Katha Upanishad - Antoniojosebotelho.argo.com.br

3.6. Os versos (I, 3, 10-12) 23 se referem ao Purusha como o Supremo Ser, situado<br />
além do Atman e do Imanifesto. Para o autor do texto, Purusha e Brahman seriam<br />
a mesma coisa;<br />
3.7. O verso (II, 1, 4) 24 nos remete mais uma vez, às discussões vedantinas;<br />
3.8. O verso (I, 3, 14) se refere à importância do mestre espiritual na busca da<br />
libertação 25 ;<br />
3.9. Os versos (II, 2, 3-5) 26 se referem a um exercício de Yoga, que consiste em unir<br />
no Chakra Manipura, o Prana e o Apana;<br />
3.10. O verso (II, 3, 17) 27 limita o tamanho do Purusha ao de um polegar. Como<br />
pode o Purusha, que está além do Atman, permeando todo o universo, possuir as<br />
dimensões de um polegar, segundo esta Upanishad? 28 ;<br />
Certamente, esta é uma das mais belas Upanishads. A ansiosa busca espiritual de<br />
Naciketas, consubstanciada na sua última pergunta 29 feita a Yama, tem como<br />
resposta: o Yoga! É o Yoga quem liberta o homem da morte. Yoga foi o que Yama<br />
ensinou a Naciketas 30 .<br />
Registramos como exemplo o verso 15 da Yogatattva Upanishad, à página 183: “O yoguin<br />
esclarecido / de deseja a libertação / deve esforçar-se ao mesmo tempo / por adquirir o<br />
conhecimento / e praticar o Yoga de modo conveniente / pois a fonte da infelicidade está na<br />
ignorância”.<br />
23 Vide sua transcrição no item 2.4 acima.<br />
24 “… Ao realizar o Atman que a tudo permeia o homem não é mais atormentado pelo sofrimento”.<br />
25 Este comentário está ratificado no item 2.7 acima, onde consta o verso mencionado transcrito.<br />
26 Releia, na ordem natural, os versos (II, 2, 3) e (II, 2, 5) já transcritos no item 2.5 acima,<br />
intercalando-os com o verso (II, 2, 4): “Quando o Ser Interno mora no corpo, identificando-se com ele<br />
e em seguida, dele se liberta, o que nesse corpo permanece?”.<br />
27 “Purusha, o Ser Interno do tamanho aproximado de um polegar, sempre mora no coração do<br />
homem. Purusha pode ser separado do corpo humano, mediante a prática da perseverança e da<br />
firmeza, do mesmo modo que alguém retira pacientemente o talo de uma folha de relva. Quem<br />
assim faz, conhece o Ser Interno que é Brilhante e Imortal, sim, que é Brilhante e Imortal” [negrito<br />
meu em função da nota de roda pé n° 22]. Finalizando esse comentário, Tinoco adiciona que “para<br />
residir no coração do homem, Purusha deve ter as dimensões de um polegar; por ser idêntico a<br />
Brahman, Purusha deve ser ilimitado. Esta aparente contradição é uma decorrência da limitação da<br />
linguagem humana para traduzir a equivalência entre Purusha e Brahman”.<br />
28 Talvez possa porque a própria Katha Upanishad assegura no verso (I, 2, 20) que “O Atman, [ que<br />
é] menor do que a menor coisa, [e ao mesmo tempo] maior que qualquer coisa, está oculto nos<br />
corações de todas as criatutras...”. Para tanto, adota-se o comentário 3.6 acima de Tinoco,<br />
combinado com a equação fundamental das Upanishads de que Brahman = Atman.<br />
29 Releia o item 2.11 combinado com o 2.3 acima.<br />
30 Este ensinamento pode e talvez deva ser combinado com a orientação de Patanjali contida no<br />
verso (II, 28) do Yoga Sutras: “Pela prática dos membros do Yoga elimina-se a impureza e obtém-se o<br />
brilho do conhecimento discriminativo” [Martins, Roberto de A. Significado e Bases do Rãja-Yoga.<br />
Rio de Janeiro: Corifeu, 2007; p. 92].<br />
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