o ENSINO PROFISSIONAL NO MARANHÃO - Pró-Reitoria de ...
o ENSINO PROFISSIONAL NO MARANHÃO - Pró-Reitoria de ...
o ENSINO PROFISSIONAL NO MARANHÃO - Pró-Reitoria de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
1 INTRODUÇÃO<br />
o <strong>ENSI<strong>NO</strong></strong> <strong>PROFISSIONAL</strong> <strong>NO</strong> <strong>MARANHÃO</strong>;<br />
uma retrospectiva histórica<br />
RESUMO<br />
Ilzeni Silva Dias *<br />
A trajetóriado ensino profissional no Maranhão. Analisa-se a trajetória<br />
do ensino profissional no Maranhão. Consi<strong>de</strong>ram-se como principais<br />
<strong>de</strong>terminantes, aspectos econômicos e políticos, procurando-se<br />
i<strong>de</strong>ntificar como estes contribuíram para <strong>de</strong>finir o ensino profissional<br />
no Maranhão.<br />
Palavras-chave: formação profissional; qualificação profissional;<br />
ensino profissionalizante.<br />
ABSTRACT<br />
Neste estudo, preten<strong>de</strong>-se reconstruir<br />
a trajetória do ensino profissional<br />
no Maranhão, mostrando as transfor-<br />
The professional teaching trajectory in Maranhão state. It is being<br />
analyzed the professional teaching trajectory. It is consi<strong>de</strong>red both -<br />
political and economical aspects - as main <strong>de</strong>terminants to i<strong>de</strong>ntify<br />
the way they contribute to <strong>de</strong>fine the professional teaching in<br />
Maranhão.<br />
Keywords: professional education; professional qualification;<br />
vocational teaching.<br />
mações ocorridas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua gênese até<br />
a década <strong>de</strong> 80. Tomou-se como referência<br />
básica, o Centro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ensino<br />
Tecnológico do Maranhão<br />
(CEFET/MA).<br />
Para atingir tal objetivo, levou-se<br />
em consi<strong>de</strong>ração uma retrospectiva histórica.<br />
Esta perspectiva <strong>de</strong>fine uma<br />
análise do ensino profissional no<br />
Maranhão à luz da organização da economia<br />
maranhense, por se enten<strong>de</strong>r que<br />
este caminho ajuda a atingir os objetivos<br />
propostos neste estudo.<br />
Tomou-se como norteadora <strong>de</strong>ste<br />
estudo, a periodização proposta por<br />
Freitag (1980, p. 46) em seu livro "Es-<br />
• Prol". Dr' do Mestrado em Educação e do Curso <strong>de</strong> Pedagogia da UFMA, Coor<strong>de</strong>nadora do projeto <strong>de</strong><br />
pesquisa "A formação profissional dos técnicos <strong>de</strong> nivel médio que atuam na ca<strong>de</strong>ia produtiva no<br />
Maranhão". financiado pelo CNPq.
cola, Estado e Socieda<strong>de</strong>", a qual<br />
correspon<strong>de</strong> a três mo<strong>de</strong>los específicos<br />
da economia brasileira. O primeiro<br />
que vai <strong>de</strong> 1500 a 1930, compreen<strong>de</strong>ndo<br />
o Brasil Colônia, o Império e a I<br />
República e que, sob o ponto <strong>de</strong> vista<br />
da economia, correspon<strong>de</strong> ao mo<strong>de</strong>lo<br />
agroexportador; o segundo que vai <strong>de</strong><br />
1930 a 1960 e se caracteriza pelo mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> substituição das importações; o terceiro<br />
que tem início a partir <strong>de</strong> 1960 e,<br />
segundo Freitag (1980, p.46) foi caracterizada<br />
como o período da<br />
"intemacionalização do mercado interno".<br />
Feitos esses esclarecimentos,<br />
tomou-se como ponto <strong>de</strong> partida o<br />
ensino profissional no Maranhão,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua gênese.<br />
2 DA CASA DOS EDUCANDOS<br />
ARTWICESÀSESCOLASDE<br />
APRENDIZES ARTWICES: o<br />
ensino <strong>de</strong> oficios no período<br />
agroexportador da econom ia<br />
maranhense<br />
Para este estudo, a chegada <strong>de</strong><br />
Dom João VI ao Brasil, inicialmente na<br />
Bahia, precisamente em 22 <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 1808, foi o principal fato que impulsionou<br />
o ensino profissional no<br />
Maranhão, uma vez que a presença da<br />
corte provocou um crescimento econômico<br />
no país.<br />
Nessa perspectiva, po<strong>de</strong>-se ressaltar<br />
que uma primeira iniciativa tomada<br />
pelo Regente, foi abrir os portos<br />
brasileiros "às nações amigas". Era<br />
<strong>de</strong>clarada livre qualquer importação,<br />
conquanto pagasse direitos ad valorem<br />
fixados em 24%.<br />
Práticas <strong>de</strong>ssa natureza estimularam<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento econômico do<br />
país. Nesse contexto, o comércio vai<br />
ficando cada vez mais intenso e se<br />
amplia ainda mais através do <strong>de</strong>creto<br />
<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1814, o qual permitia a entrada<br />
<strong>de</strong> navios <strong>de</strong> qualquer procedência.<br />
Nesse sentido, a abertura dos<br />
portos não se restringia apenas às nações<br />
amigas, mas agora a liberação se<br />
esten<strong>de</strong> a todas as nações, as quais<br />
po<strong>de</strong>riam estabelecer relações comerciais<br />
com o Brasil.<br />
O Regente não só estimulou o<br />
comércio brasileiro quando abre as portas<br />
do país a todos os estrangeiros<br />
como também em 1818, quando inicia<br />
uma política <strong>de</strong> imigração, atraindo europeus.<br />
Com esta iniciativa o Brasil<br />
passou a ser procurado por comerciantes<br />
que visavam expandir seus negócios,<br />
trabalhadores que precisavam<br />
trabalhar e como o comércio estava se<br />
expandindo, acreditavam que era um<br />
campo fértil <strong>de</strong> trabalho. Outros entravam<br />
no território brasileiro só para conhecer.<br />
Não importa os motivos que<br />
atraiam esses povos, o que importa é o<br />
fato <strong>de</strong> que o país começou a mudar,<br />
sobretudo economicamente.<br />
Sob o ponto <strong>de</strong> vista econômico<br />
vivia-se, no Brasil, o mo<strong>de</strong>lo<br />
agroexportador <strong>de</strong> nossa economia. A<br />
exemplo do Brasil,. o mo<strong>de</strong>lo<br />
agroexportador maranhense, <strong>de</strong>senvolvido<br />
entre 1755 e 1890,<br />
[...] vive e convive no plano político<br />
com três momentos<br />
distintos: nasce no bojo tias<br />
políticas coloniais européias tradicionais;<br />
sobrevive durante<br />
todo o período imperial no âm-<br />
38 Cad: Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,juJ./<strong>de</strong>z. 2002.
ito da colonização mo<strong>de</strong>rna, da<br />
formação da socioeconom ia capitalista<br />
e alcança os primeiros<br />
anos republicanos (FEITOSA,<br />
J 998, p. J 4).<br />
O processo <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da socioeconomia<br />
maranhense compreen<strong>de</strong> uma fase que<br />
vai <strong>de</strong> 1612, data da ocupação, pelos<br />
franceses, da Gran<strong>de</strong> Ilha do Maranhão<br />
- Upaon-Açu, na linguagem indígenaaté<br />
1755. Nesta fase, <strong>de</strong>stacam-se os<br />
criadores e vaqueiros <strong>de</strong> gado bovino<br />
<strong>de</strong> Pastos Bons, com suas pretensões<br />
militares e políticas.<br />
A segunda fase <strong>de</strong>sse processo<br />
vai <strong>de</strong> 1755 até 1890, caracterizada pela<br />
agroexportação. De acordo com<br />
Feitosa (1998), as ativida<strong>de</strong>s comerciais<br />
do período agroexportador foram<br />
assentadas, particularmente, entre 1755<br />
e 1778, nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />
pela Companhia Geral do Comércio do<br />
Grão-Pará e Maranhão.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma empresa privada<br />
que recebe concessão do<br />
Estado Português para navegar,<br />
transportar e comercializar produtos<br />
da região por vinte anos,<br />
porém só funcionou até J 778,<br />
quando, não tendo a concessão<br />
renovada, entra em longo processo<br />
<strong>de</strong> liquidação (FEITOSA,<br />
J 998, p. 30).<br />
Até 1755, a economia maranhense<br />
se sustentava no trabalho do índio, que<br />
se tornou escravo, objeto <strong>de</strong> compra e<br />
venda dos que <strong>de</strong>tinham o po<strong>de</strong>r econômico,<br />
incluindo certos setores da<br />
Igreja Católica. Nesse sentido, <strong>de</strong>stacam-se<br />
os Padres Jesuítas que não tiveram<br />
nenhum problema porque tinham<br />
o monopólio da força <strong>de</strong> trabalho, visto<br />
que, à sombra <strong>de</strong> sua prática <strong>de</strong> catequese,<br />
tomaram-se os maiores exploradores da<br />
força <strong>de</strong> trabalho indígena com a qual,<br />
acumulando riquezas, tornaram-se os<br />
maiores fazen<strong>de</strong>iros e comerciantes da<br />
Colônia, produzindo, ao lado disso, um<br />
campo fértil <strong>de</strong> conflitos entre a Companhia<br />
<strong>de</strong> Jesus e os colonos.<br />
Com as ativida<strong>de</strong>s comerciais da<br />
Companhia Geral do Comércio do Grão<br />
Pará e Maranhão, dois fatores foram<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da economia maranhense:<br />
o primeiro era a terra, necessária para<br />
a produção do algodão, o segundo era<br />
o trabalho humano, que tornou necessária<br />
a introdução do negro africano no<br />
trabalho escravo.<br />
A produção do algodão e a introdução<br />
do negro africano no trabalho<br />
escravo possibilitaram a criação <strong>de</strong><br />
uma classe <strong>de</strong> senhores ricos, proprietários<br />
<strong>de</strong> terras que se alimentavam do<br />
comércio e do trabalho escravo.<br />
Com o crescimento do comércio<br />
no Maranhão, a população do Estado<br />
cresceu aceleradamente, e os principais<br />
centros produtores e <strong>de</strong> comércio<br />
do algodão - Caxias, Codó e São Luís -<br />
urbanizaram-se rapidamente. Segundo<br />
Feitosa (1998, p.35):<br />
o Maranhão chegou ao final do<br />
século XIX, conforme dados<br />
censitários, com uma população<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 43 J mil habitantes,<br />
longe <strong>de</strong> se comparar com aquelaque<br />
lentamente cresceu <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o início da colonização (século<br />
XVII, J 612) até o início da segunda<br />
meta<strong>de</strong> do século XVIIl<br />
(1755).<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,jul./<strong>de</strong>z. 2002. 39
o <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />
brasileiro e maranhense produziu uma<br />
nova realida<strong>de</strong>, e é neste contexto que,<br />
em 1841, o ensino <strong>de</strong> ofícios, no<br />
Maranhão, teve suas primeiras iniciativas,<br />
pois, pela primeira vez, se po<strong>de</strong><br />
testemunhar a criação <strong>de</strong>ste ensino pelo<br />
então Presi<strong>de</strong>nte da Província Dr. João<br />
Antônio Miranda,<br />
Esta iniciativa, em nível <strong>de</strong> ensino<br />
<strong>de</strong> ofícios, se sustentava em dois fatos:<br />
o primeiro <strong>de</strong>les era que havia uma<br />
crescente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar os<br />
jovens dos caminhos dos vícios, muitas<br />
vezes explicadas pela ociosida<strong>de</strong> e pela<br />
falta <strong>de</strong> uma profissão; e o segundo,<br />
que até hoje tem lugar expressivo na<br />
socieda<strong>de</strong>, era a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer<br />
à Província, trabalhadores e artífices.<br />
Assim foi criada a Casa dos<br />
Educandos Artífices, com o objetivo <strong>de</strong><br />
proporcionar, às classes menos<br />
favorecidas, o ensino <strong>de</strong> ofícios Essa<br />
casa foi extinta em 1900.<br />
Em 23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1909, através<br />
do Decreto n" 7.566, foram criadas,<br />
nas capitais dos estados, as Escolas<br />
<strong>de</strong> Aprendizes Artífices, à semelhança<br />
<strong>de</strong> 17 outras já existentes. No caso do<br />
Maranhão, a Escola <strong>de</strong> Aprendizes<br />
Artífices se tomou realida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong><br />
16 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1910. Segundo Castro<br />
(1997, p. 181):<br />
40<br />
[...] eram escolas <strong>de</strong> ensino<br />
artesanal organizado, on<strong>de</strong> vigorava<br />
a relação entre o artesão<br />
principal, que ensinava, e um<br />
aprendiz, perpetuando assim o<br />
mo<strong>de</strong>lo medieval, porém acrescentando<br />
os equipamentos <strong>de</strong><br />
que o trabalhador não dispunha<br />
anteriormente para executar sua<br />
tarefa<br />
Dados da Fundação Getúlio<br />
Vargas (1981, p. 88) revelam a existência,<br />
em 1904, <strong>de</strong> 3.258 estabelecimentos<br />
industriais, que empregavam<br />
151.841 operários em todo o país (apud<br />
ROSA, 1996, p. 63). Apesar <strong>de</strong>sse tímido<br />
processo <strong>de</strong> industrialização existia<br />
um empenho do governo fe<strong>de</strong>ral e<br />
estadual em <strong>de</strong>senvolver as escolas<br />
profissionalizantes, iniciadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
Império.<br />
A intervenção do governo fe<strong>de</strong>ral,<br />
através do Decreto na 7.566 <strong>de</strong> 23<br />
<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1909, institucionalizou,<br />
<strong>de</strong> fato, a estrutura dual do ensino. Com<br />
este Decreto o governo reproduziu,<br />
<strong>de</strong>ntro da escola, a estrutura <strong>de</strong> classe.<br />
Se na socieda<strong>de</strong> existia uma classe rica<br />
e outra pobre, necessariamente a escola<br />
<strong>de</strong>veria aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sta, exigindo-se, portanto, uma escola<br />
<strong>de</strong>stinada à preparação dos pobres,<br />
marginalizados e <strong>de</strong>svalidos da sorte e<br />
outra <strong>de</strong>stinada à preparação dos filhos<br />
da elite.<br />
Durante 32 anos, a Escola <strong>de</strong><br />
Aprendizes Artífices do Maranhão fimcionou<br />
no prédio dos Educandos e Artífices,<br />
no bairro do Diamante, embora<br />
em condições precárias, levando-se em<br />
consi<strong>de</strong>ração o fim a que se <strong>de</strong>stinava<br />
o prédio.<br />
Nesse contexto social, econômico<br />
e político, a política educacional sobrevivia<br />
à sombra da organização da<br />
economia. Segundo Freitag (1986), o<br />
período agroexportador que vai <strong>de</strong> 1500<br />
a 1930 não tinha nenhuma política educacional,<br />
pois a questão da educação<br />
ainda não preocupava o Estado.<br />
Durante séculos o mo<strong>de</strong>lo<br />
agroexportador se sustentou na<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. J2, n. 2, p. 37-50,juJ./<strong>de</strong>z. 2002.
monocultura, quer seja do açúcar, do<br />
algodão, do ouro, do café, etc. Os trabalhos<br />
realizados naquela época eram<br />
simples, não precisando <strong>de</strong> pessoas com<br />
qualificações por que<br />
[...] a monocultura latifundiária<br />
exigiaummínimo<strong>de</strong>qualificação<br />
e diversificação da força <strong>de</strong> trabalho.<br />
Essa se compunha quase<br />
que exclusivamente <strong>de</strong> escravos<br />
trazidos da África. Portanto, não<br />
havia nenhuma função <strong>de</strong> reprodução<br />
da força <strong>de</strong> trabalho a ser<br />
preenchida pela escola.<br />
(FREITAG,I986,p.47).<br />
A socieda<strong>de</strong> não precisava <strong>de</strong><br />
escolas para reproduzir a estrutura <strong>de</strong><br />
classe porque esta era pouco diferenciada.<br />
De um lado, estavam os escravos<br />
que compunham a classe<br />
trabalhadora, do outro, a dos não-trabalhadores,<br />
composta basicamente,<br />
pelos latifundiários e donos <strong>de</strong> engenhos<br />
que tinham total controle sobre os trabalhadores.<br />
Na época, não compravam<br />
sua força <strong>de</strong> trabalho, mas, ao comprar<br />
seu corpo <strong>de</strong> escravo, <strong>de</strong>tinham sua<br />
força <strong>de</strong> trabalho.<br />
Nesse período, a Igreja ainda contava<br />
com muito po<strong>de</strong>r sobre a socieda<strong>de</strong><br />
civil, pois,<br />
[...] é ela que, basicamente, continuava<br />
a controlar as<br />
instituições <strong>de</strong> ensino, encarregando-se<br />
ainda por muito tempo<br />
da função <strong>de</strong> reprodução da i<strong>de</strong>ologia(FREITAG,<br />
1980,p. 48).<br />
Po<strong>de</strong>-se afirmar que o ensino <strong>de</strong><br />
ofícios no Maranhão nasceu da necessida<strong>de</strong><br />
objetiva da socieda<strong>de</strong> da época,<br />
que não foi produto <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s individuais<br />
e muito menos uma vonta<strong>de</strong> poli-<br />
tica dos governantes. Na relação escola<br />
x socieda<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>-se que a escola<br />
é um produto social, tendo sido<br />
criada pela socieda<strong>de</strong> para aten<strong>de</strong>r aos<br />
interesses sociais.<br />
3 DO LICEU INDUSTRIAL DE<br />
SÃO LUÍS À ESCOLA<br />
TÉCNICA DE SÃO LUÍS: o<br />
ensino profissional na econom ia <strong>de</strong><br />
substituição <strong>de</strong> importações<br />
Em 1929, a economia brasileira,<br />
sustentada pelo café, sofreu diretamente<br />
os impactos da crise mundial, refletida<br />
ora na redução dos preços <strong>de</strong>sse<br />
produto, um enfrentamento <strong>de</strong> todas as<br />
economias avançadas, ora nos problemas<br />
advindos do excesso <strong>de</strong> sua produção.<br />
Com uma política <strong>de</strong> socialização<br />
dos prejuízos<br />
[...] num esforço <strong>de</strong>sesperado<br />
para compensar os cafeicultores<br />
pela <strong>de</strong>sastrosa queda dos preços<br />
do produto, o governo<br />
fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1930 aumentou<br />
suas compras <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> café. Se bem que a queda nos<br />
lucros dos fazen<strong>de</strong>iros fosse<br />
amplamente compensada por<br />
essa 'socialização <strong>de</strong> prejuízos',<br />
tais programas não podiam <strong>de</strong>ter<br />
o <strong>de</strong>clínio na receita cambial<br />
brasileira, porque os preços<br />
mundiais das utilida<strong>de</strong>ssimplesmente<br />
não podiam ser<br />
estabilizados pelos monopólios<br />
estatais <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
um país produtor isolado<br />
(SK1DMORE,1982,p.66).<br />
No Maranhão, ao final do século<br />
XIX, início do século XX, o mo<strong>de</strong>lo<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. J 2, n. 2, p. 37-50,jul.l<strong>de</strong>z. 2002. 41
agroexportador, até então existente, não<br />
correspondia mais à necessida<strong>de</strong> da economia;<br />
encontrava-se totalmente quebrado.<br />
Neste contexto <strong>de</strong> crise do mo<strong>de</strong>lo<br />
agroexportador os capitais perdiam<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reprodução. Ainda<br />
no período <strong>de</strong> 1850 e 1900, quando a<br />
fragilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo econômico já<br />
se fazia sentir, tentativas foram feitas,<br />
no Maranbão, no sentido <strong>de</strong> salvar a<br />
economia, porém tal qual fez o governo<br />
fe<strong>de</strong>ral, em 1929, com a crise do<br />
café, o Maranhão toma atitu<strong>de</strong> que revela<br />
profundo <strong>de</strong>sespero. A exemplo,<br />
registra-se nesse sentido,<br />
um esforço <strong>de</strong> dinamização da<br />
economia, realocando capitais e<br />
força <strong>de</strong> trabalho do setor algodoeiro<br />
e arrozeiro, no cultivo da<br />
cana e implantação dos engenhos<br />
<strong>de</strong> açúcar, inclusive dos<br />
chamados engenhos centrais<br />
(FEITOSA, 1998,p. 38).<br />
No entanto, se, por um lado, o<br />
cultivo da cana <strong>de</strong> açúcar exigia o uso<br />
da força-<strong>de</strong>-trabalho escravo, em um<br />
momento em que 'as campanhas<br />
abolicionistas ganhavam força e vislumbravam<br />
a perspectiva do trabalho livre,<br />
por outro, o próprio açúcar encontrava-se<br />
com preços baixos no mercado<br />
tanto a nível interno quanto externo.<br />
Tal como no Brasil, essa tentativa<br />
maranhense não foi suficiente para evitar<br />
a quebra total da economia, pois o<br />
momento exigia uma, nova estratégia e<br />
o governo fe<strong>de</strong>ral encontra saída através<br />
do incentivo à industrialização. Assim,<br />
a crise mundial <strong>de</strong>termina<br />
mudanças estruturais na economia brasileira<br />
que vão caracterizar o mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> importações.<br />
42<br />
o Brasil havia-se tornado, até<br />
então, gran<strong>de</strong> exportador <strong>de</strong> matéria<br />
prima, no entanto importava quase tudo<br />
que consumia. Com essa nova política<br />
<strong>de</strong> incentivo à industrialização, os consumidores<br />
brasileiros agora iriam consumir<br />
produtos brasileiros.<br />
Esse momento, por força do que<br />
representava, acabou conhecido como<br />
o da industrialização "espontânea" e<br />
recebeu apoio do Governo Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Os empresários particulares<br />
[nessa fase] eram estimulados<br />
a prosseguir com seus próprios<br />
esforços, enquanto o<br />
governo fe<strong>de</strong>ral dirigia a economia<br />
por dois modos<br />
principais: 'a manipulação <strong>de</strong><br />
incentivos', tais como impostos,<br />
controles <strong>de</strong> câmbio, cotas<br />
<strong>de</strong> importação, controles <strong>de</strong><br />
crédito e exigências salariais;<br />
e a intervenção direta, através<br />
<strong>de</strong> investimentos públicos, em<br />
setores como ferrovias, navegação,<br />
serviços públicos e<br />
indústrias básicas, como o petróleo<br />
e o aço (SKIDMORE,<br />
1982,p. 67).<br />
No Maranhão, esse esforço <strong>de</strong> tirar<br />
a economia da crise se <strong>de</strong>u a partir<br />
do cultivo da cana <strong>de</strong> açúcar e da implantação<br />
<strong>de</strong> engenhos.<br />
No campo educacional, a fase <strong>de</strong><br />
substituição das importações se subdividiu<br />
em dois períodos. O primeiro vai<br />
<strong>de</strong> 1930-1945, e o segundo <strong>de</strong> 1945-<br />
1964. Convém lembrar que, ao contrário<br />
do período anterior, a educação<br />
nessa nova fase já começava a preocupar<br />
a classe política brasileira, pois,<br />
temos<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,juU<strong>de</strong>z. 2002.
[...] no início do período que caracterizavao<br />
mo<strong>de</strong>lo econômico<br />
da substituição <strong>de</strong> importações,<br />
uma tomada <strong>de</strong> consciência por<br />
parte da socieda<strong>de</strong> política, da<br />
importância estratégica do sistema<br />
educacional para assegurar<br />
e consolidar as mudanças estruturais<br />
ocorridas tanto na infra<br />
como na superestrutura<br />
(FREITAG,1980, p. 51).<br />
Esta preocupação com a educação<br />
leva Getúlio Vargas a <strong>de</strong>senvolver<br />
algumas ações nesse sentido. Assim é<br />
criado, em 1930, o primeiro Ministério<br />
<strong>de</strong> Educação e Saú<strong>de</strong> como ponto <strong>de</strong><br />
partida <strong>de</strong> uma reestruturação na educação,<br />
tendo como Ministro Francisco<br />
Campos.<br />
O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> organizar a educação<br />
é reforçado pela Constituição <strong>de</strong><br />
1934, através <strong>de</strong> seu Art. 150, o que<br />
aponta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong><br />
um Plano Nacional da Educação que<br />
venha sistematizar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino<br />
em todos os níveis. A Constituição<br />
<strong>de</strong> 1937 incorpora parte <strong>de</strong>ssa legislação<br />
e introduz o ensino<br />
profissionalizante.<br />
O governo <strong>de</strong> Getúlio Vargas via<br />
a educação como um po<strong>de</strong>roso instrumento<br />
<strong>de</strong> manipulação das classes subalternas,<br />
por isso queria fortalecê-Ia.<br />
A partir daí suas ações, no campo educacional,<br />
eram voltadas não só para a<br />
elaboração <strong>de</strong> leis, mas também para a<br />
sua aplicação.<br />
É fácil compreen<strong>de</strong>r que as transformações<br />
da base econômica provocaram<br />
inevitavelmente uma mudança<br />
a nível da superestrutura. O país estava<br />
crescendo economicamente e logo<br />
começou a exigir pessoas "capazes" <strong>de</strong><br />
respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios impostos no<br />
contexto daquela época.<br />
Neste momento, na socieda<strong>de</strong><br />
maranhense, a educação dos artífices<br />
feita pela Escola <strong>de</strong> Aprendizes Artífices<br />
já não atendia às necessida<strong>de</strong>s da<br />
época. Foi assim que, em 1936, foi<br />
lançada na Avenida Getúlio Vargas, a<br />
pedra fundamental da escola que hoje<br />
se <strong>de</strong>nomina CEFET-MA.<br />
Em 1937, essa escola<br />
[...] recebeu a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong><br />
Liceu Industrial <strong>de</strong> São Luís,<br />
sendo, então, <strong>de</strong>svinculado do<br />
Ministério da Agricultura e subordinado<br />
ao Ministério da<br />
Educação e Saú<strong>de</strong> Pública, passando<br />
a ministrar ensino<br />
profissional em nível <strong>de</strong> primeiro<br />
ciclo(VAZ, 1998, p. 2).<br />
A Constituição da República <strong>de</strong><br />
1937, elaborada no Estado Novo, <strong>de</strong>ixa<br />
<strong>de</strong> proclamar a educação como <strong>de</strong>ver<br />
do Estado, tal qual fazia a Constituição<br />
<strong>de</strong> 1934.<br />
Em 1937, em cum primento ao que<br />
<strong>de</strong>termina a Constituição referente à<br />
educação, o Ministro da Educação<br />
Gustavo Capanema inicia a reforma do<br />
ensino médio e primário, que, no seu<br />
conjunto, ficou conhecida como Lei<br />
Orgânica do Ensino.<br />
Essa reforma se inicia no governo<br />
<strong>de</strong> Getúlio Vargas, mas foi concluída<br />
só no governo provisório <strong>de</strong> José<br />
Linhares, tendo à frente do Ministério<br />
da Educação Raul Leitão da Cunha.<br />
Através da Lei-Orgânica, Getúlio<br />
Vargas regulamenta três ramos do ensino.<br />
A exemplo, o ensino industrial foi<br />
regulamentado através do Decreto-Lei<br />
n? 4073 - Lei Orgânica do Ensino Industrial<br />
em 30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1942.<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,jul.l<strong>de</strong>z. 2002. 43
Em um contexto <strong>de</strong> incentivo à industrialização,<br />
o ensino industrial visava<br />
preparar a mão-<strong>de</strong>-obra para a, até então,<br />
incipiente industrialização brasileira,<br />
estando, esse tipo <strong>de</strong> ensino limitada<br />
às necessida<strong>de</strong>s das indústrias.<br />
De tal modo, o Ensino Secundário<br />
e Comercial também foram regulamentados<br />
na ditadura <strong>de</strong> Vargas. O<br />
primeiro através da Lei-Orgânica do<br />
Ensino Secundário - Decreto-Lei n°<br />
4.244, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1942, e o segundo<br />
através da Lei-Orgânica do Ensino<br />
Comercial, Decreto-Lei n° 6.141, <strong>de</strong> 28<br />
<strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1943. Esta modalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ensino<br />
[...] oferecia, ao nível <strong>de</strong> 2°ciclo,<br />
habilitações como: comércio,<br />
propaganda, administração,<br />
contabilida<strong>de</strong>, estatística e secretariado<br />
(PIMENTA, 1981, p.<br />
73).<br />
Para complementar a formação<br />
dos trabalhadores, tendo em vista a<br />
necessida<strong>de</strong> do mercado e o <strong>de</strong>ficiente<br />
sistema educacional, no tocante ao ensino<br />
profissional, o governo <strong>de</strong> Getúlio<br />
Vargas criou ainda o Serviço Nacional<br />
<strong>de</strong> Aprendizagem Industrial (SENAI),<br />
através <strong>de</strong> Decreto-Lei n° 4.048, <strong>de</strong> 22<br />
<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1942.<br />
Após a queda <strong>de</strong> Getúlio Vargas,<br />
no governo provisório <strong>de</strong> José Linhares,<br />
a Lei-Orgânica se completa através dos<br />
seguintes Decretos: Decreto-Lei n?<br />
8259 - Lei-Orgânica do Ensino Primário,<br />
<strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1946; Decreto-<br />
Lei n" 8530 - Lei Orgânica do Ensino<br />
Normal <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1946 e Decreto-Lei<br />
n° 9613 - Lei Orgânica do<br />
Ensino Agrícola <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />
1946.<br />
44<br />
Ainda no governo <strong>de</strong> José<br />
Linhares, criou-se o Serviço Nacional<br />
<strong>de</strong> Aprendizagem Comercial<br />
(SENAC), através dos Decretos-Leis<br />
8621 e 8622 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1946.<br />
Este serviço foi criado com o objetivo<br />
<strong>de</strong> preparação rápida <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra,<br />
uma vez que o sistema educacional não<br />
possuía a estrutura necessária à implantação<br />
do ensino profissional <strong>de</strong> modo<br />
que aten<strong>de</strong>sse às necessida<strong>de</strong>s da <strong>de</strong>manda.<br />
Foi no bojo <strong>de</strong>ssas reformas no<br />
campo educacional que surgiram as<br />
Escolas Técnicas Industriais, através<br />
da Lei Orgânica do Ensino Industrial,<br />
voltadas para aten<strong>de</strong>r ao ensino em nível<br />
<strong>de</strong> 2° ciclo. Aqueles que obtinham<br />
diplomas <strong>de</strong> cursos técnicos em nível<br />
<strong>de</strong> 2° ciclo tinham ingresso nas escolas<br />
superiores.<br />
Através do Decreto-Lei n° 4.127,<br />
<strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1942, estabeleceram-se<br />
as bases da organização da<br />
re<strong>de</strong> fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong><br />
ensino industrial e instituíram-se as Escolas<br />
Técnicas Fe<strong>de</strong>rais. Foi assim que<br />
nasceu a Escola Técnica Industrial <strong>de</strong><br />
São Luís.<br />
Em 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1959, através<br />
da Lei n" 3.552, é dada uma nova<br />
organização administrativa aos estabelecimentos<br />
<strong>de</strong> ensino industrial. Através<br />
<strong>de</strong>sta lei, as Escolas Técnicas<br />
Fe<strong>de</strong>rais conseguem autonomia didática,<br />
financeira e administrativa. Des<strong>de</strong><br />
então as<br />
[...] Escolas Técnicas passaram<br />
a ser administradas por um Conselho<br />
<strong>de</strong> Representantes, a quem<br />
cabia a escolha <strong>de</strong> seu diretor,<br />
havendo também um Conselho<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,jul.l<strong>de</strong>z. 2002.
<strong>de</strong> professores como órgão <strong>de</strong><br />
direção didático-pedagógica<br />
(VAZ, 1998, p.Z).<br />
A política educacional do período<br />
que vai <strong>de</strong> 1945 até início <strong>de</strong> 1960 é<br />
marcada pela luta em torno da lei <strong>de</strong><br />
Diretrizes e Bases da Educação e da<br />
Campanha pela Escola Pública. A ne-<br />
cessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova diretriz na edu-<br />
cação Nacional veio com a Constituição<br />
<strong>de</strong> 1946, no seu Art. 5°.<br />
Os conflitos em torno da lei 4.024/<br />
61 duraram treze anos, vindo a se acir-<br />
rar nos últimos cinco anos <strong>de</strong> sua<br />
tramitação em <strong>de</strong>corrência do conflito<br />
escola pública x escola privada, que ti-<br />
nha como ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> luta o direito à<br />
educação. Esse conflito, <strong>de</strong> fato, nada<br />
conseguiu inovar na educação que con-<br />
tinuou reproduzindo e reforçando a estrutura<br />
<strong>de</strong> classe da socieda<strong>de</strong>.<br />
4 DA ESCOLA TÉCNICA<br />
FEDERAL DO <strong>MARANHÃO</strong><br />
AO CENTRO FEDERAL DE<br />
EDUCAÇÃOTEC<strong>NO</strong>LÓGICA:<br />
o contexto econôrn ico <strong>de</strong><br />
internacional ização da economia<br />
Em 1964 há uma ruptura política,<br />
uma nova realida<strong>de</strong> se manifesta <strong>de</strong>-<br />
corrente do golpe <strong>de</strong> Estado. Essa rea-<br />
lida<strong>de</strong> agora alimentada pela repressão<br />
e pela violência precisa <strong>de</strong> um novo<br />
sujeito para nela atuar.<br />
Essa ruptura a nível político <strong>de</strong>finiu<br />
mudanças no campo educacional.<br />
Foi assim que através da Portaria 239/<br />
65 <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> setembro, segundo dispos-<br />
to na Lei 4.795, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />
1965, passou a Escola Técnica Indus-<br />
trial <strong>de</strong> São Luís a ser <strong>de</strong>nominada Escola<br />
Técnica Fe<strong>de</strong>ral do Maranhão.<br />
A Escola Técnica Fe<strong>de</strong>ral do<br />
Maranhão atuava em uma socieda<strong>de</strong><br />
que sob o ponto <strong>de</strong> vista econômico vi-<br />
via o auge da industrialização, esforço<br />
que começou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1930 com Getúlio<br />
Vargas, mas que veio a se consolidar<br />
só na década <strong>de</strong> 60 com a produção<br />
doméstica <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo durá-<br />
veis e não duráveis.<br />
Sob o ponto <strong>de</strong> vista político havia<br />
uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle social.<br />
Nesse sentido o sistema educacional,<br />
através da política educacional, po<strong>de</strong>-<br />
ria assegurar esse controle. Assim é<br />
que<br />
[...] as primeiras diretrizes formuladas<br />
por este governo,<br />
norteadoras da futura política<br />
educacional, já foram fixadas no<br />
início do Governo Castelo Branco.<br />
Estão contidas nas<br />
<strong>de</strong>clarações feitas pelo presi<strong>de</strong>nte<br />
aos Secretários <strong>de</strong><br />
Educação <strong>de</strong> todos os Estados,<br />
em meados <strong>de</strong> 64: o objetivo do<br />
seu governo seria restabelecer<br />
a or<strong>de</strong>m e a tranqüilida<strong>de</strong> entre<br />
estudantes, operários e militares.<br />
Excluindo o grupo dos militares<br />
po<strong>de</strong>mos dizer que com a nova<br />
legislação, promulgada pelo governo<br />
militar, visa-se <strong>de</strong> fato criar<br />
um instrumento <strong>de</strong> controle e <strong>de</strong><br />
disciplina sobre estudantes e<br />
operários (FREIT AG, 1980, p.<br />
78).<br />
No momento em que a economia<br />
<strong>de</strong> substituição das exportações esgota<br />
suas possibilida<strong>de</strong>s, entrando em crise<br />
no período da ditadura militar, torna-se<br />
necessário assegurar um crescimento<br />
dinâmico da <strong>de</strong>manda para que o pro-<br />
cesso <strong>de</strong> acumulação possa prosseguir.<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,ju/./<strong>de</strong>z. 2002. 45
No Brasil, os esforços para<br />
tirar a economia da crise, sem que se<br />
alterasse o modo <strong>de</strong> produção<br />
capitalista, po<strong>de</strong>ria se dar por dois<br />
caminhos: o primeiro seria a realização<br />
<strong>de</strong> reformas estruturais, através das<br />
quais os trabalhadores po<strong>de</strong>riam<br />
obter as condições objetivas <strong>de</strong> ter<br />
acesso aos bens <strong>de</strong> consumo; o<br />
segundo<br />
.[...] seria a criação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>manda<br />
adicional, através <strong>de</strong> uma<br />
reorganização da estrutura do<br />
consumo interno e do aproveitamento<br />
das possibilida<strong>de</strong>s do<br />
mercado externo. Este caminho<br />
implicava, por um lado, uma<br />
"aristocratização" dos padrões<br />
<strong>de</strong> consumo interno e, por outro<br />
lado,exportações maciças, principalmente<br />
<strong>de</strong> produtos<br />
manufaturados e<br />
semimanufaturados (FREITAG,<br />
1980,p.73).<br />
Por um lado, essa tentativa <strong>de</strong><br />
assegurar o crescimertto da <strong>de</strong>manda<br />
produziu um perfil <strong>de</strong> consumidor exigente<br />
com um alto po<strong>de</strong>r aquisitivo, que<br />
levou em consi<strong>de</strong>ração o preço e a qualida<strong>de</strong><br />
do produto oferecido; por outro,<br />
para se produzir na perspectiva da exportação,<br />
o mercado interno teria que<br />
obe<strong>de</strong>cer aos padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do<br />
mercado externo, sendo necessária a<br />
implantação <strong>de</strong> novas tecnologias nas<br />
ativida<strong>de</strong>s econômicas numa perspectiva<br />
<strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> do produto,<br />
os preços e <strong>de</strong> ingressar no mercado<br />
competitivo globalizado.<br />
Nesse contexto brasileiro, a economia<br />
maranhense teve um gran<strong>de</strong> impulso<br />
com a chegada dos gran<strong>de</strong>s<br />
46<br />
projetos industriais. A exemplo, <strong>de</strong>staca-se<br />
o Projeto Ferro Carajás que no<br />
período <strong>de</strong> 1980 a 1985 teve o Sistema<br />
Norte composto por Mina Ferrovia e<br />
Porto foi instalado e ampliado, começando<br />
a operar em fevereiro <strong>de</strong> 1985.<br />
Um outro gran<strong>de</strong> investimento que<br />
merece <strong>de</strong>staque, no cenário da economia<br />
maranhense, é a multinacional<br />
ALUMAR que se instalou em São Luís<br />
no período <strong>de</strong> 1980 a 1984, ocupando<br />
II% dos quase 90 mil hectares <strong>de</strong> toda<br />
a ilha <strong>de</strong> São Luís.<br />
A ALUMAR atua no ramo <strong>de</strong><br />
alumínio e está entre as empresas mais<br />
po<strong>de</strong>rosas do ramo, tendo se instalado,<br />
no Brasil, inicialmente em Poços <strong>de</strong><br />
Caldas, Minas Gerais, em 1965. Feitosa<br />
<strong>de</strong>staca:<br />
Três fatores básicos <strong>de</strong>terminam<br />
a localização <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> empreendimento<br />
em qualquer parte<br />
do mundo:<br />
a) a bauxita, primeira matéria<br />
prima do seu processo <strong>de</strong><br />
produção;<br />
b) a energia elétrica, em qualida<strong>de</strong><br />
e quantida<strong>de</strong><br />
abundante;<br />
c) e a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão<strong>de</strong>-obra<br />
(FEITOSA, 1998,p. 128).<br />
A instalação <strong>de</strong>sses gran<strong>de</strong>s empreendimentos<br />
econômicos, na ilha <strong>de</strong><br />
São Luís, mudou significativamente a<br />
realida<strong>de</strong> econômica e social do Estado.<br />
Nos anos 90, a intemacionalização<br />
acelerada da economia e as mudanças<br />
técnico-organizacionais no mundo do<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,juU<strong>de</strong>z. 2002.
trabalho afetaram significativamente as<br />
relações <strong>de</strong> trabalho e provocaram discussões<br />
acerca da qualificação profissional.<br />
Nesse contexto, a escola se vê<br />
frente a uma questão central que precisa<br />
ser repensada, qual seja, a relação<br />
entre trabalho, qualificação e educação,<br />
tendo em vista que<br />
a concepção <strong>de</strong> qualificação<br />
tecnicista (cuja matriz é o mo<strong>de</strong>lo<br />
job/skills), ancorada nas<br />
normas previamente<br />
estabelecidas pelas empresas,<br />
está convivendo ou sendo substituído<br />
por uma outra<br />
concepção, que vem sendo <strong>de</strong>signada<br />
mo<strong>de</strong>lo da competência<br />
(MANFREDI, 1998, p. 24).<br />
É em resposta a essas exigências<br />
que, no final da década <strong>de</strong> 80, precisamente<br />
em 1989, a Escola Técnica Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Maranhão, através do <strong>de</strong>creto<br />
n° 97.561, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> março, foi autorizada<br />
pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral a implantar e<br />
<strong>de</strong>senvolver cursos superiores <strong>de</strong> graduação.<br />
Este fato justifica-se pela qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> suas instalações,<br />
equipamentos e recursos humanos.<br />
A exemplo dos Centros Fe<strong>de</strong>rais<br />
<strong>de</strong> Educação Tecnológica do Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro, Minas Gerais e Paraná, é transformada<br />
em Centro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação<br />
Tecnológica do Maranhão, através<br />
do Decreto Lei 7.863, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> outubro<br />
<strong>de</strong> 1989 com os seguintes objetivos:<br />
I-Ministrar ensino em grau superior:<br />
1. <strong>de</strong> graduação e pós-<br />
graduação lato sensu e<br />
stricto sensu, visando à<br />
formação <strong>de</strong> profissionais e<br />
especialistas na área<br />
. tecnológica;<br />
2. <strong>de</strong> licenciatura com vistas<br />
à formação <strong>de</strong> professores<br />
especializados para as<br />
disciplinas específicas do<br />
.ensino técnico e<br />
tecnológico;<br />
II- Ministrar cursos técnicos, em<br />
nível <strong>de</strong> segundo grau, visando<br />
á formação <strong>de</strong> técnicos,<br />
instrutores e auxiliares <strong>de</strong> nívelmédio;<br />
III - Ministrar cursos <strong>de</strong> educação<br />
continuada, visando à atualização<br />
e ao aperfeiçoamento<br />
<strong>de</strong> profissionais na área<br />
tecnológica;<br />
IV - Realizar pesquisas aplicadas<br />
na área tecnológica, estimulando<br />
ativida<strong>de</strong>s criadoras e<br />
esten<strong>de</strong>ndo seus benefícios à<br />
continuida<strong>de</strong> mediante cursos<br />
e serviços.<br />
5CONCLUSAO<br />
o 'esforço <strong>de</strong>ste estudo foi para<br />
reconstruir a trajetória do ensino profissional<br />
no Maranhão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua gênese<br />
até a década <strong>de</strong> 80. Embora o<br />
CEFET-MA tenha sido referência básica,<br />
não era <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong>ste estudo<br />
fazer uma análise <strong>de</strong>sta instituição <strong>de</strong>.<br />
ensino profissional, já que a mesma.<br />
encontra-se no livro Empresa e escola<br />
frente aos novos <strong>de</strong>safios da formação<br />
profissional (DIAS, 2000).<br />
Apesar das dificulda<strong>de</strong>s que. o<br />
CEFET-MA vem enfrentando quanto<br />
à formação <strong>de</strong> seus técnicos <strong>de</strong> nível<br />
médio e superior que se dá em um con-<br />
Cad. Pesq., São Luís, v. 12, n. 2, p. 37-50,juU<strong>de</strong>z. 2002. 47
texto <strong>de</strong> mudanças aceleradas que a esc0la<br />
quase sempre não consegue alcançar,<br />
pesquisas tais como (DIAS, 2000), comprovam<br />
que, ainda assim, em um contexto<br />
em que a qualida<strong>de</strong> do ensino público está<br />
em geral comprometida, o CEFET-MA<br />
conquistou uma certa crechbilida<strong>de</strong>junto a<br />
comunida<strong>de</strong> maranhense.<br />
Esta crença no CEFET-MA,<br />
como uma escola pública <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>ve-se muito mais à educação<br />
profissional que, ao longo dos anos o<br />
CEFET-MA vem oferecendo à comunida<strong>de</strong>,<br />
do que o ensino médio que oferece,<br />
isto porque foi somente a partir<br />
da Portaria n° 646, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />
1997, no seu Artigo 3° que<br />
as instituiçõesfe<strong>de</strong>rais<strong>de</strong> educaçãotecnol6gicaficamautorizadas<br />
a manterensino médio,com matriculain<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteda<br />
educação<br />
profissional,oferecendo o máximo<br />
<strong>de</strong> 50% do total <strong>de</strong> vagas<br />
oferecidaspara os cursos regulares<br />
em 1997, observando o<br />
dispostonaLei n" 9394/96.<br />
Desta forma, a educação profissional<br />
<strong>de</strong> nível médio, que, <strong>de</strong> acordo com o<br />
Decreto n° 2.208, <strong>de</strong> 17/04/1997, no seu<br />
Art. 3° compreen<strong>de</strong> os níveis: básico, técnico<br />
e tecnológico, <strong>de</strong>svinculou-se do ensino<br />
médio, mas será <strong>de</strong>senvolvida em<br />
articulação com o ensino regular.<br />
BRASIL. Decreto-lei n" 9.394, <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 1996. Estabelece as diretrizes<br />
e bases da educação nacional. Diário<br />
Oficial (da) República Fe<strong>de</strong>rativa<br />
do Brasil, Po<strong>de</strong>r Executivo, Brasília, DF,<br />
24 <strong>de</strong>z. 1996.<br />
48<br />
REFERÊNCIAS<br />
o que Dias (2000) comprovou<br />
através <strong>de</strong> pesquisas é que, na atualida<strong>de</strong>,<br />
com a nova realida<strong>de</strong> do CEFET-<br />
MA, oferecendo à população<br />
maranhense, não só educação profissional,<br />
mas também o ensino médio, observa-se<br />
uma corrida acelerada dos<br />
alunos das escolas privadas ao CEFET-<br />
MA porque estão fugindo dos altos custos<br />
<strong>de</strong> suas mensalida<strong>de</strong>s em um<br />
contexto em que ou os salários estão<br />
achatados ou mesmo <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> existir,<br />
em função do <strong>de</strong>semprego estrutural.<br />
O CEFET-MA, vem somando<br />
esforços no sentido <strong>de</strong> vencer as dificulda<strong>de</strong>s<br />
que enfrenta no cotidiano, não<br />
só <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> sua tecnologia, que<br />
está bem distante da tecnologia <strong>de</strong> ponta<br />
das empresas mo<strong>de</strong>rnas, mas, sobretudo,<br />
da formação <strong>de</strong> seus professores,<br />
que tem-se tomado uma das gran<strong>de</strong>s<br />
preocupações da instituição que vem<br />
investindo muito na qualificação <strong>de</strong> seus<br />
profissionais, não só a nível <strong>de</strong> Mestrado<br />
mas também <strong>de</strong> Doutorado.<br />
No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> sua trajetória, aos<br />
poucos o CEFET-MA vem conquistando<br />
a credibilida<strong>de</strong> não só do mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho, mas, sobretudo, da própria<br />
socieda<strong>de</strong> maranhense. Desta forma,<br />
tanto os pais como os próprios estudantes<br />
apostam nesta instituição como uma<br />
boa escola <strong>de</strong> ensino médio.<br />
BRASIL. Decreto-lei n" 2.208, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong><br />
abril <strong>de</strong> 1997. Regulamenta o 2° do art.<br />
36 e os arts. 39 e 42 da Lei n" 9~'394,<strong>de</strong><br />
20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996, que estabelece<br />
as diretrizes e bases da educação nacional.<br />
Diário Oficial (da) República Fe-<br />
Cad. Pesq., São Luis, v. J 2, n. 2, p. 37-50,jul.l<strong>de</strong>z. 2002.
d'erativa do Brasil, Po<strong>de</strong>r Executivo,<br />
Brasília, DF, 18 abro 1997.<br />
BRASIL. Portaria n° 646, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> maio<br />
<strong>de</strong> 1997. Regulamenta a implantação do<br />
disposto nos. artigos 39 e 42 da Lei n"<br />
9394/96 e no Decreto n" 2.208/97 e dá<br />
outras providências. Diário Oficial [da)<br />
República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil, Po<strong>de</strong>r<br />
Executivo. Brasília, DF, 15 maio.<br />
1997, Seção l ,<br />
CASTRO, Cláudio <strong>de</strong> Moura; CAR<strong>NO</strong>Y,<br />
Martin. Como anda a reforma da educação<br />
na América Latina? Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />
Fundação Getúlio Vargas, 1997.<br />
DEMO, Pedre. Educação profissional:<br />
<strong>de</strong>safio da competência humana para trabalhar.<br />
Mímeografado.<br />
DIAS, lIzeni Silva. Empresa e escola<br />
frente aos novos <strong>de</strong>safios da formação<br />
profissional. São Luís:·EDUFMA,<br />
2000.<br />
DUPAS, Gilberto. A lógica da economia<br />
global e a exclusão social. Revista Estudos<br />
Avançados, São Paulo, n.34, seU<br />
<strong>de</strong>z. 1998.<br />
FEITOS A, Raimundo Moacir Men<strong>de</strong>s.<br />
Tendências da economia mundial e<br />
ajustes nacionais e regionais. São<br />
Luís: Mestrado em Polfticas Públicas da<br />
UFMA,1998.<br />
FRElT AG, Bãrbara. Escora Esta.do>e<br />
socíeda<strong>de</strong>. 4. ed. São PaOlEo:Moraes,<br />
1986.<br />
MANFREDI. Silvia Maria, Trabalho,<br />
qualificação e competênciapnefissional;<br />
das dimensões conceitueís, e políticas.<br />
Edlucação & Socieda<strong>de</strong>" Campinas, V'.<br />
19,1]. 64, p.13-49, sei. 1998.<br />
PIMENTA, Selma Gartido, Orientação<br />
veeacíonal e <strong>de</strong>cisão: estudo crí:tico da<br />
situação no Brasil. 2. ed, São Paulo:<br />
Loyola, 1986.<br />
ROSA, Mariza Andra<strong>de</strong> Macedo, Políticas<br />
<strong>de</strong> educação tecnológiica no<br />
Maranhãe. 1996. ]46f. Dissertação<br />
(Mestrado em Políticas Públicas) - Centro<br />
<strong>de</strong> Ciências Sociais, Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral do Maranhão, São Luís. 1996.<br />
SKJDMORE, Thomas, Brasih <strong>de</strong> Getúlio<br />
a Castelo (1930-1964) 7. ed. Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro: paz e Terra, 1982.<br />
V AZ, Leopoldo Gil Dulcio. Centro Fe<strong>de</strong>ral<br />
<strong>de</strong> Educação Tecnológica do<br />
Maranhâo: esboço histórico, 1998.<br />
Mimeografado,<br />
Cad..Pesq., São Luís, v. l Z, n. 2, p. 37-50,juU<strong>de</strong>z, 2002: 49