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PLATONISMO CRISTÃO? QUE PLATONISMO? - PUC-Rio

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Miguel Spinelli<br />

vida pública e individual), isso fez com que os doutrinadores (vinculados à<br />

ortodoxia do poder religioso) logo se apressassem em discipliná-lo...<br />

2. Subversões de Gregório de Nazianzo<br />

No seu empenho em disciplinar a atividade filosófica (mais<br />

exatamente em disciplinar o "filosofar sobre o divino"), Gregório de<br />

Nazianzo, sob um certo aspecto (amparado pelo poder da ortodoxia<br />

estabelecida), se tornou muito restritivo. Ele dizia generalizadamente que<br />

"sobre o divino não se filosofa" 4 -, mas, ao dizer isso, tinha em mente os<br />

seguintes propósitos: um, acautelar os "filósofos" quanto às heresias, mais<br />

precisamente contra os que, desvinculados da ortodoxia estabelecida, não<br />

tinham nenhuma restrição em submeter a doutrina a um rigoroso exame<br />

racional (uma atitude, aliás, que era tida como de má-fe); outro,<br />

simplesmente afirmar que sobre Deus (ou sobre os assuntos da fé) não se<br />

põe questão, ou melhor, sobre o divino não se discute. Gregório, em<br />

contrapartida, afirmava que era permitido filosofar sobre Deus, mas sob<br />

certas condições: primeira, que essa não era uma tarefa para qualquer um,<br />

mas restrita somente àqueles que se purificaram a si mesmos "pela prática<br />

da filosofia" 5 ; segunda, que só era permitido filosofar sobre Deus aos<br />

indivíduos que alcançaram, antes, a elevação ascética, ou, de acordo com<br />

as suas palavras, que estavam "exercitados e avançados na contemplação<br />

, e que purificaram a alma e o corpo..." 6 .<br />

4 "Não é terrível ser batido sobre o terreno da eloqüência (dizia), uma vez que ela não pertence<br />

a todos; mas é terrível que a divindade seja posta em discussão, porque ela é a esperança de<br />

todo o mundo" (GRÉGOIRE DE NAZIANZE. Discours. XXV, 18, 1224 B C 13-16, p. 202 – Cf.<br />

Bibliografia Utilizada<br />

5 Discours. VI, 1, 723 B 13, p. 122 - Discours 6-12. Introduction, texte critique, traduction et<br />

notes par Marie-Ange Calvet-Sebasti, Paris: Les éditions du CERF, 1995, SC405.<br />

6 Discours. XXVII, 3, 15 D 5-7, p. 76 - Discours 27-31 (Discours théologiques). Introduction,<br />

texte critique, traduction et notes par Paul Gallay, Paris: Les éditions du CERF, 1978, SC250.<br />

160 Boletim do CPA, Campinas, nº 15, jan./jun. 2003

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