14.04.2013 Views

Oratória - Ambiente Virtual de Aprendizagem

Oratória - Ambiente Virtual de Aprendizagem

Oratória - Ambiente Virtual de Aprendizagem

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIDADE 2 :: O ORADOR<br />

Quer fi car calmo? Respire suavemente diante da chama leve<br />

<strong>de</strong> uma vela qua faz sossegadamente seu trabalho <strong>de</strong> luz.<br />

(Bachelard)<br />

Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria <strong>de</strong> ter<br />

um restaurante. Mais precisamente: gostaria <strong>de</strong> ser um cozinheiro.<br />

As cozinhas são lugares que me fascinam, mágicos: ali se prepara<br />

o prazer.<br />

(Rubem Alves – O retorno e terno)<br />

Escrevo como quem cozinha. Minha cabeça é uma cozinha.<br />

O cozinheiro cozinha pensando no prazer que sua arte irá causar<br />

naquele que come. Eu escrevo pensando no prazer que o meu texto<br />

po<strong>de</strong>rá produzir naquele que me lê.<br />

(Rubem Alves – O retorno e terno)<br />

A revelação acontece <strong>de</strong> repente, sem avisar. É bem verda<strong>de</strong><br />

que diariamente nos olhamos no espelho. Mas esse olhar diário é<br />

um ver sem perceber.<br />

(Rubem Alves – O retorno e terno)<br />

Vamos, não chores! / A infância está perdida / A mocida<strong>de</strong><br />

está perdida / Mas a vida não se per<strong>de</strong>u. / O primeiro amor<br />

passou, / O segundo amor passou, / O terceiro amor passou. /<br />

Mas o coração continua. / Per<strong>de</strong>sse o melhor amigo, / Não tentaste<br />

qualquer viagem. / Não possuis casa, navio, terra. / Mas tens um<br />

cão...<br />

(Rubem Alves – O retorno e terno)<br />

...e, <strong>de</strong> repente, um canto da minha memória que o<br />

esquecimento escon<strong>de</strong>u se iluminou, e eu o vi <strong>de</strong> novo, do jeito<br />

como o havia visto pela primeira vez: o quadro.<br />

(Rubem Alves – O retorno e terno)<br />

Foi-se, fi nalmente, o Verão, não sem antes fazer algumas<br />

grosserias e malcriações: trovejou, relampejou, choveu, inundou.<br />

Não queria ir embora. Compreendo. Queria fi car para ver e<br />

namorar o Outono, que é muito mais bonito que ele.<br />

(Rubem Alves – O retorno e terno)<br />

No mistério do Sem-Fim, / equilibra-se um planeta. / E, no<br />

planeta, um jardim, / e, no jardim, um canteiro: / no canteiro, uma<br />

violeta, / e, sobre ela, o dia inteiro / entre o planeta e o Sem-Fim,<br />

/ a asa <strong>de</strong> uma borboleta.<br />

(Rubem Alves – O retorno e terno)<br />

17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!