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pélvico, sendo que não havia nenhum médico do<br />
hospital naquele momento. Apesar de totalmente<br />
inesperada, foi uma experiência marcante.<br />
Incômodos jocosos - Em ambulatórios de<br />
cidades do interior, depara-se com comentários<br />
interessantes de alguns pacientes. Certa vez atendi<br />
uma velhinha que, muito desconcertada, queixou-se:<br />
“Doutor, estou com uma coceira danada na<br />
perseguida”. Em outra oportunidade, um velhinho<br />
acanhado foi consultar por estar com gonorréia.<br />
Morri de inveja!<br />
“Bolinha” - Certa vez, tive que “dar uma de<br />
veterinário”. Tínhamos uma cadela (da raça<br />
pequenês) chamada “Bolinha”, adorada pela Zélia e<br />
nossos filhos. Estando prenha, entrou em trabalho de<br />
parto e não conseguia dar à luz. Já eram 22h, Zélia<br />
dizia que “Bolinha” iria morrer e as crianças estavam<br />
em prantos.<br />
Resolvi ligar para um veterinário amigo meu, o<br />
qual me respondeu que cesariana, em animal de<br />
pequeno porte, levava fatalmente ao óbito.<br />
Comecei, então, a induzir o parto, com o medicamento<br />
orastina em doses proporcionais. Era madrugada,<br />
“Bolinha” latia muito. Indo olhar o que acontecia,<br />
notei que a bolsa d'água já estava visível. Calcei um<br />
par de luvas, furei a bolsa e esmaguei a cabeça do<br />
cachorrinho que se apresentava. Pela manhã, o<br />
cachorrinho que eu sacrificara havia saído. Então,<br />
pensei: “saiu um, os outros porventura existentes<br />
nascerão”. Como estava enganado! Bolinha sofreu o<br />
dia inteiro. À tardinha, resolvi intervir. Com anestesia<br />
local, eu, Rafael Vilela e João Viana (o qual, brincávamos,<br />
foi o “anestesista”) fizemos a cesárea e retiramos<br />
quatro filhotes ainda vivos. Anos depois, “Bolinha”<br />
engravidou novamente e teve parto tranqüilo, dando<br />
cria a três lindos cachorrinhos.<br />
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