<br />

125<br />

176<br />

175<br />

168<br />

195<br />

210<br />

PE das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

RVS das Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

Área <strong>do</strong> projeto<br />

74<br />

BA-660<br />

209 208<br />

211<br />

40<br />

112<br />

39°40'W<br />

9<br />

166<br />

169<br />

120<br />

199<br />

49<br />

207<br />

8<br />

165<br />

204<br />

131<br />

119<br />

143<br />

141<br />

142<br />

115<br />

194<br />

39°40'W<br />

50<br />

156<br />

200<br />

107<br />

6<br />

7<br />

110<br />

48<br />

5<br />

21<br />

150<br />

113<br />

430000<br />

206<br />

3<br />

154<br />

83<br />

116<br />

118<br />

4<br />

130<br />

117<br />

139<br />

430000<br />

122<br />

87<br />

ALMADINA<br />

BA-262<br />

123<br />

153<br />

86<br />

85<br />

84<br />

121<br />

102<br />

70<br />

56<br />

55<br />

54<br />

53<br />

89<br />

197<br />

92<br />

58<br />

193 57<br />

75<br />

41<br />

82<br />

96 93<br />

97<br />

132<br />

133<br />

91<br />

88<br />

198<br />

1,5 0,75 0<br />

Escala 1:100.000<br />

1,5 3<br />

Projeção Cartográfica UTM - Zona 24S<br />

Datum Horizontal Córrego Alegre<br />

129<br />

124<br />

FONTES:<br />

Base cartográfica<br />

Elementos Hidrográficos, ro<strong>do</strong>vias e localidades:<br />

- Cartas topográficas, escala 1:100.000, Sudene 1977, folhas Itabuna SD24-Y-B-VI e Ibicaraí SD24-Y-B-V<br />

- Mapa da Divisão Político-Administrativa - Esta<strong>do</strong> da Bahia, escala 1:1.500.000, CEI, 1994.<br />

- Rede Ro<strong>do</strong>viária, Sistema Ro<strong>do</strong>viário Estadual, Derba, 2006.<br />

Malha Municipal:<br />

- Divisão Político-Administrativa <strong>do</strong> Brasil <strong>–</strong> DPA, escala 1:2.500.000, IBGE, 2001<br />

Tema<br />

- Unidades de Conservação Estaduais, Diretoria de Unidades de Conservação e<br />

Biodiversidade, Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia - INEMA, 2011.<br />

km<br />

90<br />

47<br />

46<br />

Rio Almada<br />

183<br />

126<br />

127<br />

190128<br />

203<br />

435000<br />

158<br />

161<br />

180<br />

225<br />

226<br />

435000<br />

Elabora<strong>do</strong> Por:<br />

Data:<br />

Versão:<br />

189<br />

191<br />

173<br />

224<br />

94<br />

Ribeirão Duas Barras<br />

182<br />

227 172<br />

171<br />

152 151<br />

Out/2012<br />

162<br />

164<br />

157<br />

201<br />

163<br />

174<br />

95<br />

39°35'W<br />

39°35'W<br />

159<br />

São Roque<br />

BA-262<br />

Ribeirão Uzura<br />

440000<br />

440000<br />

IBICARAÍ<br />

Ribeirão <strong>do</strong>s Macacos<br />

Rio Almada<br />

Vila Amélia<br />

445000<br />

Bandeira <strong>do</strong><br />

Almada<br />

Ribeirão Pedra Re<strong>do</strong>nda<br />

445000<br />

39°30'W<br />

39°30'W<br />

FERROVIA DA INTEGRAÇÃO OESTE - LESTE (FIOL)<br />

União Queimada<br />

MAPEAMENTO DA COBERTURA E USO DA TERRA DA APA DA LAGOA ENCANTADA<br />

E RIO ALMADA COM IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS POTENCIAIS PARA CRIAÇÃO DE<br />

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL<br />

COARACI<br />

Escala:<br />

450000<br />

R i b e i r ã o P a i a i á<br />

450000<br />

1:100.000<br />

Figura / Página:<br />

Mapa de Localização <strong>do</strong> PE das Nascentes <strong>do</strong> Rio Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e<br />

01<br />

RVS das Nascentes <strong>do</strong> Rio Almada<br />

43 / 50<br />

8380000<br />

14°40'S<br />

8375000<br />

8370000<br />

14°45'S<br />

8365000<br />

8360000<br />

14°50'S<br />

<strong>VALEC</strong>


[Digite texto]<br />

3.7 Análise <strong>do</strong> impacto econômico potencial da criação <strong>do</strong> Parque Estadual<br />

das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Refúgio de Vida<br />

Silvestre Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

Dentre as cinco categorias de unidades de conservação <strong>do</strong> Grupo de Proteção<br />

Integral instituídas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Reserva<br />

Biológica, Parque Nacional (ou Estadual ou Natural Municipal) e Estação Ecológica,<br />

necessariamente terão suas terras desapropriadas após a publicação <strong>do</strong> decreto de<br />

criação. Nas categorias Refúgio de Vida Silvestre e Monumento Natural são permitidas<br />

propriedades particulares sem a necessidade de desapropriação, desde que seja<br />

compatível manejá-las de acor<strong>do</strong> com os objetivos da unidade de conservação.<br />

Com relação ao uso da terra em Refúgios de Vida Silvestre, a publicação<br />

denominada “Roteiro para criação de unidades de conservação municipais” <strong>do</strong> Ministério<br />

<strong>do</strong> Meio Ambiente (2010), esclarece que excepcionalmente, poderão ser permiti<strong>do</strong>s em<br />

áreas contempladas por esta categoria de unidade de conservação, a presença de<br />

espécies exóticas da fauna e da flora (ex. criação de bois e plantação de maçãs), desde<br />

que, implantadas antes da criação da unidade, não atrapalhem o objetivo da UC e<br />

estejam previstas no plano de manejo. Caso o proprietário não concorde ou não deseje se<br />

integrar ao Refúgio, a propriedade será desapropriada pelo poder público na forma da lei.<br />

A criação <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e<br />

criação <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre Nascentes <strong>do</strong> Almada irá interferir de maneira<br />

significativa na vida <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res da região. De acor<strong>do</strong> com a Tabela 14, extraída <strong>do</strong><br />

levantamento de campo, observa-se o número de habitantes em cada área. Foram<br />

identificadas 804 pessoas na Área 1 <strong>–</strong> Serra das Nascentes <strong>do</strong> Almada e 231 pessoas na<br />

Área 2 <strong>–</strong> Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>.<br />

Tabela 14 - Quantidade de pessoas encontradas nas áreas selecionadas.<br />

Área 1<br />

Área 2<br />

Homens, mulheres e Serras das Nascentes <strong>do</strong> Almada Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

crianças<br />

Almadina<br />

Floresta<br />

Azul<br />

Ibicarai Almadina Coaraci<br />

Homens 186 137 67 53 50<br />

Mulheres 89 96 43 32 35<br />

Crianças 53 95 38 30 31<br />

TOTAL 328 328 148 115 116<br />

Fonte: Levantamento de da<strong>do</strong>s<br />

Com a criação <strong>do</strong> parque estadual acontecerá a desapropriação de terras dentro<br />

<strong>do</strong>s seus limites e poderá desencadear um deslocamento <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res da zona rural<br />

rurais para outras localidades. É importante ressaltar que a área São propostos a<br />

desapropriação de 4.221 hectares, sen<strong>do</strong> 2.065 hectares estão localiza<strong>do</strong>s na Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong> com 20 sedes de propriedades dentro <strong>do</strong> seu perímetro, e 2.356 hectares na<br />

Serra das Nascentes <strong>do</strong> Almada com 4 sedes de propriedades dentro <strong>do</strong> perímetro.<br />

Outras 129 propriedades estão localizadas no entorno consideran<strong>do</strong> um perímetro de 1<br />

km a partir <strong>do</strong> limite da área proposta, o que provavelmente ampliará o número de<br />

propriedades que serão desapropriadas.<br />

Embora as áreas particulares dentro <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada particulares não terá a necessidade de desapropriação (desde que seja<br />

compatível manejá-las de acor<strong>do</strong> com os objetivos da unidade de conservação), é<br />

51


[Digite texto]<br />

importante ressaltar para os seus mora<strong>do</strong>res que acontecerá maiores restrições de uso<br />

nas atividades produtivas.<br />

3.8 Análise <strong>do</strong>s impactos socioambientais sobre os usos alternativos<br />

<strong>do</strong> solo<br />

Nas áreas selecionadas, não foi identifica<strong>do</strong> nenhum projeto de construção de<br />

estradas ou ro<strong>do</strong>vias que interfira na criação <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong><br />

Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre Nascentes <strong>do</strong> Almada.<br />

Com relação a barragens, a criação <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre Nascentes <strong>do</strong> Almada poderá<br />

beneficiar o aumento <strong>do</strong> fluxo de recursos hídricos para o reservatório situa<strong>do</strong> em Floresta<br />

Azul que abastece pelo menos três municípios: Floresta Azul, Santa Cruz da Vitória e<br />

Firmino Alves. Também poderá beneficiar o município de Almadina, Coaraci e Itabuna<br />

que é uma das mais importantes cidades da região e que depende exclusivamente <strong>do</strong> Rio<br />

Almada na captação de água, a qual é feita na região de Castelo Novo distrito<br />

pertencente ao município de Ilhéus.<br />

O levantamento socioeconômico não identificou nenhum projeto de construção de<br />

barragem nas áreas analisadas. Com relação à exploração mineral, foram identifica<strong>do</strong>s<br />

ações e solicitações de pesquisas.<br />

Foram encontra<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is locais de retiradas de areia: o primeiro no município de<br />

Floresta Azul (Área 1) com grande atividade de exploração feita inclusive pelo DERBA<br />

(Departamento de Estradas e Rodagens da Bahia) e outro no município de Coaraci (Área<br />

2) com características de desativação.<br />

Utilizan<strong>do</strong> informações <strong>do</strong> Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM),<br />

foi possível verificar 33 solicitações para atividades minerais dentro das Áreas<br />

selecionadas. Verifica-se na Tabela 15 que representa um resumo <strong>do</strong>s requerimentos<br />

distribuí<strong>do</strong>s pelas áreas selecionadas.<br />

Tabela 15 - Distribuição <strong>do</strong>s requerimentos nas áreas selecionadas.<br />

Áreas Municípios<br />

Área 1<br />

Área 2<br />

TOTAL<br />

Autorização<br />

de pesquisa<br />

Disponibilidade<br />

Requerimento<br />

de lavra<br />

Requerimento de<br />

pesquisa<br />

TOTAL<br />

Almadina 3 1 0 2 6<br />

Floresta Azul 5 2 1 1 9<br />

Ibicaraí 1 1 0 3 5<br />

Almadina 0 1 0 0 1<br />

Coaraci 9 2 0 1 12<br />

18 7 1 7 33<br />

Fonte: Elaborada a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em DNPM (2011).<br />

3.9 Estimativas <strong>do</strong>s valores necessários para desapropriação de imóveis<br />

dentro da área proposta <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong> Almada e<br />

Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong><br />

Utilizan<strong>do</strong> preço de terra proveniente de informações coletadas em campo de<br />

propriedades comercializadas, estima-se valores monetários necessários para a<br />

desapropriação <strong>do</strong>s imóveis rurais dentro <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong> Almada<br />

e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>. Os preços de terra situaram entre R$ 3.000,00 e R$ 5.000,00,<br />

possibilitan<strong>do</strong> as estimativas expostas na Tabela 16.<br />

52


[Digite texto]<br />

Tabela 16 <strong>–</strong> Estimativas <strong>do</strong>s valores necessários para desapropriação de imóveis nas áreas<br />

analisadas.<br />

Áreas<br />

estudadas<br />

Quantidade<br />

de imóveis<br />

Quantidade<br />

total de<br />

hectares<br />

Preço <strong>do</strong> hectare (R$) Valor Total (R$)<br />

Mínimo Máximo Mínimo Máximo<br />

Nascentes<br />

<strong>do</strong> Almada 4* 2.356 3.000,00 5.000,00 7.068.000,00 11.780.000,00<br />

Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong> 20* 2.065 3.000,00 5.000,00 6.195.000,00 10.325.000,00<br />

*sede de imóveis localizadas dentro <strong>do</strong>s limites propostos para o parque estadual<br />

Consideran<strong>do</strong> a área total de 4.221 hectares, os valores estima<strong>do</strong>s para a<br />

desapropriação <strong>do</strong>s imóveis localiza<strong>do</strong>s dentro <strong>do</strong> parque estadual variam de<br />

R$13.263.000,00 (treze milhões duzentos e sessenta e três mil reais) a R$ 22.105.000,00<br />

(vinte e <strong>do</strong>is milhões cento e cinco mil reais).<br />

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

A proximidade da área proposta para a criação <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes<br />

<strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> com a sede municipal de Almadina <strong>–</strong> aproximadamente<br />

5 quilômetros <strong>–</strong> é um fator que amplia as condições para criação de um parque, pela<br />

possibilidade de alavancar o turismo no local, aproveitan<strong>do</strong> serviços que podem ser<br />

cria<strong>do</strong>s com a instalação da unidade <strong>–</strong> hotéis, agência de turismo, serviços de guias,<br />

restaurantes, etc.<br />

Outro fator importante na área está na distribuição espacial das sedes e<br />

instalações rurais que, quase sempre, estão posicionadas na periferia da área indicada,<br />

devi<strong>do</strong> a localização das principais vias de acesso que circundam a unidade, e condições<br />

de precariedade <strong>do</strong> sistema viário em seu interior. A criação <strong>do</strong> parque não representaria<br />

um significativo deslocamento das populações locais, entretanto, salienta-se a<br />

necessidade de planejamento para realocação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res ali existentes.<br />

A Área 1 destaca-se entre as outras unidades estudadas por concentrar as<br />

principais nascentes <strong>do</strong> Rio Almada e conservar representativos fragmentos de florestas<br />

<strong>do</strong>s tipos Ombrófila Densa Montana e Submontana. Esses tipos florestais estão pouco<br />

resguarda<strong>do</strong>s na região, protegi<strong>do</strong>s em uma pequena porção <strong>do</strong> Parque Nacional de<br />

Serra das Lontras, que fica a aproximadamente 60 quilômetros a sudeste da área<br />

estudada, em região mais próxima <strong>do</strong> oceano.<br />

Como o complexo montanhoso que mantém as nascentes e os importantes<br />

fragmentos florestais apresentam nos sopés e parte das encostas das serras as<br />

atividades da agricultura <strong>do</strong> cacau e pecuária, a criação de uma unidade de conservação<br />

de Proteção Integral que envolvesse a necessidade de desapropriação das áreas poderá<br />

causar um forte impacto negativo na economia local, e consequentemente, na estrutura<br />

da sociedade local. Dessa forma, a sugestão de criação <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre<br />

Nascentes <strong>do</strong> Almada, que não envolverá necessariamente grandes investimentos por<br />

parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> em desapropriação de terras e atenua os impactos negativos sobre a<br />

economia local.<br />

Como amenização para os impactos econômicos, tem-se a expectativa de ganhos<br />

por meio <strong>do</strong> imposto sobre circulação de merca<strong>do</strong>rias e serviços ecológico (ICMS-E) que<br />

é um instrumento, cria<strong>do</strong> pelo artigo 158 da Constituição Federal, que permite aos<br />

53


[Digite texto]<br />

governos estaduais estabelecer critérios ambientais para aplicação de até 25% <strong>do</strong>s<br />

repasses devi<strong>do</strong>s aos municípios. Pretende compensar financeiramente os municípios<br />

que se enquadram dentro <strong>do</strong>s parâmetros de preservação ambiental defini<strong>do</strong>s pelo<br />

esta<strong>do</strong> (em especial a criação/manutenção de Unidades de Conservação da Natureza) no<br />

qual estão inseri<strong>do</strong>s.<br />

Até o ano de 2008, os Esta<strong>do</strong>s que possuíam a legislação sobre o ICMS ecológico<br />

eram: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rondônia, Amapá, Rio Grande <strong>do</strong> Sul, Mato<br />

Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Pernambuco, Tocantins, Acre, Rio de Janeiro, Goiás.<br />

Toman<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná como exemplo, verifica-se que foram repassa<strong>do</strong>s à cidade<br />

de Curitiba no ano de 2010, R$ 1.400.781 a título de ICMS-E para uma área conservada<br />

de cerca de 8.000 hectares (TNC, 2011).<br />

O Esta<strong>do</strong> da Bahia ainda não possui legislação sobre ICMS Ecológico, mas o<br />

assunto já é pauta na <strong>Secretaria</strong> Estadual <strong>do</strong> Meio Ambiente que tem mobiliza<strong>do</strong> esforços<br />

para reunir os principais atores <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> mediante criação de Grupo de Trabalho. O<br />

tema já foi aprova<strong>do</strong> por unanimidade, pela Comissão de Meio Ambiente e<br />

Desenvolvimento Sustentável da Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s (12/07/2006), deven<strong>do</strong> passar<br />

pela Comissão de Finanças e Tributação, pela Constituição, Justiça e Cidadania, e por<br />

último, pela Plenária. A perspectiva é que a discussão seja efetivada pelas autoridades<br />

competentes e ganhe força com o apoio da sociedade civil, para que a Bahia crie e<br />

regulamente sua normativa e passe a fazer parte <strong>do</strong> rol <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s que incentivam seus<br />

municípios para a boa gestão ambiental de seus recursos naturais.<br />

Têm-se também como possibilidades econômicas para os municípios com as<br />

áreas destinadas a UC, construção de projetos de pagamentos por serviços ambientais,<br />

uma vez que a região disponibiliza recursos hídricos para outros municípios, a exemplo<br />

de Itabuna que capta toda sua água no Rio Almada. Assim, os possíveis paga<strong>do</strong>res<br />

seriam as empresas que fazem a captação (EMBASA - Empresa Baiana de Águas e<br />

Saneamento e a EMASA - Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Itabuna).<br />

Somam-se a estas possibilidades, as ações turísticas que poderão surgir com a<br />

criação de UC na região e que demandarão por serviços diversos, a exemplos de<br />

hospedagens e guias para trilhas. Entretanto, essas possibilidades apresentadas<br />

dependerão de diversos fatores com infraestrutura, capacitação, estratégia de marketing,<br />

força política, dentre outros.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, a criação <strong>do</strong> Parque Estadual das Nascentes <strong>do</strong> Almada e Serra <strong>do</strong><br />

Corcova<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Refúgio de Vida Silvestre Nascentes <strong>do</strong> Almada demandará o<br />

deslocamento de ações de conservação da biodiversidade para o interior da região<br />

cacaueira.<br />

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