Paulo Nogueira Mira - Pouso Alto

Entrevistas
Concedida a aluno da Escola Municipal “São
José” - São Sebastião do Rio Verde
Aluno: Há quantos anos o senhor vem exercendo a
profissão?
Léco: Formei-me em 17 de dezembro de 1967 -
portanto, há 26 anos.
Aluno: Qual o motivo mais forte que o fez optar pela
Medicina?
Léco: Em 1952 comecei a estudar no Seminário de
Campanha. Apenas um semestre foi o suficiente para
concluir que o sacerdócio não era minha vocação.
Naquele ano decidi ser médico, optando assim por
outra carreira que me possibilitava ficar aqui.
Aluno: Nunca lhe passou pela mente a idéia de trocar
Pouso Alto por um centro maior?
Léco: Nunca. Aliás, voltar para Pouso Alto foi um dos
fatos que muito pesaram para minha opção por
Medicina.
Aluno: Houve, em sua carreira de médico, um fato que
particularmente o tenha impressionado?
Léco: Sim. Uma paciente, por sinal de São Sebastião
do Rio Verde em tratamento de câncer em São Paulo,
ficou sabendo que estava grávida de dois meses.
Nestes casos, as leis brasileiras permitem um aborto.
O médico que tratava dela em São Paulo explicou-lhe
os riscos que ela correria se deixasse a gravidez
prosseguir, e propôs-lhe o aborto. Ela não aceitou,
voltou para São Sebastião do Rio Verde e me relatou o
fato. Mesmo concordando com o médico de São Paulo,
acompanhei o pré-natal até sete meses e meio,
quando fiz a cesárea dela. Esta senhora, tenho
certeza, está no céu e sua filha é uma moça linda.
Aluno: O que representa o paciente na sua vida?
Léco: Em reuniões que realizávamos na Santa Casa,
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