O CURRÍCULO PENSADO NO CURSO DE PEDAGOGIA: UM ... - 2
O CURRÍCULO PENSADO NO CURSO DE PEDAGOGIA: UM ... - 2
O CURRÍCULO PENSADO NO CURSO DE PEDAGOGIA: UM ... - 2
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012<br />
dicionários trazem consigo algumas implicações etimológicas, dentre elas a ausência da<br />
compreensão de currículo como uma práxis, compreendida aqui como uma “atividade<br />
dos grupos ou classes sociais que leva a transformar a organização e direção da<br />
sociedade, ou a realizar mudanças mediante a atividade do Estado. Essa forma de práxis<br />
é justamente a atividade política” (VÀSQUEZ, 1967, p.195).<br />
No que concerne ao processo de construção de currículo, Goodson (2011)<br />
perspectiva que esta construção acontece como algo não linear, no qual coexistem<br />
fatores lógicos, formais e menos formais que interferem de maneira significativa nestas<br />
construções.<br />
A partir das contribuições de Goodson (1998), Macedo (2001) reafirma ser o<br />
currículo uma tradição inventada, que pode ser reconfigurada nas ações educativas e nos<br />
processos e construções do conhecimento eleito por determinado grupo como educativo.<br />
No que tange a relação entre currículo e formas de produção social, as<br />
construções de Apple (1982) são pertinentes, e influenciam significativamente o<br />
pensamento sobre currículo nos anos 1990. A partir de seus trabalhos é reforçada a ideia<br />
de que a ideologia está vinculada ao currículo, pois para ele pensar currículo limitando a<br />
perspectiva etimológica é encobrir aspectos como relações de poder e de conflito sociais<br />
responsáveis pelas condições que materializam o currículo no contexto social.<br />
[...] assim, Michael Apple defende em vários momentos de sua obra que,<br />
embora políticas de currículo nacional sejam objetos de conflitos,<br />
sofrendo alterações importantes em contextos específicos, seu poder é<br />
total. Tal poder é considerado por ele como demonstrado pelo que<br />
denomina reconfiguração, radical da seleção, organização e distribuição<br />
do conhecimento. (LOPES; MACEDO, 2011.p. 241 - 242).<br />
A partir destas contribuições de Lopes e Macedo (2011), Goodson (2011), Santiago<br />
(2006) dentre outros, passamos a compreender que o currículo não pode ser considerado<br />
um objeto estático, isolado de um contexto maior, mas é interessante percebê-lo na<br />
dinamicidade em que está envolvido. Ao estudar o currículo é interessante levarmos em<br />
consideração como ele é organizado, assim como os elementos que o constituem, além<br />
de sua aplicação em determinado contexto, analisando-o, portanto, como uma<br />
construção ideológica.<br />
Junqueira&Marin Editores<br />
Livro 2 - p.002732<br />
6