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Jogo aberto Edmundo Marlone, Jhon Cley ... - Vasco da Gama

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Novembro/Dezembro | N o 02 | Ano 2012<br />

VASCO<br />

Revista Oficial<br />

<strong>Jogo</strong> <strong>aberto</strong><br />

com Desirée Oliveira<br />

<strong>Marlone</strong>, <strong>Jhon</strong> <strong>Cley</strong>,<br />

Romário e Luan<br />

As novas joias <strong>da</strong> Colina<br />

<strong>Edmundo</strong><br />

Vascaíno desde<br />

sempre


INTELIGENTE. ELEGANTE. VERSÁTIL.<br />

98% de reciclabili<strong>da</strong>de.<br />

Regulagens intuitivas.<br />

Logística reversa.<br />

VASCO DA GAMA | 2<br />

IGUAL A VOCÊ.<br />

Oportuni<strong>da</strong>des de créditos LEED.<br />

Design Bal<strong>da</strong>nzi & Novelli.<br />

f l e x f o r m . c o m . b r


VASCO DA GAMA | 3


Sou presidente de um clube que ostenta o nome de um<br />

herói. E <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, o navegador, é a inspiração e a<br />

certeza de vitória que carrego dentro do meu coração.<br />

“<br />

”<br />

VASCO DA GAMA | 4


Conversa<br />

de amigo<br />

Amigo vascaíno, outro dia, olhando o mar<br />

num dia de ressaca, fiquei pensando na vi<strong>da</strong><br />

do navegador português que empresta seu<br />

nome ao nosso glorioso clube. Quantas dificul<strong>da</strong>des<br />

e perigos o almirante <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Gama</strong> enfrentou em suas jorna<strong>da</strong>s pelos<br />

oceanos, a bordo de caravelas de madeira<br />

que deviam parecer cascas de nozes em<br />

dias de fúria <strong>da</strong> natureza.<br />

<strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> não tinha medo de enfrentar<br />

desafios, por mais difíceis que fossem. Seu<br />

ímpeto, coragem, poder de comando e autori<strong>da</strong>de<br />

o levavam sempre a um porto seguro.<br />

Naqueles minutos em que fiquei parado no<br />

engarrafamento perpétuo <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Niemeyer,<br />

compensados pela paisagem deslumbrante<br />

do mar, voltei à reali<strong>da</strong>de quando a<br />

buzina do carro de trás tocou para me alertar<br />

de que a pista já estava libera<strong>da</strong>.<br />

Sou presidente de um clube que ostenta o<br />

nome de um herói. E <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, o navegador,<br />

é a inspiração e a certeza de vitória<br />

que carrego dentro do meu coração. Tenho<br />

muito orgulho de estar no leme de uma instituição<br />

gloriosa, ao lado de pessoas que, assim<br />

como eu, amam o Clube de Regatas <strong>Vasco</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Gama</strong>. Somos todos uma só tripulação.<br />

Eu, os dirigentes, os sócios, os torcedores e<br />

todos aqueles que admiram e reverenciam a<br />

História do nosso clube.<br />

Por trás <strong>da</strong> tempestade, vislumbro a calmaria<br />

que há de vir como fruto dos nossos esforços<br />

em superar todos os desafios. O projeto de<br />

criação <strong>da</strong> Arena está na ordem do dia. São<br />

Januário será também o palco <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de<br />

necessária ao futuro que nos espera.<br />

Mais do que obras, no entanto, o que o <strong>Vasco</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Gama</strong> precisa nesse momento é do ser<br />

humano. Nossa gestão é foca<strong>da</strong> na ampliação<br />

do quadro social, cuja receita é fun<strong>da</strong>mental<br />

para as contas do clube. E para que tenhamos<br />

uma equipe de futebol forte e competitiva,<br />

lutando por títulos em 2013, precisamos<br />

contar com uma base sóli<strong>da</strong> de Sócios-Torcedores,<br />

uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de adesão ao clube<br />

que trará vantagens ao associado, como ingressos<br />

a preços menores, promoções para<br />

acompanhar o time onde ele estiver jogando,<br />

entre outros privilégios.<br />

2012 foi um ano difícil. Mas nesse ano que se<br />

inicia, tenho certeza que será o começo de<br />

uma nova era. 2013 será o ano do resgate<br />

de nossas tradições de conquistas e vitórias.<br />

Que <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, o Almirante, seja a nossa<br />

inspiração e exemplo de superação. Um<br />

feliz Ano Novo a to<strong>da</strong> a nação vascaína.<br />

ROBERTO DINAMITE<br />

Presidente<br />

VASCO DA GAMA | 5


Diretoria Administrativa<br />

Presidente<br />

Carlos Roberto Dinamite de Oliveira<br />

1º Vice-Presidente<br />

Antonio Frutuoso Pires Peralta<br />

2º Vice-Presidente<br />

Nelson Monteiro <strong>da</strong> Rocha<br />

Vice-Presidente do Departamento Jurídico<br />

Aníbal Rouxinol<br />

Vice-Presidente do Departamento de Marketing<br />

Eduardo Machado<br />

Vice-Presidente do Departamento de Futebol<br />

Carlos Roberto Dinamite de Oliveira<br />

Vice-Presidente do Departamento de Patrimônio<br />

(Engenharia e Obras)<br />

Manuel O. dos Santos<br />

Vice-Presidente do Departamento de Patrimônio<br />

(Pessoal e Operações)<br />

Manuel Barbosa<br />

Vice-Presidente do Departamento de Finanças<br />

Nelson de Almei<strong>da</strong><br />

Vice-Presidente do Departamento de Desportes<br />

Náuticos<br />

Paulo César Mahomed Alli<br />

Vice-Presidente do Departamento Médico<br />

Manoel Frederico Costa Soares Moutinho<br />

Vice-Presidente de Infanto-Juvenil<br />

Tadeu Correia <strong>da</strong> Silva<br />

Vice-Presidente de Desportes Terrestres<br />

Jorge Luiz Raggio Carneiro<br />

Vice-Presidente de Desportes Aquáticos<br />

Salvador Velloso Perrella<br />

Vice-Presidente de Desportes de Quadra e Salão<br />

Ricardo Luis Murça Leon Had<strong>da</strong>d<br />

Vice-Presidente do Departamento Social<br />

Faues Cherene Jassus “Mussa”<br />

Vice-Presidente do Departamento de Relações<br />

Especializa<strong>da</strong>s<br />

João Ernesto <strong>da</strong> Costa Ferreira<br />

Assembleia Geral<br />

Presidente<br />

Olavo Egypdio Monteiro de Carvalho<br />

Vice-Presidente<br />

Antonio Gomes <strong>da</strong> Costa<br />

Conselho Deliberativo<br />

Presidente<br />

Abílio Borges<br />

Vice-Presidente<br />

Roberto Monteiro Soares<br />

1º Secretário<br />

Antônio Carlos Pereira de Lemos Basto<br />

2º Secretário<br />

Claudio Marcelo Costa dos Santos<br />

Conselho Fiscal<br />

Presidente<br />

Hélio Cezar Donin<br />

Membros Efetivos<br />

Antônio Barrozo Filho e João Marcos<br />

G. de Amorim<br />

VASCO DA GAMA | 6<br />

Club de Regatas<br />

<strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong><br />

Conselho de Beneméritos<br />

Presidente<br />

Eurico Angelo de Oliveira Miran<strong>da</strong><br />

Vice-Presidente<br />

Silvio Aquiles Hildebrando Godói<br />

Conselho Editorial<br />

Carlos Roberto Dinamite de Oliveira,<br />

Eduardo Machado, Manuel Oliveira dos Santos<br />

Fernando Roscio de D’Ávila e João Ernesto <strong>da</strong> C. Ferreira<br />

Re<strong>da</strong>ção<br />

Responsáveis: Raquel Vieira e Marcelo Sadio<br />

e-mail: revistavasco@crvasco<strong>da</strong>gama.com<br />

Diretoria<br />

Paulo Roberto Mesquita e Rebeca Borges<br />

Editora Responsável<br />

Tereza Dalmacio | tereza<strong>da</strong>lmacio@globo.com<br />

Revisora<br />

Tatiana Lopes<br />

Repórteres<br />

Cristiano Kubis, Leandro Lainetti, Ricardo Oliveira e<br />

Stephany Muzzi<br />

Fotografia<br />

Caroline Coelho e Natália Moraes<br />

Designers<br />

Rachel Sartori e Riane Tovar<br />

Estagiário<br />

Raphael Verçosa<br />

Produção<br />

Fabiane Motta<br />

Comercial<br />

Daniel Brandão | <strong>da</strong>niel@utilcd.com.br<br />

Marketing<br />

Janaína Garayoa<br />

Aveni<strong>da</strong> Armando Lombardi, 800, Sala 238<br />

Barra <strong>da</strong> Tijuca, Rio de Janeiro – RJ<br />

CEP: 22640-906<br />

21 3471-6799 | 7887-8284<br />

Os textos veiculados são de total<br />

responsabili<strong>da</strong>de dos autores.


Sumário<br />

12<br />

Contos <strong>da</strong> Colina<br />

17<br />

14<br />

<strong>Edmundo</strong>,<br />

eterno apaixonado<br />

18<br />

Presidente <strong>da</strong> Light Centro de memória<br />

24<br />

Desirée Oliveira<br />

32<br />

Conselheiro<br />

Arnaldo Gabriel<br />

27<br />

Vice-Presidente<br />

de Marketing<br />

34<br />

Marujo vascaíno<br />

22<br />

Novas joias <strong>da</strong> colina<br />

30<br />

Novo centro<br />

de treinamento<br />

VASCO DA GAMA | 7


A Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia Vascaína soma com a comuni<strong>da</strong>de.<br />

Em sua quarta edição, milhares de<br />

pessoas tiveram acesso a ativi<strong>da</strong>des pela<br />

saúde física e mental, obtenção de documentos<br />

e registros, educação e lazer. Gerar um<br />

pouco mais de quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e promover<br />

a integração social são alguns dos compromissos<br />

do clube com o ci<strong>da</strong>dão. Acompanhe<br />

esse momento de muita soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de.<br />

CIDADANIA<br />

VASCAÍNA<br />

VASCO DA GAMA | 8<br />

Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de,<br />

palavra de ordem<br />

Para a população que tem dificul<strong>da</strong>de de acesso<br />

à odontologia, o Presidente <strong>da</strong> ONG SOS Dental,<br />

Marcelo Schettini, trouxe a organização para fazer<br />

emergências odontológicas. Ele conta que, em<br />

uma ação social, sua equipe não apenas arranca<br />

dentes ou aplica flúor. “A gente faz restaurações,<br />

tratamentos de canal, tratamentos de gengiva;<br />

enfim, tudo o que um dentista faz em um consultório<br />

convencional, só que ao ar livre”, afirma.<br />

Marcio dos Santos é um torcedor que realmente<br />

veste o manto sagrado do <strong>Vasco</strong>. Ele é morador<br />

do bairro Santíssimo e foi ao evento para tirar a<br />

segun<strong>da</strong> via <strong>da</strong> sua identi<strong>da</strong>de. “Essa oportuni<strong>da</strong>de<br />

me facilitou bastante, porque eu estava tendo<br />

problema com a minha identi<strong>da</strong>de anterior, já que,<br />

devido ao AVC que sofri, eu virei canhoto”, relata.<br />

Na opinião de Edilina Cabral, que recebeu gratuitamente<br />

as vacinas antitetânica e contra Hepatite<br />

B, to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des disponíveis foram de<br />

grande importância. Ela participou, junto com a<br />

COMLURB, para falar sobre limpeza urbana. Para<br />

Edilina, saúde é primordial para a socie<strong>da</strong>de, por<br />

isso não pode ser deixa<strong>da</strong> de lado.


Walter <strong>da</strong> Silva aproveitou que a ONG SOS Dental<br />

estava no evento para fazer um tratamento dentário.<br />

Ele diz que a Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia Vascaína 2012 foi<br />

ótima para mostrar a todos o que pode ser feito<br />

pela população, e ain<strong>da</strong> não é feito. “Quem dera<br />

que, em todos os fins de semana, tivéssemos uma<br />

ação social desse tipo, para que a população de<br />

baixa ren<strong>da</strong> pudesse ter a assistência desses profissionais<br />

maravilhosos”, declara.<br />

O <strong>Vasco</strong> também colabora com o desenvolvimento<br />

sustentável. Em parceria com o Clube, o Disque<br />

Óleo montou uma barraca para que os visitantes,<br />

como Alaíde Cardoso (na foto), trocassem o<br />

óleo de cozinha por sabão. Maria <strong>da</strong> Silva, auxiliar<br />

de escritório do Disque Óleo, acredita que grande<br />

parte <strong>da</strong> população ain<strong>da</strong> não abriu a cabeça<br />

para a coleta seletiva e educação ambiental. Ela<br />

aconselha que, após fazerem fritura, as pessoas<br />

esfriem o óleo, coloquem-no em um recipiente e<br />

liguem para o Disque Óleo para trocá-lo por sabão.<br />

Para os que buscavam uma oportuni<strong>da</strong>de profissional,<br />

o ônibus <strong>da</strong> Caravana do Trabalho esteve<br />

presente no evento emitindo carteira de trabalho.<br />

Jéssica Barbosa disse que a possibili<strong>da</strong>de de tirar<br />

o documento foi muito boa, pois ela não estava<br />

tendo tempo nem condições de ir a um lugar mais<br />

distante. Marilene Pereira também estava na fila,<br />

aprovou o evento e trouxe sua neta, Rayssa.<br />

A equipe do 1º Batalhão de Guar<strong>da</strong>s compareceu<br />

pela primeira vez no evento. De acordo com o Tenente<br />

Gomes, sem dúvi<strong>da</strong>s o espaço na Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia<br />

Vascaína serviu para demonstrar o que se faz internamente<br />

no Exército Brasileiro, e que pouca gente<br />

tem oportuni<strong>da</strong>de de conhecer.<br />

VASCO DA GAMA | 9


O evento disponibilizou diversos tipos de esportes para as crianças praticarem. A organização ficou por<br />

conta do Coordenador de Esportes Olímpicos do <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, José Mauro Ribeiro, e <strong>da</strong> Coordenadora<br />

de Esportes Paralímpicos do <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, Livia Prates. José disse estar muito contente em apresentar<br />

os esportes para as crianças <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, pois é assim que se descobre um novo talento. Para<br />

Lívia, a oportuni<strong>da</strong>de foi fantástica para mostrar à socie<strong>da</strong>de que os portadores de deficiência também<br />

têm espaço no esporte.<br />

Crianças aprenderam a praticar esgrima, que,<br />

apesar de ser um esporte pouco popular no Brasil,<br />

não ficou fora do evento.<br />

VASCO DA GAMA | 10<br />

Educadoras <strong>da</strong> Associação Brasileira de Odontologia do Rio de<br />

Janeiro (ABORJ) ensinaram as crianças a cui<strong>da</strong>r dos dentes.


A Orquestra do 1º Batalhão de Guar<strong>da</strong>s se apresentou<br />

e arrancou aplausos do público.<br />

Os cães treinados do 1º Batalhão de Guar<strong>da</strong>s deram<br />

um show para os visitantes.<br />

A ban<strong>da</strong> de samba <strong>da</strong> COMLURB animou a plateia e<br />

fez todo mundo <strong>da</strong>nçar.<br />

Sob a supervisão <strong>da</strong> proprietária do Instituto Embelleze<br />

de Campo Grande, Luciana Sampaio, e <strong>da</strong><br />

cabeleireira Maria Rosimary, Josineide Ferreira pôde<br />

ter um dia de transformação geral no seu visual. Luciana<br />

declarou que contribuir para aumentar a autoestima<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de é um prazer. Para Josineide,<br />

que elogiou a iniciativa do evento, o resultado foi<br />

melhor do que o imaginado.<br />

VASCO DA GAMA | 11


VASCO DA GAMA | 12<br />

Contos <strong>da</strong> Colina<br />

11 ídolos do <strong>Vasco</strong> e sua ime<br />

Esse é o título do livro lançado no início do ano que está mexendo com a e<br />

que bateu um papo com a nossa equipe e falou sobre essa grande paixão, es<br />

VASCO: O livro é uma declaração de amor<br />

ao <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>. Conte pra gente o que o<br />

leitor vai encontrar.<br />

LUIS MAFFEI: O Contos <strong>da</strong> Colina é <strong>da</strong><br />

Editora Oficina Raquel, o prefácio foi feito<br />

por Sérgio Cabral, tem 12 contos sobre 11<br />

ídolos, como Dinamite, <strong>Edmundo</strong>, Barbosa,<br />

Bellini, Sabará e Juninho Pernambucano, e<br />

ain<strong>da</strong> há um outro conto dedicado à torci<strong>da</strong>.<br />

É literatura de ficção, mas a partir de ca<strong>da</strong><br />

personagem escolhido, ca<strong>da</strong> autor fez uma<br />

estória basea<strong>da</strong> em componentes <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de,<br />

inserindo-os no enredo. Outra característica<br />

é que nessa obra a gente tenta resgatar<br />

o lado mítico do futebol, que se apagou com<br />

o passar dos anos.<br />

VASCO: A motivação para escrever foi a<br />

paixão pelo Clube ou há outros ingredientes<br />

nesse processo?<br />

LUIS MAFFEI: Eu já tinha feito um livro,<br />

cujos poemas são de todos os jogos <strong>da</strong> série<br />

B. Já o Contos <strong>da</strong> Colina surgiu de uma conversa<br />

com minha esposa, Raquel Menezes,<br />

aqui em São Januário, sobre esse amor que<br />

temos por essa camisa. E <strong>da</strong>í, foi colocar a<br />

mão na massa e começar o projeto. No primeiro<br />

momento, pensamos em fazer 11 contos<br />

com 11 escritores, mas percebemos que<br />

seria inviável.<br />

VASCO: Além de você, Nei Lopes e Mauricio<br />

Murad – duas feras superconheci<strong>da</strong>s – também<br />

participaram do livro. Como foi esse processo?<br />

LUIS MAFFEI: Muito bom. O Murad é um vascaíno<br />

conhecido e é meu amigo há bastante<br />

tempo. Como ele tem contato com o Nei Lopes,<br />

a ponte foi feita, e o trabalho aconteceu.<br />

O Nei é um dos maiores compositores <strong>da</strong> MPB,<br />

sambista reconhecido, ótimo escritor e um<br />

grande homem. Além disso, ele é o vascaíno<br />

mais antigo entre nós. E por isso, os quatro<br />

contos dele são de jogadores dos anos 50 para<br />

baixo. Já o Murad, também amigo, é um grande<br />

vascaíno, sociólogo, professor <strong>da</strong> UERJ, e os<br />

seus contos são apaixonantes. Seu livro mais<br />

recente é A violência e o futebol: dos estudos<br />

clássicos aos dias de hoje.<br />

VASCO: Além de vascaíno apaixonado,<br />

você é também professor de literatura portuguesa.<br />

Esse conhecimento influenciou<br />

nos seus contos?<br />

LUIS MAFFEI: Bom, eu fiz uma fantasia em<br />

torno de Os Lusía<strong>da</strong>s (obra poética de Camões)<br />

e do Club de Regatas <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>.<br />

Por exemplo, o meu conto sobre a torci<strong>da</strong> é<br />

uma grande fantasia camoniana, quer dizer,<br />

tem a influência dessa narrativa, de Luís de<br />

Camões, uma <strong>da</strong>s maiores figuras <strong>da</strong> literatura<br />

em língua portuguesa, que viveu em Lisboa,<br />

de 1524 a 1580.<br />

VASCO: O livro é escrito por torcedores<br />

apaixonados para torcedores apaixonados ou<br />

para todos os amantes do futebol?<br />

LUIS MAFFEI: Na ver<strong>da</strong>de, ele foi feito, sobretudo,<br />

para quem gosta de literatura. Então,<br />

qualquer torcedor, de qualquer time do<br />

mundo e que goste de obras literárias, provavelmente<br />

vai gostar do Contos <strong>da</strong> Colina.<br />

“<br />

Eu sou muito simpático<br />

ao Roberto<br />

Dinamite como<br />

Presidente. Eu<br />

acho que a gestão<br />

dele está sendo<br />

um trabalho<br />

de recomeço.<br />


nsa torci<strong>da</strong> feliz<br />

moção do torcedor vascaíno. Um dos escritores é Luis Maffei, professor de literatura <strong>da</strong> UFF,<br />

se amor incondicional pela cruz de malta. E em 2014 tem mais, vem aí a 2 a edição do livro.<br />

VASCO: E como já falamos na abertura <strong>da</strong><br />

entrevista, vem continui<strong>da</strong>de, o livro 2, <strong>da</strong><br />

obra Colina – 11 ídolos do <strong>Vasco</strong> e sua imensa<br />

torci<strong>da</strong> bem feliz.<br />

LUIS MAFFEI: Ver<strong>da</strong>de. Em 2014, talvez<br />

lancemos a segun<strong>da</strong> edição do livro. E já<br />

existem alguns jogadores que poderiam estar<br />

presentes, como o Vavá, Fausto, Jaguaré<br />

e o Geovani.<br />

VASCO: Falando mais sobre o <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>,<br />

como profundo conhecedor e torcedor apaixonado<br />

pelo cruzmaltino, de que maneira você<br />

analisa a atual gestão do clube?<br />

LUIS MAFFEI: Eu sou muito simpático ao Roberto<br />

Dinamite como Presidente. Eu acho que<br />

a gestão dele está sendo um trabalho de recomeço.<br />

É claro que haverá percalços, mas para<br />

mim, é uma administração que tem méritos<br />

muito claros. Primeiro, porque depois de muitos,<br />

ele foi uma oposição forte; segundo, porque<br />

sua gestão procura modernizar o clube.<br />

VASCO: Pra encerrar, deixe a sua declaração<br />

sobre o Club de Regatas <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>.<br />

LUIS MAFFEI: É uma história de amor absolutamente<br />

incondicional. Embora seja difícil<br />

de acontecer com minha atual esposa, é<br />

muito mais fácil eu trocar de mulher do que<br />

deixar de sentir o que sinto pelo <strong>Vasco</strong>. Mu<strong>da</strong>r<br />

de time é impensável.<br />

VASCO DA GAMA | 13


<strong>Edmundo</strong><br />

Apaixonado desde pequenin<br />

Revista <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>: Você estreou pelos<br />

profissionais do <strong>Vasco</strong> em 1992 e, logo de<br />

cara, jogou ao lado do Roberto Dinamite, que<br />

já era um dos maiores ídolos <strong>da</strong> história do<br />

clube. Como foi começar a carreira jogando<br />

com ele?<br />

<strong>Edmundo</strong>: Era um sonho meu de criança,<br />

sempre admirei o Roberto, ele era meu grande<br />

ídolo, e eu tinha o sonho de jogar ao lado dele.<br />

Foi muito bom e uma experiência positiva.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: Como era o relacionamento<br />

entre vocês? Ele te aju<strong>da</strong>va, <strong>da</strong>va dicas, já que<br />

era um jogador experiente?<br />

<strong>Edmundo</strong>: Não sei como é hoje em dia, mas<br />

o pessoal mais velho aju<strong>da</strong>va muito a garota<strong>da</strong><br />

que estava subindo. Antigamente havia<br />

poucas oportuni<strong>da</strong>des, não subia muita gente,<br />

e quem subia era aju<strong>da</strong>do. Só tenho a agradecer<br />

ao Roberto e outros jogadores <strong>da</strong> época,<br />

como Alexandre Torres, Luisinho, Geovani,<br />

Luis Carlos Winck. Esses caras me deram o<br />

maior apoio.<br />

VASCO DA GAMA | 14<br />

O amor pelo <strong>Vasco</strong> vem desde os tempos <strong>da</strong> infância. Quando cresceu, vi<br />

temperamental, explosivo, apaixonado. Este é <strong>Edmundo</strong> Alves de Souza N<br />

A história com o <strong>Vasco</strong>, que começou em 1992, e, entre i<strong>da</strong>s e vin<strong>da</strong>s, ter<br />

vitórias e derrotas, e, certamente, um livro recheado com a eterna relação<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: Você teve um bom início no<br />

<strong>Vasco</strong>, acabou saindo para o Palmeiras, onde<br />

foi bicampeão brasileiro, e passou pelo Flamengo.<br />

Essa época longe do <strong>Vasco</strong> mexeu<br />

com você?<br />

<strong>Edmundo</strong>: Quando eu era criança, torcedor<br />

fanático, tinha a paixão pelo <strong>Vasco</strong>, mas não tinha<br />

a noção do que era a rivali<strong>da</strong>de, essa coisa<br />

aflora<strong>da</strong> contra o Flamengo. Depois do sucesso<br />

no <strong>Vasco</strong> e no Palmeiras, eu acabei indo jogar<br />

lá, e foi uma decepção para o torcedor, isso<br />

mexeu comigo, e eu queria voltar ao <strong>Vasco</strong> o<br />

quanto antes para apagar essa história. Algumas<br />

coisas aconteceram, eu acabei voltando e<br />

fui muito feliz em 96 e 97.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: 97 foi um ano muito bom para<br />

o <strong>Vasco</strong>, com o título brasileiro, e para você<br />

também, que foi artilheiro <strong>da</strong> competição. Naquele<br />

momento, muitos torcedores afirmavam<br />

que você era o melhor jogador do mundo. Você<br />

pensava dessa forma também?<br />

Não lamento, não<br />

me arrependo, e<br />

faria tudo de novo.<br />

Nunca fui de me<br />

entregar, de me<br />

abater, e as coisas<br />

boas e ruins<br />

só acontecem para<br />

quem merece e<br />

pode suportar.<br />

“<br />


inho<br />

rou um dos principais nomes <strong>da</strong> história do <strong>Vasco</strong> e ícone <strong>da</strong>s gerações mais novas. Craque,<br />

eto, ou apenas <strong>Edmundo</strong>, o Animal, alcunha pela qual ficou conhecido nos tempos de jogador.<br />

minou em 2008, poderia virar um livro. Seriam páginas de alegrias e tristezas, capítulos de<br />

entre um ídolo, a torci<strong>da</strong> e o clube que amou e continua a amar.<br />

<strong>Edmundo</strong>: Quando você ganha títulos, sempre<br />

marca um pouco mais, mas o time era<br />

muito bom e jogava em função de mim, eu ficava<br />

livre, à vontade para poder produzir positivamente.<br />

Mas sozinho a gente não faz na<strong>da</strong>,<br />

precisa de apoio. Nosso time gerava muita<br />

desconfiança, não acreditavam em nós no começo.<br />

Tínhamos jogadores jovens, como Juninho,<br />

Felipe, Ramon e outros mais experientes,<br />

como Mauro Galvão, Válber, Evair, mas, mesmo<br />

com a desconfiança, ganhamos o campeonato<br />

de maneira muito fácil. A gente era muito<br />

unido, um grupo forte, o Lopes (Antônio Lopes,<br />

técnico do <strong>Vasco</strong> à época) montou uma família,<br />

nos encontrávamos fora do ambiente de trabalho,<br />

e tudo isso também contribuiu bastante.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: Logo depois, você saiu para a<br />

Fiorentina e não jogou a Libertadores, em 98.<br />

Gostaria de ter ficado e jogado?<br />

<strong>Edmundo</strong>: Tudo é momento. O <strong>Vasco</strong> me<br />

vendeu antes do fim do campeonato e me<br />

vendeu até barato, se tivesse vendido depois,<br />

venderia mais caro. O clube estava meio mal<br />

de grana, e isso também colaborou para o<br />

título, porque entrou esse dinheiro, e os salários<br />

atrasados foram pagos. As coisas mu<strong>da</strong>m,<br />

vão para frente, eu não queria ir, fiz de<br />

tudo para não ir, estava muito feliz, mas era<br />

inevitável, tanto que assim que teve dinheiro,<br />

o <strong>Vasco</strong> me comprou de novo. Isso, um<br />

ano e meio depois. Era questão de momento<br />

mesmo, há coisas independentes <strong>da</strong> nossa<br />

vontade, mas gostaria de ter ficado, jogado<br />

a Libertadores e ter ido ao Mundial, contra o<br />

Real Madrid. O <strong>Vasco</strong> até tentou me pegar por<br />

empréstimo para o Mundial, mas não aconteceu.<br />

O torcedor às vezes acha que só depende<br />

<strong>da</strong> nossa vontade, mas não é assim.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: Voltando ao título brasileiro de<br />

97. Você acha que a torci<strong>da</strong> conseguiu esquecer<br />

a história de você ter jogado no Flamengo?<br />

<strong>Edmundo</strong>: É o que marca, foi o que ficou. Em<br />

2008 eu voltei, o <strong>Vasco</strong> caiu, e ninguém lembra.<br />

O que o torcedor faz questão de lembrar são as<br />

coisas boas, e isso pra mim é muito importante.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: E apesar de ter jogado pelo<br />

Flamengo, você sempre foi um carrasco para<br />

eles. Fazia muitos gols, sacaneava, e a torci<strong>da</strong><br />

adorava. Era um jogo especial?<br />

<strong>Edmundo</strong>: Era sim. A semana era sempre diferente,<br />

como se você se preparasse para uma<br />

final, você treinava mais, se dedicava mais,<br />

abria mão de tudo e focava naquele jogo. Eu,<br />

pelo menos, ficava assim. Era aquele jogo e a<br />

final do campeonato, era isso que representava,<br />

e quando você consegue brilhar em jogos<br />

assim, fica marcado, fica na história.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: Em outra passagem sua pelo<br />

<strong>Vasco</strong>, em 2000, você jogou muito bem o Mundial<br />

de Clubes <strong>da</strong> FIFA, mas acabou perdendo<br />

o pênalti decisivo, em pleno Maracanã, contra<br />

o Corinthians. O que passou pela sua cabeça<br />

naquele momento?<br />

<strong>Edmundo</strong>: Essa história é um pouco longa,<br />

mas vou resumir. Eu me machuquei antes do<br />

torneio, e o médico falou que eu ia ficar 50<br />

dias fora, sendo que faltavam 23 dias para o<br />

Mundial. Peguei minha família e fiquei 25 dias<br />

no hotel do <strong>Vasco</strong> me tratando, fazendo a re-<br />

VASCO DA GAMA | 15


cuperação. Passei Natal e Réveillon no hotel,<br />

porque eu queria jogar, e o campeonato era<br />

importante para mim e para o <strong>Vasco</strong>. Joguei<br />

bem todos os jogos, e, por obra do destino, as<br />

coisas acontecem. Não lamento, não me arrependo,<br />

e faria tudo de novo. Nunca fui de<br />

me entregar, de me abater, e as coisas boas e<br />

ruins só acontecem para quem merece e pode<br />

suportar. Se eu não jogo e o <strong>Vasco</strong> perde, eu<br />

VASCO DA GAMA | 16<br />

ia ficar com mais moral que todo mundo, mas<br />

são coisas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, o torcedor entende, sabe<br />

do meu respeito, do meu carinho, do meu<br />

amor pelo <strong>Vasco</strong> e tem certeza de que eu fiz o<br />

melhor, mas infelizmente não ganhamos.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: Como você mesmo citou anteriormente,<br />

em 2008 o <strong>Vasco</strong> foi rebaixado<br />

para a Série B, e você fazia parte <strong>da</strong>quele time.<br />

Acha que a torci<strong>da</strong> pode ter ficado decepciona<strong>da</strong><br />

com você, por ser o principal jogador do<br />

time, ídolo e não ter conseguido manter o time<br />

na primeira divisão?<br />

<strong>Edmundo</strong>: Claro que é um ponto negativo,<br />

nesse sentido, sim. Mas sempre me doei muito,<br />

me dediquei muito, sempre fui muito apaixonado<br />

pelo <strong>Vasco</strong> e pelo que eu fazia, mas o<br />

pessoal entendeu, era um momento de transição<br />

de diretorias, e acabou acontecendo. Eu<br />

fui artilheiro <strong>da</strong> Copa do Brasil no mesmo ano,<br />

com 37 anos. O problema é que no Brasil, no<br />

fim do ano, ou você é campeão ou você não<br />

é na<strong>da</strong>. Para a gente, foi ain<strong>da</strong> pior com o rebaixamento.<br />

Mas eu tento ver pelo lado bom.<br />

Depois disso, o <strong>Vasco</strong> deu a volta por cima, o<br />

torcedor readquiriu o orgulho de ser vascaíno<br />

com a mobilização em 2009, e só fico triste por<br />

não ter participado. Mas é isso, a vi<strong>da</strong> e a carreira<br />

não são feitas só de coisas boas. E para<br />

mim e para o torcedor do <strong>Vasco</strong>, sempre ficou<br />

a parte boa, então isso é que importa.<br />

Revista <strong>Vasco</strong>: No fim de 2008, você se aposentou<br />

e, agora em 2012, teve um jogo de<br />

despedi<strong>da</strong> com a camisa do <strong>Vasco</strong>. Fale um<br />

pouco sobre a emoção dessa parti<strong>da</strong> e o que<br />

ela representou para você.<br />

<strong>Edmundo</strong>: Estava morrendo de medo de não<br />

ter muita gente, sei o quanto é difícil o cara<br />

estar lá às 7h <strong>da</strong> noite, fim de mês (o jogo foi<br />

realizado no dia 28 de março), galera com a<br />

grana mais curta, estava chovendo<br />

naquele dia. E ain<strong>da</strong> faltou<br />

espaço, teve muita gente<br />

que não conseguiu entrar. Ouvi<br />

algumas pessoas dizendo que<br />

tentaram ir, não conseguiram<br />

comprar e ficaram tristes com<br />

isso. Acho que isso responde<br />

tudo, acho que resume bem<br />

essa troca e esse sentimento<br />

entre mim e o <strong>Vasco</strong>.


Presidente <strong>da</strong> Light<br />

Vascaíno como você<br />

Paulo Roberto Pinto, Presidente <strong>da</strong> Light,<br />

41 anos de carreira no setor elétrico, é mais<br />

um torcedor apaixonado. Com vasta carreira<br />

de realizações. No final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80, foi<br />

chefe de gabinete <strong>da</strong> Eletrobras, no governo<br />

Collor. Em 1994, diretor financeiro do Nordeste,<br />

e, após a posse de Fernando Henrique<br />

Cardoso, foi diretor <strong>da</strong> Eletrobras do Rio, a<br />

convite dele. No segundo man<strong>da</strong>to de FHC,<br />

em 2001, foi convi<strong>da</strong>do à diretoria financeira<br />

<strong>da</strong> Light; em 2006, à diretoria elétrica; e<br />

neste ano, assumiu a presidência.<br />

Sempre trabalhou muito e serviu ao país, mas<br />

a paixão pelo futebol sempre o acompanhou.<br />

Num rápido bate-papo com a nossa equipe<br />

na sede <strong>da</strong> Light, onde estiveram presentes<br />

também o Vice-Presidente de Patrimônio<br />

(Engenharia), Manuel Santos, o Diretor de<br />

Marketing, Fernando D’Avila e o Conselheiro,<br />

Fernando Tavares, ele falou um pouco sobre<br />

esse amor vascaíno.<br />

VASCO: Esse amor pelo time vem de longa <strong>da</strong>ta?<br />

PAULO ROBERTO PINTO: Sou vascaíno,<br />

sim. To<strong>da</strong> a minha família também é. Meus<br />

avós paternos são portugueses. Meu pai, Jaime<br />

Pinto, não perdia um jogo do <strong>Vasco</strong> e me<br />

levava com ele a todos. E hoje tenho quatro<br />

filhos, mas infelizmente só dois são vascaínos,<br />

o Gustavo e o Leonardo. As meninas são<br />

botafoguenses como a mãe. Atualmente não<br />

vou tanto ao estádio, por causa <strong>da</strong> comodi<strong>da</strong>de.<br />

Mas estou sempre acompanhando pela<br />

televisão, lendo bastante, e aqui na Light<br />

sempre falo do <strong>Vasco</strong> nas reuniões de pauta.<br />

VASCO: Além de vascaíno desde pequenininho,<br />

você é também admirador convicto do<br />

clube e de seus ídolos.<br />

PAULO ROBERTO PINTO: Ver<strong>da</strong>de. Sou fã<br />

do Roberto Dinamite. Acompanhei to<strong>da</strong> a sua<br />

carreira, início no <strong>Vasco</strong>, a saí<strong>da</strong> para o Barcelona,<br />

o retorno ao <strong>Vasco</strong>. Ele é uma grande<br />

pessoa e um grande ídolo. Juninho Pernambucano<br />

também é uma pessoa muito queri<strong>da</strong><br />

por nós, torcedores. Uma grande figura do<br />

futebol no mundo inteiro.<br />

VASCO DA GAMA | 17


“<br />

VASCO DA GAMA | 18<br />

Memória<br />

Torneio Internacional de Fut<br />

Octogonal Riva<strong>da</strong>via Corrêa Meyer<br />

Art. 1.º - Em junho de<br />

1953, a C.B.D., em acôrdo<br />

com a Federação Metropolitana<br />

de Football e Federação<br />

Paulista de Futebol,<br />

organizará um Torneio Internacional<br />

de Futebol.<br />

(Regulamento do Torneio)<br />

”<br />

No ano de 1953, a CBD (Confederação<br />

Brasileira de Desportos), atual CBF (Confederação<br />

Brasileira de Futebol), resolveu organizar<br />

uma competição para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de<br />

à Copa Rio, torneio internacional que<br />

foi disputado nos anos de 1951 e 1952. Em<br />

acordo firmado com as enti<strong>da</strong>des representativas<br />

do futebol do Rio de Janeiro (então<br />

Distrito Federal) e de São Paulo, o Torneio<br />

Internacional de Futebol seria dividido em<br />

dois grupos, um carioca e outro paulista. Ultrapassados<br />

alguns contratempos na organização,<br />

como a proibição <strong>da</strong> participação<br />

do Club Nacional de Fútbol (URU) pela Associação<br />

Uruguai de Futebol, o campeonato<br />

obteve sucesso. Há várias formas para se<br />

referir ao torneio: Octogonal, Torneio Internacional,<br />

Taça Riva<strong>da</strong>via etc. Como a abrangência<br />

do torneio foi internacional, já que<br />

era formado por equipes <strong>da</strong> América do Sul<br />

e Europa, é perfeitamente cabível classificálo<br />

como um torneio intercontinental.<br />

Grupo do Rio de Janeiro<br />

(todos os jogos foram realizados no Maracanã)<br />

CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong><br />

Botafogo FR<br />

Fluminense FC<br />

Hibernian FC (SCO)<br />

Campeão Carioca de 1952<br />

Substituto do Real Madrid (ESP)<br />

Campeão <strong>da</strong> Copa Rio 1952<br />

Substituto do Nacional (URU)<br />

Campeão Escocês 1951/1952<br />

Grupo de São Paulo<br />

(todos os jogos foram realizados no Pacaembu)<br />

SC Corinthians Paulista<br />

Club Olimpia (PAR)<br />

São Paulo FC<br />

Sporting Club de<br />

Portugal (POR)<br />

Campeão Paulista em 1952<br />

Campeão do Rio-São Paulo em 1953<br />

Vice-campeão paraguaio de<br />

1952 e então líder do campeonato<br />

paraguaio de 1953<br />

Substituto do Millonarios FC (COL)<br />

Convi<strong>da</strong>do pela CBD<br />

Tetracampeão português<br />

(1950/51,1951/52, 1952/53 e 1953/54)<br />

Assim, formaram-se os grupos:<br />

Para esse torneio, o <strong>Vasco</strong> trouxe de São<br />

Paulo os jogadores Pinga e Simão, na intenção<br />

de reforçar o seu elenco, bastante<br />

questionado pelo rendimento em alguns jogos.<br />

Pinga, que atuava pela Portuguesa/SP,<br />

era um antigo sonho vascaíno. Durante a<br />

competição, Pinga demonstrou to<strong>da</strong> a sua<br />

quali<strong>da</strong>de e foi peça fun<strong>da</strong>mental para a<br />

conquista pelo Gigante <strong>da</strong> Colina, atuando<br />

de forma brilhante.<br />

A abertura do Torneio Internacional de Futebol<br />

realizou-se no dia 7 de junho de 1953,<br />

no embate entre o CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> e o<br />

Hibernian FC, no Maracanã. A parti<strong>da</strong> terminou<br />

empata<strong>da</strong> em 3 a 3. Esse resultado<br />

gerou severas críticas <strong>da</strong> crônica esportiva<br />

carioca na época, a maior parte delas destina<strong>da</strong><br />

ao desempenho do time vascaíno.<br />

Em 1953, o Expresso <strong>da</strong> Vitória, a histórica<br />

equipe que dominou o futebol brasileiro por<br />

quase uma déca<strong>da</strong>, <strong>da</strong>va os seus últimos<br />

passos. Estava perto do seu fim. A expectativa<br />

era que o futebol cruzmaltino pudesse<br />

se recuperar nesse torneio, e na<strong>da</strong> melhor<br />

do que iniciar essa recuperação contra um<br />

time que era visto como grande representante<br />

do futebol estilo britânico. To<strong>da</strong>via, o<br />

resultado gerou uma pressão extra aos jogadores<br />

vascaínos.


ebol 1953<br />

Em 14 de junho, o <strong>Vasco</strong> enfrentou a forte<br />

equipe do Fluminense. Seria uma nova<br />

oportuni<strong>da</strong>de para o nosso time recompor<br />

as suas energias e se reestruturar. Dessa<br />

vez, porém, não desperdiçou a oportuni<strong>da</strong>de.<br />

O Gigante <strong>da</strong> Colina venceu por 2 a 1 e<br />

começou a trilhar o caminho de mais uma<br />

conquista invicta. No dia 21 de junho, o<br />

<strong>Vasco</strong> teria pela frente outro clássico, dessa<br />

vez contra o clube de General Severiano. A<br />

equipe vascaína demonstrou que já havia se<br />

recuperado totalmente e ganhou do Botafogo<br />

pelo placar de 2 a 1. Enquanto isso, no Grupo<br />

de São Paulo, a grande sensação era o São<br />

Paulo, que junto com o Corinthians se classificou<br />

para a fase semifinal. No lado do Rio,<br />

<strong>Vasco</strong> e Fluminense eram os representantes.<br />

Ca<strong>da</strong> semifinal seria disputa<strong>da</strong> em dois jogos,<br />

além do que uma seria joga<strong>da</strong> no Rio<br />

de Janeiro e a outra em São Paulo. Como o<br />

<strong>Vasco</strong> ficou em primeiro no Grupo do Rio,<br />

disputaria os dois jogos contra o Corinthians,<br />

segundo colocado no Grupo de São<br />

Paulo, na então Capital Federal. Enquanto<br />

isso, o São Paulo, líder do grupo <strong>da</strong> “terra<br />

<strong>da</strong> garoa”, man<strong>da</strong>ria os jogos na capital<br />

paulista contra o Fluminense, segundo<br />

colocado do Grupo do Rio de Janeiro. No<br />

dia 24 de junho, o Fluminense foi derrotado<br />

por 1 a 0 pelo São Paulo. No segundo jogo,<br />

realizado em 28 de junho, após vencer por<br />

1 a 0 no tempo normal, a equipe <strong>da</strong>s Laranjeiras<br />

sucumbiu ao tricolor paulista na<br />

prorrogação, por outro placar de 1 a 0. Nos<br />

mesmos dias, foram realizados os jogos<br />

entre <strong>Vasco</strong> e Corinthians. O <strong>Vasco</strong> goleou<br />

facilmente o Corinthians por 4 a 2, levando<br />

grande vantagem para o segundo jogo, no<br />

qual aplicou outro resultado elástico, dessa<br />

vez por 3 a 1.<br />

A final entre <strong>Vasco</strong> e São Paulo era justa.<br />

Afinal, foram as duas grandes equipes do<br />

torneio. O primeiro jogo <strong>da</strong> decisão foi realizado<br />

em São Paulo, no dia 1º de julho,<br />

com uma vitória aperta<strong>da</strong> do <strong>Vasco</strong> por 1<br />

a 0. O ponta-esquer<strong>da</strong> Dejayr colocou o<br />

Gigante <strong>da</strong> Colina na frente, aos 31 minutos<br />

do segundo tempo. Embora apertado, o<br />

placar <strong>da</strong>va ao Clube de São Januário uma<br />

importante vantagem, pois bastava um empate<br />

para a conquista do cobiçado troféu. A<br />

final foi realiza<strong>da</strong> no Maracanã, para quase<br />

40 mil espectadores, que viram o CR <strong>Vasco</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Gama</strong> tornar-se campeão do Torneio<br />

Internacional de Futebol, de forma invicta,<br />

após novo triunfo sobre o São Paulo. Pinga,<br />

recém-chegado ao <strong>Vasco</strong>, abriu o marcador<br />

aos 2 minutos e ampliou aos 44 do primeiro<br />

tempo. Pé-de-Valsa descontou para o tricolor<br />

paulista. De na<strong>da</strong> adiantou; o placar final<br />

mostrava <strong>Vasco</strong> 2 x 1 São Paulo. O título<br />

foi para São Januário.<br />

Assim, chegava ao fim o Expresso <strong>da</strong> Vitória.<br />

A despedi<strong>da</strong> <strong>da</strong> equipe histórica, que<br />

nos deu em 1948, de forma invicta, o 1º<br />

Campeonato Sul-Americano de Clubes<br />

Campeões, foi marca<strong>da</strong> por mais uma grande<br />

conquista sem derrotas. Assim como o<br />

título de 48, uma conquista não somente<br />

dos vascaínos, mas de todo o Brasil.<br />

Por Walmer Peres Santana<br />

Grupo do Rio de Janeiro - 1953<br />

(todos os jogos foram realizados no Maracanã)<br />

7 de junho CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> 3x3 Hibernian FC (SCO)<br />

13 de junho Botafogo FR 3x1 Hibernian FC (SCO)<br />

14 de junho CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> 2x1 Fluminense FC<br />

17 de junho Botafogo FR 2x2 Fluminense FC<br />

20 de junho Fluminense FC 3x0 Hibernian FC (SCO)<br />

21 de junho CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> 2x1 Botafogo FR<br />

VASCO DA GAMA | 19


VASCO DA GAMA | 20<br />

Grupo de São Paulo - 1953<br />

(todos os jogos foram realizados no Pacaembu)<br />

7 de junho SC Corinthians Paulista 5x2 Club Olimpia (PAR)<br />

13 de junho São Paulo FC 4x1 Club Olimpia (PAR)<br />

14 de junho SC Corinthians Paulista 2x1 Sporting CP (POR)<br />

17 de junho São Paulo FC 4x1 Sporting CP (POR)<br />

20 de junho Club Olimpia (PAR) 1x1 Sporting CP (POR)<br />

21 de junho São Paulo FC 1x1 SC Corinthians Paulista<br />

Semifinal do Rio de Janeiro - 1953<br />

24 de junho CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> 4x2 SC Corinthians Paulista Maracanã<br />

28 de junho CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> 3x1 SC Corinthians Paulista Maracanã<br />

Semifinal de São Paulo - 1953<br />

24 de junho São Paulo FC 1x0 Fluminense FC Pacaembu/SP<br />

28 de junho São Paulo FC 0x1 Fluminense FC Pacaembu/SP<br />

Prorrogação<br />

1x0<br />

Final - 1953<br />

1º de julho São Paulo FC 0x1 CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> Pacaembu/SP<br />

4 de julho CR <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> 2x1 São Paulo FC Maracanã/RJ<br />

Da esquer<strong>da</strong> para a direita – em pé: Bellini, Ernani, Mirim, Ely, Danilo e Jorge; agachados:<br />

Maneca, Ademir, Ipojucan, Pinga e Dejayr.


Taça Riva<strong>da</strong>via Corrêa Meyer<br />

VASCO DA GAMA | 21


VASCO DA GAMA | 22<br />

As novas joias <strong>da</strong> Col<br />

Ao desenhar e criar um joia, o joalheiro<br />

precisa ser detalhista, minucioso. Pensar em<br />

ca<strong>da</strong> pe<strong>da</strong>ço faz a diferença entre ter uma<br />

bela peça ou não. E é assim, agindo como<br />

um joalheiro, que o <strong>Vasco</strong> vem colocando<br />

suas novas criações em campo. Sem pressa,<br />

sem queimar etapas – um dos grandes riscos<br />

na transição <strong>da</strong>s categorias de base para a<br />

profissional –, <strong>Marlone</strong>, <strong>Jhon</strong> <strong>Cley</strong>, Romário e<br />

Luan estão começando uma caminha<strong>da</strong> que<br />

tem tudo para <strong>da</strong>r certo.<br />

<strong>Marlone</strong> começou no <strong>Vasco</strong> com 11 anos, vindo<br />

do Tocantins. Luan veio do Espírito Santo<br />

aos 13. <strong>Jhon</strong> <strong>Cley</strong> chegou um pouco mais velho<br />

do Olé Brasil-SP, aos 16, assim como Romário,<br />

que veio de Campos, interior do Rio,<br />

com 18. Todos passaram pelas categorias de<br />

base e, agora, fazem parte do elenco profissional.<br />

Mas até chegarem a esse estágio, a<br />

estra<strong>da</strong> foi longa.<br />

Quando <strong>Marlone</strong> chegou, ain<strong>da</strong> criança, passou<br />

por dificul<strong>da</strong>des. A maior delas, certamente,<br />

foi a sau<strong>da</strong>de de casa. Na época, vários<br />

jogadores eram oriundos do Espírito Santo<br />

e voltavam para casa com frequência. Com<br />

a distância entre Rio de Janeiro e Tocantins,<br />

<strong>Marlone</strong> não tinha outra opção. Era ficar ou<br />

ficar. “O <strong>Vasco</strong> foi uma família para mim, um<br />

ver<strong>da</strong>deiro pai. Passei muito Dia dos Pais e <strong>da</strong>s<br />

Mães sozinho, e só posso agradecer ao clube<br />

por ter <strong>aberto</strong> as portas para mim. Ain<strong>da</strong> fico<br />

bobo ao perceber que estou no profissional”.<br />

Assim como <strong>Marlone</strong>, Luan chegou ao clube<br />

bem novo e teve o mesmo tratamento do companheiro.<br />

“Aos 13 anos, você pensa em estu<strong>da</strong>r,<br />

pensa o que vai fazer lá na frente. Mas<br />

sempre foi meu sonho e, quando cheguei, fui<br />

muito bem recebido, sempre tive muito apoio”.<br />

<strong>Jhon</strong> <strong>Cley</strong> e Romário, mesmo chegando mais<br />

velhos, também passaram por essa experiência.<br />

“Fiquei três anos aqui na base antes de<br />

subir, e o <strong>Vasco</strong> me ajudou a evoluir como jogador”,<br />

afirma o meia-direito <strong>Jhon</strong> <strong>Cley</strong>.<br />

Ao falar <strong>da</strong> troca de categorias, é impossível<br />

não citar a aju<strong>da</strong> dos jogadores mais experientes,<br />

principalmente os mais consagra-


ina<br />

dos no futebol. “Eu nem conhecia o Tenório<br />

e, por causa de uma lesão, fiquei fazendo<br />

tratamento junto com ele. Ele sempre conversou<br />

muito comigo, me tratou com muito<br />

respeito e me deu muitas dicas”, conta<br />

o atacante Romário. Já Luan, zagueiro, não<br />

poderia ter melhores professores. “O Dedé<br />

aju<strong>da</strong>, o Mauro Galvão (diretor <strong>da</strong>s categorias<br />

de base e ex-zagueiro do <strong>Vasco</strong>) também.<br />

Esse convívio é bom, são dois ídolos<br />

do <strong>Vasco</strong> e, como pretendo me tornar ídolo<br />

um dia, é muito bom ouvir os dois”. Jogando<br />

no meio-campo, <strong>Marlone</strong> e <strong>Jhon</strong> <strong>Cley</strong><br />

têm excelentes exemplos para seguir. Mas<br />

eles não aprendem somente com conselhos.<br />

“Procuro olhar a movimentação, o toque na<br />

bola, tudo que eles fazem,porque sempre dá<br />

pra aprender”, explica <strong>Marlone</strong>.<br />

Além dos treinos, jogos e dia a dia com os<br />

profissionais, o trabalho já rendeu outros frutos,<br />

principalmente para Luan. O zagueiro foi<br />

chamado quatro vezes para a Seleção Brasileira<br />

Sub-20. Na última convocação, uma<br />

lesão o impediu de participar, mas o jovem<br />

aguar<strong>da</strong> com expectativa a oportuni<strong>da</strong>de de<br />

defender o país no Sul-Americano <strong>da</strong> categoria,<br />

que será realizado em janeiro de 2013.<br />

“Essas convocações me dão mais confiança,<br />

mais incentivo para melhorar ca<strong>da</strong> vez mais.<br />

Elas significam reconhecimento, e espero,<br />

ca<strong>da</strong> dia mais, que o trabalho no clube seja<br />

reconhecido também”.<br />

Se os quatro jovens ain<strong>da</strong> têm muito a percorrer<br />

para construir uma carreira gloriosa,<br />

um grande passo já foi <strong>da</strong>do. Chegar aos<br />

profissionais, treinar com os próprios ídolos e<br />

jogar é apenas o começo. Como um bom joalheiro,<br />

o <strong>Vasco</strong> vem cui<strong>da</strong>ndo, desde o início,<br />

de ca<strong>da</strong> detalhe dessas criações, <strong>da</strong>ndo um<br />

passo de ca<strong>da</strong> vez. Quando as novas joias<br />

estiverem totalmente prontas, não haverá<br />

mais o que fazer. Só deixar que elas brilhem.<br />

VASCO DA GAMA | 23


Em entrevista com a Revista Oficial do<br />

<strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, a atriz abre o jogo, fala <strong>da</strong><br />

carreira e do amor inigualável pelo Gigante<br />

<strong>da</strong> Colina.<br />

Profissão: Atriz, modelo e publicitária<br />

Estado Civil: Casa<strong>da</strong><br />

Filhos: Pretende ter dois<br />

Signo: Escorpião<br />

Ídolos: Roberto Dinamite, Juninho Pernambucano,<br />

Dedé e Valdir Bigode<br />

Naturali<strong>da</strong>de: Carioca, cria<strong>da</strong> em Pilares<br />

Escola de Samba: To<strong>da</strong>s<br />

Desirée Oliveira, a Carolaine do Zorra Total, é<br />

conheci<strong>da</strong> como a “mulata difícil” no programa<br />

de humor de sábado à noite. No quadro,<br />

o angolano (Romeu Evaristo), tenta conquistá-la,<br />

mas sempre sem sucesso, é esnobado<br />

pela morena. Se na ficção, seu coração não<br />

tem dono, na vi<strong>da</strong> real, a atriz não só tem<br />

marido como tem o coração preenchido por<br />

uma paixão incondicional pelo Club de Regatas<br />

<strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>.<br />

No bate-papo com a equipe de reportagem,<br />

Desirée não ficou na retranca, abriu o jogo e<br />

contou os detalhes desse caso de amor com<br />

o cruzmaltino. Segundo ela, tudo começou<br />

desde pequena. “Fui cria<strong>da</strong> em Pilares, e o<br />

clube mais próximo <strong>da</strong> minha casa sempre<br />

foi São Januário. Meu irmão fazia escolinha<br />

de futebol aqui, comecei a frequentar, gostar<br />

ca<strong>da</strong> vez mais do <strong>Vasco</strong> e, inclusive, cheguei<br />

a fazer escolinha também, mas não deu muito<br />

certo”, brincou.<br />

Para atriz, seu coração realmente foi fisgado<br />

no primeiro jogo a que assistiu na torci<strong>da</strong>. Ela<br />

disse que foi um momento único. “Foi nessa<br />

ocasião que fiz uma escolha para o resto <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong>. A partir desse dia, eu comecei a gostar<br />

ain<strong>da</strong> mais de futebol, a acompanhar o <strong>Vasco</strong>,<br />

e fiquei até um pouco doente. Hoje em<br />

dia, estou mais tranquila”, revelou.<br />

É notório o sentimento de Desirée. E numa<br />

relação em que existe muito amor, loucuras<br />

estão sempre acontecendo. Com esse ver<strong>da</strong>deiro<br />

vício pelo <strong>Vasco</strong>, quem saiu perdendo<br />

foi um antigo namorado <strong>da</strong> bel<strong>da</strong>de. “Por<br />

VASCO DA GAMA | 24<br />

<strong>Jogo</strong> <strong>aberto</strong><br />

com Desirée Oliveira<br />

ser flamenguista, ele não me entendia, aí eu<br />

<strong>da</strong>va muito bolo nele para ir a São Januário”,<br />

explicou ela, que ain<strong>da</strong> completou: “Sem dúvi<strong>da</strong>s,<br />

minha paixão pela cruz de malta era<br />

muito maior”.<br />

Se o assunto é demonstrar a paixão vascaína,<br />

a atriz segue à risca e distribui provas de<br />

amor. Além de usar lingerie do <strong>Vasco</strong>, colocar<br />

camisa do clube no seu cachorro, a morena<br />

já aprontou até no exterior. To<strong>da</strong> a história<br />

aconteceu no dia <strong>da</strong> final <strong>da</strong> Copa do Brasil<br />

de 2011, em Punta del Leste, em que ela estava<br />

acompanha<strong>da</strong> do marido e amigos.


“Um dos amigos era aniversariante. Para<br />

comemorar, iríamos jantar fora, mas não<br />

achamos um restaurante onde passasse<br />

a parti<strong>da</strong>. Nossa, fiquei nervosa, ansiosa<br />

e até sem fome. Percebendo o meu estado,<br />

acabou que o aniversário foi dentro do<br />

quarto de hotel, onde haveria a transmissão.<br />

Depois que acabou o jogo, eu chorei<br />

muito, e a festa foi melhor ain<strong>da</strong> porque o<br />

<strong>Vasco</strong> foi campeão, né?”, narrou Desirée,<br />

que também revelou que esse título a marcou<br />

bastante. Para ela, lavou a alma de todos<br />

os vascaínos.<br />

A morena é a musa <strong>da</strong> campanha Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia<br />

Vascaína e, recentemente, também foi a modelo<br />

oficial do lançamento <strong>da</strong> lingerie <strong>Vasco</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Gama</strong>. “Eu fiquei lisonjea<strong>da</strong> com o con-<br />

vite e topei na hora. Gostei muito do ensaio<br />

e dei o meu melhor. Eles falaram que não<br />

queriam na<strong>da</strong> vulgar, e, por ter uma imagem<br />

limpa, fui a escolhi<strong>da</strong>. Além do mais,<br />

elas são superconfortáveis, inclusive estou<br />

usando agora”, completou com bom humor.<br />

Sobre a vi<strong>da</strong> profissional, a vascaína adiantou<br />

algumas novi<strong>da</strong>des. Ela confirmou que<br />

a “mulata difícil” e o “angolano” irão trocar<br />

o metrô por um quiosque na plataforma de<br />

embarque. Fora isso, ela, que é rainha do<br />

maior bloco do mundo, o Cordão <strong>da</strong> Bola Preta,<br />

revelou com exclusivi<strong>da</strong>de para a Revista<br />

Oficial <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> que existe um projeto<br />

no qual ela poderá apresentar um programa<br />

de futebol e que, por isso, estaria disposta a<br />

ingressar na facul<strong>da</strong>de de Jornalismo.<br />

“ Quero man<strong>da</strong>r um<br />

beijo a todos,<br />

dizer que sou portavoz<br />

de vocês,<br />

e qualquer assunto<br />

sobre o <strong>Vasco</strong>, é só<br />

me adicionar no Facebook.<br />

Sau<strong>da</strong>ções<br />

vascaínas!<br />

”<br />

Encerrando o bate-papo, Desirée pediu paz<br />

nos estádios e ain<strong>da</strong> deixou um recado para<br />

os vascaínos. “Eu fico triste com essa situação.<br />

Ca<strong>da</strong> pessoa tem sua paixão, é preciso<br />

respeitar e parar com to<strong>da</strong> essa violência”.<br />

Já para a torci<strong>da</strong> do seu coração, ela concluiu:<br />

“Quero man<strong>da</strong>r um beijo a todos, dizer<br />

que eu sou porta-voz de vocês, e qualquer<br />

assunto sobre o <strong>Vasco</strong>, é só me adicionar no<br />

Facebook. Sau<strong>da</strong>ções vascaínas!”.<br />

VASCO DA GAMA | 25


Parceiro nos dias de jogos, o sobrinho e afilhado de<br />

Desirée, Enrico de Oliveira também só tem olhos<br />

para o <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>. Influenciado pela madrinha,<br />

o menino sempre telefona para ela, para conversar<br />

sobre as parti<strong>da</strong>s.<br />

VASCO DA GAMA | 26<br />

Créditos<br />

Figurino: Martha Cris<br />

Assistente de figurino: Eliane Albuquerque<br />

Make-up e hair: Hugo Regis<br />

Fotografia: Patrick Brito


Pensamentos<br />

e ações positivas<br />

Na edição passa<strong>da</strong> <strong>da</strong> revista, falei sobre<br />

“A Importância <strong>da</strong> União” para o nosso <strong>Vasco</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Gama</strong>. E começo aqui este artigo relembrando<br />

a todos como é fun<strong>da</strong>mental que<br />

tenhamos claro que nosso objetivo maior é<br />

um <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> campeão, que nos encha<br />

de orgulho sempre. Alcançarmos isso juntos<br />

certamente será mais grandioso. Portanto, é<br />

assim que decidi começar a escrever.<br />

Junto a esta introdução, preciso também<br />

contextualizar o momento em que vivemos.<br />

Estamos trabalhando dentro de um<br />

ambiente revolucionário em termos de redes<br />

sociais, por exemplo, temos acesso<br />

à notícia de uma maneira ca<strong>da</strong> vez mais<br />

particular e através de múltiplos terminais<br />

e plataformas de comunicação. No início,<br />

essa “revolução” é difícil de ser compreendi<strong>da</strong><br />

de uma maneira única por todos os<br />

interlocutores. Ca<strong>da</strong> um acessa de uma forma<br />

e tira conclusões rápi<strong>da</strong>s, tornando-se<br />

muitas vezes um multiplicador dessas conclusões.<br />

Associado a isso, lembro que temos<br />

uma tendência a <strong>da</strong>r notorie<strong>da</strong>de aos<br />

problemas e não às soluções e conquistas.<br />

É assim quando abrimos um jornal, quando<br />

assistimos à televisão etc. Basta vermos<br />

nosso “livro de anotações” nas portarias de<br />

nossos prédios, por exemplo, temos que<br />

garimpar elogios, pois ele está repleto de<br />

reclamações e críticas negativas. Raríssimo<br />

é encontrar algo como: “...hoje ao chegar<br />

com as compras, o funcionário de serviços<br />

gerais Sr. Fulano de Tal, foi extremamente<br />

atencioso e excedeu minhas expectativas,<br />

oferecendo aju<strong>da</strong> com elas...”. Mas é fácil<br />

encontrar algo oposto sempre.<br />

Mas você, leitor, pode se perguntar: aonde<br />

você quer chegar com isso, Eduardo Machado?<br />

Primeiramente responderei aonde não quero<br />

chegar: não quero bloquear qualquer tipo<br />

de crítica, não quero ser mais realista que<br />

o rei, não quero tapar o sol com a peneira,<br />

não quero cercear qualquer tipo de manifestação<br />

contrária à liber<strong>da</strong>de de expressão.<br />

Agora vamos ao ponto em que quero levar<br />

todos nós, Vascaínos, para uma reflexão:<br />

quero, sim, que valorizemos o trabalho de<br />

pessoas corretas e dedica<strong>da</strong>s, quero que<br />

estejamos juntos nas dores provoca<strong>da</strong>s por<br />

um processo de aumento <strong>da</strong> transparência,<br />

quero que compreen<strong>da</strong>mos que correções<br />

sempre serão necessárias e têm que ser encara<strong>da</strong>s<br />

com objetivi<strong>da</strong>de dentro de um processo<br />

evolutivo contínuo, quero que o <strong>Vasco</strong><br />

esteja sempre valorizado e que todos transmitam<br />

a força inigualável <strong>da</strong> nossa história,<br />

quero que sejamos temidos, pois teremos<br />

sempre um algo mais, um diferencial competitivo,<br />

que sejamos uma REFERÊNCIA NO<br />

DESPORTO NACIONAL E INTERNACIONAL.<br />

É muito mais cômodo e fácil julgarmos o<br />

hoje, sairmos bra<strong>da</strong>ndo pelos cantos do<br />

mundo quem somos e que podemos tudo.<br />

Mas na prática não é bem assim que acontece.<br />

Bases sóli<strong>da</strong>s e crescimento sustentável<br />

não são feitos de uma hora para outra, levam<br />

tempo. Se tivermos paciência e união,<br />

acertaremos muito mais do que erraremos.<br />

As dificul<strong>da</strong>des não são pequenas, fora as<br />

armadilhas que muitas vezes nos levam a<br />

tirar conclusões precipita<strong>da</strong>s.<br />

Exemplos:<br />

a) O último processo eleitoral foi realizado<br />

dentro de um ambiente respeitoso, em que<br />

todos os sócios puderam sentir-se em casa.<br />

Há quanto tempo não víamos isso? E não estou<br />

aqui entrando no aspecto político ou polarizando<br />

na<strong>da</strong>. A história do <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong><br />

nos remete à democracia plena, então todos<br />

os processos eleitorais têm que ser realizados<br />

dessa forma. Mas o que fica no foco,<br />

um impossível reca<strong>da</strong>stramento de 100%<br />

dos eleitores remidos, por exemplo, que não<br />

conseguem ser encontrados nem nos telefones<br />

registrados no clube, nem nos endereços.<br />

Aí pega-se essa restrição e faz-se um<br />

estar<strong>da</strong>lhaço com algo como se o processo<br />

estivesse empacado. Isso não pode ser permitido.<br />

Sem falar que uma eleição é cara, e<br />

dinheiro sobrando não é algo surreal para a<br />

maioria esmagadora dos clubes brasileiros,<br />

para pararmos por aqui a análise.<br />

VASCO DA GAMA | 27


) Há quanto tempo não tínhamos palavras<br />

como transparência e democracia efetivamente<br />

vigentes em nosso cotidiano?<br />

Obviamente, dentro <strong>da</strong> luta diária no sentido<br />

de superarmos dificul<strong>da</strong>des, erros podem<br />

surgir, mas ain<strong>da</strong> assim, os documentos<br />

estão ao alcance <strong>da</strong>s pessoas e poderes<br />

do clube que devem exercer suas funções.<br />

E por mais estranho que possa parecer, isso<br />

não fazia parte do cotidiano do clube. Portanto,<br />

“é novo” e por isso a tendência é de<br />

um número maior de problemas no início.<br />

Mas isso não pode ser olhado como algo<br />

ruim; muito pelo contrário, é algo positivo,<br />

cujo exercício nos levará a resultados<br />

e controles melhores, contratos melhores,<br />

mais salutares para o <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, menos<br />

suscetíveis à pressões externas financeiras,<br />

por exemplo.<br />

c) Ain<strong>da</strong> que com inúmeras restrições financeiras,<br />

nossas três sedes estão bem melhores<br />

do que nos foram entregues e encontram-se<br />

com novas e significativas melhorias<br />

em curso, temos 16 lojas Gigantes <strong>da</strong> Colina<br />

implanta<strong>da</strong>s, chegaremos em torno de 24 no<br />

final de 2012 e 36 no final de 2013, temos<br />

uma loja oficial lindíssima em São Januário,<br />

um e-commerce que vende para todo o<br />

Brasil, uma TV oficial do clube que está entre<br />

as melhores do mundo, um CT <strong>da</strong> Base<br />

muito bem estruturado que o próximo sonho<br />

será avaliarmos caminhos para a compra,<br />

um CT alugado para o profissional, que<br />

chamamos de <strong>Vasco</strong>-Recreio, que atenuou o<br />

uso do nosso solo sagrado, <strong>da</strong>ndo melhores<br />

condições em jogos oficiais, geramos e controlamos<br />

diversos conteúdos internamente,<br />

realizamos ações de responsabili<strong>da</strong>de social<br />

de maneira ca<strong>da</strong> vez mais organiza<strong>da</strong>, teremos<br />

um “tour” oficial inaugurado ain<strong>da</strong><br />

em 2012 muito provavelmente, temos um<br />

centro de memória que resgatou muito <strong>da</strong><br />

nossa história e a escreve diariamente com<br />

todo o respeito que o <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> merece,<br />

temos inúmeras outras ativi<strong>da</strong>des com<br />

ver<strong>da</strong>deiros guerreiros, sejam atletas ou<br />

dirigentes, enfim temos muitas conquistas<br />

e muito trabalho em curso engrandecendo<br />

nossa marca e nossa história.<br />

VASCO DA GAMA | 28


Em minha opinião, este ano de 2012 foi<br />

particularmente difícil, pois entramos nele<br />

com um expectativa muito eleva<strong>da</strong>, basea<strong>da</strong><br />

em conquistas e resultados expressivos<br />

em nosso carro-chefe, que foi o futebol<br />

profissional no ano de 2011. Fora a história<br />

comovente do nosso treinador Ricardo<br />

Gomes e a espetacular superação do grupo<br />

como um todo, liderado pelo competentíssimo<br />

Cristóvão Borges. Fizemos um Carioca<br />

bom, uma excelente Libertadores e nos<br />

mantivemos no topo ou próximos durante<br />

todo o primeiro turno do Brasileirão. Fica<br />

o gosto amargo, uma sensação ruim, pois<br />

faltou o que todos lutamos e queremos, ou<br />

seja, um título ou mais. Mas terminaremos<br />

o Campeonato Brasileiro competitivo e temos<br />

a oportuni<strong>da</strong>de de nos prepararmos<br />

para um 2013 de maneira forte, com uma<br />

pré-tempora<strong>da</strong> bem feita, com atletas sofrendo<br />

menos por contusões. Isso dentro<br />

de campo. Fora de campo, uma força-tarefa<br />

para que o desafio financeiro seja menos<br />

impactante ou até mesmo que cheguemos<br />

ao nosso objetivo, que é estarmos em dia<br />

sempre com nossas obrigações.<br />

Teremos uma remodelagem completa do<br />

programa de sócios ain<strong>da</strong> em 2012, entrando<br />

em 2013 com nova operação em pleno<br />

funcionamento. Esse é um outro pilar fun<strong>da</strong>mental<br />

para termos nossas contas em dia,<br />

além de um planejamento financeiro menos<br />

traumático. Temos e podemos chegar muito<br />

mais longe com o programa de sócios. Temos<br />

que, na prática, mostrar para todos os<br />

torcedores (e todos somos isso em essência,<br />

deixo claro) que o <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong> é esse somatório<br />

de forças, sempre. Tem que ser por<br />

amor essa relação e também ter que valer<br />

a pena no sentido dos benefícios ofertados.<br />

Nesse sentido, só temos um caminho, fazermos<br />

<strong>da</strong>r certo ou fazermos <strong>da</strong>r certo!!!!<br />

Mas essa é a reali<strong>da</strong>de. Muitas vezes na<br />

ânsia do acerto, expressa-se uma vontade,<br />

um desejo, e na prática as coisas não acontecem<br />

como “deveriam” para o nosso lado.<br />

Mas querem saber de uma coisa? Temos<br />

que participar sempre no sentido do fortalecimento<br />

do <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, temos que<br />

respeitar ca<strong>da</strong> lugar em São Januário, pois<br />

é uma extensão dos nossos lares. Temos<br />

em 2013, que apoiar nosso time durante<br />

to<strong>da</strong> a parti<strong>da</strong> e deixarmos nossas críticas<br />

para depois do apito final. Muitas vezes temos<br />

convi<strong>da</strong>dos, potenciais investidores/<br />

patrocinadores que esperam um ambiente<br />

de respeito, uma relação apaixona<strong>da</strong> como<br />

sempre tivemos. É isso que podemos, sim,<br />

fazer. Dar ain<strong>da</strong> mais show em nosso caldeirão,<br />

estar em sintonia com nossos atletas.<br />

Estar unidos entre nós, independentemente<br />

de onde estejamos ou de que funções estejamos<br />

desempenhando.<br />

Esse é nosso diferencial, temos história,<br />

time com nome e sobrenome que nos enche<br />

de orgulho. E repetirei para reforçar:<br />

“Nascemos para conquistas e vivemos<br />

para sermos uma referência mundial”.<br />

Obrigado pelo carinho na leitura, e “Vamos<br />

que vamos, Vascão!!!!”<br />

Eduardo Machado<br />

Vice-Presidente de Marketing<br />

Club de Regatas <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong><br />

Eduardo Machado<br />

Vice-Presidente de<br />

Marketing do CRVG<br />

VASCO DA GAMA | 29


VASCO DA GAMA | 30<br />

Melhoria para o futur<br />

O sonho de todo jovem jogador é poder<br />

virar profissional e se transformar em um<br />

craque reconhecido mundialmente. Mas, até<br />

lá, o caminho é repleto de obstáculos, é tortuoso.<br />

O dia a dia com treinos, jogos e concentração<br />

é uma ver<strong>da</strong>deira batalha. Na luta<br />

diária, fazer o sonho virar reali<strong>da</strong>de é muito<br />

mais que um desejo, é um objetivo de vi<strong>da</strong>.<br />

Agora, os jovens do Club de Regatas <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Gama</strong> vão ter o seu caminho facilitado graças<br />

à inauguração do Centro de Treinamento de<br />

Itaguaí, que será todo voltado para as jovens<br />

revelações cruzmaltinas. Inaugurado em setembro,<br />

o CT conta com uma moderna e completa<br />

estrutura, que poderá ser utiliza<strong>da</strong> por<br />

cerca de 70 atletas de to<strong>da</strong>s as categorias de<br />

base. O complexo tem 101 mil metros quadrados,<br />

cinco campos oficiais e um soçaite, área<br />

com gramado auxiliar para não desgastar os<br />

campos, caixa de areia para trabalhos físicos,<br />

departamento médico, sala de musculação, fi-


o<br />

sioterapia e psicologia, refeitório, alojamento,<br />

piscina e vestiário de jogos.<br />

O Coordenador <strong>da</strong>s categorias de base do<br />

<strong>Vasco</strong>, Mauro Galvão, explicou como o local<br />

será usado e a importância dele para o futebol<br />

amador. “A gente vai ter um controle maior<br />

sobre os atletas em relação à alimentação,<br />

descanso, treino, tudo aquilo que é fun<strong>da</strong>mental<br />

para o atleta se desenvolver <strong>da</strong> melhor<br />

forma possível. Teremos também uma escola,<br />

e eles vão poder estu<strong>da</strong>r aqui mesmo”.<br />

Já o presidente do clube, Roberto Dinamite,<br />

acredita que o CT não serve apenas para formar<br />

jogadores, mas também para formar ci<strong>da</strong>dãos.<br />

“Esses garotos vão buscar se projetar<br />

para servir a equipe principal do clube. É<br />

um investimento que não tem preço. Estamos<br />

investindo na criança, no adolescente, no ci<strong>da</strong>dão,<br />

no futuro que eles terão lá na frente.<br />

Também é um meio de fazer com que eles<br />

permaneçam e se identifiquem com o clube”.<br />

E essa identificação já parece ter começado.<br />

O zagueiro <strong>da</strong> equipe sub-15 do <strong>Vasco</strong>, Douglas<br />

Cipriano, indicou o que o CT irá representar<br />

para os atletas. “Vai <strong>da</strong>r um suporte<br />

para as categorias de base, será de grande<br />

valor e vai aju<strong>da</strong>r muito o clube e a equipe,<br />

os jogadores terão mais prazer em jogar<br />

aqui. Isso mostra que o <strong>Vasco</strong> é um dos<br />

maiores clubes do país e procura melhorar<br />

ca<strong>da</strong> vez mais”.<br />

O sonho dos meninos é ser jogador de futebol,<br />

mas a imaginação nem sempre será<br />

transforma<strong>da</strong> em reali<strong>da</strong>de. O caminho, repleto<br />

de pedras e desilusões, vai ser cruel<br />

com alguns e superado por outros. Independentemente<br />

de quem sobreviva a essa<br />

batalha diária, o suporte para todos está<br />

garantido. Ao pisarem no CT de Itaguaí, os<br />

jovens podem ter uma certeza: os sonhos<br />

nem sempre se tornam reais, mas com aju<strong>da</strong>,<br />

a chance é muito maior.<br />

VASCO DA GAMA | 31


VASCO DA GAMA | 32<br />

Um amor<br />

cheio de boas histórias<br />

Armando Gabriel <strong>da</strong> Silva Filho é <strong>da</strong>queles<br />

vascaínos cheios de orgulho. Conselheiro do<br />

Clube em dois man<strong>da</strong>tos e sócio remido do<br />

<strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, 73 nos, casado com a Dona<br />

Conceição e pai de Andreia, Márcia e Alex,<br />

advogado por por profissão, aposentado<br />

há 25 anos, traz na bagagem um profundo<br />

amor pela camisa cruz de malta.<br />

Ele é atento e participativo em to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong><br />

esportiva do clube: além dos jogos do profissional,<br />

acompanha os jogos do futebol<br />

feminino. Torcedor do Gigante <strong>da</strong> Colina<br />

desde muito novo, presenciou momentos<br />

inesquecíveis <strong>da</strong> história do clube.<br />

“Estive presente na primeira conquista do<br />

<strong>Vasco</strong>, no Brasileiro de 1974, com gol do<br />

Jorge Carvoeiro. Também acompanhei to<strong>da</strong><br />

a série invicta sobre o Flamengo. Foram<br />

sete anos – quase 20 parti<strong>da</strong>s sem perder<br />

para o Flamengo”, frisou.<br />

São muitas histórias marcantes, e ele nos<br />

conta algumas emocionantes. “Não guardo<br />

camisas antigas, porque nunca fui colecionador.<br />

Mas gosto muito é de trazer as pessoas<br />

para conhecer os jogadores e o <strong>Vasco</strong>.<br />

Há um tempo, trouxe o Jorginho, ele é cadeirante.<br />

Ele acompanhou um treino e co-<br />

nheceu os jogadores, e ain<strong>da</strong> ganhou uma<br />

camisa do Eder Luis, que eu havia pedido.<br />

Essa foi a única camisa que ganhei de jogador,<br />

realmente não sou de pedir a ninguém.<br />

Mas receber e poder presentear o Jorginho<br />

foi muito bom”.<br />

Podemos dizer que Armando é testemunha<br />

ocular de grandes momentos vascaínos.<br />

Teve o privilégio de ver o <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong><br />

ser campeão muitas vezes, presente sempre<br />

com a sua vibração e torci<strong>da</strong>. Mas as<br />

suas histórias não são apenas de quem olha<br />

fora do campo, o Conselheiro do Clube foi<br />

também jogador do <strong>Vasco</strong>. Época que jamais<br />

sairá <strong>da</strong> sua memória:<br />

“Fui jogador em 1956. Alfredo, do Expresso<br />

<strong>da</strong> Vitória, foi meu técnico. Eu era goleiro,<br />

mas abandonei para seguir carreira militar.<br />

Já joguei também no Botafogo, antes de vir<br />

para o <strong>Vasco</strong>. Lá, fui campeão pelo infantil<br />

e recebi o convite do Alfredo para vir para<br />

o <strong>Vasco</strong>. Vascaíno doente que era, aceitei<br />

na hora. Só que infelizmente não disputei<br />

nenhuma parti<strong>da</strong> oficial, porque saí para<br />

servir ao meu país, como já falei. Disputei<br />

amistoso no <strong>Vasco</strong>. Mas guardo boas lembranças<br />

dessa época.”


“ Estive presente na primeira conquista do<br />

<strong>Vasco</strong>, no Brasileiro de 1974, com gol do<br />

Jorge Carvoeiro. Também acompanhei<br />

to<strong>da</strong> a série invicta sobre o Flamengo.<br />

Foram sete anos – quase 20 parti<strong>da</strong>s<br />

sem perder para o Flamengo.<br />

”<br />

Em pé: Andra<strong>da</strong>, Miguel, Alcir Portela, Fidélis, Moisés e Alfinete.<br />

Agachados: Jorginho Carvoeiro, Zanata, Ademir, Roberto Dinamite<br />

e Luiz Carlos.<br />

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VASCO DA GAMA | 34<br />

Business<br />

no futebol<br />

O marketing esportivo é um conjunto de<br />

ações volta<strong>da</strong>s à prática e à divulgação de<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des esportivas, clubes e associações,<br />

seja pela promoção de eventos e torneios<br />

e ou pelo patrocínio de equipes e clubes<br />

esportivos; em suma, oferta de produtos e<br />

serviços voltados aos consumidores que, de<br />

alguma forma, se relacionam com o esporte.<br />

Empresas e marcas líderes costumam privilegiar<br />

essa área, aproveitando-se <strong>da</strong> boa<br />

imagem de atletas e/ou equipes esportivas<br />

junto à opinião pública, gerando resultados<br />

positivos possíveis. Além <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s, a estratégia<br />

de associar a empresa ao esporte<br />

gera o rejuvenescimento <strong>da</strong> marca, devido à<br />

força que o esporte possui. O fato de inserir<br />

uma marca na camisa de uma equipe cria<br />

uma relação de cumplici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa<br />

com a sua performance esportiva.<br />

Com o bom desempenho do time e ou dos<br />

atletas, as pessoas que até então se mostravam<br />

indiferentes pela marca patrocinadora<br />

passam a ter uma imagem positiva <strong>da</strong><br />

empresa. Entretanto, quando um jogador<br />

apresenta um comportamento inadequado, o<br />

patrocinador poderá ter sua imagem afeta<strong>da</strong>.<br />

Na ânsia de buscar retorno rápido para o<br />

seu investimento, muitas empresas acabam<br />

divulgando muito mais sua marca do que necessariamente<br />

o nome <strong>da</strong> equipe. Assim, é<br />

importante que essas empresas tenham em<br />

mente que o que leva as torci<strong>da</strong>s ao estádio<br />

são as equipes e não as suas marcas, com<br />

raríssimas exceções no vôlei.<br />

A imagem<br />

O “marqueteiro” tem o papel de criar uma<br />

mensagem que busque uma resposta positiva<br />

dos consumidores, o desejo de compra do<br />

produto e/ou serviço. A associação <strong>da</strong> marca<br />

de uma empresa ao esporte gera fortes impactos<br />

no público. Sendo assim, é importante<br />

escolher uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de que mais se identifique<br />

com o público-alvo de ca<strong>da</strong> empresa<br />

patrocinadora. É importante que a escolha <strong>da</strong><br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de esportiva seja condizente com o<br />

objetivo <strong>da</strong> empresa.<br />

Para tanto, é necessário observar as características<br />

do público, que pode variar de acordo<br />

com a região, sexo, i<strong>da</strong>de, classe social etc.<br />

O peso <strong>da</strong> comunicação<br />

Dentre as inúmeras marcas, qual é a probabili<strong>da</strong>de<br />

de um consumidor ver um determinado<br />

produto e comprá-lo? Os consumidores estão<br />

ca<strong>da</strong> vez mais sem tempo, o mundo passa por<br />

uma crise financeira e um excesso de informações<br />

diárias, impossibilitando a compreensão<br />

e absorção integral <strong>da</strong>s mensagens veicula<strong>da</strong>s<br />

maciçamente pelos veículos de comunicação.<br />

O resultado disso, na maioria <strong>da</strong>s vezes, é a<br />

compra feita com base unicamente em preço.<br />

Uma marca pode possuir um alto valor agregado,<br />

ser de alta quali<strong>da</strong>de e relativamente<br />

valoriza<strong>da</strong> e, mesmo assim, não conseguir<br />

atingir seus objetivos de ven<strong>da</strong>s e lucro, se<br />

os clientes em potencial não a conhecerem<br />

ou não tiverem uma percepção favorável a<br />

seu respeito.<br />

A comunicação eficaz é fun<strong>da</strong>mental para<br />

a criação <strong>da</strong> consciência <strong>da</strong> marca, visando<br />

estabelecer uma imagem positiva, basea<strong>da</strong><br />

em sua identi<strong>da</strong>de corporativa, representa<strong>da</strong><br />

por seus produtos, serviços, soluções e<br />

benefícios oferecidos.<br />

A possibili<strong>da</strong>de de diferenciação entre os concorrentes<br />

com frequência resume-se à capaci<strong>da</strong>de<br />

de compreender desejos e necessi<strong>da</strong>des,<br />

comunicar e trocar informações e se a<strong>da</strong>ptar<br />

com eficácia às mu<strong>da</strong>nças, sugerindo inovações<br />

e gerando atração por seus produtos.<br />

As etapas do marketing esportivo –<br />

princípios básicos<br />

Análise <strong>da</strong> situação: inclui conhecimento dos<br />

recursos disponíveis e o conjunto de problemas<br />

que precisam ser resolvidos por meio de<br />

ações a serem implementa<strong>da</strong>s.<br />

Planejamento: é a criação de objetivos, numa<br />

linguagem clara e resumi<strong>da</strong>. Essa etapa compreende<br />

a definição <strong>da</strong>s metas por escrito,<br />

especificação de resultados, apresentação de<br />

cronograma de consecução de metas e realismo<br />

em relação aos recursos disponíveis.<br />

Controle: evita desvios de metas através de<br />

acompanhamento sistemático <strong>da</strong> evolução


dos trabalhos, para não ocorrerem prejuízos<br />

no objetivo final do planejamento traçado.<br />

Análise do retorno: pesquisas para saber se<br />

a estratégia está surtindo ou não os resultados<br />

esperados.<br />

Conhecer os objetivos<br />

A pesquisa é a base do desenvolvimento <strong>da</strong>s<br />

estratégias de marketing esportivo, pois traz<br />

conhecimento do mercado. Os clubes precisam<br />

traçar o perfil do seu torcedor, o que faz, como<br />

vive, o que consome etc. Através <strong>da</strong> pesquisa,<br />

os entes esportivos obtêm os parâmetros: sociais,<br />

econômicos, culturais, hábitos de consumo;<br />

opiniões sobre a marca (clube); e grau de<br />

envolvimento emocional com o clube.<br />

Na estratégia <strong>da</strong> mensagem, devem-se buscar<br />

os canais de comunicação e mídias mais<br />

eficientes para sua veiculação. Para isso,<br />

são necessários alguns critérios básicos de<br />

análise para melhor escolha, tais como:<br />

Índice de audiência: é o percentual <strong>da</strong> audiência,<br />

medido pelos institutos de pesquisa.<br />

Abrangência/cobertura e alcance: é o número<br />

de pessoas ou domicílios expostos pelo<br />

menos uma vez a um determinado veículo<br />

de comunicação.<br />

Outros pontos importantes são a frequência,<br />

o valor qualitativo <strong>da</strong> exposição, a localização<br />

e os hábitos <strong>da</strong> audiência a ser atingi<strong>da</strong>.<br />

A importância <strong>da</strong> marca<br />

A principal in<strong>da</strong>gação que se faz é: “Quanto<br />

vale um nome?”. A resposta possivelmente<br />

será um valor imensurável.<br />

Comunicação no marketing esportivo é a estratégia<br />

utiliza<strong>da</strong> para desenvolver, posicionar,<br />

informar e lembrar a todo o mercado<br />

os valores, princípios, benefícios e soluções<br />

gerados pelas empresas, representados por<br />

suas respectivas marcas. Alguns padrões:<br />

Reforço ou construção <strong>da</strong> imagem institucional:<br />

a emoção que o esporte oferece ao<br />

público é transferi<strong>da</strong> à imagem <strong>da</strong> empresa<br />

patrocinadora, pois a marca também está<br />

participando de um determinado sucesso.<br />

Alternativa à mídia convencional: a evidência<br />

do nome ocorre não só durante as competições<br />

como também nos dias seguintes,<br />

com a divulgação na imprensa (televisão,<br />

jornais e demais meios de comunicação).<br />

Revitalização <strong>da</strong> imagem: incentivar ativi<strong>da</strong>des<br />

esportivas constrói uma imagem mais<br />

positiva <strong>da</strong> empresa, e no(s) produto(s)-alvo<br />

<strong>da</strong> campanha. Algumas empresas adotam<br />

o marketing esportivo principalmente<br />

para alavancar negócios, quando atravessam<br />

momentos de crise.<br />

Famosos vendem o produto<br />

Há empresas que, longe <strong>da</strong> ideia de patrocinar<br />

o atleta, a equipe ou promover os even-<br />

VASCO DA GAMA | 35


tos esportivos, querem associar a imagem de<br />

alguma celebri<strong>da</strong>de ao seu produto, no intuito<br />

de atrair o consumidor pela visibili<strong>da</strong>de<br />

do “astro”.<br />

O principal uso <strong>da</strong> imagem de celebri<strong>da</strong>des<br />

é criar um símbolo que chame atenção para<br />

o produto. O segredo, do ponto de vista do<br />

marketing esportivo, é que a imagem chamará<br />

a atenção não só de seus fãs como<br />

também de outros consumidores que não<br />

integram a principal audiência dele, mas<br />

que ain<strong>da</strong> podem ser influenciados na decisão<br />

de compra pela familiari<strong>da</strong>de de sua<br />

imagem, mesmo que simpatizando por outra<br />

agremiação (por exemplo, Neymar).<br />

Índices de sucesso<br />

É claro que, assim como qualquer estratégia,<br />

o marketing esportivo é utilizado com fins lucrativos<br />

ou um retorno mínimo institucional.<br />

Na intenção de fixar a marca no consumidor<br />

(torcedor), as empresas buscam vantagens,<br />

como a projeção <strong>da</strong> marca, a simpatia do<br />

público e <strong>da</strong> mídia, gerando uma visibili<strong>da</strong>de<br />

espontânea. Com as estratégias destaca<strong>da</strong>s<br />

anteriormente, as empresas conquistam um<br />

espaço que, de alguma forma, passam a ser<br />

conheci<strong>da</strong> do público. Depois de alcançado<br />

esse estágio, o trabalho de expansão <strong>da</strong> marca<br />

fica a cargo do departamento de marketing.<br />

O retorno poderá ser medido de acordo com<br />

a “fama” <strong>da</strong> marca já existente no mercado.<br />

Portanto, mesmo que as ven<strong>da</strong>s tenham dobrado<br />

durante uma campanha, isso não significa<br />

necessariamente um resultado positivo <strong>da</strong><br />

ação. Outro aspecto que geralmente preocupa<br />

possíveis investidores é o reflexo que as derrotas<br />

podem exercer à empresa que mantém<br />

seu nome ligado ao atleta ou à equipe. Nesse<br />

sentido, a marca não sofre nenhuma influência<br />

no resultado <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, principalmente<br />

se este for negativo. Logicamente, quando<br />

ocorre um feito muito importante, o retorno<br />

sofre um aumento proporcional.<br />

Avaliação dos resultados e finali<strong>da</strong>de<br />

É desejável a criação de indicadores para avaliação<br />

do marketing esportivo, podendo ser<br />

através de pesquisas periódicas, como verificação<br />

direciona<strong>da</strong> ou espontânea, son<strong>da</strong>gens,<br />

opiniões dos colaboradores <strong>da</strong> organização etc.<br />

O setor esportivo brasileiro tem demonstrado<br />

VASCO DA GAMA | 36<br />

que o marketing esportivo é um dos melhores<br />

investimentos para as empresas que desejam<br />

criar uma relação duradora com seus consumidores.<br />

Os profissionais de marketing, por<br />

sua vez, sabem que nos dias de hoje é preciso<br />

inovar para alcançar as metas estratégicas de<br />

propagan<strong>da</strong>. Nesse caso, o marketing esportivo<br />

possui uma característica diferencia<strong>da</strong>, pois<br />

atinge o consumidor em seus momentos de<br />

lazer e paixão. Bom desempenho dos atletas<br />

faz com que o consumidor passe a nutrir um<br />

sentimento de simpatia pela marca, até então<br />

ignora<strong>da</strong>, porém uma atitude indevi<strong>da</strong> <strong>da</strong> equipe<br />

patrocina<strong>da</strong> e ou atos ilícitos dos clubes,<br />

atletas e seus dirigentes podem trazer sérias<br />

consequências à imagem <strong>da</strong> empresa.<br />

Este artigo pretendeu apresentar os desafios<br />

do marketing esportivo, seu desenvolvimento,<br />

planejamento, implementação e controle.<br />

A comunicação, na socie<strong>da</strong>de contemporânea,<br />

é o início, o meio e o fim <strong>da</strong>s ideologias, religiões,<br />

culturas e tecnologias. Por ser tão importante,<br />

deveríamos todos zelar para que fosse<br />

utiliza<strong>da</strong> de forma competente e responsável,<br />

e que estivesse a serviço do bem-estar <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong>de<br />

e do progresso humano, tendo como<br />

um dos seus objetivos o marketing social, o<br />

qual possibilitaria informações personaliza<strong>da</strong>s,<br />

levando no momento certo as soluções, suas<br />

estratégias e posicionamento de pessoas, marcas,<br />

produtos e serviços e no caso esportivo a<br />

fidelização, importante forma de arreca<strong>da</strong>ção e<br />

o aumento <strong>da</strong> paixão clubística.<br />

Jorge Luiz Raggio Carneiro<br />

Vice Presidente de Desportes Terrestres


VASCO DA GAMA | 37


VASCO DA GAMA | 38<br />

Prata <strong>da</strong> casa<br />

Marujo vascaíno<br />

No <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong> <strong>Gama</strong>, há outro “time” que<br />

não entra em campo, mas que bate um bolão.<br />

Aquele formado pelos funcionários <strong>da</strong> casa,<br />

que se desdobram para manter tudo funcionando.<br />

E nesse grupo tem gente <strong>da</strong> antiga,<br />

gente dedica<strong>da</strong>, como Raimundo Estevam (carinhosamente<br />

conhecido como Dico): 62 anos<br />

de vi<strong>da</strong>, 30 deles trabalhando no clube como<br />

arquivista. Ele é testemunha ocular de boa<br />

parte <strong>da</strong> história do <strong>Vasco</strong>. Viu várias mu<strong>da</strong>nças<br />

de gestão. Ele fez uma vi<strong>da</strong> em São Januário<br />

e, por isso, não abandona a caravela nem<br />

na tempestade nem na bonança.<br />

Ele conta que o <strong>Vasco</strong> é responsável pela<br />

construção <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>. É o seu primeiro e<br />

único emprego, e a Colina também o transformou<br />

em um torcedor apaixonado. “Antes,<br />

eu não ligava para futebol, e com o passar<br />

dos anos eu criei esse amor. Meus três filhos<br />

também são vascaínos, e para mim o <strong>Vasco</strong><br />

significa a minha vi<strong>da</strong>. Realmente, este clube<br />

me marcou muito.<br />

Com todos esses anos de São Januário, o<br />

colaborador já acompanhou de perto muitas<br />

conquistas. Mas para ele, pelo jogo<br />

emocionante e pela vira<strong>da</strong> histórica, a que<br />

mais marcou foi o título <strong>da</strong> Copa Mercosul<br />

de 2000, em cima do Palmeiras.<br />

Dico também revelou que outra conquista<br />

foi ter lançado seus dois livros, Deus é pai,<br />

Cristo é filho, eu sou neto e Ícones <strong>da</strong> sabedoria,<br />

dentro de São Januário. “Como eu<br />

também canto, fiz uma tarde autógrafo musical.<br />

Então, eu autografava e cantava ao<br />

mesmo tempo. Foi muito legal”, disse ele,<br />

que ain<strong>da</strong> completou: “Todo mundo no <strong>Vasco</strong><br />

me apoia nessa outra carreira, e aproveito<br />

para agradecer a to<strong>da</strong>s essa pessoas”.<br />

O fiel escudeiro fez outras observações: a<br />

atual gestão é um grande progresso para o<br />

clube, e trabalhar tanto tempo no mesmo<br />

lugar é criar família, ter um segundo lar. Os<br />

colegas de trabalho são amigos importantes,<br />

e a cúpula administrativa do clube tem<br />

excelente relacionamento com ele.<br />

Dico, que foi indicado pelo seu primo na déca<strong>da</strong><br />

de 70 para ser funcionário do clube,<br />

começou como auxiliar de escritório. Rapi<strong>da</strong>mente<br />

se tornou arquivista. Hoje em dia,<br />

ele faz ofícios, nomeações, históricos e ain<strong>da</strong><br />

representa o Club de Regatas <strong>Vasco</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Gama</strong> na Federação de Futebol. Em suma, é<br />

um marujo que to<strong>da</strong> caravela gostaria de ter.


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