baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
84<br />
e eu inventamos mais um pretexto para encontrar<br />
os amigos queridos. Assim que eu chegava<br />
<strong>em</strong> São Paulo, preparava um caju amigo e todos<br />
que faziam parte do nosso círculo de amizade<br />
iam <strong>em</strong> casa beber e conversar. Dessa forma,<br />
criamos uma superfamília. O Lima e o Dionísio<br />
moravam pegados à nossa casa. O Walter Stuart<br />
morava pertíssimo, na Rua Bruxelas. Foi um t<strong>em</strong>po<br />
bom, <strong>em</strong> que se trabalhava alucinadamente,<br />
mas também havia um t<strong>em</strong>pinho para se divertir.<br />
Saíamos muito para jantar. Eu era animadíssima.<br />
Já o Airton não. Ele não gostava de sair. N<strong>em</strong><br />
de dançar. Mesmo assim, me acompanhava.<br />
Quando chegava o Carnaval, ele queria morrer.<br />
Porque éramos sócios do Clube Internacional de<br />
Regatas, de Santos, e eu dançava sozinha feito<br />
louca as quatro noites. Para falar a verdade,<br />
s<strong>em</strong>pre fui o tipo de pessoa capaz de dançar até<br />
com as paredes. E o Airton ficava, lá, sentado na<br />
mesa tomando seu uisquinho, esperando eu me<br />
divertir. Nunca se incomodou. Ele me respeitava<br />
muito. Sabia que eu não estava fazendo nada<br />
d<strong>em</strong>ais. O único programa que ele não suportava<br />
– e por isso não me acompanhava de jeito<br />
algum – era teatro. O que era engraçado, pois<br />
o Airton era um hom<strong>em</strong> muito culto. Adorava<br />
ir ao cin<strong>em</strong>a, amava ler.