Umberto Eco e O Nome da Rosa - Portal da História do Ceará
Umberto Eco e O Nome da Rosa - Portal da História do Ceará
Umberto Eco e O Nome da Rosa - Portal da História do Ceará
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
•<br />
É aqui que se justifica a entra<strong>da</strong> em cena de curta narrativa pessoal<br />
de minha relação, a princípio desconfia<strong>da</strong>, com tal obra, yuan<strong>do</strong> de<br />
sua divulgaçã entre nós. O livro me chamou a atenção desde logo<br />
por seu título provocativo e porque me . tocava o :orte pen<strong>do</strong>r que<br />
sinto pela I<strong>da</strong>de Média, esse perío<strong>do</strong> simbolicamente nco e contraditório<br />
<strong>da</strong> hutnana aventura: época de grandes disputas e confrontos mentais,<br />
<strong>da</strong>s góticas e românicas catedrais, <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des com seus grandes<br />
mestres e seus colégios internacionais, perío<strong>do</strong> de místicas profun<strong>da</strong>s e<br />
desbri<strong>da</strong><strong>do</strong>s carnavais, de orto<strong>do</strong>xias e heresias inumeráveis, de estética<br />
<strong>da</strong> harmonia e <strong>da</strong> cultura <strong>do</strong> baixo ventre ... A despeito disso, guardei<br />
minhas desconfianças iniciais, mesmo len<strong>do</strong> os elogios que saiam nas<br />
publicações especializa<strong>da</strong>s.<br />
To<strong>da</strong>via, no mesmo ano de sua edição brasileira (1983), o<br />
diálogo que mantive com três amigos em encontros diferencia<strong>do</strong>s<br />
me abriu as portas <strong>do</strong> interesse pelo livro. Primeiro, Eduar<strong>do</strong><br />
Hoornaert, bom amigo e melhor historia<strong>do</strong>r, flamengo de Bruges,<br />
tnas brasileiro por opção de vi<strong>da</strong> desde 1958, que me respondeu à<br />
in<strong>da</strong>gação que lhe fiz sobre o valor desta obra com uma frase curta<br />
e convincente: «é um livro deliciosamente estimulante». Depois, mais<br />
ou tnenos na mesma época, por ocasião de uma conferência, já<br />
não recor<strong>do</strong> de quem, no auditório principal <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de<br />
Brasília, encontrei Pierre Sanchis, ex-monge beneditino francês,<br />
tnigra<strong>do</strong> para o Brasil e depois professor de Antropologia <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de Minas Gerais, velho amigo de lides e<br />
pesquisas de sociologia <strong>da</strong> religião, a quem in<strong>da</strong>guei: