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AFASIA – COMO INTERVIR?

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www.psicologia.com.pt<br />

O objectivo da neuropsicologia moderna consiste em ultrapassar este paradoxo que consiste<br />

em, apesar de provas contrárias, haver grandes resistências ao abandono dos tais esquemas das<br />

formas básicas de afasia. Têm sido feitas tentativas de destacar factores subjacentes aos<br />

distúrbios do discurso e de descrever formas de afasia resultantes de tais factores. A primeira<br />

tarefa da neuropsicologia consistiu em descrever cuidadosamente os distúrbios de discurso<br />

associados a lesões cerebrais locais e em enumerar os sintomas e factores presentes. Esta<br />

abordagem assemelha-se às “(…) tentativas anteriores dos neurologistas franceses em<br />

compreender os distúrbios de discurso em termos de defeitos gnósticos num grupo de casos e de<br />

defeitos práxicos noutro grupo de casos.” (Luria, 1977, p.63). Assim, foram surgindo várias<br />

publicações onde eram descritas certas formas básicas de afasia:<br />

• Afasia sensorial clássica <strong>–</strong> resultante da desintegração da audição fonemática associada<br />

a lesões nas áreas superiores do lobo temporal esquerdo, ou resultante da instabilidade<br />

dos traços acústicos no caso de lesão nas partes médias do lobo temporal esquerdo.<br />

• Afasia motora <strong>–</strong> emerge da falência dos esquemas aferentes cinestésicos associada a<br />

lesões das áreas inferiores do córtex retrocentral esquerdo, ou é resultante da falência da<br />

integração em série das melodias cinéticas associadas com lesões nas áreas inferiores na<br />

zona premotora esquerda.<br />

• Afasia semântica <strong>–</strong> deriva da falência das sínteses simultâneas associada a lesões da<br />

área temporo-parieto-occipital terciária.<br />

• Afasia dinâmica <strong>–</strong> resultante da falha dos programas de discurso associada a lesões das<br />

porções inferiores do córtex frontal esquerdo.<br />

Em 1880, o neurologista americano Charles Mills descreveu o tratamento de um paciente<br />

afásico que, após alguns anos de acompanhamento, foi capaz de comunicar sem dificuldade tanto<br />

através da escrita como do discurso. Mills terá concluído que a recuperação da afasia dependeria<br />

muito da reeducação metódica. Defendeu ainda que:<br />

• se a destruição dos centros do discurso for incompleta, parte da área afectada pode aprender a<br />

fazer o trabalho do todo;<br />

• se os centros de um dos lados for destruído, regiões correspondentes do outro hemisfério<br />

poderão superar essa função;<br />

• se os canais de comunicação forem cortados ou bloqueados formar-se-ão novos caminhos<br />

(Helm-Estabrooks & Holland, 1998).<br />

Pedro Miguel Lopes de Sousa 7

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