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Fernando Negrão - ANBP

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<strong>Fernando</strong><br />

<strong>Negrão</strong><br />

Vice-Presidente da bancada<br />

parlamentar do PSD<br />

“Sem uma boa<br />

coordenação<br />

não há um<br />

bom comando”


Foto <strong>ANBP</strong><br />

2<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011<br />

editorial<br />

Por <strong>Fernando</strong> Curto, Presidente da <strong>ANBP</strong><br />

Prepararmo-nos<br />

para o futuro!<br />

O 10º Congresso Nacional dos Bombeiros Profissionais,<br />

que teve lugar nos passados dias 16 e 17 de Abril,<br />

foi, sem dúvida, mais um momento de organização dos<br />

bombeiros profissionais portugueses.<br />

Organização legislativa e operacional, organização<br />

no âmbito das áreas metropolitanas, número de efectivos,<br />

meios financeiros, entre muitas outras situações,<br />

são parte integrante das conclusões do Congresso, e que<br />

resultarão num caderno reivindicativo a apresentar ao<br />

próximo governo.<br />

Importa também referir que o projecto que a <strong>ANBP</strong><br />

elaborou (em 2001), no que respeita à criação das áreas<br />

metropolitanas para uma melhor organização no sector<br />

da protecção civil e bombeiros (aquisição de viaturas,<br />

meios humanos, formação e claro está, recursos financeiros)<br />

é, de certo modo, reforçado com a proposta de<br />

regionalização que o Partido Socialista introduziu no<br />

seu programa de governo e que o presidente da Câmara<br />

Municipal de Porto também já defendeu<br />

No que respeita ao próximo acto eleitoral de 5 de<br />

Junho, a <strong>ANBP</strong> vai solicitar a todos os partidos uma<br />

audiência no sentido de sabermos quais os projectos<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

ficha técnica Instituição de Utilidade Pública Alto Risco<br />

cupão de assinatura<br />

Director<br />

Filomena Barros<br />

Director-Adjunto<br />

Sérgio Carvalho<br />

Redacção<br />

Cátia Godinho<br />

Joana Campos<br />

Fotografia<br />

Gab. Audiovisual <strong>ANBP</strong><br />

Grafismo<br />

João B. Gonçalves<br />

Paginação<br />

João B. Gonçalves<br />

Impressão<br />

Lisgráfica<br />

para os bombeiros profissionais e, consequentemente,<br />

para a protecção civil.<br />

Terão início, também no mês de Maio, reuniões em todos<br />

os Secretariados Regionais (Norte, Centro, Lisboa e<br />

Vale do Tejo, Setúbal e Alentejo, Algarve, Região Autónoma<br />

da Madeira e dos Açores) com os Dirigentes, Delegados<br />

Sindicais e também plenários com todos os bombeiros.<br />

A <strong>ANBP</strong> vai ser recebida no dia 3 de Maio, na Ilha<br />

de São Miguel – Ponta Delgada- pelo Secretário Regional<br />

da Ciência, Tecnologia e Equipamento do Governo Regional<br />

dos Açores, e pelo Presidente do Serviço Regional<br />

de Protecção Civil dos Açores.<br />

Iremos também solicitar uma reunião à Federação de<br />

Bombeiros dos Açores e às Associações de Bombeiros,<br />

estando ainda previstos plenários com todos os bombeiros.<br />

Estamos preocupados e a preparar-nos para que os<br />

bombeiros profissionais portugueses e, consequentemente,<br />

as populações, possam ser salvaguardados e dizer<br />

aos governantes que os orçamentos para os bombeiros<br />

e protecção civil devem ser mantidos, ainda que melhor<br />

organizados e, porventura, mais fiscalizados.<br />

Propriedade<br />

Associação Nacional<br />

de Bombeiros Profissionais<br />

Av. D. Carlos I, 89, r/c 1200<br />

Lisboa<br />

Tel.: 21 394 20 80<br />

Tiragem<br />

25 000 exemplares<br />

registo n.º 117 011<br />

Dep. Legal n.º 68 848/93<br />

Nome:<br />

Morada:<br />

Código Postal:<br />

Profissão:<br />

Telefone: Tlm.:<br />

Email:<br />

Posto de Vigía<br />

Mais<br />

O bom trabalho desempenhado pelos bombeiros<br />

de Fafe, Taipas, Amares e Famalicenses, no resgate<br />

e auxílio às cerca de 30 pessoas que ficaram presos<br />

no teleférico de Guimarães, na sequência de uma<br />

trovoada, no dia 24 de Abril.<br />

Menos<br />

9210 elementos e 41 meios aéreos, são os<br />

números avançados pela Autoridade Nacional de<br />

Protecção Civil para este ano. Uma redução de<br />

20% em relação ao ano passado.<br />

Queimadas e renovação de pastagens estão entre<br />

as principais causas dos 249 incêndios que durante<br />

o primeiro trimestre afectaram o distrito de Vila<br />

Real. De acordo com as autoridades, este número<br />

representa um acréscimo de 20 por cento em relação<br />

a igual período do ano passado.<br />

O primeiro barco- ambulância português, que<br />

serve habitantes e turistas nas ilhas da Ria Formosa,<br />

está em terra para manutenção há três<br />

meses e ainda não foi avançada data para o seu<br />

regresso ao activo.<br />

Dez mortos e 34 feridos graves, em cerca de mil<br />

acidentes, é o balanço da Operação Páscoa 2011 da<br />

GNR. Dados que registam um aumento de cinco mortos<br />

em relação ao ano anterior, embora se verifique<br />

uma diminuição do número de acidentes e de feridos.<br />

Errata<br />

Por lapso, na edição Alto Risco do mês de<br />

Março, edição número 148 na página 13, a<br />

legenda das fotografias refere a presença de<br />

“Chefe Fonseca”, o que não corresponde à verdade.<br />

Pelo lapso, pedimos desculpa.<br />

Consulte o nosso site em www.anbp.pt<br />

Assinatura Anual do Jornal Alto Risco: 8 euros | Despesas de envio: 2 euros | Total: 10 euros<br />

Enviar Cheque ou Vale de Correio para:<br />

Associação Nacional de Bombeiros Profissionais - Av. Dom Carlos I, 89, r/c - 1200 Lisboa<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

sindicato<br />

Por Sérgio Carvalho, Presidente do SNBP<br />

Ainda que legítima a pretensão das<br />

Câmaras Municipais de proceder à regulamentação<br />

do horário de trabalho que<br />

abrange os bombeiros, não me parece<br />

que estejamos, muitas vezes, na presença<br />

de propostas eficazes sob o ponto<br />

de vista operacional, acautelatórias da<br />

gestão municipal e interesse profissional<br />

e, sobretudo, dos cidadãos.<br />

Passo a um conjunto de situações<br />

que demonstram clara e inequivocamente<br />

o que acabo de referir:<br />

- as propostas apresentadas pelas<br />

Autarquias relativamente aos bombeiros<br />

são, muitas vezes, pouco ambiciosas, e<br />

não estabelecem desde logo um regime<br />

especial para os mesmos no que toca<br />

ao horário de trabalho extraordinário a<br />

praticar, evocando apenas como referência<br />

que a duração semanal do pessoal<br />

da carreira de bombeiros é de 35 horas,<br />

com possibilidade de se efectuarem<br />

12 horas de trabalho contínuas; tendo<br />

em conta a existência do Despacho nº<br />

19595/2009- o qual estabelece taxativamente<br />

que “determina-se que para efeitos<br />

da alínea a) do nº2 do artigo 161º<br />

da Lei nº 59/2008, de 11 de Setembro,<br />

que aprovou o regime do Contrato de<br />

Trabalho em Funções Públicas, esta<br />

deve ser interpretada no sentido de se<br />

considerarem aí abrangidos os Bombeiros<br />

Profissionais da Administração<br />

Local, Sapadores e Municipais, competindo<br />

a decisão de ser ultrapassado<br />

o referido limite ao presidente de câmara<br />

municipal respectivo”- os bombeiros<br />

podem auferir até 60% do seu<br />

vencimento em horário extraordinário.<br />

Este despacho permitiu, desde já, às<br />

Câmaras Municipais, organizar e determinar<br />

o horário de trabalho dos bombeiros,<br />

de forma a conseguir prestar um<br />

serviço de excelência à população, sem<br />

estar sujeito a qualquer constrangimento<br />

legal;<br />

Isto tem não só em conta o facto de<br />

os bombeiros Sapadores e Municipais<br />

Ajustamentos do<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011 3<br />

horário dos bombeiros<br />

Sapadores e Municipais<br />

fazerem parte de uma carreira especial<br />

da administração pública, mas também<br />

as funções específicas de socorro que os<br />

mesmos exercem e prestam;<br />

Por último, acrescente-se que a implementação<br />

de um horário de trabalho<br />

rígido, nos termos apresentados por<br />

muitas autarquias, vai dificultar, senão<br />

mesmo acabar, com a possibilidade de<br />

os bombeiros realizarem instrução/formação<br />

no local de trabalho, o que não<br />

se pode verificar tendo em conta as funções<br />

a desempenhar por estes profissionais;<br />

Nesse sentido, salvo melhor opinião,<br />

vêm de encontro ao cumprimento dos<br />

critérios de funcionalidade e operacionalidade<br />

dos Corpos de Bombeiros.<br />

Assim, a A.N.B.P./S.N.B.P., estruturas<br />

representativas e constituídas na<br />

sua totalidade por bombeiros no exercício<br />

desta actividade profissional, têm<br />

defendido, desde sempre, um horário<br />

de trabalho, tendo por base 12 horas de<br />

serviço, seguidas de 24 horas de folga,<br />

quando o serviço é efectuado no período<br />

diurno e, 12 horas de serviço seguidas<br />

de 48 horas de folga, na sequência da<br />

prestação de serviço prestado no período<br />

nocturno, isto é, um horário de trabalho<br />

de 12h/24h-12h/48h.<br />

Além disso, tal forma de organização<br />

do tempo de trabalho ora sugerida,<br />

visa rentabilizar os recursos humanos<br />

disponíveis, em termos de instrução/<br />

formação no local de trabalho, a funcionalidade<br />

e operacionalidade do corpo de<br />

bombeiros, dado que permite um maior<br />

número de efectivo por cada turno de<br />

trabalho e uma maior motivação para<br />

instrução e formação, daí derivando<br />

uma melhor qualidade na prestação de<br />

socorro aos munícipes.<br />

Este horário de trabalho encontra-se<br />

em vigor na esmagadora maioria das câmaras<br />

que detêm estes tipos de corpos<br />

de bombeiros, devido ao facto das autarquias,<br />

comandos e dos próprios efec-<br />

tivos dos corpos de bombeiros reconhecerem<br />

vantagens em termos de:<br />

- aproveitamento para a instrução/<br />

formação no local de trabalho;<br />

- vantagens em termos funcionais e<br />

operacionais com uma menor rotatividade<br />

entre turnos e possibilidades de se<br />

efectuar serviço contínuo sem rendição<br />

no teatro de operações;<br />

- melhor desempenho em termos físicos<br />

e psicológicos dado que maior tempo<br />

de duração do período de trabalho<br />

origina tempo de descanso mais longo<br />

permitindo que quem tenha recorrido<br />

a esforços violentos disponha de mais<br />

tempo para o restabelecimento físico.<br />

Esta organização do tempo de trabalho<br />

tem vindo a verificar-se na generalidade<br />

dos corpos de bombeiros desde 1995,<br />

reconhecendo, ainda hoje, todas as<br />

partes, as vantagens decorrentes deste<br />

método de organização do horário de<br />

trabalho. A <strong>ANBP</strong>/SNBP verificou, no<br />

entanto, que:<br />

- no actual panorama legislativo as<br />

Câmaras Municipais, com a entrada<br />

em vigor da Lei nº 59/2008, de 11 de<br />

Setembro ficaram condicionadas na manutenção<br />

do referido horário, tendo em<br />

conta as actuais restrições legais no que<br />

concerne à realização de horário extraordinário;<br />

- era aplicável aos bombeiros profissionais,<br />

a excepção constante do art.<br />

161º da Lei nº 59/2008, de 11 de Setembro,<br />

no que concerne à possibilidade de<br />

ser ultrapassado o limite anual das 100<br />

horas de trabalho extraordinário anuais;<br />

- que a implementação deste horário<br />

de trabalho na globalidade dos corpos de<br />

bombeiros profissionais é fundamentadamente<br />

reconhecida como indispensável;<br />

- nos termos da al. b) do nº2 do<br />

art. 161º do citado diploma legal,<br />

verifica-se a possibilidade de “em circunstâncias<br />

excepcionais e delimitadas<br />

no tempo, mediante autorização<br />

do membro do Governo competente<br />

(…)”, poder ser autorizado, tendo em<br />

conta o interesse público, e até à entrada<br />

em vigor do diploma que regulamenta<br />

as carreiras especiais dos<br />

Bombeiros Profissionais e Municipais,<br />

a possibilidade de os mesmos ultrapassarem<br />

o referido limite anual do trabalho<br />

extraordinário”;<br />

Ou seja, estas entidades representativas<br />

dos bombeiros profissionais, apresentaram<br />

uma proposta e solicitaram ao<br />

Ministério da Administração Interna a<br />

publicação do referido despacho, o qual<br />

veio a concretizar-se com a Publicação<br />

do Despacho nº 19595/2009 o qual estabelece<br />

taxativamente que “determinase<br />

que para efeitos da alínea a) do nº2<br />

do artigo 161º da Lei nº 59/2008, de<br />

11 de Setembro, que aprovou o regime<br />

do Contrato de Trabalho em Funções<br />

Públicas, esta deve ser interpretada no<br />

sentido de se considerarem aí abrangidos<br />

os Bombeiros profissionais da<br />

Administração Local, Sapadores e Municipais,<br />

competindo a decisão de ser<br />

ultrapassado o referido limite ao presidente<br />

de câmara municipal respectivo.”<br />

Resulta daqui, no entanto, tendo em<br />

conta a legislação ordinária referente<br />

ao horário de trabalho em vigor para os<br />

trabalhadores da administração pública -<br />

que é de 35 horas semanais -, que cada<br />

bombeiro efectua mais de 35 horas semanais<br />

de serviço em turnos rotativos de 12<br />

horas. Neste sentido, as autarquias devem<br />

processar o respectivo pagamento de<br />

acordo com a legislação em vigor, já que<br />

não há qualquer constrangimento ou ilegalidade<br />

no seu pagamento em especial<br />

no que se refere ao horário extraordinário<br />

praticado pelos bombeiros.<br />

Ou seja, a <strong>ANBP</strong>/SNBP conseguiram,<br />

com a publicação deste despacho, que<br />

deixasse de existir qualquer constrangimento<br />

legal ou outro, à manutenção ou<br />

implementação deste horário de trabalho<br />

dos bombeiros profissionais, do Continente<br />

e Ilhas.


4<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011<br />

madeira<br />

u O vice-presidente da Câmara Municipal<br />

do Funchal, Bruno Pereira<br />

<strong>ANBP</strong>/SNBP em<br />

reunião “positiva”<br />

com a CMFunchal<br />

A Associação Nacional de Bombeiros<br />

Profissionais e o Sindicato Nacional de<br />

Bombeiros Profissionais reuniram-se, no<br />

passado dia 19 de Abril, com o vice-presidente<br />

da câmara Municipal do Funchal,<br />

Bruno Pereira.<br />

Uma reunião “muito positiva e satisfatória,<br />

na opinião do presidente da <strong>ANBP</strong>,<br />

<strong>Fernando</strong> Curto, que destacou a forma<br />

como foram recebidos pelo autarca.<br />

Da agenda do encontro fizeram parte<br />

temas como a formação profissional e<br />

as situações internas dos municipais do<br />

Funchal. <strong>Fernando</strong> Curto revelou que irá<br />

ser assinado um protocolo entre a <strong>ANBP</strong><br />

e a CMF, no qual os bombeiros munici-<br />

Oposição contesta<br />

arquivamento de inquérito<br />

a catástrofe na Madeira<br />

O Ministério Público arquivou o inquérito<br />

à catástrofe da Madeira que a 20 de Fevereiro<br />

de 2010 provocou 48 mortes. O MP considerou<br />

não haver indícios de ilícito criminal.<br />

A decisão não agradou aos partidos<br />

da oposição madeirense, que consideram<br />

ter ficado por apurar as responsabilidades<br />

políticas pelo agravamento das consequências<br />

do temporal. Citado pelo jornal<br />

Público, o líder parlamentar do PS, André<br />

Escórcio, diz que “há responsáveis pelo<br />

desordenamento do território, pelos licenciamentos<br />

em cima das linhas de água, pelos<br />

incumprimentos dos planos directores<br />

pais madeirenses vão receber formação<br />

na Região e por outro lado iriam ao Continente<br />

dar formação aos colegas de outras<br />

corporações.<br />

Em discussão estiveram os incêndios<br />

que assolaram a ilha da Madeira em Agosto,<br />

os seguros nos bombeiros e entrega dos<br />

donativos recolhidos pela <strong>ANBP</strong> à família<br />

do Bombeiro dos Municipais do Funchal,<br />

falecido nas enxurradas de 20 de Fevereiro<br />

de 2010.<br />

A Associação Nacional de Bombeiros<br />

Profissionais deverá realizar uma cerimónia<br />

para a entrega de cerca de 5 mil euros,<br />

numa data a marcar, e que deverá decorrer<br />

na Câmara Municipal do Funchal.<br />

municipais e pela indevida canalização dos<br />

cursos de água”.<br />

Já o líder do PCP, Edgar Silva, considera<br />

que “há um conjunto de outros factores que<br />

ampliaram o fenómeno meteorológico”. De<br />

acordo com o deputado, há “responsabilidades<br />

políticas que deveriam ter sido apuradas<br />

pelo parlamento”, lembrando que o<br />

PSD-M impediu a criação de uma comissão<br />

de inquérito.<br />

Da parte do governo madeirense, o Secretário<br />

dos Assuntos Sociais considerou o<br />

seu arquivamento “o culminar de um processo<br />

doloroso para as famílias das vítimas”.<br />

açores<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

Derrocada na<br />

Madeira fere turista<br />

Uma turista de nacionalidade suíça ficou ferida numa derrocada ocorrida na Madeira,<br />

no passado dia 23 de Abril, entre o Arco de São Jorge e as Cabanas, no Norte da ilha.<br />

Os bombeiros de Santana foram chamados ao local para transportar a vítima até ao<br />

Centro de Saúde.<br />

Desde o início do ano que o acesso ao Arco de São Jorge tem sofrido consecutivas quedas<br />

de rochas, algumas delas de grandes dimensões. Na origem destes incidentes estará<br />

a forte precipitação que tem afectado o norte da Madeira. Já antes, no dia 20 de Abril, em<br />

São Jorge, uma derrocada tinha arrastado uma pedra com várias toneladas, bloqueando o<br />

trânsito na descida para a Ribeira.<br />

Voluntários da Madalena<br />

pagos por cada resgate<br />

Os Bombeiros Voluntários da Madalena vão receber 1200 euros por cada resgate na<br />

Montanha do Pico. O valor foi estabelecido num protocolo realizado entre a Associação dos<br />

Bombeiros Voluntários da Madalena e a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.<br />

O novo documento deita por terra o acordo que existia entre as duas partes apenas para<br />

a denominada “época alta”, em que os bombeiros recebiam 25 mil euros por época.<br />

O protocolo assinado vai estar em vigor durante todo o ano - e não apenas no Verão –<br />

garantindo a segurança dos que sobem a montanha.<br />

Turistas<br />

resgatados do Pico<br />

Dois turistas - um romeno e um português – tiveram que ser resgatados na noite de 26<br />

de Abril da Montanha do Pico, nos Açores. O pedido de ajuda foi feito através do número<br />

de emergência 112 pelas 20h30, tendo o resgate ocorrido duas horas depois, numa operação<br />

levada a cabo pelos Bombeiros Voluntários da Madalena.<br />

O Comandante da Corporação, Ricardo Dias, lamentou que os dois turistas não tivessem<br />

feito o registo no quartel dos bombeiros, o que permite controlar as pessoas que sobem<br />

ao ponto mais alto de Portugal, entre Outubro e Maio.<br />

O responsável lembra que “quando os turistas fazem o registo, os bombeiros passam<br />

a ter o controlo de quem está lá em cima, porque as pessoas, quando descem, vêm dar<br />

conhecimento de que chegaram”.<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

notícias<br />

<strong>ANBP</strong>/SNBP<br />

defendem AE<br />

u Os dois dirigentes da <strong>ANBP</strong>/SNBP,<br />

ladeados pelos delegados da FEB João<br />

Santos e Manuel Morais<br />

u O presidente da ANPC, Major - General<br />

Arnaldo Cruz e a Directora Nacional<br />

de Bombeiros, Susana Silva<br />

para “Canarinhos”<br />

A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e o Sindicato Nacional de Bombeiros<br />

Profissionais reuniram-se, no passado dia 12 de Abril, com o Secretário de Estado<br />

da Protecção Civil, Vasco Franco.<br />

Em cima da mesa estiveram as preocupações das suas instituições face ao dispositivo<br />

para a época de incêndios e a actual situação interna da Força Especial de Bombeiros<br />

- “Canarinhos”- uma força indispensável para a primeira intervenção no combate aos<br />

fogos florestais.<br />

A <strong>ANBP</strong>/SNBP defendeu junto do responsável uma proposta para um Acordo Colectivo<br />

de Trabalho com a Autoridade Nacional de Protecção Civil para os bombeiros<br />

integrados na Força Especial de Bombeiros (Canarinhos).O documento, que aborda<br />

também a importância da formação destes elementos, foi recebido com “grande disponibilidade”<br />

pelo governante.<br />

Entretanto, perspectiva-se este ano que a FEB faça também parte dos Grupos de<br />

Análise e Uso do Fogo (GAUF), com dois elementos por equipa.<br />

Desta reunião participaram, para além dos dirigentes da <strong>ANBP</strong>/SNBP, os dois delegados<br />

eleitos na FEB em Castelo Branco e na Guarda, o presidente da Autoridade<br />

Nacional de Protecção Civil, Major- General Arnaldo Cruz e a Directora Nacional de<br />

Bombeiros, Susana Silva,<br />

Mais uma vitória<br />

A portaria 136/2011, de 5 de Abril<br />

veio actualizar a portaria nº64/2009,<br />

de 22 de Janeiro. Esta veio regular o regime<br />

de credenciação de entidades pela<br />

ANPC para a emissão de pareceres, realização<br />

de vistorias e de inspecções das<br />

condições de segurança contra incêndios<br />

em edifícios.<br />

Mas decorridos dois anos da sua implementação,<br />

“mostra a experiência da<br />

necessidade de se proceder à alteração<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011 5<br />

<strong>ANBP</strong>/SNBP dos pré-requisitos para credenciação dos<br />

algarve<br />

Faro: barco-ambulância<br />

parado há três meses<br />

O primeiro barco - ambulância português,<br />

cedido em 2008 pelo Governo<br />

Civil de Faro à Associação dos Bombeiros<br />

Voluntários de Faro, está em terra<br />

para manutenção há três meses. O “Ria<br />

Solidária” mede 8 metros e meio de<br />

comprimento, tem dois motores de 150<br />

cavalos e representa um investimento<br />

na ordem dos 120 mil euros. Tem como<br />

missão prestar assistência a habitantes<br />

e turistas nas ilhas da Ria Formosa. O<br />

barco foi feito de forma a permitir o<br />

embarque e desembarque seguro de<br />

doentes através de uma prancha que<br />

permite a entrada de macas e de cadeiras<br />

de rodas. A bordo da embarcação está<br />

ainda instalado um Posto de Emergência<br />

Médica. Até agora, o barco ambulância<br />

tem sido substituído por uma embarca-<br />

Foram aprovados, no Algarve, 36 projectos<br />

na defesa da Floresta contra incêndios, financiados<br />

pelo Programa de Desenvolvimento<br />

Rural, PRODER. Este investimento<br />

rondou a casa dos 3.8 milhões de euros.<br />

Numa reunião com dirigentes da Associação<br />

para o Desenvolvimento do Sudoeste,<br />

no dia 18 de Abril, o Secretário de Estado<br />

das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui<br />

Barreiro defendeu que este trabalho desenvolvido<br />

no Algarve na defesa da floresta<br />

elementos dos corpos de bombeiros” (DR<br />

1º Série, nº67, 5 de Abril), até então fora<br />

de todo este processo. Na nova portaria<br />

passam a estar definidos os elementos<br />

dos corpos de bombeiros profissionais e<br />

respectivas graduações que no anterior<br />

documento não eram referidos.<br />

Mais uma vez, <strong>ANBP</strong>/SNBP conseguiram<br />

que fosse reconhecida a legitimidade<br />

dos bombeiros profissionais.<br />

ção semi-rígida de 6,5 metros, do Instituto<br />

de Socorros a Náufragos. A ele se<br />

junta um helicóptero do INEM, que está<br />

de prevenção.<br />

Ainda não há data para o regresso<br />

à actividade da embarcação. Em declarações<br />

ao Observatório do Algarve, no<br />

passado dia 13 de Abril, o movimento<br />

autárquico “Com Faro no Coração”,<br />

considerou que o “equipamento de substituição<br />

não é alternativa capaz, como<br />

risco maior para a vida das pessoas. É<br />

uma situação intolerável, que tem que<br />

ser resolvida no imediato e cuja culpa<br />

principal é do presidente e do executivo,<br />

querendo “esconder-se” atrás do<br />

comandante dos bombeiros, quando ele<br />

depende do presidente”, afirmou o CFC<br />

num comunicado.<br />

PRODER investe 3.8<br />

milhões de euros na<br />

defesa da Floresta<br />

vai ser também aplicado noutros pontos<br />

do país para “floresta ter uma importância<br />

decisiva para a economia e para a criação<br />

de emprego”, representando o terceiro<br />

sector exportador do país. Para Rui Barreiro<br />

a elaboração do Plano Distrital de Defesa<br />

da Floresta Contra Incêndios (PDDFCI) e<br />

a participação do Exército nas acções de<br />

vigilância vão também contribuir para que<br />

a região algarvia alcance resultados exemplares.


6<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011<br />

dispositivo 2011<br />

Governo reduz<br />

11,5 milhões no<br />

combate a incêndios<br />

O dispositivo de combate a incêndios<br />

deste ano deverá contar com 41 meios<br />

aéreos e 9210 elementos na fase Charlie,<br />

considerada a mais crítica da época dos<br />

incêndios. Uma redução que vai permitir<br />

ao Estado poupar cerca de 11,5 milhões<br />

de euros em relação ao ano passado.<br />

A Directiva Operacional Nacional<br />

- Dispositivo Especial de Combate a Incêndios<br />

Florestais de 2011 (DECIF) – foi<br />

apresentada a 19 de Abril. De acordo<br />

com o Secretário de Estado da Protecção<br />

Civil, Vasco Franco, “é uma redução<br />

menor do que aquela a que chegamos a<br />

temer”.<br />

A Autoridade Nacional de Protecção<br />

Civil vai investir 45 milhões de euros nos<br />

meios aéreos e 17 milhões de euros no<br />

dispositivo terrestre, num total de 62 milhões<br />

de euros.<br />

Em termos práticos, a fase mais crítica<br />

no combate aos incêndios florestais<br />

– entre 1 de Julho e 30 de Setembro –<br />

contará com 34 helicópteros médios e<br />

ligeiros para ataque inicial, cinco helicópteros<br />

pesados e dois aviões anfíbios<br />

para o ataque ampliado. No que toca<br />

Medidas de<br />

a meios terrestres, o dispositivo inclui<br />

9210 elementos, 2197 equipas, grupos ou<br />

brigadas das diferentes forças e serviços<br />

envolvidos e 2019 viaturas. Feitas as contas,<br />

em 2011 estarão disponíveis menos<br />

15 meios aéreos, menos 158 viaturas e<br />

menos 800 operacionais no terreno.<br />

Este ano, o Governo não deverá<br />

contratar os habituais Canadair. Foi, entretanto,<br />

aberto um concurso público internacional<br />

para a contratação de aviões<br />

anfíbios, cuja capacidade de transporte<br />

de água é de cerca de metade dos primeiros.<br />

Foram ainda integradas no dispositivo<br />

12 máquinas de rasto, cedidas pela Autoridade<br />

Florestal Nacional, quatro das<br />

quais com disponibilidade permanente.<br />

De acordo com a Protecção Civil, estas<br />

máquinas “compensam em alguma medida<br />

a diminuição de outros meios”, sendo<br />

ainda “os corpos de bombeiros dotados<br />

com terminais SIRESP que permitirão<br />

melhorar a vertente das comunicações”.<br />

Em 2010 estiveram operacionais na<br />

fase Charlie 9985 elementos, 2177 veículos<br />

e 56 meios áereos.<br />

prevenção para<br />

“período crítico”<br />

O Governo já determinou o chamado<br />

“período crítico” de incêndios florestais<br />

para 2011. Assim sendo, entre 1 de Julho<br />

e 30 de Setembro de 2011, de acordo com<br />

o comunicado de imprensa da Autoridade<br />

Nacional Florestal, devem ser aplicadas<br />

medidas especiais de prevenção<br />

de incêndios florestais, quer nos espaços<br />

florestais, quer nos espaços rurais.<br />

Assim sendo, não é permitido fumar<br />

ou fazer lume no interior das florestas ou<br />

nas vias que as delimitam, nem realizar<br />

queimadas nem lançar quaisquer tipos<br />

de foguetes.<br />

Já no que toca aos espaços rurais, a<br />

utilização de fogo de artifício está sujeita<br />

a autorização prévia da Câmara Municipal.<br />

Não é também permitido realizar<br />

fogueiras para recreio, lazer ou para confecção<br />

de alimentos, bem como utilizar<br />

equipamentos de queima e de combustão<br />

destinados à iluminação ou à confecção<br />

de alimentos, excepção feita às zonas de<br />

lazer.<br />

De acordo com os dados provisórios<br />

apurados pela Autoridade Florestal Nacional<br />

(AFN), até ao dia 31 de Março<br />

registaram-se 1199 ocorrências no território<br />

de Portugal Continental, que resultaram<br />

em 3424 hectares de área ardida<br />

(574 de povoamento e 2845 hectares de<br />

mato).<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

Incêndios Meios de combate em 2011<br />

15 MAIO<br />

30 JUNHO<br />

1 JULHO<br />

AGOSTO<br />

30 SETEMBRO<br />

1 a 15 OUTUBRO<br />

41 MEIOS AÉREOS<br />

na Fase Charlie, em<br />

2011, menos 15 do<br />

que em 2010<br />

2197<br />

equipas<br />

12<br />

máquinas de<br />

rasto cedidas<br />

pela Autoridade<br />

Florestal Nacional,<br />

qutrodas quais com<br />

disponibilidade permanente<br />

17<br />

MILHÕES DE EUROS<br />

verba destinada aos<br />

meios terrestres, em<br />

2011, menos 1,5 milhões<br />

de euros do que em<br />

2010<br />

FASE BRAVO<br />

FASE DELTA<br />

9210<br />

ELEMENTOS<br />

na Fase Charlie, em<br />

2011, menos 775 do<br />

que em 2010<br />

45<br />

MILHÕES DE EUROS<br />

verba destinada aos<br />

meios aéreos, em 2011,<br />

menos 10 milhões de<br />

euros que em 2010<br />

FASE CHARLIE<br />

Fase principal - período<br />

de maior risco<br />

237<br />

postos de<br />

vigia na Fase<br />

Charlie<br />

Fonte: JN<br />

2019<br />

viaturas<br />

34<br />

helicópteros<br />

médios e<br />

ligeiros<br />

5<br />

helicópteros<br />

pesados<br />

2<br />

aviões anfíbios<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

notícias<br />

Coimbra vive incêndio<br />

real depois de simulacro<br />

Um simulacro de incêndio na Baixa de<br />

Coimbra permitiu demonstrar que os bombeiros<br />

“têm capacidade para combater” o<br />

fogo e prestar socorro nas artérias mais estreitas,<br />

durante a manhã de dia 14 de Abril,<br />

de acordo com o comandante da Companhia<br />

dos Sapadores Bombeiros de Coimbra.<br />

“Este era um dos nossos objectivos:<br />

demonstrar que mesmo nesses locais temos<br />

capacidade de chegar lá, combater os<br />

sinistros e evacuar as pessoas”, declarou à<br />

Lusa o Tenente-Coronel Avelino Carvalho<br />

Dantas.<br />

O responsável disse que os Bombeiros<br />

Sapadores de Coimbra (BSC), ao avançarem<br />

com a realização do simulacro, quiseram<br />

“testar os meios e, de algum modo, sossegar<br />

a população”, o que na sua opinião<br />

foi conseguido.<br />

A operação experimental, realizada a<br />

partir das 10h30, visou combater um fogo<br />

num prédio na zona da travessa e da rua<br />

das Canivetas, onde “não chega qualquer<br />

viatura” de quatro rodas.<br />

Breves<br />

EMA: Helicópteros voaram em<br />

média 942 horas por ano<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011 7<br />

Em apenas 4 anos (de 2007 a 2011) os helicópteros Kamov e Ecureuil da<br />

Empresa de Meios Aéreos (EMA) já efectuaram cerca de 7.551 horas de voos<br />

em diversas missões de socorro. De acordo com informações facultadas pela<br />

EMA, para além dos cerca de 3767 voos em missões de vigilância de trânsito,<br />

transporte de órgãos de transplante, combate a incêndios florestais entre<br />

outras, foram também ”realizados voos de formação e treino que garantiram<br />

elevados níveis de proficiência às tripulações”, adianta.<br />

Loulé sem meios aéreos<br />

“A Baixa tem, por outro lado, algumas<br />

áreas de silêncio, onde as comunicações<br />

via rádio não funcionam”, implicando a<br />

deslocação para outros pontos ou mesmo<br />

a comunicação à voz, segundo Avelino Carvalho<br />

Dantas. O objectivo do simulacro no<br />

domínio das comunicações “não foi conseguido<br />

na íntegra”.<br />

Horas depois, um incêndio deflagrou<br />

num prédio na Rua Visconde de Luz, na<br />

Baixa. As chamas deflagraram nas águas<br />

furtadas de um edifício e destruíram parcialmente<br />

o piso onde funcionava o “Armazém<br />

Americano”.<br />

A mudança de um helicóptero sediado no heliporto de Loulé para Beja está<br />

a preocupar bombeiros e autarcas algarvios. De acordo com os responsáveis<br />

esta transferência vai deixar esta zona da região algarvia desprotegida sem<br />

qualquer meio aéreo, colocando em perigo a serra do Caldeirão. Em 2004 esta<br />

serra, situada na fronteira entre o litoral e barrocal Algarvios e as planícies do<br />

Baixo Alentejo, acabou devastada por um incêndio devido à ajuda tardia dos<br />

meios aéreos, relembrou Seruca Emídio, presidente da C.M. Loulé em declarações<br />

ao Correio da Manhã. A transferência deste helicóptero para Beja poderá<br />

colocar novamente a serra em perigo.<br />

Incêndio no Porto faz uma vítima mortal<br />

Uma mulher morreu num incêndio no rés-do-chão de um prédio, no Porto.<br />

A vítima, com cerca de 50 anos, terá morrido por inalação de fumo.<br />

O incêndio deflagrou perto das 9h00, na sala da habitação, sem causa<br />

conhecida. No combate às chamas estiveram os Sapadores e os Voluntários<br />

portuenses.


Alto Risco 8 Abril de 2011<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

entrevista<br />

“O que conta é<br />

termos nos bombeiros<br />

profissionalizados<br />

uma referência para<br />

todo o sistema”<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Negrão</strong> é vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Social<br />

Democrata e o interlocutor do partido com a Associação Nacional de Bombeiros<br />

Profissionais na abordagem dos problemas que afectam a protecção civil.<br />

Em relação ao sector, <strong>Fernando</strong> <strong>Negrão</strong> apela à necessidade de ouvir quem<br />

está no terreno e à contenção de meios e custos, em época de crise.<br />

Como encara o momento que o sector<br />

dos bombeiros e da protecção civil<br />

atravessa? Necessita de ser reestruturado?<br />

Este sector é caracterizado pela palavra<br />

“dispersão”. Senão, vejamos: seis<br />

corpos de bombeiros, dois corpos de<br />

protecção civil, três ramos das Forças<br />

Armadas que intervêm na protecção<br />

civil, três ramos das Forças Armadas<br />

que intervêm na protecção civil, seis<br />

redes distintas da prestação de cuidados<br />

médicos da emergência e quatro<br />

fornecedores de meios aéreos. A estes<br />

podemos acrescentar “actores” adjacentes<br />

como autarquias e governos civis,<br />

reboques da GNR, PSP, privados, INAC,<br />

Sistema da Autoridade Marítima, con-<br />

cessionários de auto-estradas, Estradas<br />

de Portugal e outras.<br />

O desafio na modernização deste sector<br />

passa, em primeiro lugar, por uma<br />

maior capacidade de ouvir quem está<br />

no “terreno”, colher a sua sensibilidade<br />

e opinião e, num segundo momento,<br />

introduzir s cultura de coordenação de<br />

modo a avançar para uma reorganização<br />

do sector que anule as duplicações<br />

e excessos e aumente a eficácia, sempre<br />

tendo em conta o momento difícil que<br />

atravessamos e a necessidade de uma<br />

contenção rigorosa de meios e custos.<br />

Como avalia o funcionamento dos<br />

planos de emergência municipais? E<br />

o trabalho dos serviços municipais de<br />

protecção civil?<br />

Estes planos são um instrumento<br />

da maior importância na definição do<br />

modo de actuação dos vários organismos<br />

e serviços e estruturas a empenhar<br />

em operações de protecção civil a nível<br />

local. Devem igualmente permitir antecipar<br />

cenários susceptíveis de desenvolver<br />

um acidente grave ou catástrofe,<br />

definindo a estrutura organizacional<br />

nos procedimentos para uma resposta<br />

adequada. Devem tender a ser considerados<br />

como a base do sistema. É prioritário<br />

um maior e melhor envolvimento<br />

de todos os municípios na elaboração<br />

dos seus planos numa perspectiva téc-<br />

nica sólida, exprimindo um conjunto<br />

de medidas, normas, procedimentos e<br />

missões, destinados a dar uma resposta<br />

cada vez mais adequada às populações.<br />

Considera que o modelo de socorro<br />

seguido até agora - que se baseia<br />

na resposta do voluntariado - poderá<br />

acabar a curto/médio prazo?<br />

O voluntariado nos bombeiros existe<br />

no nosso país há mais de seis séculos<br />

e espalhado por todo o território. Direi<br />

mesmo que tem sido, e é, um elemento<br />

congregador das populações e especialmente<br />

nos momentos mais difíceis, o<br />

que, levando ao aumento dos laços de<br />

solidariedade, contribui para a coesão<br />

<strong>Fernando</strong> Mimoso <strong>Negrão</strong> nasceu a 29 de<br />

Novembro de 1955, em Angola. É licenciado em Direito, pela<br />

Universidade de Lisboa. Foi oficial da Força Aérea Portuguesa,<br />

advogado, magistrado judicial, director-geral da Polícia<br />

Judiciária e presidente do Conselho de Administração do<br />

Instituto da Droga e da Toxicodependência. Foi Ministro da<br />

Segurança Social, da Família e da Criança do XVI Governo<br />

Constitucional, chefiado por Pedro Santana Lopes. Foi candidato<br />

do PSD nas eleições autárquicas de 2005, à Câmara<br />

Municipal de Setúbal, e nas eleições intercalares de 2007, à<br />

Câmara Municipal de Lisboa. É Deputado da Assembleia da<br />

República, desde 2009.<br />

social. Isto não exclui, de forma alguma,<br />

a componente profissional, que se deva<br />

constituir como uma “locomotiva” de<br />

todo o sistema e como um exemplo da<br />

grande qualidade técnica e dedicação e<br />

abnegação profissional como, aliás, assim<br />

o tem demonstrado.<br />

Como encara a profissionalização<br />

do sector dos bombeiros?<br />

O país não necessita da profissionalização<br />

dos seus bombeiros, o que acontece<br />

não só por razões de custos, como<br />

também por uma tradição de centenas<br />

de anos. Olhando para o mapa nacio-<br />

nal, tendo a dizer que será necessária<br />

uma maior profissionalização nos concelhos<br />

que comportam maiores riscos.<br />

Mas o que verdadeiramente conta é termos<br />

nos bombeiros profissionalizados<br />

uma referência e um exemplo para todo<br />

o sistema. Ou seja, deve constituir-se<br />

como uma espécie de “núcleo duro”<br />

da eficácia e que, melhor que ninguém,<br />

saberá como efectivar a tão necessária<br />

coordenação entre os demais intervenientes.<br />

Os níveis de formação ministrados<br />

aos bombeiros deverão ser reavaliados?<br />

A formação dos bombeiros deverá<br />

ser adequada ao desempenho das funções<br />

que são cada vez mais técnicas e<br />

com maior exigência, seja ao nível de<br />

combate aos incêndios florestais, seja<br />

no que respeita à emergência e transporte<br />

de doentes.<br />

É preciso dar à Escola Nacional de<br />

Bombeiros um papel mais activo, pondo-a<br />

o serviço do sector e das suas maiores<br />

necessidades. A esta Escola cabe a<br />

responsabilidade de termos bombeiros<br />

cada vez melhores. Por isso, a ela cabe<br />

igualmente um bom conhecimento do<br />

sector a nível nacional, a fim de intervir<br />

na respectiva formação devidamente<br />

fundamentada.<br />

Este ano vão haver cortes orçamentais<br />

no dispositivo de combate a<br />

incêndios. Que riscos é que esta contenção<br />

poderá trazer para o país?<br />

Estamos todos conscientes de que<br />

atravessamos uma situação calamitosa<br />

no que respeita às contas públicas e<br />

que, necessariamente, se reflecte em<br />

todas as áreas. No entanto, e embora<br />

não dispondo de toda a informação,<br />

espera-se obviamente que os cortes que<br />

incidem no dispositivo operacional, não<br />

coloquem em risco o sucesso no combate<br />

aos incêndios.<br />

Para além de falta de meios aéreos,<br />

há também falta de efectivos, e nas<br />

principais cidades do país. Essa foi<br />

uma das conclusões do Congresso dos<br />

Bombeiros Profissionais. De forma é<br />

que isso pode afectar o combate aos<br />

incêndios?<br />

Ouvi o presidente da Associação<br />

Nacional de Bombeiros Profissionais<br />

dizer que na totalidade, são 10 mil<br />

bombeiros e que faltam alguns elementos.<br />

Nós vivemos numa altura<br />

em que as restrições financeiras são<br />

terríveis. E nesse sentido, temos que<br />

ponderar onde podemos investir mais,<br />

com menos recursos e mais eficácia:<br />

se é na coordenação e maior gestão<br />

dos meios, ou num aumento de efectivos.<br />

Isto quase tem que ser estudado<br />

caso a caso. As contas públicas em<br />

Portugal estão escandalosamente mal<br />

e não há dinheiro.<br />

Uma das conclusões do 10º Congresso<br />

dos Bombeiros Profissionais,<br />

prendeu-se com uma certa falta de<br />

articulação entre o poder central e os<br />

municípios para reforçar os efectivos.<br />

Que alterações é que deveriam ser feitas?<br />

Há uma coisa de que se fala muito<br />

em bombeiros e que é o comando. E<br />

olhando para toda a estrutura da protecção<br />

civil, esquecemo-nos de uma<br />

outra palavra que é “coordenação”. Primeiro<br />

devemos pensar em coordenação,<br />

porque sem uma boa coordenação não<br />

há um bom comando. E apostar na coordenação<br />

até para reformular a cultura<br />

que existe nesta área.<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011 9<br />

Como tem sido lidar com o sector<br />

da protecção civil?<br />

Tem sido muito interessante e por<br />

duas razões: em primeiro, porque é um<br />

sector pouco conhecido da população.<br />

A forma como está organizado, como<br />

funciona e articula institucionalmente.<br />

Em segundo lugar, em termos de tutela<br />

não tem sido devidamente acarinhado.<br />

Não tem sido olhado com a importância<br />

que tem para a segurança dos portugueses.<br />

E aqui falo das acções de prevenção<br />

e intervenção. E não estamos só a falar<br />

de incêndios. As pessoas esquecem-se<br />

de um leque de competências imensas<br />

que estas estruturas têm. Temos que<br />

dar a conhecer as populações o trabalho<br />

que têm.<br />

A criação de uma secretaria de estado<br />

trouxe maior importância ao sector?<br />

Não lhe vou dizer se vai ou não haver<br />

uma Secretaria de Estado da Protecção<br />

Civil num governo PSD. O que lhe digo é<br />

que não noto que com a criação de uma<br />

secretaria de estado específica da protecção<br />

civil tenha havido alterações no funcionamento<br />

deste sector. Continuo a achar que<br />

não tem havido cuidado na articulação de<br />

todos os actores deste sistema. A continuar<br />

a existir uma secretaria de Estado, deveria<br />

ser muito mais pró-activa.<br />

E o que falhou?<br />

Deveriam ter sido ouvidos mais os<br />

actores deste sector e uma interacção<br />

maior entre a tutela e os actores do<br />

sector. Estamos a falar da questão da<br />

coordenação. Quando oiço os responsáveis<br />

políticos a falar só os oiço a falar<br />

de comando. E se insistirmos no termo<br />

Coordenação criamos uma cultura nova,<br />

de partilha, de não duplicarmos funções.<br />

O que poderia criar essa coordenação?<br />

A interacção e proximidade entre os<br />

a tutela e os actores do sector. Sentarmo-nos<br />

todos à mesa e procurarmos a<br />

solução.<br />

Para além da coordenação, que<br />

outras questões seriam importantes<br />

nesta área?<br />

A sensibilização das autarquias. São<br />

elas que tem a tutela directa dos bombeiros<br />

e por isso há aqui um trabalho<br />

de sensibilização que tem que ser feito.<br />

As autarquias têm a sua autonomia, é<br />

preciso respeitá-la, mas a persuasão é<br />

um trabalho que deve ser feito.<br />

Com que expectativa olha para o<br />

Verão que se avizinha?<br />

Com alguma preocupação. Houve<br />

um corte de 20%.Esperamos que (o<br />

dispositivo) seja constituído da melhor<br />

maneira possível e com o melhor critério<br />

de eficácia para evitar problemas<br />

graves como nos últimos anos. Apesar<br />

do corte, que se faça um esforço suplementar<br />

na eficácia.


10<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011<br />

seminário<br />

A missão dos jornalistas no exercício<br />

da sua profissão e a relação que estabelecem<br />

com os agentes da protecção civil em<br />

cenários de catástrofe e risco, estiveram<br />

em debate no Padrão dos Descobrimentos,<br />

no passado dia 6 de Abril. O seminário<br />

“Jornalistas e Bombeiros - construir<br />

redes sociais”, promovido pela Associação<br />

Nacional de Bombeiros Profissionais,<br />

e inserido nas XX Jornadas de Prevenção<br />

e Segurança na Floresta do Betão, contou<br />

com a participação de três jornalistas de<br />

diferentes órgãos de comunicação social -<br />

Agência Lusa, SIC e Rádio Renascença -,<br />

por um lado, e com uma plateia de bombeiros<br />

e de agentes de protecção civil, por<br />

outro.<br />

O Secretário de Estado da Protecção<br />

Civil, Vasco Franco, presidiu à cerimónia<br />

de abertura, salientando a relevância<br />

da articulação entre os órgãos de comunicação<br />

social e a protecção civil. A<br />

este propósito, recordou os exemplos da<br />

Missão da FOCON no HAITI, salientando<br />

u Vasco Franco lembrou a importância dos<br />

jornalistas em cenários de catástrofe<br />

u <strong>Fernando</strong> Curto agradeceu a<br />

presença de todas as entidades e<br />

dos jornalistas convidados<br />

Bombeiros e jornalistas<br />

debatem em seminário<br />

o espírito de cooperação. Lembrou ainda o<br />

sismo do Japão, onde a comunicação teve<br />

um papel relevante nos primeiros alertas<br />

e na transmissão de mensagens com recomendações<br />

à população.<br />

Disso mesmo deu conta Anselmo Crespo,<br />

jornalista da SIC, ligado à economia,<br />

mas a quem coube a “aventura” de fazer a<br />

cobertura do tsunami no Japão. Num país<br />

onde pouco se fala inglês, valeu-lhe um<br />

tradutor que o ia ajudando a identificar<br />

as mensagens que surgiam no telemóvel<br />

comprado no país e que alertavam para<br />

a iminência de uma réplica. Num país<br />

em que “em 24 horas, tudo o que poderia<br />

acontecer de mau, aconteceu”, o povo está<br />

“preparado” e a sensibilização da opinião<br />

pública passa também pelos órgãos de comunicação<br />

social e pelos seus “actores”.<br />

Ainda assim, destacou a dificuldade<br />

de obter informações nos locais, tendo<br />

qualquer explicação sido remetida para<br />

Pequim.<br />

O impacto de uma câmara de filmar<br />

ou de um microfone pode intimidar o interlocutor<br />

e atrapalhar a relação de confiança<br />

entre a fonte e o jornalista, mas,<br />

de acordo com Gabriela Chagas, “uma caneta<br />

e um papel não intimidam ninguém”.<br />

A jornalista da Agência Lusa defendeu a<br />

“responsabilidade social” do jornalista,<br />

lembrando que a necessidade de transmitir<br />

a informação se cruza também com<br />

a necessidade de proteger as vítimas, por<br />

exemplo, num cenário de catástrofe. Ainda<br />

assim, lamentou o facto de hoje em dia<br />

se retratar “pouco as pessoas e muito os<br />

números”.<br />

A importância da verdade dos<br />

números e a tentativa de os ocultar por<br />

parte de algumas entidades, num cenário<br />

de catástrofe, foi um dos aspectos realçados<br />

por João Cunha. O jornalista da Rádio<br />

Renascença relembrou a experiência<br />

vivida, em território Nacional, na ilha da<br />

Madeira, aquando da tragédia de 20 de<br />

Fevereiro de 2010. Também a passagem<br />

pela Turquia, em 1999, foi um momento<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

u O Governador Civil de Lisboa, António<br />

Galamba,respondeu a algumas questões<br />

colocadas pelos jornalistas convidados<br />

u (da esquerda para a direita)- Gabriela Chagas<br />

(Lusa), Filomena Barros (moderadora do debate),<br />

Anselmo Crespo (SIC) e João Cunha (RR)<br />

u O debate contou com a<br />

participação da plateia<br />

marcante para João Cunha, ao integrar<br />

uma missão portuguesa de ajuda e salvamento,<br />

comandado pelo Inspector Manuel<br />

Velloso, actual presidente da ANAFS -Associação<br />

Nacional dos Alistados das Formações<br />

Sanitárias. “Senti que era mais<br />

um elemento naquela equipa”, recorda,<br />

relatando um dos episódios em que ajudou<br />

a descarregar um camião de ajuda<br />

humanitária.<br />

As dificuldades de comunicação com<br />

os agentes da protecção civil, bem como<br />

as dificuldades criadas pela utilização de<br />

terminologia técnica por parte destes para<br />

a explicação de um sinistro, estiveram<br />

entre os principais problemas apontados<br />

pelos jornalistas na sua relação com bombeiros<br />

e demais agentes no terreno. Ficou,<br />

assim, no ar a sugestão por parte destes<br />

profissionais da comunicação social para<br />

que as entidades relacionadas com este<br />

sector da protecção civil criem formações<br />

para os jornalistas para que a relação se<br />

torne mais simples e eficaz.<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

setúbal<br />

<strong>ANBP</strong>/SNBP e Sapadores<br />

de Setúbal contestam<br />

medidas da autarquia<br />

Vigílias, manifestações e greve. São as<br />

formas de luta ponderadas pela Associação<br />

Nacional de Bombeiros Profissionais e pelo<br />

Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais<br />

para contestarem, uma vez mais,<br />

o actual sistema de turnos na Companhia<br />

Bombeiros Sapadores de Setúbal e a falta<br />

de efectivos.<br />

Numa conferência de Imprensa realizada<br />

no passado dia 14 de Abril, em Setúbal,<br />

<strong>Fernando</strong> Curto lembrou que, com o novo<br />

sistema de cinco turnos (em vez de quatro),<br />

existem menos elementos de reforço que<br />

“são chamados à folga e pagos como horário<br />

extraordinário a 200% continuando com<br />

um défice de quatro a cinco elementos por<br />

turno, em relação ao horário anterior”. A isto<br />

acrescenta-se o facto de alguns elementos<br />

serem obrigados a fazer até 60 horas semanais<br />

devido à sobreposição de turnos e ao insuficiente<br />

número de efectivos. Actualmente,<br />

a CBSS tem menos 39 bombeiros e a <strong>ANBP</strong>/<br />

notícias<br />

uO Presidente da <strong>ANBP</strong>, <strong>Fernando</strong> Curto e o<br />

Presidente do SNBP Sérgio Carvalho com<br />

elementos do Secretariado Regional de Setúbal<br />

Simulacro em Torres<br />

Vedras detecta falhas<br />

nas comunicações<br />

Dois anos após o ciclone que atingiu o concelho, a Protecção<br />

Civil de Torres Vedras promoveu, no passado dia 23 de Abril, um<br />

simulacro para testar o novo plano municipal. O exercício contemplou<br />

um cenário de sismo de magnitude entre 5.o e 5.9 na escala de<br />

Richter, seguido de tsunami. Estiveram envolvidos pescadores, escolas<br />

e mais de maia centena de pessoas das 16 entidades concelhias.<br />

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente da Câmara<br />

Municipal de Torres Vedras, Carlos Bernardes, concluiu que este “foi<br />

o maior simulacro desde sempre e o primeiro desde o ciclone, com<br />

13 cenários diferentes que revelaram problemas nas comunicações,<br />

com contactos telefónicos desactualizados”, à semelhança do que<br />

aconteceu na intempérie de 2009.<br />

SNBP lembram que não entram bombeiros<br />

na Companhia desde 2006.<br />

A este factor junta-se “um défice de viaturas”,<br />

segundo Pedro Dinis, do Secretariado<br />

Regional de Setúbal da <strong>ANBP</strong>/SNBP,<br />

ao que se acrescenta o facto de aguardarem<br />

“há largos anos, por um veículo de Salvamento<br />

e Desencarceramento Pesado”.<br />

A <strong>ANBP</strong>/SNBP considera que, o que<br />

está em causa, são “as vidas e os haveres<br />

das populações” e a exemplo disso um dos<br />

bombeiros presentes na conferência de imprensa<br />

relatou um incêndio ocorrido numa<br />

habitação, em Azeitão. De acordo com sapador,<br />

a única viatura disponível no Destacamento<br />

de Azeitão era vocacionada para<br />

incêndio em mato e deveria ser guarnecida<br />

por quatro efectivos. No entanto, só havia<br />

dois bombeiros disponíveis e o apoio de<br />

Setúbal só chegou 35 minutos depois.<br />

Os dirigentes da <strong>ANBP</strong>/SNBP consideram<br />

que o Destacamento de Azeitão “não<br />

Faltam<br />

simulacros<br />

no Túnel<br />

do Marquês<br />

possui as condições mínimas para que os<br />

bombeiros sapadores prestem socorro”.<br />

As suas estruturas opõem-se à intenção<br />

da câmara em tornar o actual destacamento<br />

de Azeitão da CBSS num quartel<br />

de bombeiros voluntários.<br />

Este vai ser, de resto, um dos assuntos<br />

que vão integrar um memorando que<br />

vai ser enviado à Câmara Municipal de<br />

Setúbal, do qual vai constar ainda um<br />

pedido para repensar a actual situação de<br />

efectivos, viaturas e horas extraordinárias.<br />

Vai ainda ser pedida uma audiência à presidente<br />

Maria das Dores Meira e ao vereador<br />

da Protecção Civil, Carlos Rabaçal.<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011 11<br />

Caso não seja conseguido um entendimento,<br />

os Sapadores dizem estar prontos<br />

para realizar manifestações locais e nacionais,<br />

vigilas frente aos Paços do Concelho<br />

e, possivelmente, uma greve.<br />

Durante a conferência de Imprensa,<br />

o presidente da <strong>ANBP</strong>, <strong>Fernando</strong> Curto,<br />

abordou ainda a alegada “incompatibilidade”<br />

dos cargos de José Luís Bucho.<br />

O Coordenador Municipal de Protecção<br />

Civil é também presidente da Associação<br />

Humanitária dos Bombeiros Voluntários<br />

de Setúbal. “Ninguém pode ser juiz<br />

em causa própria”, defendeu <strong>Fernando</strong><br />

Curto.<br />

Quatro anos depois da inauguração do Túnel do Marques, a<br />

Associação Nacional de Bombeiros Profissionais mantém as suas<br />

preocupações relativamente à falta de realização de simulacros e às<br />

questões de segurança.<br />

A <strong>ANBP</strong> admite que as questões relacionadas com a estrutura<br />

física não poderiam sofrer alterações, como a dimensão dos passeios,<br />

mas lembra que nem sequer foram realizados simulacros, considerados<br />

“simples de fazer”, que servem para testar a capacidade<br />

dos bombeiros em “socorrer e retirar pessoas do interior do túnel”.<br />

A realização de simulacros, desde o túnel até às estações do<br />

metro ou centros comerciais é um dos pontos que a <strong>ANBP</strong> pretende<br />

abordar numa audiência que solicitou ai vereador da Protecção Civil<br />

da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Brito.<br />

Ainda assim, a <strong>ANBP</strong> registou mudanças positivas, como a permanência<br />

de elementos da segurança a tempo inteiro no Túnel e<br />

mais visitas regulares do Regimento dos Sapadores Bombeiros de<br />

Lisboa.<br />

A Câmara de Lisboa quer requalificar a Avenida Joaquim António<br />

de Aguiar e reajustar os tempos dos semáforos na Alexandre<br />

Herculano para solucionar os engarrafamentos que persistem, mesmo<br />

quatro anos depois da sua inauguração.


12<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011<br />

congresso<br />

10 Congresso<br />

Bombeiros:<br />

profissionais<br />

debatem futuro<br />

º<br />

A falta de efectivos nos corpos de<br />

bombeiros profissionais, a necessidade<br />

de maior financiamento para as autarquias<br />

que os detêm e uma maior aposta<br />

na prevenção dos incêndios florestais,<br />

foram algumas das conclusões do 10º<br />

Congresso Nacional de Bombeiros Profissionais,<br />

promovido pela Associação<br />

Nacional de Bombeiros Profissionais,<br />

ocorrido nos dias 16 e 17 de Abril. Ao<br />

longo de dois dias, os bombeiros profissionais<br />

debateram as suas principais<br />

preocupações actuais, bem como as<br />

perspectivas e estratégias rumo ao futuro.<br />

Os bombeiros profissionais queixamse<br />

da falta de “centenas de bombeiros<br />

em todo o pais por falta de preenchimento<br />

dos quadros devido a aposentação”<br />

e ponderam apresentar ao futuro<br />

governo “um caderno reivindicativo<br />

com vista a publicar a legislação para<br />

o sector da Protecção Civil e Bombeiros<br />

Profissionais, no que respeita aos<br />

horários de trabalho, avaliação, formação<br />

e falta de bombeiros”.<br />

No seu discurso, o presidente da<br />

Associação Nacional de Bombeiros<br />

Profissionais, <strong>Fernando</strong> Curto, lembrou<br />

a necessidade das Câmaras Mu-<br />

u Algumas entidades que marcaram presença no<br />

evento, entre os quais o Comandante Distrital de<br />

Operações de Socorro de Lisboa, Elísio Oliveira<br />

nicipais de “promulgar a legislação<br />

aprovada pelo Governo e Assembleia<br />

da República, desenvolvendo e orientando<br />

todas as acções que se relacionem<br />

com prevenção e segurança<br />

dos seus municípios”. O dirigente explicou<br />

que “a maioria das Câmaras<br />

Municipais se recusam a nomear o<br />

Comandante Operacional Municipal,<br />

infringindo a lei”, remata.<br />

A profissionalização do sector, em<br />

geral, e dos bombeiros, em particular,<br />

foi outro dos aspectos abordados.<br />

A Associação Nacional de Bombeiros<br />

Profissionais e o Sindicato Nacional de<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

u A sessão de encerramento contou com a presença<br />

do Ministro da Administração Interna, Rui Pereira.<br />

Na mesa estiveram também entidades como o<br />

presidente da ANPC, Major-General Arnaldo Cruz,o<br />

Governador Civil de Lisboa, António Galamba,o<br />

presidente da EMA, Rogério Pinheiro e o Comandante<br />

Nacional de Operações, Vítor Vaz Pinto<br />

Bombeiros Profissionais têm celebrado<br />

Acordos de Empresa com as direcções<br />

das associações humanitárias de corpos<br />

de bombeiros voluntários, entre<br />

elas, Guimarães, Condeixa, Pombal,<br />

Alcobaça e Odemira. Um documento<br />

“importante” que levou a que “alguns<br />

presidentes e comandantes, quer do<br />

Continente quer da Região Autónoma<br />

dos Açores contactassem a <strong>ANBP</strong> com<br />

vista à realização de reuniões”, esclareceu<br />

<strong>Fernando</strong> Curto.<br />

A situação laboral dos elementos<br />

que compõem a Força Especial de Bombeiros<br />

– FEB - tem sido alvo de preocupação<br />

de <strong>ANBP</strong>/SNBP. Neste sentido,<br />

estas duas instituições representativas<br />

dos bombeiros profissionais têm vindo<br />

a reunir “com o Secretário de Estado<br />

da Protecção Civil e com a Autoridade<br />

Nacional de Protecção Civil com vista<br />

a regular a situação laboral destes<br />

bombeiros profissionais e daqueles que<br />

trabalham no Centro Nacional e Centros<br />

Distritais de Operações de Socorro,<br />

através da assinatura de um Acordo<br />

Colectivo de Trabalho”.<br />

Em época de crise, o dispositivo<br />

para o combate aos incêndios sofreu<br />

cortes na ordem dos 11 milhões. A esse<br />

respeito, o presidente da <strong>ANBP</strong> realçou<br />

“um grande empenho e organização<br />

por parte do MAI e da ANPC.”<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

Discursos<br />

u Discurso do Ministro<br />

Rui Pereira<br />

u João Afonso<br />

da Direcção<br />

Nacional<br />

u Carlos Ferreira,<br />

do Sec.Reg.Centro<br />

Ministro realça a importância da profissionalização<br />

O Ministro da Administração Interna, Rui<br />

Pereira, presidiu à cerimónia de encerramento do<br />

Congresso dos Bombeiros Profissionais. No seu<br />

discurso, considerou que “hoje temos um sistema<br />

equilibrado de vigilância, protecção e combate<br />

a incêndios, e de resposta aos vários problemas<br />

da protecção civil”. O ministro realçou ainda a<br />

“planificação” feita, admitindo que o ponto onde<br />

mais se tem evoluído é na “criação dos corpos de<br />

bombeiros profissionais”.<br />

O responsável do governo realçou a criação<br />

da Força Especial de Bombeiros e das Equipas<br />

de Intervenção Permanente, como exemplos dos<br />

“passos que temos dado no sentido de uma profissionalização<br />

necessária”.<br />

No final do seu discurso, Rui Pereira relembrou<br />

que “a protecção civil não é o parente pobre<br />

da segurança interna” e que é “uma questão de<br />

cidadania”.<br />

O Ministro assistiu ainda à assinatura de três<br />

protocolos de cooperação entre a <strong>ANBP</strong> e a Empresa<br />

4Emes, a Associação Portuguesa de Saúde,<br />

Higiene e Segurança no Trabalho para o desenvolvimento<br />

de cooperação Internacional e a Associação<br />

Portuguesa de Técnicos de Protecção Civil.<br />

u Discurso do Comandante<br />

do Regimento<br />

Sapadores Bombeiros<br />

de Lisboa, Coronel<br />

Joaquim Leitão<br />

u Filipe Santos, do<br />

Sec.Reg.Setubal<br />

u <strong>Fernando</strong> Curto lembrou a<br />

importância de apostar na<br />

prevenção de incêndios<br />

u Filipe Tavares,<br />

Sec.Reg.Madeira<br />

u Carlos Marques,<br />

sec.Reg.Algarve<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011 13<br />

u Sérgio Carvalho,<br />

presidente do SNBP, apelou<br />

à união de toda a estrutura<br />

e empenho no reforço e<br />

dignificação da classe<br />

u Raúl Carvalho,<br />

Sec.Reg.Norte<br />

u Assinatura do<br />

protocolo


14<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011<br />

notícias congresso<br />

I Congresso Ibero-Latino-<br />

Americano sobre segurança<br />

contra incêndios em<br />

Natal – Brasil<br />

A Associação Luso-Brasileira para a Segurança Contra Incêndio (AL-<br />

BRASCI) resultou da vontade de especialistas em segurança contra incêndios<br />

em edifícios (SCIE) portugueses e brasileiros em criarem uma<br />

plataforma para o desenvolvimento da área em ambos os países. Para<br />

além de outras atribuições, a ALBRASCI realizou um congresso Ibero-<br />

Latino-Americano em SCIE. Este congresso teve como objectivo permitir<br />

a apresentação dos trabalhos científicos, dos últimos desenvolvimentos<br />

tecnológicos e criar um espaço de discussão para os técnicos, cientistas,<br />

legisladores, bombeiros e demais pessoas que actuam na área.<br />

O I Congresso Ibero-Latino-Americano Sobre Segurança contra Incêndios<br />

teve lugar nos dias 10, 11 e 12 de Março, no Hotel Rifóles, na cidade<br />

de Natal.<br />

Na Sessão de Abertura, para além de outras entidades, estiveram presentes<br />

o Prof. Dr. João Paulo Rodrigues, o Comandante dos Bombeiros<br />

Profissionais de Natal, Cor. Eliseu Lisboa Dantas em representação do<br />

Perfeito de Natal; e ainda o Reitor da Universidade Federal do Rio Grande<br />

do Norte.<br />

Importa destacar a organização deste evento, a qualidade das intervenções,<br />

o número de participantes (de vários Países) e também o empenho<br />

que o Prof. Dr. João Paulo Rodrigues emprestou a este tão importante<br />

evento.<br />

Foram abordados temas como a segurança das estruturas em situação<br />

de incêndio, o abandono de edifícios e o comportamento humano<br />

em caso de incêndio, análise de risco de incêndio e gestão e organização<br />

da SCIE, sistemas e equipamentos de SCIE, incêndios em áreas de<br />

elevado risco, indústria de petróleo e explosões, incêndios florestais,<br />

regulamentação e normalização em SCIE, segurança contra incêndios<br />

em veículos, ensino e formação em SCIE e pesquisa e certificação de<br />

produtos.<br />

A organização ficou a cargo da Associação Luso-Brasileira para a Segurança<br />

Contra Incêndio, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,<br />

com o apoio da Universidade de S. Paulo e da Faculdade de Ciências e<br />

Tecnologia da Universidade de Coimbra.<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

Fizeram parte da comissão organizadora Valdir Pignatta<br />

e Silva – USP - S. Paulo – Brasil (coordenador), Edna Moura<br />

Pinto – UFRN - Rio Grande do Norte – Natal – Brasil, Jorge<br />

Munaiar Neto – USP – S. Carlos – Brasil, Fabio Domingos<br />

Pannoni – Consultor – Brasil, Maria Filomena Ferreira – Câmara<br />

Municipal de Lisboa – Portugal, João Paulo C Rodrigues<br />

– FCTUC – Portugal.<br />

Integraram a comissão científica nomes como João Paulo<br />

C Rodrigues – DEC-FCTUC – Portugal (coordenador), Aldina Maria da Cruz Santiago – DEC – FCTUC<br />

– Portugal, Alexandre de Macêdo Wahrhaftig - UFBA – Brasil, Alexandre Landesmann - UFRJ – Brasil,<br />

António Aquino – Univ. Católica Nuestra, Señora de Asunción – Paraguay, António José Barreto Tadeu<br />

– DEC - FCTUC – Portugal, António Leça Coelho – LNEC – Portugal, António Macias Herrera – NFPA<br />

– México, António Rui de A. Figueiredo – DEM – FCTUC – Portugal, Armando Lopes Moreno Junior<br />

- UNICAMP – Brasil, Carlito Calil Jr – USP - S. Carlos – Brasil, Carlos Pina dos Santos – LNEC – Portugal,<br />

Carlos Roberto Balarim - UEPG - Brasil, Dayse Cavalcanti de Lemos Duarte – UFPE – Brasil, Domingos<br />

Xavier F. C. Viegas – DEM - FCTUC – Portugal, Edna Moura Pinto -UFRGN – Brasil, Eduardo<br />

dos Santos Júlio - DEC – FCTUC – Portugal, George Cajaty Barbosa Braga – UNB – Brasil, Geraldine<br />

Charreau – INTI – Argentina, Guenther Carlos Krieger Filho – USP – S. Paulo - Brasil, Jesus De La<br />

Quintana - Labein – España, João Carlos Godinho Viegas – LNEC – Portugal, João Henrique J. de O.<br />

<strong>Negrão</strong> – DEC – FCTUC – Portugal, João Lopes Porto – DEC - FEUP – Portugal,<br />

João Miguel Pires Ventura - DEM - IST – Portugal, Jorge Gil Saraiva - LNEC – Portugal, Jorge Munaiar<br />

Neto - USP/S. Carlos – Brasil, Jorge Saul Velarde - IASU S.R.L. – Bolívia, José Carlos Miranda<br />

Góis – DEM - FCTUC– Portugal, Lino Forte Marques – DEEC - FCTUC – Portugal, Luciano Mendes<br />

Bezerra – UNB – Brasil, Luis Alberto P. Simões da Silva – DEC - FCTUC – Portugal, Luis Miguel da<br />

Cruz Simões – DEC - FCTUC– Portugal, Luis Ramón Rojas Solórzano - Universidad Simon Bolivar –<br />

Venezuela, Luiz Carlos Pinto Da Silva Filho - UFRGS – Brasil, Manoel Santinho Rodrigues Júnior<br />

– UFMT – Brasil, Manuel L. Romero – Univ. Politecnica de Valencia – España, Maria Cruz Alonso<br />

– CISDEM - UPM-CSIC – España, Maria da Conceição Cunha – DEC - FCTUC – Portugal, Miguel<br />

Chichorro Gonçalves – DEC - FEUP – Portugal, Orelvis González – DICTUC – Chile, Orestes Marracini<br />

Gonçalves – USP/ S. Paulo – Brasil, Paulo Jorge de M. M. F. de Vila Real - UA – Portugal, Poliana Dias<br />

de Moraes - UFSC – Brasil, Rafael Larrúa Quevedo - Universidade de Camaguey – Cuba, Ricardo Cruz<br />

Hernandez – Universidade Industrial de Santander – Colômbia, Ricardo Hallal Fakury - UFMG – Brasil,<br />

Rogerio Cattelan Antocheves de Lima – Unipampa – Brasil, Romildo Dias de Toledo Filho – UFRJ<br />

– Brasil, Rosária Ono – USP/S. Paulo – Brasil, Valdir Pignatta e Silva - USP / S. Paulo – Brasil, Vitor<br />

Carlos Trindade Abrantes – DEC - FEUP – Portugal.<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

u (da esquerda para a direita) Dr. Ricardo Ribeiro<br />

– ASPROCIVIL, Dr. <strong>Fernando</strong> Curto – <strong>ANBP</strong>,<br />

Eng. Reinaldo Muralha – 4Emes e Prof. do Curso<br />

de Engenharia Civil da Universidade Federal do<br />

Rio Grande do Norte.<br />

u (da esquerda para a direita) Prof. Dr. José<br />

Ivonildo do Rego – Reitor da Univ. Fed. do Rio<br />

Grande do Norte, Cor. Elizeu Lisboa Dantas<br />

Comandante do Corpo de Bombeiros Profissionais<br />

de Natal e Prof. Dr. João Paulo Rodrigues<br />

da Univ de Coimbra.<br />

u Reunião almoço com a Prof. Dra. Anamaria<br />

Martins Moreira, assessora Internacional e Prof.<br />

Dra. Maria de Sá, Coordenadora do Curso de<br />

Engenharia Civil da Univ. Fed. do Rio Grande do<br />

Norte, Dr. Ricardo Ribeiro, Dr. <strong>Fernando</strong> Curto e<br />

Eng. Reinaldo Muralha.<br />

u (da esquerda para a direita) Eng. Reinaldo<br />

Muralha, Comandante Clemente Mitra – ABV<br />

Cacilhas, Dr. <strong>Fernando</strong> Curto e Cor. Elizeu Lisboa<br />

Dantas Comandante do Corpo de Bombeiros<br />

Profissionais de Natal.<br />

u (da esquerda para a direita) Dr. Ricardo<br />

Ribeiro, Prof. Dr. José Ivonildo do Rego – Reitor<br />

da Universidade Federal do Rio Grande do<br />

Norte e Dr. <strong>Fernando</strong> Curto.<br />

u Dr. <strong>Fernando</strong> Curto, Eng. Pedro Lopes –<br />

INEM, Dr. Ricardo Ribeiro, Cmdte Clemente<br />

Mitra, BV Cacilhas e Eng. Reinaldo Muralha.<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011 15<br />

u Prof. Dr. José Ivonildo do Rego – Reitor da<br />

Universidade Federal do Rio Grande do Norte<br />

e o Cor. Elizeu Lisboa Dantas Comandante do<br />

Corpo de Bombeiros Profissionais de Natal.


16<br />

Alto Risco<br />

Abril de 2011<br />

notícias rsb<br />

RSB destacado<br />

para exercício<br />

na Alemanha<br />

Trinta elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) foram destacados para o exercício<br />

LIVEX (MODEX.EU 11) na cidade de Weeze, na Alemanha, no passado dia 7 de Abril. Para além de<br />

Portugal, também participaram neste exercício a Áustria e a Bulgária.<br />

Este exercício que teve como objectivo exercitar os módulos de busca e salvamento médios, contou com a participação<br />

de trinta operacionais do RSB, oito do Comando e Coordenação, duas equipas de Busca e Resgate constituídas por 15 elementos,<br />

três homens da equipa Médico-Sanitária e mais duas equipas de Binómios com quatro homens e quatro canídeos.<br />

No âmbito dos Módulos Europeus de Protecção Civil, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) convidou o<br />

RSB a participar no LIVEX com o Módulo de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (PTMUSAR01). Esta participação<br />

foi suportada pelo Mecanismo Europeu de Protecção Civil.<br />

Para assinalar a partida, estiveram presentes no Quartel da CIE, o Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco,<br />

Presidente da ANPC, Arnaldo Cruz, Vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Brito e o Comandante do RSB, Joaquim<br />

Leitão, Comandante da Unidade Especial de Polícia, Magina da Silva, Director Municipal dos Recursos Humanos, Rui<br />

Pereira e o Comandante Nacional, Vaz Pinto.<br />

u Manuel Brito saúda<br />

elemento destacado<br />

u Entidades presentes na pequena<br />

“cerimónia de partida”<br />

Comandante Joaquim Leitão<br />

Através deste exercício, os elementos que foram destacados,<br />

poderão transmitir os conhecimentos adquiridos<br />

aos colegas?<br />

Este módulo que nós criámos é um módulo que existe<br />

há um ano, e que vem ganhando competências a nível de<br />

informação internacional, em vários exercícios. Em Janeiro<br />

de 2012 vamos ter um outro exercício internacional<br />

em Inglaterra, com novos elementos. A ideia é fazer com<br />

que o módulo MUSAR tenha mais profissionais e que estejam<br />

não só preparados, mas também equipados de acordo<br />

com as normas internacionais, de modo a que o Regimento<br />

adquira todo o tipo de conhecimento. Tudo isso se consegue<br />

através destas participações para depois ser feito o<br />

retorno da informação a todos os colegas. Esta é a parte<br />

sub-sequencial relativamente ao exercício.<br />

Considera que o Regimento fica melhor preparado<br />

através deste exercício?<br />

Considero, por dois motivos: por um lado conhecemos<br />

as realidades de outros colegas que também trabalham<br />

Jornal da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais<br />

neste âmbito, ou seja, que têm outras formas de trabalho<br />

no terreno. Por outro, esta experiência vai também permitir<br />

que eles conheçam a nossa forma de trabalho, sendo possível<br />

um trocar de experiências. O importante é que este<br />

sistema possibilite que as pessoas, acima de tudo, travem<br />

conhecimento umas com as outras, porque quando houver<br />

um problema ao treinarmos em conjunto, colocando em<br />

prática todos os conhecimentos adquiridos, sabemos o que<br />

esperar uns dos outros. Estamos a falar de equipas internacionais<br />

onde existe uma filosofia própria de cada país e essencialmente,<br />

com experiências comuns e isso vai originar<br />

uma sintonia de procedimentos, independentemente, da especificidade<br />

de cada uma das estruturas. Tudo isto é muito<br />

importante para Portugal, pois, caso ocorra um problema,<br />

sabemos que podemos contar com ajuda internacional.<br />

Que exercícios são estes?<br />

Houve um sismo e houve uma activação, e o país afectado<br />

solicitou à União Europeia apoio a todos os países<br />

que têm o Módulo registado, de forma a saber se o tal país<br />

tem capacidade de resposta. Portugal, através da Autoridade<br />

Nacional de Protecção Civil, activou o Módulo do<br />

Regimento de Sapadores Bombeiros, aprovado pela Câmara<br />

de Lisboa, que de imediato, originou a mobilização do<br />

meio. No caso deste exercício, nós intervimos como que<br />

se estivéssemos numa situação real, ou seja, uma situação<br />

real é tudo aquilo que possa acontecer em torno de uma<br />

catástrofe. Através destes exercícios estamos preparados<br />

para todo o tipo de intervenções.<br />

Quantos elementos foram destacados?<br />

Para este módulo foram destacados 30 elementos. Em<br />

Portugal temos dois módulos registados que pertencem ao<br />

Regimento, o módulo MUSAR (de busca e salvamento de<br />

estruturas colapsadas) e o MUSAR em RBQ, ou seja, na<br />

componente NRBQ, que podem ser ajustados em função<br />

da tipologia da missão. Neste momento temos 30 elementos,<br />

mas temos capacidade de mobilizar mais homens.<br />

u Vasco Franco cumprimenta<br />

bombeiros destacados para o exercício<br />

Secretário de Estado da<br />

Protecção Civil, Vasco Franco<br />

Que mais valia é que este exercício vai trazer para<br />

Portugal?<br />

Vai trazer uma mais-valia em vários planos: o primeiro é<br />

a integração de um módulo com esta capacidade e com este<br />

profissionalismo num exercício europeu fora do país, que<br />

permite reforçar a experiência destes homens numa vertente<br />

do risco e da resposta a esse mesmo risco. Depois, permite<br />

interagir com equipas de outros países que nos poderão ajudar,<br />

caso seja necessária uma intervenção em Portugal. E por<br />

último, é importante dar uma boa imagem de Portugal, e<br />

porque conheço muito bem esta casa, essa imagem será, certamente,<br />

dada na Alemanha com esta presença.<br />

Considera que com este exercício o RSB fica melhor<br />

preparado em caso de catástrofe?<br />

O RSB está muito bem preparado. É evidente que esta<br />

interacção com equipas de outros países é sempre uma<br />

mais-valia. Existe um grande historial nesta casa de participações<br />

deste tipo, e por isso, estão todos muito bem<br />

preparados.

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