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Arranjo produtivo local do agronegócio do leite em rondônia

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XIX ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, São Paulo, 2009, pp. 1-13<br />

ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DO AGRONEGÓCIO DO LEITE EM RONDÔNIA:<br />

Sist<strong>em</strong>as Produtivos Locais <strong>do</strong> APLLEITE e sua interação<br />

com o meio ambiente no município de Jaru<br />

Resumo:<br />

Vaneide Gomes de Souza/vaneidegsouza@gmail.com<br />

Mariluce Paes de Souza/ admunir2106@yahoo.com.br<br />

Fundação Universidade Federal de Rondônia/UNIR<br />

A pesquisa que deu orig<strong>em</strong> a este artigo objetivou identificar geograficamente a<br />

<strong>local</strong>ização <strong>do</strong>s produtores de <strong>leite</strong> no município de Jaru e sua interação com o meio<br />

ambiente, identifican<strong>do</strong> e descreven<strong>do</strong> as estratégias desenvolvidas para a preservação<br />

<strong>do</strong> meio ambiente <strong>local</strong>. Utilizou-se o méto<strong>do</strong> qualitativo com pesquisa de campo.<br />

Observou-se que apesar das instituições públicas estar<strong>em</strong> realizan<strong>do</strong> projetos que visam<br />

capacitar os produtores de <strong>leite</strong> para minimizar<strong>em</strong> os impactos ambientais, os cursos<br />

realiza<strong>do</strong>s t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> insuficientes para alcançar<strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os atores da pecuária <strong>leite</strong>ira. Há<br />

escassez de da<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s à interação meio ambiente e bovinocultura de <strong>leite</strong> no<br />

Esta<strong>do</strong> de Rondônia, assim como, não há uma distinção <strong>em</strong> relação às informações<br />

coletadas, entre a bovinocultura de <strong>leite</strong> e de corte.<br />

Palavras-chave: Geograficamente, produtores de <strong>leite</strong>, meio ambiente.<br />

Abstract<br />

The research that gave origin to this article had the main purpose of identifying<br />

geographically the location of milk producers at the city of Jaru, ant it’s interaction with the<br />

environment, identifying and describing the strategies developed for the preservation of<br />

the <strong>local</strong> environment. For that it was used qualitative method, with field research. It was<br />

observed that, despite the public institution’s project developing that look for to capacitate<br />

the milk producers to minimize the environmental impact, the training given has been<br />

insufficient to reach all the actors of the milk breed. There is lack of data related to the<br />

interaction environment and milk breeding at the state of Rondônia, just as there is no<br />

distinction related to the collected information, between milk breeding and meat breeding.<br />

Key Works: milk producers, environment, geographically,<br />

1 Introdução<br />

A economia <strong>do</strong> Brasil sofreu fortes mudanças no que se refere à concorrência


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XIX ENGA, São Paulo, 2009 SOUZA, V.G. de e SOUZA, M.P.de<br />

econômica quan<strong>do</strong> na década de 90 ocorreu a abertura econômica <strong>do</strong> país para a<br />

competição internacional. Nesta época o Brasil a<strong>do</strong>tou a estratégia de menor intervenção<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na economia para que houvesse maior competitividade no merca<strong>do</strong> nacional.<br />

Os diversos setores da economia tiveram que se organizar<strong>em</strong> internamente e mudar<strong>em</strong><br />

suas estratégias comerciais, inclusive o setor agrícola.<br />

Os sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s e inovativos locais (SPILs) interag<strong>em</strong> no merca<strong>do</strong> nacional<br />

e internacional contribuin<strong>do</strong> para o crescimento da economia nacional. Desta forma, não<br />

somente o país ganha economicamente no que se refere ao PIB (Produto interno bruto),<br />

mas também to<strong>do</strong>s os agentes <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>produtivo</strong> desenvolv<strong>em</strong>-se economicamente.<br />

Inseri<strong>do</strong> nos SPILs está o <strong>agronegócio</strong> que possui várias etapas no seu processo<br />

<strong>produtivo</strong> que são fragmenta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> diversos segmentos e são desenvolvi<strong>do</strong>s por<br />

diversas organizações. O processo <strong>produtivo</strong> de um determina<strong>do</strong> produto passa por<br />

várias etapas, desde a produção primária até a comercialização <strong>do</strong> produto. As<br />

organizações que atuam no <strong>agronegócio</strong> interag<strong>em</strong> continuamente trocan<strong>do</strong> informações<br />

que pod<strong>em</strong> interferir no funcionamento <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a.<br />

Tais sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s necessitaram diversificar<strong>em</strong> seu processo <strong>produtivo</strong> para<br />

que tivess<strong>em</strong> condições de colocar<strong>em</strong> no merca<strong>do</strong> seus produtos com preços<br />

competitivos.<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que a abertura econômica nacional interferiu no <strong>agronegócio</strong>,<br />

ela também comprometeu o meio ambiente, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> vista que à medida que o setor <strong>do</strong><br />

<strong>agronegócio</strong> passou a impl<strong>em</strong>entar novas tecnologias no seu processo <strong>produtivo</strong>, este<br />

passou a utilizar mais recursos naturais para prover o sustento <strong>do</strong> seu negócio, que se<br />

não for<strong>em</strong> b<strong>em</strong> administra<strong>do</strong>s pod<strong>em</strong> degradar o meio ambiente.<br />

O <strong>agronegócio</strong> ocupa grandes áreas de terras, no que se refere à pecuária de<br />

corte, e pequenas e médias áreas de terras, no que se refere à pecuária de <strong>leite</strong>. Esta<br />

característica de ocupação espacial mistificou o <strong>agronegócio</strong> como um <strong>do</strong>s principais<br />

promotores da degradação ambiental <strong>em</strong> detrimento da não observância das estratégias<br />

desenvolvidas pelos agentes <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> para minimização <strong>do</strong>s impactos ambientais.<br />

A partir da década de 1970 ocorreu um fluxo migratório para o Esta<strong>do</strong> de<br />

Rondônia, oriun<strong>do</strong> das regiões sul e sudeste <strong>do</strong> Brasil, que possibilitou o aumento<br />

populacional e da economia <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong>. Os imigrantes foram assenta<strong>do</strong>s por meio da<br />

política de colonização praticada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma<br />

Agrária (INCRA). Esta colonização definiu a estrutura fundiária <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> com<br />

pre<strong>do</strong>minância de pequenas propriedades. A partir destes assentamentos ao longo da<br />

BR-364 surgiram cidades como Ariqu<strong>em</strong>es, Ji-paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena.


<strong>Arranjo</strong> <strong>produtivo</strong> <strong>local</strong> <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> <strong>em</strong> Rondônia: sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s locais <strong>do</strong><br />

APLLEITE e sua interação com o meio ambiente no município de Jaru, pp.1-13<br />

Um fato que contribuiu para que o governo incentivasse o processo de imigração<br />

para o Esta<strong>do</strong> de Rondônia a partir das regiões Sul e Sudeste <strong>do</strong> Brasil foi a<br />

modernização que se iniciou no campo nessas regiões. Tal modernização provocou o<br />

des<strong>em</strong>prego que desencadearam conflitos entre <strong>do</strong>nos de terras e proletários. Para<br />

diminuir a tensão provocada pelas brigas entre os atores da cafeicultura o governo<br />

incentivou a migração para as regiões de fronteiras.<br />

A qualidade <strong>do</strong> solo de Rondônia e sua adequação à agricultura, conforme estu<strong>do</strong>s<br />

preliminares, e a descoberta de reservas madeireira de alto valor econômico como<br />

mogno, cerejeira, cedro-rosa, etc., também contribuíram, sobr<strong>em</strong>aneira, no processo de<br />

ocupação. Contu<strong>do</strong>, este processo se deu de forma descontrolada. De 1970 a 1980, o<br />

número de proprietários de terra passou de 7 mil para 50 mil e <strong>em</strong> 1985, chegou a 81 mil<br />

propriedades.<br />

Segun<strong>do</strong> Souza (2004, p. 3), o número de habitantes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Rondônia <strong>em</strong><br />

1950 era de 36.935 habitantes, <strong>em</strong> 1960 era de 69.792 habitantes e 1970 era de 111.064<br />

habitantes. Com o surto migratório o número de habitantes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> pulou de 111.064<br />

habitantes para 491.025 habitantes <strong>em</strong> 1984. Isto implica <strong>em</strong> dizer que <strong>em</strong> mais ou<br />

menos dez anos a população ron<strong>do</strong>niense subiu mais de 300.000 habitantes.<br />

Juntamente com a imigração também ocorreu a troca de conhecimentos<br />

agropecuários, visto que os imigrantes oriun<strong>do</strong>s das outras regiões tinham a cultura de<br />

plantar e/ou criar ga<strong>do</strong>. Tal fato possibilitou que o Esta<strong>do</strong> de Rondônia entrasse no círculo<br />

brasileiro agropecuário, tornan<strong>do</strong>-se, atualmente, o 8º no ranking <strong>em</strong> número de cabeças<br />

de ga<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> e 2º lugar no ranking da pecuária da Região Norte com mais de 11,4<br />

milhões de bovinos. São 3,3 milhões de bovinos de <strong>leite</strong> e mais de 674,3 milhões de litros<br />

de <strong>leite</strong> /ano, ou seja, mais de 1,842 milhões de litros/dia, <strong>do</strong>s quais 38% permanec<strong>em</strong> no<br />

merca<strong>do</strong> interno. Rondônia é o 9º produtor de <strong>leite</strong> <strong>do</strong> país e 1º na Região Norte<br />

(SEAPES, 2006).<br />

Esta pesquisa objetivou descrever no espaço geográfico a <strong>local</strong>ização <strong>do</strong>s<br />

produtores de <strong>leite</strong> no município de Jaru e sua interação com o meio ambiente,<br />

identifican<strong>do</strong> e descreven<strong>do</strong> as estratégias desenvolvidas pelos mesmos para a<br />

preservação <strong>do</strong> meio ambiente <strong>local</strong>.<br />

A espacialização <strong>do</strong>s produtores de <strong>leite</strong> no município de Jaru é de suma<br />

importância para o conhecimento científico ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> vista que a prática da agropecuária<br />

está ten<strong>do</strong> amplo desenvolvimento no Brasil.<br />

Objetivou-se divulgar para a acad<strong>em</strong>ia científica as estratégias desenvolvidas pelos<br />

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XIX ENGA, São Paulo, 2009 SOUZA, V.G. de e SOUZA, M.P.de<br />

produtores <strong>do</strong> <strong>Arranjo</strong> Produtivo Local <strong>do</strong> Leite (APLLEITE) <strong>do</strong> município de Jaru para a<br />

preservação <strong>do</strong> meio ambiente contribuin<strong>do</strong> desta forma para que a sociedade <strong>em</strong> geral<br />

tenha o conhecimento de que o <strong>agronegócio</strong> não t<strong>em</strong> a proposta de utilizar os recursos<br />

naturais s<strong>em</strong> a preservação <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

2 Revisão de literatura<br />

Os Sist<strong>em</strong>as Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) interag<strong>em</strong> no território<br />

brasileiro contribuin<strong>do</strong> para que a econômica nacional se fortaleça e tenha condições de<br />

competir no merca<strong>do</strong> internacional no que se refere ás exportações.<br />

A RedeSist apud Lastres (2004, p. 5) define Sist<strong>em</strong>as Produtivos e Inovativos<br />

Locais como sen<strong>do</strong>:<br />

[...] conjunto de agentes econômicos, políticos e sociais, <strong>local</strong>iza<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

um mesmo território, desenvolven<strong>do</strong> atividades econômicas correlatas e<br />

que apresentam vínculos expressivos de produção, interação, cooperação<br />

e aprendizag<strong>em</strong>. As SPILs compreend<strong>em</strong> as <strong>em</strong>presas que são produtoras<br />

de bens e serviços finais, comercialização, clientes, presta<strong>do</strong>ras de<br />

serviços, fornece<strong>do</strong>res de insumos e equipamentos; cooperativas,<br />

associações, representações e instituições que faz<strong>em</strong> treinamento de<br />

recursos humanos, informação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia,<br />

promoção e financiamento.<br />

Inseridas nas SPILs estão os APLs (<strong>Arranjo</strong>s Produtivos Locais), que segun<strong>do</strong><br />

RIVA (2007, p.6) são “um aglomera<strong>do</strong> de <strong>em</strong>presas produtoras de um mesmo tipo de<br />

produto <strong>em</strong> um mesmo território, que interage, articula, coopera e possu<strong>em</strong> relações de<br />

aprendiza<strong>do</strong> com <strong>em</strong>presas, instituições de ensino, pesquisa, associações e governo.”<br />

Um APL pode ser composto por apenas uma atividade econômica, como por<br />

ex<strong>em</strong>plo, <strong>leite</strong>, soja e outros. Em Rondônia o <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> é vislumbra<strong>do</strong> como um<br />

APL, sen<strong>do</strong> por este motivo denomina<strong>do</strong> APLLEITE.<br />

O <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> brasileiro ganhou espaço econômico no merca<strong>do</strong><br />

internacional á medida que seus agentes investiram na tecnologia para aumento da<br />

produtividade de <strong>leite</strong>. John Davis e Ray Goldberg apud Souza (2007, p.31):<br />

[...] conceituaram <strong>agronegócio</strong> ou agribusiness como sen<strong>do</strong> a soma das<br />

operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; das<br />

operações de produção e as unidades agrícolas; <strong>do</strong> armazenamento,<br />

processamento e itens produzi<strong>do</strong>s a partir deles.<br />

O enfoque sistêmico de determina<strong>do</strong> produto <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> permite que haja


<strong>Arranjo</strong> <strong>produtivo</strong> <strong>local</strong> <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> <strong>em</strong> Rondônia: sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s locais <strong>do</strong><br />

APLLEITE e sua interação com o meio ambiente no município de Jaru, pp.1-13<br />

estu<strong>do</strong>s para análise da cadeia agroalimentar <strong>em</strong> setores como: suinocultura, avicultura e<br />

pecuária (de corte e/ou <strong>leite</strong>).<br />

A pecuária de <strong>leite</strong> t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> estudada por várias instituições governamentais e<br />

privadas que objetivam melhorar o processo <strong>produtivo</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> para maior competitividade<br />

no merca<strong>do</strong> nacional e internacional.<br />

O APLLEITE, no Esta<strong>do</strong> de Rondônia, está <strong>local</strong>iza<strong>do</strong> na região central, nas<br />

cidades de Jaru, Ji-paraná, Ouro Preto, Rolim de Moura, Cacoal e Presidente Médici, que<br />

são as maiores concentra<strong>do</strong>ras de produção de <strong>leite</strong> e processa<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

<strong>leite</strong> no Esta<strong>do</strong>.<br />

Inseri<strong>do</strong>s no APLLEITE estão os produtores primários, cria<strong>do</strong>res de ga<strong>do</strong>, que<br />

objetivam a produção de <strong>leite</strong> para o consumo interno e externo no Esta<strong>do</strong>. Este foi o<br />

objeto de estu<strong>do</strong> desta pesquisa, tanto para espacialização <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> quanto para a<br />

d<strong>em</strong>onstração de estratégias que visass<strong>em</strong> a minimização <strong>do</strong>s impactos sobre o meio<br />

ambiente.<br />

A bovinocultura de <strong>leite</strong>, segun<strong>do</strong> a Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Agricultura, Produção<br />

e <strong>do</strong> Desenvolvimento Econômico e Social - SEAPES (2006) abrange os municípios, <strong>em</strong><br />

ord<strong>em</strong> decrescente, Jaru, Ouro Preto, Ji-Paraná, Governa<strong>do</strong>r Jorge Teixeira, Alvorada,<br />

Presidente Médici, Nova Mamoré, Vale <strong>do</strong> Paraíso, Nova União e Urupá.<br />

As raças mais utilizadas pelos cria<strong>do</strong>res são as mestiças de Holandesa; Gir e<br />

Guzerá, com pre<strong>do</strong>minância das mestiças Girolan<strong>do</strong> e Indubrasil. A bovinocultura de <strong>leite</strong><br />

é explorada sob o regime de pasto (sist<strong>em</strong>a extensivo) sen<strong>do</strong> realizada por pequenos e<br />

médios cria<strong>do</strong>res.<br />

A bovinocultura de corte é explorada, <strong>em</strong> ord<strong>em</strong> decrescente, Porto Velho,<br />

Ariqu<strong>em</strong>es, Alta Floresta, Cacoal, São Francisco, Chupinguaia, Ji-Paraná, Espigão, Buritis<br />

e Pimenta Bueno.<br />

As raças mais utilizadas pelos cria<strong>do</strong>res de ga<strong>do</strong> de corte são a Nelore, Tabapuã,<br />

Guzerá e seus místicos, sen<strong>do</strong> a Nelore a raça que pre<strong>do</strong>mina segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s<br />

pela SEAPES (2006). Esta atividade é explorada sob o regime de pasto (sist<strong>em</strong>a<br />

extensivo), sen<strong>do</strong> realizada por médios e grandes cria<strong>do</strong>res.<br />

De acor<strong>do</strong> com o Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE,<br />

2002) de to<strong>do</strong>s os Esta<strong>do</strong>s brasileiros, Rondônia t<strong>em</strong> a menor concentração de terras <strong>do</strong><br />

país, visto que a área média <strong>do</strong>s estabelecimentos, <strong>em</strong> 1995, era de 116 hectares. Deste,<br />

os estabelecimentos que produziam <strong>leite</strong> a área média era de 70 hectares.<br />

Segun<strong>do</strong> a Federação das Indústrias <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Rondônia - FIERO &<br />

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XIX ENGA, São Paulo, 2009 SOUZA, V.G. de e SOUZA, M.P.de<br />

SEBRAE/RO (2000), a pecuária de corte t<strong>em</strong> evoluí<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que as outras atividades<br />

<strong>do</strong> setor primário no Esta<strong>do</strong> concomitant<strong>em</strong>ente com a expansão das áreas de pastagens<br />

e ocupa áreas que anteriormente eram de lavouras. A pecuária de <strong>leite</strong> se desenvolveu<br />

mais <strong>em</strong> áreas de pequenas e médias propriedades, pois se tornou fator de agregação de<br />

renda aos agricultores tradicionais.<br />

O município de Jaru nasceu no século XX a partir da construção de um depósito <strong>do</strong><br />

seringal denomina<strong>do</strong> Santos Dumont que pertenceu à firma Cense e Cia. Este depósito<br />

ficava às margens <strong>do</strong> rio, que abrigava os índios Jarus, sen<strong>do</strong> denomina<strong>do</strong> inicialmente<br />

de “Depósito Santos Dumont”.<br />

Em 1917, Marechal Ron<strong>do</strong>n instalou uma estação de rádio ás margens <strong>do</strong> rio que<br />

ele denominou Jaru <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> aos índios Jarus. Com o passar <strong>do</strong>s anos, o<br />

povoa<strong>do</strong> passou a ser chama<strong>do</strong> de Jaru devi<strong>do</strong> à estação de rádio, assim como o rio das<br />

proximidades.<br />

Em 1977, por meio da lei nº 6.448 de 11 de outubro e <strong>do</strong> decreto-lei nº 8272 de 30<br />

de janeiro de 1978 o município de Jaru ascendeu a Distrito <strong>do</strong> município de Ariqu<strong>em</strong>es.<br />

A Lei nº 6.921 de 16 de junho de 1981 elevou o distrito de Jaru a município.<br />

Figura 1: Mapa de <strong>local</strong>ização <strong>do</strong> município de Jaru no Esta<strong>do</strong> de<br />

Rondônia.<br />

Fonte: SEDAM – 2000<br />

Em relação ao meio ambiente, o <strong>agronegócio</strong> interfere neste, á medida que o<br />

hom<strong>em</strong> visa satisfazer suas necessidades primárias que estão condicionadas a utilização


<strong>Arranjo</strong> <strong>produtivo</strong> <strong>local</strong> <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> <strong>em</strong> Rondônia: sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s locais <strong>do</strong><br />

APLLEITE e sua interação com o meio ambiente no município de Jaru, pp.1-13<br />

<strong>do</strong>s recursos naturais.<br />

Segun<strong>do</strong> o Fórum das Organizações Não-Governamentais e Movimentos Sociais-<br />

FBOMS (2006, p. 20) “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e<br />

interações de ord<strong>em</strong> física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida <strong>em</strong><br />

todas as suas formas”.<br />

O monitoramento <strong>do</strong> processo <strong>produtivo</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> realiza<strong>do</strong> pelos produtores<br />

primários permitirá que estes apliqu<strong>em</strong> medidas mitiga<strong>do</strong>ras que reduzam os impactos<br />

ambientais.<br />

A lei <strong>do</strong>s crimes ambientais, denominada lei da vida, nº 9.605 de 12 de fevereiro de<br />

1998, regulamentada pelo decreto nº 3.179 de 21 de set<strong>em</strong>bro de 1999 é uma ferramenta<br />

fundamental para a coibição de práticas nocivas ao meio ambiente.<br />

O <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> é uma atividade econômica que está regulamentada pela lei<br />

da vida por sua interação com o meio ambiente.<br />

3 Materiais e méto<strong>do</strong>s<br />

A presente pesquisa qualitativa, de cunho descritivo, teve como suporte, fontes de<br />

da<strong>do</strong>s secundários e primários, sen<strong>do</strong> realizada <strong>em</strong> três etapas:<br />

• Primeiramente, foram utiliza<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s secundários obti<strong>do</strong>s por meio de artigos,<br />

informações encontradas na Internet e da<strong>do</strong>s das instituições públicas e de apoio<br />

ligadas ao <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> no Esta<strong>do</strong> de Rondônia, tais como: SEAPES<br />

(Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Agricultura, Produção e <strong>do</strong> Desenvolvimento Econômico e<br />

Social), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), SEBRAE (Serviço de<br />

Apoio às Micro e Pequenas Empresas), FIERO (Federação das Indústrias <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de Rondônia) e SEDAM (Secretaria de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente), visan<strong>do</strong> a obtenção<br />

de conhecimentos relaciona<strong>do</strong>s às ações promovidas pelos produtores de <strong>leite</strong> para a<br />

preservação <strong>do</strong> meio ambiente <strong>em</strong> Jaru.<br />

• Em seguida foram obti<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s à espacialização geográfica <strong>do</strong>s<br />

produtores primários de <strong>leite</strong> junto ao banco de da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> CEDSA (Centro de Estu<strong>do</strong>s<br />

Interdisciplinar <strong>em</strong> Desenvolvimento Sustentável da Amazônia).<br />

• A penúltima etapa foi destinada à análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s primários obti<strong>do</strong>s por meio de<br />

entrevistas pré-estruturadas junto aos produtores primários de <strong>leite</strong> no município de<br />

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XIX ENGA, São Paulo, 2009 SOUZA, V.G. de e SOUZA, M.P.de<br />

Jaru sobre as medidas mitiga<strong>do</strong>ras promovidas pelos mesmos para a minimização da<br />

degradação <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

• A última etapa foi destinada à elaboração <strong>do</strong> artigo.<br />

4 Resulta<strong>do</strong>s e discussões<br />

O município de Jaru <strong>em</strong> 1996 possuía 2.516 estabelecimentos agropecuários, <strong>em</strong><br />

2006 passou para 2.756 unidades. O número efetivo de cabeças de ga<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1996 era de<br />

197.285 e <strong>em</strong> 2006 apresentou 44.968 cabeças.<br />

A área <strong>do</strong>s estabelecimentos agropecuários utiliza<strong>do</strong>s para pastagens <strong>em</strong> 1996 era<br />

de 121.758 hectares e <strong>em</strong> 2006 subiu para 203.042 hectares. A área destinada às matas<br />

e florestas <strong>em</strong> 1996 era de 55.741 hectares diminuin<strong>do</strong> para 22.291 hectares <strong>em</strong> 2006.<br />

Quan<strong>do</strong> nos referimos a estes da<strong>do</strong>s estamos abrangen<strong>do</strong> a pecuária de corte e <strong>leite</strong>.<br />

Jaru.<br />

A tabela abaixo descreve a <strong>local</strong>ização <strong>do</strong>s produtores de <strong>leite</strong> no município de<br />

Ord<strong>em</strong><br />

Nome da<br />

Propriedade<br />

ha Localização<br />

1 Águas Claras 106 Placa de Pare, primeira entrada à esquerda<br />

2 Bom Leite 85 Depois de 3 pontes<br />

3 Sítio Planalto 201<br />

Igreja Adventista azul na frente (milharal <strong>do</strong><br />

la<strong>do</strong>)<br />

4 Ituana 120 Entrada parece continuação da estrada<br />

5 Sítio Serra Azul 50 Depois da ponte grande à esquerda<br />

6 Sítio União Alegre 100 Igreja Presbiteriana<br />

7 Sítio São Pedro 189 Entrada na curva da morte, próximo a Jaru<br />

8 São João 40 Ao la<strong>do</strong> da comunidade Santa Luzia<br />

9 Paraíso 56 Depois da Serra<br />

10<br />

Chácara Santo<br />

Antonio<br />

2,5 Comunidade Santa Luzia<br />

11 Sítio Pedras Brancas 113 Fica na BR - 364<br />

12<br />

Chácara Boa<br />

Esperança<br />

48<br />

Próximo a Bom Jesus (2 km <strong>do</strong><br />

entroncamento)<br />

13 Sítio Bom Jesus 41 110 km, travessão, após a ponte<br />

14 s<strong>em</strong> 54 Fica na divisa de Ariqu<strong>em</strong>es (58 km da cidade)<br />

Figura 2: Localização <strong>do</strong>s produtores de <strong>leite</strong> no município de Jaru<br />

Fonte: Banco de da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> CEDSA - 2008


<strong>Arranjo</strong> <strong>produtivo</strong> <strong>local</strong> <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> <strong>em</strong> Rondônia: sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s locais <strong>do</strong><br />

APLLEITE e sua interação com o meio ambiente no município de Jaru, pp.1-13<br />

A espacialização <strong>do</strong>s produtores de <strong>leite</strong> foi descrita por meio de tabela, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

vista que o município de Jaru, segun<strong>do</strong> informações obtidas junto a SEDAM, ainda não foi<br />

mapea<strong>do</strong> para que houvesse a configuração geográfica utilizan<strong>do</strong> softwares avança<strong>do</strong>s. A<br />

SEDAM também informou que não somente o município de Jaru, mas também a região<br />

sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Rondônia ainda não foi mapeada. As <strong>local</strong>izações das propriedades<br />

foram descritas pelos proprietários das mesmas, isto implica <strong>em</strong> dizer que os da<strong>do</strong>s<br />

informa<strong>do</strong>s não são confirma<strong>do</strong>s por instituições oficiais.<br />

A bovinocultura de <strong>leite</strong> é explorada sob o regime de pasto (sist<strong>em</strong>a extensivo),<br />

sen<strong>do</strong> realizada por pequenos e médios cria<strong>do</strong>res. Para melhorar o rebanho é utilizada a<br />

tecnologia de ins<strong>em</strong>inação artificial e introdução de tourinhos de raça.<br />

A Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Agricultura, Produção e <strong>do</strong> Desenvolvimento Econômico<br />

e Social (SEAPES), por meio <strong>do</strong> relatório de gestão 2004, divulgou a implantação <strong>do</strong> 1º<br />

pólo <strong>do</strong> Projeto Ins<strong>em</strong>inar, <strong>em</strong> Rolim de Moura, no Esta<strong>do</strong> de Rondônia, que atendeu<br />

inicialmente 15 municípios: Presidente Médici, Castanheiras, Cacoal, Pimenta Bueno,<br />

Espigão <strong>do</strong> Oeste, Ministro Andreazza, Primavera de Rondônia, Nova Brasilândia, Novo<br />

Horizonte, Alta Floresta, Santa Luzia, São Felipe, Alto Alegre <strong>do</strong>s Parecis, Parecis e Rolim<br />

de Moura. Posteriormente foram cria<strong>do</strong>s mais 3 (três) pólos <strong>do</strong> projeto nos municípios de<br />

Jaru, Ariqu<strong>em</strong>es e Ouro Preto d’Oeste. Por meio deste projeto foram realizadas palestras<br />

técnicas sobre o Melhoramento genético, Alimentação animal e Doenças da reprodução,<br />

onde foram envolvidas 106 associações e 1.200 produtores.<br />

Além deste projeto também ocorreram a implantação <strong>do</strong>s projetos de Manejo de<br />

Pastagens, Granelização e Sanidade Animal (vacinação da brucelose).<br />

Para melhorar a produtividade <strong>do</strong> rebanho <strong>em</strong> Rondônia, o poder público t<strong>em</strong><br />

apoia<strong>do</strong> a recuperação e melhoria de pastagens degradadas, assim como aspectos<br />

nutricionais.<br />

O serviço de defesa sanitária animal no Esta<strong>do</strong> é feito pela IDARON, que fiscaliza<br />

os produtos e subprodutos de orig<strong>em</strong> animal, assim como monitora as propriedades rurais<br />

para que cumpram as obrigações sanitárias. As estratégias realizadas pela instituição<br />

propiciaram o alcance de índices de vacinação eleva<strong>do</strong>s nas campanhas contra a febre<br />

aftosa, sen<strong>do</strong> 99,95% na campanha de maio e 99,97% na campanha de nov<strong>em</strong>bro de<br />

2006. Também são aplicadas vacinas contra brucelose, tuberculose e carbúnculos.<br />

Em relação às informações obtidas junto aos produtores primários foram feitas<br />

várias perguntas que tiveram o objetivo de verificar as estratégias desenvolvidas pelos<br />

mesmos para a minimização <strong>do</strong>s impactos ambientais.<br />

9


10<br />

XIX ENGA, São Paulo, 2009 SOUZA, V.G. de e SOUZA, M.P.de<br />

Foi pergunta<strong>do</strong> se os proprietários a<strong>do</strong>tam rotação de pastag<strong>em</strong> e apenas a<br />

propriedade Bom Leite respondeu que não realiza tal méto<strong>do</strong> de minimização <strong>do</strong> impacto<br />

ambiental sobre o solo.<br />

O pisoteio <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> sobre o solo causa compactação <strong>do</strong> mesmo tornan<strong>do</strong> o solo<br />

estéril para a posterior recuperação florestal. Isto quer dizer que se a propriedade Bom<br />

Leite não realizar a rotação de pastag<strong>em</strong>, futuramente seu ga<strong>do</strong> não terá vegetação<br />

natural para se alimentar, ten<strong>do</strong> que limitar-se ao alimento industrial. Este fato tornará a<br />

atividade mais onerosa <strong>em</strong> relação aos custos financeiros.<br />

Para cada 1 dia de pastag<strong>em</strong>, faz-se 3 dias de descanso para o solo.<br />

Nome da Propriedade Não Sim<br />

Águas Claras 0 1<br />

Bom Leite 1 0<br />

Sítio Planalto 0 1<br />

Ituana 0 1<br />

Sítio Serra Azul 0 1<br />

Sítio União Alegre 0 1<br />

Sítio São Pedro 0 1<br />

São João 0 1<br />

Paraíso 0 1<br />

Chácara Santo Antonio 0 1<br />

Sítio Pedras Brancas 0 1<br />

Chácara Boa Esperança 0 1<br />

Sítio Bom Jesus 0 1<br />

S<strong>em</strong> nome 0 1<br />

Figura 3: Rotação de pastag<strong>em</strong><br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s da pesquisa - 2008<br />

Em seguida foi pergunta<strong>do</strong> se o corte da capineira beneficia o ga<strong>do</strong> e a maior parte<br />

<strong>do</strong>s produtores respondeu que há benefício, sen<strong>do</strong> que apenas três produtores<br />

responderam o contrário.<br />

Também foi pergunta<strong>do</strong> se a fertilidade <strong>do</strong> solo beneficia o ga<strong>do</strong> e apenas cinco<br />

produtores responderam que não.<br />

Foi verifica<strong>do</strong> que apesar de não ter<strong>em</strong> conhecimento da importância da fertilidade<br />

<strong>do</strong> solo para a manutenção <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> os produtores faz<strong>em</strong> rotação de pastag<strong>em</strong> com o seu


<strong>Arranjo</strong> <strong>produtivo</strong> <strong>local</strong> <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> <strong>em</strong> Rondônia: sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s locais <strong>do</strong><br />

APLLEITE e sua interação com o meio ambiente no município de Jaru, pp.1-13<br />

ga<strong>do</strong>,<br />

Apesar <strong>do</strong> produtor da propriedade Bom Leite ter dito que não faz rotação de<br />

pastag<strong>em</strong>, o mesmo respondeu que a fertilidade <strong>do</strong> solo é importante para o ga<strong>do</strong>.<br />

Nome da Propriedade Corte da capineira<br />

Fertilidade<br />

<strong>do</strong> solo<br />

Águas Claras 2 2<br />

Bom Leite 2 2<br />

Sítio Planalto 3 2<br />

Ituana 2 2<br />

Sítio Serra Azul 2 2<br />

Sítio União Alegre 3 3<br />

Sítio São Pedro 2 3<br />

São João 3 2<br />

Paraíso 1 2<br />

Chácara Santo Antonio 3 3<br />

Sítio Pedras Brancas 2 3<br />

Chácara Boa Esperança 2 2<br />

Sítio Bom Jesus 2 3<br />

s<strong>em</strong> 2 2<br />

Figura 4: Rotação de pastag<strong>em</strong><br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s da pesquisa - 2008<br />

Códigos<br />

1 Não Sabe<br />

2 Verdade<br />

3 Falsa<br />

Os produtores de <strong>leite</strong> receb<strong>em</strong> a maior parte das informações sobre a produção<br />

<strong>do</strong> <strong>leite</strong> por meio de programas televisivos relaciona<strong>do</strong>s a criação de ga<strong>do</strong>, treinamentos e<br />

conversas informais com seus vizinhos.<br />

Também foi constata<strong>do</strong> que os produtores receb<strong>em</strong> ínfimas informações<br />

relacionadas aos impactos ambientais. Mesmo as visitas de técnicos que assist<strong>em</strong> a<br />

produção agropecuária <strong>em</strong> suas propriedades não priorizam o meio ambiente, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

11


12<br />

XIX ENGA, São Paulo, 2009 SOUZA, V.G. de e SOUZA, M.P.de<br />

vista que os produtores informaram que os assuntos mais pertinentes são relaciona<strong>do</strong>s a<br />

produção <strong>do</strong> <strong>leite</strong>, como: alimentação <strong>do</strong> ga<strong>do</strong>, sanidade animal, manejo <strong>do</strong> pasto,<br />

melhoramento genético, gerenciamento da produção, produção <strong>do</strong> <strong>leite</strong> e o meio<br />

ambiente rural.<br />

As informações não visam à minimização <strong>do</strong>s impactos ambientais pela produção<br />

agropecuária <strong>leite</strong>ira.<br />

5 Considerações finais<br />

Observou-se por meio <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s que apesar das instituições públicas<br />

estar<strong>em</strong> realizan<strong>do</strong> projetos que visam capacitar os produtores de <strong>leite</strong> para minimizar<strong>em</strong><br />

os impactos ambientais, as estratégias desenvolvidas t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> insuficientes para que os<br />

produtores tenham conhecimentos de técnicas de minimização <strong>do</strong>s impactos ambientais.<br />

As informações repassadas para os produtores de <strong>leite</strong>, seja por visitas de<br />

técnicos e treinamentos, são ínfimas diante das diversas informações sobre estratégias<br />

de minimização <strong>do</strong>s impactos ambientais pratica<strong>do</strong>s por diversos setores da economia.<br />

Também observou-se que apesar <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> ser umas das principais<br />

fontes econômicas praticadas no Esta<strong>do</strong> de Rondônia, as instituições que deveriam dar<br />

suporte informacional para os produtores de <strong>leite</strong> não estão des<strong>em</strong>penhan<strong>do</strong> com afinco<br />

seus papéis. Os produtores de <strong>leite</strong> obtêm mais conhecimento pelas conversas informais<br />

que têm com seus vizinhos e programas de televisão <strong>do</strong> que com as instituições.<br />

As principais dificuldades encontradas foram à escassez de da<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s à<br />

interação meio ambiente e bovinocultura de <strong>leite</strong> no Esta<strong>do</strong> de Rondônia. Não há uma<br />

distinção nos da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s entre a bovinocultura de <strong>leite</strong> e de corte, isto é, como os<br />

da<strong>do</strong>s estão aglutina<strong>do</strong>s há dificuldade <strong>em</strong> se identificar a interação com o meio ambiente<br />

de forma distinta das duas atividades econômicas.<br />

Há necessidade da realização de pesquisas mais aprofundadas relacionadas à<br />

interação meio ambiente e <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> no município de Jaru.


<strong>Arranjo</strong> <strong>produtivo</strong> <strong>local</strong> <strong>do</strong> <strong>agronegócio</strong> <strong>do</strong> <strong>leite</strong> <strong>em</strong> Rondônia: sist<strong>em</strong>as <strong>produtivo</strong>s locais <strong>do</strong><br />

APLLEITE e sua interação com o meio ambiente no município de Jaru, pp.1-13<br />

6 Referências<br />

FIERO;SEBRAE/RO. Perfil socioeconômico industrial. Porto Velho: Graff – Norte,<br />

2003.<br />

Fórum das Organizações Não-Governamentais e Movimentos Sociais – FBMOS.<br />

Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente (MMA). Controle Social e Licenciamento Ambiental. Porto<br />

Velho, 2006.<br />

LASTRES, H. M. M. Políticas para a promoção de <strong>Arranjo</strong>s Produtivos e Inovativos<br />

Locais de Micro e Pequenas Empresas: Vantagens e Restrições <strong>do</strong> conceito e<br />

equívocos usuais. In: Relatório de Atividades de Divulgação <strong>do</strong> Referencial Conceitual,<br />

Analítico e Propositivo. Rio de Janeiro: SEBRAE, 2004.<br />

RIVA, F. R. Sist<strong>em</strong>a Produtivos Locais <strong>do</strong> APLLEITE: Fatores de Produção, Merca<strong>do</strong> e<br />

Emprego no Município de Jaru. Porto Velho/RO, 2007.<br />

SEBRAE. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Diagnóstico <strong>do</strong><br />

Agronegócio <strong>do</strong> Leite e seus Deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Rondônia. 2 ed. Porto Velho:<br />

SEBRAE, 2002.<br />

Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Agricultura, Produção <strong>do</strong> Desenvolvimento Econômico Social<br />

(SEAPES). Relatório Anual 2006. Edição e Projeto: Indam (Instituto de Desenvolvimento<br />

da Amazônia). Porto Velho: SEAPES/RO, 2006.<br />

_______________________________. Relatório de Gestão. Porto Velho: CAPRI, 2004.<br />

_______________________________.Indica<strong>do</strong>res Técnicos e Econômicos de<br />

Explorações Agropecuárias. Porto Velho: SEAPES, 2006.<br />

_______________________________. Disponível <strong>em</strong>: www.seapes.ro.gov.br. Acesso<br />

<strong>em</strong> 22 de fevereiro de 2008.<br />

SOUZA, M. P. et al. Agronegócio <strong>do</strong> <strong>leite</strong>: características da cadeia produtiva <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de Rondônia. Artigo científico. Cuiabá/MT: SOBER, 2004.<br />

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