OS FLAGELADOS - Eduardo Campos
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até às 2 da tarde. Durante o dia a athmosphera esteve<br />
sempre carregada; reinando completa calmaria. O<br />
pluviometro mediu 27,60 m.m. a terceira chuva do anno.<br />
2.8.1877<br />
HORRORES DA SECCA (editorial)<br />
No Crato, segundo testemunha de um irmão do sr.<br />
Nicolau Arraes, que por lá acaba de passar, já pereceram a<br />
fome ou em consequencia della, 50 e tantas pessoas. Em<br />
Lavras segundo afirmou o colletor geral, o vigário e a<br />
comissão de socorros, 10 pessoas; no Araripe, segundo o<br />
testemunho do cidadão João Gualberto de Oliveira G., 2<br />
pessoas; no Jardim, uma creança em presença da comissão<br />
de socorros;” etc, etc.<br />
12.9.1877<br />
CORRESPONDÊNCIA DO INTERIOR – SECCA<br />
Assaré, 14 de agosto de 1877. Diz-nos d’ali uma<br />
pessoa circunspecta:<br />
“O dinheiro fornecido pelo Exmo. presidente da provincia<br />
há quatro dias concluiu – e já o povo se acha em<br />
quasi completo desespero; ameaçam até de forçar as casas<br />
que tiverem farinha para d’ella munir-se e emigrar...<br />
.....................................................................................<br />
Quixeramobim, 19 de setembro de 1877 – Uma carta<br />
do padre Salviano Pinto Brandão, vigário da freguesia, diz<br />
o seguinte:<br />
“Si não houverem algumas chuvas que façam rebentar<br />
nova rama, vae perecer inteiramente o resto do gado<br />
vaccum e cavalíar e então havendo inverno em 1878,<br />
suponho que acharão dezerto o nosso Quixeramobim.”<br />
14.9.1877<br />
134 EDUARDO CAMP<strong>OS</strong>