artigo beth final after Ro[2] - Secretaria de Estado da Educação do ...

ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ATRAVÉS DO GÊNERO TEXTUAL
INFORMATIVO: NOTÍCIAS DE JORNAIS E REVISTAS DA INTERNET 1
Resumo:
Elizabeth Revaldaves Sanches 2
Rosangela A.Alves Basso 3
Este artigo apresenta alguns resultados de um projeto de intervenção pedagógica
desenvolvido no Programa de Desenvolvimento da Educação do Estado do Paraná, numa
sala de aula de 8ª série da rede pública, no ano de 2009. Na busca de minimizar os
problemas e melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem do ensino de Língua
Inglesa nas salas da Educação Básica esta pesquisa foi desenvolvida segundo as teorias de
Vygotsky, que descreve o desenvolvimento da linguagem vinculada às atividades sociais; do
interacionismo sócio-discursivo, que se fundamenta no ensino a partir do gênero textual e da
pedagogia crítica, que valoriza a escola como espaço social democrático; todas descritas
nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Diante da desmotivação pela
leitura em geral e em especial pelo aprendizado da Língua Inglesa, observando as novas
propostas de ensino apresentadas nas Diretrizes, esta pesquisa teve como objetivo
investigar quais implicações o trabalho com gêneros textuais, neste caso, textos
informativos de jornais e revistas da internet têm para o desenvolvimento do leitor crítico,
para a formação intelectual e a construção de informações, atitudes, ideologias e pontos de
vistas do aluno. Esta pesquisa de carater social se enquadra numa pesquisa-ação ou de
intervenção, e foi desenvolvida em três etapas: Elaboração da seqüência didática, aplicação
em sala de aula e coleta de dados. Com base na aplicação da sequência didática os
resultados foram obtidos por meio de exercícios, notas de campo e conversas com os
professores participantes do grupo de trabalho em rede.
Palavras-chave: Língua Inglesa, Leitura. gênero textual, interacionismo sóciodiscursivo,
interdisciplinaridade.
Abstract:
This article presents some results of a pedagogical intervention project developed in a 8 th
grade classroom of a public school as part of the Educational Development Program offered
1
Trabalho desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Educação do
Estado do Paraná, ano 2008-2009
2
Sanches, Elizabeth Revaldaves (Orientanda), Graduada em Letras-Anglo (UEM), pós- graduada em Língua
Inglesa-Ensino e Professora participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE),
turma2008/2009- UEM.
3
Basso, Rosangela A. Alves (Orientadora), Graduada em Letras (UEM), Mestre em Língua Inglesa pela
Universidade de Liverpool na Inglaterra, integrante do corpo docente do departanto de Letras da Universidade
Estadual de Maringá e participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).

y Paraná State. Looking for minimizing the problems and improving the quality of English
language learning, this research was developed according to the some theories from
Vygotsky, which describes the development of the language through social activities; from
social-discursive interactions, those which is underpinned genres studies and from critical
pedagogy theories, where school values as democratic social space; all of them described
in the Official documents from Basic Education of the Paraná. Up against, reading in general,
English learning desmotivation, and based in the official documents concerning teaching and
learning English, this research had as objective to investigate which implications working with
textual genre, in this case, texts from newspaper and tabloids on the internet have to
develop critical reader, to intellectual formation and building formation, attitudes, ideologies
and points of view of the pupils. This social research fits in a research-action or an
intervention was developed in three stages: Elaboration of a didactic sequence, classroom
application and data analysis. On this basis the results had been gotten by exercises, field
notes and participants colloquies.
Key-words: Reading, literal genres, discursive social-interaction, inter-subjects,
English language.
1. INTRODUÇÃO
A educação pública, laica e de qualidade tem sido o tema de muitos estudos
e discussões em conferências em diversos países. Tanto as questões sobre a
escola como espaço privilegiado do conhecimento capaz de promover
transformações culturais e sociais como os debates, lutas e tentativas de
reconhecimento do ensino de língua inglesa, no âmbito teórico-metodológico, e de
ensino-aprendizagem datam a partir do século XIX. No entanto, estas discussões
perpassam por questões de ordem pelo caráter sazonal do interesse do idioma de
forma a atender as exigências e demandas da sociedade (Basso e Tilio, no prelo).
Assim, neste contexto, as novas propostas ou as novas referências teórico-
metodológicos para o ensino de Língua Inglesa apresentadas pelas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica do Paraná (DCEs) se baseam nas teorias de
Vigotsky (1989a, 1989b), Bahktin (1998, 1992, 1999), Moita Lopes (2004), Giroux
(2004), etc. As Diretrizes foram elaboradas em conjunto com os professores da rede
pública do Estado do Paraná a partir da análise das situações reais de ensino e no
que se refere as práticas e objetivos atribuídos ao ensino de língua estrangeira no
1

país afim de promover mudanças no ensino e também na formação do indivíduo
crítico capaz de transformar suas ações sociais (DCE,2009).
Considerando também a pedagogia crítica, que vê a escola como espaço
democrático, onde a apropriação crítica e histórica do conhecimento leva a
compreensão das relações sociais e a transformação da realidade, o ensino, tanto
da Língua materna (LM) como da Língua Inglesa (LI), estão pautados nas
concepções dos gêneros textuais. E um dos meios de se alcançar esta apropriação
crítica e histórica, transformadora das ações sociais são os objetivos de projetos
sociais e educacionais que envolvem a leitura. É por meio da leitura e da interação
que o leitor tem com os diversos tipos de textos que se constrói um sujeito capaz de
transformar suas ações sociais, pois segundo Vygotsky o ser humano se
desenvolve a partir da interação social.
Vemos campanhas por parte do governo em prol de uma escola equalitária
e de qualidade, capaz de promover os indivíduos a uma condição de vida melhor,
tanto no aspecto cultural, social e financeiro. No entanto, o retrato do aluno e da sala
de aula hoje está longe daquilo que os educadores, a escola e os pais almejam.
Problemas de ordem social e educacional estão por toda parte. Além sala de aula, o
comportamento, a violência, o desinteresse dentro e fora da sala de aula têm sido
também questionados.
A cada ano letivo que se passa o aluno está cada vez menos interessado
pela leitura, especialmente de jornais e revistas, acarretando assim, a
desinformação. Essa falta de interesse leva ao descomprometimento com o
aprendizado e a falta de informação interfere nas interações sociais, no
comportamento e nas atitudes intra e extra-escolares.
Em se tratando de Língua Inglesa, o desinteresse pela leitura está
agregado à prática de uma parcela de professores que não consegue trabalhar de
forma satisfatória os conteúdos de sua disciplina, ou por terem dupla habilitação
(português/ inglês) por exemplo, e se dedicarem mais ao Português ou também, por
uma graduação ineficaz. Assim, a leitura nas aulas de língua inglesa tem sido
banalizada com o uso da tradução, na sua forma mais estruturalista com o objetivo
de ensinar e de aprender o idioma.
Embora muitos professores sejam dedicados, especializados e muito
preocupados com o ensino/ aprendizagem da nossa língua de trabalho, isto nos
mostra o quanto o ensino tradicional de Língua materna ou estrangeira,
2

fundamentado nos aspectos lingüísticos, principalmente na gramática, se mostra
ineficaz não oportunizando as interações sociais. Por isso frequentemente
observamos vários professores atuando como verdadeiros pesquisadores em busca
de teorias que possam refletir na sua prática.
Tal desinteresse se dá pelo fato dos exercícios serem realizados de forma
descontextualizada. Nossos alunos estão imersos na era tecnológica, no entanto
alguns professores se sentem inaptos em utilizar tais recursos tecnológicos em sala.
Sendo assim, novas tentativas de chamar a atenção e aumentar o interesse dos
alunos pelo idioma estão sendo propostas para que o aluno conheça e utilize a
língua estudada como instrumento de acesso às informações de outras culturas e de
outros grupos sociais.
Considerando que a realidade escolar reflete as dificuldades que os alunos
apresentam em relação à leitura e interpretação do que se lê de acordo com
questões de interação e violência, e de acordo com o que as Diretrizes apontam
para o ensino de Língua Inglesa um propósito maior de educação considerando as
contribuições de Giroux (2004): “ao rastrear as relações entre língua, texto e
sociedade, as novas tecnologias e as estruturas de poder que subjagem” esta
pesquisa utilizou o gênero textual informativo, notícias de jornais do meio digital para
a implementação da seqüência didática junto aos educandos.
Tal gênero foi escolhido considerando o nível de circulação social e por
oportunizar o debate e a reflexão crítica das notícias vinculadas de acordo com os
diversos interesses que a cercam. O tema escolhido para o trabalho com o gênero
foi o da Ciência que ajuda a desvendar crimes. Tal proposta direciona para um
ensino/aprendizagem contextualizado que leve a uma reflexão crítica das estruturas
sociais e das desigualdades que permeiam esta sociedade. Contribuiu, também,
para a definição da escolha a percepção de que o discurso reflete concepções de
mundo por isso não é neutro e que, a partir da interação do indivíduo com o meio é
que se desenvolve o conhecimento global do mesmo, propiciando-lhe condições
para que este circule nos diversos ambientes sociais e culturais se portando
criticamente como cidadão consciente de seus direitos e deveres e também
contribuindo para o desenvolvimento da sociedade (DCE, 2009).
O governo do Estado do Paraná visando a melhoria da educação, instituiu o
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), como política de
desenvolvimento educacional de formação continuada para proporcionar aos
3

professores da rede pública estadual subsídios teórico-práticos que possam levá-los
a aperfeiçoar sua formação teórica de forma que lhes possibilitem uma reflexão
sobre sua prática pedagógica, redimensionando-a e produzindo práticas educativas
mais eficazes. Consta como parte deste trabalho, a construção de uma proposta de
estudo ou investigação, a elaboração, execução e avaliação desta proposta de
intervenção na escola, através da produção de material didático-pedagógico, o
acompanhamento de um Grupo de Trabalho em Rede (GTR) e a elaboração de
relatórios sobre este grupo de estudos culminando com a produção de um artigo
resultante de todo este trabalho.
Como parte deste programa esta pesquisa/intervenção foi aplicada numa
sala de ensino fundamental de escola pública da rede estadual de ensino, na cidade
de Maringá, no ano de 2009 e teve como objetivo investigar que implicações o
trabalho com gêneros textuais: textos informativos de jornais e revistas da internet
terão para o desenvolvimento do leitor crítico, para a formação intelectual e a
construção de informações, atitudes, ideologias e pontos de vistas do aluno.
Desenvolver atividades de leitura em Língua Estrangeira Moderna (LEM)
através de textos informativos retirados de jornais na internet teve como intuito
aumentar o interesse e a motivação pela leitura e para o desenvolvimento intelectual
mais crítico dos alunos, buscando uma transformação no comportamento e atitudes.
Ainda, o mesmo possibilita a interdisciplinariedade com outras disciplinas:
Português, Ciências, Química, Biologia e Filosofia.
Este trabalho está divido em quatro partes: Pressupostos teóricos,
metodologia, análise e discussão dos dados e conclusão.
2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Considerando as teorias do interacionismo sócio-discursivo, a leitura não
deve ser trabalhada somente de uma forma pedagógica em sala de aula. O aluno
tem que se sentir motivado a ler e por isso, é importante que o professor desperte
neste o interesse pelo assunto e para o texto a ser trabalhado. O professor precisa
dizer o por quê é interessante, explicar o contexto histórico em que o texto foi
4

elaborado, conduzir o aluno à crítica que o autor faz ou não ao período social, como
o autor se revela através do texto, se ele se responsabiliza ou fica neutro diante de
um problema, quais são as estratégias que ele usa na escrita, para quê e para quem
o autor escreve.
Uma forma eficaz de desenvolver autonomia, tanto na escrita como na fala,
formar cidadãos críticos, capazes de dialogar e emitir suas opiniões é através da
leitura, compreensão e interpretação de vários Gêneros Textuais. Sendo assim, o
uso de textos de jornais e revistas retirados da internet pode de alguma forma
despertar o interesse pela leitura e consequentemente o desenvolvimento de um
leitor e cidadão crítico.
Uma alternativa para o uso teórico e metodológico do uso da linguagem em
diferentes contextos sócio-históricos é a análise do discurso. Para Halliday (1978) e
Christie (1989) a construção de informações, atitudes ideologias, pontos de vistas se
faz através do uso da linguagem e pode acontecer em qualquer ambiente ou
situação social. É pela linguagem que as pessoas organizam suas idéias e
transmitem seus pensamentos, seus conhecimentos, suas emoções e percepções.
Existem então, diferentes modos para que estes sejam transmitidos, a esta
variedade de formas comunicativas chamamos Gênero e na linguagem pedagógica
o seu estudo se torna normativo e o denominamos Gênero do Discurso, isto é, tipos
de textos que têm características em comum:
A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a
variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e cada atividade
comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciandose
e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica
mais complexa (BAKHTIN, 1997, p. 279).
O ponto de partida do estudo de texto, que é a unidade de comunicação e
tanto pode ser escrita, oral ou visual, através da abordagem sócio-discursiva é o
trabalho com gêneros textuais devendo fazer sempre, a relação existente entre o
uso da linguagem e as atividades desenvolvidas pelo homem e a sua função.
Cada um de nós circula em diversos ambientes sociais e de atividades diversas. A
escola, o lazer, o trabalho, a igreja, a família, as amizades são algumas esferas
onde os seres humanos circulam. Em cada uma destas esferas há um tipo diferente
de linguagem usada para a comunicação desde a mais formal até a mais coloquial
seja ela veiculada, escrita, oral ou visualmente.
5

Nesta utilização variada de linguagem vão se formando enunciados que são
determinados pelas especificidades de cada esfera de utilização da língua
normatizando, a princípio, determinados tipos relativamente estáveis de enunciados.
“Os gêneros são, pois, tipos relativamente estáveis, caracterizados por um conteúdo
temático, uma construção composicional e um estilo. Falamos sempre por meio de
gêneros no interior de uma dada esfera de atividade” (FIORIN, 2006).
- Construção composicional: cada gênero reúne uma série de
características semelhantes que refletem a sua função na determinada
esfera em que circula, isto é, o modo de organizar e estruturar o texto.
- Estilo: preocupação que o autor tem com o léxico, com as formas
gramaticais e com sua imagem perante o interlocutor.
- Conteúdo temático: domínio de sentidos de determinado gênero
textual. Assunto abordado.
Fica difícil fazer uma organização dos gêneros devido à sua grande
variedade e ao grau de instabilidade, estão sempre mudando, como por exemplo,
podemos comparar o gênero convite de casamento. Lembram-se como eram estes
convites na década de 80 ou 90 ? E como são hoje? Esta imagem nos faz reforçar a
idéia de que devemos considerar o momento histórico-social de cada gênero, pois
além de se transformar, um gênero pode até desaparecer em prol do surgimento de
outro.
Os gêneros são meios de apreender a realidade. Novos modos de
ver e conceptualizar a realidade implicam o aparecimento de novos
gêneros e a alteração dos já existentes. Ao mesmo tempo, novos
gêneros ocasionam novas maneiras de ver a realidade. A
aprendizagem dos modos sociais nos leva, concomitantemente, ao
aprendizado dos modos sociais de dizer, os gêneros (FIORIN, 2006,
p. 69).
Gêneros são, portanto, produtos sociais bastante heterogêneos,
possibilitando infinitas construções, fator este, que levou Bakhtin a categorizá-los
como primários e secundários. Os primários são formas mais simples relacionados a
situações imediatas de comunicação oral e os secundários estão relacionados às
6

formas mais elaboradas da escrita e podem representar a união e reelaboração de
vários gêneros primários :
Existe também uma interdependência entre os gêneros. Os secundários
valem-se dos primários e vice-versa, como também, os dois podem se fundir para se
transformarem. Assim, alguns gêneros podem ser mais estereotipados e outros mais
flexíveis.
GÊNEROS
Primários Secundários
Cotidiana, comunicação oral
contexto espontânea.
Relação mais imediata com o
contexto
2.1 A CONSTRUÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS DE GÊNEROS
Algumas pesquisas sobre a construção de modelos didáticos de gêneros já
foram desenvolvidas no Brasil e outras estão em andamento. Neste projeto vamos
focar nos pressupostos teórico-metodológicos do interacionismo sócio discursivo
que se ampara na teoria Vygostskiana onde os processos psicológicos de formação
do indivíduo levam em conta o contexto histórico-social em que as atividades de
linguagem têm carácter central. Assim, “as ações de linguagem que ocorrem em
determinadas construções sociais conduzem à conscientização, à aprendizagem e
ao desenvolvimento humano” (MACHADO, 2000).
Comunicação
elaborada.
cultural, mais
Relação mais abstrata.
Predominantemente orais. Predominantemente escritos.
Coloquial. Adloquial.
Exemplos: piadas, bilhetes, Exemplos: artigo científico,
chats, bate-papo.
ensaios, sermão, editorial,
jurídica, jornalística.
Segundo Cristóvão (2001, p.13, 19) uma teoria que se fundamenta no
interacionismo sócio-discursivo é a psicologia de ensino/aprendizagem de Vygotski
que prega o desenvolvimento da linguagem através das atividades de interações
sociais, já que o ser humano interage com o ambiente em que vive através da
linguagem. Baseado nesta teoria, o educador deve ver a habilidade de leitura como
7

uma ação onde há construção e reconstrução de significados dentro de um
determinado contexto representado em uma atividade social.
Nesta perspectiva, uma das propostas do interacionismo sócio-discursivo é o
ensino de línguas através da construção de modelos didáticos de gêneros, pois
estes podem dar suporte para práticas pedagógicas constituídas por interação.
Segundo Scheneuwly & Dolz (2004) o gênero, quando trabalhado didaticamente na
escola, torna-se referência para os alunos, pois fornece suporte para as atividades
de comunicação.
As diversas formas de comunicação que usamos num determinado grupo
social nos levam ao estudo dos gêneros textuais. Portanto, os gêneros textuais são
estruturados tanto na forma oral como na escrita, possuem um conteúdo temático e
uma organização composicional e lingüística, representando o contexto no qual
estão inseridos. Como a sociedade possui um conhecimento histórico-social
acumulado para desempenhar as atividades necessárias à sobrevivência, os
gêneros textuais passam a ser um instrumento para que nossos alunos possam agir
socialmente, porém, esses gêneros só serão úteis a partir do momento de sua
apropriação isto acontecerá se os educandos sentirem a necessidade de usar um
determinado gênero, caso contrário, a apropriação deste não fará sentido. Por isso,
há necessidade de construirmos materiais didáticos adequados à transposição
didática.
Entendemos que a transposição didática é a transferência de um
conhecimento teórico, de uma determinada esfera social, para a esfera escolar.
Neste processo o conhecimento passa para a linha didática a qual compreende as
adequações deste conhecimento e estratégias previamente planejadas para o
desenvolvimento de atividades com os alunos no ambiente escolar, isto é,
transferirmos os conhecimentos científicos sobre o gênero para o nível de
conhecimento a serem ensinados de acordo com a complexidade exigida para cada
série do Ensino Fundamental e Médio.
Segundo Machado e Cristóvão (2006), há três níveis básicos nesta
transposição didática: o conhecimento científico, o conhecimento efetivamente
ensinado e o conhecimento efetivamente aprendido. Na aplicação destas
concepções à transposição didática da noção de gêneros, podem surgir alguns
problemas como: a interferência das autoridades educacionais (seleção de
conteúdos a serem ensinados) a interferência da ideologia e do nível de
8

conhecimento do professor sobre o assunto e a compartimentalização dos
conteúdos com o risco de se chegar a uma incoerência na proposta oficial. Assim,
segundo as pesquisadoras, se faz necessária a construção de um modelo didático
do gênero a ser ensinado para que os objetivos sejam atingidos já que, cada gênero
tem suas especificidades.
O objetivo da sequência didática, segundo Dolz et al. é permitir ao aluno o
acesso e o domínio de novas práticas de linguagem que materializam -se nos mais
diversos gêneros textuais, então, o planejamento desta sequência deve ocorrer a
partir das necessidades do aluno, e caracteriza-se pela flexibilidade ao longo de sua
realização. A função da seqüência didática é a apropriação por parte dos alunos de
um determinado gênero. O conjunto das atividades didáticas elaboradas favorece o
desenvolvimento de três capacidades e também permite contextualizar os objetivos
dando sentido à aprendizagem. Estas atividades estão de, certa forma, interligadas.
De acordo com DOLZ & SCHNEUWLY (2004) ao vivenciarmos as diversas
situações sociais fazemos uso destas capacidades que englobam diferentes
dimensões:
1) Capacidade de ação de linguagem (referente ao contexto de produção
ou a situação de ação da linguagem). Este plano possibilita o sujeito a adaptar sua
produção de linguagem ao contexto de produção social local, ambiente em que é
realizada a interação. O gênero deve sempre estar adaptado a um destinatário, a um
conteúdo e a um objetivo específico, assim a representação da situação de
comunicação está diretamente relacionada com o mesmo.
2) Capacidade discursiva (referente à organização interna). Neste plano o
autor determina a elaboração dos conteúdos e ao modo de organização seqüencial,
isto é possibilita ao indivíduo a escolha da infra-estrutura geral de um texto.
3)Capacidade lingüístico-discursiva (referente às características
lingüístico-discursivas), este possibilita ao sujeito a realização das operações
contidas na produção textual, as quais estão implícitas os mecanismos de
textualização que envolvem a conexão, a coesão nominal e verbal, o gerenciamento
de vozes e modalização, a construção de enunciados, orações e períodos e a
escolha dos itens lexicais.
9

Como o ensino/aprendizagem da língua inglesa tem se tornado ineficiente
para contribuir na formação de educandos autônomos na leitura e na escrita o
ensino desta linguagem baseado na abordagem dos gêneros textuais se torna
relevante, pois, sugere um instrumento de interação entre os envolvidos permitindo
uma formação mais reflexiva, crítica e realista.
2.2. Gênero Jornalístico
Os jornais e revistas são de grande importância para a sociedade na era da
informação. São meios de comunicação de massa, um produto de consumo o que
os torna divulgadores, conscientizadores ou manipuladores de ideologias. Os
objetivos desses veículos são: informar, entreter, apresentar uma interpretação
competente sobre determinada informação, etc. Há diversos gêneros jornalísticos
como editorial, comentários, artigo , resenha ou crítica, coluna,crônica narrativa ou
real entre outros, todos com suas particularidades.
A notícia
O elemento fundamental de um jornal é a notícia. Esta caracteriza-se por ser
um relato dos fatos sem comentários ou interpretações explícitas. Tais c
aracterísticas vão depender também do público consumidor e da empresa
distribuidora e vinculadora da publicação.
Há uma fórmula para a estrutura da notícia: Q – Q – Q – O – C – PQ (o quê,
quem, quando, onde como, por quê), como detalharemos neste artigo em relação ao
trabalho com leitura de notícias em Língua inglesa numa sala de aula. Embora não
haja uma ordem pré determinada, pois esta é estabelecida pelas circunstâncias que
envolvem cada notícia, observamos um resumo da totalidade que será apresentada
no seu primeiro parágrafo.
Esse gênero trabalha com informações e apresenta a função referencial ou
informativa da linguagem. De acordo com o caráter da informação há tipos
diferenciados de seqüências textuais.
- seqüência narrativa: informação centrada numa pequena narrativa, onde o
narrador tenta se passar despercebido.
10

fato.
- seqüência descritiva: informação centrada na apresentação do estado do
- seqüência explicativa: informação centrada na passagem de um
conhecimento específico. Neste caso o narrador pode interferir emitindo
conhecimentos científicos .
3. METODOLOGIA
Esta é uma pesquisa social, que de acordo com seus objetivos se define
como explicativa por tentar investigar os fenômenos que ocorrem, utilizando-se de
métodos de observação e por pesquisa/ação ou intervenção, que se caracteriza pela
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo na
qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1997
apud BASSO, 2009, p. 11). A pesquisa-ação é um método de condução de pesquisa
aplicada, orientada para elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e
busca de soluções.
Esta proposta de intervenção foi aplicada no Colégio Estadual Unidade Pólo
de Maringá, numa turma de oitava série, do noturno, do Ensino Fundamental, no
primeiro semestre do ano de 2009. O Colégio está localizado num bairro periférico
da cidade e os alunos são de classe média baixa. A escolha de turmas no início do
ano letivo foi pelas salas do período noturno. Assim, a faixa etária dos alunos variou
entre 15 a 25 anos na série escolhida para aplicação. Durante a intervenção foram
coletados dados resultados de exercícios, notas de campo, observações de sala,
conversas e reflexões com professores participantes do GTR.
Na elaboração do projeto de intervenção foi feita a seleção dos textos a serem
trabalhados em sala de aula. O gênero escolhido para o trabalho foi notícias de
jornais na internet acerca do tema “O papel da Ciências nas investigações criminais
e cíveis”. Feito isso, foi elaborada uma sequência didático-pedagógica e a
elaboração do material e das atividades a serem utilizados em sala de aula.
11

O projeto foi apresentado primeiramente aos docentes e equipe pedagógica
do colégio durante a reunião pedagógica no inicio do ano letivo de 2009. Nesta
ocasião o apoio de todos estes profissionais que se colocaram à disposição para
auxiliar no que fosse possível foi notório.
Depois da apresentação no colégio houve um momento em que a proposta,
foi apresentada, através do ambiente Moodle 4 , aos professores GTR, que fizeram a
inscrição para a participação no projeto. A participação dos professores inscritos no
GTR, constituiu primeiramente no estudo das teorias de gêneros textuais, seqüência
didática e interacionismo sócio-discursivo, e numa segunda etapa, foi feita a
aplicação da seqüência didática proposta pela pesquisadora. Por fim realizou-se a
apresentação e aplicação da seqüência didática, previamente planejada, na sala da
8ª série G do Colégio acima citado.
Tanto os textos como a elaboração da seqüência didática teve as teorias
estudadas como arcabouço teórico e foram acompanhados pela orientadora da
Universidade Estadual de Maringá.
Por ser um projeto que previa o uso da internet, os alunos foram levados
ao laboratório de informática a fim de verificar o quão familiar era, para eles, navegar
na internet em busca de informações, uma vez que o nosso objeto de estudo seriam
as notícias vinculadas pela rede acerca do tema.
A última etapa do processo de implemetação do projeto foi na sala de aula
onde os dados foram coletados e serão apresentados e discutidos a seguir.
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
As primeiras idas ao laboratório de informática foi uma tarefa difícil. A
euforia tomou conta dos alunos. Foi difícil controlá-los, eles não aceitavam os
comandos, queriam fazer o que eles bem entendessem como: entrar no orkut,
procurar cenas obcenas, etc... Outro fator que dificultou o trabalho foi a disposição
dos computadores em sala, pois o professor ao ajudar um aluno ficava de costas
para os outros, o que contribuiu para a distração.
4 MOODLE- Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment. É uma plataforma de aprendizagem
gratuita usada em cursos online.
12

No entanto, o contato com o laboratório de informática, mesmo antes do
início da aplicação da seqüência didática em sala, possibilitou observar que havia
uma heterogeneidade na familiaridade e no uso do computador e principalmente em
navegar na internet. Alguns tinham conhecimento muito avançado no manuseio do
computador, porém sem o hábito de utilizarem-no para obter informações científicas
ou conhecimentos que os ajudassem no desenvolvimento educacional/cultural.
Outros, nem sequer sabiam como utilizar a máquina.
Foi possível perceber que os que tinham habilidade, eram alunos vindos das
séries anteriores do próprio Colégio, e adquiriram esta habilidade na própria escola,
em casa ou na comunidade onde moram, através de cursos e da freqüência em lan
houses nas proximidades do colégio. Já os que tinham pouco ou nenhum
conhecimento foram os que vieram de outras escolas e de outras comunidades que
não da nossa cidade, e até mesmo de outros Estados. Com isso pudemos avaliar
que é pura utopia imaginar que o acesso a essa tecnologia já é universal nas
escolas estaduais do Paraná, alguns alunos e até mesmo alguns docentes ainda
têm, por motivos diversos, dificuldades ao acesso.
Foi possível observar nesta etapa que, apesar da discrepância dos saberes
entre os alunos, houve um trabalho de cooperação, e a interação entre aluno/ aluno
e aluno/professor. Este aspecto contribuiu muito para a construção do saber e do
conhecimento. O que condiz com as teorias de Bahktin.
Através deste trabalho de adaptação e ambientação virtual foi possível dar
início à implementação da sequência didática. O fator motivador foi a busca pelo
desconhecido. Num primeiro momento os alunos não conseguiram visualizar por
que pesquisávamos notícias na internet. Nesta etapa, totalmente exploratória, o
propósito foi resgatar a experiência prévia dos alunos sobre o tema que iríamos
estudar e assim, criar um ambiente motivador para a aprendizagem atingindo assim,
o conhecimento científico.
Quando retornamos à sala de aula “convencional”, foi feito um levantamento
a partir da experiência dos alunos. Perguntas sobre os tipos de leituras que eles ou
seus familiares faziam, que veículo de comunicação mais tinham acesso,tais
perguntas foram feitas para investigar e chegar ao conceito de gênero textual.
13

Como era de se esperar as respostas, no início, foram bem desanimadoras,
feitas com total desinteresse.
“Aluno: - Ah, Teacher, nós somos pobres não temos dinheiro para comprar
jornal não!
Professora:- E revista? Alguém aqui lê revista?
Aluno:- Revista? Só de mulher pelada e olha lá, quando já ta em promoção!...
Professora:- E a Internet?
Aluno:-Ah, Teacher, a gente vai gastar dinheiro na LAN para ler notícia? A
gente joga ou...vê filminhos....”
Respostas como estas se estenderam durante o primeiro momento da aula.
Através desta discussão percebeu-se que as informações que tinham sobre
acontecimentos regionais eram obtidas apenas através de veículos de comunicação
oral e daqueles mais sensacionalistas.
Ficou evidente, neste momento que o motivo desta pesquisa era bastante
pertinente, necessário e urgente. A falta de interesse pela leitura não é só dentro da
sala, mas abrange outros contextos sociais. Isto de certa forma foi um insentivo para
o pesquisador levar adiante o trabalho e os objetivos do mesmo.
Após as discussões, em outra aula, os alunos foram expostos a jornais
nacionais e internacionais, na língua materna (LM) e estrangeira (LE). Com as
argumentações chegamos juntos à definição de news e de headlines o que foi um
avanço, pois além de conseguirmos fazer isto sem a tradução direta dos termos, por
comparação e deduções, os educandos realmente internalizaram estes conceitos e
passaram a ser mais receptivos com as atividades, o que pôde ser percebido pela
disposição dos alunos em participarem, nas aulas subseqüentes.
Já com a apostila em mãos, a qual foi elaborada para a implementação da
proposta do projeto, baseada nas teorias de gêneros textuais através de uma
sequência didática, deu-se início as discussões que contemplavam as três
capacidades propostas por DOLZ; SCHNEUWLY (1998 apud DIONISIO et al., 2005,
p. 102).
De acordo com a sequência didática, a primeira parte apresentava algumas
figuras de jornais com o objetivo de explorar o contexto de produção dos mesmos.
Foi destaque nesta parte o esclarecimento sobre a diferença entre os diversos tipos
de jornais. Saber as partes que compõem um jornal, ajudou os alunos a diferenciar
um jornal de notícias de um tablóide, e isto contribuiu para a compreensão do
contexto de produção dos diferentes tipos de jornais que se apresentam tanto na
14

mídia escrita quanto na digital. Neste momento o foco não era no texto da notícia,
mas sim no contexto de produção e recepção do autor da notícia.
As próximas aulas foram desenvolvidas no laboratório de informática onde foi
encaminhado o acesso a vários sites de jornais internacionais para que os alunos
tivessem acesso às notícias mais comuns entre os jornais. Este momento, foi
bastante significativo o interesse dos alunos. Pôde-se perceber tal interesse por
esta investigação e o entusiasmo por conseguirem o acesso às notícias de várias
partes do mundo, muitas vezes as mesmas notícias, mas com focos diferenciados.
O número de aulas para desenvolver esta atividade foi maior que o previsto
incluindo as discussões e reflexões pertinentes ao tema. Porém, os resultados
destas aulas foram conclusivos para alcançar os objetivos da proposta de
intervenção.
Neste momento, foi notório a construção do conhecimento dos alunos, não
apenas como resultado, mas sim, como um processo de sua produção; e a escola
assim, assume seu papel como espaço democrático, como postula a pedagogia
crítica, descrita nas DCEs. Com isso, os alunos perceberam que acontecimentos do
Brasil também apareciam como notícias em diversos países e foi uma verdadeira
descoberta para eles que se mostraram muito empolgados.
didática:
Três foram os motivos que levaram a escolha do tema discutido na seqüência
I - as várias notícias de violência, entre pais contra filhos, alunos e
professores, alunos-alunos, entre outros;
II - o comportamento dos alunos dentro e fora do contexto escolar;
III - a importância da interdisciplinariedade.
O tema escolhido foi A ciência que ajuda a investigar crimes, baseado no
seriado da televisão americana CSI: NY, que desvenda crimes a partir de vestígios
coletados nas cenas do crime o que motivou o interesse dos alunos. Outro fator
motivador foi pedir aos alunos para pesquisarem na internet notícias sobre o caso
Isabela Nardoni. O desempenho dos alunos na realizacão da atividade foi
excelente. A maioria dos alunos pesquisou e salvou em suas pastas (previamente
criadas) os textos mais relevantes publicados nos jornais estrangeiros, em inglês.
15

Após esta pesquisa trabalhamos em sala de aula com material impresso
sobre o caso e sua investigação. Utilizamos as estratégias de leitura, já de
conhecimento de todos os docentes de LEM, para a compreensão e também
atividades de interpretação, previamente preparadas. Nesta etapa também foram
abordados os itens que uma notícia deve conter como: Headline, date, lead, eye or
subtitle, autor ou autores, logotipo da empresa vinculadora, marcas de imprensa
etc... .Foram também enfatizados os Five Ws investigando sobre Who did write the
notice? What about the notice is? Where did that fact happen? When did it was
written? For whom o r who was it notice from?
De volta ao Laboratório de informática, os alunos voltaram o procurar sobre
como estavam às investigações sobre o caso escolhido como notícia. Através desta
pesquisa tiveram acesso aos “essentials tools for crime scene investigation”. Esta foi
a fase em que o entusiasmo dos alunos foi mais evidente, visto que a realidade da
periferia onde vivem proporcionou o interesse pelos fatores de investigação. Assim
adquiriram informações sobre o Luminol, Fingerprints, DNA exams, entre outros.
Os alunos agiram como verdadeiros investigadores e este assunto realmente
despertou neles o interesse e a curiosidade. Arquivaram alguns textos sobre os
elementos e evidências criminais utilizados para a investigação forense do caso em
pauta que depois de estudados em sala de aula através de material escrito com
atividades de reading, discussing and grammar, atividades estas distribuídas entre
as três capacidades abordadas na teoria (capacidade de ação,capacidade discursiva
ecapacidade lingüístico- discursiva) serviram como embasamento para a elaboração
do Project Work, que foi a produção escrita propriamente dita.
Todo este trabalho foi realizado em Inglês e o professor procurou, o máximo
possível, se expressar na linguagem alvo utilizando vocabulário fácil e a linguagem
corporal para auxiliar no entendimento dos alunos. Alguns alunos arriscavam a se
expressar em língua inglesa também, às vezes conseguiam e as vezes precisavam
do auxilio do professor ou de outro colega.
Outros resultados importantes foram a aquisição de vocabulário novo,
relacionado ao assunto, a incorporação das partes que contém o gênero em
questão, a atitude positiva de tentativas de comunicação na língua alvo como
também a disposição destes alunos em criar uma notícia de jornal (verossímil)
contendo todos os itens exigidos pelo gênero, em língua inglesa.
16

A dinâmica em dupla favoreceu a colaboração e a interação entre os pares
envolvidos. Cada dupla deveria passar a produção numa cartolina e ilustrar o que foi
feito e por final exposto no pátio da escola juntamente com as notas do
encaminhamento metodológico utilizado. Importante destacar a parte do
conhecimento científico adquirido sobre como a ciência pode contribuir para o
desvendamento de crimes, já que este conhecimento vai acompanhar o aluno por
todos os ambientes onde circula e este mesmo aluno ao fazer comentários poderá
contribuir para levar conhecimento ás pessoas de sua convivência.
Vale lembrar que todo o desenvolvimento deste projeto foi aplicado também
em turmas do grupo dos professores participantes do GTR, os quais participaram
ativamente com comentários, sugestões e com o feedback da realização das
atividades com os seus respectivos alunos.
Quanto á participação dos outros professores da escola de aplicação que no
início se dispuseram a participar saíram para o PDE de 2009 e os demais só ficaram
na empolgaçào do inicio, atitude já esperada, pois por experiência sabemos que
nas reuniões pedagógicas do início de ano letivo estamos todos dispostos à
implementações de mudanças e com muitas expectativas porém, quando começam
as atividades cotidianas com os alunos são tantos os afazeres e tanta burocracia
que envolvem a rotina pedagógica escolar que os docentes se empenham em dar
conta de suas tarefas e o ensino/aprendizagem dos conteúdos das diferentes
disciplinas se torna, ou melhor, continua sendo compartimentalizado.
5-CONCLUSÃO
Durante a implementação desta intervenção pedagógica com o gênero
textual Informativo: notícias de jornais e revistas da internet, pudemos constatar que
o trabalho com gêneros textuais traz um sentido mais significativo para o
ensino/aprendizagem da LEM visto que, proporciona, também, a abrangência de
todas as habilidades que envolvem esta disciplina da Matriz curricular cuja
habilidade da leitura, escrita e oralidade incorporam o seu conteúdo estruturante
que é o discurso.
17

Quanto ao GTR o desenvolvimento deste projeto oportunizou a promoção
teórica e prática dos professores participantes do processo. Os professores
seguiram corretamente todos os passos da proposta, aplicaram o material em suas
respectivas salas de aula, fizeram questionamentos, contribuíram com sugestões e
fizeram o feedback avaliativo. Como depoimento da professora Marlei Budnei dos
Santos, da cidade de Londrina, a motivação foi melhorar o desempenho de seus
alunos na leitura, segundo o objetivo desta intervenção pedagógica como também a
obtenção do certificado que junto com os demais contribuiria para sua elevação na
tabela do plano de carreira dos docentes do Estado do Paraná.
Em síntese diante do exposto na apresentação dos dados, percebemos que
após este estudo os alunos saíram do senso comum, isto é, do conhecimento prévio
que já traziam sobre medicina e investigação forense e incorporaram conhecimentos
científicos sobre o assunto, como também implementaram as habilidades da língua
inglesa fazendo leituras interessantes, adquirindo novo vocabulário, fazendo
tentativas de comunicação. Percebemos também através da produção escrita, a
incorporação por parte dos alunos das partes que contém o gênero textual em
questão como também a sua função social. Acreditamos que com o
desenvolvimento deste projeto, através da realização desta seqüência didática,
foram atingidos os objetivos propostos pelo trabalho com gêneros textuais, na língua
Inglesa.
Com o desenvolvimento deste projeto os professores participantes puderam
refletir sobre as práticas pedagogicas em sala de aula de língua inglesa, bem como
foi observado o aumento da motivação, do interesse e crecimento dos alunos na
disciplina, fazendo que os mesmos refletissem sobre as práticas sociais as que eles
estão inseridos. E tais reflexões levaram com certeza, todos, a melhoria do ensino e
da aprendizagem da língua inglesa.
6. REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhailovich. Os gêneros do discurso.In: Estética da criação verbal.
Tradução: Maria E. G. Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BASSO, R. A. A. Resumo, projeto de pesquisa, artigo centífico e normalização.
Apostila do curso do PDE. 2009.
18

BASSO, R.A.A.; TILIO, M.L.G. PDE: As Propostas de Formação Continuada das
Políticas Públicas do Paraná. II CLAFPL. Rio de Janeiro: PUC-RIO, ( no prelo)
BRONCKART, Jean Paul. Atividade de linguagem textos e discursos: por um
interacionismo sócio-discursivo. Tradução de Anna Rachel Machado. São Paulo:
EDUC, 1999.
CHIAZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis:
Vozes, 2006. p. 77- 99.
CRISTOVÃO, V. L. L. Gêneros e ensino de leitura em LE: os modelos didáticos de
gêneros na construção e avaliação de material didático. Tese (Doutorado em
Lingüística Aplicada) PUC, São Paulo, 2002ª.
_______. Modelo didático de gênero como instrumento para formação de
professores. In: MEURER, J. L; MOTTA-ROTH, D. Gêneros textuais: subsídios
para o ensino da linguagem. Bauru: EDUSC, 2005b. p. 31-73.
_______. Gêneros textuais, material didático e formação de professores. Signum -
Estudos da Linguagem, Londrina, v. 8, n. 1, p. 173-191. 2005b.
FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.
HALLIDAY, M. A. K. Language at social semiotic. London: Edward Arnold, 1978.
MACHADO, ANNA R. A construção de modelos didáticos de gêneros: aspectos e
questionamentos para o ensino de gêneros. Revista Linguagem em (dis)curso, v.
6, n. 3, Set./Dez., 2006.
MEURER, J. L. O Conhecimento de gêneros textuais e a formação do profissional
da linguagem. In: FORTKAMP, M. B. M. Aspectos da lingüística aplicada: estudos
em homenagem ao professor Hilário Bohn. Florianópolis: Insular, 2000.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da de Língua
Estrangeira para a Educação Básica. Curitiba, 2006.
WWW.MUNDO DA EDUCAÇÃO.COM .BR ( acesso em 15/12/2009).
19

Nome do arquivo: artigo beth final after Ro[2]
Pasta: C:\Documents and Settings\winxp\Desktop
Modelo: C:\Documents and Settings\winxp\Dados de
aplicativos\Microsoft\Modelos\Normal.dot
Título: PROJETO DE INTERVENÇÃO
PEDAGÓGICA
Assunto:
Autor: Cliente
Palavras-chave:
Comentários:
Data de criação: 15/12/2009 20:10:00
Número de alterações: 2
Última gravação: 15/12/2009 20:10:00
Salvo por: Cliente
Tempo total de edição: 1 Minuto
Última impressão: 20/2/2010 10:17:00
Como a última impressão
Número de páginas: 20
Número de palavras: 6.960 (aprox.)
Número de caracteres: 37.590 (aprox.)