11.04.2013 Views

Marcia Valeria - Secretaria de Estado da Educação do Paraná

Marcia Valeria - Secretaria de Estado da Educação do Paraná

Marcia Valeria - Secretaria de Estado da Educação do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO<br />

Professora PDE: <strong>Marcia</strong> <strong>Valeria</strong> Costa Sales<br />

Área PDE: Língua Portuguesa<br />

NRE: Curitiba<br />

Professor Orienta<strong>do</strong>r IES: Profª Drª Maria Cristina <strong>de</strong> Souza<br />

Professor Co-orienta<strong>do</strong>r PDE: Profª MSc Orly Marion Webber Milani<br />

IES vincula<strong>da</strong>: UTFPR<br />

Escola <strong>de</strong> Implementação: Colégio Estadual Protásio <strong>de</strong> Carvalho EFM<br />

Público objeto <strong>da</strong> intervenção: Alunos <strong>do</strong> 1° ano <strong>do</strong> Ensino Médio<br />

Tipo <strong>de</strong> Produção Didático-Pe<strong>da</strong>gógica: Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Didática<br />

Título <strong>da</strong> Produção Didático-Pe<strong>da</strong>gógica: Augusto <strong>do</strong>s Anjos: leitura e<br />

contextualização<br />

INTRODUÇÃO<br />

Ao planejar o projeto <strong>de</strong> intervenção na escola, observou-se que os alunos <strong>do</strong><br />

ensino médio não lêem textos literários e por isto não os compreen<strong>de</strong>m. Visan<strong>do</strong><br />

amenizar esse problema, resolvemos elencar alguns objetivos, para trabalhar com uma<br />

turma <strong>do</strong> 1° ano <strong>do</strong> Ensino Médio.<br />

• Conduzir os alunos a reconhecerem a diferença entre linguagem<br />

referencial e linguagem figura<strong>da</strong>;<br />

• Levar os alunos a compreen<strong>de</strong>rem os elementos internos que compõem o<br />

texto literário;<br />

• Objetivar os alunos a buscarem enten<strong>de</strong>r o contexto interno e externo à<br />

obra literária para compreendê-la;<br />

• Formar leitores atentos e capazes <strong>de</strong> estabelecer diálogos entre textos.<br />

Percebe-se que, para trabalhar com o texto literário, é necessário mostrar para o<br />

aluno que a importância <strong>da</strong> Literatura está no fato <strong>de</strong> ela nos levar a compreen<strong>de</strong>r a<br />

construção <strong>da</strong> nossa cultura, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r as épocas passa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> viajar pelos outros<br />

tempos, e, assim, compreen<strong>de</strong>r o momento presente, pois a Literatura é uma outra<br />

forma <strong>de</strong> expressão que <strong>de</strong>ve ser conheci<strong>da</strong> e vivencia<strong>da</strong> pelo sujeito.<br />

Wolfgang Iser, no artigo A Interação <strong>do</strong> Texto com o Leitor (1979), fala que<br />

to<strong>do</strong> texto é plurissignificativo, múltiplo, repleto <strong>de</strong> diferentes culturas e o seu senti<strong>do</strong> é<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelo leitor através <strong>do</strong> preenchimento <strong>do</strong>s vazios presentes no texto. Já o<br />

teórico Roland Barthes, no ensaio A Morte <strong>do</strong> Autor, <strong>de</strong>fine o texto como “um espaço<br />

<strong>de</strong> dimensões múltiplas, on<strong>de</strong> se casam e se contestam escrituras varia<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>s quais<br />

nenhuma é original: o texto é um teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> citações, saí<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s mil focos <strong>da</strong> cultura”<br />

(1968, p. 68). Sen<strong>do</strong> assim, o leitor buscará compreen<strong>de</strong>r os códigos fragmenta<strong>do</strong>s no<br />

texto. Segun<strong>do</strong> ISER (1996), a conectabili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre fragmentos <strong>do</strong> texto, interrompi<strong>da</strong>


Augusto <strong>do</strong>s Anjos nasceu no<br />

engenho Pau d'Arco, no<br />

município <strong>de</strong> Cruz <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo, esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Paraíba<br />

HTTP://www.enaol.com.br/dis<br />

Ciplinas/literatura/figuras<br />

pelos vazios, <strong>de</strong>termina um número <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s in<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s <strong>de</strong> leitura e, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com a combinação <strong>do</strong>s esquemas, exige <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> leitor. As conexões <strong>do</strong>s textos são<br />

combina<strong>da</strong>s pelo receptor através <strong>de</strong> seu repertório <strong>de</strong> leitura. Quer dizer que é<br />

necessário levar o aluno, a reconhecer o caráter <strong>da</strong> significação <strong>do</strong> texto, e isso só<br />

acontece quan<strong>do</strong> ele é li<strong>do</strong>. As diretrizes, propõem que se pense o ensino <strong>da</strong> Literatura<br />

a partir <strong>do</strong>s pressupostos teóricos <strong>da</strong> Estética <strong>da</strong> recepção e essa teoria busca formar um<br />

leitor capaz <strong>de</strong> sentir e <strong>de</strong> expressar o que sentiu, com condições <strong>de</strong> reconhecer nas<br />

aulas <strong>de</strong> literatura um envolvimento <strong>de</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que se expressem pela tría<strong>de</strong><br />

obra/autor/leitor, por meio <strong>de</strong> uma interação que está presente no ato <strong>de</strong> ler.<br />

Nesta Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Didática vamos trabalhar com Augusto <strong>do</strong>s Anjos,<br />

especificamente Eu e Outras Poesias e com a prosa <strong>de</strong> Ana Miran<strong>da</strong> que fala sobre a<br />

vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> Augusto (1884- 1914), o poeta que surpreen<strong>de</strong>u nosso mun<strong>do</strong> literário ao<br />

misturar a objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> cientificismo com os mais profun<strong>do</strong>s sentimentos <strong>do</strong> ser<br />

humano. Além <strong>de</strong> que traça também um quadro impecável <strong>do</strong>s costumes e principais<br />

acontecimentos <strong>da</strong> época: os <strong>de</strong>scaminhos <strong>da</strong> República, as disputas políticas, a Revolta<br />

<strong>da</strong> Chibata, a mo<strong>de</strong>rnização <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, o duelo entre Bilac e Raul Pompéia, e<br />

outros acontecimentos.<br />

Antes <strong>de</strong> começarmos a falar <strong>da</strong>s obras, vamos a alguns conceitos e biografias:<br />

O que é ?<br />

Literatura<br />

Poesia<br />

Poema<br />

Ana Miran<strong>da</strong> nasceu em<br />

Fortaleza Ceará, em 1951 e<br />

mu<strong>do</strong>u-se para o Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

aos cinco anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em<br />

1995 saiu o romance sobre o<br />

poeta Augusto <strong>do</strong>s Anjos<br />

intitula<strong>do</strong> A última quimera.<br />

HTTP://imagens.google.com.br/<br />

Imgres?mgurl


A obra <strong>de</strong> Ana Miran<strong>da</strong> nos faz conhecer melhor, a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos,<br />

suas angústias, seus anseios, sua visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

A ÚLTIMA QUIMERA<br />

Na madruga<strong>da</strong> <strong>da</strong> morte <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos, caminho pela rua, pensativo,<br />

quan<strong>do</strong> avisto Olavo Bilac sain<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma confeitaria, <strong>de</strong> fraque e calça xadrez, com<br />

bigo<strong>de</strong>s encera<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pontas para cima e pincenê <strong>de</strong> ouro se equilibran<strong>do</strong> nas abas <strong>do</strong><br />

nariz.(...) (p.11)<br />

Sei <strong>de</strong> cor to<strong>do</strong>s os versos <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos, posso recitar qualquer um<br />

<strong>de</strong>les <strong>de</strong> frente para trás e <strong>de</strong> trás para frente. Mas nunca conseguirei imitar os mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

Augusto quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>clamava, transfigura<strong>do</strong>, sem fazer quase nenhum gesto, usan<strong>do</strong><br />

apenas a voz, numa frieza e paixão simultâneas, (...) (p. 13)<br />

Naquela tar<strong>de</strong> que o visitei no sobra<strong>do</strong>, Augusto me pareceu um homem mais<br />

sofri<strong>do</strong>, mais velho <strong>do</strong> que os vinte e alguns anos que tinha na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Vestia roupas<br />

ordinárias, embora elegantes; conservava o ar <strong>de</strong> alguém que vivia nas alturas e estava<br />

nesta terra apenas <strong>de</strong>scansan<strong>do</strong> <strong>de</strong> suas viagens espirituais e <strong>da</strong>s anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu<br />

pensamento. (...) ( p.17)<br />

“O Rio <strong>de</strong> Janeiro é uma espécie <strong>de</strong> sereia falaciosa, pródiga unicamente em<br />

sonori<strong>da</strong><strong>de</strong>s trai<strong>do</strong>ras para os que vêm pela primeira vez.”<br />

Disse que o Rio era uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que premiava as falcatruas. Os honestos, os<br />

sonha<strong>do</strong>res, eram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s bestas idiotas. Dentre os poetas, grassava o<br />

convencionalismo imbecil <strong>de</strong> Aníbal Tavares, Teófilo Pacheco, a camarilha inteligente,<br />

competin<strong>do</strong> em bovarismo com os letra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Buenos Aires e Paris. (p.33)<br />

As dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Augusto me <strong>da</strong>vam uma imensa angústia. Mas quan<strong>do</strong> me<br />

<strong>de</strong>parei com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua miséria fui toma<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira ternura e tive<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> chorar. Ofereci-lhe como empréstimo uma boa quantia mas ele, como<br />

sempre orgulhoso, recusou quase ofendi<strong>do</strong>. (...) No Engenho <strong>do</strong> Pau d’Arco se servia a<br />

mesa mais farta em to<strong>da</strong> Vársea <strong>do</strong> Paraíba. As comi<strong>da</strong>s prepara<strong>da</strong>s por Donata e<br />

Libra<strong>da</strong> eram <strong>de</strong>liciosas, (...) (p.35)<br />

ATIVIDADE 1:<br />

Para começarmos a trabalhar com Literatura é necessário “provar <strong>do</strong> texto”, então vá à<br />

biblioteca e empreste o livro A Última Quimera <strong>de</strong> Ana Miran<strong>da</strong>, faça a leitura e em<br />

grupo, (3 a 4 alunos) comente o texto e registre alguns pontos marcantes, para que<br />

<strong>de</strong>pois em outro momento ,sejam feitas as comparações com os poemas <strong>de</strong> Augusto<br />

<strong>do</strong>s Anjos (EU).<br />

. Pesquise mais sobre os autores.<br />

. Descubra alguns acontecimentos sobre a época <strong>do</strong> livro EU, quais eram os costumes,<br />

o que estava acontecen<strong>do</strong> historicamente.


Agora reflita:<br />

a) Sobre o que escrevem os autores?<br />

b) Seguem alguma corrente literária? Qual(ais)?<br />

c) Comecem a pensar o que é literatura, poesia. ( tentem <strong>de</strong>finir com suas palavras)<br />

. Agora começaremos com algumas poesias <strong>do</strong> livro EU, <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos,<br />

VERSOS ÍNTIMOS<br />

Vês! Ninguém assistiu ao formidável<br />

Enterro <strong>de</strong> tua última quimera.<br />

Somente a Ingratidão – esta pantera -<br />

Foi tua companheira inseparável!<br />

Acostuma-te à lama que te espera!<br />

O Homem, que, nesta terra miserável,<br />

Mora, entre feras, sente inevitável<br />

Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> também ser fera.<br />

Toma um fósforo. Acen<strong>de</strong> teu cigarro!<br />

O beijo, amigo, é a véspera <strong>do</strong> escarro,<br />

A mão que afaga é a mesma que apedreja.<br />

Se a alguém causa in<strong>da</strong> pena a tua chaga,<br />

Apedreja essa mão vil que te afaga,<br />

Escarra nessa boca que te beija!<br />

GEMIDOS DE ARTE<br />

.......................................<br />

Súbito, arrebentan<strong>do</strong> a horren<strong>da</strong> calma,<br />

Grito, e se grito é para que meu grito<br />

Seja a revelação <strong>de</strong>ste Infinito<br />

Que eu trago encarcera<strong>do</strong> na minh'alma!<br />

Sol brasileiro! queima-me os <strong>de</strong>stroços!<br />

Quero assistir, aqui, sem pai que me ame,<br />

De pé, à luz <strong>da</strong> consciência infame1<br />

À carbonização <strong>do</strong>s próprios ossos!<br />

Pau d’Arco, 1901.


ATIVIDADE 2:<br />

MONÓLOGO DE UMA SOMBRA<br />

“Sou uma Sombra! Venho <strong>de</strong> outras eras,<br />

Do cosmopolitismo <strong>da</strong>s moneras...<br />

www.historia<strong>da</strong>arte.com.br - O GRITO – Edvard Müch<br />

a) Pesquise sobre o Expressionismo e faça a comparação com os poemas.<br />

b) Leia os poemas <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos, <strong>de</strong>pois observe a imagem <strong>de</strong> O Grito<br />

(Expressionismo) Você vê semelhanças. Qual foi sua sensação ao ler e observar a imagem.<br />

Descreva-a.<br />

ATIVIDADE 3:<br />

Vocabulário:<br />

a) Leia novamente Versos Íntimos, separe as palavras que você não saiba o significa<strong>do</strong>. Procure-as<br />

no dicionário.<br />

b) Com a aju<strong>da</strong> <strong>do</strong> professor tente interpretar a poesia.<br />

c) Se você trocar pelos significa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>notativos você enten<strong>de</strong>rá a poesia? Justifique.<br />

d) O verso: “Somente a Ingratidão – esta pantera –”, on<strong>de</strong>, esta pantera, está no senti<strong>do</strong> conotativo<br />

(metáfora). Você consegue i<strong>de</strong>ntificar outras figuras no poema? Quais? Destaque-as.<br />

e) Procure i<strong>de</strong>ntificar algumas características <strong>do</strong> autor através <strong>de</strong> seus poemas.


Pólipo <strong>de</strong> recônditas reentrâncias,<br />

Larva <strong>de</strong> caos telúrico, proce<strong>do</strong><br />

Da escuridão <strong>do</strong> cósmico segre<strong>do</strong>,<br />

Da substância <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as substâncias!<br />

A simbiose <strong>da</strong>s coisas me<br />

...............................................................<br />

O MORCEGO<br />

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.<br />

Meu Deus! E este morcego! E, agora, ve<strong>de</strong>:<br />

Na bruta ardência orgânica <strong>da</strong> se<strong>de</strong>,<br />

Mor<strong>de</strong>-me a goela ígneo e escal<strong>da</strong>nte molho.<br />

“Vou man<strong>da</strong>r levantar outra pare<strong>de</strong>...”<br />

-- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho<br />

E olho o teto. E vejo-o ain<strong>da</strong>, igual a um olho,<br />

Circularmente sobre a minha re<strong>de</strong>!<br />

Pego <strong>de</strong> um pau. Esforços faço. Chego<br />

A tocá-lo. Minh’alma se concentra.<br />

Que ventre produziu tão feio parto?!<br />

A Consciência Humana é este morcego!<br />

Por mais que a gente faça, à noite ele entra<br />

Imperceptivelmente em nosso quarto!<br />

CONTRASTES<br />

A antítese <strong>do</strong> novo e <strong>do</strong> obsoleto,<br />

O Amor e a Paz, o ódio e a Carnificina,<br />

O que o homem ama e o que o homem abomina,<br />

Tu<strong>do</strong> convém para o homem ser completo!<br />

O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,<br />

Uma feição humana e outra divina<br />

São como a eximenina e a endimenina<br />

Que servem ambas para o mesmo feto!<br />

(...)


ATIVIDADE 4:<br />

a) Ocorre antítese quan<strong>do</strong> há aproximação <strong>de</strong> palavras ou expressões <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s opostos. No poema<br />

contrastes há antíteses, transcreva algumas.<br />

b) Ocorre apóstrofe quan<strong>do</strong> há invocação <strong>de</strong> uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que po<strong>de</strong> estar<br />

presente ou ausente, isto acontece em “ Meu Deus ! E este morcego! ?<br />

c) Se metáfora é quan<strong>do</strong> um termo substitui outro através <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> semelhança resultante <strong>da</strong><br />

subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quem o cria, então <strong>de</strong>staque algumas metáforas <strong>da</strong>s poesias cita<strong>da</strong>s.<br />

d) O que é uma sombra? Você já se imaginou uma sombra? Justifique.<br />

e) E o Morcego ele te atormenta também? Pense e respon<strong>da</strong>.<br />

f) Como você representaria esses poemas, em equipe, <strong>de</strong>senhe ou faça colagens <strong>de</strong> imagens que se<br />

assemelhem aos poemas. (use hipérboles, aliterações, etc.)<br />

ATIVIDADE 5: ORALIDADE :- Debate<br />

Agora que você e seus colegas já leram A Última Quimera e conhecem alguns poemas <strong>de</strong> Augusto<br />

<strong>do</strong>s Anjos, formem <strong>do</strong>is grupos, on<strong>de</strong> um vai contestar as poesias e o outro grupo vai <strong>de</strong>fendê-la.<br />

Com a orientação <strong>do</strong> professor, formule questões relevantes, com embasamentos históricos e<br />

literários.<br />

A IDÉIA<br />

De on<strong>de</strong> ela vem?! De que matéria bruta<br />

Vem essa luz que sobre as nebulosas<br />

“A princípio escrevia simplesmente para entreter o espírito... Escrevia mais por impulso<br />

<strong>de</strong> idiosincrasia <strong>do</strong> que por uma propulsão consciente. Entendi, <strong>de</strong>pois disso, que <strong>de</strong>via,<br />

como Vulcano, sobre a forja ar<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> ilha <strong>de</strong> Lemnos, trabalhar contente, durante as<br />

24 horas <strong>do</strong> dia! Riam <strong>de</strong> mim, os monstros zombeteiros. Trabalharei assim dias<br />

inteiros, sem ter uma alma só que me i<strong>do</strong>latre... Tenha a sorte <strong>de</strong> Cícero proscrito ou<br />

morra embora, trágico e maldito, como Camões morren<strong>do</strong> sobre um catre!"<br />

Fonte: Gullar, Ferreira. To<strong>da</strong> a poesia: Augusto <strong>do</strong>s Anjos. 3ed. São Paulo: Paz e Terra,<br />

1995.


Cai <strong>de</strong> incógnitas criptas misteriosas<br />

Como as estalactites duma gruta?!<br />

Vem <strong>da</strong> psicogenética e alta luta<br />

Do feixe <strong>de</strong> moléculas nervosas,<br />

Que, em <strong>de</strong>sintegrações maravilhosas,<br />

Delibera, e <strong>de</strong>pois, quer e executa!<br />

Vem <strong>do</strong> encéfalo absconso que a constringe,<br />

Chega em segui<strong>da</strong> às cor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> laringe,<br />

Tísica, tênue, mínima, raquítica...<br />

Quebra a força centrípeta que a amarra,<br />

Mas, <strong>de</strong> repente, e quase morta, esbarra<br />

No molambo <strong>da</strong> língua paralítica!<br />

ATIVIDADE 6: HQ<br />

Como Ana Miran<strong>da</strong> fez uma releitura <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos, você neste momento terá<br />

a mesma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar a poesia e a prosa em HQ, reunin<strong>do</strong> sua<br />

habili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> seus colegas, mostran<strong>do</strong> a sua leitura <strong>do</strong>s textos,como foi seu ato <strong>de</strong><br />

recepção <strong>da</strong>s obras,escolha seu grupo e comece a planejar, fazer o ensaio <strong>da</strong> sua escrita<br />

e <strong>de</strong>senhos e com a aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> seu professor veja a meto<strong>do</strong>logia que irá seguir.<br />

Existem alguns sites que po<strong>de</strong>m aju<strong>da</strong>r: WWW.toon<strong>do</strong>o.com.br ( produção <strong>de</strong><br />

quadrinhos).<br />

.ATIVIDADE 7:<br />

a) Na poesia <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos, por várias vezes, verificamos a alusão <strong>do</strong> poeta ao<br />

verme : “ Os vermes assassinos”, “já o verme- este operário <strong>da</strong>s ruínas”- . Leia também o<br />

soneto intitula<strong>do</strong> O <strong>de</strong>us-verme (p.42) e em segui<strong>da</strong> respon<strong>da</strong> : Que características <strong>do</strong><br />

poeta justificam a presença <strong>do</strong> verme em seus verso?<br />

b) Na “Introdução” <strong>de</strong> Memórias Póstumas <strong>de</strong> Brás Cubas, Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Assis,<br />

encontramos a seguinte <strong>de</strong>dicatória feita pelo <strong>de</strong>funto-autor: “ Dedico estas memórias ao<br />

verme que primeiro roeu as frias carnes <strong>do</strong> meu cadáver.” Compare o verme nas visões<br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is autores em questão.


ATIVIDADE 8: CONTEXTUALIZANDO<br />

“ O amor! Quan<strong>do</strong> virei por fim a amá-lo?!<br />

Quan<strong>do</strong>, se o amor que a Humani<strong>da</strong><strong>de</strong> inspira?<br />

É o amor <strong>do</strong> sibarita e hetaría,<br />

De Messalina e Sar<strong>da</strong>naplo?!”<br />

( “ I<strong>de</strong>alismo”, p.60)<br />

a) Pesquise o AMOR, em um autor no Romantismo e compare com o amor <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s<br />

Anjos. E para você como é o amor? Descreva-o.<br />

b) Que outro tema o autor abor<strong>da</strong> várias vezes “...mas ele usa cento e oitenta e seis vezes a<br />

palavra...” ( MIRANDA, p.52 ). Dê exemplos. ( EU e A Última Quimera)<br />

ATIVIDADE 9: Ain<strong>da</strong> Contextualizan<strong>do</strong>: Música<br />

a) Você já pensou que muitas <strong>de</strong> nossas músicas são intertextualiza<strong>da</strong>s? E o que é<br />

Intertextualização? Pesquise.<br />

b) Adivinha: Compositor, cantor que pertenceu a um grupo <strong>de</strong> pop-rock, com 5 letras,<br />

começan<strong>do</strong> com a letra T, gravou e musicou um poema <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s Anjos, em 1995 em<br />

seu segun<strong>do</strong> “disco” solo Ninguém. Quem foi esse compositor, que poema gravou, em que<br />

ritmo?<br />

c) Depois que você <strong>de</strong>scobriu o ritmo <strong>da</strong> música, gostou? Você mu<strong>da</strong>ria? Para qual ritmo?<br />

ATIVIDADE 10: PRODUÇÂO ORAL:- Declamação<br />

Já lemos,sentimos, interpretamos os poemas, mas é neste momento que vamos sentir o<br />

trabalho estético <strong>do</strong> poeta com a palavra. A proposta é: escolher um poema <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s<br />

Anjos e apresentá-lo. (Você escolhe o mo<strong>do</strong>, como vai associar as idéias, o som, como<br />

realmente vai <strong>de</strong>clamá-lo.)


ATIVIDADE 11: CONCURSO – CONVITES para o Recital<br />

a) Façam equipes e elaborem um convite, on<strong>de</strong> o Tema seja os poemas <strong>de</strong> Augusto <strong>do</strong>s<br />

Anjos, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> relacionar com o Expressionismo, Surrealismo e nossa época<br />

Contemporânea. Seja criativo!!!<br />

Obs: Os melhores convites ( 1° e 2º) serão edita<strong>do</strong>s e distribuí<strong>do</strong>s para o recital


DICAS PARA O PROFESSOR<br />

Caro professor, leia mais, a leitura faz com que conheçamos novos caminhos e nos garante mais<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pois queren<strong>do</strong> ou não, muitas vezes somos um espelho para o aluno e se quisermos bons<br />

reflexos temos que <strong>de</strong>monstrar isto a eles. Porque há um dita<strong>do</strong>: “Digas com quem tu an<strong>da</strong>s, que direi<br />

quem tu és.” Então quem foi teu professor? Um maravilhoso leitor que me incentivou, e hoje EU sinto “<br />

gosto” pela leitura. Acredito que seja este, um entre outros, sonhos <strong>de</strong> um professor.<br />

Faça <strong>da</strong> pesquisa, uma alia<strong>da</strong> sua, não aquela que é simplesmente cópia, mas aquela que faz o<br />

aluno refletir, procurar as respostas e muitas vezes questionar a sua, porém com embasamento para tanto.<br />

Use dicionário em algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, porque a<strong>do</strong>lescente tem um ímpeto <strong>de</strong> perguntar ao invés <strong>de</strong><br />

procurar.<br />

A seguir alguns <strong>da</strong><strong>do</strong>s bibliográficos <strong>do</strong>s autores; alguns conceitos: expressionismo, literatura, poesia,<br />

poema.<br />

Augusto <strong>do</strong>s Anjos nasceu no engenho<br />

Pau d'Arco, no município <strong>de</strong> Cruz <strong>do</strong><br />

Espírito Santo, esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Paraíba. Foi<br />

educa<strong>do</strong> nas primeiras letras pelo pai e<br />

estu<strong>do</strong>u no Liceu Paraibano, on<strong>de</strong> viria<br />

a ser professor em 1908. Precoce poeta<br />

brasileiro, compôs os primeiros versos<br />

aos 7 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em 19003, ingressou no curso <strong>de</strong><br />

Direito na Direito <strong>do</strong> Recife<br />

bacharelan<strong>do</strong>-se em1907. Em 1910<br />

casa-se com Ester Filia<strong>do</strong>. Seu em<br />

contato com a leitura, iria influenciar<br />

muito na construção <strong>de</strong> sua dialética<br />

poética e visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong><br />

Dedicou-se ao magistério, transferin<strong>do</strong>se<br />

para o Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> foi<br />

professor em vários<br />

HTTP://www.enaol.com.br/dis<br />

Ciplinas/literatura/figuras<br />

Poema: obra em<br />

verso em que há<br />

poesia<br />

Expressionismo: é a arte<br />

<strong>do</strong> instinto, trata-se <strong>de</strong> uma<br />

pintura dramática, subjetiva,<br />

“expressan<strong>do</strong>” sentimentos<br />

humanos. Utilizan<strong>do</strong> cores<br />

irreais, dá forma plástica ao<br />

amor, ao ciúme, ao me<strong>do</strong>, à<br />

solidão, à miséria humana, à<br />

prostituição. Deforma-se a<br />

figura, para ressaltar o<br />

sentimento.<br />

Pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s valores<br />

emocionais sobre os<br />

intelectuais. Corrente<br />

artística concentra<strong>da</strong><br />

especialmente na Alemanha<br />

entre 1905 e 1930.<br />

Principais características:<br />

* pesquisa no <strong>do</strong>mínio<br />

psicológico;<br />

* cores resplan<strong>de</strong>centes,<br />

vibrantes, fundi<strong>da</strong>s ou<br />

separa<strong>da</strong>s;<br />

* dinamismo improvisa<strong>do</strong>,<br />

abrupto, inespera<strong>do</strong>;<br />

* pasta grossa, martela<strong>da</strong>,<br />

áspera;<br />

LITERATURA: É a<br />

relação que as palavras<br />

estabelecem com o<br />

contexto, com a situação<br />

<strong>de</strong> produção <strong>da</strong> leitura<br />

que instaura a natureza<br />

literária <strong>de</strong> um texto.<br />

(LAJOLO, 1981:38).<br />

Ana Miran<strong>da</strong> nasceu em Fortaleza<br />

Ceará, em 1951 e mu<strong>do</strong>u-se para<br />

o Rio <strong>de</strong> Janeiro aos cinco anos<br />

<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em 1959 foi para<br />

Brasília on<strong>de</strong> o pai, engenheiro,<br />

trabalhava na construção <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. De volta para o Rio <strong>de</strong><br />

aneiro, <strong>de</strong>u continui<strong>da</strong><strong>de</strong> aos seus<br />

estu<strong>do</strong>s. Publicou os livros <strong>de</strong><br />

poesia Anjos e emônios (1979 e<br />

Celebrações <strong>de</strong> utro 1983 Em<br />

1995 saiu o romance sobre o<br />

poeta Augusto <strong>do</strong>s Anjos<br />

intitula<strong>do</strong> A última quimera, que<br />

recebeu o prêmio <strong>de</strong> bolsa <strong>da</strong><br />

Biblioteca Nacional.<br />

HTTP://imagens.google.com.br/<br />

Imgres?mgurl<br />

Poesia: Caráter <strong>do</strong> que<br />

emociona, toca a<br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sugerir<br />

emoções por meio <strong>de</strong><br />

uma linguagem.


CRONOGRAMA DAS AÇÕES<br />

Ação<br />

Elaboração <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong><br />

pesquisa<br />

Mês/2008 Jul Ago Set Out Nov Dez 1º sem<br />

X<br />

Produção diático-pe<strong>da</strong>gógica X X X X X X<br />

Fun<strong>da</strong>mentação teórica X X X X X X<br />

Investigação - reunião com a<br />

SOE, professores<br />

Implantação <strong>do</strong> projeto na<br />

escola: apresentação <strong>da</strong><br />

proposta meto<strong>do</strong>lógica<br />

Implementação <strong>do</strong> material<br />

didático<br />

X X<br />

Avaliação : análise resulta<strong>do</strong>s X<br />

2009<br />

Escrita <strong>do</strong> Artigo Científico X<br />

X<br />

X<br />

2º sem<br />

2009


REFERÊNCIAS<br />

ANJOS,Augusto <strong>do</strong>s. Eu e Outras Poesias. São Paulo : Martin Claret,2006.<br />

BARTHES, Roland. O prazer <strong>do</strong> texto. São Paulo : Perspectiva, 1973.<br />

__________. Novos ensaios críticos segui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> o grau zero <strong>da</strong> escritura.<br />

BOSI, Alfre<strong>do</strong>. História Concisa <strong>da</strong> Literatura Brasileira. São Paulo .42 º Ed.:<br />

Cultrix, 1994.<br />

FERRO, Jeferson /BERGMANN, Juliana Cristina Faggion. Produção e Avaliação <strong>de</strong><br />

Materiais Didáticos em Língua Materna e Estrangeira. Curitiba.Pr : IBPEX, 2008.<br />

FIELD, Mary Lee. Componentes Visuais e a Compreensão <strong>de</strong> Textos. São Paulo.<br />

SBS. 2008.<br />

GOH , Christine C M. O Ensino <strong>da</strong> conversação na Sala <strong>de</strong> Aula. São Paulo. SBS,<br />

2004.<br />

HTTP://www.enaol.com.br/disciplinas/literatura/figuras.<br />

HTTP://imagens.google.com.br/ imgres ?mgurl<br />

JOUVE, Vicent. A Leitura / Vicente Jouve; Tradução Brigitte Hervot. São Paulo.<br />

UNESP, 2002.<br />

Kaufman, Ana Maria. Escola, Leitura e produção <strong>de</strong> textos. Porto Alegre : ARTMED,<br />

1995.<br />

KLEIMAN, Ângela. Oficina <strong>de</strong> Leitura : Teoria e Prática, 11º Ed. Campinas, SP :><br />

pontes, 2007.<br />

MIRANDA, Ana. A Última Quimera. São Paulo : Companhia <strong>da</strong>s Letras, 1995.<br />

PARANÁ. <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> <strong>Esta<strong>do</strong></strong> <strong>da</strong> <strong>Educação</strong>. Língua Portuguesa e Literatura Ensino<br />

Médio. Curitiba-Pr, 2006.<br />

________. Diretrizes Curriculares <strong>de</strong> Língua Portuguesa para os Anos Finas <strong>do</strong><br />

Ensino Fun<strong>da</strong>mental e Médio, Disponível em :<br />

HTTP://www.pr.gov.br/portal/portal/diretrizes/ín<strong>de</strong>x.php.Acesso 19 jun 2008.<br />

SILVA. Ezequiel Theo<strong>do</strong>ro <strong>da</strong>. A Produção <strong>da</strong> Leitura na Escola Pesquisas X<br />

Propostas, São Paulo. Ática, 2005.<br />

TOMLINSON, Brian & MASUHARA, Hitomi. A Elaboração <strong>de</strong> Materiais para<br />

Cursos <strong>de</strong> Idiomas. São Paulo. SBS, 2005.


ZILBERMAN, Regina. Estética <strong>da</strong> Recepção e História <strong>da</strong> Literatura. São Paulo:<br />

Ática, 1989.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!