Cobras em compota - Ministério da Educação
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O hom<strong>em</strong>-sapo-boi<br />
A três portas <strong>da</strong> minha vive o hom<strong>em</strong>sapo-boi.<br />
Ele não é perigoso. Fica sentado<br />
ali, todo espalhado e quase imóvel, a não ser<br />
por dois pequenos olhos. Esses olhinhos se<br />
mex<strong>em</strong> conforme passam as pessoas.<br />
De manhã b<strong>em</strong> cedo a mulher abre a<br />
porta e ele pula até os degraus <strong>da</strong> frente.<br />
Afasta as pernas, encosta os cotovelos nos<br />
joelhos e pronto. No começo eu fi cava s<strong>em</strong><br />
jeito de passar por ali. Achava que ele fosse<br />
pular. Com o t<strong>em</strong>po percebi que se eu falo:<br />
"bom dia", ele responde "dia"; se eu falo<br />
"boa tarde", ele responde "tarde".<br />
Quando está de olhinhos abertos, cumprimento.<br />
Às seis horas a mulher pega a<br />
vassoura e <strong>em</strong>purra ele para dentro. Às vezes<br />
ele <strong>em</strong>paca, não quer se mexer. Mas ela<br />
vai afun<strong>da</strong>ndo o cabo <strong>da</strong> vassoura na barriga<br />
até ele se irritar. Por fi m o hom<strong>em</strong>-sapoboi<br />
se vira b<strong>em</strong> devagarinho e pula para<br />
dentro <strong>da</strong> casa.<br />
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