OS FLAGELADOS - Eduardo Campos
OS FLAGELADOS - Eduardo Campos
OS FLAGELADOS - Eduardo Campos
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
chegam para saciar a fome dos miseráveis por alguns dias.<br />
A primeira remessa já está concluída, a obra do açude<br />
começada, paralisada, o povo necessitado sem trabalho –<br />
portanto sem pão. Já almejamos pela segunda remessa<br />
em Sobral, para dali ser transportada em carros puxados<br />
a mão, como foi parte da primeira. E doloroso ver 20 homens<br />
atrelados a um carro carregado e transportarem-no na<br />
distancia de 11 léguas, por caminhos péssimos, porem taes<br />
são as nossas condições!”<br />
28.10.1877<br />
ARRAIAES DE IMIGRANTES<br />
Vai muito adiantada a construção dos arraiaes<br />
mandados edificar na rua D. Pedro e cujas obras achão-se<br />
sob a direção do Sr. Tenente Felippe Sampaio. Estão já<br />
prontas e habitadas mais de cem casinhas e outras tantas<br />
provisoriamente cobertas a palha.<br />
.....................................................................................<br />
– Sobre o morro do Coroatá está sendo também construído<br />
um outro abarracamento de palhoças para os<br />
retirantes, confiados à zelosa administração do nosso amigo<br />
João Sampaio.<br />
11.11.1877<br />
ESCRAVA FUGIDA (Anuncio)<br />
No dia 14 do corrente fugiu a minha escrava Jacintha,<br />
idade 24 annos, altura regular, e cheia de corpo; o rosto<br />
seria regular se não fosse um pouco buxeixuda, cabelos<br />
crescidos e carapinhos, olhos grandes, nariz chato, boca<br />
regular, e beiços grossos, cor parda, talla descançada e<br />
grossa, hombros levantados e largos, pés apapagaiados, e<br />
136 EDUARDO CAMP<strong>OS</strong>