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Tempos de Seminário<br />
Minha obsessão por <strong>Pouso</strong> <strong>Alto</strong> manifestou-se<br />
logo na infância. Terminado o curso primário, na<br />
Escola Estadual “Ribeiro da Luz”, eu queria exercer<br />
uma atividade que me permitisse ficar na minha<br />
cidade. De família muito religiosa, já era coroinha do<br />
padre Hélvio. Resolvi ir para o Seminário da<br />
Campanha, onde fui contemporâneo do saudoso<br />
monsenhor Fuad e do hoje professor João Carlos<br />
Vilela. Fui, também, coroinha de dom Inocêncio,<br />
bispo da Diocese da Campanha.<br />
No entanto, com um mês de Seminário eu já<br />
queria sair. As cartas que escrevia para casa<br />
passavam pelo crivo do monsenhor Domingos, que<br />
não as deixava passar. Então, ficava desesperado e<br />
indignado, diante da suposta indiferença de minha<br />
família.<br />
Posteriormente, monsenhor Domingos<br />
adoeceu e foi se tratar em Varginha. Na sua ausência,<br />
assumiu a reitoria o jovem padre José Hugo, recémordenado,<br />
que permitiu que a minha correspondência<br />
seguisse seu caminho.<br />
Algum tempo depois, numa noite, estávamos<br />
assistindo a um filme do “Gordo e o Magro”, no salão<br />
de estudos do Seminário e eu fui chamado. Era o<br />
padre Hélvio que, a pedido de meus pais, tinha ido me<br />
buscar. E após um semestre no Seminário, encerrei<br />
minha carreira de futuro sacerdote.<br />
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