baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
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Capítulo III<br />
O Princípio de Tudo<br />
Durante um t<strong>em</strong>po ajudei minha mãe a catar<br />
café no cais do Porto de Santos. Um belo dia,<br />
minha mãe pediu a uma senhora, que também<br />
trabalhava ali, para cuidar de mim enquanto ela<br />
dava um pulo <strong>em</strong> casa para servir o almoço para<br />
meu pai e para meus irmãos. Continuei catando<br />
o café até que caí de um banco e quebrei o braço.<br />
Minha mãe, <strong>em</strong> vez de me levar para a Santa<br />
Casa, me levou para a casa de um hom<strong>em</strong>, um<br />
curandeiro que dava choques elétricos. Ele cuidou<br />
do jeito dele, mas, mesmo assim, meu braço<br />
não parava de doer. Como a dor não parava,<br />
minha mãe me levou ao hospital, uma s<strong>em</strong>ana<br />
depois. E os médicos não queriam me atender.<br />
Para conseguir que eu fosse cuidada, mamãe<br />
teve que inventar um monte de coisas. Disse<br />
que era analfabeta, que morava <strong>em</strong> Cubatão e<br />
que não sabia que precisava ter levado a filha ao<br />
pronto-socorro no dia da queda. Quando r<strong>em</strong>overam<br />
o gesso, meu braço estava inchadíssimo<br />
e tiveram de quebrar o osso novamente para<br />
colocá-lo no lugar. Foi horrível. Mas mamãe era<br />
muito religiosa, <strong>em</strong>bora não fosse de ir à missa.<br />
Por isso, fez uma promessa para Santa Terezinha<br />
e saiu batendo de porta <strong>em</strong> porta pedindo<br />
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