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mativa anual de 200 milhões de pessoas usando DEET para
se proteger de picadas e doenças (2). Segundo a Agência
Americana de Proteção Ambiental (EPA), existem hoje cerca
de 140 produtos à base de DEET, com concentrações desse
ingrediente ativo variando entre 5 a 100%, registrados por
pelo menos 40 empresas do ramo (3,4). São,semdúvida,repel
enteseficientes e populares.
Apesar de conhecido há muito tempo, um estudo recente
indicou que existe ainda um bom debate sobre a maneira
como o DEET funciona repelindo insetos hematófagos (5).
As hipóteses anteriores sugeriam que não é o DEET, é ele
próprio, percebido pelos insetos, mas que funciona porque
mascara ou confunde o sistema olfativo dos mosquitos e
sua percepção aos odores que normalmente usa para nos
encontrar, seja o CO 2 , o ácido lático ou mesmo o 1-octen-3-
-ol. O trabalho recente publicado por SYED e LEAL (5) é mais
categórico. Eles indicam que DEET funciona como repelente
mesmo na ausência do ácido lático, demonstram que os
mosquitos conseguem perceber o odor do DEET e que essa
é a causa direta da repelência.
Nos Estados Unidos da América os produtos comerciais
OFF! ® (marca registrada da empresa SC Johnson), podem ser
encontrados no mercado em várias apresentações, indicando
em seus rótulos concentrações do ingrediente ativo DEET
variando desde baixas, entre 5 e 15%, para o “OFF! ® Family
CareInsectRepellent” (spray, aerossol e lenços), até concentrações
bem altas ou o ingrediente ativo praticamente puro,
como o “OFF! Deep Woods ® ” (Sportsmen Insect Repellent
I, spray), quepossui 98,11% de DEET (7). A mesma empresa
tem no Brasil mais de 50% do mercado de repelentes de
mosquito, comercializando seus produtos “OFF! Repelente
Aerossol Máxima Duração” (com 14,24% i.a.) e o “Repelente
OFF! Kids” (7,12% i.a.), ambos com a quantidade de DEET
relaciona no rótulo. A empresa também comercializa os produtos
“OFF! Repelente Spray Refrescante”, “OFF! Repelente
Loção Hidratante” e “ OFF! Family”, mas esses não apresentam
a concentração de DEET no rótulo.
No Brasil, os repelentes de insetos são regulamentados
como cosméticos e, de acordo com a Câmara Técnica de
Cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (AN-
VISA), os rótulos dos produtos devem conter apenas o tempo
necessário para sua reaplicação com base em testes de
eficácia, obedecendo sempre, quando for o caso, o número
máximo de aplicações. Com relação à concentração de
i.a., os rótulos devem apenas conter diferentes instruções de
acordo com duas faixas de concentrações: até 10% de i.a. e
entre 11% e 30%, mas a concentração exata não precisa ser
declarada.
Desde 1997 temos avaliado repelentes de mosquitos em
nossos laboratórios na Unicamp, padronizando bioensaios
com fêmeas de Aedes aegypti (mosquito da dengue) e Ae.
albopictus (mosquito tigre asiático), comparando preparados
pré-comerciais com o repelente “OFF! Loção Hidratante”,
usado como controle positivo padrão, por ter comprovado
sucesso comercial. Esse produto, que apresentava em seu
rótulo posterior a indicação de possuir “N-N-Dietiltoluamida
7,1%”, foi substituído pelo produto “OFF! Repelente de Insetos,
Novo!, Loção Hidratante com Aloe Vera”, que apresenta
no rótulo posterior o mesmo ingrediente ativo, com outro
nome (DiethylToluamide) e não menciona a sua concentração
na fórmula. Mas, de acordo com o Serviço de Atendimento
ao Consumidor (SAC) da empresa (0800-7076789), esse novo
repelente OFF! possui entre 6% e 9% de DEET. No presente
estudo nós avaliamos a eficácia em repelir mosquitos da antiga
formulação comparada com a nova.
MATERIAIS E MÉTODOS
Os testes foram conduzidos em condições controladas
de laboratório de 25 ± 2 o C de temperatura e 75 ±
5% de umidade relativa, usando-se fêmeas do mosquito
Ae. aegypti de uma colônia mantida desde 1993 (linhagem
Rockefeller, CDC, Atlanta, EUA). Os repelentes foram
avaliados em dedos humanos segundo metodologia que
desenvolvemos anteriormente (9). As mãos dos pesquisadores,
protegidas por luvas de látex, exceto por pedaços
das luvas cortados na região mediana de três dedos, são
oferecidas aos mosquitos em caixas de criação com as
dimensões 90x70x65cm. A área dos dedos exposta foi de
16cm 2 de pele. Dois dedos receberam o tratamento com
20µ de cada formulação, volume previamente estabelecido
como sendo suficiente para saturar aquela área de
pele, e o terceiro dedo permaneceu não tratado. Foram
feitas seis réplicas, sendo duas para a mão de cada um
dos pesquisadores, em dias diferentes.
Foi contado o número de tentativas de picada (quando
os mosquitos pousam e iniciam a inserção do aparelho
bucal) em cada dedo, para um período de 15 minutos. Não
se permitiu que os mosquitos ingerissem sangue, sendo
impelidos a voar assim que iniciassem a picada, pelo toque
suave de uma pena de ave presa à ponta de um bastão.
As avaliações foram feitas em três momentos após a
aplicação (AA) dos produtos. A primeira avaliação foi feita
poucos minutos após aplicados, logo que os produtos foram
absorvidos pela pele, e foi denominada Justamente
Após a Aplicação (JAA). A segunda e a terceira avaliações
foram feitas respectivamente duas e quarto horas após a
aplicação (2hAA e 4hAA), de forma a se verificar o efeito
residual dos tratamentos repelentes. Calculou-se um Índice
percentual de Proteção (IP) às picadas como sendo
IP=((DñP-DP)/DñP)x100, onde DñP é o número de picadas
em dedos não protegidos e DP é o número de picadas em
dedos protegidos (10). A análise estatística foi feita pelo
teste t-Student (p=0,05).
Os produtos avaliados foram “OFF! Repelente de Insetos
Loção Hidratante” Lote 4173001 e “OFF! Repelente de
Insetos Novo! Loção Hidratante” Lote 7089001. O registro
da avaliação foi lavrado em Livro Repel-1, páginas 152 a
155 (Série 45/2007).
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