conceitos e classificações de custos - Editora Saraiva
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www.saraivauni.com.br
Rodney Wernke<br />
Especialista em Gerência <strong>de</strong> Custos e em Contabilida<strong>de</strong> Gerencial pela<br />
Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina (Unisul)<br />
Mestre e doutor em Engenharia <strong>de</strong> Produção e Sistemas pela<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC)<br />
ANÁLISE DE CUSTOS<br />
E PREÇOS DE VENDA<br />
(Ênfase em aplicações e casos nacionais)
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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE<br />
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.<br />
Wernke, Rodney<br />
Análise <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços <strong>de</strong> venda : (ênfase em aplicações e casos<br />
nacionais) / Rodney Wernke. - São Paulo : <strong>Saraiva</strong>, 2005<br />
ISBN 978-85-02-05191-1<br />
85-02-05191-1<br />
ISBN 978-85-02-05191-1<br />
85-02-05191-1<br />
1. Controle <strong>de</strong> custo. 2. Contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custo. 3. Custo industrial.<br />
I. Título<br />
05-1190 CDD: 657.1552<br />
CDU: 657.4<br />
Copyright © Rodney Wernke<br />
2005 <strong>Editora</strong> <strong>Saraiva</strong><br />
Todos os direitos reservados<br />
Direção editorial<br />
Coor<strong>de</strong>nação editorial<br />
Produção editorial<br />
Marketing editorial<br />
Arte e produção<br />
Capa<br />
1ª- edição<br />
1ª- tiragem: 2005<br />
2ª- tiragem: 2006<br />
3ª- tiragem: 2007<br />
4ª- tiragem: 2009<br />
Flávia Alves Bravin<br />
Ana Paula Matos<br />
Gisele Folha Mós<br />
Juliana Rodrigues <strong>de</strong> Queiroz<br />
Rita <strong>de</strong> Cássia da Silva<br />
Daniela Nogueira Secondo<br />
Rosana Peroni Fazolari<br />
Nathalia Setrini<br />
Cia. Editorial<br />
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Contato com o editorial<br />
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Nenhuma parte <strong>de</strong>sta publicação po<strong>de</strong>rá ser<br />
reproduzida por qualquer meio ou forma<br />
sem a prévia autorização da <strong>Editora</strong> <strong>Saraiva</strong>.<br />
A violação dos direitos autorais é crime<br />
estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido<br />
pelo artigo 184 do Código Penal.
SOBRE O AUTOR<br />
RODNEY WERNKE é graduado em Ciências Contábeis, especialista em Gerência<br />
<strong>de</strong> Custos e em Contabilida<strong>de</strong> Gerencial pela Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina<br />
(Unisul), mestre e doutor em Engenharia <strong>de</strong> Produção e Sistemas pela Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC). É professor em cursos <strong>de</strong> graduação e pós-graduação<br />
e consultor na área <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e contabilida<strong>de</strong> gerencial.<br />
Contato com o autor: rodneyw@editorasaraiva.com.br
Prefácio<br />
Este livro tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contribuir para o entendimento dos principais <strong>conceitos</strong><br />
e ferramentas gerenciais aplicáveis à escorreita análise <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços <strong>de</strong> venda<br />
<strong>de</strong> empresas brasileiras. Em linguagem acessível a iniciantes, os capítulos contêm<br />
diversos exemplos numéricos, exercícios <strong>de</strong> fixação e estudos <strong>de</strong> casos nacionais que<br />
facultam um aprendizado mais consistente acerca das metodologias <strong>de</strong> gestão que<br />
integram a obra.<br />
Nesse sentido, a ênfase dada às aplicações e casos voltados para o cotidiano<br />
empresarial brasileiro permite que os leitores assimilem com maior facilida<strong>de</strong> o conteúdo<br />
diversificado que o livro abrange. A abordagem escolhida constitui, ainda, um<br />
diferencial em relação à literatura <strong>de</strong>sta área atualmente disponível no Brasil (em<br />
geral, pródiga em estudos <strong>de</strong> casos da realida<strong>de</strong> norte-americana ou <strong>de</strong> países europeus).<br />
A inclusão <strong>de</strong>sses estudos <strong>de</strong> casos ao longo dos diversos capítulos (mostrados<br />
<strong>de</strong> forma didática e <strong>de</strong>talhada) evi<strong>de</strong>ncia que as ferramentas gerenciais apresentadas<br />
são perfeitamente aplicáveis nas empresas brasileiras, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte<br />
ou segmento <strong>de</strong> atuação, com as adaptações cabíveis ao contexto <strong>de</strong> cada entida<strong>de</strong>.<br />
No que tange à estruturação do livro, este é dividido em quatro partes. A primeira<br />
parte abrange apenas o Capítulo 1, que traz as principais <strong>de</strong>finições e <strong>classificações</strong><br />
relacionadas à gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços, imprescindíveis à utilização a<strong>de</strong>quada das ferramentas<br />
gerenciais mencionadas nos capítulos seguintes.<br />
A segunda parte do livro envolve os capítulos 2 a 6, que discorrem a respeito dos<br />
métodos <strong>de</strong> custeio <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque no ambiente empresarial atual. São apresentadas<br />
as principais características, <strong>de</strong>finições, vantagens e <strong>de</strong>svantagens do Custeio por<br />
Absorção (Capítulo 3), do Custeio Baseado em Ativida<strong>de</strong>s – ABC (Capítulo 4), do<br />
Método UEP (Capítulo 5) e do Custeio Direto ou Variável (Capítulo 6).<br />
A terceira parte do livro abrange os Capítulos 7 a 10. No Capítulo 7 mencionam-se<br />
aspectos relacionados com a Análise Custo/Volume/Lucro, cujos componentes são<br />
<strong>de</strong>talhados nos capítulos posteriores. Assim, o Capítulo 8 <strong>de</strong>staca a Margem <strong>de</strong> Contribuição,<br />
mostra como calculá-la e utilizá-la no gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços <strong>de</strong>
PREFÁCIO<br />
venda. No Capítulo 9 <strong>de</strong>snuda-se a ferramenta gerencial conhecida como Ponto <strong>de</strong><br />
Equilíbrio, enfocando-se as características mais importantes, as diversas possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> aplicações práticas, seus benefícios e as limitações inerentes. O Capítulo 10 aborda<br />
a Margem <strong>de</strong> Segurança e traz um estudo <strong>de</strong> caso que relata a aplicação dos componentes<br />
da Análise Custo/Volume/Lucro, enfocados nesta parte da obra.<br />
A última parte do livro trata da gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> compra e dos preços <strong>de</strong> venda.<br />
Para tanto, no Capítulo 11, enfatiza-se como calcular o custo <strong>de</strong> compra e <strong>de</strong>terminar o<br />
preço <strong>de</strong> venda à vista (orientativo). No 12 abordam-se as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong><br />
<strong>conceitos</strong> oriundos da Matemática Financeira para aprimorar o gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
e preços <strong>de</strong> venda. O Capítulo 13 continua versando a respeito do uso da Matemática<br />
Financeira, mas enfoca <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra e venda consi<strong>de</strong>rando prazos ou datas <strong>de</strong><br />
faturamento e os respectivos impactos no resultado financeiro das empresas. O Capítulo<br />
14 <strong>de</strong>staca as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inclusão do acréscimo financeiro no preço <strong>de</strong> venda à vista<br />
com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o valor a ser cobrado dos clientes pela venda a prazo. No<br />
Capítulo 15, traz-se a lume os diversos aspectos a serem consi<strong>de</strong>rados quando se comercializam<br />
mercadorias em negociações que envolvam (i) prazos <strong>de</strong> pagamento a fornecedores,<br />
(ii) prazos <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> mercadorias e (iii) prazos <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> clientes,<br />
para mensurar o resultado final das vendas efetuadas.<br />
No intuito <strong>de</strong> contribuir com o aprendizado dos leitores, disponibiliza-se a resolução<br />
dos exercícios numéricos propostos ao longo dos capítulos. Para tanto, basta solicitar<br />
arquivos Excel com as respostas respectivas pelo e-mail do autor (rodneyw@editorasaraiva.com.br)<br />
ou obtê-los no site da editora. Pelo mesmo e-mail ou site, os professores<br />
têm à disposição arquivos Power Point para ministrarem aulas a respeito dos<br />
temas discutidos na obra.<br />
Desejo manifestar meus agra<strong>de</strong>cimentos às pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente,<br />
para a elaboração <strong>de</strong>ste livro.Agra<strong>de</strong>ço aos meus amigos Aline A. G. Custódio,<br />
Douglas A. Cláudio, Ivone Junges, Jamilson P. Me<strong>de</strong>iros, Livia C. Moraes, Marcelo<br />
Meurer, Richard Frasson, Ruy G. R. Costa e Thaynã B. Cardoso, que gentilmente concordaram<br />
em opinar a respeito do conteúdo e/ou ofertaram-me valiosas sugestões.<br />
Registro, também, minha gratidão ao professor Dr. Antonio Cezar Bornia, pelos<br />
ensinamentos valiosos que me facultou ao longo do período <strong>de</strong> orientação <strong>de</strong> meu<br />
mestrado e doutorado em Engenharia <strong>de</strong> Produção na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa<br />
Catarina (UFSC) e posteriormente.<br />
Por último, <strong>de</strong>dico esta obra a minha esposa Marluce, a meus pais Benil<strong>de</strong> e Celso,<br />
ao meu irmão Dilnei e à “vó” Natália, em razão da felicida<strong>de</strong> que tenho por conviver<br />
com eles.<br />
O autor
Parte I – Conceitos e Classificações<br />
Capítulo 1 – Conceitos e Classificações <strong>de</strong> Custos<br />
Parte II – Métodos <strong>de</strong> Custeio<br />
Capítulo 2 – Principais Métodos <strong>de</strong> Custeio<br />
Capítulo 3 – Custeio por Absorção (Tradicional)<br />
Capítulo 4 – Custeio Baseado em Ativida<strong>de</strong>s (ABC)<br />
Capítulo 5 – Método UEP<br />
Capítulo 6 – Custeio Direto ou Variável<br />
Parte III – Análise Custo/Volume/Lucro<br />
Capítulo 7 – Análise Custo/Volume/Lucro<br />
Capítulo 8 – Margem <strong>de</strong> Contribuição<br />
Capítulo 9 – Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio<br />
Capítulo 10 – Margem <strong>de</strong> Segurança<br />
Parte IV – Análise <strong>de</strong> Preços <strong>de</strong> Venda<br />
Capítulo 11 – Cálculo do Custo <strong>de</strong> Compra e<br />
Preço <strong>de</strong> Venda Orientativo<br />
SUMÁRIO
ANÁLISE DE CUSTOS E PREÇOS DE VENDA<br />
Capítulo 12 – Aplicações da Matemática Financeira na Gestão<br />
dos Custos <strong>de</strong> Compra e Preços <strong>de</strong> Venda<br />
Capítulo 13 – Outras Aplicações da Matemática Financeira<br />
nas Decisões <strong>de</strong> Compra e Venda<br />
Capítulo 14 – Preço <strong>de</strong> Venda a Prazo<br />
Capítulo 15 – Influência dos Prazos <strong>de</strong> Pagamento <strong>de</strong><br />
Compras, <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Clientes e <strong>de</strong> Estocagem<br />
no Resultado Final das Vendas<br />
Bibliografia
Parte I<br />
Conceitos e<br />
Classificações<br />
Capítulo 1 – Conceitos e<br />
Classificações <strong>de</strong> Custos
CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES<br />
DE CUSTOS<br />
1.1 CONCEITOS BÁSICOS<br />
Capítulo<br />
1<br />
Para gerenciar <strong>custos</strong> e preços é imprescindível compreen<strong>de</strong>r corretamente os <strong>conceitos</strong><br />
relacionados. A interpretação ina<strong>de</strong>quada das várias <strong>de</strong>finições encontradas na<br />
literatura contábil ou administrativa po<strong>de</strong> levar o administrador a equivocar-se quanto<br />
aos fatores que sejam classificáveis como gastos, investimentos, <strong>de</strong>spesas, perdas, <strong>de</strong>sperdícios<br />
e <strong>custos</strong>. Por isso, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empregar tais <strong>conceitos</strong> <strong>de</strong> forma exclusivamente<br />
gerencial, foram adotadas nesta obra as concepções mencionadas a seguir.<br />
O termo Gasto é utilizado para <strong>de</strong>screver as ocorrências nas quais a empresa <strong>de</strong>spen<strong>de</strong><br />
recursos ou contrai uma obrigação (dívida) perante terceiros (fornecedores, bancos<br />
etc.) para obter algum bem ou serviço que necessite para suas operações cotidianas. É<br />
um conceito abrangente e po<strong>de</strong> englobar outros termos comuns na área <strong>de</strong> <strong>custos</strong>. Ou<br />
seja, um gasto po<strong>de</strong> ser relacionado a algum investimento (como a compra <strong>de</strong> máquinas<br />
e equipamentos) ou a alguma forma <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> recursos (<strong>custos</strong> fabris ou <strong>de</strong>spesas<br />
administrativas).<br />
Classificam-se como Investimentos os gastos efetuados na aquisição <strong>de</strong> ativos (bens<br />
e direitos registrados em conta do Ativo no Balanço Patrimonial) com a perspectiva <strong>de</strong><br />
gerar benefícios econômicos em períodos futuros. Por exemplo: quando adquire uma<br />
máquina industrial ou um lote <strong>de</strong> matérias-primas, a empresa <strong>de</strong>sembolsa recursos<br />
com esses ativos, visando um retorno futuro sob a forma <strong>de</strong> produtos fabricados pelo<br />
equipamento ou pela transformação das matérias-primas em produtos elaborados e<br />
sua comercialização com lucro, posteriormente. Contudo, os gastos efetuados com o<br />
manuseio da máquina (salários dos operários, energia elétrica consumida e <strong>de</strong>preciação<br />
pelo <strong>de</strong>sgaste ocasionado pelo uso) e o consumo dos estoques <strong>de</strong> matérias-primas<br />
no processo fabril <strong>de</strong>vem ser enquadrados como <strong>custos</strong>.<br />
O conceito <strong>de</strong> Perdas abrange as ocorrências fortuitas, ocasionais, in<strong>de</strong>sejadas ou<br />
involuntárias no ambiente das operações <strong>de</strong> uma empresa. Assim, o valor relacionado<br />
com a <strong>de</strong>terioração anormal <strong>de</strong> ativos causados por incêndios ou inundações, os furtos
PARTE I – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES<br />
<strong>de</strong> mercadorias ou matérias-primas, o corte equivocado <strong>de</strong> uma peça (tornando-a<br />
imprestável para uso ou reaproveitamento), entre outras possibilida<strong>de</strong>s, são classificáveis<br />
como perdas, pois não fazem parte da normalida<strong>de</strong> das operações da entida<strong>de</strong>.Tais<br />
tipos <strong>de</strong> gastos não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados integrantes dos <strong>custos</strong> <strong>de</strong> fabricação dos<br />
produtos, <strong>de</strong> vez que são fatores oriundos <strong>de</strong> ineficiência interna da empresa.<br />
O conceito <strong>de</strong> Despesas abrange o valor <strong>de</strong>spendido voluntariamente com bens ou<br />
serviços utilizados para obter receitas, seja <strong>de</strong> forma direta ou indireta. Este conceito é<br />
empregado para i<strong>de</strong>ntificar, no caso <strong>de</strong> uma fábrica, os gastos não relacionados com a<br />
produção, mas que são necessários ao funcionamento da organização, ou seja, os gastos<br />
ligados às ativida<strong>de</strong>s gerenciais da empresa (como <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> vendas, <strong>de</strong>spesas<br />
administrativas e <strong>de</strong>spesas financeiras). Como exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas tem-se: gastos<br />
com aluguel, salários e energia elétrica da administração (<strong>de</strong>spesas administrativas),<br />
gastos com juros pagos por atraso na quitação <strong>de</strong> uma duplicata e tarifas <strong>de</strong> manutenção<br />
<strong>de</strong> conta bancária (<strong>de</strong>spesas financeiras) e gastos com comissões <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores e<br />
propaganda (<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> vendas).<br />
Como Custos são classificados os gastos efetuados para fabricar produtos ou prestar<br />
serviços. Portanto, em uma empresa industrial fatores como matérias-primas consumidas;<br />
salários e encargos sociais dos operários da fábrica; combustíveis, energia elétrica e<br />
água utilizadas no processo fabril; seguro do prédio industrial; manutenção e <strong>de</strong>preciação<br />
das máquinas industriais, dos móveis e das ferramentas utilizadas no processo produtivo<br />
(entre outros itens empregados na produção) <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados <strong>custos</strong>.<br />
Outra forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os gastos que po<strong>de</strong>m ser classificados como <strong>custos</strong> é<br />
que esses geralmente ocorrem durante todo o processo produtivo, ou seja, os insumos<br />
<strong>de</strong> produção consumidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase inicial <strong>de</strong> fabricação até a etapa em que o<br />
produto está completamente pronto, disponível para <strong>de</strong>spacho aos clientes da organização<br />
industrial.<br />
De forma simplificada, a diferença entre <strong>custos</strong> e <strong>de</strong>spesas em uma indústria po<strong>de</strong><br />
ser ilustrada conforme a Figura 1.1.<br />
DESPESAS<br />
Gastos voluntários ocorridos no<br />
ambiente administrativo<br />
Figura 1.1 Distinção entre <strong>custos</strong> e <strong>de</strong>spesas.<br />
CUSTOS<br />
Gastos voluntários efetuados no<br />
ambiente fabril (industrial)<br />
O conceito <strong>de</strong> Desperdícios é mais difundido na área da Engenharia <strong>de</strong> Produção do<br />
que na seara contábil ou administrativa e po<strong>de</strong> englobar os <strong>custos</strong> e as <strong>de</strong>spesas utilizados<br />
<strong>de</strong> forma não eficiente. São consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>sperdícios os gastos relacionados<br />
com ativida<strong>de</strong>s que não agregam valor, do ponto <strong>de</strong> vista do cliente, que implicam dispêndio<br />
<strong>de</strong> tempo e dinheiro <strong>de</strong>snecessários aos produtos (ou serviços).
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS<br />
Po<strong>de</strong>m ser enquadrados na categoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios, entre outros, os seguintes<br />
itens:<br />
a) a produção <strong>de</strong> itens <strong>de</strong>feituosos, pois o retrabalho das unida<strong>de</strong>s mal fabricadas ocasiona<br />
um dispêndio <strong>de</strong>snecessário;<br />
b) a movimentação dispensável <strong>de</strong> pessoas, equipamentos, matérias-primas ou produtos;<br />
c) a inspeção <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>1 (assume-se que o produto <strong>de</strong>veria ser fabricado corretamente<br />
em cada setor, <strong>de</strong>scartando uma inspeção adicional);<br />
d) a capacida<strong>de</strong> instalada ociosa (implicando, por exemplo, imobilização <strong>de</strong>snecessária<br />
<strong>de</strong> recursos em estoques altos e área física <strong>de</strong>socupada);<br />
e) a inserção <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes no produto que o comprador não valoriza ao adquiri-lo,<br />
como um remate <strong>de</strong> vinil nas portas dos veículos, que não aparece <strong>de</strong>pois que estiverem<br />
instaladas.<br />
A Figura 1.2 mostra os <strong>conceitos</strong> básicos mencionados associados à sua característica<br />
principal.<br />
Gasto<br />
(po<strong>de</strong> abranger os <strong>de</strong>mais<br />
<strong>conceitos</strong>)<br />
Investimento<br />
(gasto ativado com expectativa<br />
<strong>de</strong> benefício futuro)<br />
Despesa<br />
(gasto administrativo para<br />
obter receita, direta ou<br />
indiretamente)<br />
Figura 1.2 Síntese das <strong>de</strong>finições básicas.<br />
Desperdício<br />
(gasto que não agrega<br />
valor do ponto <strong>de</strong> vista do<br />
cliente)<br />
Perda<br />
(gasto involuntário,<br />
in<strong>de</strong>sejado)<br />
Custo<br />
(gasto no processo <strong>de</strong><br />
fabricação)<br />
Exemplificando os <strong>conceitos</strong> mencionados nessa, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que quando<br />
uma indústria <strong>de</strong> confecções compra um lote <strong>de</strong> matérias-primas está fazendo um<br />
“investimento”(pois registra tal item no ativo e espera um benefício futuro). Quando<br />
1 Para alguns produtos (como os alimentos) há exigências legais <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> inspeção. Nesses<br />
casos a inspeção <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada custo, pois onera a produção e é necessária para o formato final do<br />
produto.
PARTE I – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES<br />
ocorre o corte equivocado do tecido utilizado numa camisa, tornando a matéria-prima<br />
imprestável para uso ou reaproveitamento, classifica-se o valor respectivo como<br />
“perda”, por ser um gasto involuntário ou in<strong>de</strong>sejado.<br />
Os gastos do setor administrativo da empresa, relacionados com salários, encargos<br />
sociais, propaganda, comissões <strong>de</strong> venda, energia elétrica, <strong>de</strong>preciação e manutenção<br />
<strong>de</strong> equipamentos, são enquadráveis como “<strong>de</strong>spesas”, pois ocorrem fora do ambiente<br />
fabril e <strong>de</strong> forma voluntária. Em relação aos valores gastos com salários e encargos dos<br />
operários, com energia elétrica, matérias-primas consumidas, <strong>de</strong>preciação e manutenção<br />
das instalações e das máquinas fabris, ao serem utilizados para elaborar uma camisa<br />
<strong>de</strong>vem ser classificados como “<strong>custos</strong>”.<br />
Quanto aos <strong>de</strong>sperdícios, se a empresa refizer uma peça por problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
os recursos gastos com o retrabalho <strong>de</strong>sse produto po<strong>de</strong>m ser computados como<br />
“<strong>de</strong>sperdícios”. O mesmo se acrescentar um <strong>de</strong>talhe, como um bolso ou uma etiqueta,<br />
que o consumidor não valoriza por ocasião da compra.<br />
As <strong>de</strong>finições e exemplos apresentados po<strong>de</strong>m levar o leitor a indagar sobre o motivo<br />
<strong>de</strong> se distinguir conceitualmente tais tipos <strong>de</strong> gastos, conforme consta da Figura 1.3.<br />
Por que é necessário i<strong>de</strong>ntificar ou distinguir os <strong>conceitos</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, <strong>de</strong>spesas,<br />
perdas, investimentos e <strong>de</strong>sperdícios?<br />
Figura 1.3 Questão importante.<br />
O principal motivo está associado à competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado quanto aos preços<br />
praticados. Explicando: até a algum tempo atrás era mais comum, mas ainda hoje<br />
alguns empresários têm a mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que“todos os gastos da empresa <strong>de</strong>vem ser<br />
pagos por alguém, ou seja, o cliente”. Assim, empregam o procedimento <strong>de</strong> repassar<br />
para o preço <strong>de</strong> venda todos os gastos da organização, quer tenham sido usados <strong>de</strong><br />
forma racional, eficiente, ou não.Talvez seja uma “herança”do período <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> inflação<br />
altas que o Brasil passou até meados da década <strong>de</strong> 1990 quando, pela dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> usar a moeda nacional como referência nas negociações, os preços eram reajustados<br />
periodicamente e os consumidores aceitavam isso como normal.<br />
No início <strong>de</strong>ste século, porém, o consumidor brasileiro passou a ter um referencial,<br />
quanto aos preços <strong>de</strong> mercado, po<strong>de</strong>ndo comparar produtos similares. Desse modo, se<br />
a empresa insistir em repassar todos os seus gastos aos preços <strong>de</strong> venda, inevitavelmente<br />
per<strong>de</strong>rá competitivida<strong>de</strong>.<br />
Mas, quais itens <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados no preço <strong>de</strong> venda? Enten<strong>de</strong>-se que cabe<br />
computar, na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> preços orientativos ou na análise dos preços <strong>de</strong> venda<br />
praticados, todos os <strong>custos</strong> inerentes e somente algumas <strong>de</strong>spesas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam<br />
associadas às vendas dos produtos, como tributos inci<strong>de</strong>ntes sobre vendas ou receitas<br />
operacionais, comissões <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores, taxas <strong>de</strong> franquia cobradas sobre o faturamento,<br />
entre outros.
CAPÍTULO 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS<br />
Os valores <strong>de</strong>correntes das perdas, dos <strong>de</strong>sperdícios e das <strong>de</strong>spesas não ligadas diretamente<br />
às vendas <strong>de</strong>vem ser segregados e não <strong>de</strong>vem ser computados para efeito <strong>de</strong><br />
formação ou análise <strong>de</strong> preços. Esses valores <strong>de</strong>vem ser absorvidos pela empresa pelo<br />
montante gerado <strong>de</strong> lucro nas vendas, uma vez que o comprador não “aceita” pagar<br />
pelas ineficiências da empresa, quer sob a forma <strong>de</strong> perdas ou <strong>de</strong>sperdícios, quer pela<br />
manutenção <strong>de</strong> uma estrutura administrativa ina<strong>de</strong>quada. Alguns comerciantes, por<br />
exemplo, adotam a prática <strong>de</strong> repassar aos preços <strong>de</strong> venda um percentual relacionado<br />
com “provisão para <strong>de</strong>vedores duvidosos”, ocasionado pela inadimplência <strong>de</strong> parte da<br />
clientela. Com tal procedimento estão transferindo um ônus aos clientes que cumprem<br />
suas obrigações, penalizando-os pela ineficiência da empresa em conce<strong>de</strong>r crédito apenas<br />
a bons pagadores.<br />
Da mesma forma, os recursos para novos investimentos <strong>de</strong>vem provir dos lucros<br />
obtidos e não serem provisionados, como alguns comerciantes insistem em fazer, pela<br />
inclusão <strong>de</strong> um valor“x”no preço <strong>de</strong> venda como“reserva para investimentos futuros”.<br />
1.2 PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS<br />
Para facilitar a aplicação das ferramentas gerenciais <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços<br />
que serão abordados nos próximos capítulos é importante classificar os <strong>custos</strong> em categorias<br />
específicas. Entre as várias <strong>classificações</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> existentes na literatura, as<br />
mais utilizadas gerencialmente são as que segregam os <strong>custos</strong> conforme o Quadro 1.1.<br />
Quadro 1.1 Principais <strong>classificações</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
Classificação Categorias<br />
Quanto à facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação no produto Diretos Indiretos<br />
Quanto ao volume produzido no período Variáveis Fixos<br />
1.2.1 Quanto à facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação no produto<br />
Por essa forma <strong>de</strong> segregação os <strong>custos</strong> são classificados em Custos Diretos e Custos<br />
Indiretos.<br />
Os Custos Diretos são os gastos fácil ou diretamente atribuíveis a cada produto<br />
fabricado no período. São aqueles <strong>custos</strong> que po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados com facilida<strong>de</strong><br />
como apropriáveis a este ou àquele item produzido. Por suas características próprias e<br />
objetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação no produto pronto, esses gastos são atribuídos aos artigos<br />
produzidos por medições ou por controles individuais (como a ficha técnica), sem<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se recorrer a algum tipo <strong>de</strong> divisão ou rateio mais complexo. Essa<br />
categoria abrange, então, todos os <strong>custos</strong> efetuados exclusivamente com a fabricação<br />
do produto. Assim, não sendo produzida a unida<strong>de</strong> esses gastos não ocorrem. Os