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Páscoa, a vida que brota da Esperança. - Igreja Metodista de Vila ...

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<strong>Páscoa</strong>,<br />

a <strong>vi<strong>da</strong></strong><br />

<strong>que</strong> <strong>brota</strong><br />

<strong>da</strong><br />

<strong>Esperança</strong>.<br />

SUBSÍDIOS PARA LIDERANÇA nº 4<br />

<strong>Igreja</strong> <strong>Metodista</strong> – I Região Eclesiástica<br />

1


ÍNDICE<br />

- Página 1 – Estudo Bíblico a partir do AT:<br />

<strong>Páscoa</strong>, Uma celebração <strong>que</strong> ressuscita a libertação<br />

<strong>da</strong> escravidão - por Tércio Machado Si<strong>que</strong>ira<br />

- Página 7 - Estudo Bíblico a partir do Novo Testamento.<br />

<strong>Páscoa</strong> – Sua celebração no tempo <strong>de</strong> Jesus - por<br />

Bispo Paulo <strong>de</strong> Oliveira Lockmann<br />

- Página 16 – Sugestão nº 1 para liturgia pascal<br />

<strong>Páscoa</strong>, libertação – Tempo <strong>de</strong> esperança.<br />

- Página 19 – Sugestão nº 2 para liturgia pascal<br />

Na ressurreição, o encontro do outro.<br />

2


ESTUDO BÍBLICO A PARTIR DO<br />

ANTIGO TESTAMENTO<br />

PÁSCOA, UMA CELEBRAÇÃO QUE RESSUSCITA<br />

A LIBERTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO<br />

Tércio Machado Si<strong>que</strong>ira<br />

Nenhuma <strong>da</strong>s festas bíblicas se equipara em importância e significado a<br />

<strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong>, <strong>que</strong> é lembrança e memória <strong>de</strong> um fato fun<strong>da</strong>mental para a<br />

manutenção <strong>da</strong> <strong>vi<strong>da</strong></strong> do povo bíblico. Na festa o povo era levado a lembrar do<br />

<strong>que</strong> Deus fez por eles quando estavam no Egito. Portanto, lembrar era o<br />

mesmo <strong>que</strong> injetar <strong>vi<strong>da</strong></strong> no povo. Por outro lado, es<strong>que</strong>cer os atos salvadores<br />

<strong>de</strong> Deus era o princípio <strong>da</strong> morte. Assim, a <strong>Páscoa</strong> representa a garantia <strong>da</strong><br />

<strong>vi<strong>da</strong></strong>, <strong>da</strong> paz, <strong>da</strong> esperança, <strong>da</strong> vitória dos fracos sobre os maus. A vitória do<br />

projeto <strong>de</strong> Deus.<br />

I – O ritual <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong><br />

(Êxodo 12:1-28; Deuteronômio 16:1-8)<br />

Estes textos mostram <strong>que</strong> durante a celebração <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong>, os membros<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> israelita dramatizavam os tristes acontecimentos no Egito,<br />

quando seus antepassados serviam a Faraó. Como escravos. Estes textos<br />

eram <strong>de</strong>stinados à cate<strong>que</strong>se <strong>da</strong>s novas gerações <strong>de</strong> israelitas. Isso <strong>que</strong>r dizer<br />

<strong>que</strong> eles eram parte um ritual religioso <strong>que</strong> tinha a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transmitir a fé à<br />

juventu<strong>de</strong> israelita, agora vivendo em Canaã, <strong>que</strong> estava sujeito a cair no<br />

domínio <strong>de</strong> outro po<strong>de</strong>r político. Essa nova geração precisava conservar a sua<br />

fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> ao Deus <strong>que</strong> a salvou <strong>da</strong> escravidão Mas, afinal, o <strong>que</strong> aconteceu<br />

realmente no Egito? Alguns textos bíblicos são muito importantes para iluminar<br />

a<strong>que</strong>la situação.<br />

A. A <strong>vi<strong>da</strong></strong> dos hebreus (israelitas) no Egito<br />

1. Êxodo 1: 11-15<br />

Ao ler este texto, percebe-se <strong>que</strong> algo <strong>de</strong>sagradável ocorria com o<br />

povo hebreu: <strong>vi<strong>da</strong></strong> dura em razão dos trabalhos forçados (v. 11); opressão por<br />

parte do governo egípcio (v. 12); jovens escravos eram assassinados (v. 16).<br />

Tudo isso fazia com <strong>que</strong> a <strong>vi<strong>da</strong></strong> dos hebreus fosse bastante amarga (vv. 13-14).<br />

3


O sistema social em vigor no Egito <strong>de</strong>terminava <strong>que</strong> o povo do campo <strong>de</strong>veria<br />

sustentar, através <strong>de</strong> tributos (grãos, animais e trabalho), to<strong>da</strong> a burocracia e<br />

projetos “faraônicos”. O povo não era escravo no sentido <strong>de</strong> ser proprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do governo ou <strong>de</strong> pessoas ricas. O livro <strong>de</strong> Êxodo diz <strong>que</strong> o Faraó exigia dos<br />

hebreus serviços obrigatórios.<br />

2. Êxodo 3: 7-9<br />

Este texto trata o chamado <strong>de</strong> Moisés para resgatar o povo<br />

<strong>da</strong><strong>que</strong>la situação tão <strong>de</strong>sagradável. O movimento dos escravos israelitas pela<br />

liber<strong>da</strong><strong>de</strong> ganha o favor <strong>de</strong> Deus. Aqui, a missão <strong>de</strong> Moisés tem sua razão <strong>de</strong><br />

ser no grito <strong>de</strong> dor do povo, pela miséria <strong>que</strong> lhe gerava angústia (v. 7). Veja<br />

só! O chamado <strong>de</strong> Moisés estava em função do clamor do aflito (vv. 7, 9, 17)<br />

do povo, e não <strong>de</strong> outro motivo qual<strong>que</strong>r.<br />

3. Êxodo 5: 8-23<br />

Ante a tentativa do povo hebreu, <strong>de</strong> melhorar sua condição <strong>de</strong><br />

<strong>vi<strong>da</strong></strong> e ter um período para o seu <strong>de</strong>scanso (Êxodo 5:1-9), Faraó reage com<br />

mais rigor com os trabalhadores, usando uma tática muito usa<strong>da</strong> pelos<br />

governos opressores, mas con<strong>de</strong>na<strong>da</strong> pela Bíblia. Faraó procura <strong>de</strong>sprestigiar<br />

o povo hebreu chamando-o <strong>de</strong> “preguiçoso” (vv. 8 e 17). Ao mesmo tempo, o<br />

governo egípcio aplica a disciplina do “mau patrão”, exigindo dos escravos<br />

maior produção <strong>de</strong> tijolos (v. 19). Por fim, faraó tenta a tática <strong>de</strong> humilhar os<br />

lí<strong>de</strong>res hebreus, açoitando-os diante do povo (v. 14). Com isso, ele<br />

<strong>de</strong>smoralizava os chefes <strong>da</strong> rebelião. Por tudo isso, é <strong>que</strong> o povo se sentia<br />

maltratado (v. 23), pois além <strong>de</strong> pesado (v. 9) e violento, Faraó procurava<br />

cortar to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma ação organiza<strong>da</strong> contra o sistema <strong>de</strong><br />

governo.<br />

Resumindo: a luta dos hebreus era pela busca <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

obtenção <strong>da</strong> <strong>vi<strong>da</strong></strong> em Canaã. Deus ouviu o clamor do povo e ajudou na busca<br />

<strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

B. A <strong>vi<strong>da</strong></strong> dos hebreus (israelitas) em Canaã<br />

(Deuteronômio 6: 10-25; Deuteronômio 8:7-13)<br />

A celebração pela saí<strong>da</strong> do Egito fez com <strong>que</strong> o povo sonhasse com<br />

uma <strong>vi<strong>da</strong></strong> abun<strong>da</strong>nte e feliz na Terra Prometi<strong>da</strong>. Os textos acima citados<br />

prevêem uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>que</strong> ele sonhava ter em Canaã: ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s e<br />

boas, casas cheias <strong>de</strong> tudo <strong>de</strong> bom, poços abertos, vinhas e olivais (Dt 6:10);<br />

terra para plantar e tirar o sustento para a <strong>vi<strong>da</strong></strong> (vv. 23 e 24); <strong>vi<strong>da</strong></strong> numa terra<br />

sob a justiça <strong>de</strong> Deus (v. 25). Numa <strong>de</strong>monstração clara <strong>da</strong> importância <strong>da</strong><br />

terra para a <strong>vi<strong>da</strong></strong> do povo, o capítulo 8 <strong>de</strong> Deuteronômio continua a mostrar o<br />

anseio <strong>de</strong> <strong>que</strong>m viveu cativo e, agora, busca a <strong>vi<strong>da</strong></strong> plena: na terra prometi<strong>da</strong>, a<br />

4


terra é boa e cheia <strong>de</strong> ribeiros (v. 7); terra <strong>de</strong> trigo, vinhas, ceva<strong>da</strong>s, figueiras,<br />

romãzeiras, oliveiras, azeite e <strong>de</strong> mel (v.8); terra do pão sem escassez e terra<br />

<strong>de</strong> ferro e <strong>de</strong> cobre (v. 9); terra on<strong>de</strong> o povo come e fica saciado (v. 10); terra<br />

on<strong>de</strong> <strong>que</strong>m man<strong>da</strong> é Deus (v. 11); terra <strong>de</strong> casas boas (v. 2) e terra on<strong>de</strong> se<br />

multiplicarão bois e ovelhas (v. 13)<br />

Entretanto, nem to<strong>da</strong> essa expectativa se concretizou após a chega<strong>da</strong> a<br />

Canaã. Muitos fatores concorreram para isso, porém a razão maior estava na<br />

presença <strong>de</strong> outro inimigo <strong>que</strong> procurava exercitar seu domínio tirano sobre o<br />

povo libertado <strong>da</strong> escravidão egípcia. O <strong>que</strong> fazer, então? A or<strong>de</strong>m era lembrar<br />

<strong>da</strong>quilo <strong>que</strong> Deus fez pelo povo cativo no Egito (Dt 8:14-20; Dt 11:18-21). Aqui<br />

se percebe <strong>que</strong> a memória israelita acerca dos atos salvadores <strong>de</strong> Deus não<br />

era vitória triunfalista <strong>de</strong> um passado distante, mas uma lembrança volta<strong>da</strong><br />

para a luta e compromisso com as ameaças <strong>de</strong> outros “faraós” do presente.<br />

Resumindo: Agora, em Canaã, os israelitas enfrentavam outra luta. O<br />

difícil relacionamento com os donos <strong>da</strong> terra (cananeus) criou inúmeras<br />

impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a obtenção dos elementos básicos, tais como a terra,<br />

moradia, alimento e liber<strong>da</strong><strong>de</strong> para o culto.<br />

II – O porquê <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong><br />

Depois <strong>de</strong> analisarmos os textos relatam o motivo <strong>da</strong> celebração <strong>da</strong><br />

<strong>Páscoa</strong>, resta enumerar alguns pontos conclusivos:<br />

1. O relato <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> é uma <strong>da</strong>s muitas histórias <strong>que</strong> eram conta<strong>da</strong>s<br />

para animar o povo em tempos difíceis. Era uma festa revitalizadora <strong>da</strong> força<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> ante o perigo e a crise.<br />

2. Havia muitas histórias <strong>que</strong> o povo contava para tirar <strong>de</strong>las lições<br />

exemplares: a história <strong>da</strong> criação, a história <strong>de</strong> José, a história <strong>de</strong> Elias, etc..<br />

Entretanto, a história <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> era mais importante <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s elas. O relato do<br />

êxodo do passou a ser memorizado, e anualmente comemorado em ca<strong>da</strong><br />

família israelita.<br />

3. A <strong>Páscoa</strong> era única festa pastoril do calendário israelita. As <strong>de</strong>mais<br />

eram festas <strong>de</strong> origem agrícola <strong>que</strong> acompanhavam o ciclo na natureza. A<br />

<strong>Páscoa</strong> era a <strong>que</strong> se relacionava a um fato histórico.<br />

4. A celebração <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> aconteceria nas casas. Somente muito <strong>de</strong>pois<br />

é <strong>que</strong> a festa foi para o templo. Originalmente o celebrante era o chefe <strong>da</strong><br />

família.<br />

5. Certamente a celebração nasceu num misto <strong>de</strong> alegria pela salvação e<br />

a ameaça <strong>de</strong> um novo cativeiro. A celebração aju<strong>da</strong>va o povo a não es<strong>que</strong>cer o<br />

passado, a não per<strong>de</strong>r a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fé e a consciência <strong>de</strong> sua <strong>de</strong> sua missão<br />

5


como povo. Ao mesmo tempo, ela servia <strong>de</strong> combustível para impulsionar na<br />

caminha<strong>da</strong> pela liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>vi<strong>da</strong></strong> plena.<br />

6. A festa <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> é animadora e orientadora <strong>da</strong> luta e interesses do<br />

povo na busca <strong>de</strong> ser fiel a Deus; no esforço para a observância do projeto <strong>de</strong><br />

Deus; na luta pela posse <strong>da</strong> terra e acesso aos meios <strong>de</strong> produção. Portanto, a<br />

festa <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> não é neutra.<br />

7. A celebração <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> dramatiza a história e revela o rosto <strong>de</strong> Deus.<br />

Javé é um Deus diferente, por<strong>que</strong> ouve o clamor dos <strong>que</strong> sofrem e os tira do<br />

sofrimento. Resgatar o sentimento <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong>, hoje, é trabalhar pelo bem-estar,<br />

saú<strong>de</strong>, alegria <strong>da</strong>s pessoas; é salvar os famintos <strong>de</strong> se<strong>de</strong> e fome <strong>de</strong> justiça e<br />

<strong>da</strong> graça <strong>de</strong> Deus.<br />

Questões para pensar:<br />

a) O <strong>que</strong> há <strong>de</strong> semelhante entre a <strong>Páscoa</strong> bíblica e a nossa<br />

comemoração hoje?<br />

b) Que sentido tem a <strong>Páscoa</strong> para nós, hoje?<br />

6


ESTUDO BÍBLICO A PARTIR DO<br />

NOVO TESTAMENTO<br />

A PÁSCOA – SUA CELEBRAÇÃO NO<br />

TEMPO DE JESUS<br />

Bispo Paulo Lockmann<br />

Veremos agora o referencial em <strong>que</strong> se constrói a tradição pascal no<br />

Novo Testamento, assim como as linhas diretas <strong>que</strong> nos vem do Antigo<br />

Testamento. “...Eis o Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Deus...”. Esta sau<strong>da</strong>ção, <strong>que</strong> é introdutória,<br />

mas também didática e intencional, mostra o es<strong>que</strong>ma pascal presente em<br />

João <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do evangelho. Uma <strong>da</strong>s teses do evangelista é exatamente<br />

esta: Jesus é o Cor<strong>de</strong>iro <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong>. Vemos assim a importância <strong>que</strong> o tema<br />

pascal tem na história <strong>da</strong> re<strong>da</strong>ção dos evangelhos. A celebração. A celebração<br />

ju<strong>da</strong>ica <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> e a teologia nela implícita, vão servir <strong>de</strong> pano <strong>de</strong> fundo à<br />

formação do Querigma Pascal <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong>. A razão pela qual o Querigma<br />

(pregação, anúncio) primitivo <strong>da</strong> <strong>Igreja</strong> está profun<strong>da</strong>mente centralizado na<br />

<strong>Páscoa</strong>, é por<strong>que</strong>, tanto a tradição bíblica como nos escritos rabínicos <strong>da</strong><br />

época <strong>de</strong> Jesus, é na <strong>Páscoa</strong> on<strong>de</strong> ocorrem os eventos importantes <strong>da</strong> história<br />

<strong>de</strong> Israel. Enquanto Ezequias celebrava a <strong>Páscoa</strong> com Isaías e o povo, o anjo<br />

do Senhor <strong>de</strong>struía os exércitos <strong>de</strong> Sene<strong>que</strong>ribe (2Rs 19:35-37), Is 37:36-38 e<br />

2Cr 30); na <strong>Páscoa</strong> <strong>que</strong> Ester e os ju<strong>de</strong>us jejuaram, Hamã, o inimigo dos<br />

ju<strong>de</strong>us, caiu em <strong>de</strong>sgraça diante do rei Assuero (Ester 4:14 a 5:6); o levante <strong>de</strong><br />

Matatias, o Macabeu, também ocorre em função <strong>da</strong> proibição <strong>de</strong> celebrar a<br />

<strong>Páscoa</strong>, por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Antíoco IV. Segundo os escritos <strong>da</strong> Apocalíptica<br />

Ju<strong>da</strong>ica, era na <strong>Páscoa</strong> <strong>que</strong> o juízo <strong>de</strong> Javé cairia sobre Edom e as nações<br />

pagãs <strong>da</strong> terra, e <strong>que</strong> o livramento <strong>de</strong> Israel aconteceria.<br />

Por tais razões, na época <strong>de</strong> Jesus, na <strong>Páscoa</strong>, a Guar<strong>da</strong> Romana era<br />

dobra<strong>da</strong>, tendo em vista <strong>que</strong> muitos levantes <strong>de</strong> cunho messiânico ocorreram<br />

durante esta festa nacional. Nesta época vários escritos rabínicos sublinhavam<br />

ser na <strong>Páscoa</strong> o espaço <strong>de</strong> manifestação do Messias. Por esta razão <strong>que</strong> até<br />

nos dias <strong>de</strong> hoje, entre ju<strong>de</strong>us praticantes, reserva-se um lugar à mesa pascal,<br />

para Elias, o profeta precursor, inclusive um cálice é servido a ele com vinho, e<br />

a certa altura <strong>da</strong> celebração, justamente quando o terceiro cálice ou o cálice <strong>da</strong><br />

bênção é bebido, a porta é aberta, com o fim <strong>de</strong> permitir a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Elias, ao<br />

mesmo tempo são li<strong>da</strong>s passagens apropria<strong>da</strong>s e <strong>que</strong> predizem a <strong>de</strong>struição<br />

<strong>da</strong>s nações pagãs (Sl 79:6; Sl 69:24-25). O Ban<strong>que</strong>te Pascal é também o<br />

paradigma (mo<strong>de</strong>lo, padrão) <strong>da</strong> reunião final dos justos no Reino <strong>de</strong> Deus (Mc<br />

14:25, Lc 15:24).<br />

Na época <strong>de</strong> Jesus, <strong>de</strong>vido à opressão estrangeira, ca<strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong> era<br />

aguar<strong>da</strong><strong>da</strong> com gran<strong>de</strong> expectativa, pois nela po<strong>de</strong>ria manifestar-se o Messias<br />

7


Libertador <strong>de</strong> Israel. Na escola rabínica <strong>de</strong> Hilel, avô <strong>de</strong> Gamaliel, mestre <strong>de</strong><br />

Paulo e contemporâneo <strong>de</strong> Jesus, afirmava-se <strong>que</strong> o Messias <strong>de</strong>veria vir entre<br />

14 e 15 <strong>de</strong> Nisan, por ocasião do sacrifício do Cor<strong>de</strong>iro Pascal, inclusive fatos<br />

extra-ordinários <strong>de</strong>veriam marcar este momento. Nos escritos <strong>de</strong> Qunrâm é<br />

durante esta celebração <strong>que</strong> <strong>de</strong>veria ocorrer à vin<strong>da</strong> do Mestre <strong>da</strong> Justiça. Em<br />

plena guerra diz: “...enquanto lutam os filhos <strong>da</strong> luz, os sacerdotes celebram o<br />

sacrifício do Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Deus por todo o resto santo <strong>de</strong> Israel, pois será o dia<br />

<strong>da</strong> vitória do Senhor”.<br />

Na Palestina do século I, todo israelita em condições, e <strong>que</strong> não<br />

estivesse distante <strong>de</strong> Jerusalém mais <strong>de</strong> 15 milhas, <strong>de</strong>veria ir obrigatoriamente<br />

a Jerusalém. O Templo transformara-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a reforma <strong>de</strong>uteronômista o<br />

centro <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong>, <strong>que</strong>, contudo não se limitava a ele. Não apenas os Israelitas<br />

próximos <strong>de</strong> Jerusalém compareciam a festa, mas <strong>de</strong> to<strong>da</strong> Diáspora ju<strong>da</strong>ica<br />

vinham pessoas para a festa. Para se calcular o número <strong>de</strong> participantes, com<br />

base na informação <strong>de</strong> Flávio Josefo, o historiador, segundo o qual, Cestius<br />

tendo feito um recenseamento a fim <strong>de</strong> convencer Nero <strong>da</strong> importância <strong>de</strong><br />

Jerusalém, dá o número <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros sacrificados, por ocasião <strong>de</strong> uma festa<br />

pascal, <strong>que</strong> seriam 256.500, e <strong>que</strong>, admitindo-se 10 pessoas para ca<strong>da</strong> um,<br />

<strong>da</strong>ria uma população <strong>de</strong> 2.700.200. Sem dú<strong>vi<strong>da</strong></strong> tal população na ocasião <strong>da</strong><br />

festa <strong>da</strong> páscoa, fazia com <strong>que</strong> gran<strong>de</strong> parte acampasse fora dos muros <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Com isso o comércio todo tomava gran<strong>de</strong> impulso nesta época,<br />

inclusive no Templo (Mt 21:12-13; Jo 2:13-17). Isto se tal número mencionado<br />

fosse real, o <strong>que</strong> nos parece bastante imprevisível.<br />

Os <strong>que</strong> se alojavam <strong>de</strong>ntro dos muros eram gratuitamente hospe<strong>da</strong>dos<br />

e, em troca, <strong>de</strong>ixavam aos seus hospe<strong>de</strong>iros, as peles dos carneiros pascais e<br />

os vasos <strong>de</strong> <strong>que</strong> se utilizavam nos serviços sagrados.<br />

Os preparativos iniciavam-se até um mês antes. Rituais <strong>de</strong> purificação e<br />

outros arranjos preliminares eram feitos segundo os ensinos dos Rabis. No<br />

sábado anterior à festa, o Gran<strong>de</strong> Sábado, <strong>de</strong>veriam fazer orações e ritos<br />

especiais, tudo com vistas à festa. No dia 10 <strong>de</strong> Nisan o cor<strong>de</strong>iro do sacrifício<br />

era escolhido.<br />

Na semana <strong>da</strong> festa pascal to<strong>da</strong>s as vinte e quatro turmas <strong>de</strong> sacerdotes<br />

ministravam no Templo e repartiam entre si o <strong>que</strong> lhes tocava dos sacrifícios e<br />

dos pães <strong>da</strong> proposição durante a festa.<br />

Logo pela manhã do dia 14 começava a <strong>Páscoa</strong>. Na Galiléia nenhuma<br />

outra obra era feita durante todo a<strong>que</strong>le dia; na Judéia o trabalho continuava<br />

até o meio dia, sendo <strong>de</strong> notar, contudo, <strong>que</strong> embora nenhuma nova obra<br />

<strong>de</strong>vesse ser começa<strong>da</strong>, a <strong>que</strong> estivesse adianta<strong>da</strong> podia ser concluí<strong>da</strong>. Só em<br />

Jerusalém podia-se sacrificar e comer o cor<strong>de</strong>iro pascal. Outra proibição era a<br />

<strong>de</strong> comer coisas fermenta<strong>da</strong>s. O fermento era todo jogado fora até, no máximo,<br />

às 12 horas do dia 14 <strong>de</strong> Nisan. O cor<strong>de</strong>iro pascal <strong>de</strong>veria ser comido por no<br />

máximo 20 e no mínimo 10 pessoas. O grupo <strong>que</strong> participou <strong>da</strong> ceia com Jesus<br />

era composto <strong>de</strong>le e dos 12, seguindo <strong>de</strong> perto a tradição. Além do cor<strong>de</strong>iro,<br />

compunha a refeição pascal: vinho, pão, verduras, ervas amargas, marmela<strong>da</strong><br />

e frutas, tudo com vários condimentos.<br />

8


O ban<strong>que</strong>te <strong>da</strong> páscoa transcorria <strong>da</strong> seguinte maneira: começava com<br />

o erguer do primeiro cálice, pelo chefe <strong>da</strong> família ou grupo, <strong>que</strong> pronunciava a<br />

seguinte fórmula <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> graças “louvado sejas tu, Javé, nosso Deus, Rei<br />

do Mundo, <strong>que</strong> criaste o fruto <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira”. A seguir tomava-se a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

refeição: verduras e ervas amargas, junto com uma sopa simples. Enquanto<br />

não se servia o ban<strong>que</strong>te principal, o segundo cálice era servido aos<br />

participantes. Depois então o lí<strong>de</strong>r <strong>da</strong>va início a liturgia <strong>da</strong> páscoa propriamente<br />

dita. Uma criança ou outro participante perguntava: ”Por <strong>que</strong> estamos<br />

celebrando esta refeição?”. O chefe <strong>da</strong> casa respondia com o relato <strong>da</strong> saí<strong>da</strong><br />

do Egito. O texto usado mais freqüentemente era (Dt 26:5-11), acompanhado<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>vi<strong>da</strong></strong> interpretação. Ênfase especial era posta no cor<strong>de</strong>iro pascal, <strong>que</strong><br />

lembrava a misericórdia <strong>de</strong> Javé, e também nas ervas amargas, <strong>que</strong> lembrava<br />

o sentido amargo <strong>da</strong> escravidão sob jugo do Faraó e, enfatizava-se ain<strong>da</strong> os<br />

pães ázimos (ou asmos), os quais lembravam à rápi<strong>da</strong> libertação do Egito.<br />

Depois <strong>de</strong>sta liturgia vinha então o ban<strong>que</strong>te.<br />

A ÚLTIMA CEIA NO QUADRO DA TRADIÇÃO PASCAL<br />

No Cristianismo primitivo, a tradição referente à última ceia <strong>que</strong> Jesus<br />

fez com seus discípulos foi conserva<strong>da</strong> e transmiti<strong>da</strong> no quadro litúrgico <strong>da</strong><br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foi Paulo o primeiro a redigir esta tradição em resposta aos<br />

problemas surgidos em Corinto. Paulo começa a citação com palavras<br />

análogas às <strong>de</strong> Jesus, e as enquadra no kerigma <strong>da</strong> morte e ressurreição <strong>de</strong><br />

Jesus. Diz ele: “Por<strong>que</strong> eu recebi do Senhor o <strong>que</strong> também entreguei-vos”. Ele<br />

<strong>que</strong>r sublinhar com os dois verbos receber/transmitir (ou entregar), os mesmos<br />

termos do início <strong>de</strong> 1ª Coríntios 15. Com estes termos, os escribas hebreus<br />

costumavam conotar o ato <strong>de</strong> receber e transmitir uma tradição <strong>que</strong> passa <strong>de</strong><br />

uma geração a outra: “Moisés recebeu a Lei no Sinai e transmitiu a Josué, e<br />

Josué aos anciãos, os anciãos aos profetas, e os profetas aos representantes<br />

<strong>da</strong> gran<strong>de</strong> sinagoga” (Mishná Abot I).<br />

Em Paulo a matriz <strong>da</strong> tradição é o próprio Senhor, por ocasião <strong>da</strong> última<br />

ceia com os discípulos. Nas frases <strong>da</strong> celebração <strong>da</strong> ceia ressoa para Paulo e<br />

a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> cristã primitiva a voz do Senhor, ou seja, sua palavra viva.<br />

Também os evangelistas pressupõem tal tradição <strong>da</strong> última ceia, nas<br />

inserem-na no contexto mais vasto <strong>da</strong> história <strong>da</strong> paixão.<br />

Após o texto <strong>de</strong> Paulo <strong>que</strong>ro sublinhar apenas o <strong>de</strong> Marcos, (Mc 14:22-<br />

24), por ser certamente o seguinte em antigui<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Vemos <strong>que</strong> o texto <strong>de</strong> Marcos coinci<strong>de</strong> em muitas coisas com o <strong>de</strong><br />

Paulo. As diferenças estão nas palavras “e atribuem-lhes” acrescenta<strong>da</strong>s por<br />

Marcos. Além disto, Marcos não diz “<strong>de</strong>u graças”, mas “abençoou”, “pronunciou<br />

a oração <strong>de</strong> bênção (ou <strong>de</strong> louvor) (enlouguesas)”, era este o modo usual, no<br />

ju<strong>da</strong>ísmo, <strong>de</strong> referir-se à oração <strong>da</strong> mesa, enquanto <strong>que</strong> “<strong>de</strong>u graças”<br />

(encharistesas – don<strong>de</strong> a <strong>de</strong>signação posterior <strong>de</strong> eucaristia <strong>da</strong><strong>da</strong> à Ceia do<br />

Senhor) é uma alocução alternativa ju<strong>da</strong>ica ou um neologismo cristão.<br />

9


Jeremias menciona ain<strong>da</strong> o caráter <strong>de</strong> Aliança Pascal <strong>que</strong> Marcos dá à sua<br />

narrativa, através do pão e do vinho. Além disto, ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a origem semítica<br />

do relato <strong>de</strong> Marcos, on<strong>de</strong> nos quatro versículos ele aponta 24 semitismos<br />

(Veja o opúsculo <strong>de</strong> J. Jeremias sobre a Eucaristia publica<strong>da</strong> pelas Edições<br />

Paulinas).<br />

Finalmente, o relato <strong>de</strong> Marcos tornou-se referencial para os<br />

evangelistas Mateus e Lucas. Sem dú<strong>vi<strong>da</strong></strong> a tradição sinótica viu a última ceia<br />

na perspectiva <strong>de</strong> uma refeição pascal, haja vista o envio dos discípulos antes<br />

para prepará-las (Marcos 14-12). Esta preparação visava <strong>que</strong> o lugar <strong>da</strong><br />

celebração fosse revistado a fundo para livrá-lo <strong>de</strong> todo resto <strong>de</strong> pão<br />

fermentado. Mas também tendo em vista <strong>que</strong> a celebração <strong>de</strong>via ser celebra<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ntro dos muros <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, tinham <strong>de</strong> preparar o lugar. Lucas possivelmente<br />

teria usado outra fonte <strong>da</strong><strong>da</strong> a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu relato.<br />

Em face <strong>de</strong>stas intenções dos textos <strong>de</strong> Paulo (e também <strong>de</strong> Marcos)<br />

vemos <strong>que</strong> eles a interpretou através dos símbolos <strong>de</strong>sta última ceia, o<br />

acontecimento <strong>da</strong> morte e ressurreição. Por isto <strong>que</strong> Paulo diz “to<strong>da</strong>s as vezes<br />

<strong>que</strong> comer<strong>de</strong>s este pão e beber<strong>de</strong>s o cálice anunciais a morte do Senhor, até<br />

<strong>que</strong> ele venha” (1Co 11:26).<br />

Deste modo a Ceia para o cristão é uma refeição salvífica, pois enten<strong>de</strong><br />

o anúncio <strong>da</strong> morte como uma proclamação <strong>de</strong> salvação, ou libertação<br />

conforme era a refeição pascal israelita. Semelhantemente esta ceia litúrgica, é<br />

um memorial, vi<strong>de</strong> e o <strong>que</strong> é dito no relato <strong>de</strong> Paulo (1Co 11:24) “Em Memória<br />

<strong>de</strong> Mim”. Lembra-se <strong>de</strong> alguém significa, na linguagem bíblica, ser-lhe gracioso<br />

(cf. Lc 23:42; Sl 74:2) a não ser <strong>que</strong> sejam lembra<strong>da</strong>s as faltas, em cujo caso<br />

as conseqüências são terríveis (Sl 25:7). Concluindo, “Em Memória <strong>de</strong> Mim”<br />

em (1Co 11:24 e Lc 22:19), <strong>de</strong>ve significar <strong>que</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> reuni<strong>da</strong> para o<br />

partir do pão roga a Deus <strong>que</strong> “ lembre seu Messias”, como na antiga Pesah.<br />

Esta memória era antes <strong>de</strong> tudo, memória do sacrifício do “Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Deus”<br />

oferecido uma vez para sempre; a páscoa cristã; <strong>que</strong> tira os pecados do<br />

mundo.<br />

PAIXÃO E RESSURREIÇÃO NO CENTRO DA TRADIÇÃO<br />

PASCAL DA IGREJA<br />

Os relatos <strong>da</strong>s obras e palavras <strong>de</strong> Jesus assim como sua paixão e<br />

morte, sofreram inevitavelmente a influência <strong>da</strong> fé. A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> mais antiga<br />

<strong>de</strong> Jerusalém, em breves fórmulas, exprimia a fé comum <strong>de</strong> <strong>que</strong> a Paixão do<br />

Messias se realizou pelos nossos pecados, “segundo as escrituras”, diz Paulo<br />

(1Co 15: 4).<br />

A morte e paixão <strong>de</strong> Cristo é a chave para a compreensão não só <strong>de</strong><br />

alguns textos como do “Servo Sofredor”, mas <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a escritura. Sendo Cristo<br />

a chave para a compreensão do Antigo Testamento, no entendimento do<br />

cristianismo primitivo. É natural então <strong>que</strong> os relatos <strong>de</strong> sua paixão e morte e<br />

10


essurreição sejam usa<strong>da</strong>s “testimonias”, as coleções <strong>de</strong> textos do Antigo<br />

Testamento.<br />

A narração <strong>da</strong> Paixão – uma crônica antiga – na quais as primitivas<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s cristãs relatavam os sofrimentos <strong>de</strong> seu Senhor. Começava com<br />

sua prisão. Seguia-se o processo diante <strong>de</strong> Pôncio Pilatos e, por fim, havia a<br />

cena <strong>da</strong> crucificação e <strong>da</strong> morte <strong>de</strong> Jesus. Não havia apenas está crônica<br />

difundi<strong>da</strong> na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> primitiva. Como vimos, o relato <strong>da</strong> última ceia fazia<br />

parte <strong>de</strong>stas crônicas orais, <strong>que</strong> circulavam entre o povo.<br />

O relato <strong>da</strong> última ceia foi, juntamente com o <strong>da</strong> unção em Betânia,<br />

introduzidos entre as crônicas <strong>da</strong> paixão e morte, sendo <strong>que</strong> somente Lucas<br />

não insere este episódio entre a paixão e morte.<br />

Antes <strong>de</strong> mais na<strong>da</strong>, é preciso notar <strong>que</strong> a fé cristã nomeia cruz e<br />

ressurreição <strong>de</strong> Jesus como acontecimento unitário sobre a qual se<br />

fun<strong>da</strong>menta a nossa salvação. Só se po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><strong>vi<strong>da</strong></strong>mente a morte<br />

<strong>de</strong> Jesus e a sua ressurreição, se se consi<strong>de</strong>rarem estes fatos como<br />

pertencentes a um mesmo âmbito e ligados por uma relação estreitíssima e<br />

mútua (1Co 5:7-8). De fato, exatamente por<strong>que</strong> Cristo foi ressuscitado <strong>da</strong><br />

morte, está inerente à sua morte uma força expiadora e os pecados são<br />

perdoados (cf. 1Co 5:17). Sem a páscoa, a sexta-feira santa seria apenas<br />

morte. Mas ao mesmo tempo, na primitiva profissão <strong>de</strong> fé cristã, sublinha-se<br />

<strong>que</strong> o Senhor ressuscitado e glorificado se i<strong>de</strong>ntifica com o Jesus histórico <strong>que</strong><br />

morreu na cruz por nós (1Co 5:7). Por isso a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> cristã, quando<br />

informa sobre a paixão <strong>de</strong> Jesus, não preten<strong>de</strong> contar simplesmente um<br />

episódio do passado, já bastante afastado no tempo e <strong>que</strong> não teria nenhum<br />

vínculo imediato com o presente. Ele relata tal acontecimento por<strong>que</strong> a<strong>que</strong>le<br />

Jesus <strong>que</strong> percorreu o caminho <strong>da</strong> cruz, é proclamado o Senhor, por causa <strong>de</strong><br />

sua ressurreição (Atos 2:36).<br />

A ressurreição é <strong>que</strong> rompe o escân<strong>da</strong>lo <strong>da</strong> cruz, visto <strong>que</strong> para os<br />

ju<strong>de</strong>us o Messias morrer numa cruz era uma afronta às suas mais aceitas<br />

tradições.<br />

Graças aos mo<strong>de</strong>rnos estudos bíblicos, é <strong>que</strong> hoje sabemos haverem<br />

existido nos tempos <strong>de</strong> Jesus, pelo menos três idéias messiânicas. Nos<br />

círculos farisaicos e no povo hebreu em geral se esperava um rei consagrado<br />

<strong>que</strong> pu<strong>de</strong>sse aparecer como um segundo David e restituir o esplendor <strong>de</strong><br />

Israel, outros esperavam um profeta como Moisés ou um sumo sacerdote do<br />

fim dos tempos, <strong>que</strong> purificaria Israel prepararia um tempo novo.<br />

Completamente diverso era o enfo<strong>que</strong> apocalíptico, <strong>que</strong> se voltava para o céu<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria vir, <strong>de</strong>scendo <strong>da</strong>s nuvens, o Filho do Homem (Daniel 7: 10),<br />

para o castigo dos ímpios e a libertação dos ju<strong>de</strong>us. A idéia <strong>de</strong> um Messias<br />

sofredor era, para muitos exegetas, completamente <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> nos tempos<br />

<strong>de</strong> Jesus. A este respeito temos mais recentemente a tese do professor<br />

Ricardo Pietrantonio, sobre o Messias Ben Efraim do Evangelho <strong>de</strong> João.<br />

11


SUGESTÃO Nº 1 PARA LITURGIA PASCAL<br />

PÁSCOA, LIBERTAÇÃO – TEMPO DE ESPERANÇA<br />

Prelúdio<br />

I – A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> é con<strong>vi<strong>da</strong></strong><strong>da</strong> a celebrar a <strong>Páscoa</strong>, inovando e<br />

adorando a Deus e a Cristo como Senhor <strong>de</strong> suas <strong>vi<strong>da</strong></strong>s.<br />

Dirigente – Os símbolos pascais e sua mensagem: por<strong>que</strong> a<br />

páscoa é a festa <strong>da</strong> libertação?<br />

Na história <strong>da</strong> salvação, <strong>que</strong> é a nossa história, os acontecimentos<br />

evoluem <strong>de</strong> acordo com as novas lutas dos homens e mulheres. Num<br />

princípio, as tribos hebraicas comemoravam a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> primavera<br />

com uma gran<strong>de</strong> festa. Estas tribos, nôma<strong>de</strong>s e alegres com o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do rebanho, sacrificavam o melhor cor<strong>de</strong>iro a<br />

Deus. Acreditavam <strong>que</strong> o sacrifício traria melhor sorte na próxima<br />

tempora<strong>da</strong> <strong>de</strong> criação.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, os hebreus estabeleceram-se na Palestina, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong><br />

ser unicamente nôma<strong>de</strong>s. Assim, aos poucos diminuiu as festas <strong>da</strong><br />

páscoa liga<strong>da</strong>s a criação <strong>de</strong> rebanhos e valorizaram-se as<br />

comemorações agrícolas. Nessa ocasião comemora-se o surgimento<br />

dos primeiros grãos <strong>da</strong> safra, prenúncio <strong>da</strong> boa colheita. Louvavam a<br />

Deus por isso cantando, <strong>da</strong>nçando, orando e tomando refeições<br />

especiais.<br />

- Leitura Bíblica – Isaías 53<br />

- Oração <strong>de</strong> Invocação<br />

_ Leitura Antífona nº 55 pág. 66 HE<br />

- Hino nº 74 <strong>de</strong> Adoração do HE<br />

II – A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> confessa seus pecados, pois muitas vezes não está<br />

se colocando ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente como cristã em nossos dias, não<br />

proporcionando <strong>vi<strong>da</strong></strong> e liber<strong>da</strong><strong>de</strong> ao nosso próximo.<br />

Dirigente: os israelitas, porém, quando foram libertados <strong>da</strong><br />

escravidão do Egito pela mão forte <strong>de</strong> Deus, sob a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong><br />

13


Moisés e coma consciência <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> homens e mulheres,<br />

viram <strong>que</strong> também tornaram-se livres na primavera. Assim, a<br />

primavera liberta a natureza para o <strong>de</strong>sabrochar <strong>de</strong> flores,<br />

frutos e para o crescimento do rebanho; do mesmo modo,<br />

Deus liberta os seres humanos, <strong>da</strong>ndo-lhes ânimo para a nova<br />

<strong>vi<strong>da</strong></strong>. Israel lutou para não ser mais escravo no Egito e Deus<br />

lutou com ele.<br />

Neste propósito a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> é con<strong>vi<strong>da</strong></strong> a orar<br />

silenciosamente pedindo para <strong>que</strong> Deus com o seu po<strong>de</strong>r<br />

liberte o ser humano <strong>de</strong> tudo <strong>que</strong> o oprime na sua <strong>vi<strong>da</strong></strong><br />

material, espiritual, moral, econômica e política.<br />

- Oração Silenciosa <strong>de</strong> Confissão<br />

- Oração Audível <strong>de</strong> Confissão<br />

- proclamação do Perdão – Dirigente: I João 2:1-2<br />

III – A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> louva a Deus pela plena libertação ofereci<strong>da</strong><br />

através <strong>de</strong> Jesus Cristo, nosso Senhor.<br />

Dirigente: <strong>Páscoa</strong> significa passagem, travessia, caminha<strong>da</strong>,<br />

salto...Deus no Egito livrou os primogênitos israelitas <strong>da</strong><br />

morte, por meio do sangue <strong>de</strong>rramado às suas portas. Depois,<br />

livrou o povo <strong>da</strong> opressão do Faraó e <strong>da</strong> sua própria <strong>de</strong>scrença<br />

e <strong>de</strong>sânimo. Deus atravessou as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s com o povo e<br />

caminhou com ele. Por isso eternamente os israelitas<br />

comemorarão a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e a nova <strong>vi<strong>da</strong></strong>.<br />

- Cânticos <strong>de</strong> louvor (coral, conjunto ou congregação)<br />

IV – A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> busca a orientação para os seus caminhos na<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus.<br />

- Leitura Bíblica<br />

- Mensagem<br />

- Cântico Coral (ou conjunto, ou solo, etc...)<br />

Dirigente: Na Ceia <strong>da</strong> <strong>Páscoa</strong>, <strong>que</strong> Jesus comemorou horas<br />

antes <strong>de</strong> ser preso pelos sol<strong>da</strong>dos, estavam presentes vários<br />

símbolos <strong>da</strong> <strong>vi<strong>da</strong></strong> do povo. Come-se pão sem fermento para<br />

lembrar a pobreza do povo no Egito e comem-se ervas amargas<br />

para lembrar os tempos <strong>de</strong> escravidão, quando a <strong>vi<strong>da</strong></strong> é amarga<br />

e sem esperanças; come-se também um pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> carne para<br />

14


lembrar o cor<strong>de</strong>iro, cujo sangue salvou os primogênitos no<br />

Egito. E nas cerimônias lembra-se <strong>de</strong> Jerusalém reconstruí<strong>da</strong>,<br />

indivisível, símbolo <strong>da</strong> graça <strong>de</strong> Deus na criação <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>vi<strong>da</strong></strong>. Recor<strong>da</strong>-se também do Messias, prometido para ser sinal<br />

<strong>da</strong> salvação <strong>de</strong> todo o mundo. As orações têm como tema<br />

central a <strong>que</strong>stão <strong>da</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Jesus, nosso Mestre e Salvador, chega para cumpri todos os<br />

sinais e símbolos. Na sua <strong>vi<strong>da</strong></strong> cumprem-se as cerimônias. As<br />

cerimônias transformam-se em prática <strong>de</strong> <strong>vi<strong>da</strong></strong> para todos os<br />

<strong>que</strong> crêem.<br />

De fato, Jesus transforma em <strong>vi<strong>da</strong></strong> prática os símbolos <strong>de</strong><br />

Israel, garantindo a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> história <strong>da</strong> salvação.<br />

Aleluia!<br />

Congregação: o Senhor <strong>de</strong> fato ressuscitou e encontra-se no<br />

meio e com todos nós. Aleluia!<br />

V – A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>dica-se a uma ação continuadora <strong>da</strong> prática do<br />

Jesus ressuscitado<br />

- Cântico Congregacional ( <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação)<br />

- Momentos <strong>de</strong> orações comunitárias <strong>de</strong> gratidão pela <strong>vi<strong>da</strong></strong><br />

- Festa do amor // Ceia Pascal<br />

- Oração Final e Bênção.<br />

15


SUGESTÃO Nº 2 PARA LITURGIA PASCAL<br />

NA RESSURREIÇÃO, O ENCONTRO DO OUTRO<br />

1 – Processional (entra<strong>da</strong> dos celebrantes)<br />

2 - Leitura <strong>de</strong> Adoração:<br />

- Dirigente – Aleluia! Jesus Cristo ressuscitou! Nele a morte foi<br />

venci<strong>da</strong> e Ele é a garantia <strong>da</strong> nossa ressurreição.<br />

- Todos: Em Cristo o acontecimento do passado dá-nos a<br />

esperança do futuro plenificado.<br />

- Dirigente: Mas o Espírito torna presente em nós a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> passagem <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> morte para um estado<br />

<strong>de</strong> <strong>vi<strong>da</strong></strong> em nossas relações ain<strong>da</strong> hoje.<br />

- Todos: Por isso, Senhor, nós te louvamos. Nós te<br />

agra<strong>de</strong>cemos por<strong>que</strong> em teu infinitivo amor tu nos doaste teu Filho e<br />

por<strong>que</strong> em sua morte e ressurreição nós somos elevados à altura <strong>de</strong><br />

teus filhos e filhas com to<strong>da</strong>s as chances <strong>de</strong> vivermos a <strong>vi<strong>da</strong></strong> eterna<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já. Louvado seja louvado!<br />

3 – Hino Nº 43 (HE)<br />

4 – Oração <strong>de</strong> Adoração<br />

5 – Leitura <strong>de</strong> Confissão:<br />

Dirigente – “Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração; não te<br />

escon<strong>da</strong>s <strong>da</strong> minha súplica“. (Salmo 55:1)<br />

Todos - “Lava-me completamente <strong>da</strong> minha iniqüi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

purifica-me do meu pecado” (Salmo 51:2).<br />

16


6 – Oração Silenciosa <strong>de</strong> Confissão (tendo como motivo o<br />

relacionamento familiar: marido/mulher, pai/mãe/filhos (as),<br />

família/socie<strong>da</strong><strong>de</strong> maior).<br />

7 – Leitura Bíblica: Dirigente – João 8: 10-11<br />

8 – Hino<br />

9 – Leitura:<br />

Dirigente – a Bíblia é um relato <strong>da</strong> ação <strong>de</strong> Deus na história do<br />

seu povo. Vejamos como o Senhor, <strong>que</strong> é o Senhor <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong><br />

História, age com misericórdia para com a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>que</strong><br />

transgri<strong>de</strong> e rompe um relacionamento perfeito:<br />

- Todos: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem <strong>de</strong><br />

Deus o criou; homem e mulher os criou”.<br />

- Dirigente: “Viu Deus tudo quanto fizera e eis <strong>que</strong> era muito bom.<br />

Houve tar<strong>de</strong> e manhã, o sexto dia”.<br />

- Todos “Mas a serpente, mais sagaz <strong>que</strong> todos os animais selváticos<br />

<strong>que</strong> o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: é assim <strong>que</strong> Deus<br />

disse: Não comereis <strong>de</strong> to<strong>da</strong> árvore do jardim?”.<br />

- Dirigente: “Vendo a mulher <strong>que</strong> a árvore era boa para se comer,<br />

agradável aos olhos, e árvore <strong>de</strong>sejável para <strong>da</strong>r entendimento,<br />

tomou-lhe do fruto e comeu, e <strong>de</strong>u também ao marido, e ele comeu”.<br />

- Todos - “O Senhor Deus, por isso o lançou fora do jardim do<br />

É<strong>de</strong>n...”.<br />

- Dirigente – “Visto <strong>que</strong> a morte veio por um homem, também por<br />

um homem veio à ressurreição dos mortos”.<br />

- Todos - “Por<strong>que</strong> assim como em Adão todos morrem, assim<br />

também todos serão vivificados em Cristo”.<br />

- Dirigentes: “Graças a Deus <strong>que</strong> nos dá vitória por intermédio <strong>de</strong><br />

nosso Senhor Jesus Cristo”.<br />

- 10 – Mensagem<br />

- 11 – Hino<br />

17


12 – Oração (Todos)<br />

Ò Deus, Pai e Mãe <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a Criação, nós te agra<strong>de</strong>cemos por<br />

teres feito homem e mulher, capazes <strong>de</strong> amar como Tu nos amas.<br />

Aju<strong>da</strong>-nos em nossa <strong>vi<strong>da</strong></strong> <strong>de</strong> pai e mãe, <strong>de</strong> filho ou filha, para <strong>que</strong><br />

possamos exercitar este amor no dia-a-dia <strong>de</strong> nossas <strong>vi<strong>da</strong></strong>s e, assim,<br />

fortalecermos os laços <strong>que</strong> nos unem.<br />

Aju<strong>da</strong>-nos a crescer como pessoas e sermos apoio uns para os<br />

outros nos momentos <strong>de</strong> crise e, a <strong>de</strong>monstrarmos este amor não só<br />

através <strong>de</strong> palavras, mas também <strong>de</strong> atos coerentes como o nosso<br />

falar.<br />

Que as famílias <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> maior possam ver e sentir a<br />

ressurreição <strong>de</strong> Jesus através <strong>de</strong> nossas famílias.<br />

Que os muros <strong>da</strong> separação entre marido e mulher, entre paimãe<br />

e filhos–filhas, entre uma pessoa e outra, entre um grupo e<br />

outro, entre um povo e outro, possam ruir por terra e por to<strong>da</strong> a<br />

morte reinante no mundo <strong>de</strong> relações seja venci<strong>da</strong> pela <strong>vi<strong>da</strong></strong> na<br />

ressurreição <strong>de</strong> Jesus Cristo. Em nome dEle oramos. Amém.<br />

13 – Oração do Pai Nosso<br />

14 – Bênção (neste momento ca<strong>da</strong> pessoa vira-se para o (a) vizinho<br />

(a) à direita, e ambos encostam as palmas <strong>de</strong> suas mãos um no<br />

outro (a) e, olhando-se dizem a bênção):<br />

“Eu te reconheci como discípulo (a) <strong>de</strong> Cristo. Que o seu amor<br />

e a sua paz nos acompanham. Amém”.<br />

15 – Bênção Apostólica<br />

16 – Amém Tríplice<br />

18


Quem come<br />

Quem bebe<br />

Permanece<br />

<strong>de</strong>ste Pão,<br />

<strong>de</strong>ste Vinho,<br />

em mim,<br />

e Eu nele<br />

Ministério Regional <strong>de</strong> Publicações<br />

(Jesus Cristo)<br />

IGREJA METODISTA<br />

1ª Região Eclesiástica<br />

19

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