visões e desafios na américa latina - America Latina e Marx ...
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De qualquer maneira, para a tranqüilidade dos ideólogos das instituição<br />
fi<strong>na</strong>nceiras inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, ainda se contentam que “em democracias frágeis como<br />
a da Bolívia, a renúncia de um presidente não tem provocado até agora uma ruptura<br />
total da ordem constitucio<strong>na</strong>l, e os atores políticos tem logrado superar as crises<br />
dentro do marco democrático, elemento essencial da curva de aprendizagem que,<br />
de fato, fortalece o pluralismo” (Valenzuela, 2005, p.17).<br />
Nas condições atuais, um novo fator <strong>na</strong> política latino-america<strong>na</strong> vem<br />
ocorrendo: a eleição de gover<strong>na</strong>ntes (a) com respaldo orgânico dessas<br />
mobilizações sociais, (b) advindos dos próprios movimentos sociais, (c) ou então<br />
que se associam a anseios pulverizados dessas classes e setores sociais. Ou seja,<br />
uma das tendências presentes no quadro político latino-americano é a constituição<br />
de governos ou projetos políticos fundamentados em anseios de movimentos<br />
sociais e classes sociais. Esses movimentos retomam os espaços institucio<strong>na</strong>is<br />
tradicio<strong>na</strong>is da política burguesa. (...). Por outro lado, outra dimensão desse<br />
fenômeno é a subordi<strong>na</strong>ção às diretrizes do capital inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Os casos ocorridos no Equador, Bolívia, Venezuela e Brasil são<br />
representativos nesse sentido. (...).<br />
São resultados dessa situação de descontentamento expressões<br />
institucio<strong>na</strong>is, como Hugo Chávez (Venezuela), Lula (Brasil), Néstor Kirchner<br />
(Argenti<strong>na</strong>), Evo Morales (Bolívia), Tabaré Vasquez (Uruguai). Com graus<br />
diferenciados de relação com as políticas neoliberais, expressaram/ca<strong>na</strong>lizaram<br />
anseios sociais e políticos de amplas massas das populações nesses países,<br />
inclusive se propondo a combater os modelos econômicos neoliberais. Ainda nesse<br />
campo eminentemente institucio<strong>na</strong>l burguês, surgem expressões como Humala<br />
(Peru) e Obrador (México).<br />
Lembra-nos Petras (2005) que os “anos dourados” do imperialismo foram<br />
também aqueles em que nenhum presidente eleito ou congresso <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
estabeleceu combate nenhum a tais medidas; pelo contrário, tais políticas foram<br />
endossadas nesses espaços de “democracia” por meio de legislação que permitiu<br />
todo o descalabro dos ajustes neoliberais. São os “governos clientes” do<br />
imperialismo. O quadro político que se desenvolve a partir da entrada do século XXI<br />
é que nesse período Washington desenhou uma política flexível de negociação do<br />
acesso aos governos de uma nova classe política, que ele chama genericamente de