Sessão Ordinária - Câmara dos Deputados

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL
Número Sessão: 169.1.53.O Tipo: Ordinária - CD
Data: 3/7/2007 Montagem: 4171/4176
Em outras palavras, antes de levar suas águas para outras regiões, é preciso
salvar o rio, que morre em muitos pontos de seu percurso. É preciso revitalizá-Io.
Levantamentos feitos pelo jornal Valor Econômico e divulgados pela Folha de
S.Paulo, em seu editorial de domingo último, revelam que, do valor previsto para as
obras de revitalização a serem realizadas em 2007, apenas algo em torno de 1,5%
havia sido empenhado ao longo dos 5 primeiros meses do ano.
Ainda segundo a Folha, a disparidade entre os gastos com transposição
(mesmo antes de começarem as obras) e os gastos com a revitalização pode ser
observada desde 2005, a partir de quando foram inscritos naquela rubrica R$443
milhões, figurando na última menos da metade daquele valor.
A transposição é uma obra gigantesca que poucos países se aventuraram a
fazer. Por isso, terá ela que atender a um objetivo da mesma forma grandioso:
garantir água a quem dela precisa. Aliás, a revitalização é conceito intrínseco à
transposição. É preciso ter água no São Francisco, por onde ele passa, para se
poder colocar água dele onde ele não passa.
É lei natural: tratar da vaquinha, alimentá-Ia, vaciná-Ia para que ela possa dar
mais leite e assim matar a fome de maior número de pessoas. Só ordenhar, só
espremer as tetas do São Francisco vai matá-Io e aos que hoje as sugam ou nelas
se saciam.
É preciso garantir a sobrevida do maior manancial do semi-árido nordestino
para que ele possa continuar garantindo a sobrevivência das pessoas em seu
entorno e promovendo a integração nacional.
De outra forma, se não cuidarmos agora do São Francisco, em breve também
a Loteria Federal terá que fazer a transposição dele para a série dos Desaparecidos.
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