13.04.2013 Views

Conferência Nobel de Thomson sobre a Descoberta do Elétron

Conferência Nobel de Thomson sobre a Descoberta do Elétron

Conferência Nobel de Thomson sobre a Descoberta do Elétron

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

304 I. <strong>de</strong> Castro Moreira<br />

<strong>de</strong> part culas eletri cadas tanto positivas quanto nega-<br />

tivas. Fazen<strong>do</strong> agora a expans~ao, uma nuvem excessi-<br />

vamente <strong>de</strong>nsa e formada. Po<strong>de</strong> ser mostra<strong>do</strong> que isto<br />

e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a eletri cac~ao <strong>do</strong> gas atraves <strong>do</strong> seguinte ex-<br />

perimento:<br />

Ao longo das pare<strong>de</strong>s interiores <strong>do</strong> recipiente ins-<br />

talamos duas placas verticais isoladas que po<strong>de</strong>m ser<br />

eletri cadas. Se essas placas estiverem carregadas, elas<br />

arrastar~ao as part culas carregadas para fora <strong>do</strong> gas t~ao<br />

logo estas sejam formadas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>mos eli-<br />

minar assim, ou pelo menos reduzir bastante, o numero<br />

<strong>de</strong> part culas eletri cadas no gas. Se a expans~ao for<br />

feita agora com as placas carregadas antes <strong>de</strong> trazer o<br />

radio, havera somente uma pequena nuvem formada.<br />

Po<strong>de</strong>mos usar as gotas para encontrar a carga nas<br />

part culas, porque se conhecemos o percurso <strong>do</strong> ^embolo,<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> supersaturac~ao e, da ,<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agua <strong>de</strong>positada quan<strong>do</strong> a nuvem se<br />

forma. A agua e <strong>de</strong>positada na forma <strong>de</strong> um numero<br />

<strong>de</strong> pequenas gotas todas <strong>do</strong> mesmo tamanho ent~ao,<br />

onumero <strong>de</strong> gotas sera ovolume <strong>de</strong> agua <strong>de</strong>posita<strong>do</strong><br />

dividi<strong>do</strong> pelo volume <strong>de</strong> uma das gotas. Portanto, se<br />

acharmos o volume <strong>de</strong> uma das gotas, po<strong>de</strong>remos en-<br />

contrar o numero <strong>de</strong> gotas que s~ao formadas em torno<br />

das part culas carregadas. Se as part culas n~ao forem<br />

muito numerosas, cada uma <strong>de</strong>las tera uma gota em<br />

torno <strong>de</strong>la, e po<strong>de</strong>remos achar o numero <strong>de</strong> part culas<br />

eletri cadas.<br />

A partir da taxa na qual as gotas caem lentamente<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar seu tamanho. Em consequ^encia da<br />

viscosida<strong>de</strong> ou fricc~ao <strong>do</strong> ar, pequenos corpos n~ao caem<br />

com uma velocida<strong>de</strong> constantemente acelerada, mas al-<br />

cancam logo uma velocida<strong>de</strong> que permanece uniforme<br />

no resto da queda. Quan<strong>do</strong> menor o corpo, menor e<br />

essa velocida<strong>de</strong>. Sir George Stokes mostrou que ,a<br />

velocida<strong>de</strong> com que a gota <strong>de</strong> chuva cai, e dada pela<br />

formula =(2=9)ga 2 = , on<strong>de</strong> a e o raio da gota, g a<br />

acelerac~ao da gravida<strong>de</strong> e o coe ciente <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> ar.<br />

Se substituirmos os valores <strong>de</strong> g e , obteremos<br />

= (1 28 10 6 )a 2 : Portanto, se medirmos po<strong>de</strong>-<br />

remos <strong>de</strong>terminar a, o raio da gota. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ssa<br />

maneira encontrar o volume <strong>de</strong> uma gota e, portanto,<br />

como explica<strong>do</strong> acima, calcular o numero <strong>de</strong> gotas e,<br />

em consequ^encia, o numero <strong>de</strong> part culas eletri cadas.<br />

E simples achar, por meios eletricos, a quantida<strong>de</strong> total<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> nessas part culas da , como conhecemos<br />

onumero <strong>de</strong> part culas, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir ao mesmo<br />

tempo a carga <strong>de</strong> cada part cula.<br />

Esse foi o meto<strong>do</strong> pelo qual <strong>de</strong>terminei inicialmente<br />

a carga na part cula. H. A. Wilson, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ent~ao,<br />

usou um meto<strong>do</strong> mais simples basea<strong>do</strong> nos seguintes<br />

princ pios: C. T. R. Wilson mostrou que as gotas <strong>de</strong><br />

agua con<strong>de</strong>nsam mais facilmente em part culas eletri -<br />

cadas negativamente <strong>do</strong> que nas positivamente eletri -<br />

cadas. Ent~ao, ajustan<strong>do</strong>-se a expans~ao, epossvel obter<br />

gotas <strong>de</strong> agua em torno <strong>de</strong> part culas negativas e n~ao em<br />

torno <strong>de</strong> positivas com essa expans~ao, portanto, todas<br />

as gotas estar~ao eletri cadas negativamente. O tama-<br />

nho <strong>de</strong>ssas gotas e, portanto, seu peso po<strong>de</strong>m, como<br />

antes, ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s medin<strong>do</strong>-se a velocida<strong>de</strong> com a<br />

qual caem sob a gravida<strong>de</strong>.<br />

Suponha agora que coloquemos acima das gotas um<br />

corpo eletri ca<strong>do</strong> positivamente: ent~ao, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as<br />

gotas est~ao eletri cadas negativamente, ser~ao atra das<br />

para a eletricida<strong>de</strong> positiva e a forca para baixo nas<br />

gotas sera diminu da assim elas n~ao cair~ao t~ao rapida-<br />

mente como faziam quan<strong>do</strong> estavam livres da atrac~ao<br />

eletrica. Se ajustarmos a atrac~ao eletrica <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

a forca para cima em cada gota seja igual ao peso da<br />

gota, as gotas n~ao cair~ao <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> algum, mas perma-<br />

necer~ao, como o atau<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maome, suspensas entre o<br />

ceu e a terra.<br />

Se ajustarmos, ent~ao, a forca eletrica ate que as go-<br />

tas estejam em equil brio e nem caiam nem subam, sa-<br />

beremos que a forca para cima em cada gota sera igual<br />

ao peso da gota, que ja tnhamos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> medin<strong>do</strong><br />

a taxa <strong>de</strong> queda quan<strong>do</strong> a gota n~ao estava exposta as<br />

forcas eletricas. Se X foraforca eletrica, e a carga<br />

na gota, e w seu peso, temos, quan<strong>do</strong> ha equil brio:<br />

Xe = w. Des<strong>de</strong> que X po<strong>de</strong> ser facilmente medida e w<br />

e conheci<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos usar essa relac~ao para <strong>de</strong>termi-<br />

nar e, a carga na gota. O valor <strong>de</strong> e, acha<strong>do</strong> por estes<br />

meto<strong>do</strong>s, e3 1 10 ;10 unida<strong>de</strong>s eletrostaticas, ou 10 ;20<br />

unida<strong>de</strong>s eletromagneticas. Esta valor e o mesmo da-<br />

quele da carga eletrica transportada por um atomo <strong>de</strong><br />

hidrog^enio na eletrolise <strong>de</strong> soluc~oes dilu das, valor este<br />

que, ha tempos, tem si<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> aproximadamente.<br />

Po<strong>de</strong> ser questiona<strong>do</strong> que a carga medida nos ex-<br />

perimentos prece<strong>de</strong>ntes e a carga em uma molecula ou<br />

colec~ao <strong>de</strong> moleculas <strong>de</strong> um gas e n~ao a carga em um

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!