Estamos en Japonés - dimensão ativo-dialógica da compreensão

divergências, às vezes nuanças interpretativas sobre o texto discutido, como acontece a
respeito do título da subseção (por exemplo, em linha 136 “no. es la comparación que hacen
con otros países”, em linha 140 “no da. a mi a mi me parece que lo que..”, em linha 148 “síí.
pero. no es una forma también de decir las dos caras de Brasil?). Há momentos quando os
AA participam desde “iniciativas livres”, como veremos mais adiante.
A relação “iniciativa livre” ↔ P, “resposta mínima” ↔ AA comporta diversas formas
de uso do piso conversacional. Na primeira parte do Evento 2 (linhas 124 a 172), podemos
dizer que as “iniciativas livres” de P a apresentam, preponderantemente, possuindo o piso
conversacional da sequência. Já na segunda parte (linhas 173 a 229), o piso passa a ser dos
AA. Embora as primeiras intervenções de ι (linhas 173, 175 a 177) possam ser interpretadas
como “respostas mínimas”, porque contribuem para avançar o tópico segundo o solicitado por
P em linhas 169 a 172, é possível observar como, gradualmente, ι vai-se apropriando do piso.
As contribuições de P (linhas 174, 178, 181, por exemplo) passam a ser “respostas mínimas”.
E junto a ι, as vozes de ψ1, γ, χ1, ω1 vão reconfigurando a estrutura de participação do
episódio tópico (segunda parte do Evento 2) visto a dinâmica de “iniciativas livres” e
“respostas mínimas” apresentar os AA ganhando, como já disse, o piso conversacional.
A análise apresentada nesta seção procurou evidenciar como se traduz interativamente
a modalidade “leitura conjunta em sala de aula”, dentro das várias modalidades constitutivas
da dimensão toporâmica das aulas de leitura. Embora a paisagem interativa mostrada nessa
ocasião refira-se às aulas de português e seja uma característica de diferentes macroeventos de
letramento dessa comunidade de prática, de acordo com os registros de dados (aulas gravadas
e notas de campo), acompanha também as aulas das outras disciplinas integrantes da
constelação de comunidades de prática, foco desta pesquisa.
6.3 MAIS RECURSOS (NEGOCIÁVEIS? NEGOCIADOS?) DENTRO DA
COMUNIDADE DE PRÁTICA: “QUAL É O ASSUNTO DESTE TEXTO?”
Nas seções anteriores, revisitei eventos nos quais os participantes desenvolvem a
atividade de leitura sobre elementos paratextuais, de forma conjunta, em sala de aula,
mostrando a forma como os membros de uma comunidade de prática, P e AA, se engajam
mutuamente em empreendimentos conjuntos e compartilham determinados recursos,
acumulados através do tempo. A seguir, examinarei como acontece a leitura do texto, a partir
de instruções negociadas explicitamente entre P e AA.
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