baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
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74<br />
a repercussão da novela. Então, no capítulo final,<br />
fiz<strong>em</strong>os o casamento do meu personag<strong>em</strong> com o<br />
do Tarcísio na Igreja da Consolação, <strong>em</strong> São Paulo.<br />
Mas foi um desastre. A multidão interrompeu o<br />
tráfego da região, atrapalhou a gravação e, até<br />
onde se sabe, danificou alguns objetos da igreja.<br />
Afinal, as pessoas não estavam acostumadas a<br />
esse tipo de gravação. Hoje a TV é algo normal.<br />
Naquela época não era comum gravar cenas externas.<br />
Tudo era uma experiência, uma aventura.<br />
Até então as novelas eram gravadas no palco do<br />
Teatro Cultura Artística, perto da Praça Roosevelt,<br />
<strong>em</strong> São Paulo. E os atores só podiam começar a<br />
trabalhar quando a programação do teatro se<br />
encerrava, por volta da meia-noite. Como nós<br />
precisávamos aproveitar b<strong>em</strong> o t<strong>em</strong>po, ficávamos<br />
lá até às nove, dez horas da manhã. Gravávamos<br />
alucinadamente. Tudo era d<strong>em</strong>orado. Precisava de<br />
um jardim? Esperava montar um banco, colocar<br />
umas plantas, só daí é que rodava. Depois, esperava<br />
desmontar o jardim e montar outro cenário.<br />
Era uma loucura. Só mais tarde é que começamos<br />
a usar os estúdios da Vera Cruz. Foi quando fiz O<br />
Pintor e a Florista, de Cláudio Petraglia, baseado<br />
<strong>em</strong> texto de Alberto Migré. Eu era a florista e o<br />
Armando Bogus era o pintor. E foi a partir daí<br />
que a nossa vida de artista melhorou. Levantava<br />
às cinco da madrugada e começa a gravar às sete<br />
da manhã. Para nós isso já era um luxo.