O JOCA BRINCA COM AS CORES
O JOCA BRINCA COM AS CORES
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– Há muito amarelo por aí, não há? – e fez um gesto que<br />
abrangia a esplanada, o toldo, as pessoas que passavam na<br />
rua, os automóveis, os prédios em frente, as outras ruas, as<br />
casas das outras ruas, a cidade, o país, a terra e o céu.<br />
Enfim, gesto largo, muito largo...<br />
A mãe esclareceu:<br />
– Claro que há coisas amarelas, outras azuis, outras<br />
vermelhas, outras verdes. E há cores intermédias: cor de<br />
laranja, azul marinho, violeta, cor-de-rosa... As cores estão<br />
espalhadas pelo mundo, para alegria dos olhos dos<br />
meninos e dos homens. Tu ainda não conheces todas as<br />
cores, mas hás-de conhecê-las.<br />
– Todas? – pergunta o Joca, ansioso.<br />
Um ventinho ligeiro enfunava o toldo verde escuro da<br />
esplanada, arrepiava as folhas verdes, de um verde<br />
clarinho, das acácias, agitava uma blusa verde-garrafa, a<br />
secar numa janela. Mas há mais verdes, tantos mais que<br />
nós não contamos por preguiça...<br />
A mãe do Joca via o que nós víamos. Por isso respondeu<br />
assim:<br />
– Nunca conseguimos conhecer as cores todas, porque<br />
não há duas cores iguais. É fácil dizer: aquilo é azul, mas<br />
há tantos azuis... Baptizar uma cor é, afinal, muito difícil.<br />
Percebeste, Joca?<br />
De olhos muito abertos, virados para a mãe, o Joca só os<br />
pestanejou quando, à pergunta, respondeu que não<br />
percebera.<br />
– Vou comprar-te uma caixa de tintas – disse-lhe a mãe.<br />
– Hás-de aprender por ti.<br />
É o que está a acontecer. O Joca mais a sua caixa de<br />
aguarelas andam a aprender. O Joca aprende a trabalhar<br />
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