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PEDAGOGIA DA AUTONOMIA A Pedagogia da Autonomia ... - Uespi

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UNIVERSI<strong>DA</strong>DE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI<br />

CAMPUS: PIRIPIRI BLOCO: II<br />

CURSO: LICENCIATURA PLENA EM <strong>PE<strong>DA</strong>GOGIA</strong><br />

DISCIPLINA: FILOSOFIA <strong>DA</strong> EDUCAÇÃO II<br />

ARTIGO<br />

<strong>PE<strong>DA</strong>GOGIA</strong> <strong>DA</strong> <strong>AUTONOMIA</strong><br />

PIRIPIRI<br />

2010<br />

A <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong> de Paulo Freire.<br />

Aesth Ararípes Medeiros Brito<br />

Antônio Cícero de brito Melo<br />

Francisco Dário de Sousa Rodrigues<br />

Jor<strong>da</strong>na Maria Pereira <strong>da</strong> Silva


2<br />

Trabalho desenvolvido na disciplina Filosofia<br />

<strong>da</strong> Educação II, ministra<strong>da</strong> pela professora<br />

especialista Márcia Marques Damasceno,<br />

como pré-requisito <strong>da</strong> 3ª avaliação<br />

<strong>da</strong> corrente disciplina.<br />

Aesth Ararípes Medeiros Brito<br />

Antônio Cícero de Brito Melo<br />

Francisco Dário de Sousa Rodrigues<br />

Jor<strong>da</strong>na Maria Pereira <strong>da</strong> Silva*<br />

*Graduandos do curso de Licenciatura Plena em <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong>. Trabalho desenvolvido na disciplina<br />

Filosofia <strong>da</strong> Educação II, ministra<strong>da</strong> pela prof. Espc. Márcia Marques Damasceno.<br />

A <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong> de Paulo Freire.


3<br />

RESUMO<br />

Aesth Ararípes Medeiros Brito<br />

Antônio Cícero de Brito Melo<br />

Francisco Dário de Sousa Rodrigues<br />

Jor<strong>da</strong>na Maria Pereira <strong>da</strong> Silva*<br />

Paulo Freire procura deixar claro sua maneira de pensar sobre a prática de<br />

educadores críticos e progressistas, onde acredita que alguns deles, são necessários, pois a<br />

própria prática se torna uma exigência <strong>da</strong> relação entre teoria e prática, a saber, a práxis. O<br />

educador não pode transformar a experiência educativa em algo mecanicista, mas ensinar<br />

dentro <strong>da</strong> formação moral do educando. Dessa forma, o educador não tem somente o dever<br />

de respeitar, deve aproveitar a experiência dos educandos e associar ao conteúdo <strong>da</strong>do,<br />

deve discutir com os educandos a reali<strong>da</strong>de concreta a que se deve associar para um pensar<br />

direcionado. O educador desenvolve o pensar em comunhão com o educando, tudo<br />

concorrendo para melhorias reais acerca <strong>da</strong> prática ensino-aprendizagem. Quando há uma<br />

toma<strong>da</strong> de consciência sobre os fatos que envolvem a prática sendo ca<strong>da</strong> educador um ser<br />

crítico, autônomo de seus próprios atos. Este saberá que ensinar não é transmitir<br />

conhecimentos apenas, tão somente não falar bonito, sua retórica terá sempre um fundo de<br />

ver<strong>da</strong>de, seus alunos poderão ver nele um ponto de apoio. O professor não deve ser apenas<br />

intermediário entre conhecimento e o objeto a serviço, mas sim, transformador, criador de<br />

possibili<strong>da</strong>des para a sua própria produção e autoconhecimento respeita assim o senso<br />

comum que este aluno possui e fazendo uma contextualização enfatizando o seu dia a dia,<br />

despertar nele com isso a critici<strong>da</strong>de, a inquietude, estimular a curiosi<strong>da</strong>de. Alunos e<br />

professores devem saber que seu maior tesouro é o dialogo, o professor deve saber que a<br />

prática de ensino é na ver<strong>da</strong>de uma troca de experiências.<br />

Palavra-chave: “<strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong>, autonomia, educador, Paulo Freire”<br />

*Graduandos do curso de Licenciatura Plena em <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong>. Trabalho desenvolvido na disciplina<br />

Filosofia <strong>da</strong> Educação II, ministra<strong>da</strong> pela prof. Espc. Márcia Marques Damasceno.<br />

ABSTRACT


4<br />

Paulo Freire looks to show his thoughts about the practice of critical and<br />

progressive educators, then he believes that some of them are needed because the practice<br />

becomes a requirement of the connection between theory and practice, namely the praxis.<br />

Educators can not transform the educational experience in something mechanical , but<br />

they must teach observing, the moral formation of the student. Thus, the teacher needs to<br />

respect and he must utilize the student’s experiences and to associate all the contents<br />

giveni/ in classroom. Educators need to disaiss with the students their reality and to<br />

become them persons able to think rigld, through their reality. Educator develops the right<br />

thought when he is united with his student and this event wised to contribute to practice<br />

between Teaching and Learning when there is knowing about fact’s used to evolve this<br />

practice, where each educator is a critical and independent of his own actions professional,<br />

the educators won’t only tranmite knowledges but their rhetoric will always have a kernel<br />

of truth, and their students will see thern like a support. The teacher can’t only be an<br />

intermediary between knowledge and object, but he need to be a, transformer, and creator<br />

of possibilities for his own production and knowledge, then the teacher respect the<br />

commom sense his student, awaking in student the criticism, and giving him curiosity.<br />

Student’s and teachers need to know that their greatest treasure is the dialogue, the<br />

educator to know that the practice of teaching is an exchange, of experiences.<br />

Keyword: “ Pe<strong>da</strong>gogy, autonomy, educator, Paulo Freire”<br />

INTRODUÇÃO<br />

A <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong> de Paulo Freire enfatiza de quanto o pe<strong>da</strong>gogo deve<br />

aprimorar sua prática docente, nos convi<strong>da</strong>ndo à aquisição de conhecimentos e de práticas<br />

educativas bem elabora<strong>da</strong>s e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s a sala de aula.<br />

Com sua obra ele vem nos orientar para o saber pensar e para o ensinar que exige o<br />

reconhecimento de uma elevação <strong>da</strong> arte de ensinar na transferência de conhecimento.<br />

Dando-nos noções de ética, tanto no convívio discente e docente e ain<strong>da</strong> nos proporciona<br />

valorizar o educando em todo o seu universo cultural.


5<br />

1 <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong>, de Paulo Freire<br />

É a ultima obra de Paulo Freire, publica<strong>da</strong> em vi<strong>da</strong>. Apresenta propostas de práticas<br />

pe<strong>da</strong>gógicas necessárias à educação como forma de construir a autonomia dos educandos,<br />

valorizando e respeitando sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos junto à sua<br />

individuali<strong>da</strong>de.<br />

É uma reunião de experiências transforma<strong>da</strong>s em pensamentos que busca<br />

integração do ser humano e a investigação de novos métodos, valorizando a curiosi<strong>da</strong>de<br />

dos educandos e educadores, condenando a rigidez ética que se volta aos interesses<br />

capitalista e neoliberais, que deixam à margem do processo de socialização os menos<br />

favorecidos.<br />

Freire introduz <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong> explicando suas razões para analisar a<br />

prática pe<strong>da</strong>gógica do professor em relação à autonomia de ser de saber do educando.<br />

Enfatiza a necessi<strong>da</strong>de de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto<br />

ser ele um sujeito social e histórico e <strong>da</strong> compreensão de que “formar é muito mais do que<br />

puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”. Define essa postura como<br />

ética e defende a ideia de que o educador deve buscar essa ética, a qual chama de “ética<br />

universal do ser humano”, essencial para o trabalho docente.<br />

“ Não podemos nos assumir como sujeitos <strong>da</strong> procura, <strong>da</strong> decisão, <strong>da</strong> ruptura, <strong>da</strong><br />

opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos<br />

éticos (...) E por essa ética inseparável <strong>da</strong> prática educativa, não importa se trabalhamos<br />

com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar”.<br />

Como eixo norteador de sua prática pe<strong>da</strong>gógica Freire defende que “formar” é<br />

muito mais que formar o ser humano em suas destrezas, atentando para a necessi<strong>da</strong>de de<br />

formação ética dos educadores, conscientizando-os sobre a importância de estimular os<br />

educando a uma reflexão critica <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em que está inseri<strong>da</strong>.<br />

Enfatiza alguns aspectos primordiais, porém nem sempre adotados pela socie<strong>da</strong>de<br />

atual,como:simplici<strong>da</strong>de, humanismo, bom senso (ética em geral)e esperança,já que na sua<br />

visão o capitalismo leva a socie<strong>da</strong>de a um consumismo exarcebado e a uma alienação<br />

coletiva, através, principalmente dos veículos de comunicação em massa. O fracasso<br />

educacional deve-se em particular a técnicas de ensino ultrapassa<strong>da</strong>s e sem conexão com o


6<br />

contexto social e econômico do aluno, pois a escola ain<strong>da</strong> é um dos mais importantes<br />

aparelhos ideológicos do Estado.<br />

Apresenta um proposta de humanização do professor como norteador do processo<br />

sócio-educativo, construindo uma consciência critica com relação a manipulação política<br />

que fazem com to<strong>da</strong>s as cama<strong>da</strong>s sociais, mas sobretudo com as de baixa ren<strong>da</strong>.<br />

Paulo Freire enfatiza a necessi<strong>da</strong>de de uma reflexão critica sobre a prática<br />

educativa, sem a qual a teoria pode se tornar apenas discurso e a prática uma reprodução<br />

aliena<strong>da</strong> sem questionamentos. Defende ain<strong>da</strong> que a teoria deve ser adequa<strong>da</strong> à prática<br />

cotidiana do professor que passa a ser um modelo influenciador de seus educandos,<br />

ressaltando que na ver<strong>da</strong>deira formação docente devem estar presentes a prática <strong>da</strong><br />

critici<strong>da</strong>de ao lado <strong>da</strong> valorização <strong>da</strong>s emoções.<br />

O autor afirma que o professor deverá também conduzir a maneira de pensar, sendo<br />

a prática em si um testemunho rigoroso de decência e pureza. Defende a “disponibili<strong>da</strong>de<br />

ao risco, a aceitação do novo e a utilização de um critério para a recusa do velho”, estando<br />

presente a rejeição a qualquer tipo de discriminação.<br />

Ain<strong>da</strong> destaca a importância de propiciar condições aos educandos em suas<br />

socializações com os outros e com o professor, de testar a experiência de assumir-se como<br />

um ser histórico e social, que pensa, que critica, que opina, que tem sonhos, se comunica e<br />

que dá sugestões. Acredita que a educação é uma forma de transformação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de que<br />

não é neutra e nem indiferente ,mas que tanto pode destruir a ideologia dominante como<br />

mantê-la.<br />

Freire ressalta o quanto um determinado gesto do educador pode repercutir na vi<strong>da</strong> de um<br />

aluno ( afetivi<strong>da</strong>de e postura ) e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de reflexão sobre o assunto, pois segundo<br />

ele ensinar exige respeito aos saberes do educando. A construção de um conhecimento em<br />

parceria com o educando depende <strong>da</strong> relevância que o educador dá ao contexto social.<br />

Paulo Freire reafirma a necessi<strong>da</strong>de dos educadores criarem as condições para a<br />

construção do conhecimento pelos educandos como parte de um processo em que professor<br />

e aluno não se reduzam à condição de objeto um do outro, porque ensinar não é transferir<br />

conhecimento, mas criar as possibili<strong>da</strong>des para a sua própria produção ou a sua construção.<br />

Segundo o autor, essa linha de raciocínio existe por sermos seres humanos e, dessa<br />

maneira, temos consciência de que somos inacabados, o que nos instiga a pesquisar,<br />

perceber criticamente e modificar o que está condicionado, mas não determinado, passando<br />

então a sermos sujeitos e não apenas objetos <strong>da</strong> nossa história.


7<br />

2 O papel do educador na visão de Paulo Freire<br />

A importância <strong>da</strong> prática pe<strong>da</strong>gógica segundo Paulo Freire se faz necessário<br />

também em pe<strong>da</strong>gogos conservadores, fazendo uma alusão entre a formação docente e o<br />

ato de cozinhar, pois este que parece ser tão simples exige do cozinheiro com o uso do<br />

fogo e seu equilíbrio <strong>da</strong> temperatura evitar tanto que a comi<strong>da</strong> não queime e que não haja<br />

risco de incêndio; ressaltando ain<strong>da</strong> que a reflexão crítica sobre a prática se torna uma<br />

exigência <strong>da</strong> relação teoria/prática sem a qual pode tornar-se uma prática ativista.<br />

Há portanto de se compreender que é preciso que o educador sintetize seu<br />

aprendizado no que diz respeito ao ensinar, ele precisa saber que ensinar é transferir<br />

conhecimento, criando possibili<strong>da</strong>des para sua produção ou sua construção no aprendizado<br />

do aluno. Portanto, afirma Paulo Freire “ que forma se forma e re-forma ao formar e quem<br />

é formado forma-se e forma ao ser formado.”( pg. 23). Ao descobrir a arte de ensinar<br />

podemos deflagrar no aprendiz uma curiosi<strong>da</strong>de crescente fazendo com que ele se torne<br />

ca<strong>da</strong> vez mais criador de sua própria história e de seu aprendizado.<br />

O educador ao buscar formas de ensinar melhor e de repassar seu conteúdo, pode<br />

utilizar de métodos que possibilite ao discente uma melhor compreensão no que diz<br />

respeito ao aprendizado. Ensinar vai além de conteúdos ou de métodos rigorosos onde o<br />

educando pode utilizar-se do seu cotidiano não se prendendo somente ao livro didático. É<br />

exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no tratamento de objeto ou de<br />

conteúdo, superficialmente criticamente é possível.<br />

Pensar é fun<strong>da</strong>mental no cotidiano de um educador, cabe a ele saber fazer o seu<br />

pensamento transparecer, e que ao transmitir o aluno não só possa entendê-lo, captá-lo. É<br />

bom lembrar que o professor orientador, deixe fluir ideias; ideias essas que aju<strong>da</strong>m muito<br />

ao educador repassar melhor seus conteúdos.<br />

Ao falar <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pesquisa no ensino, cita-se até mesmo in<strong>da</strong>gações como<br />

“ Ensino porque busco, por que in<strong>da</strong>go e me in<strong>da</strong>go” (pg. 29), a importância <strong>da</strong> pesquisa<br />

visa não só conhecer o já conhecido, mas procurar desven<strong>da</strong>r o desconhecido.<br />

A importância de pesquisar vai além do conhecimento do educador afinal há de se<br />

perceber a necessi<strong>da</strong>de de aguçar a curiosi<strong>da</strong>de do aluno para discutir a reali<strong>da</strong>de,


8<br />

aproveitando para estabelecer uma intimi<strong>da</strong>de entre o saber do professor e a necessi<strong>da</strong>de<br />

de conhecimento do discente. Quando propõe-se ensinar deve-se buscar sempre no ponto<br />

de vista ético, ter atenção e ver com olhar crítico o ato de ensinar, isso é claro só acontece<br />

quando se tem aguçado a curiosi<strong>da</strong>de de saber se o trabalho está sendo feito ou não.<br />

Ao se tratar do respeito ao homem, o ensino deve buscar adquirir o objetivo <strong>da</strong><br />

aprendizagem meios eficazes, que com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> ética <strong>da</strong>rão maior resultado. Quando<br />

você toma consciência do seu próprio pensamento, automaticamente conseguirá fazer<br />

certo, mas para tal deve haver prática testemunhal. Ensinar exige risco, aceitação do novo,<br />

rejeição a qualquer forma de discriminação. Para se ensinar deve-se ter certeza de uma<br />

coisa: você estará assumindo desafios, e estará diante do fato de convencer os discentes a<br />

aceitar o desconhecido, deve estar preparado para uma possível rejeição, seja ela <strong>da</strong>s mais<br />

diferentes formas.<br />

A reflexão crítica é um ponto primordial que o educador tem que sempre inserir na<br />

sua ação pe<strong>da</strong>gógica, pois mediante essa relação se fará uma formação permanente dos<br />

professores. A curiosi<strong>da</strong>de sobre o pensar seria a mola propulsora entre a reflexão crítica<br />

sobre a prática de hoje ou de ontem que pode melhorar a próxima prática (Paulo Freire,<br />

<strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong>, pg 39).<br />

É incoerente dizer que se pode mu<strong>da</strong>r se você não está aberto a essa mu<strong>da</strong>nça<br />

cotidiana na ação docente, o reavaliar é uma ponte de comunicação, entre essa critici<strong>da</strong>de.<br />

Segundo o professor Paulo Freire, envolve o pensamento, dinâmico, dialético entre a<br />

prática e a ação.<br />

Além <strong>da</strong> reflexão crítica faz-se necessário o reconhecimento e valorização <strong>da</strong><br />

identi<strong>da</strong>de cultural do educando, pois todo indivíduo chega ao seio escolar já trazendo<br />

consigo uma bagagem cultural, não se pode restringir apenas ao conhecimento dos<br />

envolvidos no processo ensino-aprendizagem, ca<strong>da</strong> um deve ser consciente do seu papel.<br />

Ao nos assumirmos não estamos excluindo os outros, significa assumir-se como ser<br />

histórico, social, pensante, transformador e criador. A construção de um saber junto ao<br />

educando depende <strong>da</strong> importância que o educador dá a parte social, a comuni<strong>da</strong>de à qual<br />

ele trabalha para conseguir aproximar os contextos à reali<strong>da</strong>de vivi<strong>da</strong>.<br />

O docente capacitado deve sempre disponível aos seus alunos. É bom lembrar que<br />

ele precisa sempre estar atento à curiosi<strong>da</strong>des e perguntas dos alunos, o professor deve<br />

sempre ensinar a aprender e não só transferir conhecimento, tornar-se um ser crítico é<br />

fun<strong>da</strong>mental na sua profissão. O profissional <strong>da</strong> área <strong>da</strong> educação deve ser discreto não


9<br />

fazendo comparações discriminatórias mais sim fazer uso do bom senso que orienta o<br />

educador a ser parcial e evitar determinados pontos críticos no seu cotidiano.<br />

Partindo do fato de que o homem não é perfeito, ele está constantemente em busca<br />

de completar o inacabado existente em sua personali<strong>da</strong>de. Portanto o professor deve ter<br />

cui<strong>da</strong>do ao observar sua disciplina, lembrando que ca<strong>da</strong> aluno é um ser em processo de<br />

construção e que perdura por to<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>.<br />

Existe uma profun<strong>da</strong> diferença entre o ser condicionado e o ser determinado. O ser<br />

inacabado abre possibili<strong>da</strong>des de heranças sociais e culturais que os construirão na sua<br />

formação docente e discente, não se inventando <strong>da</strong> influência de forças sociais. Somos<br />

seres condicionados, inacabados e por isso, sabemos que podemos ir além, esta é a<br />

diferença entre o ser condicionado e o ser determinado. Assim como as barreiras são<br />

difíceis para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mu<strong>da</strong>r o mundo, sabemos também<br />

que os obstáculos modificam-se.<br />

O educador deve sempre buscar na sua ética como respeitar a curiosi<strong>da</strong>de do<br />

educando, como professor é um exemplo diante do seu alunado, uma fonte de<br />

conhecimento, o mesmo não pode negar nenhuma informação para o educando, afinal é<br />

preciso deixar claro que a transgressão <strong>da</strong> ética jamais pode ser vista ou entendi<strong>da</strong> como<br />

virtude ou como reflexão de uma docência. O que Freire quer dizer é que se alguém se<br />

torna machista, racista, classista dentre outros, mas que se assuma como transgressor <strong>da</strong><br />

natureza humana (pg.60).<br />

A prática está a todo momento na vigilância do docente, pois ele deve buscar revê-<br />

la com bom senso. Ele é quem vai direcionar de forma negativa ou positiva o<br />

comportamento do educador diante <strong>da</strong> turma e dos possíveis problemas que venham a<br />

surgir em sala. Deve haver bom senso nas situações cotidianas, ao saber que o aluno faltou<br />

por motivo de saúde, que o outro não entregou o trabalho, porque um parente faleceu; o<br />

mesmo deve ser compreensivo e maleável em relação a reali<strong>da</strong>de do aluno.<br />

Para ensinar é necessário que o educador observe a reali<strong>da</strong>de a que ele está inserido<br />

incluindo seus conteúdos programáticos a fim de está a<strong>da</strong>ptado ao seu dia a dia. O<br />

professor deve ter consciência que poderá <strong>da</strong>r sua aula que programou se conseguir<br />

adequá-la a vi<strong>da</strong> de seus alunos.<br />

A alegria e a esperança são necessárias a ativi<strong>da</strong>de educativa. É na esperança que<br />

acreditamos no potencial dos alunos, ficando esperançosos quanto a sua capaci<strong>da</strong>de de<br />

aprender e a capaci<strong>da</strong>de dos professores de ensinar. Ter esperança que o ensino os mu<strong>da</strong>rão


10<br />

e os transformarão em seres autônomos e participantes do meio em que vivem. Ser<br />

desesperançosos não pode ser parte integrante do ser humano, pois ela traz a anulação do<br />

mesmo, imobilizando-o. Temos que tornar menos complexo o futuro para assim<br />

deslumbrarmos um horizonte melhor para todos, fazendo uso <strong>da</strong> alegria do aprender e<br />

ensinar.<br />

É preciso não aceitar o determinismo como um modo de explicação <strong>da</strong>s<br />

desigual<strong>da</strong>des no mundo, mas como sujeitos interventores. Não se usa a a<strong>da</strong>ptação sem a<br />

intervenção <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de. Como educadores deve-se conhecer seus alunos, não podendo<br />

desconsiderar os saberes dos grupos populares e a reali<strong>da</strong>de histórico-político social vivi<strong>da</strong><br />

por eles, pois todos estão inseridos num ciclo de aprendizagem. A essa atitude, corresponde<br />

a expulsão do opressor de dentro do oprimido. Mu<strong>da</strong>r é difícil mas, é possível e é a partir<br />

disto que o professor deve programar sua ação político-pe<strong>da</strong>gógica.<br />

O exercício <strong>da</strong> curiosi<strong>da</strong>de convoca a imaginação, a instituição, as emoções, a<br />

capaci<strong>da</strong>de de conjeturar, de comparar. O fun<strong>da</strong>mental é que professores e alunos saibam<br />

que a postura é dialógica, ou seja, aberta, curiosa, in<strong>da</strong>gadora e não apassiva<strong>da</strong> enquanto<br />

fala ou enquanto ouve. O que importa é que professores e alunos se assumam<br />

etiológicamente curiosos. Mas, não podemos esquecer que a curiosi<strong>da</strong>de, assim como a<br />

liber<strong>da</strong>de deve está sujeita a limites eticamente assumidos por todos.<br />

Ensinar é uma especifici<strong>da</strong>de humana, claro que diferente dos homens os animais<br />

tentam perpetuar suas espécies, sua descendência, mas isso se dá de forma instintiva. Para<br />

o homem ensinar é um ato especifico e inerente do ser humano. É um dom que deve ser<br />

exercido com respeito, liber<strong>da</strong>de, e segurança em si mesmo. O educador legítimo é dono<br />

de um grande coração que pertence ao homem.<br />

Ao se estar diante de uma turma de alunos, independentemente <strong>da</strong> série, como<br />

educador deverá demonstrar muita segurança naquilo que está apresentando aos mesmos.<br />

Com esta confiança ficará perceptível sua competência profissional e com certeza estarão<br />

propensos ao aprendizado. Quando se esta diante de uma classe deve-se ter compromisso.<br />

Estar comprometido com sua profissão, com seus alunos e com sua prática.<br />

Paulo Freire diz que no ponto de vista dos interesses dominantes, não há dúvi<strong>da</strong> de<br />

que a educação deve ser uma prática embelezadora e ocultadora <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de. ( <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong>, Paulo Freire, pg. 99). Todo educador deve ter por certo o peso <strong>da</strong><br />

responsabili<strong>da</strong>de que carrega sobre os ombros. Por meio <strong>da</strong> educação os tão desvalorizados<br />

professores têm o poder de mu<strong>da</strong>r o mundo sem usar uma arma, sem ferir a nenhuma vi<strong>da</strong>.


11<br />

O educador deve buscar junto a sua turma algo muito importante: a liber<strong>da</strong>de, não<br />

qualquer liber<strong>da</strong>de e sim uma feita de confiança e de respeito entre professores e alunos.<br />

Lembrando que a autori<strong>da</strong>de do mestre jamais deve ser esqueci<strong>da</strong> nem desvaloriza<strong>da</strong> e tão<br />

pouco exagera<strong>da</strong>. Devendo existir cumplici<strong>da</strong>de, paciência e amizade. O professor só<br />

atinge seu objetivo em sala se tomar consciência de que deve escutar, estar aberto a ouvir.<br />

Ter consciência de que não é dono <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de, detentor de to<strong>da</strong> resposta. Só se terá bons<br />

resultados se estiver disposto a ouvir. Assim aprenderá a falar e conseguirá entender.<br />

O discurso ideológico anestesia a mente, confunde a curiosi<strong>da</strong>de, distorce a<br />

percepção dos fatos, <strong>da</strong>s coisas, dos acontecimentos. Para Freire não se pode aceitar, nem<br />

ouvir passivamente frases como: o negro é geneticamente inferior ao branco; em defesa de<br />

sua honra o marido matou sua mulher; e outros ( <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong>- Paulo Freire<br />

pg- 132, 133). O educador deve apresentar sua aula certa de uma ideologia libertadora, que<br />

ajude os seus alunos a serem ver<strong>da</strong>deiramente ci<strong>da</strong>dãos no futuro.<br />

Havendo diálogo o ensino talvez aconteça. Se há dialogo, possivelmente se<br />

encontre respostas, se levante questionamentos e encontre soluções possíveis para a<br />

reali<strong>da</strong>de que se tem nas escolas públicas do país. Com a abertura que o dialogo permite é<br />

fácil a juventude perceber as dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s nas escolas <strong>da</strong> atuali<strong>da</strong>de. Ensinar<br />

vai lhe exigir um ato de grande humil<strong>da</strong>de querer bem aos demais educadores, respeitando<br />

acima de tudo a personali<strong>da</strong>de, a práxis e a maneira do outro se postar diante dos colegas e<br />

alunado.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Ao se pesquisar Paulo Freire, se aprofun<strong>da</strong>r a respeito dos estudos abor<strong>da</strong>dos e<br />

detalhados que ele mostrou ao mundo, se percebe que na<strong>da</strong> se sabe; que tudo que se<br />

entendia, domínio e conhecimento, caem por terra; pois Freire mostra ao mundo uma visão<br />

revolucionária à respeito <strong>da</strong> educação, independente de qual seja sua atração: crianças,<br />

jovem e adultos. A <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> <strong>Autonomia</strong> é uma ver<strong>da</strong>deira lição, não de como um<br />

professor deve aqui diante de seus alunos, nas um roteiro perfeito que foi escrito para<br />

aqueles que de coração aberto, e claro, grande vocação, na tentativa de transformar a<br />

educação vigente. É de fato um roteiro que de forma muito simples ensina o professor a<br />

ensinar, pois ensinar não deve ser apenas transferência de conteúdos, mas um ato de<br />

respeito ao próximo, com sua bagagem e particulari<strong>da</strong>des.


12<br />

REFERÊNCIAS<br />

GADOTTI, Moacir. Convite a leitura de Paulo Freire. São Paulo: Ed. Scipione, 1989.<br />

FREIRE, Paulo. <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> <strong>da</strong> autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.<br />

FREIRE, Paulo. <strong>Pe<strong>da</strong>gogia</strong> do Oprimido. São Paulo: Editora Paz e Terra,1994 .

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