14- a representação da mulher em abismo, de pompília ... - Unioeste
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II S<strong>em</strong>inário Nacional <strong>em</strong> Estudos <strong>da</strong> Linguag<strong>em</strong>: 06 a 08 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010<br />
Diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, Ensino e Linguag<strong>em</strong> UNIOESTE - Cascavel / PR<br />
buscavam a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos entre os gêneros. Nesse período, proliferam as<br />
publicações literárias feitas por <strong>mulher</strong>es. As conquistas sociais se esten<strong>de</strong>ram para as<br />
conquistas do campo literário. A literatura <strong>de</strong> autoria f<strong>em</strong>inina brasileira t<strong>em</strong>, aos<br />
poucos, conquistado seu espaço, mas sab<strong>em</strong>os que essa conquista é muito recente. Os<br />
gran<strong>de</strong>s nomes consagrados <strong>da</strong> literatura são, ain<strong>da</strong>, quase que exclusivamente<br />
masculinos, heg<strong>em</strong>onia masculina essa que estabelece a formação do cânone.<br />
Garantindo o espaço literário, a <strong>mulher</strong> passa a ter oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expor suas i<strong>de</strong>ias e<br />
mostrar a sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual, não só no âmbito <strong>da</strong> arte literária, mas também no<br />
<strong>da</strong> crítica.<br />
Com intuito <strong>de</strong> periodizar a história <strong>da</strong> escrita feita por <strong>mulher</strong>es, a norte-<br />
americana Elaine Showalter (1985), um dos mais relevantes nomes <strong>da</strong> crítica f<strong>em</strong>inista,<br />
propõe a divisão <strong>da</strong> literatura <strong>de</strong> autoria f<strong>em</strong>inina <strong>em</strong> fases. A primeira, “Fase f<strong>em</strong>inina”<br />
(f<strong>em</strong>inine) que r<strong>em</strong>ete o processo <strong>de</strong> escrita como imitação e internalização dos valores<br />
e padrões vigentes, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong> a “Fase f<strong>em</strong>inista” (f<strong>em</strong>inist) que busca <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as<br />
minorias e questionar os valores vigentes e a terceira “Fase fêmea” (f<strong>em</strong>ale) que propõe<br />
a busca <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> própria. No Brasil, t<strong>em</strong> seu marco inicial, segundo Elódia<br />
Xavier (1998), <strong>em</strong> meados do século XIX, com a publicação <strong>de</strong> Úrsula (1859), <strong>de</strong><br />
Maria Firmina dos Reis.<br />
A contribuição <strong>de</strong> Showalter foi importante, no sentido <strong>de</strong> estabelecer<br />
parâmetros para nortear<strong>em</strong> os estudos que se refer<strong>em</strong> à literatura <strong>de</strong> autoria f<strong>em</strong>inina,<br />
porém essa classificação não é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma regra fixa, imutável. É perceptível que<br />
mu<strong>da</strong>nças ocorr<strong>em</strong> e continuarão acontecendo e a busca <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> própria é<br />
persegui<strong>da</strong> pela literatura <strong>de</strong> autoria f<strong>em</strong>inina.<br />
Restringindo a discussão para o âmbito <strong>da</strong> literatura <strong>de</strong> autoria f<strong>em</strong>inina<br />
paranaense, é fácil perceber que durante a formação <strong>de</strong>ssa nova socie<strong>da</strong><strong>de</strong> traços<br />
culturais diversos misturaram-se e afetaram diretamente o comportamento provinciano<br />
<strong>de</strong> seu povo. Dessa forma, a <strong>mulher</strong> sofreu o maior impacto <strong>de</strong>ssas mu<strong>da</strong>nças,<br />
principalmente no que se refere a sua conduta. Segundo Níncia Cecília Ribas Borges<br />
Teixeira<br />
O comportamento <strong>da</strong> <strong>mulher</strong> paranaense, conforme o lugar que ocupa<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, é permeado <strong>de</strong> regras e traços <strong>de</strong> uma<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> agrária, que exige um comportamento recatado e<br />
doméstico próprio dos costumes <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas fazen<strong>da</strong>s, regras que<br />
ISSN 2178-8200