noções básicas de crescimento mandibular - Portal Saúde Brasil
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va-se gradual interrupção do <strong>de</strong>senvolvimento através do <strong>crescimento</strong> da largura das maxilas e mandíbula,<br />
inclusive as arcadas <strong>de</strong>ntárias, seguidas dos <strong>crescimento</strong> em largura e, por fim, em altura.<br />
BJÖRK (1972) encontrou gran<strong>de</strong>s variações das épocas dos surtos puberais em crianças do<br />
sexo masculino, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surto mais precoce aos 12 anos e nove meses até o mais tardio aos 15 anos<br />
e onze meses, obtendo uma média geral dos surtos girando ao redor dos 14 anos e seis meses. O<br />
<strong>crescimento</strong> condilar anual, durante o surto puberal, variou <strong>de</strong> 4,5 a 8,0 mm, apresentando uma<br />
média <strong>de</strong> 5,5 mm sem contestações.<br />
Os processos <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>mandibular</strong> e o facial pareceram <strong>de</strong>monstrar estreita ligação, fato<br />
que foi ressaltado por SICHER (1950, 1955) e STRANG, enfatizando que o <strong>crescimento</strong> <strong>mandibular</strong><br />
seria necessário e indispensável para o <strong>crescimento</strong> da maxila e face superior, para que, através<br />
<strong>de</strong>stes, ocorresse o aumento do espaço necessário para o alojamento dos <strong>de</strong>ntes a irrupcionar.<br />
A gran<strong>de</strong> maioria dos autores sugeriu, <strong>de</strong> maneira unânime, que os côndilos seriam os centros<br />
<strong>de</strong>terminantes do grau <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> <strong>mandibular</strong>, quantida<strong>de</strong> e direção <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong>, tamanho e<br />
formato geral da mandíbula. Entretanto, mais recentemente, não se credita aos côndilos a total responsabilida<strong>de</strong><br />
pela morfogênese <strong>mandibular</strong>. Os côndilos seriam os centros principais, porém estariam<br />
em coexistência com outros centros subordinados a eles.<br />
Ao <strong>crescimento</strong> póstero-superior condiliano atribuiu-se o <strong>de</strong>slocamento do corpo <strong>mandibular</strong><br />
para frente e para baixo, muito embora o <strong>crescimento</strong> espacial <strong>de</strong>ste corpo ocorresse em direção<br />
oposta. Hoje, aceita-se, principalmente, <strong>de</strong>vido aos estudos <strong>de</strong> BJÖRK (1963), utilizando implantes<br />
metálicos que, durante o <strong>crescimento</strong>, a mandíbula sofre modificações em sua estrutura, através <strong>de</strong><br />
mecanismos <strong>de</strong> aposição e reabsorções ósseas até atingir sua dimensão e formato final, cessando o<br />
seu <strong>de</strong>senvolvimento. Os lados bucal e lingual do colo dos côndilos apresentaram reabsorções, causando<br />
estreitamento da mesma, <strong>de</strong>finindo-se em relação aos côndilos e sofrendo, juntamente aos<br />
côndilos, processos <strong>de</strong> recolocação para que pu<strong>de</strong>sse acompanhá-los em suas trajetórias. O processo<br />
<strong>de</strong> estreitamento dos colos, juntamente com a aposição óssea na região superior dos côndilos, fez<br />
com que estes crescessem em um processo do tipo “V”, semelhante ao apresentado pela mandíbula.<br />
NOYES (1959) associou a ocorrência <strong>de</strong> prognatismo, retrognatismo ou micrognatismo ao<br />
excesso ou falta <strong>de</strong> <strong>crescimento</strong> condilar. O <strong>crescimento</strong> dos processos coronói<strong>de</strong>s mostrou poucas<br />
divergências, quanto às regiões <strong>de</strong> aposição correspon<strong>de</strong>ntes aos seus bordos superior e lingual, e<br />
reabsorção em seus bordos anteriores. Concomitantemente aos processos <strong>de</strong> aumento ósseo nas<br />
superfícies lateral e bordos posteriores e superiores dos ramos, suce<strong>de</strong>ram-se reabsorções nas fossas<br />
linguais e bordas anteriores dos mesmos, promovendo a recolocação dos ramos <strong>mandibular</strong>es, progressivamente,<br />
em direção posterior, originando o espaço necessário para a irrupção dos últimos<br />
molares. A região do chanfro antegonial <strong>de</strong>u mostras <strong>de</strong> uma pequena reabsorção remo<strong>de</strong>lando esta<br />
região, logo após a recolocação posterior dos ramos. Durante o <strong>crescimento</strong> <strong>de</strong>stes, houve um acompanhamento<br />
por parte dos forames <strong>de</strong>ntários inferiores que movimentaram-se para trás e para cima,<br />
acompanhando o movimento dos ramos e conservando constantes suas relações com os ramos.<br />
ENLOW (1981, 1982) reiterou estas observações, pon<strong>de</strong>rando que, juntamente com os côndilos,<br />
os ramos ascen<strong>de</strong>ntes seriam as regiões <strong>de</strong> maior ativida<strong>de</strong> durante o <strong>crescimento</strong> <strong>mandibular</strong>, em<br />
quantida<strong>de</strong> óssea <strong>de</strong>positada e distância percorrida até a estabilização do <strong>crescimento</strong>. Outros centros<br />
citados foram as tuberosida<strong>de</strong>s linguais, por posicionarem-se entre os dois componentes básicos<br />
da mandíbula, que seriam o corpo e os ramos. As tuberosida<strong>de</strong>s cresceram em direção posterior e<br />
medial, além dos lados linguais dos ramos, por aposição em suas porções internas, possivelmente<br />
promovendo um incremento <strong>de</strong> sua espessura.<br />
O corpo <strong>mandibular</strong> pareceu <strong>de</strong>monstrar um acréscimo <strong>de</strong> osso em seu bordo posterior, inferior,<br />
superfície lateral e uma reabsorção ou aposição em regiões específicas <strong>de</strong> suas superfícies linguais ou<br />
internas. A mandíbula foi comparada por ARAÚJO (1982), ENLOW (1981, 1982), GRABER (1974)<br />
e MOYERS (1979) a um “V” expandindo-se posteriormente e, também, verticalmente. O alargamento<br />
horizontal em direção posterior ocorreria pela <strong>de</strong>posição nos bordos posteriores dos ramos e<br />
processos condilares. O fato do <strong>crescimento</strong> <strong>mandibular</strong> ocorrer em direção posterior parece favore-<br />
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