O PODER PÚBLICO NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM ...
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a história da habitação popular no Brasil, a partir do final do século XIX. Com essa<br />
abordagem, pretendemos inserir o caso da população alvo do estudo, no contexto mais<br />
amplo de determinações de suas condições habitacionais. Para isso, basear-nos-emos<br />
principalmente no livro: “Origens da habitação social no Brasil” de Nabil Bonduki, no qual<br />
o autor aborda a história da habitação popular no Brasil no período anterior à ditadura<br />
militar, tendo como cenário principal a cidade de São Paulo e no livro: “O que todo<br />
cidadão precisa saber sobre habitação” de Flávio Villaça, no qual o autor apresenta um<br />
histórico da “involução” das condições habitacionais de grande parte da população<br />
brasileira, a partir do final do século XIX.<br />
Villaça (1986) afirma que a problemática habitacional inicia-se, no Brasil, a partir da<br />
segunda metade do século XIX, com o desenvolvimento do capitalismo, a partir da<br />
introdução de relações de trabalho típicas deste modo de produção. Nesse momento, surge<br />
o “homem livre”, homem que se transforma em um trabalhador despojado, tanto de seus<br />
meios de trabalho, como de seus meios de vida e que dessa forma passa a vender sua força<br />
de trabalho, condição necessária para a reprodução do capital. Neste período também se<br />
instituiu a propriedade privada da terra, transformando-a em mercadoria, passando-a de<br />
meio de produção a meio de especulação.<br />
Com o desenvolvimento do capitalismo, a habitação torna-se mercadoria e, desta<br />
forma, passa a se constituir em um bem cada vez mais difícil de ser adquirido pelos<br />
trabalhadores. A casa é uma mercadoria essencial para a reprodução do trabalhador, no<br />
entanto, não é objetivo do capitalismo fornecer condições para que todos tenham acesso as<br />
mais diversas mercadorias, dentre as quais a casa, pois, o capitalismo precisa de escassez<br />
para sobreviver, para gerar concorrência e para fixar preços.<br />
Esses trabalhadores despossuídos, compostos de antigos moradores de fazendas,<br />
senzalas, imigrantes de outros países etc., migraram para as cidades, gerando o problema<br />
da habitação.<br />
Bonduki (1998) destaca que, nesta época (1880), ocorreu o crescimento da cidade de<br />
São Paulo, devido ao surgimento de atividades urbanas ligadas à atividade cafeeira, o que<br />
gerou a expansão do mercado de trabalho e, conseqüentemente, a concentração de pessoas<br />
mal alojadas, sobretudo imigrantes em busca de trabalho.<br />
Neste contexto, aparece o cortiço, principal e primeira forma para abrigar o “homem<br />
livre”, solução apresentada pela iniciativa privada por meio do aluguel.