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conceitos e classificações de custos - Editora Saraiva

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www.saraivauni.com.br


Rodney Wernke<br />

Especialista em Gerência <strong>de</strong> Custos e em Contabilida<strong>de</strong> Gerencial pela<br />

Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina (Unisul)<br />

Mestre e doutor em Engenharia <strong>de</strong> Produção e Sistemas pela<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC)<br />

ANÁLISE DE CUSTOS<br />

E PREÇOS DE VENDA<br />

(Ênfase em aplicações e casos nacionais)


Filiais<br />

Rua Henrique Schaumann, 270 – CEP: 05413-010<br />

Pinheiros – TEL.: PABX (0XX11) 3613-3000<br />

Fax: (0XX11) 3611-3308 – Televendas: (0XX11) 3613-3344<br />

Fax Vendas: (0XX11) 3268-3268 – São Paulo – SP<br />

En<strong>de</strong>reço Internet: http://www.saraivauni.com.br<br />

AMAZONAS/RONDÔNIA/RORAIMA/ACRE<br />

Rua Costa Azevedo, 56 – Centro<br />

Fone/Fax: (0XX92) 3633-4227 / 3633-4782 – Manaus<br />

BAHIA/SERGIPE<br />

Rua Agripino Dórea, 23 – Brotas<br />

Fone: (0XX71) 3381-5854 / 3381-5895 / 3381-0959 – Salvador<br />

BAURU/SÃO PAULO (sala dos professores)<br />

Rua Monsenhor Claro, 2-55/2-57 – Centro<br />

Fone: (0XX14) 3234-5643 / 3234-7401 – Bauru<br />

CAMPINAS/SÃO PAULO (sala dos professores)<br />

Rua Camargo Pimentel, 660 – Jd. Guanabara<br />

Fone: (0XX19) 3243-8004 / 3243-8259 – Campinas<br />

CEARÁ/PIAUÍ/MARANHÃO<br />

Av. Filomeno Gomes, 670 – Jacarecanga<br />

Fone: (0XX85) 3238-2323 / 3238-1331 – Fortaleza<br />

DISTRITO FEDERAL<br />

SIA/SUL Trecho 2, Lote 850 – Setor <strong>de</strong> Indústria e Abastecimento<br />

Fone: (0XX61) 3344-2920 / 3344-2951 / 3344-1709 – Brasília<br />

GOIÁS/TOCANTINS<br />

Av. In<strong>de</strong>pendência, 5330 – Setor Aeroporto<br />

Fone: (0XX62) 3225-2882 / 3212-2806 / 3224-3016 – Goiânia<br />

MATO GROSSO DO SUL/MATO GROSSO<br />

Rua 14 <strong>de</strong> Julho, 3148 – Centro<br />

Fone: (0XX67) 3382-3682 / 3382-0112 – Campo Gran<strong>de</strong><br />

MINAS GERAIS<br />

Rua Além Paraíba, 449 – Lagoinha<br />

Fone: (0XX31) 3429-8300 – Belo Horizonte<br />

PARÁ/AMAPÁ<br />

Travessa Apinagés, 186 – Batista Campos<br />

Fone: (0XX91) 3222-9034 / 3224-9038 / 3241-0499 – Belém<br />

PARANÁ/SANTA CATARINA<br />

Rua Conselheiro Laurindo, 2895 – Prado Velho<br />

Fone: (0XX41) 3332-4894 – Curitiba<br />

PERNAMBUCO/ALAGOAS/PARAÍBA/R. G. DO NORTE<br />

Rua Corredor do Bispo, 185 – Boa Vista<br />

Fone: (0XX81) 3421-4246 / 3421-4510 – Recife<br />

RIBEIRÃO PRETO/SÃO PAULO<br />

Av. Francisco Junqueira, 1255 – Centro<br />

Fone: (0XX16) 3610-5843 / 3610-8284 – Ribeirão Preto<br />

RIO DE JANEIRO/ESPÍRITO SANTO<br />

Rua Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Isabel, 113 a 119 – Vila Isabel<br />

Fone: (0XX21) 2577-9494 / 2577-8867 / 2577-9565 – Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

RIO GRANDE DO SUL<br />

Av. A. J. Renner, 231 – Farrapos<br />

Fone: (0XX51) 3371- 4001 / 3371-1467 / 3371-1567 – Porto Alegre<br />

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SÃO PAULO (sala dos professores)<br />

Av. Brig. Faria Lima, 6363 – Rio Preto Shopping Center – V. São José<br />

Fone: (0XX17) 3227-3819 / 3227-0982 / 3227-5249 – São José do Rio Preto<br />

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SÃO PAULO (sala dos professores)<br />

Rua Santa Luzia, 106 – Jd. Santa Madalena<br />

Fone: (0XX12) 3921-0732 – São José dos Campos<br />

SÃO PAULO<br />

Av. Antártica, 92 – Barra Funda<br />

Fone: PABX (0XX11) 3613-3666 – São Paulo<br />

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE<br />

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.<br />

Wernke, Rodney<br />

Análise <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços <strong>de</strong> venda : (ênfase em aplicações e casos<br />

nacionais) / Rodney Wernke. - São Paulo : <strong>Saraiva</strong>, 2005<br />

ISBN 978-85-02-05191-1<br />

85-02-05191-1<br />

ISBN 978-85-02-05191-1<br />

85-02-05191-1<br />

1. Controle <strong>de</strong> custo. 2. Contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custo. 3. Custo industrial.<br />

I. Título<br />

05-1190 CDD: 657.1552<br />

CDU: 657.4<br />

Copyright © Rodney Wernke<br />

2005 <strong>Editora</strong> <strong>Saraiva</strong><br />

Todos os direitos reservados<br />

Direção editorial<br />

Coor<strong>de</strong>nação editorial<br />

Produção editorial<br />

Marketing editorial<br />

Arte e produção<br />

Capa<br />

1ª- edição<br />

1ª- tiragem: 2005<br />

2ª- tiragem: 2006<br />

3ª- tiragem: 2007<br />

4ª- tiragem: 2009<br />

Flávia Alves Bravin<br />

Ana Paula Matos<br />

Gisele Folha Mós<br />

Juliana Rodrigues <strong>de</strong> Queiroz<br />

Rita <strong>de</strong> Cássia da Silva<br />

Daniela Nogueira Secondo<br />

Rosana Peroni Fazolari<br />

Nathalia Setrini<br />

Cia. Editorial<br />

BUM Design<br />

Contato com o editorial<br />

editorialuniversitario@editorasaraiva.com.br<br />

Nenhuma parte <strong>de</strong>sta publicação po<strong>de</strong>rá ser<br />

reproduzida por qualquer meio ou forma<br />

sem a prévia autorização da <strong>Editora</strong> <strong>Saraiva</strong>.<br />

A violação dos direitos autorais é crime<br />

estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido<br />

pelo artigo 184 do Código Penal.


SOBRE O AUTOR<br />

RODNEY WERNKE é graduado em Ciências Contábeis, especialista em Gerência<br />

<strong>de</strong> Custos e em Contabilida<strong>de</strong> Gerencial pela Universida<strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

(Unisul), mestre e doutor em Engenharia <strong>de</strong> Produção e Sistemas pela Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC). É professor em cursos <strong>de</strong> graduação e pós-graduação<br />

e consultor na área <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e contabilida<strong>de</strong> gerencial.<br />

Contato com o autor: rodneyw@editorasaraiva.com.br


Prefácio<br />

Este livro tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contribuir para o entendimento dos principais <strong>conceitos</strong><br />

e ferramentas gerenciais aplicáveis à escorreita análise <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços <strong>de</strong> venda<br />

<strong>de</strong> empresas brasileiras. Em linguagem acessível a iniciantes, os capítulos contêm<br />

diversos exemplos numéricos, exercícios <strong>de</strong> fixação e estudos <strong>de</strong> casos nacionais que<br />

facultam um aprendizado mais consistente acerca das metodologias <strong>de</strong> gestão que<br />

integram a obra.<br />

Nesse sentido, a ênfase dada às aplicações e casos voltados para o cotidiano<br />

empresarial brasileiro permite que os leitores assimilem com maior facilida<strong>de</strong> o conteúdo<br />

diversificado que o livro abrange. A abordagem escolhida constitui, ainda, um<br />

diferencial em relação à literatura <strong>de</strong>sta área atualmente disponível no Brasil (em<br />

geral, pródiga em estudos <strong>de</strong> casos da realida<strong>de</strong> norte-americana ou <strong>de</strong> países europeus).<br />

A inclusão <strong>de</strong>sses estudos <strong>de</strong> casos ao longo dos diversos capítulos (mostrados<br />

<strong>de</strong> forma didática e <strong>de</strong>talhada) evi<strong>de</strong>ncia que as ferramentas gerenciais apresentadas<br />

são perfeitamente aplicáveis nas empresas brasileiras, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do porte<br />

ou segmento <strong>de</strong> atuação, com as adaptações cabíveis ao contexto <strong>de</strong> cada entida<strong>de</strong>.<br />

No que tange à estruturação do livro, este é dividido em quatro partes. A primeira<br />

parte abrange apenas o Capítulo 1, que traz as principais <strong>de</strong>finições e <strong>classificações</strong><br />

relacionadas à gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços, imprescindíveis à utilização a<strong>de</strong>quada das ferramentas<br />

gerenciais mencionadas nos capítulos seguintes.<br />

A segunda parte do livro envolve os capítulos 2 a 6, que discorrem a respeito dos<br />

métodos <strong>de</strong> custeio <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque no ambiente empresarial atual. São apresentadas<br />

as principais características, <strong>de</strong>finições, vantagens e <strong>de</strong>svantagens do Custeio por<br />

Absorção (Capítulo 3), do Custeio Baseado em Ativida<strong>de</strong>s – ABC (Capítulo 4), do<br />

Método UEP (Capítulo 5) e do Custeio Direto ou Variável (Capítulo 6).<br />

A terceira parte do livro abrange os Capítulos 7 a 10. No Capítulo 7 mencionam-se<br />

aspectos relacionados com a Análise Custo/Volume/Lucro, cujos componentes são<br />

<strong>de</strong>talhados nos capítulos posteriores. Assim, o Capítulo 8 <strong>de</strong>staca a Margem <strong>de</strong> Contribuição,<br />

mostra como calculá-la e utilizá-la no gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços <strong>de</strong>


PREFÁCIO<br />

venda. No Capítulo 9 <strong>de</strong>snuda-se a ferramenta gerencial conhecida como Ponto <strong>de</strong><br />

Equilíbrio, enfocando-se as características mais importantes, as diversas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> aplicações práticas, seus benefícios e as limitações inerentes. O Capítulo 10 aborda<br />

a Margem <strong>de</strong> Segurança e traz um estudo <strong>de</strong> caso que relata a aplicação dos componentes<br />

da Análise Custo/Volume/Lucro, enfocados nesta parte da obra.<br />

A última parte do livro trata da gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> compra e dos preços <strong>de</strong> venda.<br />

Para tanto, no Capítulo 11, enfatiza-se como calcular o custo <strong>de</strong> compra e <strong>de</strong>terminar o<br />

preço <strong>de</strong> venda à vista (orientativo). No 12 abordam-se as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong><br />

<strong>conceitos</strong> oriundos da Matemática Financeira para aprimorar o gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />

e preços <strong>de</strong> venda. O Capítulo 13 continua versando a respeito do uso da Matemática<br />

Financeira, mas enfoca <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra e venda consi<strong>de</strong>rando prazos ou datas <strong>de</strong><br />

faturamento e os respectivos impactos no resultado financeiro das empresas. O Capítulo<br />

14 <strong>de</strong>staca as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inclusão do acréscimo financeiro no preço <strong>de</strong> venda à vista<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o valor a ser cobrado dos clientes pela venda a prazo. No<br />

Capítulo 15, traz-se a lume os diversos aspectos a serem consi<strong>de</strong>rados quando se comercializam<br />

mercadorias em negociações que envolvam (i) prazos <strong>de</strong> pagamento a fornecedores,<br />

(ii) prazos <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> mercadorias e (iii) prazos <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> clientes,<br />

para mensurar o resultado final das vendas efetuadas.<br />

No intuito <strong>de</strong> contribuir com o aprendizado dos leitores, disponibiliza-se a resolução<br />

dos exercícios numéricos propostos ao longo dos capítulos. Para tanto, basta solicitar<br />

arquivos Excel com as respostas respectivas pelo e-mail do autor (rodneyw@editorasaraiva.com.br)<br />

ou obtê-los no site da editora. Pelo mesmo e-mail ou site, os professores<br />

têm à disposição arquivos Power Point para ministrarem aulas a respeito dos<br />

temas discutidos na obra.<br />

Desejo manifestar meus agra<strong>de</strong>cimentos às pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente,<br />

para a elaboração <strong>de</strong>ste livro.Agra<strong>de</strong>ço aos meus amigos Aline A. G. Custódio,<br />

Douglas A. Cláudio, Ivone Junges, Jamilson P. Me<strong>de</strong>iros, Livia C. Moraes, Marcelo<br />

Meurer, Richard Frasson, Ruy G. R. Costa e Thaynã B. Cardoso, que gentilmente concordaram<br />

em opinar a respeito do conteúdo e/ou ofertaram-me valiosas sugestões.<br />

Registro, também, minha gratidão ao professor Dr. Antonio Cezar Bornia, pelos<br />

ensinamentos valiosos que me facultou ao longo do período <strong>de</strong> orientação <strong>de</strong> meu<br />

mestrado e doutorado em Engenharia <strong>de</strong> Produção na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina (UFSC) e posteriormente.<br />

Por último, <strong>de</strong>dico esta obra a minha esposa Marluce, a meus pais Benil<strong>de</strong> e Celso,<br />

ao meu irmão Dilnei e à “vó” Natália, em razão da felicida<strong>de</strong> que tenho por conviver<br />

com eles.<br />

O autor


Parte I – Conceitos e Classificações<br />

Capítulo 1 – Conceitos e Classificações <strong>de</strong> Custos<br />

Parte II – Métodos <strong>de</strong> Custeio<br />

Capítulo 2 – Principais Métodos <strong>de</strong> Custeio<br />

Capítulo 3 – Custeio por Absorção (Tradicional)<br />

Capítulo 4 – Custeio Baseado em Ativida<strong>de</strong>s (ABC)<br />

Capítulo 5 – Método UEP<br />

Capítulo 6 – Custeio Direto ou Variável<br />

Parte III – Análise Custo/Volume/Lucro<br />

Capítulo 7 – Análise Custo/Volume/Lucro<br />

Capítulo 8 – Margem <strong>de</strong> Contribuição<br />

Capítulo 9 – Ponto <strong>de</strong> Equilíbrio<br />

Capítulo 10 – Margem <strong>de</strong> Segurança<br />

Parte IV – Análise <strong>de</strong> Preços <strong>de</strong> Venda<br />

Capítulo 11 – Cálculo do Custo <strong>de</strong> Compra e<br />

Preço <strong>de</strong> Venda Orientativo<br />

SUMÁRIO


ANÁLISE DE CUSTOS E PREÇOS DE VENDA<br />

Capítulo 12 – Aplicações da Matemática Financeira na Gestão<br />

dos Custos <strong>de</strong> Compra e Preços <strong>de</strong> Venda<br />

Capítulo 13 – Outras Aplicações da Matemática Financeira<br />

nas Decisões <strong>de</strong> Compra e Venda<br />

Capítulo 14 – Preço <strong>de</strong> Venda a Prazo<br />

Capítulo 15 – Influência dos Prazos <strong>de</strong> Pagamento <strong>de</strong><br />

Compras, <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Clientes e <strong>de</strong> Estocagem<br />

no Resultado Final das Vendas<br />

Bibliografia


Parte I<br />

Conceitos e<br />

Classificações<br />

Capítulo 1 – Conceitos e<br />

Classificações <strong>de</strong> Custos


CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES<br />

DE CUSTOS<br />

1.1 CONCEITOS BÁSICOS<br />

Capítulo<br />

1<br />

Para gerenciar <strong>custos</strong> e preços é imprescindível compreen<strong>de</strong>r corretamente os <strong>conceitos</strong><br />

relacionados. A interpretação ina<strong>de</strong>quada das várias <strong>de</strong>finições encontradas na<br />

literatura contábil ou administrativa po<strong>de</strong> levar o administrador a equivocar-se quanto<br />

aos fatores que sejam classificáveis como gastos, investimentos, <strong>de</strong>spesas, perdas, <strong>de</strong>sperdícios<br />

e <strong>custos</strong>. Por isso, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empregar tais <strong>conceitos</strong> <strong>de</strong> forma exclusivamente<br />

gerencial, foram adotadas nesta obra as concepções mencionadas a seguir.<br />

O termo Gasto é utilizado para <strong>de</strong>screver as ocorrências nas quais a empresa <strong>de</strong>spen<strong>de</strong><br />

recursos ou contrai uma obrigação (dívida) perante terceiros (fornecedores, bancos<br />

etc.) para obter algum bem ou serviço que necessite para suas operações cotidianas. É<br />

um conceito abrangente e po<strong>de</strong> englobar outros termos comuns na área <strong>de</strong> <strong>custos</strong>. Ou<br />

seja, um gasto po<strong>de</strong> ser relacionado a algum investimento (como a compra <strong>de</strong> máquinas<br />

e equipamentos) ou a alguma forma <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> recursos (<strong>custos</strong> fabris ou <strong>de</strong>spesas<br />

administrativas).<br />

Classificam-se como Investimentos os gastos efetuados na aquisição <strong>de</strong> ativos (bens<br />

e direitos registrados em conta do Ativo no Balanço Patrimonial) com a perspectiva <strong>de</strong><br />

gerar benefícios econômicos em períodos futuros. Por exemplo: quando adquire uma<br />

máquina industrial ou um lote <strong>de</strong> matérias-primas, a empresa <strong>de</strong>sembolsa recursos<br />

com esses ativos, visando um retorno futuro sob a forma <strong>de</strong> produtos fabricados pelo<br />

equipamento ou pela transformação das matérias-primas em produtos elaborados e<br />

sua comercialização com lucro, posteriormente. Contudo, os gastos efetuados com o<br />

manuseio da máquina (salários dos operários, energia elétrica consumida e <strong>de</strong>preciação<br />

pelo <strong>de</strong>sgaste ocasionado pelo uso) e o consumo dos estoques <strong>de</strong> matérias-primas<br />

no processo fabril <strong>de</strong>vem ser enquadrados como <strong>custos</strong>.<br />

O conceito <strong>de</strong> Perdas abrange as ocorrências fortuitas, ocasionais, in<strong>de</strong>sejadas ou<br />

involuntárias no ambiente das operações <strong>de</strong> uma empresa. Assim, o valor relacionado<br />

com a <strong>de</strong>terioração anormal <strong>de</strong> ativos causados por incêndios ou inundações, os furtos


PARTE I – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES<br />

<strong>de</strong> mercadorias ou matérias-primas, o corte equivocado <strong>de</strong> uma peça (tornando-a<br />

imprestável para uso ou reaproveitamento), entre outras possibilida<strong>de</strong>s, são classificáveis<br />

como perdas, pois não fazem parte da normalida<strong>de</strong> das operações da entida<strong>de</strong>.Tais<br />

tipos <strong>de</strong> gastos não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados integrantes dos <strong>custos</strong> <strong>de</strong> fabricação dos<br />

produtos, <strong>de</strong> vez que são fatores oriundos <strong>de</strong> ineficiência interna da empresa.<br />

O conceito <strong>de</strong> Despesas abrange o valor <strong>de</strong>spendido voluntariamente com bens ou<br />

serviços utilizados para obter receitas, seja <strong>de</strong> forma direta ou indireta. Este conceito é<br />

empregado para i<strong>de</strong>ntificar, no caso <strong>de</strong> uma fábrica, os gastos não relacionados com a<br />

produção, mas que são necessários ao funcionamento da organização, ou seja, os gastos<br />

ligados às ativida<strong>de</strong>s gerenciais da empresa (como <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> vendas, <strong>de</strong>spesas<br />

administrativas e <strong>de</strong>spesas financeiras). Como exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas tem-se: gastos<br />

com aluguel, salários e energia elétrica da administração (<strong>de</strong>spesas administrativas),<br />

gastos com juros pagos por atraso na quitação <strong>de</strong> uma duplicata e tarifas <strong>de</strong> manutenção<br />

<strong>de</strong> conta bancária (<strong>de</strong>spesas financeiras) e gastos com comissões <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores e<br />

propaganda (<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> vendas).<br />

Como Custos são classificados os gastos efetuados para fabricar produtos ou prestar<br />

serviços. Portanto, em uma empresa industrial fatores como matérias-primas consumidas;<br />

salários e encargos sociais dos operários da fábrica; combustíveis, energia elétrica e<br />

água utilizadas no processo fabril; seguro do prédio industrial; manutenção e <strong>de</strong>preciação<br />

das máquinas industriais, dos móveis e das ferramentas utilizadas no processo produtivo<br />

(entre outros itens empregados na produção) <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados <strong>custos</strong>.<br />

Outra forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os gastos que po<strong>de</strong>m ser classificados como <strong>custos</strong> é<br />

que esses geralmente ocorrem durante todo o processo produtivo, ou seja, os insumos<br />

<strong>de</strong> produção consumidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase inicial <strong>de</strong> fabricação até a etapa em que o<br />

produto está completamente pronto, disponível para <strong>de</strong>spacho aos clientes da organização<br />

industrial.<br />

De forma simplificada, a diferença entre <strong>custos</strong> e <strong>de</strong>spesas em uma indústria po<strong>de</strong><br />

ser ilustrada conforme a Figura 1.1.<br />

DESPESAS<br />

Gastos voluntários ocorridos no<br />

ambiente administrativo<br />

Figura 1.1 Distinção entre <strong>custos</strong> e <strong>de</strong>spesas.<br />

CUSTOS<br />

Gastos voluntários efetuados no<br />

ambiente fabril (industrial)<br />

O conceito <strong>de</strong> Desperdícios é mais difundido na área da Engenharia <strong>de</strong> Produção do<br />

que na seara contábil ou administrativa e po<strong>de</strong> englobar os <strong>custos</strong> e as <strong>de</strong>spesas utilizados<br />

<strong>de</strong> forma não eficiente. São consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>sperdícios os gastos relacionados<br />

com ativida<strong>de</strong>s que não agregam valor, do ponto <strong>de</strong> vista do cliente, que implicam dispêndio<br />

<strong>de</strong> tempo e dinheiro <strong>de</strong>snecessários aos produtos (ou serviços).


CAPÍTULO 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS<br />

Po<strong>de</strong>m ser enquadrados na categoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios, entre outros, os seguintes<br />

itens:<br />

a) a produção <strong>de</strong> itens <strong>de</strong>feituosos, pois o retrabalho das unida<strong>de</strong>s mal fabricadas ocasiona<br />

um dispêndio <strong>de</strong>snecessário;<br />

b) a movimentação dispensável <strong>de</strong> pessoas, equipamentos, matérias-primas ou produtos;<br />

c) a inspeção <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>1 (assume-se que o produto <strong>de</strong>veria ser fabricado corretamente<br />

em cada setor, <strong>de</strong>scartando uma inspeção adicional);<br />

d) a capacida<strong>de</strong> instalada ociosa (implicando, por exemplo, imobilização <strong>de</strong>snecessária<br />

<strong>de</strong> recursos em estoques altos e área física <strong>de</strong>socupada);<br />

e) a inserção <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes no produto que o comprador não valoriza ao adquiri-lo,<br />

como um remate <strong>de</strong> vinil nas portas dos veículos, que não aparece <strong>de</strong>pois que estiverem<br />

instaladas.<br />

A Figura 1.2 mostra os <strong>conceitos</strong> básicos mencionados associados à sua característica<br />

principal.<br />

Gasto<br />

(po<strong>de</strong> abranger os <strong>de</strong>mais<br />

<strong>conceitos</strong>)<br />

Investimento<br />

(gasto ativado com expectativa<br />

<strong>de</strong> benefício futuro)<br />

Despesa<br />

(gasto administrativo para<br />

obter receita, direta ou<br />

indiretamente)<br />

Figura 1.2 Síntese das <strong>de</strong>finições básicas.<br />

Desperdício<br />

(gasto que não agrega<br />

valor do ponto <strong>de</strong> vista do<br />

cliente)<br />

Perda<br />

(gasto involuntário,<br />

in<strong>de</strong>sejado)<br />

Custo<br />

(gasto no processo <strong>de</strong><br />

fabricação)<br />

Exemplificando os <strong>conceitos</strong> mencionados nessa, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que quando<br />

uma indústria <strong>de</strong> confecções compra um lote <strong>de</strong> matérias-primas está fazendo um<br />

“investimento”(pois registra tal item no ativo e espera um benefício futuro). Quando<br />

1 Para alguns produtos (como os alimentos) há exigências legais <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> inspeção. Nesses<br />

casos a inspeção <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada custo, pois onera a produção e é necessária para o formato final do<br />

produto.


PARTE I – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES<br />

ocorre o corte equivocado do tecido utilizado numa camisa, tornando a matéria-prima<br />

imprestável para uso ou reaproveitamento, classifica-se o valor respectivo como<br />

“perda”, por ser um gasto involuntário ou in<strong>de</strong>sejado.<br />

Os gastos do setor administrativo da empresa, relacionados com salários, encargos<br />

sociais, propaganda, comissões <strong>de</strong> venda, energia elétrica, <strong>de</strong>preciação e manutenção<br />

<strong>de</strong> equipamentos, são enquadráveis como “<strong>de</strong>spesas”, pois ocorrem fora do ambiente<br />

fabril e <strong>de</strong> forma voluntária. Em relação aos valores gastos com salários e encargos dos<br />

operários, com energia elétrica, matérias-primas consumidas, <strong>de</strong>preciação e manutenção<br />

das instalações e das máquinas fabris, ao serem utilizados para elaborar uma camisa<br />

<strong>de</strong>vem ser classificados como “<strong>custos</strong>”.<br />

Quanto aos <strong>de</strong>sperdícios, se a empresa refizer uma peça por problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

os recursos gastos com o retrabalho <strong>de</strong>sse produto po<strong>de</strong>m ser computados como<br />

“<strong>de</strong>sperdícios”. O mesmo se acrescentar um <strong>de</strong>talhe, como um bolso ou uma etiqueta,<br />

que o consumidor não valoriza por ocasião da compra.<br />

As <strong>de</strong>finições e exemplos apresentados po<strong>de</strong>m levar o leitor a indagar sobre o motivo<br />

<strong>de</strong> se distinguir conceitualmente tais tipos <strong>de</strong> gastos, conforme consta da Figura 1.3.<br />

Por que é necessário i<strong>de</strong>ntificar ou distinguir os <strong>conceitos</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, <strong>de</strong>spesas,<br />

perdas, investimentos e <strong>de</strong>sperdícios?<br />

Figura 1.3 Questão importante.<br />

O principal motivo está associado à competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado quanto aos preços<br />

praticados. Explicando: até a algum tempo atrás era mais comum, mas ainda hoje<br />

alguns empresários têm a mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que“todos os gastos da empresa <strong>de</strong>vem ser<br />

pagos por alguém, ou seja, o cliente”. Assim, empregam o procedimento <strong>de</strong> repassar<br />

para o preço <strong>de</strong> venda todos os gastos da organização, quer tenham sido usados <strong>de</strong><br />

forma racional, eficiente, ou não.Talvez seja uma “herança”do período <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> inflação<br />

altas que o Brasil passou até meados da década <strong>de</strong> 1990 quando, pela dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> usar a moeda nacional como referência nas negociações, os preços eram reajustados<br />

periodicamente e os consumidores aceitavam isso como normal.<br />

No início <strong>de</strong>ste século, porém, o consumidor brasileiro passou a ter um referencial,<br />

quanto aos preços <strong>de</strong> mercado, po<strong>de</strong>ndo comparar produtos similares. Desse modo, se<br />

a empresa insistir em repassar todos os seus gastos aos preços <strong>de</strong> venda, inevitavelmente<br />

per<strong>de</strong>rá competitivida<strong>de</strong>.<br />

Mas, quais itens <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados no preço <strong>de</strong> venda? Enten<strong>de</strong>-se que cabe<br />

computar, na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> preços orientativos ou na análise dos preços <strong>de</strong> venda<br />

praticados, todos os <strong>custos</strong> inerentes e somente algumas <strong>de</strong>spesas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam<br />

associadas às vendas dos produtos, como tributos inci<strong>de</strong>ntes sobre vendas ou receitas<br />

operacionais, comissões <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores, taxas <strong>de</strong> franquia cobradas sobre o faturamento,<br />

entre outros.


CAPÍTULO 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS<br />

Os valores <strong>de</strong>correntes das perdas, dos <strong>de</strong>sperdícios e das <strong>de</strong>spesas não ligadas diretamente<br />

às vendas <strong>de</strong>vem ser segregados e não <strong>de</strong>vem ser computados para efeito <strong>de</strong><br />

formação ou análise <strong>de</strong> preços. Esses valores <strong>de</strong>vem ser absorvidos pela empresa pelo<br />

montante gerado <strong>de</strong> lucro nas vendas, uma vez que o comprador não “aceita” pagar<br />

pelas ineficiências da empresa, quer sob a forma <strong>de</strong> perdas ou <strong>de</strong>sperdícios, quer pela<br />

manutenção <strong>de</strong> uma estrutura administrativa ina<strong>de</strong>quada. Alguns comerciantes, por<br />

exemplo, adotam a prática <strong>de</strong> repassar aos preços <strong>de</strong> venda um percentual relacionado<br />

com “provisão para <strong>de</strong>vedores duvidosos”, ocasionado pela inadimplência <strong>de</strong> parte da<br />

clientela. Com tal procedimento estão transferindo um ônus aos clientes que cumprem<br />

suas obrigações, penalizando-os pela ineficiência da empresa em conce<strong>de</strong>r crédito apenas<br />

a bons pagadores.<br />

Da mesma forma, os recursos para novos investimentos <strong>de</strong>vem provir dos lucros<br />

obtidos e não serem provisionados, como alguns comerciantes insistem em fazer, pela<br />

inclusão <strong>de</strong> um valor“x”no preço <strong>de</strong> venda como“reserva para investimentos futuros”.<br />

1.2 PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS<br />

Para facilitar a aplicação das ferramentas gerenciais <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e preços<br />

que serão abordados nos próximos capítulos é importante classificar os <strong>custos</strong> em categorias<br />

específicas. Entre as várias <strong>classificações</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> existentes na literatura, as<br />

mais utilizadas gerencialmente são as que segregam os <strong>custos</strong> conforme o Quadro 1.1.<br />

Quadro 1.1 Principais <strong>classificações</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />

Classificação Categorias<br />

Quanto à facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação no produto Diretos Indiretos<br />

Quanto ao volume produzido no período Variáveis Fixos<br />

1.2.1 Quanto à facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação no produto<br />

Por essa forma <strong>de</strong> segregação os <strong>custos</strong> são classificados em Custos Diretos e Custos<br />

Indiretos.<br />

Os Custos Diretos são os gastos fácil ou diretamente atribuíveis a cada produto<br />

fabricado no período. São aqueles <strong>custos</strong> que po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados com facilida<strong>de</strong><br />

como apropriáveis a este ou àquele item produzido. Por suas características próprias e<br />

objetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação no produto pronto, esses gastos são atribuídos aos artigos<br />

produzidos por medições ou por controles individuais (como a ficha técnica), sem<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se recorrer a algum tipo <strong>de</strong> divisão ou rateio mais complexo. Essa<br />

categoria abrange, então, todos os <strong>custos</strong> efetuados exclusivamente com a fabricação<br />

do produto. Assim, não sendo produzida a unida<strong>de</strong> esses gastos não ocorrem. Os

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