4 Alto Risco Maio de 2011 Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais notícias notícias FEB transferida de Estremoz para Évora A Força Especial de <strong>Bombeiros</strong> de Estremoz - a segunda a ser criada - vai ser transferida para o Aeródromo de Évora, passados três anos da sua criação, ainda antes do início da fase Charlie. Em causa está a redução de verbas. A FEB foi instalada naquela cidade Alentejana em 2008, na altura com a justificação de ficar próxima de um dos locais mais problemáticos do Alentejo, a Serra d’Ossa. A equipa, composta por 30 elementos, era apoiada por duas viaturas ligeiras e um helicóptero que ficava estacionado no heliporto de Estremoz, na fase mais crítica. Em declarações ao jornal Público de 27/05/2011, a Governadora Civil de Évora justificou a decisão da transferência dos O dispositivo de combate a incêndios para a época crítica de incêndios florestais (entre Julho e Setembro) em Coimbra, sofreu uma redução no número de bombeiros e meios aéreos em relação ao ano passado. Em declarações à Agência Lusa, no passado dia 13 de Maio, o Comandante Operacional Distrital, António Martins, considerou, no entanto, que os meios para a fase Charlie “não diferem muito” de 2010, garantindo que a redução de 20 “Canarinhos”se deve a uma redução das verbas disponíveis para o combate aos incêndios. “As contenções orçamentais precipitaram a retirada de meios aéreos , nomeadamente os que se encontravam na barragem do Alqueva, e, com menos meios e com alguma área florestal a descoberto, houve necessidade de recentrar a colocação do helicóptero e de aumentar a sua área de intervenção de 30 para 40 quilómetros”. A confirmar-se esta mudança, o helicóptero vai permanecer estacionado no aeródromo da capital de distrito e os bombeiros vão ter uma sala no mesmo local durante o dia, devendo pernoitar nas instalações do quartel da GNR. Dispositivo em Coimbra com menos bombeiros e meios aéreos bombeiros correspondentes a quatro Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) “não é muito significativa”. De acordo com os dados revelados, o dispositivo distrital de combate a incêndios florestais em Coimbra integra, naquele período, um total de 246 bombeiros, entre 37 ECIN, nove equipas de intervenção permanente e oito equipas logísticas de apoio ao combate. Números que representam uma redução de oito por cento em meios humanos face a 2010. Menos Meios Aéreos em Castelo Branco A Comissão Municipal Contra Incêndios da Covilhã contestou, no passado dia 19 de Maio, a diminuição do número de meios aéreos a operar no Distrito de Castelo Branco. Em comunicado, a Comissão fala de “riscos e perigos acrescidos para o território e para as populações”. De acordo com o documento, “trata-se de um corte orçamental do governo no combate aos fogos florestais”. Esta tomada de posição da Comissão surgiu depois do Comandante Operacional Distrital de Castelo Branco, Rui Esteves, anunciar uma redução no que toca a meios de combate a incêndios. O responsável justificou esta diminuição com a estratégia seguida a nível nacional. O distrito de Castelo Branco terá, este ano, três helicópteros, perdendo, em relação ao dispositivo do ano de 2010, dois aviões Dromader e dois aviões Air Trator. Dois dos helicópteros vão ficar disponíveis a partir do dia 15 de Junho - um bombardeiro médio em Castelo Branco e um ligeiro na Covilhã. Na fase Charlie , entre 1 de Julho e 30 de Setembro, o Centro de Meios Aéreos de Proença-a-Nova contará ainda com um helicóptero ligeiro. <strong>ANBP</strong>/SNBP apresentam Acordo de Empresa a FEB A Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais e o Sindicato Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais (<strong>ANBP</strong>/SNBP) apresentaram, no dia 23 de Maio, a proposta de Acordo Colectivo de Trabalho aos bombeiros da Força Especial de <strong>Bombeiros</strong> (Canarin- hos) da Guarda e de Castelo Branco. Em cima da mesa esteve ainda a legislação para o sector dos bombeiros e o dispositivo para os incêndios florestais. As reuniões tiveram lugar nas instalações do CDOS da Guarda e de Castelo Branco. Menos meios para a fase Bravo Arrancou, no passado dia 15 de Maio, a Fase Bravo de combate a incêndios. O dispositivo estará operacional até ao dia 30 de Junho e vai envolver 6238 homens, 1476 veículos e 24 meios aéreos. Ao todo, vão estar disponíveis 2411 bombeiros, 242 elementos da Força Especial de <strong>Bombeiros</strong> (Canarinhos), 654 elementos do Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro da GNR (GIPS), 939 elementos do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEP- NA) da GNR, 219 elementos da Polícia de Segurança Pública, 1560 elementos da Autoridade Florestal Nacional, 158 elementos do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e 45 operacionais da associação de produtos florestais AFOCELCA. <strong>Bombeiros</strong> de Grândola têm novo Comandante A corporação de <strong>Bombeiros</strong> Voluntários de Grândola tem um novo Comandante Operacional. Ricardo Ribeiro tomou posse no passado dia 28 de Maio. Na sua apresentação, estabeleceu como objectivos apostar na formação, um maior envolvimento com a comunidade local e a procura de mais bombeiros voluntários. Ricardo Ribeiro é docente e coordenador do curso de Protecção Civil do Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) de Lisboa. É também presidente da ASPROCIVIL- Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil. Estes números representam uma redução do dispositivo em relação ao anterior. No ano passado, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais na Fase Bravo empenhou 6651 homens, 1528 veículos e 34 meios aéreos, de acordo com um comunicado da Autoridade Nacional da Protecção Civil. Esta dimunuição mereceu críticas por parte do presidente da Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais. Fernando Curto considera a redução de meios prevista para este ano “preocupante”. O responsável pela instituição que representa os bombeiros profissionais alerta que “esta redução de meios que se verificou não poderá acontecer em termos futuros. Breves PRODER investe 3,8 milhões de euros na defesa da Floresta Alto Risco Maio de 2011 5 Mais de 600 incêndios em quinze dias Nos primeiros 15 dias da Fase Bravo foram registadas 604 ocorrências, que mobilizaram 4700 operacionais, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil revelados no final do mês de Maio. Neste período foram realizadas sete missões de meios aéreos. Este ano, nesta fase, estão envolvidos 6438 homens, 1476 veículos e 24 meios aéreos, o que representa uma diminuição em relação a 2010. Foram aprovados, no Algarve, 36 projectos na defesa da Floresta contra incêndios, financiados pelo Programa de Desenvolvimento Rural, PRODER. Este investimento rondou a casa dos 3,8 milhões de euros. Numa reunião com dirigentes da Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, no dia 18 de Abril, o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Barreiros defendeu que este trabalho desenvolvido no Algarve na defesa da floresta vai ser também aplicado noutros pontos do país pelo facto de a “floresta ter uma importância decisiva para a economia e para a criação de emprego”. Para Rui Barreiros a elaboração do Plano Distrital de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PDDFCI) e a participação do Exército nas acções de vigilância vão também contribuir para que a região algarvia alcance resultados exemplares. 2010 infernal para as áreas protegidas Um relatório do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, referente aos incêndios florestais na Rede Nacional de Áreas Protegidas, revela que em 2010 arderam 18 mil hectares de área protegida. Um valor que corresponde a quase o dobro do registado em 2009. Em Portugal existem 698 631 ha de áreas protegidas. Foram consumidos 18 426 ha nos incêndios ocorridos em 2010. O ICNB apontou como causa desta devastação “o abandono das propriedades e de práticas tradicionais de uso de terra que evitavam acumulação de combustíveis em grandes áreas contínuas”.