Espaçotempos e horizontes na educação de infâncias e ju
Espaçotempos e horizontes na educação de infâncias e ju
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A importância da<br />
<strong>educação</strong> familiar<br />
Alinhado à perspectiva <strong>de</strong> que sustentabilida<strong>de</strong><br />
tem a ver com a relação entre o ser humano e<br />
meio em que vive, seja ele <strong>na</strong>tural ou cultural,<br />
Luchesi fez suas pon<strong>de</strong>rações sob um foco psicossociológico,<br />
com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />
o que tem dificultado a sustentabilida<strong>de</strong> e o<br />
que po<strong>de</strong> a<strong>ju</strong>dá-la, individual e coletivamente.<br />
Durante sua exposição, ele citou Lawrence<br />
Kholberg, um psicólogo norte-americano, que<br />
nos anos 1960 <strong>de</strong>dicou-se a compreen<strong>de</strong>r os estágios<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ético do ser humano,<br />
articulados com o <strong>de</strong>senvolvimento psicológico<br />
emocio<strong>na</strong>l. Ele <strong>de</strong>finiu esses estágios em préconvencio<strong>na</strong>l<br />
(ética infantil = “tudo para mim”),<br />
convencio<strong>na</strong>l (ética adulta = “eu cumpro os pactos”)<br />
e pós-convencio<strong>na</strong>l (ética do amor universal<br />
= “estou a serviço da vida”).<br />
Segundo Luchesi, como socieda<strong>de</strong>, 92% da humanida<strong>de</strong><br />
estaria no primeiro estágio da ética,<br />
a infantil, pois focamos nossa atenção em nós<br />
mesmos, nos nossos pares e <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong> em<br />
que vivemos. Para investir numa cultura <strong>de</strong><br />
vida e garantir a sustentabilida<strong>de</strong>, o caminho<br />
seria, segundo o palestrante, a <strong>educação</strong> familiar.<br />
“O caminho é a <strong>educação</strong> familiar, escolar<br />
e social,<strong>de</strong> tal forma que possamos sustentar<br />
relações interpessoais e com o meio com características<br />
adultas, aquelas que garantem a nossa<br />
sobrevivência”, acrescentou.<br />
Leo<strong>na</strong>rdo Boff também reforçou o papel da<br />
<strong>educação</strong> <strong>na</strong> composição <strong>de</strong> mudanças e <strong>de</strong> um<br />
cenário futuro mais promissor. Ele lembrou que<br />
educar significa levar o educando a “apren<strong>de</strong>r a<br />
pensar, apren<strong>de</strong>r a fazer, a ser”. Educar, <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>ssa perspectiva, seria levar o indivíduo ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento como pessoa huma<strong>na</strong>, que<br />
sabe conviver com o próximo e cuidar do meio<br />
ambiente. Numa visão otimista, ele afirmou:<br />
“O legado da crise <strong>de</strong> hoje é uma esperança: a<br />
<strong>de</strong>scoberta do capital humano, espiritual. Até<br />
agora nos concentramos no capital material”.<br />
Ao fi<strong>na</strong>l alertou: “O progresso tocou nos limites<br />
da Terra. O <strong>de</strong>stino nos conclama para um novo<br />
começo, uma maneira nova <strong>de</strong> ver a Terra. Esse é<br />
o nosso <strong>de</strong>safio”. Com essas palavras encerrou a<br />
palestra, convocando a plateia a optar pela vida,<br />
o maior dom <strong>de</strong> Deus, para que não <strong>de</strong>sapareça<br />
da face da Terra.<br />
Cipriano Luckesi, mari<strong>na</strong> silva e Leo<strong>na</strong>rdo boff<br />
brasil marista | 57