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Espaçotempos e horizontes na educação de infâncias e ju

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on<strong>de</strong> possam ficar boa parte do tempo para seu<br />

aprendizado e convivência é item primordial<br />

para sua formação. “Quando organizamos espaços<br />

institucio<strong>na</strong>is estamos, quase sempre,<br />

diminuindo a poesia do cotidiano infantil”, explicou.<br />

Vera acredita que a criação <strong>de</strong> espaços alter<strong>na</strong>tivos<br />

é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio dos programas<br />

educacio<strong>na</strong>is, visto que é necessário se manter a<br />

singeleza da infância, levando-se em conta como<br />

será este tempo <strong>de</strong> vida <strong>na</strong> escola e não o que<br />

será <strong>de</strong>ste tempo. “O espaço ao qual me refiro<br />

não se restringe às pare<strong>de</strong>s da sala <strong>de</strong> aula, mas<br />

a todo o prédio, inclusive as áreas exter<strong>na</strong>s, com<br />

sua beleza, luz <strong>na</strong>tural e presença <strong>de</strong> recursos<br />

que amplificam a experiência pedagógica”, pon<strong>de</strong>rou.<br />

Esta organização <strong>de</strong> espaço revela as maneiras<br />

como os educadores se relacio<strong>na</strong>m com as crianças<br />

e com o tempo para aproximá-las do universo<br />

mágico das histórias, músicas e fantasias<br />

inerentes à infância.<br />

Segundo a professora, todo espaço educa, assim<br />

como a linguagem ou as relações interpessoais.<br />

Portanto, po<strong>de</strong> facilitar ou limitar tudo o que<br />

se aplica à Educação Infantil. Um exemplo <strong>de</strong><br />

limitação seriam os espaços que não favorecem<br />

o atendimento dos interesses das crianças e a realização<br />

das ativida<strong>de</strong>s educativas. A <strong>de</strong>coração,<br />

neste sentido, po<strong>de</strong> ser significativa, ou pobre<br />

e sem expressão, condições que interferem no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Segundo Vera, sob a ótica dos educadores, esses<br />

espaços são fontes <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s, já que a<br />

condição exter<strong>na</strong> favorecerá ou dificultará o processo<br />

<strong>de</strong> crescimento pessoal, condicio<strong>na</strong>ndo o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s educativas que<br />

se <strong>de</strong>seja realizar. A Educação Infantil é, portanto,<br />

um lugar <strong>de</strong> encontro, uma gran<strong>de</strong> biblioteca<br />

<strong>de</strong> estímulos para a ação, um ecossistema<br />

especialmente preparado para que as crianças<br />

se sintam bem e seguras. Por isso, a escola <strong>de</strong><br />

Educação Infantil <strong>de</strong>ve ser acolhedora, uma<br />

espécie <strong>de</strong> “oásis”, on<strong>de</strong> as crianças se sintam<br />

encorajadas a assumir riscos motores, sociais e<br />

intelectuais. “O que mais precisamos nesta faixa<br />

etária é que os pequenos falem e ouçam novas<br />

palavras, a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem ampliar seu universo<br />

linguístico e a comunicação com o mundo ao<br />

44 | brasil marista<br />

seu redor, o que possibilitará o seu crescimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>na</strong>turais”, fi<strong>na</strong>lizou.<br />

Do espaço ao letramento<br />

Vitória Faria, mestre em Educação, <strong>de</strong>dicou a<br />

maior parte <strong>de</strong> sua trajetória docente à Educação<br />

da Infância, tanto como professora quanto<br />

formadora <strong>de</strong> professores em programas <strong>de</strong> formação<br />

continuada.<br />

A professora observou que as profundas mudanças<br />

<strong>de</strong> paradigmas, geradas pelos rápidos<br />

avanços científicos e tecnológicos das últimas<br />

décadas, afetaram significativamente as concepções<br />

acerca da infância, criando a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reformulação <strong>de</strong> conceitos, objetivos<br />

e metodologias <strong>de</strong> ensino. A partir daí, surge<br />

o termo “letramento”. “O conhecimento das<br />

letras é ape<strong>na</strong>s um meio para o letramento, que<br />

é o uso social da leitura e da escrita”, explicou.<br />

Segundo a conferencista, o letramento é mais do<br />

que a própria alfabetização, uma vez que não<br />

ocorre ape<strong>na</strong>s durante <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do tempo da<br />

vida do indivíduo, mas, sim, antes e durante a<br />

alfabetização, e continua para todo o sempre. A<br />

professora também ressaltou a importância do<br />

papel do outro nesse processo, sejam adultos ou<br />

crianças mais experientes, pois é nessa mediação<br />

que a linguagem oral e escrita e o seu uso social<br />

ganham sentido.<br />

Para Claudia Osório <strong>de</strong> Campos, educadora do<br />

Colégio Marista Rosário <strong>de</strong> Porto Alegre (RS),<br />

Província Marista do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, uma<br />

frase proferida pela palestrante Vera Mellis resumiu<br />

a importância do seminário: “Todo ser humano<br />

é competente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>na</strong>sce. Temos <strong>de</strong><br />

dar oportunida<strong>de</strong>s”. Claudia <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “acreditar<br />

no potencial <strong>de</strong> cada estudante, respeitando<br />

seu ritmo, tempo, sua bagagem <strong>de</strong> vida,<br />

motivando-os, encorajando-os, mostrando-lhes<br />

o quão capazes são, acreditar <strong>na</strong> <strong>educação</strong> e<br />

<strong>na</strong> transformação é fundamental, e é isso que<br />

me motiva e me encanta em ser professora”. E<br />

conclui: “Amo muito apren<strong>de</strong>r e ensi<strong>na</strong>r a cada<br />

dia, olhar os olhinhos brilhantes <strong>de</strong> cada um dos<br />

meus pequenos a cada nova <strong>de</strong>scoberta é algo<br />

maravilhoso e incrível!”.

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