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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS<br />
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS<br />
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TURISMO<br />
IMAGEM E MARKETING TURÍSTICO: ANÁLISE DO MATERIAL<br />
PROMOCIONAL DISTRIBUÍDO PELA BELOTUR E SUA INFLUÊNCIA<br />
NA DIVULGAÇÃO DA CIDADE DE BELO HORIZONTE<br />
Belo Horizonte,<br />
Dezembro de 2006<br />
Daniela Soares Coelho Jácome
Daniela Soares Coelho Jácome<br />
IMAGEM E MARKETING TURÍSTICO: ANÁLISE DO MATERIAL<br />
PROMOCIONAL DISTRIBUÍDO PELA BELOTUR E SUA INFLUÊNCIA<br />
NA DIVULGAÇÃO DA CIDADE DE BELO HORIZONTE<br />
Monografia apresentada ao Curso de Turismo<br />
do Instituto de Geociências da Universidade<br />
Federal de Minas Gerais para obtenção de título<br />
de Bacharel em Turismo.<br />
Belo Horizonte<br />
Instituto de Geociências da <strong>UFMG</strong><br />
Dezembro de 2006<br />
Orientadora: Ana Paula Guimarães Santos<br />
2
FOLHA DE APROVAÇÃO<br />
DANIELA SOARES COELHO JÁCOME<br />
<strong>Imagem</strong> e Marketing Turístico: Análise do material promocional distribuído pela Belotur e<br />
sua influência na divulgação da cidade de Belo Horizonte<br />
Banca Examinadora<br />
Professora Ana Paula Guimarães Santos<br />
Professora Cláudia Freitas Magalhães<br />
Belo Horizonte, dezembro de 2006.<br />
Monografia apresentada como exigência<br />
para a obtenção do Título Bacharel em<br />
Turismo à Universidade Federal de Minas<br />
Gerais, no curso de graduação em<br />
Turismo.<br />
3
RESUMO<br />
Esta pesquisa buscou avaliar como as imagens de Belo Horizonte são divulgadas pelo órgão<br />
responsável por sua promoção turística, a Belotur, Empresa Municipal de Turismo de Belo<br />
Horizonte. Por meio de uma fundamentação teórica, nota-se a importância que a imagem<br />
possui na divulgação de destinações turísticas, sendo que sua utilização pode ser estratégica<br />
dentro dos planos de <strong>marketing</strong>. Para ser eficaz, as imagens utilizadas em propagandas devem<br />
aproximar-se da realidade. Para isso, optou-se pela comparação entre as imagens promovidas<br />
pela Belotur, que foram distribuídas no período compreendido entre janeiro a novembro de<br />
2006, com outros tipos de materiais, que são imparciais quanto à necessidade de persuadir um<br />
público a conhecer uma determinada destinação. Para que a comparação fosse eficiente,<br />
optou-se por mensurar as imagens dos materiais consultados para a pesquisa, por meio de um<br />
modelo teórico desenvolvido pelos autores Echtner e Ritchie. Dessa forma, este trabalho<br />
definiu quais são as imagens propaladas pelo material de propaganda turística impresso<br />
distribuído pela Belotur, se estas imagens condizem com a realidade e, principalmente, se tal<br />
divulgação é favorável à promoção do turismo na cidade.<br />
Palavras-chave: imagem, <strong>marketing</strong>, promoção turística, material promocional, mensuração de<br />
imagens.<br />
4
LISTA DE FIGURAS<br />
FIGURA 1 Informações que interferem nos objetivos da empresa _________________<br />
FIGURA 2 Marketing: atenção aos fatores que influem na produção e no consumo ____ 19<br />
FIGURA 3 Esquema geral do processo de <strong>marketing</strong>____________________________ 20<br />
FIGURA 4 Lista de peças e formatos adequados às técnicas e aos objetivos de<br />
<strong>marketing</strong> ____________________________________________________<br />
FIGURA 5 Sete fases da experiência de uma viagem ____________________________ 32<br />
FIGURA 6 Fatores que influenciam a formação da imagem turística para<br />
consumidores _________________________________________________ 33<br />
FIGURA 7 Fatores da <strong>Imagem</strong> e seus atributos _________________________________ 35<br />
FIGURA 8 Exemplo ilustrativo dos quatro componentes da imagem de destinações.<br />
(Nepal) _______________________________________________________ 40<br />
FIGURA 9 Os componentes de uma imagem de destinações em seus três aspectos ______ 41<br />
FIGURA 10 Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens<br />
percebidas em materiais imparciais, nas dimensões: Características<br />
funcionais X psicológicas; e holístico X atributo _______________________ 63<br />
FIGURA 11 Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens<br />
percebidas em materiais imparciais, nas dimensões: Características<br />
funcionais X psicológicas; e comum X único _________________________ 66<br />
FIGURA 12 Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens<br />
percebidas em materiais imparciais, nas dimensões: comuns X<br />
únicas; e atributo X holístico ________________________________________ 69<br />
FIGURA 13 Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens<br />
Percebidas no material promocional da Belotur, nas dimensões:<br />
Características funcionais X psicológicas; e holístico X atributo __________ 71<br />
FIGURA 14 Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens<br />
Percebidas no material promocional da Belotur, nas dimensões:<br />
Características funcionais X psicológicas; e comum X único _____________ 72<br />
FIGURA 15 Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens<br />
Percebidas no material promocional da Belotur, nas dimensões:<br />
comuns X únicas; e atributo X holístico ______________________________ 74<br />
18<br />
27<br />
5
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />
AMM – Associação Mineira de Municípios<br />
Belotur – Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte<br />
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento<br />
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo<br />
FID – Festival Internacional de Dança<br />
FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos<br />
FIT – Festival Internacional de Teatro<br />
OMT – Organização Mundial do Turismo<br />
ONU – Organização das Nações Unidas<br />
ProParque – Programa de Recuperação e Obras nos Parques<br />
<strong>UFMG</strong> – Universidade Federal de Minas Gerais<br />
UIOOT - União Oficial das Organizações Oficiais do Turismo<br />
PUC – MG – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais<br />
Sindhorb - Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Belo Horizonte<br />
6
SUMÁRIO<br />
1 – INTRODUÇÃO _______________________________________________________<br />
1.1 - A contextualização da imagem e do <strong>marketing</strong> no turismo _____________________<br />
2 - OBJETIVOS__________________________________________________________<br />
3 – METODOLOGIA _____________________________________________________ 13<br />
3.1 – Procedimentos metodológicos ___________________________________________ 14<br />
4 – REFERENCIAL TEÓRICO ______________________________________________<br />
17<br />
4.1 – Marketing Turístico ___________________________________________________<br />
17<br />
4.1.1 – Promoção Turística ____________________________________________<br />
23<br />
4.1.1.1 – Material Impresso______________________________________<br />
26<br />
4.2 – <strong>Imagem</strong> de Destinações Turísticas _______________________________________<br />
28<br />
4.3 – <strong>Imagem</strong> e Marketing de destinações turísticas _____________________________<br />
35<br />
4.3.1 – O modelo de Echtner & Ritchie__________________________________<br />
39<br />
5 – OBJETO DE ESTUDO _________________________________________________<br />
42<br />
5.1 – Imagens de Belo Horizonte _____________________________________________<br />
42<br />
5.2 – Belotur – A Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte S/A ____________<br />
48<br />
6 – APLICAÇÃO DA TEORIA DE ECHTNER E RITCHIE ______________________<br />
61<br />
6.1 – Mensuração das imagens encontradas nos materiais imparciais _________________<br />
61<br />
6.2 – Mensuração das imagens encontradas no material da Belotur __________________<br />
70<br />
6.3 – Comparação das imagens ______________________________________________<br />
75<br />
7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________________<br />
77<br />
8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________<br />
83<br />
9 – ANEXOS ___________________________________________________________<br />
8<br />
8<br />
12<br />
87<br />
7
1 – INTRODUÇÃO<br />
1.1 - A contextualização da imagem e do <strong>marketing</strong> no turismo<br />
A imagem é um tema que desperta interesse em diversos pesquisadores dos mais variados<br />
ramos do estudo, inclusive aqueles que se empenham em explorar a atividade turística. Isto<br />
ocorre porque ela é um fator de grande influência na escolha das destinações pelos turistas<br />
potenciais. Para Ituassu (2004), existem várias outras áreas do conhecimento que pesquisam a<br />
imagem, das quais a autora destaca a filosofia, a semiótica, a teologia, a comunicação, a<br />
economia e o <strong>marketing</strong>. Seu significado vai muito além de tudo aquilo que é apenas visto<br />
pelos olhos, pois a imagem é uma soma de todas as crenças, idéias e impressões que uma<br />
pessoa pode ter de um objeto ou até mesmo de uma destinação, conforme afirmam Barich &<br />
Kotler (1991) e Crompton 1 (1979, apud JENKINS, 1999).<br />
Por ser um tema muito amplo e trabalhoso, a imagem chega a ser intrigante e, dessa forma, a<br />
necessidade de explorá-la justifica não somente os estudos sobre o tema, como também o<br />
interesse dos administradores de <strong>marketing</strong> em utilizá-la como um objeto capaz de gerar<br />
vantagens em um mercado lucrativo como o turismo.<br />
Nota-se que a importância da imagem mesmo no final da Idade Média, onde algumas cidades<br />
européias, como Veneza, destacavam-se turisticamente por causa da sua beleza e da sua<br />
riqueza, além dos seus atrativos. Também é notória a importância da imagem entre os séculos<br />
XVII e XVIII, pois, de acordo com Goeldner et al. (2002), as viagens conhecidas por Grand<br />
Tour, que eram realizadas com fins de estudo, caracterizavam-se, também, por serem uma<br />
busca pelo prazer. Além disso, acreditava-se que não haveria mais nada a ser conhecido no<br />
mundo civilizado além da Europa, o que comprova que a imagem que se tinha de destinações<br />
turísticas naquela época estava direcionada somente para a Europa.<br />
O <strong>marketing</strong> é, de acordo Kotler (1998: p.27), “um processo social e gerencial pelo qual<br />
indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de<br />
produtos de valor com outros”. Acerenza (1991) acrescenta que, no turismo, essa troca é<br />
realizada entre os fabricantes, ou prestadores dos serviços <strong>turístico</strong>s, e os consumidores finais,<br />
ou turistas. No <strong>marketing</strong>, várias são as estratégias para elaborar um plano satisfatório, este<br />
1 CROMPTON, J. L., An Assessment of the image of Mexico as a vacation destination and the influence of<br />
geographical location upon that image, Journal of Travel Research, 17 (4), 18-23, 1979.<br />
8
deve surgir de uma pesquisa de opinião pública e possui a finalidade de alavancar a atividade<br />
de uma região, conforme afirma Acerenza (1991). Dentre essas estratégias, encontra-se no<br />
<strong>marketing</strong> o ramo das comunicações, denominado de promoção. Seus métodos são<br />
amplamente utilizados para a divulgação da localidade, e a imagem das destinações turísticas<br />
surge como um fator relevante da decisão do cliente potencial na escolha de seu destino de<br />
viagem. Como um elemento utilizado nas formas de comunicação, a imagem é utilizada de<br />
maneira estratégica na atividade turística.<br />
Indícios do <strong>marketing</strong> podiam ser percebidos mesmo nas épocas mais antigas da atividade<br />
turística. Entre os anos 160 e 180 d.C., o turismo era estruturado de maneira semelhante ao<br />
que é realizado nos dias atuais, pois, segundo Goeldner et al. (2002), os romanos já utilizavam<br />
guias profissionais e também adquiriam souvenirs das localidades visitadas. Interessante<br />
ressaltar que, nesta mesma época, um grego de nome Pausanias escreveu um Guia Turístico<br />
da Grécia. Pausanias foi considerado um marco na história do turismo e percebe-se que a<br />
utilização de materiais manuseáveis descrevendo a destinação turística já era um recurso<br />
empregado em épocas bem remotas, algo amplamente utilizado nas promoções do turismo na<br />
atualidade.<br />
Apesar de grandes avanços apresentados pelo turismo no intervalo entre o século XVIII e<br />
XIX, foi a partir de meados do século XIX que a inclusão do <strong>marketing</strong> adquire notoriedade<br />
entre a atividade turística, quando Thomas Cook, na Inglaterra, percebeu que organizar<br />
viagens poderia ser uma inovação rentável dentro do turismo. Desta forma, ele tornou-se o<br />
primeiro agente de viagens ferroviárias do mundo. Além disso, ele também foi pioneiro em<br />
várias estratégias empregadas atualmente no turismo, como a criação do primeiro itinerário<br />
oficial descritivo de viagem, o Handbook of the Trip (ACERENZA, 2002), um outro tipo de<br />
material manuseável, entregue ao viajante, utilizado com a finalidade de beneficiar a atividade<br />
turística por meio da comunicação.<br />
Em estudo realizado pela UIOOT 1 - União Oficial das Organizações Oficiais do Turismo -<br />
afirmou-se que os anos seguintes após a inovação introduzida por Cook demonstraram que o<br />
turismo tinha adquirido a capacidade de se expandir no mundo sendo, em muitos casos, um<br />
dos principais geradores de renda das localidades. Novas empresas, de esferas diferentes do<br />
turismo, buscaram possibilidades de investir de forma produtiva na atividade, introduzindo<br />
1 UIOOT. Estudo Sobre as Formas Atuais e Potenciais dos Canais de Distribuição. Documento D.2.1.<br />
9
técnicas de <strong>marketing</strong> já conhecidas, mas que eram utilizadas em outros ramos do mundo dos<br />
negócios.<br />
Por meio do progresso histórico do turismo no mundo, com conseqüente crescimento da<br />
atividade em várias regiões do país, nota-se como a sua importância se torna, cada vez mais,<br />
relevante para a economia das destinações. Cada vez mais é necessário que os envolvidos no<br />
setor, e os que pretendem ser beneficiados por ele, utilizem de vários artifícios do <strong>marketing</strong>,<br />
inclusive divulgar as potencialidades de sua região. Caso contrário, a falta de informações<br />
pode acarretar um desinteresse dos turistas pelo destino, uma vez que as pessoas são<br />
estimuladas a conhecer as regiões com uma imagem mais difundida. É nesse contexto que<br />
muitas organizações, públicas e particulares, desenvolvem métodos de divulgação de seus<br />
atrativos utilizando os meios de comunicação. Com uma imagem satisfatoriamente promovida<br />
de suas potencialidades, cria-se um destino fortemente reconhecido como <strong>turístico</strong>. Para Vaz<br />
(1999), é importante conquistar o público mediante os meios de comunicação, instigando o<br />
interesse do consumidor em conhecer a localidade. Para que isto ocorra, segundo o autor, é<br />
necessário que a atratividade do destino seja bem divulgada, capaz de difundir uma imagem<br />
com competência suficiente para colocar a destinação em posição favorável na mente dos<br />
consumidores.<br />
Desta forma, é inegável a importância da imagem na divulgação de um atrativo, bem como de<br />
uma destinação. Muitos são os estudiosos que reconhecem o valor deste elemento, chegando<br />
alguns a criar modelos ou discutir meios que determinem qual a maneira ideal de se divulgar<br />
uma localidade por meio da sua imagem. Segundo Sá (2002), a divulgação ocorrerá de forma<br />
positiva quando ela não se distanciar da realidade. Portanto, é fundamental a estruturação do<br />
destino para que ele esteja de acordo com as expectativas do cliente, ou até mesmo acima<br />
dela, pois a localidade deve justificar sua imagem publicada.<br />
Entretanto, é desconhecida a maneira pela qual alguns órgãos públicos responsáveis pelo<br />
turismo em seus municípios escolhem as imagens divulgadas em seu material promocional.<br />
Apesar da infinidade de estudos sobre o tema, a pesquisa nem sempre é um hábito quando se<br />
trata, na prática, da divulgação de destinações turísticas. Tendo em vista esse problema, a<br />
presente pesquisa foi desenvolvida a partir da necessidade de se entender melhor os<br />
procedimentos utilizados pela prefeitura de Belo Horizonte, por meio do órgão responsável<br />
pela sua divulgação turística, para promover o município. Ela visa analisar o material <strong>turístico</strong><br />
promocional impresso distribuído pela Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte –<br />
10
Belotur – durante o período que vai de janeiro a outubro de 2006, atentando ao fato de como<br />
as imagens de Belo Horizonte são divulgadas.<br />
Enfim, esta pesquisa procura investigar se as imagens divulgadas pela Belotur transmitem<br />
informações que condizem com as das imagens divulgadas em outros materiais que se<br />
preocuparam em destacar as características da cidade. Como todo o material que servirá de<br />
base para comparação é imparcial quanto a questão do interesse em promover turisticamente a<br />
cidade, as impressões por eles transmitidas aproximam-se das reais impressões que um<br />
indivíduo pode ter ao conhecer Belo Horizonte.<br />
Desta forma, a questão a ser respondida nesta pesquisa é: Será que as imagens de Belo<br />
Horizonte, divulgadas no material produzido pela Belotur em 2006, condizem com as<br />
impressões transmitidas em materiais que são imparciais quanto à divulgação da destinação?<br />
11
2 – OBJETIVOS<br />
O objetivo principal desta pesquisa é descobrir se o material promocional impresso da<br />
Belotur, distribuído durante o período de janeiro a novembro de 2006, divulga as imagens de<br />
Belo Horizonte de maneira satisfatória e, fundamentalmente, condizendo com a sua realidade.<br />
Os objetivos específicos são:<br />
- Entender a importância da imagem no processo de divulgação de destinações<br />
turísticas;<br />
- analisar as imagens de Belo Horizonte oriundas de pesquisas científicas, bem como em<br />
materiais promocionais que não foram desenvolvidos pela Belotur, a fim de identificar<br />
como a cidade é divulgada nesses meios;<br />
- investigar se ocorreu uma coleta de dados, com posterior análise, que desencadeou em<br />
um plano de ação para o alcance de uma imagem mais positiva dos pontos divulgados.<br />
12
3 - METODOLOGIA<br />
Toda pesquisa científica necessita de um processo investigativo capaz de trilhar as idéias de<br />
forma organizada, oferecendo o máximo de veracidade aos resultados alcançados. Uma<br />
análise dos diferentes tipos de pesquisa mostra que muitas são as possibilidades de se<br />
desenvolver um trabalho, sendo que a metodologia escolhida deve representar o melhor<br />
caminho para se alcançar a meta da pesquisa.<br />
De acordo com Cervo & Bervian (1996), existem técnicas que, quando complementadas por<br />
outras formas de se arrecadar informações, como testes em laboratórios, pesquisas com dados<br />
estatísticos e entrevistas, entre outros, constituem o que se pode chamar de método.<br />
No presente trabalho, adotou-se uma abordagem de natureza qualitativa, pois, de acordo com<br />
Creswell (1994), este modelo de pesquisa inclui os avanços realizados em outras pesquisas de<br />
abordagens qualitativas. Nele discutem-se os dados alcançados e adquiridos em<br />
procedimentos coletados anteriormente, especificando os passos verificados e delineando<br />
outros estudos relacionados ao tema proposto.<br />
Outro aspecto da metodologia empregado nesta pesquisa é o seu objetivo exploratório,<br />
conforme foi definido por Gil (1996). Como este tipo de pesquisa explicita o problema ou cria<br />
hipóteses, seu fundamento é o aprimoramento de idéias. Conforme afirma Selltiz et al. 1 (1967:<br />
p.63 apud Gil 1996), esse tipo de objetivo envolve levantamento bibliográfico, entrevistas<br />
com pessoas relacionadas ao problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a sua<br />
compreensão. Nesta pesquisa, apresentou-se um estudo de caso sobre a divulgação da imagem<br />
de Belo Horizonte pela sua Empresa Municipal de Turismo, a Belotur. Portanto, foi retratada a<br />
realidade deste órgão no que diz respeito ao seu material de promoção turística.<br />
Contudo, também foi utilizado o procedimento apresentado por Cervo & Bervian (1996) sobre<br />
o tipo de pesquisa embasado em coleta de informações bibliográficas. Para os autores, a<br />
pesquisa bibliográfica visa justificar um problema por meio das opiniões publicadas de outros<br />
autores. Desta forma, esta pesquisa pretendeu investigar e entender as contribuições de outros<br />
autores para se alcançar o seu objetivo proposto.<br />
Desta forma, o trabalho foi trilhado pelo método de natureza qualitativa apresentado por<br />
Creswell (1994), de objetivo exploratório conforme explicitado por Gil (1987), além de seu<br />
1 SELLTIZ, C. et. al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Helder, 1967.<br />
13
embasamento teórico ser fundamentado em fontes de informações bibliográficas, conforme<br />
apresentado por Cervo & Bervian (1996). Para um melhor entendimento das etapas realizadas,<br />
segue uma apresentação dos procedimentos metodológicos desenvolvidos ao longo da<br />
pesquisa.<br />
3.1 – Procedimentos metodológicos<br />
Inicialmente, investigou-se a natureza de dois elementos essenciais para a divulgação de<br />
destinações turísticas. Esta ocorreu por meio de uma revisão bibliográfica sobre a imagem e o<br />
<strong>marketing</strong>, com ênfase nos elementos que estão diretamente relacionados aos objetos de<br />
estudo e que são capazes de direcionar o trabalho para o seu objetivo declarado. Nesta fase,<br />
ocorreu uma entrevista com a Cristiana Trindade Ituassu, cuja tese de mestrado destaca a<br />
importância da imagem para a campanha publicitária da EMBRATUR na divulgação do<br />
Brasil como destino <strong>turístico</strong>.<br />
Procurou-se, também, descrever a imagem turística de Belo Horizonte explicitada em<br />
pesquisas científicas relacionadas ao tema, como a desenvolvida por Pereira (2003) sobre o<br />
planejamento urbano e o turismo cultural em Belo Horizonte e a pesquisa apresentada por<br />
Figueiredo (2001) sobre a imagem de Belo Horizonte e o turismo como estratégia de<br />
desenvolvimento local. Outros materiais foram consultados, como reportagens publicadas em<br />
jornais e o guia <strong>turístico</strong> de uma empresa privada, todos confeccionados sem aparente<br />
influência de propagandas do organismo responsável pela promoção turística de Belo<br />
Horizonte e o outro objeto de estudo da presente pesquisa, a Belotur. Essa pesquisa paralela à<br />
análise do material da empresa de turismo da cidade teve como fundamento que as imagens<br />
descritas não tivessem relação com o material promocional analisado e, desta forma,<br />
possibilitasse um paralelo entre os dois resultados encontrados.<br />
Realizou-se uma pesquisa sobre a Belotur por meio da coleta de informações que fossem<br />
relevantes para um conhecimento da instituição: busca pelo material que descrevesse seus<br />
aspectos como a origem, as responsabilidades e as áreas de atuação; comparecimento em uma<br />
palestra do presidente sobre as estratégias de <strong>marketing</strong> utilizadas; entrevistas nos setores de<br />
<strong>marketing</strong>, promoção turística da cidade e distribuição do material promocional; e coleta do<br />
material impresso distribuído pela instituição e de utilização para a propaganda da cidade.<br />
Para complementar a pesquisa, foi realizada uma entrevista com um dos responsáveis pela<br />
14
promoção turística da Belotur, na entrevista foram destacadas o <strong>marketing</strong>, a imagem e o<br />
material promocional impresso.<br />
Logo após obter informações capazes de dar suporte à pesquisa, foram analisadas as peças<br />
promocionais distribuídas pela Belotur no período de janeiro a novembro de 2006, sendo estes<br />
considerados objetos de estudo. Pretendeu-se investigar quais tipos de imagens foram<br />
difundidas nesse material e se as suas escolhas consistiram, de alguma forma, em modelos e<br />
conceitos teóricos apresentados ao longo deste trabalho.<br />
Para realizar a análise, os materiais foram divididos da seguinte forma:<br />
- Primeiro conjunto – Folders de divulgação de roteiros específicos em Belo<br />
Horizonte. Estes foram analisados separadamente da seguinte forma: 1. Praça<br />
da Liberdade; 2. Pampulha e Igreja São Francisco de Assis; 3. Compras;<br />
4. Museus; 5. Parques e Ecoturismo;<br />
- Segundo conjunto – Folder de divulgação da Igreja São Francisco de Assis;<br />
- Terceiro conjunto – Folders destacando variados atrativos de Belo Horizonte<br />
em um mesmo material;<br />
- Quarto conjunto – Guia Turístico;<br />
- Quinto conjunto – Brochura destinada a investidores;<br />
- Sexto conjunto – Brochuras distribuídas durante o período em que se realizou a<br />
reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID;<br />
- Sétimo Conjunto – Cartão para captação do Congresso Brasileiro de<br />
Anestesiologia.<br />
Realizou-se a mensuração das imagens de Belo Horizonte divulgadas no material promocional<br />
impresso da Belotur e nos materiais imparciais, por meio de um modelo teórico de<br />
mensuração de imagens, apresentado pelos autores Echtner & Ritchie(1991). Entretanto, foi<br />
necessária uma valorização quantitativa das imagens mensuradas de acordo com a forma<br />
como cada uma foi divulgada, sendo que as imagens que foram promovidas como atrativos<br />
mais importantes receberam uma classificação numérica maior, e as que foram menos<br />
promovidas receberam classificação menor. A utilização quantitativa nas análises permitiu<br />
definir a porcentagem que cada elemento possui de importância no total das imagens de Belo<br />
15
Horizonte, divulgadas tanto no material promocional da Belotur quanto nas fontes imparciais<br />
pesquisadas.<br />
Após encontrados os dois resultados apontados como as imagens de Belo Horizonte, ocorreu<br />
uma comparação entre ambos. Esta permitiu definir se as imagens influenciadoras do turismo<br />
apresentadas pela Belotur condizem com as imagens analisadas pelos outros meios<br />
pesquisados.<br />
16
4 – REFERENCIAL TEÓRICO<br />
Após reconhecidos os propósitos da pesquisa, bem como a metodologia aplicada para se<br />
alcançar a veracidade nos resultados que devem ser encontrados no presente estudo, faz-se<br />
necessário que este se apóie em uma fundamentação teórica. Desta forma, foram descritos o<br />
<strong>marketing</strong> e a imagem, bem como os seus elementos constituintes que se relacionam com o<br />
tema deste trabalho, todos capazes de fornecer o material necessário para a análise do objeto<br />
de estudo em um âmbito <strong>turístico</strong>.<br />
4.1 – Marketing Turístico<br />
Nota-se que o público em geral, e até mesmo administradores experientes, consideram o<br />
<strong>marketing</strong> como o uso exagerado da propaganda da venda, sendo este um fator de persuasão<br />
capaz de direcionar os consumidores a obterem um produto que muitas vezes pode ser<br />
desnecessário, ou até mesmo indesejado. Após declarar este conceito errôneo, Kotler (1998)<br />
desmente tal idéia e afirma que o <strong>marketing</strong> é muito mais do que um departamento de vendas.<br />
Na realidade, ele é “um processo ordenado e criativo de pensar e planejar para os mercados”<br />
(Kotler, 1998: p. 14).<br />
Desta forma, Kotler (1998: p. 27) define o <strong>marketing</strong> como “um processo social e gerencial<br />
pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e<br />
troca de produtos de valor com outros”. O autor procura identificar o <strong>marketing</strong> como um<br />
setor de grande importância para uma empresa, que busca atingir as metas organizacionais e<br />
satisfazer as necessidades e desejos de um determinado mercado-alvo.<br />
Segundo Kotler (1978), para que uma troca aconteça, é necessária a existência de duas partes,<br />
sendo que cada uma deve possuir algo de valor para oferecer a outra. Quando uma das duas<br />
não possui algo de valor, a troca não pode ocorrer. De acordo com o autor, são três os<br />
elementos que podem satisfazer os desejos da outra parte: os bens, objetos capazes de saciar<br />
determinados desejos; os serviços, atos que um indivíduo pode realizar capazes de satisfazer<br />
os anseios da outra parte; e o dinheiro, um título generalizado de valor que pode ser dado em<br />
troca de bens e serviços.<br />
17
Para Cobra (1985: p. 22), deve-se entender o <strong>marketing</strong> como:<br />
...uma filosofia, uma norma de conduta para a empresa, onde as necessidades<br />
latentes, quer no plano qualitativo, quer no quantitativo, impõem a dedução dos<br />
objetivos que a empresa deve ter em mente, para definir as características dos<br />
produtos ou serviços a serem elaborados e as respectivas quantidades a serem<br />
oferecidas.<br />
Cobra (1985) acredita que o <strong>marketing</strong> surge no mercado a partir da necessidade de um<br />
equilíbrio entre a produção e o consumo. O desequilíbrio faz parte da economia de mercado,<br />
pois são inúmeros os fatores que influenciam a capacidade de produção e de compra dos<br />
consumidores. Sobre a capacidade de produção, Cobra (1985) cita como elementos<br />
influenciadores: falta de matéria-prima, os impostos e taxas, a falta de mão-de-obra e a<br />
ausência de tecnologia. Influenciam na capacidade de compra elementos como a inflação, a<br />
mudança de hábito de compra, os valores sociais, as calamidades, a concorrência e as<br />
restrições cretídicas, conforme se pode observar na figura 1, apresentada abaixo:<br />
Assim sendo, o <strong>marketing</strong> interfere neste mercado para reorientar os objetivos da empresa<br />
(FIGURA 2):<br />
FIGURA 1: Informações que interferem nos objetivos da empresa.<br />
Fonte: (COBRA 1985: p. 25)<br />
18
Para Cobra (1985), as empresas enfrentam diversas dificuldades em face de uma concorrência<br />
mais competitiva. Além disso, os consumidores estão cada vez mais esclarecidos quanto às<br />
suas necessidades de consumo. Assim sendo, as estratégias do <strong>marketing</strong> passam a ser<br />
essenciais para uma empresa.<br />
Contudo, o primeiro passo a ser dado é a obtenção de informações proveitosas para a tomada<br />
de decisões. Essa coleta de dados é denominada pesquisa de <strong>marketing</strong>. Segundo Cobra<br />
(1985), ela é um importante instrumento capaz de detectar as oportunidades do mercado, além<br />
de ser bastante útil para estudos exploratórios sobre novos produtos. De acordo com Kotler et<br />
al. (1994) e Acerenza (1991), a pesquisa de <strong>marketing</strong> é um método capaz de reunir as<br />
informações relevantes de um mercado ao qual se pretende atuar. No turismo, estas<br />
informações são:<br />
FIGURA 2: Marketing: atenção aos fatores que influem na<br />
produção e no consumo.<br />
Fonte: (COBRA, 1985: p.24)<br />
... as características do consumidor e seu comportamento com relação às viagens, as<br />
ofertas apresentadas pelas regiões concorrentes, os canais de distribuição realizados<br />
pela concorrência, bem como os sistemas de promoção e vendas utilizados, e,<br />
finalmente, as características dos meios de comunicação disponíveis e seu<br />
respectivo custo. (ACERENZA, 1991: p. 5)<br />
Logo após consolidar a pesquisa de <strong>marketing</strong>, parte-se para a tomada de decisões. Elas<br />
orientam os processos de comercialização e venda da oferta turística. Acerenza (1991) e<br />
Kotler et al. (1994) denominam esses processos de plano de <strong>marketing</strong>. É no plano de<br />
<strong>marketing</strong> que, a partir dos dados coletados, definem-se as decisões que deverão ser tomadas<br />
com relação aos seguintes elementos da atividade turística: mercado, tipo de produto, canais<br />
de distribuição que provavelmente serão utilizados para que o produto chegue ao consumidor,<br />
preço, promoção e vendas do produto (ACERENZA, 2001).<br />
Todo o processo descrito pode ser observado na seguinte figura (FIGURA 3):<br />
19
FIGURA 3: Esquema geral do processo de <strong>marketing</strong><br />
Fonte: (ACERENZA, 1991: p. 6)<br />
No turismo, de acordo com Acerenza (1991), o <strong>marketing</strong> diferencia-se do <strong>marketing</strong> de<br />
produtos físicos pela suas características particulares, apesar de ambos terem os mesmos<br />
objetivos de troca. A primeira característica apresentada pelo autor é a natureza dos serviços,<br />
que é dividida em: intangibilidade, pois o produto <strong>turístico</strong> não pode ser consumido durante a<br />
sua venda, ao contrário do produto físico; inseparabilidade, pois é o turista que tem que<br />
trasladar-se para consumir o produto, enquanto o produto físico geralmente pode transferido<br />
para outro lugar para ser consumido; heterogeneidade, porque em cada localidade, os produtos<br />
costumam ser diferentes dos outros, enquanto os físicos podem ser produzidos semelhantes e<br />
20
em larga escala; perecibilidade, pois quando um produto <strong>turístico</strong> é comprado e não utilizado<br />
no mesmo momento que deveria ser consumido, como por exemplo, em um quarto de hotel,<br />
eles serão desperdiçados pois, não se tem como voltar atrás, ao passo que os produtos físicos<br />
podem ser estocados para utilização posterior.<br />
A segunda característica apresentada diz respeito às particularidades do produto: o produto<br />
<strong>turístico</strong> é uma complementação entre os elementos que o integram, como os atrativos, a infra-<br />
estrutura e a prestação de serviços oferecidos (ACERENZA, 1991).<br />
A terceira característica é o grau de incerteza das decisões, exemplificados pelo autor com os<br />
três seguintes motivos: alteração nas condições econômicas do mercado emissor, pois ele pode<br />
interferir no poder aquisitivo da população; condições climáticas do lugar de destino, já que<br />
uma condição pode ser preferencial para um tipo de turista e, geralmente, este é o principal<br />
fator das oscilações existentes no turismo de uma localidade; e os acontecimentos políticos,<br />
que podem alterar a ordem social da destinação, implicando situações de insegurança na<br />
localidade. Entretanto, apesar das diferenças acima apresentadas, a figura 3 é empregada por<br />
Acerenza (1991) na utilização tanto para <strong>marketing</strong> dos produtos físicos como para <strong>marketing</strong><br />
<strong>turístico</strong>, pois em ambos os casos, o autor considera que o processo de <strong>marketing</strong> ocorre da<br />
mesma forma.<br />
Como se pode perceber, “o propósito do <strong>marketing</strong> é alcançar os objetivos organizacionais”<br />
KOTLER (1978: p.21). Coerentemente, o setor comercial visa o lucro. No entanto, no setor<br />
não-comercial, o objetivo é declarado como de interesse público.<br />
De acordo com Kotler (1978), uma organização que não visa lucro interessa-se pelo <strong>marketing</strong><br />
devido à eficiência que este proporciona às organizações de alcançarem seus objetivos.<br />
Para Kotler (1978), pode-se considerar três tipos de <strong>marketing</strong> praticado por empresas. Cada<br />
uma escolhe seu estilo compativelmente com suas metas, sejam elas comerciais ou não-<br />
comerciais: 1) o <strong>marketing</strong> agressivo – neste tipo de <strong>marketing</strong>, os investimentos em<br />
promoção de vendas são grandes, buscando as empresas que a empregam um elevado número<br />
de demanda. Ele pode ser encarado como uma atividade de pressão e geralmente é aplicado<br />
por empresas comerciais; 2) <strong>marketing</strong> mínimo – ao contrário do agressivo, o <strong>marketing</strong><br />
existente não é feito de forma consciente neste tipo de empresa. Acredita-se que o produto terá<br />
uma demanda considerável simplesmente pelo fato deste ser bem oferecido e devido à sua<br />
qualidade; 3) <strong>marketing</strong> equilibrado - como mesmo afirma Kotler (1978: p. 29): “mistura<br />
21
todos os elementos numa composição eficaz que propicia uma elevada eficiência transacional<br />
e satisfação do consumidor”, esse tipo de <strong>marketing</strong> é o mais utilizado pelas organizações que<br />
não visam lucro.<br />
O autor apresenta questões sobre as dúvidas freqüentemente levantadas a respeito da ética do<br />
<strong>marketing</strong>. Kotler (1978) descreve os tipos de críticas feitas à atividade e justifica o porquê<br />
destas não se encaixarem nas acusações mais comuns:<br />
A primeira declaração seria a de que o <strong>marketing</strong>, quando empregado em uma entidade que<br />
não visa lucro, causaria o desperdício do dinheiro público. Neste caso, o autor defende a<br />
atividade afirmando que, quando uma organização pública gasta com o <strong>marketing</strong>, mesmo que<br />
seu valor absoluto seja alto, ele será recompensado desde que tenha um fundamento<br />
condizente com a necessidade apresentada. No entanto, as empresas devem satisfações ao<br />
público quanto ao gasto realizado nessa atividade, conforme afirma o autor:<br />
... é importante que os administradores das organizações que não visam lucro<br />
considerem os sentimentos do público quanto ao <strong>marketing</strong> e que estejam<br />
preparados para explicar os benefícios esperados do nível planejado de despesas.<br />
KOTLER (1978: p. 27)<br />
A segunda declaração seria a de que a atividade de <strong>marketing</strong> é uma intrusa. Neste tópico,<br />
autor evidencia o incomodo causado pela pesquisas, peça indispensável para a obtenção de um<br />
plano de <strong>marketing</strong> bem elaborado. Como os pesquisadores geralmente perguntam sobre os<br />
gostos e aversões, percepções, rendas e demais assuntos pessoais, os entrevistados sentem-se<br />
incomodados ao fornecerem tantas informações, além de que eles apresentam-se insatisfeitos<br />
por perceberem que o dinheiro destinado a benefícios públicos estejam sendo empregados em<br />
pesquisas. Por conseguinte, Kotler (1978) defende a atividade afirmando que o motivo da<br />
pesquisa está intrinsecamente relacionado aos interesses do público-alvo, pois quando a<br />
organização conhece melhor seu público, pode proporcionar a este satisfação de maneira<br />
direcionada.<br />
O último tópico que ataca o <strong>marketing</strong> como uma atividade não ética apresentado por Kotler<br />
(1978) é o de que ele é manipulador. Nesta declaração, o autor argumenta que, como as<br />
organizações que não visam lucro almejam um bem público, os meios utilizados são<br />
apropriados para satisfazer a sociedade, e não um instrumento para induzir as pessoas a<br />
consumirem o produto.<br />
22
Acerenza (1991) também enfatiza a questão de que as entidades públicas participam dos<br />
planos constituintes do <strong>marketing</strong> <strong>turístico</strong>. Para ele, um plano de <strong>marketing</strong> deve propiciar<br />
uma cooperação de todos os participantes que buscam incrementar a atividade turística de sua<br />
destinação.<br />
Chama-se mix de <strong>marketing</strong>, ou os “4Ps”, a simplificação organizada do composto do<br />
<strong>marketing</strong>. Ele subdivide-se em quatro elementos, todos criados e implantados para atender ao<br />
consumidor-alvo, conforme afirma Cobra (1985) e Kotler (1978): produto, preço, ponto (ou<br />
praça) e promoção. No entanto, para Goeldner et al.(2002), apesar desta ser uma forma<br />
simplificada de se mostrar com organização a estrutura do <strong>marketing</strong>, ela parece ser<br />
exagerada, pois o produto não inclui apenas os atributos físicos reais, mas também outras<br />
características como o planejamento e o desenvolvimento.<br />
Apesar do plano de <strong>marketing</strong> envolver programas de produção, distribuição, estratégia,<br />
promoção e vendas do produto <strong>turístico</strong>, conforme foi citado anteriormente e aplicado por<br />
Acerenza (1991), e do <strong>marketing</strong> subdividir-se em “4Ps”, produto, preço, ponto (ou praça) e<br />
promoção, condizendo com o termo apresentado por Cobra (1985) e Kotler (1987) e citado<br />
por Shimp (2002), neste trabalho dar-se-á atenção à promoção do produto <strong>turístico</strong>.<br />
4.1.1 – Promoção Turística<br />
As atividades de comunicação no <strong>marketing</strong> são tradicionalmente denominadas de promoção.<br />
Segundo Kotler (1987), a promoção é constituída por todo instrumento do <strong>marketing</strong> que tem<br />
como papel a comunicação persuasiva.<br />
A comunicação é um aspecto de grande relevância para uma empresa e um dos principais<br />
fatores pelo sucesso de seu produto. Segundo Shimp (2002), as organizações modernas, sejam<br />
elas comerciais ou organizações que não visam o lucro, usam a comunicação para atingir os<br />
seus anseios financeiros ou não-financeiros.<br />
Massari (2003) utiliza definições de Kotler 1 (2000) para justificar que toda empresa deve<br />
assumir um papel de comunicadora e promotora. De acordo com Kotler (1987), o mix da<br />
comunicação do <strong>marketing</strong> subdivide-se em cinco formas de comunicação: propaganda,<br />
1 KOTLER. Philip. Administração de Marketing. 10º. Edição. São Paulo: Prentice Hall. 2000.<br />
23
promoção de vendas, relações públicas e publicidade, vendas pessoais e <strong>marketing</strong> direto.<br />
Shimp (2002) também utiliza uma divisão semelhante à empregada por Kotler (1978).<br />
A propaganda, de acordo com Kotler (1998), Shimp (2002) e Goeldner et al.(2002) é qualquer<br />
apresentação impessoal e de promoção que seja paga por um patrocinador identificado, o<br />
anunciante. A propaganda é impessoal porque, de acordo com Shimp (2002), a empresa<br />
anunciante comunica-se simultaneamente com múltiplos receptores, oferecendo, desta forma,<br />
uma visão geral do produto para um grande público, e não especificamente para uma pessoa.<br />
No turismo, conforme afirma Goeldner et al. (2002), as mensagens exibidas visam apresentar<br />
e divulgar uma destinação, a fim de atrair os consumidores. Para Vaz (1999), a propaganda no<br />
turismo é utilizada majoritariamente para a popularização da atividade turística na destinação,<br />
por meio de mensagem que procuram cativar o consumidor mostrando imagens positivas da<br />
localidade. Estas são representadas por belas paisagens e outras peculiaridades locais, além da<br />
divulgação do portfólio, por meio de anúncios em mídia impressa, que contenham<br />
informações de pacotes <strong>turístico</strong>s e preços. Goeldner et al. (2002), assim como Kotler (1978),<br />
apontam os vários meios de propagar um produto, inclusive as destinações turísticas: jornais e<br />
revistas; rádio e televisão; outdoors (posters, cartazes e letreiros no céu); calendários;<br />
catálogos; cartazetes em carros e ônibus; listas e referências; cardápios; circulares; malas-<br />
diretas; sites na internet; agências de propaganda, etc. Nas instituições que não visa lucro,<br />
Kotler (1978) denomina de propaganda para as organizações governamentais quando um<br />
destino utiliza da propaganda para atrair novos moradores, turistas e empreendedores<br />
industriais.<br />
A promoção de vendas, de acordo com Kotler (1998), são incentivos em curto prazo para<br />
estimular o consumo ou a experimentação do produto ou serviço. Essa técnica, de acordo com<br />
Vaz (1999), envolve uma oferta de vantagens para os consumidores tentando atrair sua<br />
atenção. A partir dessa atração, pretende-se que o produto conquiste a aceitação do público,<br />
induzindo-o a comprá-lo em outras ocasiões. De acordo com Shimp (2002), a promoção de<br />
vendas pode ser orientada tanto para o comércio (atacadistas e varejistas), quanto para os<br />
consumidores. No comércio, utiliza-se de concessões que estimulem a resposta dos atacadistas<br />
e varejistas, enquanto a promoção para os consumidores envolve a utilização de brindes,<br />
cupons, prêmios, amostras grátis, etc. No caso do turismo, conforme declara Vaz (1999), o<br />
incentivo mais comum da promoção de vendas é a distribuição de artigos que despertem o<br />
interesse do público em conhecer a localidade, como brindes, degustações, espetáculos<br />
representando as festividades locais e a hospitalidade da sua população. Também são<br />
24
utilizados sorteios de pacotes, assim como o sistema de acumulação de pontos aplicado em<br />
empresas de transporte aéreo. No entanto, Kotler (2004) afirma que a promoção de vendas não<br />
é eficaz e que apenas 17% das campanhas apresentadas geram lucros para suas respectivas<br />
empresas. Geralmente, essa pequena porcentagem de eficácia está inserida nos produtos que<br />
tem qualidade superior aos outros, mas que, curiosamente, eram desconhecidos.<br />
As relações públicas e a publicidade são os programas planejados para promover a imagem de<br />
uma empresa e de seus produtos individuais, conforme afirma Kotler (1998). Essa forma de<br />
comunicação, assim como a propaganda, é impessoal e direcionado para um público de massa.<br />
Contudo, de acordo com Shimp (2002), a companhia que patrocina o produto não paga pelo<br />
espaço da propaganda. Os itens são mencionados na publicidade gratuitamente por serem<br />
considerados, pelos representantes dos veículos de comunicação, pertinentes e interessantes ao<br />
seu público. De forma mais simplificada, Vaz (1999) explica que o recurso utilizado para esse<br />
tipo de comunicação é a criação de fatos ou situações na destinação que possuam interesse<br />
jornalístico capaz de transformar-se numa matéria. Para isso, segundo Goeldner et al. (2002),<br />
é necessário uma boa relação com o público, oferecendo a este uma informação real de sua<br />
área pois, assim como Kotler (1978) afirmou, a organização que tem a intenção de promover o<br />
produto tem pequeno controle sobre o conteúdo da publicidade final, correndo o risco de obter<br />
um comercial negativo para o seu produto. Vaz (1999) ainda afirma que o turismo é um setor<br />
econômico em que as relações públicas participam consideravelmente e praticamente em todo<br />
o seu processo de gerenciamento mercadológico.<br />
Kotler (1998) e Shimp (2002) consideram a venda pessoal uma interação direta com os<br />
consumidores potenciais, a fim de realizar a apresentação das vendas, responder dúvidas,<br />
tentar convencer os clientes potenciais a consumir o produto e retirar os pedidos dos clientes.<br />
A função desse meio de comunicação no turismo, definida por Vaz (1999) é a da<br />
comercialização do produto, podendo ser desempenhada pelo trade 1 da localidade ou pelas<br />
organizações intermediárias, como as operadoras e agentes de viagem. Desta forma, sua<br />
posição é notoriamente parcial, pois o interesse é em vender o produto e a técnica utilizada é a<br />
persuasão para consumo imediato do produto. Nota-se nesta forma de comunicação, no que<br />
diz respeito às instituições governamentais, que seus funcionários não são treinados<br />
adequadamente para manter o devido cuidado com os clientes (KOTLER, 1978).<br />
1 Goeldner et al. (2002) definem o trade <strong>turístico</strong> como “aquelas organizações, empresas e indivíduos que<br />
fornecem vários elementos da experiência turística total”.<br />
25
Finalmente, o último elemento que compreende o mix do <strong>marketing</strong> de comunicações é o<br />
<strong>marketing</strong> direto. Kotler (1998) o determina como o uso das ferramentas de contato impessoal,<br />
como o correio, o e-mail e o fax, para comunicar sobre um produto ou mesmo requerer<br />
respostas dos consumidores-potenciais.<br />
4.1.1.1 – Material Impresso<br />
O material impresso, no composto do <strong>marketing</strong>, é um pequeno elemento diante de um grande<br />
conjunto de estratégias para promover uma destinação turística. No entanto, é inegável que<br />
esta simples “peça” do <strong>marketing</strong>, assim denominada por Vaz (1999), é amplamente utilizada<br />
pelas destinações turísticas. Middleton (2002) comprova esta utilização massiva de materiais<br />
impressos definindo que o grande volume produzido deste material têm sido, e ainda é, uma<br />
característica marcante que distingue o <strong>marketing</strong> em viagens.<br />
Para Middleton (2002), as informações impressas, normalmente denominadas nos EUA de<br />
materiais adicionais, seria um elemento distinto da comunicação de <strong>marketing</strong>, assim como a<br />
publicidade e as relações públicas, a propaganda, a venda pessoal, a promoção de vendas e o<br />
merchandising 1 . Apesar desta afirmação, concluiu-se anteriormente neste trabalho que o<br />
material impresso faz parte da propaganda realizada para alavancar a atividade turística de<br />
uma destinação, pois, assim como foi descrito por Kotler (1998), Shimp (2002) e Goeldner et<br />
al. (2002), ele caracteriza-se por divulgar uma destinação impessoalmente, sendo que possui<br />
um anunciante que pagará pela divulgação desse material. Além disto, ele oferece uma visão<br />
do produto para um grande público, conforme for a sua distribuição. Como material de<br />
1 Apesar do merchandising não ser classificado por Kotler (1998) dentro dos elementos do composto de<br />
comunicação de <strong>marketing</strong>, ele é, assim como a propaganda, citado como um elemento de persuasão. Devido à<br />
sua inserção nesse trabalho como uma técnica de comunicação de objetivo semelhante ao da propaganda e além<br />
da sua importância no <strong>marketing</strong>, tornou-se adequada a sua definição, independente de não pertencer ao<br />
composto ao qual esse trabalho se embasou. Vaz (1999) classifica o merchandising como uma técnica da<br />
comunicação em que se insere fisicamente ou psicologicamente um produto nos ambientes freqüentados pelo seu<br />
público-alvo. Na inserção física, pretende-se, por meio da exibição notável do produto ou da facilidade de acesso<br />
ao mesmo, estimular o ato da compra Já na inserção psicológica, o efeito é alcançado quando se contextualiza o<br />
produto dentro de um enredo propício à sua divulgação. Essa técnica é normalmente utilizada em cinemas e<br />
outras mídias visuais.<br />
26
divulgação das destinações, as peças impressas utilizam-se de imagens positivas da localidade,<br />
popularizando a atividade turística, assim como foi definido por Vaz (1999).<br />
Além das definições que comprovam que o material é uma forma de propaganda, pode-se,<br />
também, utilizar as definições de Vaz (1999) para identificar qual a técnica promocional foi<br />
empregada em uma peça de divulgação. De acordo com o autor, quando se define que o<br />
público deve ser conquistado, o objetivo a ser alcançado é o da persuasão, e, desta forma, a<br />
técnica utilizada deve ser o merchandising ou a propaganda. O autor apresenta uma figura em<br />
que a folheteria é classificada como um tipo de peça com o objetivo da persuasão (FIGURA<br />
4).<br />
Peça Formato<br />
Notícia Reportagem, Nota, Entrevista, Crítica<br />
Matéria Informativa Comunicação à Imprensa (press release)<br />
Conhecimento Filme e vídeo Documentário, Release Eletrônico, Vídeo<br />
e Conceito Viagem de Familiarização (Fam Tour)<br />
(Jornalismo e Demonstrações Degustação, Mostruário (Show room)<br />
Relações Públicas) e Programa, Dramatização, Exibição<br />
manifestações (performance), Exibição Itinerante (Road Show)<br />
Exposição<br />
Apoio Institucional Patrocínio<br />
Comercial Anúncio, Classificado, Falado (Spot), Cantado<br />
(Jingle), Filme Publicitário, Desenho Animado<br />
Persuasão Infomercial Programa, Edumercial, Publiturismo<br />
(Merchandising e Ambientação Ficção, Decoração<br />
Propaganda) Cartaz Outdoor, Pôster, Retrato, Cartazete, Selo<br />
Móbile Faixa, Objeto, Balão<br />
Folheteria Volante, Encarte, Brochura, Catálogo, Folheto<br />
Desdobrável (Folder), Manual<br />
Prêmio Brinde, Concurso, Sorteio<br />
Discurso, Fala, Palestra, Conferência, Mesa de Negociação<br />
Predisposição Pronunciamento (Work shop), Serviço de Informações,<br />
e Decisão Conversa<br />
(Promoção de Sistema de Negociação Representação, Visita, Proposta, Contrato,<br />
Vendas e Venda) e Atendimento Encomenda (Delivery), Marketing de Rede<br />
Marketing Direto Mala Direta, Formulário, Pedido, Ordem<br />
Eletrônica, Carta, Relatório, Proposta,<br />
Questionário<br />
FIGURA 4: Lista de peças e formatos adequados às técnicas e aos objetivos de <strong>marketing</strong>.<br />
Fonte: (VAZ, 1999: p. 225)<br />
O material impresso não apresenta apenas a função de promover a atividade turística, ele<br />
também pode ser informativo e facilitar a visita do turista à destinação (MIDDLETON, 2002).<br />
27
Desta forma, a folheteria possui múltiplas finalidades, Middleton (2002) afirma que ele pode<br />
ter o poder de conscientização. Neste caso, o material deve ter a aparência em seu design<br />
capaz de chamar a atenção do público-alvo, atraindo a atenção. A folheteria também tem a<br />
finalidade de ser promocional e atua como um estimulante de compra do produto. Ela pode<br />
surgir como um mecanismo de acesso, compra e pesquisa, pois oferece facilidades quando<br />
possuem formulários de reservas para os consumidores-alvo preencherem, que podem facilitar<br />
a compra do produtos ou até mesmo funcionar como uma pesquisa de <strong>marketing</strong>. O material<br />
informativo é utilizado também como um substituto tangível de um produto que não pode ser<br />
inspecionado diretamente na hora da decisão do seu consumo. Com isso, Middleton (2002)<br />
também afirma que esse material pode servir de consolo para compensar as expectativas do<br />
público enquanto a viagem não se concretiza. Outra vantagem do material impresso é que ele<br />
diminui o tempo de contato com o cliente, já que é capaz de esclarecer muitas dúvidas sobre<br />
produto. E, finalmente, a folheteria pode agir como educadora, levando informações que<br />
induzam o turista a criar e ajudar a manter o ambiente sempre atraente e saudável.<br />
A crescente utilização dos meios virtuais para a divulgação de destinações turísticas deve-se,<br />
primeiramente, ao seu preço, bem mais em conta que o dinheiro gasto com a produção de<br />
folheteria turística, e também devido ao fato de o <strong>marketing</strong> eletrônico oferecer às<br />
organizações que promovem do destino a capacidade de se alcançar um público maior que a<br />
das técnicas impressas, conforme afirma a OMT (2003). Pode-se dizer que as vantagem<br />
oferecidas pelo material impresso enfrenta problemas quando se observa o desperdício<br />
causado por sua confecção pois, assim como diz o Relatório Travel Trade Gazzete, citado por<br />
Middleton (2002), quando se imprime dez brochuras, apenas uma ira gerar alguma venda, e<br />
98% será jogada fora. Contudo, acredita-se que o material impresso é uma representação do<br />
portátil do local, pois pode acompanhar o turista antes e durante a viagem. Outra característica<br />
que mantêm a sua utilização é a vantagem visual de um material impresso bem produzido ao<br />
material virtual, que dificilmente poderá ser substituído ao contato do consumidor-alvo.<br />
4.2 – <strong>Imagem</strong> de Destinações Turísticas<br />
A imagem, como parte integrante da atividade turística, tem um papel fundamental em sua<br />
expansão. Desta forma, ela provoca um interesse em diversos estudiosos do turismo, que<br />
buscam suas explicações para as mais variadas características da atividade. Para melhor<br />
28
entender a imagem e, em seguida, conhecer sua influência na promoção de destinações<br />
turísticas, esta pesquisa analisou primeiramente os conceitos relacionados à imagem.<br />
Numerosos foram os estudos internacionais realizados sobre o tema imagem, com diferentes<br />
enfoques e dimensões, o que possivelmente acarretou a criação de conceitos e significados.<br />
Apesar da utilização de muitos conceitos, acredita-se que a amplitude da imagem pode<br />
dificultar uma significação precisa. Segundo Pearce (1988 apud LEAL, 2002), a conotação da<br />
palavra imagem é tão popular que torna-se difícil defini-la academicamente. Santos (2004)<br />
declara que é difícil encontrar uma definição simples capaz de recobrir todos os seus<br />
empregos. No entanto, alguns autores a conceituaram quando desenvolveram suas idéias e<br />
teorias sobre a imagem, assim como Barich & Kotler (1991: p. 95) determinaram a imagem<br />
como:<br />
“... a soma de crenças, atitudes e impressões que uma pessoa ou um grupo tem de<br />
um objeto. O objeto pode ser uma companhia, marca, lugar ou pessoa. A impressão<br />
pode ser verdadeira ou falsa, real ou imaginária. Certa ou errada, as imagens guiam<br />
e definem comportamentos” (tradução da autora) 1<br />
Lynch (1982), ao discutir a imagem de uma cidade, caracteriza-a como o composto resultante<br />
de todos os sentidos que uma pessoa tem ao observar um determinado elemento e afirma que,<br />
na maioria das vezes, a percepção de uma imagem não é íntegra, e sim consideravelmente<br />
parcial, fragmentada e influenciada por outras referências.<br />
Já para Sá (2001), um dos poucos autores que escreveram sobre imagem no Brasil, a imagem<br />
associa-se às percepções a respeito de algo, à representação de um objeto ou de um ser, a uma<br />
determinação de futuro, assim como a uma recordação passada.<br />
Outros autores brasileiros também descreveram a imagem:<br />
O termo imagem é pleno de conotações, umas abstratas (reprodução analógica de<br />
um ser, uma coisa qualquer; manifestação sensível do invisível e do abstrato, isto é,<br />
representação mental de origem sensível, etc.) outras concretas (do domínio da<br />
física, da química, da matemática, da geometria, como a imagem da televisão, o<br />
cinema...), outras filosóficas, literárias, religiosas. (JOLY 2 , 1994 apud SANTOS,<br />
1996)<br />
1 “the sum of beliefs, attitudes, and impressions that a person or group has of an object. The object may be a<br />
company, product, brand, place or person. The impression may be true or false, real or imagined. Right or wrong,<br />
images guide and shape behavior”.<br />
2 JOLY, M. Introdução aos estudos da imagem. Campinas: Papirus, 1996.<br />
29
Figueiredo (2001, p.80) afirma que “a imagem é criada a partir da percepção de alguém, ou<br />
seja, adiciona-se a informação aos conhecimentos, crenças, sentimentos e sensações de um<br />
indivíduo”.<br />
Compreende-se, desta forma, que a imagem não se relaciona somente ao que é concreto e<br />
tangível, mas que ela pode possuir, além da visão proporcionada por um determinado<br />
elemento, a sua identidade vinculada ao que é percebido e ao que é representado, assim como<br />
Santos (2004) discute a respeito das idéias de Kincheloe 1 (1997) sobre a existência de três<br />
domínios da imagem: o cognitivo 2 , o emocional e o político. Para Santos (2004) o domínio<br />
político poderia ser comparado à imagem vista, a imagem cognitiva ao domínio cognitivo e o<br />
domínio emocional à imagem representada graficamente.<br />
Santos (2004) afirma que a imagem visível está relacionada ao pensamento inicial de que a<br />
imagem é unicamente aquilo que se vê. A imagem cognitiva é aquela que se mentaliza sobre<br />
uma realidade, selecionando informações que são processadas de acordo com interesses e<br />
necessidades do receptor. Já a imagem representada, ou o domínio emocional, seria a<br />
reprodução da imagem por meio de mapas, fotografias, desenhos e surgiria a partir da imagem<br />
que foi mentalizada pelo receptor.<br />
Segundo Jenkins (1999) a definição de imagem de destinação turística mais citada pelos<br />
autores que já escreveram sobre o tema é a de Crompton 3 (1979: p.18): “a soma de crenças,<br />
idéias e impressões que uma pessoa tem de uma destinação” (tradução da autora da<br />
monografia) 4 . Assemelha-se bastante a essa definição de Crompton (1979: p.18) a definição<br />
dada à imagem de um objeto por Barich & Kotler (1991), citada anteriormente.<br />
De fator determinante para a decisão de escolha de uma destinação turística, a imagem tem a<br />
capacidade de oferecer satisfação ao turista. De acordo com Viana (1998 apud FIGUEIREDO,<br />
2001), sua influência pode superar pequenas desvantagens entre empresas sendo o único<br />
prestigioso valor capaz de decidir situações de empate.<br />
1 KINCHELOE, J. L. A formação do professor como compromisso político: mapeando o pós-moderno.<br />
Tradução de Nize M. C. Pellanda. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.<br />
2 A definição de Cognição apresentada por SOUZA foi a de DEL RIO & OLIVEIRA (1996 apud SANTOS,<br />
1999:62): “ Cognição é o processo mental mediante o qual, a partir do interesse e da necessidade, estruturamos<br />
e organizamos nossa interface com a realidade e o mundo, selecionando as informações percebidas,<br />
armazenando-as e conferindo-lhes significado” .<br />
3 CROMPTON, J. L., An Assessment of the image of Mexico as a vacation destination and the influence of<br />
geographical location upon that image, Journal of Travel Research, 17 (4), 18-23, 1979.<br />
4 “ The sumo of beliefs, ideas and impressions that a person has of a destination” (CROMPTON, 1979:18)<br />
30
Sá (2001) reforça a idéia de que viagens a lugares diferentes proporcionam valores diferentes,<br />
satisfazendo, assim, a necessidade que cada tipo de turista deseja obter: uma pessoa que vai<br />
para a França e conhece a Torre Eiffel terá uma sensação diferente de quem vai para Machu<br />
Picchu. No entanto, os dois poderão se sentir satisfeitos por terem presenciado o que foi<br />
almejado, ou por a imagem obtida daquela região saciar suas expectativas, mesmo que essa<br />
mesma localidade possa não ter o mesmo significado para outra pessoa. Figueiredo (2001)<br />
classifica essa impressão que uma pessoa adquire de uma destinação como individualidade da<br />
imagem, pois, assim como Sá (2001), ela enuncia que diferentes indivíduos obterão diferentes<br />
reações, e justifica que isto acontece porque eles têm seus referenciais e experiências<br />
individuais.<br />
A satisfação de um consumidor poderá ser ameaçada se a imagem presenciada não condizer<br />
com a imagem formada anteriormente à chegada ao destino. O turista, antes de viajar, tem<br />
adquirida uma idéia do produto que irá conhecer e sua expectativa quanto à viagem baseia-se<br />
nesta idéia intangível, geralmente uma imagem formada da qual a origem não é confiável,<br />
pois cada pessoa constrói uma imagem específica sobre um mesmo elemento, conforme<br />
afirma Sá (2001). Segundo Figueiredo (2001), a decepção causada por uma imagem gerada<br />
pela divulgação incoerente com a realidade da destinação pode causar uma decepção<br />
irreversível no público alvo.<br />
Outra característica da imagem turística observada por Sá (2001) é a sua dinamicidade, isto é,<br />
uma imagem se altera no tempo e no espaço. Desta forma, as impressões que um indivíduo<br />
tem de uma localidade, ao conhecê-la, podem ser totalmente diferentes das impressões obtidas<br />
por outros meios, sejam eles por fotografias, mapas, livros ou mesmo pela opinião de outras<br />
pessoas que já visitaram a localidade. Uma imagem adquirida em certa ocasião também pode<br />
diferir da imagem deste mesmo local obtida em outra época.<br />
Reynolds 1 (1965 apud ECHTNER e RITCHIE, 1991) descreve a imagem de uma destinação<br />
como as impressões escolhidas de uma enchente de informações. Estas informações são<br />
obtidas por meio de muitos recursos como materiais promocionais, opinião de outras pessoas<br />
e visitação da destinação. Desta forma, a imagem será afetada e modificada.<br />
1 REYNOLDS. The role of the consumer in image building. California Management Review, Spring, 69-76,<br />
1965.<br />
31
Estes vários recursos da informação tiveram a sua influência esquematizada por Gunn (1988<br />
apud ECHTNER e RITCHIE, 1991). Ele apresentou um modelo descrevendo sete fases da<br />
experiência adquirida em uma viagem (FIGURA 5):<br />
FIGURA 5: Sete fases da experiência de uma viagem.<br />
Fonte: (GUNN, 1988 apud ECHTNER E RITCHIE, 1991)<br />
Neste modelo, Gunn (1988 apud ECHTNER e RITCHIE, 1991) rotula que a imagem da<br />
destinação forma-se na primeira fase como uma imagem orgânica. Isto ocorre porque nesta<br />
fase ela é assimilada por recursos não <strong>turístico</strong>s e não comerciais, simplesmente pelas<br />
experiências já adquiridas de outras viagens. Já na segunda fase, ela recebe informações<br />
comerciais, como materiais promocionais e opinião de amigos ou parentes.<br />
Outro modelo apresentado sobre como a imagem de destinações é formada foi a de Stabler 1<br />
(1988 apud JENKINS, 1999), de que a imagem é um misto das informações obtidas por meio<br />
das motivações, percepções, características psicológicas, experiências, boatos, <strong>marketing</strong><br />
<strong>turístico</strong>, mídia, educação e características sócio-econômicas da destinação (FIGURA 6):<br />
1 STABLER, M. J. The image of destination regions: theoretical and empirical aspects, in Godal, B.and<br />
Ashworth, G (Editors): Marketing in the Tourism Industry – The Promotion of Destination Regions.<br />
London: Routledge. 1988, 133-159.<br />
32
FIGURA 6: Fatores que influenciam a formação da imagem<br />
turística para consumidores.<br />
Fonte: (STABLER, 1988 APUD JENKINS, 1999).<br />
Outra característica da destinação turística é a instabilidade que suas imagens podem ter. De<br />
acordo com Figueiredo (2001), ela, além de instável, pode ser independente e de longo prazo.<br />
Figueiredo (2001), por meio das idéias de Rezende 1 (1992), descreve que as modificações que<br />
uma imagem pode sofrer são resultantes de fatores internos e externos. Os internos são<br />
aqueles advindos de políticas e ações governamentais e os externos são os associados às<br />
modificações causadas pelo meio ambiente.<br />
Lynch (1980) destaca a capacidade do homem em remodelar o seu meio ambiente, e como<br />
esta se tornou mais comum e significativa com o passar dos anos:<br />
O homem primitivo era forçado a melhorar o seu meio ambiente adaptando a sua<br />
percepção à paisagem existente. Podia efectuar transformações de menor<br />
importância com túmulos, fogueiras ou sinais nas árvores, mas as transformações<br />
substanciais para uma clareza ou interligação visuais estavam limitadas a locais<br />
para a construção de casas ou recintos religiosos. Só civilizações poderosas podem<br />
começar a actuar no seu meio ambiente de um modo significante. Apenas<br />
recentemente se tornou possível a consciente remodelação em larga escala de meios<br />
ambientes físicos (...). (LYNCH, 1980: p. 23)<br />
Exemplos de que a imagem turística pode sofrer alterações internas e, desta forma, definir ou<br />
mudar o seu tipo de público, podem ser percebidas no artigo de Boon et al. (2005) sobre as<br />
pesquisas desenvolvidas por Calantone et al. 2 (1989), Fakeye e Crompton (1991) 1 , Gray 2<br />
1 REZENDE, S. F. L. Não bastam apenas aplausos: um estudo sobre o relacionamento empresa-cultura.<br />
1992. 141 f. Dissertação ( Mestrado em Administração) : Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade<br />
Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, 1992.<br />
2 Calantone, R., Benedetto A., A. Hakam, e D. Bojanic .“Multiple Multinational Tourism Positioning Using<br />
Correspondence Analysis.” Journal of Travel Research, 28: 25-32, 1989.<br />
33
(1986), Mainsfeld 3 (1992), Palmer e Bejou 4 (1995) e Telisman-Kosuta 5 (1989) que<br />
comprovam a manipulação dos atributos de atmosferas turísticas - tais como paisagens,<br />
atrativos históricos, infra-estrutura e acomodações - por alguns administradores do turismo,<br />
possivelmente relacionados aos órgãos governamentais, criando imagens direcionadas aos<br />
turistas potenciais.<br />
No artigo escrito por Boon et al. (2005) sobre o turismo em Tampa Bay, na Flórida, pode-se<br />
notar exemplos de impactos causados por fatores externos que influenciaram negativamente a<br />
atividade turística nos Estados Unidos. Os fatores citados pelos autores foram: o impacto da<br />
recessão econômica mundial, o terrorismo e a guerra, todos ocorridos durante o ano de 2001.<br />
Estes modificaram a imagem do país de forma negativa, sendo que esta se tornou a de um<br />
local perigoso, onde as pessoas corriam risco de sofrerem ataques. Estes fatores foram capazes<br />
de distanciar o público potencial da localidade, afetando a quantidade de visitantes<br />
internacionais.<br />
A imagem turística também pode ser classificada, conforme destaca Miossec (1977 apud<br />
SANTOS 2004), de três formas: global, tradicional e atual: A imagem global representa as<br />
aspirações do ser humano por conhecer novos locais. Ela nasce a partir da necessidade de se<br />
experimentar aquilo que ainda não foi absorvido pelo visitante. Percebe-se que este tipo de<br />
imagem tem como foco a necessidade de se conhecer ambientes novos, da possibilidade de<br />
sair do meio em que o indivíduo se encontra. A imagem tradicional é aquela que, ao longo do<br />
tempo, vai se adaptando ao ambiente. Nesta, a cultura é absorvida pelo visitante, permitindo-<br />
lhe um conhecimento, um entendimento da paisagem em que ele se encontra. Já a imagem<br />
atual é aquela que segue os padrões da moda e beleza e que se apresenta como a imagem<br />
produzida pela mídia.<br />
1 Fakeye, P. C., e CROMPTON, J. L. , “Image Differences between Prospective, First Time, and Repeat Visitors<br />
to the Lower Rio Grande Valley.” Journal of Travel Research, 30 (Fall): 10-16, 1991.<br />
2 Gray, J., “Marketing to Tourism.” Speech to Northeast Missouri Travel and [Tourism] Conference, Hannibal,<br />
1986<br />
3 Mansfield, Y. (1992). Tourism: Toward a Behavioral Approach. Oxford: Pergamon.<br />
4 Palmer, A., e D. Bejou (1995). “Tourism Destination Marketing Alliances.” Annals of Tourism Research, 3:<br />
616-29.<br />
5 Telisman-Kosuta, R. (1989). “Tourist Destination Image.” In The Tourism Marketing and Management<br />
Handbook, edited by S. Witt and L. Moutinho. London: Prentice Hall, pp. 555-61.<br />
34
4.3 – <strong>Imagem</strong> e Marketing de destinações turísticas<br />
Conforme já foi discutido, o <strong>marketing</strong> é “um processo social e gerencial pelo qual indivíduos<br />
e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos de<br />
valor com outros” (KOTLER, 1998, p. 27).<br />
Uma das mais importantes alternativas utilizadas para alavancar a atividade turística de<br />
destinações é o seu emprego estratégico. Para ser competitiva, ela deve ter um diferencial e<br />
estar positivamente posicionada na mente dos consumidores.<br />
Barich & Kotler (1991) discutiram a importância da imagem para o <strong>marketing</strong> de empresas.<br />
Segundo ele, a imagem influencia o comportamento de vários públicos, encorajando-os ao<br />
consumo e incentivando-os a recomendar o produto. Segundo os autores, compõem a imagem<br />
de uma corporação vários de seus atributos, conforme mostra o esquema a seguir (FIGURA<br />
7):<br />
FIGURA 7: Fatores da <strong>Imagem</strong> e seus atributos.<br />
Fonte: (BARICH & KOTLER, 1991, p. 97)<br />
35
O modelo apresentado por Barich & Kotler (1991) (FIGURA 5), foi utilizado como base<br />
teórica para Figueiredo (2001) em sua pesquisa qualitativa que envolveu a aplicação de<br />
questionários em alguns moradores do município de Belo Horizonte. A autora buscou<br />
caracterizar os vários atributos da cidade para definir qual a sua imagem, sendo que, desta<br />
forma, ela confirmou a utilidade dessa teoria, mesmo que adaptada para a realidade local,<br />
como de possível utilização para definir a imagem de destinações turísticas.<br />
Barich & Kotler (1991) propuseram um modelo de acompanhamento e gerenciamento da<br />
imagem de uma organização, por meio de seus atributos (FIGURA 5). O modelo apresentado<br />
segue um processo de quatro fases: o design da imagem, coleta de dados, análise dos dados, e<br />
ações e encaminhamento das modificações da imagem. Na primeira fase, o design da imagem,<br />
definem-se quais são os atributos da imagem serão medidos, qual será o público-alvo, as<br />
estratégias de amostragem e a periodicidade das pesquisas; a segunda fase, denominada coleta<br />
de dados, assemelha-se à pesquisa de <strong>marketing</strong> proposta por Kotler (1978) e Acerenza<br />
(1991). No entanto, Barich & Kotler (1991) enfatizam o telefone como importante para a<br />
materialização desta fase. Leal (2005) acrescenta que, nos tempos atuais, outros tipos de<br />
tecnologia podem ser utilizados para a concretização desta fase como, por exemplo, a internet;<br />
a terceira fase é a análise dos dados, que pode ser analogicamente comparada à estrutura do<br />
processo de <strong>marketing</strong>, apresentada por Acerenza (1991) (FIGURA 3). Nesta fase, as<br />
percepções da imagem da organização são comparadas na visão de públicos de regiões<br />
distintas, em períodos diferentes; a quarta e última fase é a das ações e encaminhamento das<br />
modificações da imagem: é a partir dos resultados encontrados nas outras etapas que se<br />
elaboram planos de ações capazes de tornar a imagem da corporação mais positiva para a<br />
percepção de seu público-alvo. Nota-se, desta maneira, que o modelo de acompanhamento e<br />
gerenciamento da imagem de uma organização apresentados por Barich & Kotler (1991)<br />
seguem a mesma linha do processo de <strong>marketing</strong> idealizado por Kotler (1978) e Acerenza<br />
(1991), discutido anteriormente nesta pesquisa.<br />
A imagem de destinações influi no processo de escolha feita pelos turistas potenciais. Os<br />
publicitários interessam-se pelo seu conceito, já que ele está diretamente relacionado às<br />
decisões de compra de produtos e serviços <strong>turístico</strong>s (JENKINS, 1999). A imagem é uma<br />
variável relevante da destinação, sendo que esta deve ser bem criada e administrada<br />
(CALANTONE et. al,1989 apud ECHTNER & RITCHIE, 1991).<br />
36
Deve se tomar cuidado na divulgação da imagem já que, na maioria das vezes, no turismo<br />
“toma-se a parte visível pelo todo” (Sá, 2002), e a imagem de uma localidade é, antes de ser<br />
visitada, formada a partir da sua divulgação por meio de recursos capazes de persuadir o<br />
público-alvo, como a propaganda e a promoção de vendas, apresentados por Kotler (1978)<br />
como componentes da comunicação de <strong>marketing</strong>, além dos recursos não <strong>turístico</strong>s e não<br />
comerciais como, por exemplo, a opinião de parentes e amigos (ECHTNER & RITCHIE,<br />
1991).<br />
A classificação de Jenkins (1999) para os meios em que o público potencial adquire a<br />
informação são chamadas de informações orgânicas ou ingênuas e não-turísticas. Elas são<br />
assim denominadas quando se referem aos meios imparciais de informação como:<br />
documentários de televisão, livros, lições escolares e histórias de experiências de outras<br />
pessoas. As informações adquiridas por meio de brochuras de viagem, publicidade e anúncios<br />
são chamadas de informações indutoras ou promotoras. As imagens denominadas de<br />
induzidas modificadas são aquelas provindas do resultado de experiências turísticas pessoais.<br />
A imagem formada por um cliente potencial de uma destinação bastante divulgada, porém de<br />
uma localidade não estruturada, incentivado por informações indutoras, pode ter um resultado<br />
satisfatório. No entanto, a informação orgânica, oferecidas por meios imparciais, pode agir<br />
negativamente na escolha do indivíduo por aquela região. Esta informação será ainda mais<br />
prejudicada quando o cliente conhecer a destinação e percebê-la totalmente diferente, e<br />
inferior, à imagem formada pelos dos meios indutores. Segundo Sá (2002), a imagem tem de<br />
se manter semelhante à sua realidade local, pois, uma imagem construída sem bases sólidas,<br />
desestimulará os clientes que, com o tempo, influenciarão negativamente os clientes em<br />
potencial. Para Kotler et al. (1994), as imagens não são fáceis de serem elaboradas ou mesmo<br />
alteradas. Entretanto, caso isto seja necessário, exige-se uma pesquisa sobre a opinião dos<br />
moradores e pessoas de fora sobre como estes enxergam o local. Na opinião do autor, a<br />
escolha de uma nova imagem deve ser desenvolvida por meio de um consenso entre<br />
comunidade local, os empresários e outros atores da atividade.<br />
Kotler et al. (1994) localiza as imagens em seis situações que influenciam a eficácia das<br />
estratégias aplicadas na destinação e suas possíveis formas de atuação: 1) <strong>Imagem</strong> positiva – é<br />
a imagem das cidades que são satisfatórias, a ponto de certos defeitos não afetarem na sua<br />
divulgação. Normalmente, esse tipo de destinação não necessita de estratégias que mudem a<br />
visão de sua imagem, mas aconselha-se que esta seja ampliada e divulgada para um público-<br />
37
alvo maior. 2) <strong>Imagem</strong> pobre – é a dos locais que não se destacam pela sua imagem, pois são<br />
pequenos, sem atrações e não fazem publicidade. O autor sugere que essas destinações devem<br />
criar atividades para a autopromoção. Algumas localidades que não divulgam suas<br />
potencialidades possuindo, desta forma, a imagem denominada pobre, podem ser atraentes.<br />
No entanto, estas evitam a sua divulgação por resistirem à difusão da atividade turística em<br />
seu território. 3) <strong>Imagem</strong> negativa – Essas localidades, como por exemplo a de um local<br />
violento, pretendem reprimir a divulgação de sua imagem, chamando pouca atenção, ou então<br />
descobrir uma grande potencialidade capaz de se criar uma nova imagem que ofuscasse a<br />
antiga. No entanto, para que essa nova divulgação ocorra, é necessário que a antiga seja<br />
sanada, tornando a estratégia bem sucedida. 4) <strong>Imagem</strong> mista – é a localidade com elementos<br />
positivos e negativos. Geralmente, as localidades com esse tipo de imagem procuram valorizar<br />
suas virtudes e evitar a divulgação dos elementos negativos. 5) <strong>Imagem</strong> contraditória –<br />
localidades que transmitem uma imagem que gera perspectivas diferentes de uma mesma<br />
localidade, uma extremamente oposta a outra. A estratégia sugerida pelo autor neste caso é a<br />
de salientar o que é positivo para que as pessoas não acreditem na imagem oposta. No entanto,<br />
reverter a que é negativa é difícil, e somente deve ser realizada se essa característica for<br />
sanada. 6) <strong>Imagem</strong> demasiadamente atraente – Alguns locais, por serem extremamente<br />
atraentes, podem ter seu território prejudicado pelo excesso de turistas. Em muitas destas<br />
localidades, promove-se um <strong>marketing</strong> ao contrário, o chamado anti<strong>marketing</strong>: a divulgação<br />
de uma imagem negativa para desestimular o interesse dos clientes.<br />
De qualquer forma, a imagem sozinha não garante o sucesso de uma destinação como<br />
turística, segundo Ahmed 1 (1991 apud JENKINS, 1999) outras variáveis podem ser mais<br />
influentes da decisão de escolha de uma localidade como, por exemplo, o preço e o acesso.<br />
Porém, o escopo do presente trabalho é a discussão da importância da imagem na divulgação<br />
de destinações turísticas, mesmo porque sua relevância motivou diversos estudos sobre o<br />
tema.<br />
Devido à sua grande importância na divulgação de destinações turísticas e também à falta de<br />
um modelo referencial para servir como embasamento teórico, Echtner & Ritchie(1991)<br />
desenvolveram um modelo para o entendimento e mensuração da imagem de destinações<br />
turísticas. Esse modelo foi abordado neste trabalho por sua grande aceitação no meio<br />
acadêmico.<br />
1 AHMED, Z. The influence of the components of a State´s tourist image on product positioning strategy.<br />
Tourism Management. December, 1991, 331-540.<br />
38
4.3.1 – O modelo de Echtner e Ritchie<br />
Ao se estudar imagens de destinações turísticas, percebe-se que os autores Echtner &<br />
Ritchiesão amplamente citados, bem como a sua importância no meio acadêmico: Jenkins<br />
(1999) afirma que o modelo desenvolvido pelos autores foi o maior estudo de mensuração de<br />
imagem de destinações turísticas já desenvolvido até então e que os dois partiram do<br />
pressuposto que muitas das definições utilizadas em estudos anteriores são bastante vagas.<br />
Leal (2006) afirma que esse estudo foi bastante aceito pelo meio acadêmico desde a sua<br />
publicação em 1991, e que ele pode ser reconhecido como referência “obrigatória” para<br />
pesquisas de mensuração de imagens.<br />
Admitindo a importância da imagem no <strong>marketing</strong> de destinações turísticas frente ao<br />
crescimento da indústria do turismo, os autores afirmam que ela constitui um diferencial para<br />
a competição entre as destinações turísticas na mente dos consumidores. Eles fazem um breve<br />
relato dos estudos anteriores sobre a importância da imagem no turismo e, a partir desse<br />
argumento, prevêem a necessidade da criação de um modelo eficaz e referencial para o estudo<br />
da mensuração da imagem de destinações, sem desmerecer os estudos anteriores.<br />
O modelo apresentado é de grande valia para localidades como países, estados e grandes<br />
cidades. Os autores identificam três dimensões básicas que devem ser consideradas na<br />
mensuração:<br />
A primeira dimensão é a da imagem apresentada como holística ou como um atributo: os<br />
produtos são percebidos em termos de atributos individuais ou de uma impressão holística.<br />
Pode se considerar como imagem holística aquela que, quando percebida, representa toda a<br />
destinação. Os atributos são as imagens que se destacam na destinação, contudo não a ponto<br />
de serem referências que remetem diretamente à destinação.<br />
A segunda dimensão do estudo é a da imagem classificada como característica funcional ou<br />
psicológica. Os componentes funcionais são considerados como os observáveis ou<br />
mensuráveis. Já os psicológicos são aqueles que não podem ser diretamente medidos, como a<br />
hospitalidade e a atmosfera.<br />
A terceira dimensão apresentada pelos autores é a que classifica as imagens como comuns e<br />
únicas de uma destinação. As comuns são aquelas que podem ser encontradas em muitas<br />
destinações, enquanto as únicas são aquelas peculiares de uma localidade, não sendo<br />
reconhecidas em outra destinação.<br />
39
Após apresentar essa nova estruturação conceitual para a imagem de destinações turísticas,<br />
Echtner & Ritchie (1991: p. 8) definem:<br />
... imagem de uma destinação é definida não somente como a percepção de seus<br />
atributos individuais, mas também das impressões holísticas provindas dela. Ela<br />
consiste em características funcionais, no que diz respeito aos seus aspectos mais<br />
tangíveis e características psicológicas, relacionando-se aos seus aspectos mais<br />
intangíveis. Além disso, as imagens de destinações podem ser dispostas em um<br />
continuum que varia dos atrativos geralmente apresentados em vários destinos<br />
àqueles que são únicos para poucas destinações. (tradução da autora) 1<br />
Inicialmente, os autores apresentam apenas as duas primeiras dimensões acima citadas. Na<br />
figura 8, pode-se perceber como eles demonstram que a imagem pode ser classificada<br />
inicialmente entre quatro componentes: holístico, atributos, características funcionais e<br />
características psicológicas. Nota-se que uma imagem pode ser um atributo de características<br />
funcionais ou psicológicas ou pode ser holística com características funcionais ou<br />
psicológicas. Neste caso, eles utilizaram o país Nepal e suas imagens como exemplo:<br />
É perceptível que a imagem do Nepal como uma destinação de viagens não é somente baseada<br />
em atributos psicológicos e funcionais, mas também nas mais holísticas figuras mentais ou<br />
físicas.<br />
FIGURA 8: Exemplo ilustrativo dos quatro<br />
componentes da imagem de destinações. (Nepal)<br />
Fonte: (ECHTNER & RITCHIE, 1991; p. 6)<br />
1 “... destination image is defined as not only the perceptions of individual destination attributes but also the<br />
holistic impression made by the destination. Destination image consists of functional characteristics, concerning<br />
the more tangible aspects of the destination, and psychological characteristics, concerning the more intangible<br />
aspects. Furthermore, destination images can be arranged on a continuum ranging from traits which can be<br />
commonly used to compare all destinations to those which are unique to very few destinations.”<br />
40
A terceira dimensão é acrescentada a seguir, a partir da percepção de que uma imagem pode<br />
obter um aspecto único que pode ser incluído como holístico ou psicológico. O outro aspecto<br />
percebido foi que os aspectos comuns são considerados atributos ou características funcionais,<br />
sendo acrescentados à ilustração esquemática da seguinte forma (FIGURA 9):<br />
FIGURA 9: Os componentes de uma imagem de<br />
destinações em seus três aspectos.<br />
Fonte – (ECHTNER & RITCHIE, 1991: p. 6)<br />
Após desenvolverem essa representação esquematizando a sua teoria, Echtner &<br />
Ritchie(1991) explicam que a maioria dos estudos realizados anteriormente sobre esse tema<br />
obtinha um foco maior nos aspectos comuns. Estes são atributos que não estão relacionados<br />
aos componentes holísticos e únicos. Logo, o enfoque desenvolvido pelos autores tinha uma<br />
abrangência maior e mais aproximada da realidade. Geralmente, os estudos de imagem<br />
realizados até então evidenciavam como único atributo psicológico a hospitalidade.<br />
41
5 – OBJETOS DE ESTUDO<br />
Para o progresso do presente trabalho, foi imprescindível a análise de Belo Horizonte por<br />
meio de pesquisas científicas que se preocuparam em descobrir quais as imagens da cidade.<br />
Também se fez necessário considerar as imagens de Belo Horizonte promovidas em materiais<br />
publicitários como jornais, guias e sites de internet, desde que estes não possuíssem ligação<br />
aparente com a Belotur. Desta forma, estabeleceu-se um paralelo entre as imagens da cidade<br />
definida por meio destes recursos e as imagens que são divulgadas pela Belotur.<br />
5.1 – Imagens de Belo Horizonte<br />
Belo Horizonte é uma capital que se localiza na região central do estado de Minas Gerais, no<br />
Brasil. De acordo com dados da Associação Mineira de Municípios, AMM (2006), o<br />
município tem uma população de cerca de 2.375.000 habitantes. É no contexto de uma capital,<br />
cidade com a maior população e município pólo de seu estado que esta pesquisa se baseará.<br />
Figueiredo (2001) definiu as imagens de Belo Horizonte utilizando o modelo desenvolvido<br />
por Barich & Kotler (1991) (FIGURA 5) sobre os atributos que formam uma imagem<br />
corporativa. Ela analisou cada um dos atributos citados pelos autores e empregou-os na<br />
caracterização da imagem de uma destinação turística.<br />
Segundo Figueiredo (2001), apesar das características de uma metrópole, como o crescimento<br />
da violência, o trânsito intenso e a perda da memória histórica, Belo Horizonte ainda apresenta<br />
elementos típicos de uma cidade interiorana, sendo que os problemas sociais não são graves<br />
quando comparados com outras metrópoles brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro. De<br />
acordo com a pesquisa, os serviços básicos de educação e saúde são considerados de boa<br />
qualidade e a segurança, apesar de grande preocupação entre os entrevistados pela autora,<br />
ainda não foi apontado como um problema.<br />
Segundo os dados apresentados por Figueiredo (2001), o povo belo-horizontino é visto como<br />
o típico mineiro de interior: tradicional, reservado e hospitaleiro. O empresariado da cidade<br />
também é bem visto, no entanto é considerado conservador e desinteressado pela cidade.<br />
Um dos pontos mais favoráveis à cidade que foi apontado por Figueiredo (2001) é a sua<br />
localização privilegiada, pois a cidade encontra-se entre o trecho de estados que se destacam<br />
economicamente no país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.<br />
42
Outro fator que evidencia favoravelmente as imagens da cidade é sua boa infra-estrutura de<br />
comunicação.<br />
O trânsito é considerado confuso e sua sinalização incapaz de atender ás necessidades dos<br />
motoristas. O que Figueiredo (2001) lamenta, é o fato de, na condição de cidade planejada,<br />
Belo Horizonte ainda atrapalhar-se com seu trânsito, devido às suas ruas implantadas de forma<br />
retas que se cruzam como um “jogo de xadrez”. Outro fator negativo levantado sobre o<br />
trânsito da cidade é o grande número de automóveis que circulam pelas suas ruas. Figueiredo<br />
(2001) também declara que o serviço público de transportes é ineficiente, pois o metrô não<br />
atende à população e os ônibus não conseguem satisfazer a sua demanda. O único serviço de<br />
qualidade reconhecido na cidade, o transporte por meio do táxi, tem o defeito de ser caro para<br />
a maioria da população.<br />
Um aspecto bastante relevante de Belo Horizonte é sua grande quantidade de bares e<br />
restaurantes. Essa característica, de acordo com a matéria do Estado de Minas de 1 de Junho<br />
de 2005, é vista como um compensador da carência da cidade em praias. A cidade, conforme<br />
diz a reportagem do jornal Estado de Minas do dia 22 de janeiro de 2006, é nacionalmente<br />
conhecida como a capital dos barzinhos e tem o título de uma das melhores noites do Brasil. O<br />
que tradicionalmente comprova essa sua fama é o fato da cidade abrigar o festival Comida di<br />
Buteco. O evento completou sua sétima edição em 2006 e, em reportagem publicada em 22 de<br />
março de 2005, afirma-se que este é um festival que ocorre em lugares considerados<br />
“sagrados” para seus freqüentadores: os bares. A grande vantagem desse evento para os<br />
proprietários dos estabelecimentos é que, assim como afirma a reportagem de 6 de janeiro de<br />
2006, o evento atrai uma multidão para os bares de Belo Horizonte e ainda incentiva a criação<br />
de pratos diferenciados que misturam ingredientes sofisticados com os tradicionais tira-gostos<br />
servidos em botecos.<br />
Com destaque especial concedido por Figueiredo (2001), a cultura belo-horizontina é<br />
consideravelmente valorizada pelos seus habitantes, principalmente as manifestações sociais e<br />
a capacidade de aglutinação dos moradores sem motivos importantes para tal ato. Para Pereira<br />
(2003), foi atribuído à produção cultural da cidade um vínculo com sua imagem, de forma que<br />
este pode ser verificado no Primeiro Diagnóstico do Setor Cultural 1 , de autoria da Prefeitura<br />
Municipal de Belo Horizonte. Este diagnóstico sugeriu à prefeitura a certificação de artistas<br />
1 BELO HORIZONTE, PREFEITURA MUNICIPAL (1996). Primeiro diagnóstico da Área Cultural de Belo<br />
Horizonte. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Cultura.<br />
43
do mercado cultural da cidade, a fim de proteger e preservar a sua qualidade de produção<br />
cultural. Pereira (2003) separa o turismo cultural de Belo Horizonte em três modalidades: 1)<br />
Cidade-Espetáculo – segundo o autor, a cidade organiza grandes espetáculos e importantes<br />
eventos para promover a sua fama na modalidade. Ele afirma que o objetivo para com esses<br />
eventos são mantê-los cronologicamente para que eles ocorram constantemente, e assim Belo<br />
Horizonte esteja persistentemente ofertando produtos culturais. Pereira (2003) exemplifica os<br />
esforços para tal citando os eventos FIT (Festival Internacional de Teatro), FID (Festival<br />
Internacional de Dança), FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), Encontro Mundial de<br />
Artes Cênicas, entre outros; 2) Cidade da Moda – Pereira (2003) afirma que esta modalidade<br />
tem uma importância econômica crescente na cidade. Para justificar tal afirmação, o autor<br />
exemplifica como grande pólo da moda e confecção a região do Barro Preto, um bairro que se<br />
localiza na parte central de Belo Horizonte. Pereira (2003) também afirma que a<br />
administração pública buscou a qualificação da mão-de-obra, preterindo a inserção na cidade<br />
no circuito internacional. No Guia Unibanco Minas Gerais, esta modalidade recebe uma<br />
atenção especial, pois a cidade, que revelou grandes talentos do cenário fashion nacional,<br />
cresce neste setor. No entanto, ela ainda não possui uma semana oficial da moda, como ocorre<br />
em São Paulo e Rio de Janeiro; 3) Rock`cidade – Ainda de acordo com Pereira (2003), Belo<br />
Horizonte é considerada um dos maiores pólos de produção musical no Brasil. Grandes nomes<br />
reconhecidos nacionalmente e internacionalmente como Clube da Esquina e Milton<br />
Nascimento, bem como a banda de Thrash Metal Sepultura, e também outros ícones nacionais<br />
como Skank, Jota Quest e Pato Fu justificam a afirmação do autor de que Belo Horizonte é<br />
uma cidade musical. Além disso, a cidade tem sediado eventos musicais de grande porte como<br />
os anuais Pop Rock Brasil e Festival de Música Eletrônica.<br />
De acordo com o Guia Unibanco de Minas Gerais (2005), notáveis grupos mineiros de dança<br />
contemporânea, teatro e música possuem importância no mercado estrangeiro, desta forma, o<br />
guia destaca o Grupo Corpo, uma referência internacional de virtuosismo na dança; Grupo<br />
Galpão, um dos mais respeitados grupos teatrais da cidade; o Grupo Giramundo, famoso<br />
teatro reconhecido internacionalmente, caracterizado por seus personagens de bonecos; além<br />
de outras companhias de teatro e dança.<br />
No guia Unibanco Minas Gerais (2005), a região comercial da Savassi ganha espaço como<br />
local de convivência social e um dos lugares mais agitados da cidade, apresentando um<br />
público bastante heterogêneo. A região, nos finais de semana, torna-se palco de manifestações<br />
culturais como exposições e shows ao ar livre. Culturalmente, também pode-se considerar<br />
44
turisticamente atrativos alguns complexos arquitetônicos de Belo Horizonte. Recebem atenção<br />
especial no guia Unibanco Minas Gerais (2005) o Complexo da Praça da Liberdade e o<br />
Complexo da Pampulha. Outro complexo que tem adquirido destaque na imprensa regional é<br />
o complexo da Praça da Estação que, de acordo com matéria apresentada no Jornal Estado de<br />
Minas de 30 de julho de 2004, foi completamente reformada para tornar-se palco para<br />
manifestações culturais. Um ano depois, na matéria de julho de 2005 do mesmo jornal, é<br />
confirmada a sua utilidade não só como endereço de grandes eventos culturais, mas como<br />
também um local de descanso e lazer. Na edificação da Estação Central, onde atualmente<br />
funciona a estação de metrô, foi construído o primeiro museu brasileiro completamente<br />
homenageando as artes dos ofícios e trabalhos do Brasil.<br />
Belo Horizonte destaca-se, também, como cidade comercial. Figueiredo (2001) afirma que é<br />
aparentemente viável a vocação de Belo Horizonte para o setor de serviços. A Savassi,<br />
conforme afirma o Guia Unibanco Minas Gerais, é um centro comercial com lojas de grifes,<br />
vários locais de convivência cultural como bares, cafés e boates, além de um sofisticado<br />
shopping e da maior casa de shows da capital. A matéria publicada no dia 11 de janeiro de<br />
2004, confirma a questão de que, além de um centro de compras, ela se tornou um ambiente<br />
de entretenimento cultural e gastronomia. Outro ponto comercial de destaque na capital é a<br />
feira da Afonso Pena. Ela acontece todos os domingos do ano e, segundo o Guia Unibanco<br />
Minas Gerais, é considerada uma das maiores do gênero da América Latina. O mercado<br />
central, inicialmente criado como um empreendimento sustentando pela resistência dos<br />
feirantes mineiros, é hoje considerado um atrativo <strong>turístico</strong> de Belo Horizonte. Em matéria de<br />
5 de setembro de 2004 do jornal Estado de Minas, nota-se que o mercado atualmente oferece<br />
ao seu público uma estrutura completa, até mesmo com caixas eletrônicos e estacionamento.<br />
O mercado além de um importante local de comércio da capital, é também um lugar de<br />
convívio social.<br />
Além da grande caracterização cultural de Belo Horizonte, assim como suas características<br />
comerciais, outro ponto de destaque da cidade é a sua ascendência para os grandes eventos de<br />
negócios, sendo um dos principais geradores da demanda de turistas para o município. De<br />
acordo com Figueiredo (2001), a atração de turistas a negócios em Belo Horizonte é mais<br />
eficiente que a lazer. Essa afirmação confirma que, mesmo sendo fortemente caracterizada<br />
pelas suas características culturais, nota-se que a vocação para turismo de eventos em Belo<br />
Horizonte têm sido o maior fator de atração de turistas para o município. Em abril de 2006, a<br />
capital mineira sediou o encontro do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento.<br />
45
Neste evento, acreditou-se que seria oportuno consolidar a cidade na rota do turismo de<br />
negócios e, desta forma, ocorreu uma forte divulgação da cidade como pólo de turismo de<br />
negócios no Brasil. Segundo matéria apresentada no Estado de Minas em 25 de janeiro de<br />
2006, o presidente da Belotur afirma que a reunião do BID 2006 atrairia muitas pessoas à<br />
capital, sendo que a grande maioria viria por causa desta tipologia turística. Aproveitou-se o<br />
evento para valorizar as qualidades presentes na localidade, reforçando mais uma vez que a<br />
cidade está estruturada para os negócios conforme pode ser observado no site oficial da<br />
reunião do BID 2006, em Belo Horizonte, onde se afirma que a cidade é um dos principais<br />
pólos desta tipologia além de ser indicada pela “ Population Crisis Commitee” da ONU, como<br />
a metrópole de melhor qualidade de vida na América Latina.<br />
Em matéria publicada no dia 15 de Outubro de 2006, no Jornal Estado de Minas, estruturações<br />
foram realizadas no município para fortalecer o turismo de negócios na cidade. Segundo a<br />
matéria, o turista de negócios é bom consumidor e gasta mais que um turista de lazer. Em<br />
Belo Horizonte, vários foram os investimentos em infra-estrutura para garantir a atividade na<br />
cidade, como a inauguração e ampliação do Expominas, uma grande estrutura direcionada à<br />
realização de eventos; a transferência de grande parte dos vôos do município: do pequeno<br />
aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves,<br />
em Confins, que é mais capacitado para atender grandes quantidades de vôos; e a implantação<br />
da linha-verde, um conjunto de obras que ligará o aeroporto da cidade de Confins ao centro de<br />
Belo Horizonte. Neste tópico, Figueiredo (2001) notou em sua pesquisa que eram comuns as<br />
reclamações sobre a dificuldade de acesso até o aeroporto de Confins, entretanto, a pesquisa<br />
realizada pela autora ocorreu anteriormente ao início da implantação da linha-verde.<br />
Figueiredo (2001) afirma que as estratégias implantadas para o turismo de negócios da cidade<br />
foram bem aceitas pelos seus moradores. Contudo, ela critica a sinalização deficiente de Belo<br />
Horizonte, bem como a carência de qualidade do material promocional do município. A autora<br />
também conclui em sua pesquisa que a hotelaria vem melhorando consideravelmente no<br />
município, Isso pode ser comprovado na matéria do dia 15 de Outubro de 2006 do Jornal<br />
Estado de Minas que mostra que o Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes da cidade – o<br />
Sindhorb – avalia que o setor deve crescer em cerca de 10% em 2006 em relação ao ano de<br />
2005. Outro fator que comprova o crescimento da indústria hoteleira em Belo Horizonte é que<br />
a sua taxa de ocupação em 2006 deve fechar entre 60% a 65%, enquanto em 2005 ela<br />
registrou ocupação entre 55% a 60%.<br />
46
As características naturais são pouco divulgadas como atrativos <strong>turístico</strong>s nos materiais<br />
utilizados para a pesquisa das imagens de Belo Horizonte. No entanto, fala-se a respeito da<br />
importância geológica da Serra do Curral, que foi tombada como patrimônio histórico<br />
nacional em 1960, conforme afirma o Guia Unibanco Minas Gerais. Nesse material, também<br />
se encontra críticas quanto à atual situação da serra, que em parte está devastada devido aos<br />
anos de atividade mineradora no local. Para Costa e Braga (2002), a mineração na serra é um<br />
problema emblemático que envolve o interesse da exploração dos recursos naturais contra a<br />
preservação paisagística da serra e das nascentes de sua encosta. Críticas quanto à situação da<br />
Serra do Curral também podem ser percebidas na reportagem de 17 de maio de 2004, do<br />
Jornal Estado de Minas, que afirma que, apesar do título de Símbolo de BH recebido em 1995,<br />
toda a biodiversidade da serra sofreu com o crescimento da capital, com a especulação<br />
imobiliária, a mineração e com os incêndios criminosos. Contudo, na mesma reportagem,<br />
afirma-se que apesar de todos os problemas enfrentados, encontram-se espécies raras de flora,<br />
assim como uma variedade de fauna. Conforme afirma a matéria do Jornal Estado de Minas,<br />
de 21 de fevereiro de 2005, um projeto de construção de um parque chamado Paredão da Serra<br />
visa a preservação do local, além de tornar o lugar mais apropriado para a atividade turística,<br />
com a legalização de trilhas e sistema de segurança física e eletrônica que tornará possível<br />
evitar incêndios na região.<br />
Outros parques e áreas verdes de BH têm recebido maior atenção por parte da prefeitura<br />
quanto às suas preservações. Em reportagem de 26 de setembro de 2006, no Jornal Estado de<br />
Minas, nota-se que a Fundação de Parques Municipais tem recebidos benefícios, por meio do<br />
ProParque, que proporcionaram melhorias na infra-estrutura dos parques, nos tratamentos<br />
paisagísticos, a revitalização das áreas verdes e a compra de novos equipamentos. Recebe um<br />
tratamento especial o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, que é mais antigo que a<br />
própria capital. Outro parque que tem recebido uma boa parcela da renda do ProParque é o das<br />
Mangabeiras, que passou boa parte do ano de 2006 em reforma. Uma grande parcela da renda<br />
destinada aos parques vai principalmente para a segurança e vigilância, o que mostra que os<br />
parques têm sido capacitados para receber a atividade turística.<br />
Após a análise de Belo Horizonte, percebe-se que as imagens da capital mineira que a<br />
destacam como destinação turística, são as de uma cidade cultural, comercial, com atrativos<br />
naturais em expansão e, principalmente, bem estruturada para grandes eventos de negócios.<br />
47
5.2 – Belotur – A Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte S/A<br />
A Belotur foi criada pela lei n° 3.237, de 11/08/80 e regulamentada pelo decreto n° 3.838, de<br />
30/10/80, tendo seu estatuto sido aprovado pelo decreto n° 3.839, de 31/10/80 com<br />
personalidade jurídica de direito privado, patrimônio próprio e autonomia administrativa,<br />
técnica e financeira, com sede e foro na cidade de Belo Horizonte e prazo de duração<br />
indeterminado.<br />
Originalmente foi vinculada à Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes.<br />
Entretanto, ocorreu um desmembramento destes e, em 15/07/93, pela lei n°6.352, vinculou-se<br />
diretamente ao Prefeito, anexando-se, em 2000, à Secretaria Municipal de Governo,<br />
Planejamento e Coordenação Geral (lei n° 8.146, de 29/12/2000) e, em seguida, retornou a sua<br />
ligação direta com o Gabinete do Prefeito.<br />
A missão da Belotur é transformar a cidade em um pólo <strong>turístico</strong> com visibilidade nacional e<br />
internacional. A empresa pretende tornar a cidade uma referência em turismo de negócios,<br />
eventos, lazer, entretenimento, cultura e atividades complementares.<br />
De acordo com José Geraldo Dolabella, membro da gerência de promoção turística, o setor de<br />
promoção é estratégico para cumprir essa missão e os objetivos da empresa.<br />
As atividades realizadas pela empresa são:<br />
- realização dos eventos Carnaval, Arraial de Belo, Natal (iluminação festiva da<br />
cidade e chegada do Papai Noel) e Reveillon;<br />
- Apoio às diversas festividades realizadas na capital;<br />
- serviços de informação turística por meio dos postos instalados nos aeroportos,<br />
rodoviária e outros locais da capital e por meio de telefone;<br />
- Publicação técnica direcionada aos investidores;<br />
- sinalização turística;<br />
- criação de um calendário de eventos da cidade;<br />
- Infotur, sistema de banco de dados com as informações sobre os atrativos<br />
<strong>turístico</strong>s da cidade.<br />
48
Segundo as informações cedidas pela Belotur, a empresa realiza pesquisas para mensurar<br />
vários aspectos da atividade turística a fim de delimitar programas e direcionar as suas ações.<br />
Contudo, o que se percebe, por meio das entrevistas realizadas entre os membros da promoção<br />
turística, é que uma pesquisa eficaz baseada em princípios da administração só foi realizada<br />
este ano e direcionada ao material que deverá ser desenvolvido a partir do ano de 2007.<br />
Atualmente, a empresa tem investido na captação de eventos de diversas categorias<br />
profissionais para BH. Conforme afirmou o presidente da Belotur 1 , a cidade, com o apoio do<br />
governo do Estado e do governo Federal, tem conseguido captar grandes eventos para a<br />
cidade, em parceria com a Convention and Visitors Bureau 2 .<br />
Os materiais promocionais desenvolvido pela Belotur são: guia <strong>turístico</strong> de BH, banners,<br />
pôsteres e folders. Cada peça foi analisada para posterior aplicação da teoria de Echtner &<br />
Ritchie (1991).<br />
5.2.1 - Primeiro conjunto: Folders de divulgação de roteiros específicos de Belo<br />
Horizonte (ANEXO 1)<br />
Esse primeiro conjunto, que já era distribuído antes de 2006, é composto por cinco folders,<br />
com diferentes roteiros e temas: Compras, Museus, Pampulha, Parques e Ecoturismo e Praça<br />
da Liberdade. Cada um possui uma cor diferente, porém o mesmo estilo de composição dos<br />
elementos de fotografias e de textos no papel. Todos podem ser encontrados em quatro<br />
idiomas: português, inglês, espanhol e francês. Esse material é distribuído em feiras,<br />
congressos e postos de informações da Belotur e seu objetivo é, além de promover a cidade<br />
turisticamente, informar os visitantes sobre os atrativos da cidade.<br />
5.2.1.1 – Folder Compras<br />
O folheto é composto por capa, verso e quatro páginas internas de informação.<br />
1 Palestra realizada pelo presidente da Belotur aos alunos de Turismo da Universidade Federal de Minas Gerais,<br />
cujo tema foi Marketing de Cidades: estratégias de <strong>marketing</strong> aplicadas para desenvolver o turismo na<br />
cidade de Belo Horizonte, setembro de 2006.<br />
2 A Convention and Visitors Bureau, segundo a apresentação institucional da Belotur, é uma organização<br />
cooperativa de <strong>marketing</strong> encarregada de vender a imagem da capital para atrair negócios de turismo e canalizálos<br />
para seus associados.<br />
49
Na capa desse material encontram-se elementos de artesanato. No entanto, nenhuma<br />
informação sobre este é encontrada.<br />
No interior do folder, regiões da cidade, bem como produtos nela vendidos, são destacados em<br />
textos e pequenas fotos: Feira de artesanato da Afonso Pena, Feira Tom Jobim, Mercado<br />
Central, Pedras Preciosas, Savassi, shoppings centers, Barro Preto e artesanato mineiro.<br />
Cabe ressaltar que, nesse material, os textos são mais valorizados que as fotos, uma vez que<br />
elas aparecem com pouco destaque apenas ilustrando as partes escritas que transmitem as<br />
informações necessárias.<br />
Em seu verso, são destacados os endereços das regiões comerciais como feiras, mercados,<br />
centros de artesanato e shoppings.<br />
O que se percebe nesse material é que a questão do comércio é destacada, assim como as<br />
possibilidades que ele pode proporcionar ao turista. Pouco se fala da cultura belo-horizontina,<br />
no entanto, pode-se encontrar frases que demonstram que ela está presente nos pontos citados<br />
como: “Os botequins são uma tradição na cidade”, ou “objetos de diversos materiais e<br />
técnicas variadas traduzem a riqueza cultural do povo”.<br />
Desta forma, como a importância dada à cultura não é relevante, a imagem transmitida nesse<br />
material é a de uma cidade voltada para o comércio.<br />
5.2.1.2 – Folder Museus<br />
Na capa desse material, encontra-se a foto do museu Abílio Barreto. No entanto, não existe<br />
nenhuma indicação de seu nome na capa. Já no interior, o museu é citado, porém a foto<br />
encontrada, assim como o texto, não estabelecem relação com a foto do exterior.<br />
Na parte interna, são destacados o Museu de Arte da Pampulha, Museu Histórico Abílio<br />
Barreto, Museu de Ciências Naturais da PUC-MG, Museu de História Natural/Presépio do<br />
Pipiripau, Museu de Artes e Ofícios, Museu de Ciências Morfológicas da <strong>UFMG</strong>, Museu<br />
Giramundo, Museu de Mineralogia Djalma Guimarães e Museu Mineiro.<br />
Esse folder possui maior número de páginas internas de informações que o folder de Compras,<br />
enquanto o outro tem quatro, esse tem seis. Assim sendo, um maior destaque são dadas às<br />
50
fotos do Museu de Ciências Naturais da PUC-MG, Museu de História Natural/Presépio do<br />
Pipiripau e Museu de Artes e Ofícios.<br />
No verso do folheto, são informados os endereços de todos os museus integrantes do folheto.<br />
As belas fotos e as informações dos textos transmitem uma variedade de alternativas culturais<br />
para quem visitar a cidade. Assim sendo, a imagem transmitida nesse material é o de uma<br />
cidade composta por diversos museus.<br />
5.2.1.3 – Folder Pampulha<br />
A foto inicial é da Igreja de São Francisco de Assis. Apesar de não ter nenhum nome<br />
indicando esta, a foto apresentada no interior do folder, juntamente com as informações deste,<br />
é semelhante à da capa, facilitando a percepção do turista quanto à localidade que está em<br />
evidência.<br />
São destacados, nas quatro páginas internas do material, os seguintes elementos: Oscar<br />
Niemeyer, o arquiteto responsável pelas obras da Pampulha; Igreja de São Francisco de Assis;<br />
Estádio do Mineirão; Estádio do Mineirinho; Casa do Baile; Museu de Arte da Pampulha;<br />
Jardim Botânico e Jardim Zoológico. O material em inglês aparenta ser atualizado e nele é<br />
acrescentado o Parque ecológico Francisco Lins do Rego.<br />
Nesses folhetos, as fotos recebem pequeno destaque diante dos grandes textos que descrevem<br />
cada localidade. Destaca-se o valor histórico das obras da Pampulha por estas serem os<br />
primeiros projetos arquitetônicos de Niemeyer, além das características naturais do parques,<br />
jardins, zoológico e lagoa, presentes na região.<br />
O verso é composto por um mapa, de difícil interpretação, da lagoa, com as localidades<br />
apresentadas no folder pontuadas e os endereços destas localizados em uma legenda.<br />
Neste folder, percebe-se que a imagem divulgada é da região da Pampulha com grandes<br />
valores arquitetônicos e algumas belezas naturais.<br />
51
5.2.1.4 – Folder Parques e Ecoturismo<br />
São duas as versões encontradas para esse folder: na primeira, a capa é composta pela<br />
fotografia do Parque Ecológico José Lins do Rego, que pode ser facilmente identificado<br />
dentro do folheto, já que a figura utilizada é a mesma; na segunda, encontra-se destacada uma<br />
foto do Parque das Mangabeiras, de difícil percepção para quem vê a foto, uma vez que não a<br />
relação desta com os outros elementos do folder.<br />
No interior de ambos, que possuem apenas duas páginas, são destacados o Parque das<br />
Mangabeiras, o Jardim Zoológico e Jardim Botânico, o Parque Ecológico Francisco Lins do<br />
Rego, o Parque Municipal e as possibilidades de ecoturismo em Belo Horizonte e em seu<br />
entorno.<br />
As informações do folheto destacam não somente as áreas verdes presentes na capital, mas<br />
também valorizam as condições do relevo, as nascentes e o solo, todos favoráveis à prática de<br />
esportes radicais.<br />
No verso do folheto, encontram-se as informações sobre os parques e fundações apresentadas<br />
no interior deste.<br />
Desta forma, o material sobre parques e ecoturismo destaca as características naturais da<br />
cidade.<br />
5.2.1.5 – Folder Praça da Liberdade<br />
O folder relacionado à Praça da Liberdade e seu conjunto arquitetônico, tem na capa a<br />
fotografia das palmeiras formando um caminho até o Palácio do Governo.<br />
Internamente, são destacados o Palácio da Liberdade, Museu de Mineralogia Djalma<br />
Guimarães, o Palacete Dantas, as Secretarias e o prédio arquitetado por Oscar Niemeyer.<br />
Neste, algumas fotos são mais destacadas enquanto outras são difíceis de enxergar, pois são<br />
bem pequenas.<br />
No verso, existe um mapa com a numeração e os endereços de algumas edificações que se<br />
localizam na praça e próximas dela, com seus respectivos endereços escritos em letras<br />
pequenas.<br />
52
A imagem transmitida que se nota nesse material é a de uma praça que se destaca pelas suas<br />
características arquitetônicas, de valor histórico.<br />
5.2.2 – Segundo conjunto: Folder de divulgação da Igreja São Francisco de Assis<br />
(ANEXO 2)<br />
O folheto da Igreja São Francisco de Assis já era distribuído antes do ano de 2006 em feiras,<br />
congressos e postos de informação.<br />
Esse folder, dobrado em três páginas, apresenta, inicialmente, uma bela fotografia da<br />
Pampulha, evidenciando a Igreja de São Francisco de Assis, a Lagoa da Pampulha e o Estádio<br />
Magalhães Pinto, o Mineirão. Na capa, o nome da Igreja apresenta-se identificado, assim<br />
como a região da Pampulha. Nesta parte, a folha é pontilhada, dando idéia de um cartão<br />
postal, sendo que o verso desta assemelha-se ao cartão.<br />
As páginas do interior do material apresentam fotografias de pinturas e da fachada da Igreja.<br />
Além disso, o folder contém informações referentes à Igreja, como os nomes de grandes<br />
artistas que participaram da construção, decoração e pintura dos seus elementos.<br />
No verso encontra-se o endereço da Igreja de São Francisco de Assis, assim como a marca das<br />
entidades que apoiaram a criação do material: Belotur, Universidade Católica de Minas Gerais<br />
e Prefeitura de Belo Horizonte. Também encontra-se no verso as informações referentes à<br />
Belotur, como endereço, telefone e endereços eletrônicos.<br />
Percebe-se que a imagem promovida neste material é a da Pampulha, com ênfase na<br />
arquitetura da Igreja São Francisco de Assis.<br />
5.2.3 – Terceiro conjunto: Folders destacando vários atrativos de Belo Horizonte em um<br />
mesmo material<br />
Neste tópico, serão analisados dois tipos de folders, ambos distribuídos em quatro idiomas:<br />
português, inglês, espanhol e francês. Esse material também pode ter o idioma alterado,<br />
dependendo do local onde é distribuído e do público que se pretende atingir. Eles podem ser<br />
53
encontrados em feiras, congressos e postos de informação e sua distribuição inicial é anterior<br />
ao ano de 2006.<br />
5.2.3.1 – Folder BH – Belo Horizonte/Brasil (ANEXO 3)<br />
Este folder possui duas versões de capa. Na primeira, que é uma atualização da segunda, a<br />
foto destacada é a da Praça da Estação, enquanto na outra, a imagem que se tem é das curvas<br />
do edifício Niemeyer, que se localiza na Praça da Liberdade. Ambos não estabelecem relação<br />
entre a fotografia e o nome do local. O primeiro, da Praça da Estação, sequer faz algum tipo<br />
de alusão á imagem da capa da sua parte inferior. Já o segundo, o do edifício Niemeyer,<br />
mostra as curvas do edifício que não evidencia tratar-se de um prédio residencial, no entanto,<br />
instiga a busca de sua identificação no interior do folder, que é facilmente encontrada.<br />
O folheto, dobrado em formato de sanfona, possui quatorze páginas de informações em seu<br />
interior, organizadas na frente e no verso do folheto. As informações de ambos são idênticas,<br />
sendo que estes destacam: Praça da Liberdade, localização estratégica da cidade, áreas verdes,<br />
Pampulha, Praça do Papa, vocação para turismo de eventos, representações artísticas,<br />
compras, história, culinária, bares, gastronomia e tecnologia.<br />
As fotos são de fácil visibilidade, pois estão em bom tamanho apesar dos textos serem longos<br />
e detalhados, o que pode ser cansativo para um possível leitor.<br />
O verso dos folders é a continuação da fotografia da capa, com o nome, o endereço, o<br />
endereço eletrônico e o e-mail da Belotur.<br />
Enfim, o que o material transmite é uma cidade de múltiplas características, sendo que as mais<br />
destacadas são: cidade com belezas arquitetônicas com destaque para o Complexo<br />
Arquitetônico da Praça da Liberdade e da Pampulha; cheia de elementos naturais, inclusive<br />
cercada por uma serra onde é possível se avistar a cidade panoramicamente; com vocação para<br />
o turismo de negócios e eventos, com localização privilegiada para tal; cidades de<br />
manifestações artísticas; um local com várias opções comerciais; rica em variedades<br />
gastronômicas e bares; e, por fim, uma cidade desenvolvida tecnologicamente.<br />
54
5.2.3.2 – Folder Belo Horizonte: O nome dá a dica, mas não conta tudo (ANEXO 4 )<br />
Na capa desse folder está destacada a Igreja de São Francisco de Assis sem nenhuma opção<br />
que permita relacioná-la ao seu nome ou localização, tanto na parte externa, quanto na parte<br />
interna.<br />
O interior do folheto, que é dobrado em sanfona, possui quatorze páginas. Nestes, as fotos são<br />
grandes e com destaque maior que os textos, que são sucintos e diretos, proporcionando<br />
equilíbrio na composição do material.<br />
São evidenciados no folder: Praça da Estação, vista de Belo Horizonte da Serra do Curral,<br />
arquiteturas e simetria de ruas e quarteirões típicos de cidade planejada, Pampulha (sem<br />
nenhuma foto da Igreja São Francisco de Assis), grande índice de áreas verdes, museus e<br />
construções históricas, bares e restaurantes, comércio das feiras e do mercado central e infra-<br />
estrutura turística.<br />
O verso não contém nenhum elemento visual que influencie na formação de uma imagem da<br />
cidade, apenas informações sobre a Belotur, com sua logomarca, a logomarca com alô<br />
turismo, do Mercocidades e da Prefeitura de Belo Horizonte.<br />
O que se observa é que, no material, são destacadas aos seguintes imagens de Belo Horizonte:<br />
cidade com muitas belezas arquitetônicas, com destaque para a Praça da Liberdade e<br />
Pampulha; cheia de elementos naturais, inclusive a Serra do Curral, de onde pode se avistar<br />
toda a cidade; com edificações históricas e culturais, com ênfase para os museus; cidade rica<br />
em variedades gastronômicas e bares; local com várias opções comerciais; e um município<br />
bem estruturado para a atividade turística.<br />
5.2.4 – Quarto conjunto: Guia Turístico (ANEXO 5)<br />
O guia <strong>turístico</strong> de Belo Horizonte é distribuído mensalmente pela Belotur, com tiragem<br />
mensal de 30000 peças. Esse material é encontrado em hotéis, restaurantes, postos de<br />
informações turísticas, feiras e congressos. A cada mês, a fotografia da capa é alterada, sendo<br />
que nenhuma delas possui indicação de qual atrativo está divulgado nesta. O público a que<br />
essa material se destina são turistas e moradores de Belo Horizonte, a fim de informá-los e<br />
guiá-los dentro da capital.<br />
55
O guia conta com telefones úteis, como: polícia, hospitais, órgãos <strong>turístico</strong>s, correios, postos<br />
telefônicos, bancos, aeroportos, rodoviária e estação ferroviária.<br />
O guia também apresenta roteiros <strong>turístico</strong>s da cidade, como: Pampulha, Praça da Liberdade,<br />
Centro-sul, Mangabeiras, Praça da Estação, Museus, e opções noturnas de lazer.<br />
São mencionadas informações para visitantes dos municípios e circuitos <strong>turístico</strong>s próximos a<br />
Belo Horizonte. Além disso, o guia também contém a programação cultural do mês vigente,<br />
fornecendo informações de exposições de arte, cinemas, grupos de dança, literatura, museus,<br />
músicas, shows e teatros.<br />
Grande parte do livreto apresenta a relação de bares, restaurantes, hotéis, lanchonetes,<br />
estabelecimentos comerciais e outros serviços. Como esta parte é patrocinada, nem todos os<br />
estabelecimentos da cidade são inseridos em seu conteúdo. Entretanto, é possível notar a<br />
grande quantidade de bares e restaurantes existentes na cidade. Os hotéis também estão<br />
presentes no guia em grande quantidade. Isto transmite a imagem de uma cidade com muitas<br />
opções de gastronomia e boa infra-estrutura turística. No entanto, a inclusão de propagandas<br />
de estabelecimentos no guia causa a impressão de que a cidade destaca-se, também, na prática<br />
do turismo sexual, uma vez que boates de strip-tease costumam inserir comerciais com<br />
fotografias sensuais de mulheres e estes são amplamente divulgados no livreto.<br />
Um mapa <strong>turístico</strong> da área central da cidade é sempre anexado ao guia. Ele destaca elementos<br />
considerados atrativos <strong>turístico</strong>s da cidade. Estes são representados por pictóricos numerados,<br />
com seus respectivos nomes inseridos em uma legenda.<br />
Outros elementos encontrados no guia são os horários dos vôos nos dois aeroportos que<br />
ofertam viagens para a cidade e horários de saída dos ônibus da rodoviária de Belo Horizonte.<br />
O que se nota, ao ler o guia, é que ele transmite as seguintes imagens da cidade: local de belos<br />
elementos arquitetônicos, com destaque para a Pampulha, Praça da Liberdade e as construções<br />
históricas e culturais dos museus; cidade com diversos bares e opções gastronômicas; com<br />
infra-estrutura turística; e propícia ao turismo sexual.<br />
56
5.2.5 – Quinto conjunto: Brochura destinada a investidores (ANEXO 6)<br />
O Investir BH é um guia cuja tiragem anual é de 3000 peças que são distribuídas em feiras e<br />
congressos. O público-alvo desse material é, principalmente, investidores. Entretanto, essa<br />
brochura também é cedida para estudantes e para o trade <strong>turístico</strong> da cidade.<br />
A brochura, que está em sua nona edição, com distribuição no ano de 2006, possui 100<br />
páginas e é um material que mostra amplamente as características de Belo Horizonte em<br />
diversos aspectos. A capa, tanto na frente quanto no verso, é representada por uma parte do<br />
mapa do centro da cidade, o que evidencia a organização das ruas e avenidas em linhas<br />
paralelas e perpendiculares.<br />
O conteúdo do guia é dividido em três partes: a cidade, governo e turismo.<br />
Na primeira parte, é apresentado um histórico do município, o IDH, os prêmios que a cidade<br />
recebeu e os dados gerais, como moeda, idioma, localização, demografia, etc. A primeira parte<br />
também destaca a boa infra-estrutura que a cidade possui, com rede de abastecimento de água<br />
e rede de esgoto, abastecimento de energia elétrica, limpeza urbana, transporte, vias de acesso<br />
e telecomunicações. A parte cidade também destaca o comércio de Belo Horizonte, composto<br />
por vários centros, shoppings e amplo sistema bancário.<br />
Na segunda parte, denominada governo, considera-se Belo Horizonte uma cidade que<br />
combina modernidade, avanço tecnológico e sociedade que cresce justa e fraterna. Acredita-se<br />
que a vocação da cidade é de diversificação industrial e negócios em tecnologia. Nesta parte,<br />
Belo Horizonte é tratada como cidade internacional por ter se consolidado como sede de<br />
importantes eventos internacionais, manter relações institucionais e comerciais com cidades e<br />
países de diversas localidades mundiais e ter localização geográfica e ligações aéreas<br />
estratégicas com os países da América do Sul. Nesta parte, Belo Horizonte é valorizada como<br />
um município modernizado. Isto se deve ao fato da cidade possuir um portal virtual de<br />
conteúdo completo e superior às demais capitais nacionais. Outro fator citado nessa parte são<br />
as obras realizadas na localidade: duplicação de avenidas que dão acesso aos aeroportos que<br />
servem à cidade, programas de urbanização de vilas e favelas, projeto de saneamento básico<br />
que prevê tratamento para 140 quilômetros de cursos d’água, obras e projetos sociais e projeto<br />
de desenvolvimento da bacia da Pampulha. A questão social é destacada com ênfase na saúde,<br />
educação, inclusão social, habitação, juventude, cultura, segurança pública; todos descritos de<br />
forma positiva.<br />
57
A terceira parte, chamada de turismo, destaca o turismo de eventos como um fator de grande<br />
importância que vem crescendo na cidade. Nesta parte, Belo Horizonte recebe o título de<br />
cidade inovadora e moderna, importante centro de moda do país, de culinária típica, rico em<br />
turismo histórico e cultural e que tem como atrações os parques, as praças, a Pampulha, os<br />
museus, as feiras, os clubes esportivos e os eventos. Além disso, esta ultima parte destaca a<br />
sinalização, que está em progresso; a evolução da hotelaria; e a existência de agências de<br />
receptivo.<br />
Enfim, as imagens que foram exibidas com maior evidência no guia investir BH foram: cidade<br />
com boa infra-estrutura básica, boa estrutura turística, com o comércio dinâmico, cidade<br />
moderna e tecnológica, de vocação para o turismo de eventos, rica culturalmente e com<br />
diversos atrativos naturais.<br />
5.2.6 – Sexto conjunto: Brochuras distribuídas durante o período de realização da<br />
reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID (ANEXO7)<br />
O sexto conjunto, material promocional distribuído durante o BID, teve uma tiragem de 1000<br />
exemplares e foi distribuído durante a realização do evento com a finalidade de captar turistas<br />
que já estavam em Belo Horizonte, mas que são públicos potenciais para retornarem ao<br />
destino ao até mesmo divulgá-lo favoravelmente.<br />
Esse grupo é composto por duas brochuras, uma destacando os atrativos <strong>turístico</strong>s da cidade e<br />
a outra a infra-estrutura direcionada ao turismo. Ambos são envolvidos em uma caixa que tem<br />
o layout semelhante ao de um envelope. Tal idéia é representada por meio de uma ilustração<br />
de fita que atravessa a caixa, uma espécie de adesivo com o nome da cidade em que a reunião<br />
aconteceu anteriormente e réplicas de selos em que as imagens destacadas são a da Igreja de<br />
São Francisco de Assis e a do Museu de Arte, ambos localizados na Pampulha.<br />
5.2.6.1 – Brochura Atrativos Turísticos<br />
Na capa dessa brochura encontra-se uma fotografia da Igreja de São Francisco de Assis com<br />
as cores alteradas para uma tonalidade sépia.<br />
58
O material é rico em imagens representadas por fotos grandes e profissionais. Os textos são<br />
bastante reduzidos e apresentados em quatro idiomas: Português, inglês, espanhol e japonês.<br />
Percebe-se que a preocupação maior neste material é promover a cidade por meio de belas<br />
paisagens e não pelas informações escritas destas. No entanto, todas as fotos possuem<br />
indicação de qual atrativo representam.<br />
Nota-se a repetição de páginas no material. Para cada idioma, as mesmas fotos são utilizadas,<br />
com o mesmos textos, escritos na outra língua. Essa repetição de imagens é desnecessária,<br />
uma vez que as imagens não mudam por causa do idioma e, dessa forma, desperdiçou-se um<br />
material que poderia ser aproveitado para novas informações ou até mesmo paisagens. O<br />
verso do material contêm informações sobre a Belotur, além da sua marca, a marca do<br />
Encontro do BID em 2006, da prefeitura de Belo Horizonte e do governo do estado de Minas<br />
Gerais.<br />
Assim sendo, as imagens apresentadas nas 132 páginas de material são: Igreja de São<br />
Francisco de Assis; visão de toda a cidade com a Serra do Curral ao fundo; cidade planejada<br />
com ruas, avenidas e quarteirões simétricos; cidade de muitos parques e áreas verdes; Parque<br />
Municipal e Palácio das Artes; Praça da Liberdade; cidade de variedade gastronômica e<br />
muitos bares; cidade de muitos museus; Complexo Arquitetônico da Pampulha; cidade de<br />
grandes representações artísticas e culturais; com diversas opções comerciais; próxima às<br />
cidades históricas; próxima ao roteiro da estrada real; capital de um estado com diversos<br />
parques ecológicos, reservas naturais e circuito das águas.<br />
5.2.6.2 - Brochura Infra-Estrutura<br />
Na capa dessa brochura encontra-se uma fotografia do Edifício Niemeyer, que se localiza na<br />
Praça da Liberdade. A cor original foi alterada e a foto apresenta uma tonalidade azulada.<br />
Da mesma forma que a brochura de atrativos <strong>turístico</strong>s, essa também apresenta quatro<br />
idiomas: português, inglês, espanhol e japonês. Outras semelhanças com o material de<br />
atrativos são: a utilização de grande quantidade de fotografias para ilustrar as resumidas<br />
informações, a repetição desnecessária de imagens para cada idioma; e também as<br />
informações encontradas no verso.<br />
As imagens transmitidas nas 28 páginas dessa brochura são: terceira cidade mais importante<br />
do país com bons indicadores econômicos, qualidade de vida e do ar, clima agradável e<br />
59
localização privilegiada; cidade hospitaleira e de setor hoteleiro de qualidade; e cidade<br />
propícia ao turismo de negócios.<br />
5.2.7 – Sétimo Conjunto: Cartão para captação do Congresso Brasileiro de<br />
Anestesiologia<br />
A fim de atrair o evento Congresso Brasileiro de Anestesiologia para Belo Horizonte no ano<br />
de 2012, foram desenvolvidos 5000 cartões para distribuição entre os organizadores e<br />
participantes do congresso que foi realizado em novembro de 2006 na cidade do Rio de<br />
Janeiro.<br />
Na parte frontal da peça, que se assemelha a um cartão postal, é evidenciada a Igreja São<br />
Francisco de Assis, sem nenhuma relação da fotografia com o seu nome. No verso, encontra-<br />
se um texto descrevendo as características da cidade.<br />
São destacadas como imagens de Belo Horizonte: A Igreja de São Francisco de Assis, a<br />
hospitalidade do belo-horizontino, os bares e a diversidade gastronômica.<br />
60
6 – APLICAÇÃO DA TEORIA DE ECHTNER E RITCHIE<br />
Para facilitar a comparação entre as dimensões das imagens evidenciadas nas duas análises,<br />
faz-se necessária a aplicação da mesma teoria para ambas pois, dessa maneira, iguala-se os<br />
padrões de comparação. Assim sendo, foram mensuradas as imagens de Belo Horizonte<br />
definidas nas fontes imparciais que divulgaram a cidade como destinação turística e as<br />
imagens encontradas no material promocional da Belotur:<br />
6.1 – Mensuração das imagens divulgadas nos materiais imparciais<br />
A análise das diversas imagens captadas nos materiais que divulgam Belo Horizonte com<br />
imparcialidade permitiu a identificação de variadas imagens da cidade.<br />
Uma determinação quantitativa das vezes que os atrativos apareceram em todas as fontes<br />
utilizadas nessa pesquisa é inviável uma vez que é ilimitado o número de materiais que podem<br />
divulgar o município. Desta forma, para mensurar os atrativos proporcionalmente à sua<br />
importância demonstrada nas fontes de pesquisa, tornou-se necessária a classificação por<br />
ordem de importância de cada imagem na motivação da atividade para a capital. Assim sendo,<br />
foram classificadas, em uma ordem de importância de 1 a 3, cada imagem apresentada na<br />
análise, sendo que receberam importância 3 aquelas que são influenciadoras da atividade<br />
turística em Belo Horizonte e que estão fortemente relacionadas à sua identidade; a<br />
importância 2 foi dada às imagens que são amplamente relacionadas ao turismo, mesmo que<br />
não sejam as que mais motivam a atividade; e importância 1 àquelas que foram consideradas<br />
características que, de alguma forma, fazem parte da atividade turística na cidade.<br />
Uma vez determinada a classificação, foram consideradas imagens de Belo Horizonte com<br />
importância 3 e, consequentemente, possuem 10,71% da importância total:<br />
- Hospitalidade típica de cidade interiorana: essa característica é fortemente<br />
percebida quando se fala da população belo-horizontina (10,71%);<br />
- bares e diversidade gastronômica: característica forte do turismo em Belo<br />
Horizonte, que proporciona à cidade o título de possuir uma das melhores<br />
noites do Brasil (10,71%);<br />
61
- cultura e manifestações artísticas: outra característica que foi fortemente citada<br />
nos meios pesquisados e que caracteriza amplamente o município (10,71%);<br />
- comércio (feiras, shoppings, Savassi, mercados): o comércio também é<br />
considerado um dos fatores que tem grande grau de atratividade para a<br />
atividade turística (10,71%);<br />
- vocação para turismo de negócios: um dos maiores geradores de renda do<br />
município provinda do turismo (10,71%);<br />
- estruturado para abrigar eventos: juntamente com o turismo de negócios, um<br />
dos maiores geradores de renda da capital (10,71%).<br />
As classificadas com importância 2, e porcentagem 7,15%, foram:<br />
- Infra-estrutura básica e turística: importante para sustentar o turismo na cidade<br />
(7,15%);<br />
- complexo Arquitetônico da Praça da Liberdade: um dos símbolos<br />
arquitetônicos da capital. É atrativo, porém não é considerado como um forte<br />
elemento de captação de turistas (7,15%);<br />
- complexo Arquitetônico da Pampulha: imagem fortemente relacionada à<br />
cidade, contudo sua influência como captadora da atividade turística para a<br />
região não é forte como os negócios, eventos, cultura e gastronomia (7,15%);<br />
- atrativos naturais em expansão: tem potencial para a atração de turistas, mas<br />
ainda é necessária a preservação da paisagem (7,15%).<br />
As imagens que receberam importância 1, e 3,15% do total, foram:<br />
- Localização privilegiada: influencia a atividade turística, mas não é um fator<br />
diretamente ligado a isto (3,57%);<br />
- capital e município pólo do estado: de acordo com os dados, essas<br />
características influenciam no perfil do público que se encontra na localidade<br />
(3,57%).<br />
62
Echtner & Ritchie (1993), ao demonstrar na prática como ocorria a mensuração das imagens<br />
por meio dos modelos apresentados, examinaram inicialmente as dimensões características<br />
funcionais X psicológicas e holístico X atributo. Caracterizando, dessa forma, as imagens<br />
percebidas no material imparcial que divulga Belo Horizonte para esses elementos, tem-se o<br />
seguinte esquema (FIGURA 10):<br />
FIGURA 10: Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens percebidas<br />
em materiais imparciais, nas dimensões: Características funcionais X psicológicas; e<br />
holístico X atributo.<br />
Fonte: Dados da pesquisa.<br />
Foram caracterizados como atributos de características funcionais as seguintes imagens:<br />
- Atrativos naturais em expansão (Serra do Curral, parques e arborização): além de serem<br />
atrativos que compõem o todo de Belo Horizonte, são mensuráveis e tangíveis;<br />
63
- comércio das feiras, shoppings, Savassi e mercados: estabelecimentos comerciais fazem<br />
parte da potencialidade da cidade. Apesar de sua existência considerável e de fazerem parte da<br />
cultura do Belo-horizontino, os estabelecimentos comerciais não se destacam como atrativos<br />
que representem holisticamente Belo Horizonte;<br />
- bares e diversidade gastronômica: os bares são uma tradição em Belo Horizonte e parte da<br />
cultura local, no entanto sua divulgação como imagem de Belo Horizonte tem um enfoque<br />
maior na diversidade, assim como a gastronomia. Assim sendo, os bares são atributos<br />
tangíveis;<br />
- infra-estrutura básica e turística: a capacidade de atender a população bem como os turistas é<br />
de extrema importância para a atividade, mas é apenas um dos fatores propiciadores do<br />
turismo em Belo Horizonte, sendo que é apenas um dos atributos da cidade. A infra-estrutura<br />
é, também uma característica tangível e mensurável;<br />
- estrutura para abrigar eventos: Estruturas de eventos são tangíveis e, apesar de Belo<br />
Horizonte ser considerada como uma capital de vocação para o turismo de eventos, este não se<br />
destaca como um elemento que represente holisticamente da cidade;<br />
- vocação para o turismo de negócios: o turismo de negócios é apresentado como um fator em<br />
expansão em Belo Horizonte, sua existência é propiciada por meio da sua percepção em<br />
diversos outros elementos da cidade. Como é possível mensurá-lo por meio de registros feitos<br />
em hotéis e nos eventos voltados para a tipologia, ele pode ser considerado como funcional;<br />
- localização privilegiada: a localização é um atributo por ser uma característica que compõe a<br />
imagem de Belo Horizonte, é funcional já que a localização é concreta;<br />
- capital e município pólo do estado: ser capital e pólo é um atributo pois é apenas um<br />
elemento que caracteriza as possíveis tipologias da localidade, é funcional pois os valores de<br />
capital e pólo são mensuráveis.<br />
O atributo com característica psicológica é:<br />
- Cultura e manifestações artísticas: a cultura, bem como a forma que ela se manifesta, é algo<br />
que se percebe em uma destinação, mesmo sem ela ser um elemento tangível. Apesar da forte<br />
referência cultural de Belo Horizonte, esse não é percebido como um representante holístico<br />
da localidade, pois a cultura provinda de Belo Horizonte é típica de todo o Estado de Minas<br />
64
Gerais e, dessa forma, sua percepção é diretamente relacionada a todo o povo mineiro, e não<br />
especificamente à sua capital.<br />
As características funcionais que podem ser classificadas como holísticas são:<br />
- Complexo Arquitetônico da Pampulha/ Igreja de São Francisco de Assis: O complexo da<br />
Pampulha é caracterizado pelas construções peculiares que são projetos desenvolvidos pelo<br />
famoso arquiteto mineiro Oscar Niemeyer, com destaque para a Igreja de São Francisco de<br />
Assis, que é a edificação mais famosa do conjunto. O complexo localiza-se em volta da Lagoa<br />
da Pampulha e, além de seus elementos serem tangíveis, representam fortemente a cidade de<br />
Belo Horizonte, sendo sua imagem imediatamente relacionada à cidade, representando-a<br />
holisticamente;<br />
- Complexo Arquitetônico da Praça da Liberdade: Esse complexo destaca-se por possuir<br />
edificações que marcam diversos momentos da cidade de Belo Horizonte durante a sua<br />
existência. As construções contornam uma praça bastante arborizada e freqüentada pelos<br />
moradores e turistas que visitam a cidade. A praça também tem sua imagem diretamente<br />
relacionada à cidade, principalmente por ter construções do arquiteto Oscar Niemeyer e pelo<br />
prédio do governo do Estado localizar-se nela.<br />
Nessa primeira percepção dos elementos que compõem as imagens de Belo Horizonte, foram<br />
classificadas como características psicológicas que são holísticas:<br />
- Hospitalidade típica de cidade interiorana: a hospitalidade é uma característica e positiva dos<br />
habitantes de uma localidade. Pode ser classificada como holística por fazer parte dos<br />
elementos que compõem o produto <strong>turístico</strong> e justificar-se como peculiaridade da região de<br />
Belo Horizonte. Sua existência não é mensurável e tampouco tangível.<br />
Num segundo momento, Echtner & Ritchie(1993) mensuraram esses mesmos elementos com<br />
outras variáveis. Desta vez, as características funcionais X psicológicas cruzam-se com os<br />
conceitos comum X único, conforme mostra a figura a seguir (FIGURA 11):<br />
65
FIGURA 11: Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens percebidas<br />
em materiais imparciais, nas dimensões: Características funcionais X psicológicas; e<br />
comum X único.<br />
Fonte: Dados da pesquisa.<br />
Nessa segunda análise, foram classificadas como imagens comuns de características<br />
funcionais:<br />
- Atrativos Naturais (Serra do Curral, parques e arborização): atrativos como parques e locais<br />
arborizados são encontrados em outras destinações turísticas. Embora as grandes capitais<br />
tenham perdido essa característica, Belo Horizonte mantêm-na em grande quantidade. Outras<br />
cidades também se localizam em depressões e, consequentemente, são cercadas por serras,<br />
como é o caso de Belo Horizonte. Assim sendo, pode-se classificar estas como imagens<br />
comuns;<br />
66
- comércio de feiras, shoppings, Savassi e mercados: centros comerciais, como shoppings,<br />
bairros de compras e mercados são comumente encontrados em outras destinações turísticas,<br />
apesar de, em Belo Horizonte, alguns desses pontos terem uma importância na cultura.<br />
- bares e diversidade gastronômica: Belo Horizonte é considerado a capital brasileira dos<br />
bares, contudo a existência desses, e também dos estabelecimentos gastronômicos, não são<br />
exclusividade da cidade, sendo comumente encontradas em outras cidades e capitais<br />
brasileiras;<br />
- infra-estrutura básica e turística: toda destinação turística deve ter uma boa infra-estrutura<br />
básica e turística, sendo que este é um elemento comum;<br />
- estrutura para abrigar eventos: as localidades que investem em turismo de eventos possuem<br />
infra-estrutura para abrigar tal tipologia;<br />
- vocação para o turismo de negócios: Várias são as localidades que se caracterizam por serem<br />
propensas às atividades de negócios, principalmente as capitais. Logo, essa imagem é comum<br />
entre determinadas destinações turísticas;<br />
- localização privilegiada: a localização privilegiada é comum, pois outros municípios podem<br />
se beneficiar por possuir essa característica;<br />
- capital e município pólo do estado: outras cidades são capitais e pólos, logo essa<br />
característica é comum.<br />
Não se encontram elementos comuns de características psicológicas. No entanto, foram<br />
percebidos os seguintes elementos únicos com características funcionais:<br />
- Complexo Arquitetônico da Pampulha/ Igreja de São Francisco de Assis: esse atrativo é<br />
considerado único por não ser encontrado outro com essas mesmas características em outras<br />
localidades.<br />
- Complexo Arquitetônico da Praça da Liberdade: esse complexo também é considerado único<br />
porque possui uma variedade de construções de diferentes épocas num mesmo lugar: em torno<br />
de uma praça com grande variedade de flora. O conjunto representa o poder do Estado de<br />
Minas Gerais, pois os prédios são ocupados por secretarias do governo do Estado. Essas<br />
características são determinantes para que esse tipo de atrativo não seja facilmente encontrado<br />
67
em outras localidades. Logo, o Complexo Arquitetônico da Praça da Liberdade pode ser<br />
classificado como único.<br />
As imagens únicas de características psicológicas encontradas nessa segunda análise foram:<br />
- Cultura e manifestações artísticas: Belo Horizonte destaca-se por possuir um leque de<br />
variedades de opções culturais, grupos artísticos que se destacam no mundo com a música, a<br />
dança e o teatro. Além disso, o mineiro é um povo que preserva suas tradições,e os moradores<br />
da capital também apresentam esses hábitos. Desta forma, a cultura e as suas formas de se<br />
manifestar são únicas na cidade, sendo que é difícil encontrar uma outra localidade com as<br />
mesmas características nesse aspecto;<br />
- Hospitalidade típica de cidade interiorana: o mineiro tem uma forma especial de acolher<br />
aqueles que visitam sua terra, o Belo-horizontino também apresenta essa característica,<br />
mesmo morando na capital, onde é mais difícil possuir relações de confiança entre os<br />
indivíduos. O povo mineiro é caracterizado pela sua maneira especial de acolher seus<br />
visitantes. Essa característica pode ser considerada única pois é difícil encontrar uma capital<br />
com o porte de Belo Horizonte, principalmente no Brasil, que possua relações tão agradáveis<br />
com o visitante.<br />
Após determinadas quais as imagens encaixam-se nas características determinadas pelo<br />
modelo de Echtner & Ritchie (1991), os autores propuseram a terceira análise. A forma como<br />
as imagens se enquadram nas características e são posicionadas na figura são provenientes das<br />
análises realizadas anteriormente. Assim sendo, a terceira classificação do modelo de Echtner<br />
& Ritchie (1991) estabelece a relação entre a dimensão comum X único e a dimensão atributo<br />
X holístico, representados na seguinte figura (FIGURA 12):<br />
68
FIGURA 12: Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens percebidas<br />
em materiais imparciais, nas dimensões: comuns X únicas; e atributo X holístico.<br />
Fonte: Dados da pesquisa.<br />
Finalmente, essa análise leva a concluir que:<br />
64,28% das imagens são atributos de características funcionais, 10,71% são atributos com<br />
características psicológicas, 14,3% são holísticas e funcionais e apenas 10,71% são<br />
psicológicas e holísticas.<br />
Na segunda figura, constata-se que 64,28% das imagens são comuns de características<br />
funcionais, nenhuma é comum e psicológica, 14,3% são únicas de característica funcional e<br />
21,42% são únicas com características psicológicas.<br />
69
A terceira análise, que é conseqüente das outras, fornece as seguintes informações: são<br />
imagens atributos e comuns 64,28%, 10,71% são atributos únicos da cidade; nenhuma<br />
imagem é classificada como comum e holística e 25,01% do total são únicas e holísticas.<br />
6.2 – Mensuração das imagens divulgadas no material da Belotur<br />
Após a análise do material desenvolvido pela Belotur, foi captada a divulgação de treze<br />
características da cidade de Belo Horizonte. A seguir, são enumeradas todas as imagens<br />
apresentadas com as respectivas quantidades de materiais que abordaram cada uma. A<br />
porcentagem do total de vezes que cada imagem é encontrada no material também é<br />
determinada abaixo:<br />
- Complexo Arquitetônico da Pampulha/ Igreja São Francisco de Assis – 7 (14%)<br />
- Atrativos naturais (Serra do Curral, parques, arborização) – 7 (14%)<br />
- Comércio (feiras, shoppings, Savassi, mercados) – 5 (10%)<br />
- Bares e diversidade gastronômica – 5 (10%)<br />
- Cultura e manifestações artísticas – 5 (10%)<br />
- Complexo Arquitetônico da Praça da Liberdade – 4 (8%)<br />
- Infra-estrutura básica e turística – 4 (8%)<br />
- Museus – 4 (8%)<br />
- Desenvolvimento tecnológico/ econômico – 3 (6%)<br />
- Vocação para turismo de negócios – 2 (4%)<br />
- Estruturado para abrigar eventos – 2 (4%)<br />
- Propensão ao turismo sexual – 1 (2%)<br />
- Hospitalidade – 1 (2%)<br />
Da mesma forma que foi realizada a mensuração das imagens provindas de materiais sem<br />
interesse de persuasão, neste tópico encontram-se os seguintes resultados:<br />
70
FIGURA 13: Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio de imagens percebidas<br />
no material promocional da Belotur, nas dimensões: Características funcionais X<br />
psicológicas; e holístico X atributo.<br />
Fonte: Dados da pesquisa.<br />
Foram considerados atributos com características funcionais, além dos já classificados no<br />
tópico anterior:<br />
- Museus: apesar da grande quantidade de museus na cidade, estes são apenas considerados<br />
mais um dos atributos <strong>turístico</strong>s da capital, além de serem elementos tangíveis;<br />
- desenvolvimento tecnológico e econômico: o desenvolvimento pode ser entendido como<br />
uma característica psicológica, uma vez que não é tangível. No entanto, o desenvolvimento<br />
tecnológico, assim como o econômico, podem ser mensuráveis e, desta forma, são<br />
considerados funcionais.<br />
71
Os atributos com características psicológicas que são divulgados no material da Belotur e que<br />
não foram ainda classificados no tópico dos materiais imparciais são:<br />
- Propensão ao turismo sexual: a existência de um ambiente propício para um determinado<br />
tipo de turismo é algo que é percebido, e não tangível. Dessa forma, a propensão ao turismo<br />
sexual é um atributo, pois não é uma imagem que represente fortemente a cidade, e possui<br />
característica psicológica;<br />
Nessa primeira percepção dos elementos que compõem as imagens de Belo Horizonte, foram<br />
classificadas como característica psicológica que é holística apenas a hospitalidade.<br />
Assim como Echtner & Ritchie (1993) procederam após a primeira análise, foi levantado um<br />
segundo esquema. Nesta análise, foram consideradas as características funcionais X<br />
psicológicas e os tipo de elementos comuns X únicos (FIGURA 14):<br />
FIGURA 14: Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens percebidas<br />
no material promocional da Belotur, nas dimensões: Características funcionais X<br />
psicológicas; e comum X único.<br />
Fonte: Dados da pesquisa.<br />
72
Nessa segunda análise, foram também classificadas como imagens comuns de características<br />
funcionais:<br />
- Museus: são comumente encontrados em outras destinações turísticas;<br />
- desenvolvimento tecnológico/ econômico: o desenvolvimento tecnológico de uma destinação<br />
turística existe quando a localidade investe nisso. Normalmente, destinações que buscam o<br />
turismo como fonte de renda visam o desenvolvimento econômico, logo essas características<br />
são elementos comuns das destinações.<br />
São considerados elementos comuns de características psicológicas:<br />
- Propensão ao turismo sexual: a tipologia do turismo sexual é comum em diversas<br />
localidades, inclusive destinações brasileiras, logo não é algo que se encontre unicamente em<br />
Belo Horizonte, mas sim em várias destinações turísticas.<br />
Foram percebidos como elementos únicos com características funcionais: Complexo<br />
Arquitetônico da Pampulha/ Igreja São Francisco de Assis e Complexo Arquitetônico da<br />
Praça da Liberdade.<br />
As imagens únicas de características psicológicas encontradas nessa segunda análise foram a<br />
cultura, as manifestações artísticas e a hospitalidade.<br />
Após essa segunda análise, Echtner & Ritchie (1993) realizaram uma terceira. Desta vez, foi<br />
traçado um esquema que cruzava os elementos comuns X únicos com os atributos X<br />
holísticos. O resultado encontrado nesse terceiro esquema é conseqüente das divisões<br />
realizadas anteriormente (FIGURAS 13 E 14).<br />
Percebe-se claramente um desequilíbrio entre o significado das imagens encontradas no<br />
material promocional da Belotur, sendo que esse resultado pode ser conferido na figura<br />
seguinte (FIGURA 15):<br />
73
FIGURA 15: Componentes da imagem de Belo Horizonte, por meio das imagens percebidas<br />
no material promocional da Belotur, nas dimensões: comuns X únicas; e atributo X<br />
holístico.<br />
Fonte: Dados da pesquisa.<br />
Considerando as porcentagens apresentadas que representam a quantidade de vezes que cada<br />
imagem foi destacada no material, pode-se caracterizar as imagens de Belo Horizonte<br />
divulgadas no material promocional da Belotur da seguinte forma:<br />
De acordo com a figura 13, 64% das imagens divulgadas pela Belotur são de atributos da<br />
cidade com características funcionais; 12% são de atributos com características psicológicas;<br />
22% são de imagens holísticas com características funcionais; e apenas 2% foram<br />
consideradas holísticas com características psicológicas.<br />
Pela figura 14, pode-se encontrar os seguintes dados divulgados pela Belotur: 64% das<br />
imagens são comuns e com características funcionais; 2% são comuns e de características<br />
74
psicológicas; 22% são imagens únicas com características funcionais; e 12% são únicas com<br />
características psicológicas.<br />
Na figura 12, são extraídas as seguintes informações: 66% das imagens promovidas pela<br />
Belotur são atributos comuns; 10% são atributos únicos; 24% são imagens holísticas únicas; e<br />
não há nenhum tipo de imagem holística comum.<br />
6.3 – Comparação das imagens<br />
Apesar da utilização de valores, representados por porcentagens, para facilitar a classificação<br />
dos elementos, uma análise final comparando ambos também deve ter uma ênfase na<br />
percepção qualitativa da distribuição dos elementos. Por isso, levou-se em conta não somente<br />
os valores encontrados por meio das porcentagens, mas os motivos que levaram à<br />
determinação destes.<br />
Na primeira classificação, onde foram consideradas as dimensões características funcionais X<br />
psicológicas e atributo X holístico, os resultados encontrados foram, em ambas as análises,<br />
cerca de 64% valorizando os atributos com características funcionais como imagens que<br />
representam a cidade. Existe, também, uma aproximação dos valores quanto a classificação<br />
das imagens que são atributos com características psicológicas. Nota-se que, nos materiais<br />
imparciais, 10,71% das imagens são consideradas atributos psicológicos enquanto no material<br />
da Belotur esse valor é de 12%. Já na determinação de elementos holísticos e funcionais,<br />
14,3% são assim consideradas pelos materiais imparciais enquanto no material da Belotur esse<br />
número chega a 22%. Essa disparidade se deve ao valor que cada tipo de fonte determina para<br />
os complexos arquitetônicos da Pampulha e da Praça da Liberdade, já que em ambos a<br />
classificação é a mesma, mas a importância dada a cada um é diferente. Finalmente, as<br />
características psicológicas e holísticas determinadas foram: 10,71% na primeira análise e<br />
apenas 2% na segunda. Essa classificação também se deve ao grau de importância dada aos<br />
elementos hospitalidade determinada em cada fonte.<br />
Na segunda classificação, que evidenciava as características funcionais X psicológicas e as<br />
comum X únicas, os resultados obtidos foram: em ambos, cerca de 64% das imagens são<br />
comuns de características funcionais. Na primeira análise, não foi encontrada uma imagem<br />
comum com característica psicológica, enquanto na segunda apenas 2% são classificadas<br />
como tal. Apesar da pequena diferença entre ambos, vale lembrar que os 2% encontrados no<br />
75
material da Belotur são indicando a existência do turismo sexual, que é divulgado no guia de<br />
Belo Horizonte. Como a divulgação nesse material é paga, sua classificação prejudica a<br />
promoção do município, devido à falta de determinação da qualidade quanto aos possíveis<br />
patrocinadores dos guias, o que pode levar a uma conclusão precipitada das possíveis<br />
tipologias turísticas da cidade. As imagens únicas com características funcionais somam cerca<br />
de 14,3% contra 22% do material da Belotur. Já as únicas com características psicológicas são<br />
pontuadas como 21,42% nos materiais imparciais contra 12% dos promocionais distribuídos<br />
pela Belotur. Assim como na análise da figura que estabelece relação entre características<br />
funcionais X psicológicas e atributos X holística, as duas últimas porcentagens são<br />
determinadas por causa da importância dada aos elementos por cada material, pois os as<br />
imagens classificadas são as mesmas.<br />
Já na terceira análise, a que surge conseqüente das análises anteriores, são fornecidas as<br />
seguintes informações: as determinações de imagens atributos comuns são de 64,28% na<br />
primeira e 66% na segunda. Os atributos únicos são 10,71% nos materiais imparciais e 10%<br />
nos da Belotur. Em nenhum dos dois casos, encontra-se imagens comuns e holísticas e<br />
25,01% são classificadas como únicas e holísticas enquanto no material da Belotur, esse<br />
número é 24%. As classificações da terceira análise é bastante semelhante nos os dois casos.<br />
76
7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
O objetivo principal apresentado nesta pesquisa foi descobrir se o material promocional<br />
impresso da Belotur, distribuído durante o período de janeiro a novembro de 2006, divulga as<br />
imagens de Belo Horizonte de maneira satisfatória e, fundamentalmente, condizendo com a<br />
sua realidade.<br />
Como a imagem é um dos principais fatores de divulgação de uma destinação turística, capaz<br />
de influenciar a escolha dos clientes potenciais, pode-se considerar que muitas vezes a<br />
definição do destino visitado acontece apenas pela idéia que se tem dele. Muitos estudiosos do<br />
turismo interessam-se por conhecê-la mais profundamente. Assim sendo, o caminho escolhido<br />
nesta pesquisa foi a comparação entre as imagens promovidas pelo material da Belotur com as<br />
apresentadas por outros meios, que se preocuparam em transmitir impressões da cidade para<br />
seus leitores sem interesses próprios para a sua divulgação. Escolheu-se para representar os<br />
meios imparciais de divulgação das imagens: trabalhos científicos, pois estes se<br />
fundamentarem em metodologias capazes de comprovar a sua eficácia; um guia do Estado de<br />
Minas Gerais, já que este pode fornecer dados diretamente relacionados ao turismo; e matérias<br />
de jornais, pois essas não só demonstram as potencialidades turísticas, como também os<br />
problemas enfrentados pela capital. A sua escolha também se deve ao grande alcance que este<br />
possui em toda a população do estado de Minas Gerais.<br />
Para fornecer informações reais de uma destinação, espera-se que estas se fundamentem em<br />
referenciais e metodologias apropriadas para uma correta divulgação de suas potencialidades,<br />
o que pode transformar-se numa grande vantagem competitiva para as destinações. Pesquisas<br />
baseadas em princípios do <strong>marketing</strong> devem ser utilizadas para melhor conhecer o mercado<br />
em que se está atuando. No caso do turismo, esse mercado chama-se trade. Em relação ao<br />
órgão municipal responsável pela divulgação de Belo Horizonte, pesquisas do perfil do turista<br />
da cidade foram realizadas nos anos de 1996, 1999 e 2002, a fim de descobrir apenas as<br />
opiniões destes quanto ao turismo na capital e fornecer informações sobre o setor, excluindo<br />
as opiniões dos outros agentes da atividade. Além disso, essas pesquisas não influenciaram na<br />
criação de materiais promocionais apropriados para a divulgação da cidade. Entretanto, isso<br />
deveria ocorrer, pois, a partir das pesquisas de <strong>marketing</strong> é que se obtêm as informações sobre<br />
um determinado mercado para assim se estabelecer as melhores estratégias para nele atuar.<br />
Contudo, no ano de 2006 foi contratada uma empresa internacional especializada em<br />
<strong>marketing</strong> de destinações turísticas, a Chias Marketing. De acordo com membros da Belotur,<br />
77
essa empresa atualmente desenvolve pesquisas de <strong>marketing</strong> envolvendo todos os agentes do<br />
trade <strong>turístico</strong> de Belo Horizonte e, em 2007, apresentará um projeto com as ações a serem<br />
realizadas, tanto na estruturação mais adequada quanto nas imagens apropriadas para a uma<br />
divulgação eficaz da destinação. Contudo, o material promocional que será desenvolvido a<br />
partir deste plano de <strong>marketing</strong> tem previsão de distribuição para 2007. Como o presente<br />
trabalho teve como foco o material distribuído entre janeiro e novembro de 2006, trata-se de<br />
um objeto de estudo desenvolvido sem nenhuma metodologia teórica.<br />
Ao analisar os meios de informação imparciais sobre a cidade de Belo Horizonte, notou-se um<br />
destaque especial para a cultura, as manifestações artísticas e a hospitalidade da população,<br />
características psicológicas que estão fortemente ligadas não só à capital mineira, mas ao<br />
estado de Minas Gerais. Outra característica amplamente divulgada nesses meios foi a<br />
diversidade de bares e gastronomia. A existência de bares na cidade não está apenas<br />
relacionada à quantidade, mas também faz parte da cultura do povo belo-horizontino, que<br />
utiliza esses lugares como pontos de encontro e confraternização. A tradição em bares e na<br />
gastronomia é tão forte na capital mineira que até mesmo eventos com a temática voltada para<br />
a culinária dos bares, como o “Comida di Buteco”, tem grande reconhecimento e é fortemente<br />
posicionado como um acontecimento típico da cidade. O comércio também possui grande<br />
importância na imagem do município. Sua existência, assim como a dos bares, também está<br />
ligada à cultura da população, pois lugares como a Savassi e o mercado central são<br />
tradicionais no município e também servem como descontraídos pontos de encontro dos<br />
habitantes. Outros locais, como shoppings e centros comerciais são bem característicos da<br />
capital. Juntamente com toda a estrutura voltada para os eventos, o turismo de negócios tem se<br />
concretizado como grande gerador de renda e um dos principais motivadores da atividade<br />
turística da capital, o crescimento da ocupação hoteleira em Belo Horizonte se deve ao que<br />
essa tipologia tem proporcionado à capital. Os complexos arquitetônicos, que<br />
paisagisticamente possuem imagens fortemente ligadas à cidade de Belo Horizonte, perdem<br />
um pouco de sua importância para as outras características, pois não são motivadores da<br />
atividade e sim atrativos que podem ser visitados durante a estadia na capital. Mesmo que não<br />
tenham sidos reconhecidos como as outras características classificadas, estes foram lembrados<br />
em quase todos os materiais pesquisados. Os atrativos naturais são bem representados nos<br />
materiais, contudo, a Serra do Curral, eleita símbolo de Belo Horizonte em 1995, apresenta<br />
problemas devido aos maus tratos causados pelo tempo, como a mineração e as queimadas.<br />
Em todo o material pesquisado, os pontos negativos são destacados e, dessa forma, a sua<br />
78
imagem perde um pouco do poder de atração. Belo Horizonte também se caracteriza por<br />
possuir diversos parques, todos eles, por meio de um projeto (ProParque) que beneficia a<br />
Fundação dos Parques Municipais, têm sido favorecidos no ano de 2006.<br />
A análise do material promocional impresso distribuído pela Belotur forneceu imagens de<br />
Belo Horizonte que, mesmo sendo atributos ou holísticas, apresentavam características<br />
funcionais. Assim sendo, os elementos que mais se destacaram foram os tangíveis, com<br />
destaque para os complexos arquitetônicos da Pampulha e da Praça da Liberdade. A Pampulha<br />
é sempre lembrada como uma grande obra do arquiteto Oscar Niemeyer e sua representação<br />
mais evidente é a Igreja de São Francisco de Assis. A Praça da Liberdade é recordada como<br />
uma mistura de estilos arquitetônicos, porém os destaques maiores são direcionados ao<br />
edifício Oscar Niemeyer e ao Palácio do Governo, com as palmeiras imperiais que formam<br />
um caminho até a sua entrada. Outros elementos que foram amplamente divulgados nos<br />
materiais são os atrativos naturais. Segundo a Belotur, Belo Horizonte destaca-se como uma<br />
capital com grandes espaços de área verde, além de ser cercada pela Serra do Curral. Os bares,<br />
a diversidade gastronômica e o comércio são recordados de forma considerável no material,<br />
porém o foco da propaganda é mais quantitativa, enquanto é pouco evidenciada a carga<br />
cultural que os lugares e os seus produtos possuem. Elementos que são valorizados nos outros<br />
materiais e que até mesmo a Belotur reconhece como importante para o turismo da capital, as<br />
tipologias de eventos e negócios, não recebem o destaque condizente com a sua importância e<br />
reconhecimento. Investe-se em eventos divulgando os outros atrativos em eventos específicos<br />
e não se produzem materiais que divulguem exatamente esses tipos de turismo. A cultura é<br />
representada no material, e especificamente destaca as manifestações artísticas. A<br />
hospitalidade é pouco divulgada. Uma das imagens que é promovida, especificamente no guia,<br />
é a propensão pra o turismo sexual. Como esse material aceita a inserção de anúncios pagos,<br />
boates e casas de strip-tease patrocinam propagandas de seus estabelecimentos, e divulgam<br />
fotos sensuais que evidenciam o turismo sexual. Como essas propagandas, geralmente,<br />
localizam-se em locais de destaque do guia, como nas capas coloridas e também em páginas<br />
centrais, e suas inserções ocupam muito espaço, essa tipologia é amplamente divulgada. No<br />
entanto, esta não é uma das imagens que foram encontradas nos materiais que divulgam Belo<br />
Horizonte com imparcialidade.<br />
Ao mensurar as imagens utilizando a teoria de Echtner & Ritchie (1991), nota-se que as<br />
divulgações de Belo Horizonte promovidas pela Belotur e pelas das fontes imparciais se<br />
aproximam em alguns aspectos. Percebe-se que, em ambas as análises, a maior parte das<br />
79
imagens de Belo Horizonte são compostas por atributos com características funcionais, além<br />
de estas serem comuns a outras destinações. Desta forma, a maioria das imagens turísticas de<br />
Belo Horizonte são comumente encontradas em outras destinações, são concretas e visíveis e,<br />
além disso, não representam BH de forma holística.<br />
Por outro lado, algumas imagens receberam ênfase nas fontes imparciais e não foram tão<br />
valorizadas no material promocional da Belotur, como as características psicológicas.<br />
Enquanto 21,42% das imagens da cidade são consideradas únicas e holísticas, apenas 12% são<br />
reconhecidas no material da Belotur. Essa diferença existe porque a hospitalidade, algo<br />
intangível e abstrato, não é apresentado no material, apenas recebe uma pequena consideração.<br />
O que se percebe é que existe uma preocupação em mostrar elementos concretos, pois esses<br />
são mais fáceis de serem representados. Porém, a hospitalidade é consideravelmente<br />
valorizada nas outras fontes consultadas.<br />
Em contrapartida, o material da Belotur valoriza as características funcionais que são apenas<br />
encontradas em Belo Horizonte e que tem uma representação holística da cidade, como é o<br />
caso dos complexos arquitetônicos da Pampulha e da Praça da Liberdade. Neste aspecto,<br />
outras fontes também divulgam esses destinos, porém estes não são tão valorizados como<br />
outros elementos mais comuns a outras destinações e que, no entanto, motivam mais a<br />
atividade turística na região que os complexos arquitetônicos.<br />
Um ponto bastante negativo observado no material da Belotur que em momento algum foi<br />
comentado nos outros materiais é a divulgação do turismo sexual. O que se percebe, por meio<br />
dos outros materiais, é que essa tipologia não é uma característica que compõe a imagem<br />
turística da cidade, e o grande erro da Belotur é divulgá-la mediante pagamento de um espaço<br />
de propaganda no guia <strong>turístico</strong> mensal. Com essa divulgação, o turismo sexual foi<br />
considerado o único atributo psicológico classificado entre as imagens de Belo Horizonte, e<br />
apesar de representar apenas 2% do total das imagens divulgadas, vale ressaltar que o guia é a<br />
peça de maior tiragem e em maior quantidade de vezes entre todos os outros materiais,<br />
segundo a Belotur.<br />
As características naturais também possuem divergências entre os objetos de estudo, pois<br />
enquanto o material da Belotur as divulgam como um grande potencial, os materiais<br />
imparciais apontam os problemas enfrentados por esses elementos.<br />
80
Ao comparar as duas análises, percebe-se que a divulgação das imagens da Belotur aproxima-<br />
se à do outros meios, mesmo apesar das divergências acima representadas. Nota-se que, se a<br />
imagem divulgada deve condizer com a realidade, e se essa realidade estiver mais próxima de<br />
tudo que é divulgado nos meios que não têm o interesse de persuadir um público alvo a se<br />
interessar por conhecer a localidade, o material da Belotur tem seguido um caminho certo,<br />
porém ainda não é o mais apropriado. Cabe, ainda, ressaltar que os materiais podem aliar-se<br />
ainda mais à realidade, pois a eficácia da divulgação está diretamente relacionada à sua<br />
proximidade com o verdadeiro. Assim sendo, a Belotur poderia divulgar com maior<br />
intensidade a hospitalidade do povo belo-horizontino, bem como relacionar diversos atributos<br />
que já são bastante divulgados, como o grande número de bares, restaurantes e centros<br />
comerciais, com a cultura da população local. Outro ponto que também pode receber um<br />
destaque maior é a vocação para turismo de eventos e de negócios, pois esses têm sido<br />
importantes geradores de renda para a capital, com destaque nacional. Até mesmo a Belotur<br />
reconhece que a vocação do turismo na cidade está voltada para essas tipologias, e o<br />
reconhecimento pode ser percebido na quantidade de eventos captados para a cidade pela<br />
própria empresa, assim como o crescimento da ocupação hoteleira nos últimos anos.<br />
A pesquisa foi uma forma de comparar como a divulgação persuasiva é feita em contrapartida<br />
à divulgação imparcial. Contudo, uma maneira de obter de forma precisa as imagens que<br />
devem ser divulgadas no material é a utilização de pesquisas de <strong>marketing</strong> envolvendo todo o<br />
trade <strong>turístico</strong> de Belo Horizonte. Segundo a Belotur, essa pesquisa foi realizada durante o<br />
ano de 2006, pela empresa especializada em <strong>marketing</strong> <strong>turístico</strong> Chias, e o plano de <strong>marketing</strong><br />
oriundo dessa pesquisa deve ser apresentado no ano de 2007. Dentre as estratégias<br />
apresentadas no plano, existirá uma nova proposta de material promocional impresso para a<br />
divulgação da capital mineira.<br />
Vale ressaltar que outros fatores podem influir na divulgação de uma destinação turística feita<br />
em material de propaganda impresso. Os outros fatores são: qualidade do papel, das<br />
fotografias e do design; quantidade de materiais que são desenvolvidos para divulgar uma<br />
destinação; e a tiragem destes. No caso da Belotur, o papel utilizado na produção dos<br />
materiais é couchet com variadas espessuras, sendo que as brochuras possuem capa dura. As<br />
fotografias, mesmo sem apresentar os créditos, são feitas por fotógrafos profissionais e o<br />
design e preparado por uma agência de publicidade. O material da Belotur analisado tem um<br />
total de 14 peças, cada um com uma tiragem diferente. Obviamente, determinar a qualidade do<br />
material, nestes aspectos, demandaria novas análises com outros direcionamentos.<br />
81
Enfim, após esta pesquisa, pode-se concluir que a imagem divulgada no material promocional<br />
impresso da Belotur aproxima-se da imagem imparcial que se tem da cidade e que, nesse<br />
aspecto, a divulgação de Belo Horizonte é favorável, mesmo não sendo a ideal.<br />
82
8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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Caderno Gerais, p. 17 e 18.<br />
85
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Suplemento Bares e Restaurantes, p. 3.<br />
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Suplemento Emprego. p.1.<br />
REIS, Graziela. A Nova Savassi. Estado de Minas, Belo Horizonte, 11. jan. 2004. Caderno<br />
Economia. p. 6.<br />
86
9 – ANEXOS<br />
ANEXO 1 - Folders de divulgação de roteiros específicos de Belo Horizonte<br />
87
ANEXO 2 - Folder de divulgação da Igreja São Francisco de Assis<br />
88
ANEXO 3 - Folder BH – Belo Horizonte/Brasil<br />
89
ANEXO 4 - Folder Belo Horizonte: O nome dá a dica, mas não conta tudo<br />
90
ANEXO 5 - Quarto conjunto: Guia Turístico<br />
91
ANEXO 6 - Brochura destinada a investidores<br />
92
ANEXO 7 - Brochuras distribuídas durante o período de realização da reunião do<br />
Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID<br />
93