A Crise oculta: conflitos armados e educação ... - unesdoc - Unesco
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RELATÓRIO DE MONITORAMENTO GLOBAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS 2011 RELATÓRIO<br />
CONCISO<br />
Considerando que as crianças estejam na escola, os<br />
padrões de progressão variam. Em Burquina Fasso,<br />
cerca de 70% dos meninos e meninas que entram na<br />
escola chegam ao último ano. Na Etiópia, as meninas<br />
têm ligeiramente mais chances de chegar ao último<br />
ano. Por isso, nestes países, o foco da política deve ser<br />
a remoção de obstáculos à paridade de gênero na<br />
etapa inicial. Na Guiné, em contrapartida, as taxas de<br />
permanência das meninas na escola são muito<br />
menores que as dos meninos. Onde houver disparidade<br />
de gênero nas taxas de evasão, os governos precisam<br />
criar incentivos – como transferências de dinheiro ou<br />
programas de alimentação escolar –, para que os pais<br />
mantenham os filhos na escola.<br />
As disparidades de gênero na <strong>educação</strong> secundária<br />
são, na maioria dos casos, relacionadas à escola<br />
primária. Na maior parte dos países, as meninas que<br />
completam a <strong>educação</strong> primária têm as mesmas<br />
chances que os meninos de fazer a transição para a<br />
<strong>educação</strong> secundária, ainda que, no caso de estarem<br />
nas escolas secundárias, as meninas sejam, em geral,<br />
mais propensas à evasão. Em Bangladesh, há pequena<br />
disparidade entre os sexos em favor das meninas no<br />
ponto de transição da escola primária para a<br />
secundária. Apesar disso, a taxa de conclusão da<br />
<strong>educação</strong> secundária dos meninos é de 23%, em<br />
comparação com 15% das meninas.<br />
Desvantagens associadas a riqueza, localização, idioma<br />
e outros fatores aumentam as disparidades de gênero.<br />
Enquanto as lacunas de frequência escolar entre as<br />
meninas e os meninos ricos são geralmente pequenas,<br />
as meninas das famílias pobres, de zonas rurais ou de<br />
minorias étnicas normalmente são deixadas para trás.<br />
No Paquistão, as mulheres com idades entre 17 e 22 anos<br />
têm, em média, cinco anos de escolarização, mas, em<br />
relação às mulheres pobres das áreas rurais, o período<br />
diminui para apenas um ano, enquanto as mulheres<br />
urbanas ricas têm, em média, nove anos de escolarização.<br />
As mulheres continuam a enfrentar altos níveis de<br />
desvantagem nas oportunidades de remuneração e de<br />
trabalho, diminuindo os ganhos que possam gerar com<br />
base na <strong>educação</strong>. Ao mesmo tempo, a <strong>educação</strong> pode<br />
ser importante na redução das desvantagens do mercado<br />
de trabalho. Políticas que vão desde a concessão de<br />
incentivos financeiros para a <strong>educação</strong> das meninas até<br />
o desenvolvimento de ambientes escolares confortáveis<br />
para elas, melhoria no acesso aos programas de formação<br />
técnica e profissional e promoção da <strong>educação</strong> não<br />
formal podem superar as desvantagens de gênero que<br />
limitam o desenvolvimento das competências das<br />
mulheres. Em Bangladesh, os Centros de Emprego e<br />
Sustento para Adolescentes “BRAC” têm como objetivo<br />
desenvolver competências e aumentar a autoconfiança<br />
entre mulheres jovens (Quadro 2).<br />
Quadro 2: BRAC ajudando mulheres e meninas<br />
Em 2009, havia mais de 21 mil Centros de Emprego e<br />
Sustento para Adolescentes “BRAC”, cuidando de cerca<br />
de 430 mil jovens que poderiam se reunir para<br />
socializar-se, manter suas competências de<br />
alfabetização e discutir temas como a saúde, o<br />
casamento infantil e o papel das meninas dentro da<br />
família. Os centros também oferecem formação de<br />
competências para geração de renda e um programa de<br />
poupança e pequenos empréstimos para membros que<br />
desejam estabelecer pequenas empresas. Os resultados<br />
mostram que os centros têm sido bem-sucedidos no<br />
aumento da mobilidade social e no engajamento em<br />
atividades geradoras de renda. Tendo em vista esse<br />
sucesso, o modelo está sendo adaptado em outros<br />
países como Afeganistão, Sudão, Uganda e República<br />
Unida da Tanzânia.<br />
Fonte: Ver Quadro 1.13 no Relatório de Monitoramento Global de EPT 2011.<br />
A qualidade da <strong>educação</strong>:<br />
as desigualdades travam o progresso<br />
O teste de um sistema educacional é verificar se ele<br />
cumpre o seu objetivo principal de dotar os jovens com<br />
as competências necessárias para desenvolver uma<br />
vida segura e participar da vida social, econômica e<br />
política. Muitos países não conseguem passar neste<br />
teste e inúmeros estudantes abandonam a escola sem<br />
adquirir nem mesmo as mais básicas competências<br />
de alfabetização e matemática.<br />
Figura 6: Habilidades de leitura variam amplamente na África subsaariana<br />
Porcentagem de alunos do 6º ano que atingiram os níveis de competência<br />
“SAQMEC” de leitura, 2007<br />
Porcentagem de alunos que atingiram o nível de competência de leitura<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
20<br />
40<br />
60<br />
80<br />
100<br />
Tanzânia continental<br />
Suazilândia<br />
Seychelles<br />
Maurício<br />
Zanzibar (R.U. Tanzânia)<br />
Quênia<br />
Botsuana<br />
Zimbábue<br />
África do Sul<br />
Namíbia<br />
Moçambique<br />
Uganda<br />
Lesoto<br />
Zâmbia<br />
Malaui<br />
Fonte: Ver Figura 1.37 no Relatório de Monitoramento Global de EPT 2011.<br />
Nível 7-8<br />
Nível 5-6<br />
Nível 3-4<br />
Nível 1-2<br />
No Malaui e em<br />
Zâmbia, mais de<br />
um terço dos<br />
alunos do sexto<br />
ano não foi<br />
capaz de ler com<br />
fluência alguma<br />
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