O Museu da Emigração e os ''Brasileiros'
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454 MIGUEL MONTEIRO<br />
N<strong>os</strong> conflit<strong>os</strong> académic<strong>os</strong> que se sucederam, lutou pela demissão do reitor ditatorial Basílio<br />
Alberto e soli<strong>da</strong>rizou-se com <strong>os</strong> colegas, por «prepotências <strong>da</strong> corporação militar», incitando-<strong>os</strong> a<br />
abandonar Coimbra e a concentrarem-se no Porto (1864).<br />
Em 1865 é eleito deputado pelo circulo de Fafe, pela op<strong>os</strong>ição democrática, confirmando as<br />
quali<strong>da</strong>des de orador que já se tinham m<strong>os</strong>trado nas lutas académicas e cívicas e que vão ser<br />
confirma<strong>da</strong>s no Parlamento.<br />
Em 1866, é agraciado com a comen<strong>da</strong> de Carl<strong>os</strong> III, de Espanha e admitido como sócio na<br />
Academia Real <strong>da</strong>s Ciências de Lisboa<br />
Na viagem que faz ao Brasil, onde tem parentes ric<strong>os</strong> e influentes, constituindo uma<br />
comuni<strong>da</strong>de numer<strong>os</strong>a, é recebido com uma Carta pública de felicitação, tendo como destinatário<br />
«o eloquente deputado o sr. Vieira de Castro pel<strong>os</strong> cavalheir<strong>os</strong> portugueses naturais de Fafe e<br />
residentes no Rio de Janeiro.»<br />
«Rio de Janeiro, de 23 de Junho de 1865<br />
“Ilustríssimo e ex.mo sr. J<strong>os</strong>é Card<strong>os</strong>o Vieira de Castro<br />
Nós que aspiram<strong>os</strong> o primeiro hálito de vi<strong>da</strong> no mesmo torrão que honraste nascer; nós tão longe<br />
desses sempre viv<strong>os</strong> vales do Minho, que n<strong>os</strong> foram berço e são sau<strong>da</strong>des, d’aquém mar sau<strong>da</strong>m<strong>os</strong> o<br />
conterrâneo exímio que, como astro vivificador do universo, derrama pelo órgão omnipotente de seu<br />
verbo a terra <strong>da</strong> pátria tal luz e esplendor, que ain<strong>da</strong> aquece e alumia aqueles que um destino pouco<br />
amigo arremessou a terras remotas e estrangeiras.<br />
[...] A vós, pois, a quem Deus fadou para tão alt<strong>os</strong> feit<strong>os</strong>, nós, conterrâne<strong>os</strong> exilad<strong>os</strong>, enviam<strong>os</strong><br />
este fraco testemunho <strong>da</strong> n<strong>os</strong>sa admiração e agradecimento pelo ardor com que v<strong>os</strong> empenhais em<br />
melhorar <strong>os</strong> destin<strong>os</strong> <strong>da</strong> pátria, e glorificar o n<strong>os</strong>so berço.”<br />
Albino de Oliveira Guimarães, J<strong>os</strong>é António Vieira de Castro, J<strong>os</strong>é Antero <strong>da</strong> Silva Braga, Albino<br />
Mendes de Oliveira, Augusto Leite de Castro, Fortunato J<strong>os</strong>é de Sousa, Custódio J<strong>os</strong>é <strong>da</strong> c<strong>os</strong>ta Guimarães,<br />
J<strong>os</strong>é Gomes de Oliveira Guimarães, João Pinto Ferreira Subtil, António Gonçalves Guimarães,<br />
Bernardino Ribeiro de Freitas, António Joaquim Pereira de Carvalho, António Gomes <strong>da</strong> Cunha<br />
Sobrinho, J<strong>os</strong>é Vieira <strong>da</strong> C<strong>os</strong>ta e Silva, António Luís de Oliveira, António J<strong>os</strong>é Ferreira de Sousa<br />
Guimarães, J<strong>os</strong>é Maria Monteiro de Camp<strong>os</strong>, Ag<strong>os</strong>tinho Gonçalves Guimarães, António Gomes de<br />
Castro, Manuel Moreira Fonseca. 7<br />
J<strong>os</strong>é Card<strong>os</strong>o responde em carta publica<strong>da</strong> em 20 de Julho de 1865, dirigi<strong>da</strong> ao Comen<strong>da</strong>dor<br />
Albino de Oliveira Guimarães, agradece as referências elogi<strong>os</strong>as que lhe são feitas pela comuni<strong>da</strong>de<br />
de fafenses e que o iriam receber<br />
Embarca neste mesmo ano para o Brasil, fazendo-se acompanhar de uma edição de 10000<br />
exemplares d<strong>os</strong> seus discurs<strong>os</strong> parlamentares, publicad<strong>os</strong> nesse ano.<br />
Ao chegar ao Brasil, instala-se na Chácara de primo e Comen<strong>da</strong>dor J<strong>os</strong>é António Vieira de<br />
Castro, um d<strong>os</strong> signatári<strong>os</strong> <strong>da</strong> carta pública de recepção, sendo recebido com honras invulgares,<br />
inclusive pelo imperador, que o condecorou com o grau de cavaleiro <strong>da</strong> Ordem <strong>da</strong> R<strong>os</strong>a.<br />
7 cf. Gazeta de Portugal, 25-07-1865, Lisboa