visões e desafios na américa latina - America Latina e Marx ...
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O Consenso de Washington, portanto, foi o encontro realizado <strong>na</strong> capital<br />
norte-america<strong>na</strong>, em novembro de 1989, que teve como objetivo avaliar as reformas<br />
econômicas que já vinham sendo implantadas <strong>na</strong> região. Em verdade, essas<br />
propostas condensadas expressavam as proposições da alta burocracia das<br />
agências econômicas do governo dos Estados Unidos (Federal Reserve Bank),<br />
agências fi<strong>na</strong>nceiras inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is; membros do congresso norte-americano e<br />
consultores econômicos. Em especial essas propostas condensavam as linhas<br />
políticas ortodoxas da doutri<strong>na</strong> neoliberal, como veio ganhando corpo nos Estados<br />
Unidos, desde o período de Ro<strong>na</strong>ld Reagan (1979-1989) e George W. Bush (1989-<br />
1994).<br />
O título do encontro era sugestivo: “Latin <strong>America</strong>n ajustment: How much<br />
hás happended?” (Ajuste latino-americano: Quanto já ocorreu?”). organizado pelo<br />
Institute for Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Economice, funcionários do governo norte-americano e dos<br />
organismo fi<strong>na</strong>nceiros - Banco Mundial, FMI, Banco Interamericano e<br />
Desenvolvimento – e especialistas em assuntos latino-americanos.<br />
O Consenso, portanto, implicou <strong>na</strong> padronização do receituário que se<br />
seguiu <strong>na</strong> década de 1990. Os 10 pontos do receituário foram os seguintes: cortes<br />
<strong>na</strong>s despesas com políticas sociais e investimentos, com o objetivo de “equilibrar” o<br />
orçamento estatal; prioridade ao pagamento de juros das dívidas exter<strong>na</strong>s e inter<strong>na</strong>,<br />
<strong>na</strong>s despesas públicas; reforma fiscal; flexibilização do mercado fi<strong>na</strong>nceiro para a<br />
presença de bancos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e elimi<strong>na</strong>ção de restrições ao fluxo de capital<br />
especulativo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l; equiparação moedas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is ao dólar; elimi<strong>na</strong>ção das<br />
restrições ao investimento estrangeiro; programa de privatizações;<br />
desregulamentação de atividades estratégicas (mineração, transporte, prospecção)<br />
e das relações trabalhistas (reformas); nova lei de patentes, de acordo com<br />
exigências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
A política econômica recente, presentes <strong>na</strong>s negociações com as<br />
instituições inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, refere-se à diminuição da dívida exter<strong>na</strong>. Mas de uma<br />
maneira perversa. Com as taxas de juros elevadas, os governos vendem títulos no<br />
mercado, endividam-se a médio prazo. Com esse montante “ganho” pagam a dívida<br />
e diminuem.<br />
Como verificamos a frente, os ajustes estruturais que estavam propostos no<br />
Consenso de Washigton levaram os países que aceitaram esse receituário a crises,<br />
insolvência econômica e estag<strong>na</strong>ção dos países da região. O México é resultado