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O Museu da Emigração e os ''Brasileiros'

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450 MIGUEL MONTEIRO<br />

Arabic 1.5. Retorno definitivo e as expressões <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> púbica e priva<strong>da</strong><br />

A Implantação <strong>da</strong> República no Brasil não será alheia ao fato do Comen<strong>da</strong>dor Albino de<br />

Oliveira Guimarães regressar definitivamente a Fafe, por volta de 1890, altura em que vende a<br />

casa que p<strong>os</strong>suía na rua de São Clemente, Rio de Janeiro, por cem cont<strong>os</strong> de réis, local onde agora<br />

se encontra a Fun<strong>da</strong>ção Casa de Rui Barb<strong>os</strong>a,.<br />

Chegado a Fafe, instala-se com a família na Casa <strong>da</strong> Macieira, em Pardelhas, onde o sogro,<br />

pai de Luiza Mendes de Oliveira e Castro tinha nascido. Nessa casa ain<strong>da</strong> são visíveis <strong>os</strong> vestígi<strong>os</strong><br />

do que fora um edifício residencial agrícola ou Casal Medieval e senhorio de uma grande<br />

proprie<strong>da</strong>de agrícola, e símbolo de uma família “terra-tenente” do século XVII e XVIII.<br />

O retorno do Comen<strong>da</strong>dor a Portugal e de muit<strong>os</strong> outr<strong>os</strong> emigrantes do Brasil, na segun<strong>da</strong><br />

metade do século XIX, teve um impacto muito significativo na História e Cultura portuguesa. A<br />

eles se pode atribuir o papel de transformadores de um Portugal rústico e medieval num Portugal<br />

urbano e Moderno, nomea<strong>da</strong>mente na construção de casas nas novas Vilas com sede administrativa<br />

liberal, estra<strong>da</strong>s, a sua forte presença n<strong>os</strong> órgã<strong>os</strong> de administração pública, na fun<strong>da</strong>ção de Banc<strong>os</strong><br />

e casas comerciais, na proliferação do telégrafo trazendo para Portugal o que o Rio de Janeiro<br />

instituíra como indicador de moderni<strong>da</strong>de.<br />

Ao comen<strong>da</strong>dor Albino O. Guimarães ficou a dever-se a iniciativas de natureza filantrópica,<br />

nomea<strong>da</strong>mente a construção <strong>da</strong> Igreja Nova de São J<strong>os</strong>é e a sua participação <strong>da</strong> comissão fun<strong>da</strong>dora<br />

do H<strong>os</strong>pital de São J<strong>os</strong>é Fafe que reuniu em 8 de Abril de 1858, no Rio de Janeiro, onde um<br />

grupo de fafenses decide construir um H<strong>os</strong>pital em Fafe, sendo este edifício uma cópia do imóvel<br />

<strong>da</strong> Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro. As festivi<strong>da</strong>des do início <strong>da</strong> obra ocorrem em<br />

1959, sendo a inauguração oficial do H<strong>os</strong>pital de Fafe em 1863, sendo evidente a presença de<br />

símbol<strong>os</strong> que remete para a relação d<strong>os</strong> fun<strong>da</strong>dores com a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de Maçom.<br />

Foi grande proprietário rural em Freitas; na Ranha e Pardelhas, Fafe; em Quinchães e, em<br />

São Romão de Arões, adquiriu, além <strong>da</strong>s quintas, a casa e Quinta <strong>da</strong> Arrochela, contando, a n<strong>os</strong>sa<br />

informadora privilegia<strong>da</strong>, antiga cria<strong>da</strong> <strong>da</strong> casa, dezoito quintas no total.<br />

Na ci<strong>da</strong>de de Fafe construiu, na Aveni<strong>da</strong> <strong>da</strong> Estação, hoje 5 de Outubro, a sua segun<strong>da</strong> casa,<br />

com <strong>da</strong>ta de 1908, onde actualmente está instala<strong>da</strong> a Repartição local <strong>da</strong>s Finanças, e inscrevendo-<br />

-se num d<strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> mais interessantes <strong>da</strong> Literatura portuguesa sobre a arquitectura <strong>da</strong> época,<br />

sendo as facha<strong>da</strong>s a expressão maior <strong>da</strong> exuberância burguesa de retorno, e que deu origem a<br />

expressão - Casa do Brasileiro<br />

Em 1907 participa <strong>da</strong> comissão organizadora <strong>da</strong>s festivi<strong>da</strong>des comemorativas <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> do<br />

Caminho-de-ferro a Fafe, comp<strong>os</strong>ta por «Brasileir<strong>os</strong>» e ilustres de Fafe, lideres do partido<br />

monárquico local, numa altura em que <strong>os</strong> vent<strong>os</strong> <strong>da</strong> República portuguesa já pairavam no ar.<br />

A ele ficou a dever-se o financiamento <strong>da</strong> construção do Passeio Público de Fafe, cujo contrato<br />

foi assinado em 2 de Março de 1890 com Domingues Fernandes e Francisco Pereira, referindo o<br />

Contrato que “tendo o primeiro contratante deliberado fazer à sua conta to<strong>da</strong> a obra projecta<strong>da</strong> para<br />

o jardim ou passeio público do Calvário, segundo a planta (…), bem como o encanamento e canalização<br />

<strong>da</strong> água para o tanque que fica por baixo do esca<strong>da</strong>rio <strong>da</strong> frente (…) pela quantia quatro cont<strong>os</strong> e<br />

duzent<strong>os</strong> mil de Réis”. 3<br />

3 Documento de Arquivo de família à guar<strong>da</strong> do <strong>Museu</strong> <strong>da</strong> <strong>Emigração</strong>

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