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Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão ... - UFG

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contemplar <strong>de</strong>sinteressadamente leva a filosofia a caminhar rumo à I<strong>de</strong>ia, à<br />

essência <strong>do</strong> ser e <strong>do</strong> existente, ao senti<strong>do</strong> das coisas, aos “por quês”.<br />

A filosofia que nasce, nesse contexto, é inseparável e inalienável em relação<br />

ao coletivo, à comunida<strong>de</strong>, à cida<strong>de</strong>, à pólis. E, sen<strong>do</strong> inseparável da cida<strong>de</strong>, é<br />

também, automaticamente, inseparável <strong>do</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> formação humana, cultural,<br />

coletiva e pensante, a pai<strong>de</strong>ia. O termo pai<strong>de</strong>ia significava para os gregos a<br />

formação <strong>do</strong> homem, com o olhar volta<strong>do</strong> para o to<strong>do</strong>. Sen<strong>do</strong> assim, pai<strong>de</strong>ia<br />

significava também, ao mesmo tempo, civilização, cultura, literatura, sen<strong>do</strong> o termo<br />

eleva<strong>do</strong> a algo quase divino, um tipo diferente <strong>de</strong> divinda<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>pendia apenas<br />

<strong>do</strong> homem. Eram os homens, então, os responsáveis por construir o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mun<strong>do</strong><br />

harmonioso, pacífico e <strong>de</strong>mocrático. Sem o coletivo, então, não po<strong>de</strong>ria existir<br />

pai<strong>de</strong>ia. A filosofia, com isso, já nasce com uma função primordialmente educativa.<br />

Enfatizar na educação a interrogação, a inquisição, o questionamento, o<br />

pensamento, leva o homem a buscar o real como objeto <strong>de</strong> sua reflexão. A<br />

educação na pai<strong>de</strong>ia grega não pergunta “como isso é?”, mas sim “o que é?”. Ela<br />

persegue a essência, o to<strong>do</strong>, o original, o imutável. A filosofia nasce para substituir<br />

as crenças divinas e míticas, que explicavam o mun<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> <strong>do</strong>utrinas, <strong>de</strong><br />

concretu<strong>de</strong>s. A educação grega tem então por objetivo a conversão, o giro <strong>do</strong> olhar,<br />

o abrir abstrato <strong>do</strong>s olhos, a admiração <strong>do</strong> que não se conhecia, enfim, a real<br />

formação humana.<br />

O que procuro neste trabalho é suscitar a inquietação que busca os caminhos<br />

que po<strong>de</strong>mos seguir para buscar uma filosofia e uma educação que tenham os<br />

princípios conti<strong>do</strong>s no pensamento grego. Na minha reflexão, a tecnologia,<br />

principalmente as novas tecnologias <strong>de</strong> comunicação, são uma categoria primordial<br />

para iniciarmos esse pensamento. Entendê-la como obra cultural, perceben<strong>do</strong> sua<br />

amplitu<strong>de</strong> e suas possibilida<strong>de</strong>s formativas, e refletir e perceber o quanto sua função<br />

foi subjugada e apropriada pelos interesses <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e <strong>do</strong> capital, é essencial<br />

para que possamos fazer uma análise crítica da socieda<strong>de</strong> contemporânea,<br />

trazen<strong>do</strong> a reflexão <strong>do</strong> específico para o to<strong>do</strong> e, ao mesmo tempo, pensan<strong>do</strong><br />

possibilida<strong>de</strong>s, crian<strong>do</strong> esperanças, buscan<strong>do</strong> utopias.<br />

Discuto então os i<strong>de</strong>ais e o pensamento gregos sobre a existência humana,<br />

focan<strong>do</strong>-me no i<strong>de</strong>al político – a <strong>de</strong>mocracia também surge neste momento, na<br />

Capa Índice 10069<br />

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