Fronteiras Invisíveis e Territórios Movediços entre o Teatro de ...
Fronteiras Invisíveis e Territórios Movediços entre o Teatro de ...
Fronteiras Invisíveis e Territórios Movediços entre o Teatro de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ênfase. Assim, no teatro <strong>de</strong> marionete po<strong>de</strong>-se (como aliás <strong>de</strong>monstra a<br />
tendência majoritária nos últimos anos) dar essa ênfase na pesquisa da<br />
forma (aspecto formal), ou seja, na presença da marionete como elemento<br />
plástico, escultura/cênica. É pertinente dizer aqui que os marionetistas têm<br />
incorporado à marionete as inumeráveis conquistas das artes plásticas<br />
contemporâneas. (2000, p.10).<br />
Po<strong>de</strong>-se dar uma atenção especial a algum elemento, <strong>de</strong> acordo com a<br />
proposta estética <strong>de</strong> cada grupo.<br />
A estética (ou a poética) teatral formula as leis <strong>de</strong> composição e <strong>de</strong><br />
funcionamento do texto e da cena. Ela integra o sistema teatral num<br />
conjunto mais amplo: gênero, teoria da literatura, sistema <strong>de</strong> belas artes,<br />
categoria teatral ou dramática, teoria do belo, filosofia do conhecimento.<br />
(PAVIS, 2005, p. 145).<br />
O teatro <strong>de</strong> animação ou teatro <strong>de</strong> formas animadas é um termo que<br />
representa o agrupamento <strong>de</strong> todos os gêneros <strong>de</strong>ssa linguagem artística, que vai<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> objetos do cotidiano às técnicas mais sofisticadas <strong>de</strong> confecção <strong>de</strong> bonecos.<br />
É uma linguagem sustentada pelo protagonismo da anima, <strong>de</strong>ixando para o objeto,<br />
seja ele um boneco, objeto, forma, silhueta, máscara, <strong>entre</strong> outros, a <strong>de</strong>codificação<br />
da sua essência. Ou seja, a anima é a alma do objeto animado, <strong>de</strong>sprendida ou<br />
projetada do corpo do artista, que por sua vez é naturalmente animista. É<br />
geralmente na infância que a anima se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia. Alguns a <strong>de</strong>senvolvem e a<br />
transformam numa manifestação artística, que respon<strong>de</strong> o quanto o homem ainda se<br />
utiliza <strong>de</strong> códigos, signos e metáforas na sua tradução do mundo.<br />
É da natureza humana a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animar. Amaral (1996, p.170):<br />
A criança naturalmente dá vida a tudo que toca. Relaciona-se igualmente<br />
com o mundo vegetal, mineral, animal ou material. Anima objetos e se<br />
comunica com a natureza. Fala com as plantas, com as árvores, com as<br />
pedras, colheres e ca<strong>de</strong>iras, com seu gato, ou com um macaco selvagem<br />
criado em sua imaginação, conversa com o vento e com as nuvens. É<br />
naturalmente animista. É como se o seu pensamento, ou a sua consciência,<br />
estivesse ainda ligada a uma vida anterior, mas à medida que vai atingindo<br />
a ida<strong>de</strong> da razão, vai <strong>de</strong>la se afastando. [...] O teatro <strong>de</strong> bonecos tem uma<br />
relação direta com o pensamento animista infantil, tem todas as condições<br />
para satisfazer os anseios <strong>de</strong> transformações que a criança tem <strong>de</strong> tornar<br />
real os seus sonhos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Torna fantástico o mundo real.<br />
E mais, referindo-se à dramaturgia, Amaral (1996, p. 74) aponta para uma<br />
tendência visível: “No século XX o teatro <strong>de</strong> bonecos surge, em pesquisas ligadas<br />
ao gestual, à expressão plástica.”<br />
É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa busca que o homem entra no século XX em conflito por trazer<br />
<strong>de</strong> volta o signo, a metáfora, os elementos da subjetivida<strong>de</strong>, num espírito <strong>de</strong> reativar<br />
50