mtb-27-operacoes-de-mergulho - 4SGBM/I
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MOM – MANUAL DE OPERAÇÕES DE MERGULHO<br />
compatriota Starki Hasikel em 1918, que <strong>de</strong>scendo para liberar uma âncora engatada aos<br />
80 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, para cuja tarefa se serviu <strong>de</strong> uma simples pedra como contrapeso.<br />
Ambas as façanhas, se consi<strong>de</strong>rarmos a forma em que foram realizadas, são dignas <strong>de</strong><br />
menção, mas, sem dúvida, é a última a que se po<strong>de</strong> qualificar <strong>de</strong> marca não superada, pois<br />
enquanto atualmente já tenha ultrapassado os 130 m em apnéia, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar que<br />
aquele mergulhador carecia dos meios e conhecimentos disponíveis aos mergulhadores <strong>de</strong><br />
hoje, os quais, ainda que possuindo os meios e conhecimentos atuais, <strong>de</strong>moraram mais <strong>de</strong><br />
vinte anos para po<strong>de</strong>r superar a marca <strong>de</strong> Hasikel.<br />
Foi a partir do ano <strong>de</strong> 1949, que começaram as primeiras tentativas <strong>de</strong> recor<strong>de</strong>s em<br />
apnéia, quando o italiano Raimondo Bucher, alcançou os 30 m, batendo aos 39 m três<br />
anos mais tar<strong>de</strong>; o também italiano Alberto Novelli, em 1953, obteve a marca dos 41 m,<br />
que outro italiano, Anerio Santarelli, superaria em 1960, atingindo os 60 m.<br />
Também os mergulhadores autônomos <strong>de</strong>sejavam conhecer o limite <strong>de</strong> suas<br />
possibilida<strong>de</strong>s e a equipe <strong>de</strong> Cousteau inicia, em 1946, uma série <strong>de</strong> provas, sendo que, em<br />
uma <strong>de</strong>las, na profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 120 m, pereceria um dos membros <strong>de</strong> sua equipe, o<br />
contramestre M. Farques. Dois anos mais tar<strong>de</strong>, Fré<strong>de</strong>ric Dumas <strong>de</strong>sceu aos 93 m,<br />
<strong>de</strong>ixando esta cota como limite para o <strong>mergulho</strong> autônomo; todavia, seria um espanhol, o<br />
catalão Eduardo Admetlla, que no ano <strong>de</strong> 1957, equipado com um equipamento autônomo<br />
“Nemrod” e com carga <strong>de</strong> ar comprimido, alcançaria as águas <strong>de</strong> Cartagena aos 100 m <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>, recor<strong>de</strong> jamais superado com esta classe <strong>de</strong> equipamento. Ainda que dois<br />
anos mais tar<strong>de</strong> a equipe formada pelos italianos Falcó, Novelli e Olgiani obtivesse a<br />
marca <strong>de</strong> 130 m, fizeram em condições técnicas superiores ao espanhol Admetlla, já que<br />
para esta prova utilizaram um regulador <strong>de</strong>senhado por Novelli, <strong>de</strong> características muito<br />
melhores que o do tipo “standard” utilizado por Admetlla.<br />
Os êxitos <strong>de</strong> Piccard e Cousteau serviram <strong>de</strong> incentivo para que os técnicos e<br />
cientistas <strong>de</strong> outros países também se interessassem pela conquista das profundida<strong>de</strong>s. Os<br />
norte-americanos, sempre abertos a qualquer novida<strong>de</strong>, captaram o professor Piccard e,<br />
em colaboração com a “U.S. Navy”, este começou uma série <strong>de</strong> experiências com o<br />
batiscafo Triestre, que em 1960, tripulado pelo filho do professor e um tenente da marinha<br />
americana, submergiram na Fossa das Marianas, alcançando a impressionante<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10.916 metros.<br />
Coletânea Manual Técnico <strong>de</strong> Bombeiros 43<br />
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