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Espaçotempos e horizontes na educação de infâncias e ju

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tomar cuidado com o protagonismo individualizado<br />

em que o educando não se preocupa com<br />

o coletivo e só visa benefícios para si próprio”,<br />

avaliou Heck.<br />

A congressista Jaqueline <strong>de</strong> Souza, professora <strong>de</strong><br />

Educação Infantil do Colégio Marista <strong>de</strong> Palmas<br />

(TO), Província Marista Brasil Centro-Norte,<br />

acredita ser prepon<strong>de</strong>rante os educadores refletirem<br />

sobre essa questão, verificando o que<br />

po<strong>de</strong> ser aplicado no dia a dia em seu contexto<br />

<strong>de</strong> trabalho. “Sem dúvida, estamos caminhando<br />

para uma nova era em que a criança começa a ter<br />

uma participação mais ativa no âmbito escolar.<br />

Portanto, cabe aos educadores encabeçarem esse<br />

movimento em busca <strong>de</strong> mudanças. Devemos<br />

voltar nosso olhar para uma nova <strong>educação</strong> e<br />

abando<strong>na</strong>r a utopia das palavras, aplicando, <strong>de</strong><br />

fato, esses princípios, que são a gran<strong>de</strong> tendência<br />

<strong>na</strong> <strong>educação</strong> mundial”, lembrou a professora.<br />

Educação x pobreza<br />

A relação entre <strong>educação</strong> e a pobreza <strong>na</strong> região<br />

latino-america<strong>na</strong> foi outro ponto abordado <strong>na</strong><br />

palestra. De acordo com Liwski, em 2010, a Cepal<br />

(Comissão Econômica para América Lati<strong>na</strong><br />

e o Caribe da ONU), que tem como objetivo o<br />

estudo e a promoção <strong>de</strong> políticas para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da região, já si<strong>na</strong>lizava um aumento<br />

dos jovens que não trabalham e não estudam <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong>.<br />

Dados do ano passado apontam que, dos jovens<br />

entre 25 a 29 anos, ape<strong>na</strong>s 8,3% concluíram o<br />

terceiro grau. Na comparação entre jovens ricos<br />

e pobres, para cada 27 jovens <strong>de</strong> melhor po<strong>de</strong>r<br />

aquisitivo que termi<strong>na</strong>m o 3º grau, ape<strong>na</strong>s um<br />

jovem pobre consegue essa façanha. No sexo<br />

feminino, a situação é ainda mais complexa:<br />

enquanto 80% das mulheres latino-america<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> 15 a 29 anos, com maior renda participam<br />

do mercado <strong>de</strong> trabalho formal no continente,<br />

menos <strong>de</strong> 50% das jovens pobres conseguem<br />

estabelecer vínculos formais.<br />

“São indivíduos abando<strong>na</strong>dos pelos Estados,<br />

que acabam vivendo à margem da socieda<strong>de</strong> e<br />

sendo vítimas <strong>de</strong> grupos inescrupulosos, que<br />

os levam para a vida do crime. Isso incita outra<br />

discussão a respeito da redução da maiorida<strong>de</strong><br />

pe<strong>na</strong>l. Ora, os Estados não oferecem a <strong>educação</strong><br />

16 | brasil marista<br />

Ir. benê Oliveira e Norberto Liwski<br />

básica aos jovens e querem mudar a maiorida<strong>de</strong><br />

pe<strong>na</strong>l?”, questionou.<br />

Para o conferencista, sob essa ótica, os educadores<br />

também têm um papel insubstituível <strong>na</strong><br />

transição dos novos tempos. “Não queremos<br />

substituir o educador e eleger a ditadura da<br />

criança, mas criar um novo espaço para nos relacio<strong>na</strong>rmos,<br />

em que os campos <strong>de</strong> aprendizagem<br />

<strong>de</strong>senvolvam <strong>na</strong> criança todas as suas possibilida<strong>de</strong>s”,<br />

<strong>de</strong>stacou.<br />

O congressista Cristiano Prado Ribeiro, professor<br />

da Escola Marista <strong>de</strong> Maringá (PR), Grupo<br />

Marista, concorda com o conferencista. “Temos o<br />

<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> criar essa cultura, pois o protagonismo<br />

se tor<strong>na</strong> cada dia mais relevante. Por exemplo,<br />

hoje não se po<strong>de</strong> mais trabalhar aulas padronizadas.<br />

O educador tem <strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar à classe e<br />

à realida<strong>de</strong> dos alunos. A<strong>de</strong>quar-se à realida<strong>de</strong><br />

é, <strong>de</strong> certa forma, reconhecer o protagonismo do<br />

educando”, explicou.<br />

Outra congressista, Maria Lúcia Almeida, diretora<br />

da Escola Marista Champag<strong>na</strong>t <strong>de</strong> Contagem<br />

(MG), Província Marista Brasil Centro-Norte,<br />

comentou que os educadores se apropriaram<br />

<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> que precisa ser<br />

aprimorado. “Rever esse mo<strong>de</strong>lo para fortalecer<br />

uma <strong>educação</strong> com foco em direitos humanos, é<br />

fundamental”, expôs.<br />

Irmão Marcelo Allbrandt, da Pastoral do Colégio<br />

Marista <strong>de</strong> Ribeirão Preto (SP), Grupo Marista,<br />

lembrou que em muitas pastorais o protagonismo<br />

já é uma realida<strong>de</strong>. “Toda nossa ação procura<br />

evi<strong>de</strong>nciar que o jovem tem algo a dizer. Colocar<br />

o jovem no papel <strong>de</strong> protagonista resgata o indivíduo”,<br />

<strong>de</strong>clarou o congressista.

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